Ventura exige fim do regime de permanência que com CPLP

  • Lusa
  • 14:21

O presidente do Chega exige a revogação do acordo, no âmbito da CPLP, que permite residência após entrada com visto de turismo ou de estudante.

O presidente do Chega exige a revogação do acordo, no âmbito da CPLP, que permite residência após entrada com visto de turismo ou de estudante, e insistiu na perda da nacionalidade para quem cometa crimes. Em conferência de imprensa, André Ventura referiu que estas medidas do Chega serão debatidas na sexta-feira, no parlamento, em conjunto com as propostas do Governo que alteram a lei da nacionalidade e o regime de imigração em Portugal.

No plano político, deixou um aviso ao Governo: “Só cumprindo desígnios fundamentais, com medidas concretas que não sejam de papel, é que o Chega estará disposto a assumir uma aproximação e a trabalhar para que o país mude efetivamente nos próximos meses“.

No que respeita ao regime de permanência de imigrantes em território nacional, o líder do Chega adiantou que o seu partido quer quatro mudanças de fundo, uma delas a revogação do regime especial assinado por Portugal no quadro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

É preciso evitar que pessoas possam vir como turistas ou como estudantes e aqui fiquem automaticamente com pedidos de residência legais durante muitos mais anos. É uma fraude à lei que temos de combater e estamos a falar de um universo de pessoas de cerca de 300 milhões“, justificou.

André Ventura considerou também essencial que quem entrar ilegal em Portugal não possa ser mais tarde ser regularizado. “Quem entrar ilegal tem de sair e voltar a entrar de forma legal. Permitir legalizações extraordinárias ou regularizações extraordinárias é um chamariz à imigração ilegal”, advogou.

André Ventura disse ainda que o Chega vai insistir no regime de quotas para a entrada de imigrantes e, por outro lado, “desafiará o Governo para que o reagrupamento familiar seja mais limitado”.

O Governo não quer suspender o reagrupamento familiar. Assim sendo, o Chega propõe que não se possa pedir o reagrupamento familiar no momento em que se está a solicitar a autorização de residência para vir para Portugal“, assinalou. De acordo com André Ventura, “permitir que o reagrupamento familiar seja pedido ao mesmo tempo que se está a pedir a residência é mais uma vez uma fraude à lei”.

Em matéria de lei da nacionalidade, o presidente do Chega realçou que, apesar de dúvidas de constitucionalidade, “vai insistir na possibilidade de perda automática quando são cometidos crimes graves por pessoas que adquiriram nacionalidade portuguesa“.

“Se alguém adquire nacionalidade portuguesa e dois anos ou três depois comete um crime de terrorismo contra o Estado português que sentido faz que não perca a nacionalidade?”, questionou.

Interrogado sobre o modelo em que o Chega vai dialogar com o Governo PSD/CDS sobre alterações às leis da nacionalidade e de regime de imigração, André Ventura referiu que a reunião será agendada nos próximos dias. “Ainda não está decidido se é uma reunião entre mim e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ou se será uma reunião entre uma delegação do Chega e uma delegação do Governo. Em qualquer caso, terá de ser nos próximos dias, porque a discussão é na sexta-feira. Da nossa parte, estamos abertos aos dois modelos“, disse.

Perante os jornalistas, André Ventura rejeitou que esteja incomodado por o Governo ter na sua agenda assuntos considerados “bandeira” do Chega, alegando que a AD — coligação PSD/CDS já fez uma campanha eleitoral com prioridade à imigração, mas foi o seu partido quem mais subiu, passando de 18% para 23%. “Toda a gente sabe no país que os temas da imigração, da nacionalidade, do combate à subsídio dependência e dos apoios sociais a imigrantes foram temas do Chega. Ora, se foi o Chega que pôs este tema na agenda e lutou para que este tema estivesse na agenda, não pode agora ficar incomodado por o tema estar a ser tratado pelo Governo“, respondeu.

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Tem de pagar o IMI da casa até esta segunda-feira

Este ano, excecionalmente, o prazo para liquidar a primeira ou única prestação, de valor até 100 euros, pode ser feito até 30 de junho, ou seja, um mês mais tarde do que o habitual.

O prazo para pagar a primeira ou a única prestação do Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI), de valor até 100 euros, termina já esta segunda-feira, 30 de junho. Este ano, excecionalmente, a data-limite foi alargada um mês, devido ao apagão energético de 28 de abril que gerou constrangimentos nos serviços informáticos da Autoridade Tributária (AT). Por norma, esta obrigação contributiva tem de ser cumprida até 31 de maio.

“A Autoridade Tributária informou o Governo da existência de constrangimentos técnicos que têm condicionado a emissão das notas de cobrança do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI),referentes ao ano 2024. Considerando que estes constrangimentos impossibilitaram o envio atempado de um conjunto alargado de notas de cobrança do IMI, o qual se encontra a decorrer, o Governo decidiu prorrogar, para todos os contribuintes, o prazo para o pagamento da primeira prestação do IMI ou, se for o caso, da prestação única deste imposto até ao final do mês de junho”, de acordo com o comunicado do Ministério das Finanças.

O IMI é pago numa única vez quando o seu valor é inferior a 100 euros, sendo desdobrado em duas prestações pagas em maio e novembro quando se cifra entre os 100 e os 500 euros. Superando os 500 euros, é dividido em três prestações de igual montante, a serem pagas em maio, agosto e novembro.

No entanto, há já vários anos que os proprietários têm a possibilidade de, querendo, efetuar o pagamento total do imposto logo na primeira liquidação.

Relativamente às situações dos senhorios com rendas congeladas e que estão a receber notadas de liquidação do imposto, apesar de terem efetuado pedido de isenção destes imóveis, a AT distingue três situações, apresentando a respetiva resposta.

Assim, para quem pagou a prestação única (por ser de valor inferior a 100 euros) ou optou pelo pagamento na totalidade das várias prestações, “será emitido o reembolso do valor pago pelos prédios isentos”.

Já quem tiver uma prestação única e ainda não a tenha pago, “será efetuada até ao final de junho a correção da liquidação com o cálculo do montante correto, considerando apenas os prédios não isentos”.

Por fim, para os proprietários com mais do que uma prestação de IMI que não tenham optado pelo pagamento na totalidade das várias prestações, “a revisão da liquidação será refletida nas prestações seguintes, considerando os prédios não isentos”, pelo que deve efetuar o pagamento pelo montante apresentado para a primeira prestação.

Em ano de autárquicas, triplicam os municípios a dar mais dois anos de isenção

Em ano de eleições autárquicas, o número de câmaras que decidiram alargar a isenção de IMI, de três para cinco anos, triplicou, passando de 20 para 59, segundo a lista publicada no Portal das Finanças, último dia do prazo para a Autoridade Tributária divulgar estes dados, como determina o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Trata-se de um aumento de 195% comparativamente com 2024, ano em que a medida foi implementada.

Faro e Leiria são os distritos com mais câmaras a conceder esta benesse a quem comprou casa, que seja habitação própria e permanente, entre 2020 e 2022, desde que o valor patrimonial tributário não exceda os 125 mil euros. Pela primeira vez, Açores e Madeira integram a lista. PS, com 27 autarquias a aplicar este benefício, e PSD, com 26, surgem taco a taco na liderança dos partidos com mais concelhos que alargaram por dois anos o período livre de imposto.

Apesar deste aumento significativo, apenas 19% dos 308 municípios de Portugal e ilhas aprovaram a medida, aprovada no pacote Mais Habitação de 2023, por proposta do PAN, e confirmada no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que acrescentou esta norma: “Até fevereiro de 2025, a Autoridade Tributária disponibiliza na sua página na Internet a lista de municípios onde vigora a prorrogação da isenção de IMI”.

Lisboa e Porto continuam fora do conjunto das câmaras que estenderam o período de isenção, mas há mais capitais de distrito nessa lista. No ano passado, apenas Leiria e Santarém decidiram conceder o benefício. Este ano, Santarém deixou de dar esta isenção, mas Braga e Castelo Branco aderiram.

Este apoio excecional, criado para minimizar o impacto da subida das taxas de juro Euribor do crédito à habitação, pode ser concedido desde que o rendimento bruto anual do proprietário ou do seu agregado familiar não ultrapasse os 153 mil euros, que a casa seja para habitação própria e permanente e que o seu valor patrimonial tributário não exceda os 125 mil euros. Estas são, aliás, as regras aplicáveis para a atribuição da isenção normal do IMI de três anos, que só pode ser gozada uma vez.

Além destes requisitos, a prorrogação por mais dois anos exige que a aquisição do prédio tenha de ter ocorrido entre 2020 e 2022. Ou seja, os imóveis comprados em 2020 e que já usufruíram dos três anos de isenção — terminada em 2022 — terão direito a mais dois anos sem pagar o imposto, caso o concelho onde esteja localizado tenha aprovado o mecanismo em assembleia municipal. O mesmo se aplica para as casas alienadas em 2021 e 2022.

A contagem dos três anos normais da isenção faz-se do seguinte modo: o imóvel adquirido em 2020 tem direito ao benefício fiscal em 2020, 2021 e 2022, perdendo o direito aos três anos de benefício em 2023. Neste caso, o proprietário começou a pagar em 2024, porque o IMI a liquidar refere-se sempre ao ano anterior sujeito a tributação, isto é, 2023. Se lhe forem atribuídos agora mais dois anos de isenção, para 2025, por referência ao exercício fiscal de 2024, e 2026, por referência a 2025, só volta a entregar imposto ao município a partir de 2027, por referência a 2026, ano em que perde a isenção adicional.

Na circunstância de o imóvel ter sido comprado em 2022, os três anos regulares do benefício fiscal aplicam-se em 2022, 2023 e 2024, somando mais dois extra, relativos a 2025 e 2026, significa que este proprietário só passa a ser tributado em 2028, relativo ao ano de 2027, uma vez que a liquidação do IMI acontece sempre no ano seguinte ao do exercício sujeito a tributação tal como no IRS.

Também são elegíveis para a isenção do IMI por cinco anos os imóveis adquiridos para colocar no mercado de arrendamento, desde que o contrato seja para habitação própria e permanente, e preenchidos os requisitos já indicados em relação aos tetos para os ganhos anuais do senhorio, valor patrimonial da casa e data da alienação, de acordo com artigo 46.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).

Os executivos camarários têm a faculdade de propor às assembleias municipais a extensão do período de isenção de três para cinco anos, que depois podem aprovar ou rejeitar o benefício.

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Volvo EC40 Black Edition: Luxo sueco com preço à prova de frio

Com visual marcante, tecnologia integrada e autonomia sólida, o Volvo EC40 Black Edition aposta na exclusividade, mas o valor não convence todos os bolsos.

Se a ideia de sair de casa com “apenas” 60 mil euros na carteira para um elétrico premium ainda lhe provoca um calafrio, experimente olhar para o novo Volvo EC40 Black Edition como quem avalia um bom vinho: o segredo está no equilíbrio.

Este coupé-SUV, sucessor direto do C40 Recharge, chega pintado num Onyx Black que dispensa cromados e exibe jantes de 20 polegadas igualmente negras. Uma declaração de intenções que pode não agradar aos amantes de cores vibrantes, mas que confere ao modelo sueco uma presença inegável na estrada.

Isso é bem notado logo pela manhã ao volante, numa típica viagem casa-trabalho em Lisboa. Ao deslizar silenciosamente pelas ruas da capital — apenas com o leve sussurro do sistema elétrico a lembrar-nos que estamos num veículo elétrico –, o que primeiro chama a atenção não são os habituais controlos, mas sim os painéis decorativos do tablier.

Iluminados subtilmente por LED, revelam-se muito mais do que meros ornamentos, mas mapas topográficos das ilhas de Brännö e Asperö, junto a Gotemburgo, numa homenagem às origens suecas da marca que pode passar despercebida ao condutor português, mas que demonstra bem a atenção ao pormenor da marca que justifica parte do investimento.

Além desse cuidado, é também um ponto positivo o facto de o EC40 Black Edition, ao contrário do minimalismo extremo do Tesla Model Y ou mesmo do irmão mais pequeno EX30, mantém alguns botões físicos estrategicamente colocados: o volume do rádio é controlado por um botão rotativo real, assim como os botões de controlo dos vidros e dos retrovisores está — como sempre esteve –, localizado na respetiva porta. Um alívio para quem apesar de gostar da modernidade, ainda achar que coisas básicas, apesar de antigas, continuam a fazer sentido. Para a climatização básica, contudo, temos de recorrer ao ecrã central de 9 polegadas em orientação vertical.

O sistema Android integrado funciona bem, especialmente quando precisamos de navegação. O Google Maps nativo é uma vantagem prática que poucos concorrentes oferecem de forma tão fluida. Numa cidade como Lisboa, com as suas ruas estreitas e subidas íngremes, ter acesso direto aos dados de trânsito em tempo real sem dependência do smartphone faz diferença.

Fora da viagem quotidiana da cidade para o trabalho, o EC40 Black Edition também não desilude. Numa escapadela familiar até Palmela, os 42 quilómetros de distância permitem avaliar o comportamento em diferentes cenários. A aceleração é linear e progressiva, sem os sobressaltos típicos dos motores a combustão.

Os 420 Nm de binário da versão Single Motor Extended Range testada pelo ECO estão disponíveis desde o primeiro momento, tornando as ultrapassagens na A2 uma tarefa simples e segura, permitindo atingir os 100 km/h em 7,3 segundos — não é um míssil, mas é mais que suficiente para as necessidades do dia-a-dia.

A posição de condução é bastante boa, aproveitando a herança da plataforma CMA que privilegia o espaço interior. A visibilidade frontal é também positiva, mas a traseira ressente-se da linha coupé descendente do tejadilho. Os espelhos retrovisores maiores ajudam, mas obrigam a uma maior dependência das câmaras de estacionamento.

Durante a viagem Lisboa-Palmela, o consumo ronda os 16-17 kWh/100km, valores alinhados com as especificações oficiais de 16,4-16,7 kWh/100km. Com a bateria de 78 kWh e autonomia oficial entre 566-578 quilómetros em regime de WLTP, o EC40 Blac Edition oferece margem suficiente para utilizações típicas portuguesas, embora, na prática, se fique pelos 400 a 450 quilómetros dependendo das condições de condução.

Os cerca de 60 mil euros que custa o EC40 Black Edition está longe de ser uma pechincha. O valor reside mais na experiência de condução refinada e na exclusividade estética do que numa relação preço/prestações imbatível.

Em termos de área, o EC40 oferece também um interior espaçoso e confortável, garantido um volume de 404 litros de capacidade de carga na bagageira, a que se junta ainda um compartimento de 31 litros na zona frontal do carro, sendo perfeito para manter os cabos de carregamento à mão e protegidos.

Com um preço final de 63.351 euros na configuração ensaiada, o EC40 Black Edition enfrenta concorrência feroz, como por exemplo o BMW iX1, que parte dos 49.700 euros com 313 cavalos e 474 quilómetros de autonomia, o Mercedes EQA 250+, que tem como preço base 53.950 euros com 190 cavalos e 557 quilómetros de autonomia, ou o renovado Skoda Enyaq 85, que começa nos 51.292 euros com 286 cavalos e 575 quilómetros de autonomia.

Mas o Volvo EC40 Black Edition revela-se um automóvel competente que cumpre bem o seu papel de SUV elétrico premium. O equilíbrio entre design distintivo, tecnologia bem integrada e qualidade de construção sueca justifica-se para quem valoriza estes atributos. Contudo, os cerca de 60 mil euros, está longe de ser uma pechincha. O valor reside mais na experiência de condução refinada e na exclusividade estética do que numa relação preço/prestações imbatível.

Quem procura o melhor negócio encontrará alternativas mais convincentes no Skoda Enyaq ou BMW iX1. O EC40 Black Edition é para quem não se importa de pagar um prémio pela diferenciação. É uma boa opção, mas não necessariamente um bom negócio para todos os bolsos. No final, como um bom vinho, o seu valor depende do paladar de quem o prova.

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Irão poderá enriquecer urânio dentro de “alguns meses”

  • Lusa
  • 10:47

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, considera que o Irão tem capacidade técnica para voltar a enriquecer urânio dentro de "alguns meses".

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, considera que o Irão tem capacidade técnica para voltar a enriquecer urânio dentro de “alguns meses”. “Houve danos significativos, mas não completos (…) Eles podem ter, dentro de alguns meses, eu diria, centrífugas em ação para produzir urânio enriquecido“, disse Grossi na sexta-feira, numa entrevista ao canal americano CBS a ser transmitida hoje.

Quase uma semana após o bombardeamento americano das instalações nucleares de Fordo, Natanz e Isfahan, no Irão, todos os envolvidos – incluindo Teerão – concordam que estas instalações sofreram danos consideráveis, mas subsistem dúvidas sobre a eficácia real destes ataques. O Presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que o programa nuclear do Irão tinha sido adiado por “várias décadas”.

Outra questão fundamental é o destino das reservas de mais de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, que teoricamente poderia ser utilizado para fabricar mais de nove bombas atómicas se o nível fosse aumentado para 90%.

Numa entrevista que será transmitida este domingo pelo canal norte-americano Fox News, no programa “Sunday Morning Futures”, Donald Trump garantiu que as reservas de urânio iranianas não foram deslocadas antes dos ataques dos EUA: “É uma coisa muito difícil de fazer e não avisámos [antes do bombardeamento]“, disse, segundo extratos da entrevista. “Eles não mexeram em nada”, assegurou.

Os inspetores da AIEA não veem estas reservas desde 10 de junho, daí os pedidos de acesso da agência da ONU às instalações e reservas iranianas. No entanto, o parlamento iraniano votou a favor da suspensão da cooperação com a AIEA e o Conselho dos Guardiães, responsável pela análise da legislação no Irão, aprovou na quinta-feira o texto da lei, que deverá ser enviado à presidência para ratificação.

“É a lei deles, o parlamento deles, mas há implicações legais aqui. Um tratado internacional deve, naturalmente, ter precedência. Não se pode invocar uma lei nacional para evitar o respeito por um tratado internacional”, afirmou Grossi.

A diplomacia iraniana criticou a agência da ONU por ter adotado uma resolução a 12 de junho, acusando o Irão de não cumprir as suas obrigações nucleares.

Teerão considera que esta decisão serviu de “desculpa” para Israel e os Estados Unidos atacarem as suas instalações nucleares.

“Quem pode realmente acreditar que este conflito surgiu por causa de um relatório da AIEA? Não havia nada de novo nesse relatório (…) pode ser fácil culpar uma organização internacional ou um diretor-geral, não sei, mas não é razoável”, defendeu-se Grossi.

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Cerca de 80 concelhos de 10 distritos do continente em risco máximo de incêndio

  • Lusa
  • 10:26

Cerca de 80 concelhos de dez distritos de Portugal continental apresentam este domingo risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Cerca de 80 concelhos de dez distritos de Portugal continental apresentam hoje risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, os concelhos que estão sob este alerta pertencem aos distritos de Vila Real, Bragança, Viana do Castelo, Guarda, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou ainda em risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ quase todos os concelhos dos distritos do continente.

Apenas cerca de 30 municípios localizados no litoral do país estão com risco moderado ou reduzido de incêndio.

O risco de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.

Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Devido à onda de calor que está a atingir o país, o IPMA colocou sete distritos do continente em aviso vermelho, entre domingo e terça-feira, nomeadamente Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre. Os restantes distritos estarão com avisos laranja (o segundo mais grave) e amarelo, variando nos dias entre hoje e terça feira.

O IPMA prevê para hoje, no continente, continuação de tempo quente, com céu pouco nublado ou limpo apresentando períodos de mais nebulosidade na faixa costeira ocidental, em especial a norte do Cabo Raso, e no interior durante a tarde.

As previsões apontam para condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada dispersos no interior, em especial das regiões Norte e Centro e durante a tarde, e uma pequena subida de temperatura.

O vento soprará em geral fraco predominando do quadrante norte, sendo do quadrante leste até ao meio da manhã, e soprando por vezes moderado (até 30 km/h) na faixa costeira ocidental. As temperaturas máximas vão oscilar entre os 44 graus Celsius, em Beja, e os 25, em Aveiro.

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Carneiro assume liderança do PS com “honra e responsabilidade” e promete partido de valores

  • Lusa
  • 28 Junho 2025

O novo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, prometeu um partido de "valores e de princípios", acreditando que as ideias socialistas "têm condições para continuarem a ser maioritárias no país".

O novo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, assumiu o cargo com “honra e responsabilidade” e prometeu um partido de “valores e de princípios”, acreditando que as ideias socialistas “têm condições para continuarem a ser maioritárias no país”

“É a primeira vez que vos falo na qualidade de líder do Partido Socialista. A confiança em mim depositada pelos meus camaradas é uma honra e uma responsabilidade”, disse José Luís Carneiro na primeira intervenção após as diretas às quais foi candidato único.

O novo líder do PS, que sucede a Pedro Nuno Santos, acredita que os “valores, ideias e propostas” socialistas “têm condições para continuarem a ser maioritárias no país”, e prometeu trabalho com todos para o demonstrar.

“O PS que, a partir de hoje, tenho a honra de liderar é um partido de valores e de princípios. Temos um passado que nos orgulha e uma vontade de futuro que nos une”, apontou.

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Trump manda cortar apoios federais a ONG implicadas “em distúrbios”

  • Lusa
  • 28 Junho 2025

O presidente dos EUA anunciou o corte de apoio financeiro a organizações que acusa de incendiar cidades e depois pedir fundos para reconstrução. O recado de Donald Trump é: “Chega de dinheiro!”

O Governo norte-americano anunciou esta sábado que vai cortar o financiamento federal para Organizações Não Governamentais (ONG) envolvidas em distúrbios, independentemente do resultado de uma resolução a aprovar no Congresso sobre este assunto.

“A lei do congressista Kevin Kiley deve ser aprovada imediatamente. Por este meio, instruo o meu Governo a não pagar nada a esses grupos radicalizados, independentemente da tal legislação“, declarou o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sua plataforma de social, Truth Social.

O líder republicano considerou que os referidos grupos, que não identificou, usam o dinheiro do Estado para “incitar distúrbios, incendiar ou destruir uma cidade” e depois voltam para pedir fundos “para ajudar a reconstruí-la”. “CHEGA DE DINHEIRO!!!”, escreveu na rede social.

Kevin Kiley, um congressista eleito pelo Estado da Califórnia, menciona especificamente na sua proposta de lei os protestos que ocorreram este mês em Los Angeles contra as investidas contra a imigração efetuadas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).

A administração republicana anunciou que quer impedir que ONG envolvidas na organização de “distúrbios ilegais” [que não classifica] recebam financiamento federal ou isenções fiscais, e também aumentar as penas para agressões a agentes federais e para a obstrução de operações federais de imigração. A pena para agressão simples a um agente é atualmente de um ano de prisão, sem penalidade financeira específica.

Kiley acusa especificamente a Coligação pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA) na sua declaração. “Após os distúrbios de Los Angeles, foi revelado que a organização sem fins lucrativos CHIRLA recebeu 34 milhões de dólares (cerca de 3,1 milhões de euros) em financiamentos estaduais. O grupo, que anteriormente fez campanha pela abolição do ICE [rusgas levadas a cabo pela U.S.Immigration and Customs Enforcement], desempenhou um papel fundamental nos distúrbios ao transmitir a localização exata das operações do ICE em tempo real”, afirmou Kiley.

Um porta-voz da ONG referida negou qualquer envolvimento nos protestos. A CHIRLA está sob investigação pelo Comité Judiciário da Câmara, que, assim como o Senado, é controlado pelos republicanos.

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PS mobiliza-se para legitimar liderança de José Luís Carneiro

  • Lusa
  • 28 Junho 2025

Candidato único à liderança do PS e com um apoio superior a 90% nas federações, José Luís Carneiro sublinha a forte mobilização dos militantes do PS na votação que legitima a sua liderança.

O candidato único a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, votou hoje nas eleições diretas, na sede concelhia de Baião, onde considerou que a mobilização dos militantes tem sido um sinal da unidade do partido. “Há uma grande unidade do partido na sua mobilização para legitimar a minha liderança, não apenas na forma como estão a participar, mas também porque as votações têm sido muito expressivas, referiu, em declarações à agência Lusa.

O futuro líder do PS anotou também que em todas as federações o apoio está sempre acima dos 90% das manifestações de apoio, o que é em si muito significativo”, reforçou. José Luís Caneiro recordou que na sexta-feira “votaram já bastantes federações do país”.

“Hoje votam em seis, incluindo três das maiores – Porto, Braga e Coimbra. A participação eleitoral está a ser muito positiva, está acima dos 50%, o que é muito expressivo, considerando que há apenas uma candidatura”, anotou.

Falando no concelho onde foi presidente de Câmara vários mandatos e começou a sua carreira política, o candidato agradeceu a participação dos militantes do Partido Socialista e deixou votos de que “aqueles que ainda não foram votar o possam fazer, porque há secções que estarão abertas até às 19:00, até às 20:00 e outras até às 22:00”.

José Luís Carneiro referiu, por outro lado, ser “devida”, neste segundo dia de votação, “uma palavra de gratidão aos militantes e simpatizantes e também aos muitos cidadãos independentes” que, por todo o país, o acompanharam nas sessões que realizou nas sedes do Partido Socialista. Assinalou, ainda, a participação nos encontros que realizou “tendo em vista apresentar a moção de estratégia nacional”.

Estas eleições foram marcadas na sequência da demissão de Pedro Nuno Santos do cargo de secretário-geral do PS, depois da pesada derrota eleitoral que o PS sofreu nas eleições legislativas antecipadas de 18 de maio e que reduziu a bancada socialista a 58 deputados e à terceira força política no parlamento.

Na sexta-feira, os militantes do PS votaram em 15 das 21 federações do partido. Hoje vão às urnas os socialistas das restantes seis distritais: Açores, Algarve, Braga, Coimbra, Porto e Viseu.

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Ciberataque paralisa site do Conselho Superior da Magistratura

  • ECO
  • 28 Junho 2025

O ataque informático ao Conselho Superior da Magistratura deixou o site indisponível, mas não expôs dados confidenciais. Serviços essenciais mantêm-se operacionais por sistemas alternativos.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM), órgão constitucional responsável pela gestão e disciplina dos juízes portugueses, foi alvo de um ataque informático que deixou o seu sistema temporariamente indisponível este sábado.

O incidente foi reportado pela própria instituição este sábado e representa mais um episódio no crescente panorama de ameaças cibernéticas que tem afetado as instituições públicas portuguesas.

Segundo comunicado oficial do CSM, o ataque dirigiu-se exclusivamente ao website da instituição, que se encontra alojado num servidor externo. A natureza do sistema afetado garante que apenas informação pública estava acessível, não tendo sido comprometidos dados sensíveis de processos judiciais ou informações confidenciais.

O Serviço de Informática do Conselho revela que se encontra atualmente a proceder à análise técnica do incidente e à reposição da plataforma por meio de cópias de segurança previamente estabelecidas. As autoridades confirmam ainda que não foram detetados outros ataques aos sistemas internos do organismo, limitando o impacto à componente externa do site.

A recuperação total dos serviços online poderá prolongar-se por vários dias, período durante o qual o CSM manterá operacional toda a sua atividade através de sistemas alternativos não afetados pelo incidente.

Cumprindo os protocolos de segurança nacional, o CSM reportou imediatamente o incidente à Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T). Esta unidade especializada é responsável pela investigação de crimes informáticos contra instituições do Estado e infraestruturas críticas.

A origem do ataque permanece por identificar, integrando-se num padrão mais vasto de ameaças que têm como alvo organizações públicas estratégicas.

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📹 Impacto do Acordo de Schengen na vida das pessoas 40 anos depois

Todos os anos os europeus fazem mais de 1,25 mil milhões de viagens dentro do Espaço Schengen. Imagina se ainda houvesse fronteiras?

O Acordo de Schengen foi assinado a 14 de junho de 1985, na pequena aldeia de Schengen, no sul do Luxemburgo. Quarenta anos depois, os benefícios da supressão paulatina dos controlos nas fronteiras internas e da implementação de um regime de livre circulação estendem-se a todas as áreas.

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A supressão dos controlos de fronteira começou apenas para os cidadãos dos países signatários — Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, França e Países Baixos – que passaram a poder viajar, trabalhar e viver em qualquer país sem formalidades especiais. Mas rapidamente passou a incluir todos os Estados-membros da UE, com exceção da Irlanda, que mantém uma cláusula de autoexclusão e dispõe da sua própria área de circulação comum com o Reino Unido; e do Chipre, que está a avaliar se está pronto para integrar o espaço Schengen.

Há ainda quatro Estados não pertencentes à UE − Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, também fazem parte do espaço Schengen.

Apesar de os controlos nas fronteiras internas terem sido abolidos no espaço Schengen, os Estados mantêm o direito de restabelecer controlos temporários em caso de ameaças graves à ordem pública ou à segurança interna. A crise migratória, as ameaças terroristas transfronteiriças e a pandemia de Covid-19 levaram vários Estados do espaço Schengen a reintroduziram esses controlos e a prolonga-los por várias ocasiões.

Para integrar o espaço de Schengen, de acordo com o Parlamento Europeu, os países devem:

  • assumir a responsabilidade de controlar as fronteiras externas da União Europeia.
  • aplicar uma série de regras comuns do espaço Schengen, tais como o controlo das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, assim como a emissão de vistos uniformes.
  • cooperar com os organismos responsáveis pela aplicação da lei noutros países do espaço, para garantir um elevado nível de segurança no espaço Schengen
  • conectar-se ao Sistema de Informação Schengen (SIS) e utilizá-lo.

Dias antes de se celebrar os 40 anos de aniversário de assinatura do acordo, a União Europeia chegou a acordo com o Reino Unido para garantir a livre circulação de pessoas e bens entre Gibraltar, que é um território britânico, e Espanha. O acordo vai permitir eliminar a barreira física, conhecida como “a vedação” em redor de Gibraltar e que era considerada “o último muro na Europa continental”.

Em relação às pessoas, o controlo de entradas e saídas no espaço Schengen, a que Gibraltar ficará ligado, será feito no porto e no aeroporto do território britânico, eliminando-se assim os controlos na passagem fronteiriça. Cerca de 15 mil pessoas cruzam diariamente a fronteira entre Espanha e Gibraltar.

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Prémio Heróis PME distingue oito empresas que contam “histórias de coragem e ousadia”

Conheça os vencedores do Prémio Heróis PME 2025 e as histórias de superação por detrás de cada empresa.

Da sustentabilidade à exportação, da tecnologia à literacia digital, oito empresas portuguesas foram distinguidas na 7.ª edição do prémio Heróis PME. A nomeação distingue a resiliência, visão estratégica, inovação e contributo económico para o país. Entre os vencedores estão a Destilaria António Cuco, Next Generation Chemistry, Serralharia Cunha, Twintex, EST Empresa de Serviços Técnicos, Aleal Indústria de Mobiliário, Zone Soft e ubbo.

“Há sete anos criamos esta iniciativa, que é mais do que uma iniciativa, é um movimento que tenta homenagear os empresários e as PME portuguesas, não pelos resultados, mas sobretudo por terem histórias que vale a pena reconhecer e divulgar — histórias de visão, de coragem, de resistência e de alguma ousadia, que faz com que, apesar de tudo, valha a pena continuar a investir”, diz o CEO da Yunit Consulting, Bernardo Maciel, em declarações ao ECO.

Em Portugal, existem mais de um milhão de pequenas e médias Empresas (PME) que representam 90% das empresas, dois terços do emprego e mais de metade do valor acrescentado bruto. O líder da da consultora realça que são estas empresas “que garantem muitas vezes empregabilidade fora dos grandes centros urbanos e, portanto, mantêm aqui alguma coesão social e coesão territorial importante e ponto de vista económico liga Portugal às principais cadeias de valor”.

PME são mais frágeis, mas também mais ágeis

Perante um contexto nacional e internacional adverso, marcado essencialmente pela Guerra na Ucrânia e no Médio Oriente e pela guerra comercial , as “PME são sempre mais afetados pela sua dimensão” tendo em conta que “têm um nível de fragilidade maior do que qualquer grande empresa”, diz o CEO da consultora. No entanto, o líder da Yunit Consulting destaca que, por outro lado, “têm mais agilidade para reagir às adversidades”.

Bernardo Maciel, CEO da Yunit ConsultingYunit Consulting

Para ganharem músculo é imprescindível desburocratizar e simplificar o acesso ao financiamento.O tema do financiamento é crítico”, menciona Bernardo Maciel, realçando que “hoje em dia, para ser competitivo, tem que haver investimento e para haver investimento tem que existir capacidade financeira e as empresas portuguesas, pela sua dimensão, não tem essa estrutura de capitais preparada para aceder a financiamentos”.

Hoje em dia, para ser competitivo, tem que haver investimentos e para haver investimento tem que existir capacidade financeira e as empresas portuguesas, pela sua dimensão, não tem essa estrutura de capitais preparada para aceder a financiamentos.

Bernardo Maciel

CEO da Yunit Consulting

“Quando mais fortes foram as PME, mais o país está preparado para enfrentar novos desafios”, considera o CEO da Yunit Consulting.

“As pequenas e médias empresas não têm até estrutura interna para poder enfrentar os desafios todos com a competência ideal”, diz Maciel, numa altura em que as PME portuguesas têm dificuldade em ganhar dimensão e só 3,4% subiram de escalão em cinco anos.

Conheça os vencedores e as histórias:

  • Subcategoria Microempresa: Destilaria António Cuco

Numa altura em que não existiam destilarias de gin em Portugal, António Cuco, que na altura estava desempregado, decidiu transformar a incerteza em oportunidade, e juntamente com a mulher começou a produzir gin através de um alambique improvisado. E assim nasceu em 2014, em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, a Destilaria António Cuco, casa do Sharish Gin, que já está presente em mais de 30 países, dos EUA a Hong Kong. Com nove colaboradores, a destilaria faturou 1,25 milhões de euros.

António Cuco, fundador da Destilaria António CucoDestilaria António Cuco

“A distinção da empresa, na categoria microempresa, vem reconhecer a resiliência e a trajetória de coragem e inovação que tem vindo a percorrer, reforçando a sua visibilidade e notoriedade junto dos distribuidores, retalhistas e mercados externos, acelerando a ambição de levar o sabor de Reguengos de Monsaraz ainda mais longe”, assegura a Yunit Consulting, em comunicado.

  • Subcategoria Pequenas Empresas: Next Generation Chemistry

Fundada em 2018 no Porto, por Ricardo Costa, a Next Generation Chemistry (NGC) nasceu com o objetivo de fornecer produtos químicos para a indústria têxtil. Na pandemia reinventou-se e lançou uma máscara com um composto ativo capaz de eliminar o SARS-CoV-2, dando-se o ponto de viragem da sua atividade. Em 2023 deram mais um passo ao investir em biologia sintética, desenvolvendo produtos com base em microrganismos. O culminar desta nova visão deu origem ao lançamento do primeiro Bio detergente da empresa portuense que emprega 18 pessoas e fatura 3,9 milhões de euros.

“Este reconhecimento legitima a estratégia de transição ecológica da NGC, garantindo-lhe visibilidade e distinção num mercado competitivo”, refere a consultora Yunit Consulting.

  • Subcategoria Média Empresa: Serralharia Cunha

Fundada em 1988, em Braga, a Serralharia Cunha especializou-se na produção e instalação de caixilharia de alumínio e estruturas metálicas ligeiras e pesadas. Contudo, o período de 2010 a 2013 colocou a empresa à prova. Perante uma situação delicada, com incobráveis na ordem dos cinco milhões de euros que ameaçaram a continuidade do negócio, o fundador, António Martins, hipotecou todos os seus bens pessoais e a abriu, sem qualquer experiência nos mercados internacionais, os primeiros canais de exportação para a Bélgica e para a Argélia.

Esta estratégia, conduzida em conjunto com os seus filhos, Luís e Lúcia, devolveu-lhes solidez financeira e lançou as bases para um novo ciclo de crescimento internacional. Este ciclo ganha expressão com a assinatura de uma parceria estratégica com a multinacional norte americana Dextal que investiu dez milhões de euros numa nova unidade industrial, dedicada à produção de fachadas modulares para a construção.

“A distinção na categoria de Média Empresa dos Prémios Heróis PME 2025 veio reconhecer a sua resiliência, a sua visão estratégica e a forma como tem vindo a projetar a sua marca enquanto parceira de referência no mercado internacional, que exige eficácia produtiva, inovação tecnológica e compromisso ambiental em toda a cadeia de valor da construção”, nota a Yunit Consulting.

  • Categoria Fator S (Sustentabilidade): Twintex

Fundada em 1979, por António Mineiro, a Twintex nasceu da visão e determinação de um homem que, aos 34 anos e com uma sólida experiência profissional, se lançou no desafio de criar uma empresa dedicada à arte de fabricar vestuário infantil para o mercado nacional. Hoje, a Twintex é liderada pela segunda geração da família, Bruno e Mico Mineiro e especializou-se no desenvolvimento de vestuário de senhora e homem, tornando-se o “parceiro invisível” por detrás de muitas das grandes marcas de moda internacional. Emprega mais de 400 colaboradores diretos e trabalha diariamente com uma rede de mais de 2.000 profissionais, através dos seus 19 satélites de produção.

Mico Mineiro

“O Prémio Factor S destaca a Twintex como parceira sustentável estratégica, para marcas internacionais de referência, reforçando o seu posicionamento nos segmentos de moda e facilitando o acesso a novos mercados, onde a pegada ecológica é decisiva para a compra”, diz a consultora liderada por Bernardo Maciel.

  • Prémio Internacionalização: EST Empresa de Serviços Técnicos e Aleal Indústria de Mobiliário

Fundada em 1975, em Paredes, por Zeferino Leal, a Aleal nasceu da tradição e da mestria artesanal em madeira que, concentrada no mercado nacional. A aposta na internacionalização teve início há quase três décadas, em Angola e na Rússia. Atualmente, a empresa exporta 100% da sua produção para mais de 30 países, da Europa à Ásia e das Américas ao Médio Oriente. Hoje, a Aleal, que conta com a presença da segunda geração da família, representada pelas suas filhas, Daniela e Sandra Leal, já conquistou clientes de renome mundial como David Beckham e Sebastian Vettel.

“A distinção na categoria Internacionalização dos Prémios Heróis PME 2025 veio reconhecer a consolidação da rede comercial externa da Aleal e está totalmente em sintonia com a sua estratégia de expansão para novos destinos e segmentos de mercado, entre os quais o Médio Oriente e a Venezuela”, menciona a Yunit Consulting.

Fundada há 35 anos, a EST Empresa de Serviços Técnicos nasceu num momento de grande desafio pessoal de um dos seus sócios fundadores que, encontrando-se desempregado e a aguardar o nascimento da primeira filha, decidiu lançar-se por conta própria na área da eletricidade industrial. Porém, em 2001, o sócio fundador adquiriu a totalidade da empresa, assumindo a liderança. Durante alguns anos, a empresa concentrou-se no mercado nacional, mas a ambição de crescer levou-a a procurar novos horizontes.

O primeiro grande passo na sua internacionalização surge em Angola, há duas décadas, seguindo-se depois projetos pontuais no Uruguai. A entrada na Europa, iniciada na última década teve início nos países nórdicos e expandiu-se, rapidamente, a outros mercados europeus, como a Suécia, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Irlanda, França, Itália, entre outros. Atualmente, a EST conta com um volume de negócios de 31 milhões de euros, mais de 3.000 projetos realizados e emprega mais de 250 colaboradores.

“A distinção na categoria Internacionalização vem reconhecer à EST uma progressão que, não só com resiliência e capacidade de adaptação, mas também com visão estratégica, lhe permitiu ultrapassar desafios e crescer de forma sustentável”, refere a consultora.

  • Prémio Transformação Digital: Zone Soft

Fundada em 2005, a Zone Soft é uma empresa portuguesa com 20 anos de percurso no desenvolvimento de software empresarial. No entanto, num setor em constante transformação, a Zone Soft percebeu que necessitava de dar um passo decisivo na sua jornada de transformação digital, lançando o BIIP, uma web app que permite aos utilizadores realizar pedidos, pagar, dividir contas e obter faturas, tudo através do seu smartphone e sem necessidade de instalar aplicações, com integração total com o software de faturação no ponto de venda.

“O Prémio Heróis PME 2025 em Transformação Digital veio destacar a resiliência e a capacidade de inovação antecipada da Zone Soft, o que lhe permitiu reinventar-se com coragem, transformando o seu modelo de negócio para reforçar a sua liderança e notoriedade enquanto parceira de inovação para milhares de empresas portuguesas”, assegura a consultora.

  • Prémio Startup Revelação: ubbu

A ubbu nasceu em 2020, com a missão de democratizar o acesso à literacia digital e à educação em ciências da computação para todas as crianças. Numa altura em que o sistema educativo tradicional não está preparado para os desafios da revolução digital, a ubbu surge como uma resposta tecnológica ao risco de exclusão digital das novas gerações. Com sede em Portugal, na cidade de Lisboa, e com uma equipa de 16 colaboradores, esta plataforma digital, educativa e ‘gamificada’, combinando jogos, vídeos, quizes e projetos práticos, já impactou, ao dia de hoje, mais de 360.000 alunos e 3.660 professores em 830 escolas, com presença em mais de 20 países, destacando-se Portugal e Brasil.

“O prémio Startup Revelação vem destacar o contributo da ubbu no desenvolvimento e na promoção da literacia digital no sistema educativo nacional, promovendo a igualdade de oportunidades desde os primeiros anos. Este prémio reforça a notoriedade da empresa, numa fase em que, nos próximos 3 a 5 anos, pretende reforçar o investimento em ferramentas de inteligência artificial para programas de aprendizagem personalizados e de monitorização, em tempo real, do progresso dos alunos”, destaca a Yunit Consulting.

Desde 2017, o prémio Heróis PME, iniciativa levada a cabo pela YunitConsulting, já recebeu mais de 600 candidaturas e distinguiu cerca de 70 empresas, que em conjunto, geram mais de 500 milhões de euros de volume de negócios e empregam 5.400 colaboradores no país.

Este ano, o prémio registou um recorde absoluto de participação, com um total de 135 candidaturas recebidas, o que representa um aumento de 52% face a 2024, provenientes de 86 empresas diferentes – mais 56% do que no ano anterior. A categoria “Start-up Revelação” foi a que mais cresceu, com um aumento de 250% no número de candidaturas.

“Este grande crescimento demonstra que as PME portuguesas continuam a acreditar no seu valor e na importância de darem a conhecer as suas histórias de resiliência e superação”, conclui o líder da Yunit Consulting.

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Portugal sofre de Eurosclerose e está preso à ilusão de garantir “empregos para toda a vida”

A falta de mobilidade laboral em Portugal cristaliza o atraso económico, afetando a capacidade de adaptação e renovação das empresas, alerta um estudo que será apresenta no Fórum anual do BCE.

Quarenta anos depois do economista alemão Herbert Giersch ter cunhado o termo “Eurosclerose” para descrever a estagnação económica europeia, um novo estudo académico vem confirmar que o Velho continente continua a sofrer da mesma doença. E Portugal não escapa ao diagnóstico.

O economista Benjamin Schoefer, da Universidade da Califórnia em Berkeley, irá apresentar na próxima semana no Fórum anual do BCE em Sintra uma análise devastadora sobre como as rígidas instituições do mercado de trabalho europeu continuam a ser o calcanhar de Aquiles da competitividade face aos EUA, colocando Portugal entre os exemplos mais flagrantes dos problemas identificados.

Embora a Europa tenha largamente resolvido o problema do desemprego elevado que marcou as décadas de 1980 e 1990, Benjamin Schoefer ressalva que a Europa preservou as instituições laborais rígidas que agora se manifestam através de “baixo dinamismo” do mercado de emprego e da economia, notando que os europeus trocam de emprego com muito menos frequência e que também por isso a reestruturação empresarial é muito mais rara.

Mais de 30% dos trabalhadores portugueses mantêm-se no mesmo emprego há mais de 20 anos – um fenómeno de “empregos para toda a vida” que, longe de ser uma conquista social, pode estar a prejudicar gravemente a nossa produtividade e competitividade económica.

Isso é notório em Portugal, onde apesar de o país ter reduzido o desemprego global, continua a apresentar uma elevada incidência de contratos temporários (que atingiu os 17,9% em 2023, descendo ligeiramente para 16% em 2024), baixa mobilidade laboral entre empregos e uma estrutura de mercado laboral dual que separa trabalhadores protegidos dos precários.

Segundo o estudo “Eurosclerosis at 40: Labor Market Institutions, Dynamism, and European Competitiveness”, mais de 30% dos trabalhadores portugueses mantêm-se no mesmo emprego há mais de 20 anos – um fenómeno de “empregos para toda a vida” que, longe de ser uma conquista social, pode estar a prejudicar gravemente a nossa produtividade e competitividade económica.

Este número coloca Portugal ao nível da Grécia e Itália, países onde a mobilidade laboral é igualmente escassa, contrastando dramaticamente com os EUA, onde apenas 9% dos empregos duram mais de duas décadas, que faz com que, “uma vez que um trabalhador em França ou Itália perde o emprego e fica desempregado, esse estado vai durar algum tempo porque escapar ao desemprego é um evento relativamente raro”. A mesma lógica aplica-se a Portugal, onde a probabilidade mensal de um desempregado encontrar trabalho é cerca de metade da registada na Dinamarca.

A anatomia da esclerose europeia

A análise de Benjamin Schoefer agrupa Portugal no cluster dos países “mediterrânicos”, juntamente com Itália, Espanha e França, caracterizados por uma “prevalência elevada de contratos a termo certo” como escape à rigidez dos contratos permanentes. Este dualismo no mercado laboral português representa, segundo o estudo, “má dinâmica” em vez do tipo “bom” que ainda pode estar em falta e limitado pelas instituições do mercado de trabalho europeu.

O investigador demonstra que “países onde um indivíduo desempregado encontra um novo emprego lentamente, eles vão mantê-lo muito mais tempo uma vez empregados” — uma correlação que ilustra perfeitamente a realidade portuguesa, onde a dificuldade em encontrar trabalho leva os trabalhadores a permanecerem indefinidamente nas mesmas funções, mesmo quando estas se tornam obsoletas ou improdutivas.

O estudo lança um alerta específico sobre o impacto desta rigidez na capacidade de Portugal e de outros países europeus em competir nos setores tecnológicos e de inovação. “Atividades económicas relacionadas com TIC e inovações disruptivas, para empresas novas e estabelecidas, são deprimidas por instituições rígidas do mercado de trabalho”, argumenta Benjamin Schoefer, sugerindo que a incapacidade de facilitar a mobilidade laboral pode estar a condenar Portugal a ficar para trás na corrida tecnológica global.

Compreender como as instituições do mercado de trabalho europeu moldam os resultados macroeconómicos parece tão urgente agora como durante a crise do desemprego há cerca de 40 anos.

Benjamin Schoefer

Professor da da Universidade da Califórnia em Berkeley no relatório Eurosclerosis at 40: Labor Market Institutions, Dynamism, and European Competitiveness

Esta conclusão é particularmente significativa quando o autor revela que “países com EPL [legislação de proteção do emprego] elevado irão otimamente especializar-se em inovação incremental que melhora bens existentes em vez de inovação disruptiva”. Em termos práticos, significa que Portugal pode estar estruturalmente condenado a melhorar marginalmente produtos e serviços existentes, em vez de criar as tecnologias revolucionárias que dominam os mercados globais.

A investigação de Benjamin Schoefer estabelece ainda uma comparação entre Portugal e Espanha, mencionando as “experiências espanhola vs. portuguesa” como um dos “puzzles” mais intrigantes na evolução do desemprego europeu. Enquanto Espanha conseguiu implementar reformas significativas no seu mercado laboral, Portugal parece ter permanecido relativamente estático nas suas estruturas institucionais.

O académico é categórico na sua avaliação da urgência desta questão: “compreender como as instituições do mercado de trabalho europeu moldam os resultados macroeconómicos parece tão urgente agora como durante a crise do desemprego há cerca de 40 anos”. Para Portugal, esta urgência é amplificada por fatores como o envelhecimento populacional, as dificuldades crescentes de recrutamento, e a necessidade de transição para uma economia mais tecnológica e sustentável.

A classificação de Portugal entre os países com “estrutura industrial estática com poucas empresas novas a surgir para perturbar indústrias existentes ou desenvolver novos motores de crescimento” representa um desafio existencial para a economia nacional. Como conclui o estudo, sem reformas profundas que facilitem a mobilidade laboral e empresarial, Portugal pode estar condenado a “escolher entre ser líder em novas tecnologias, um farol de responsabilidade climática e um jogador independente no cenário mundial”, porque não conseguirá ser tudo ao mesmo tempo.

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