Xiaomi lança primeiro SUV elétrico e óculos com IA que permitem pagar só com o olhar

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Junho 2025

O YU7 será mais barato do que o Model Y da Tesla. Quanto aos Xiaomi AI Glasses, a funcionalidade mais aplaudida durante o evento foi a capacidade de realizar pagamentos ao olhar para um QR Code.

O evento de apresentação de novos produtos da Xiaomi, que decorreu na quinta-feira, em Pequim, trouxe novidades nos ramos da tecnologia e da mobilidade elétrica que prometem competir, respetivamente, com a Meta e a Tesla.

Uma delas é o novo automóvel SUV elétrico YU7, que tem uma autonomia de até 835 quilómetros, o que compara com os 719 quilómetros do mais recente Modelo Y da Tesla, lançado em janeiro.

O YU7 — que é o segundo carro da Xiaomi desde que a empresa chinesa, no ano passado, entrou neste setor com o sedan elétrico desportivo SU7 –, vai ser vendido a partir de 253.500 yuan (30.186 euros), quase 4% abaixo do preço do Modelo Y da Tesla na China.

Os modelos premium, o YU7 Pro e o YU7 Max, terão um custo de 279.900 (33.314 euros) e 329.900 yuan (39.265 euros), respetivamente.

O Xiaomi YU7 é o primeiro SUV da marca chinesa de tecnologiaD.R.

O CEO e fundador da Xiaomi, Lei Jun, disse pretender que o YU7 desafie o Modelo Y e alguns analistas entendem que o carro tem potencial para ser um sucesso. “O YU7 servirá para testar se a Xiaomi consegue alargar o seu apelo para além dos primeiros utilizadores e dos entusiastas da tecnologia, para se tornar um interveniente sério no segmento dos veículos elétricos para o mercado de massas”, afirmou Rosalie Chen, analista sénior da Third Bridge.

Outra das novidades são os óculos inteligentes Xiaomi AI Glasses, um dispositivo que pretende competir diretamente com os óculos da Meta desenvolvidos em colaboração com a Ray-Ban.

A empresa já tinha apresentado o seu primeiro conceito neste mercado em 2021, a que se seguiu um protótipo de realidade aumentada em 2023 e um modelo focado em reprodução de áudio que fez sucesso na China no último ano.

A diferença para o modelo apresentado na quinta-feira é a integração de funcionalidades de inteligência artificial (IA). Equipados com um processador Snapdragon AR1, os óculos têm cinco microfones e colunas que lhes permitem realizar chamadas de voz e ouvir música. A bateria tem 263 mAh e uma autonomia que a Xiaomi diz ser de 8 horas e 36 minutos, podendo ser carregada através de uma porta USB-C.

Além disso, têm a capacidade de gravar vídeos em resolução 1440p (Quad HD) até 30 fps com uma câmara de 12 megapíxeis com HDR, que também permite realizar transmissões em direto nas redes sociais, tirar fotografias e reconhecer objetos, plantas ou animais, como se tivesse um Google Lens integrado. O sistema pode ser controlado por voz ou através de uma pequena área de controlo na haste direita.

Outro aspeto inovador é a tecnologia eletrocrómica das lentes: deslizando o dedo numa das hastes, pode-se alterar a cor ou a opacidade das lentes. A Xiaomi criou dois modelos com esta funcionalidade: um que permite escurecer a lente (monocromático) e outro que alterna entre as cores roxo, azul, rosa e cinza.

Ainda assim, a funcionalidade mais aplaudida durante o evento foi a capacidade de realizar pagamentos apenas com o olhar. Ao focar um código QR, os Xiaomi AI Glasses processam a transação, um método de pagamento extremamente comum na Ásia através de plataformas como o WeChat.

Por enquanto, os óculos estão confirmados para ser vendidos apenas no mercado chinês, mas os preços, convertidos em euros, vão desde os 238 euros na versão padrão aos 357 euros na versão eletrocrómica a cores.

A Xiaomi revelou ainda que vai estabelecer parcerias com a BYD, a GAC Toyota e a Zhengzhou Nissan para construir um ecossistema que ligue humanos, casas e carros.

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Há quem poupe 365 euros com descida do IRS. Veja as simulações

Simulações feitas pela Deloitte para o ECO mostram que nova descida do IRS vai gerar poupança anual de 62 euros, no caso de um contribuinte com um salário mensal de 1.200 euros.

Quem recebe um salário bruto de seis mil euros por mês vai poupar 365 euros no conjunto do ano, com a nova descida do IRS proposta pelo Governo ao Parlamento. O cálculo é da Deloitte, que fez para o ECO um conjunto de simulações que mostram como se vai refletir o alívio fiscal proposto na carteira dos portugueses.

O Governo apresentou no Parlamento esta semana uma proposta para a redução das taxas de IRS de 0,5 pontos percentuais entre o primeiro e o terceiro escalões, 0,6 pontos percentuais entre o quarto e o sexto, e 0,4 pontos para o sétimo e oitavo escalões.

A taxa do nono (e último) escalão fica, assim, intocada, mas também estes contribuintes deverão sentir algum alívio, uma vez que o IRS é um imposto de aplicação progressiva.

Vamos aos exemplos. De acordo com as simulações da Deloitte, um solteiro sem dependentes com um salário de 1.200 euros tem hoje assegurado um rendimento líquido anual de 13.439 euros. Com a nova descida do IRS, esse valor subirá para 13.500 euros, o que significa que haverá uma poupança anual de 62 euros.

Já no caso de um solteiro (também sem dependentes) com um salário de 2.500 euros mensais brutos, a poupança prevista é de 166 euros. Ou seja, o seu rendimento líquido anual passará de 24.582 euros para 24.748 euros.

À medida que o vencimento vai aumentando, também será mais expressiva a poupança. Por exemplo, um solteiro (sem dependentes) com um salário de seis mil euros mensais pode contar com um alívio de 365 euros no conjunto do ano, vendo o seu rendimento líquido anual passar, assim, dos atuais 49.396 euros para 49.761 euros.

No caso dos solteiros com um dependente (menor de três anos), as simulações da Deloitte mostram que a poupança deverá ser semelhante aos casos já referidos. Isto é, 62 euros anuais para um salário de 1.200 euros, 207 euros para um salário de 2.500 euros e 365 euros para um salário de seis mil euros, como mostram as tabelas abaixo (que incluem ainda outros níveis de rendimento).

No caso dos casados, o alívio também não diverge muito. Vejamos o caso de dois titulares (sem dependentes) com um salário de 1.500 euros cada. No total do ano, esse casal tem um rendimento bruto de 42 mil euros, e, desse valor, hoje leva para casa 32.505 euros. Já com a nova descida do IRS, passa a receber, em termos líquidos 32.670 euros, o que corresponde a uma poupança de 165 euros (cerca de 83 euros por titular).

Já no caso de um casal (dois titulares) com um dependente e um salário de 2.000 euros cada, a poupança estimada pela Deloitte é de 248 euros (124 euros por titular). Isto porque o rendimento líquido anual total do casal passará dos atuais 41.934 euros para 42.182 euros, com a descida do IRS proposta pelo Governo.

Por fim, vejamos o caso de um casal (dois titulares) com dois filhos e um salário de 3.000 euros cada, o rendimento líquido anual total passa de 58.267 euros para 58.681 euros. Quer isto dizer que a proposta do Executivo de Luís Montenegro será sinónima de uma poupança de 414 euros (207 euros por titular).

É de notar que as alterações ao IRS propostas pelo Governo carecem ainda de “luz verde” do Parlamento, pelo que não é certo que contornos terão efetivamente, tendo em conta que o PSD e o CDS-PP não têm maioria absoluta e a oposição (Chega e PS) têm preferido focar a redução do IRS nos rendimentos mais baixos.

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Ministro da Economia diz que bloqueio parlamentar à redução do IRS não seria bem recebido

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Manuel Castro Almeida admitiu esta sexta-feira que a redução do IRS proposta pelo Governo poderá avançar ainda este ano.

O ministro da Economia admitiu esta sexta-feira que a redução do IRS proposta pelo Governo poderá avançar ainda este ano, considerando que uma eventual oposição parlamentar à medida “não iria ser bem recebida pelos portugueses”.

“Seria muito estranho ver partidos travarem uma descida de impostos sobre os rendimentos dos trabalhadores”, afirmou Manuel Castro Almeida, à margem da cerimónia de inauguração do novo bloco logístico da Mercadona, em Almeirim, no distrito de Santarém.

“Os portugueses iriam estranhar imenso uma reação dessas”, acrescentou o ministro da Economia e da Coesão Territorial, sublinhando que o objetivo do Governo é colocar mais rendimento disponível nas mãos dos trabalhadores, de forma a estimular o consumo.

Se há uma baixa de impostos, vai ficar mais dinheiro disponível no bolso dos trabalhadores para os trabalhadores fazerem com isso o que quiserem e poderem consumir mais”, referiu.

O governante defendeu ainda que a medida deve ser concretizada “o quanto antes”. “Se vai haver baixa de impostos, que seja o quanto antes. Quanto mais cedo, melhor. A ideia é que seja ainda este ano”, disse.

O diploma deu entrada no parlamento na quarta-feira e prevê uma redução adicional no IRS de 500 milhões de euros este ano de 0,5 pontos percentuais entre o primeiro e terceiro escalões, 0,6 pontos percentuais entre o quarto e sexto e 0,4 pontos percentuais no sétimo e oitavo.

Entretanto, o parlamento aprovou esta sexta-feira o pedido de urgência do Governo para apreciação da proposta de lei do Governo sobre IRS, apenas com a abstenção do PCP.

Durante a cerimónia de inauguração do novo bloco logístico da Mercadona, o governante destacou a relevância do investimento estrangeiro realizado na região e o seu impacto positivo na criação de postos de trabalho bem remunerados.

“É um investimento que aposta em Portugal, com inovação, aumento da competitividade e da produtividade. Isso é essencial para aumentar os salários”, frisou.

Castro Almeida realçou também que os salários praticados na Mercadona são “substancialmente superiores ao salário mínimo nacional”, o que considerou ser um “fator muito positivo”.

Apontando o lucro como motor do investimento e do crescimento económico, o ministro defendeu ainda que Portugal deve criar condições para “mais investimento e reinvestimento” e considerou que um sistema económico competitivo pode permitir pagar salários “ao nível do que se paga no estrangeiro”.

O ministro da Coesão Territorial reiterou ainda o compromisso do Governo com a desburocratização e defendeu mudanças legislativas para acelerar os processos administrativos.

“Queremos uma guerra à burocracia. Quando a lei atrapalha, a solução é alterá-la”, afirmou, adiantando que o Governo está a preparar mudanças no regime de licenciamento industrial.

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Vanguard vende ativos turísticos na Comporta

  • ECO
  • 27 Junho 2025

Promotora imobiliária do francês Claude Berda contratou a Alantra para vender os lotes turísticos e hoteleiros do Torres e Dunas, projetos que estão a ser desenvolvidos na Herdade da Comporta.

A Vanguard Properties, a imobiliária de luxo do milionário francês Claude Berda, colocou à venda ativos turísticos em projetos que está a desenvolver na Comporta, tendo contratado a Alantra para avançar com a operação, adianta o Jornal Económico (acesso pago).

A promotora imobiliária está a vender alguns lotes turísticos e hoteleiros do Torre e do Dunas para se concentrar nos lotes residenciais, primeiro no Torre, cuja infraestrutura está concluída, e mais tarde no Dunas, que inclui um campo de golfe que já foi inaugurado.

Fonte oficial da Vanguard Properties confirmou ao jornal que “se encontra a negociar a alienação de ativos considerados não estratégicos”, designadamente “projetos de natureza turística” e cuja venda assenta na estratégia centrar esforços no segmento residencial.

A Alantra já está a fazer chegar o teaser a potenciais investidores, incluindo outros promotores imobiliários.

Além dos ativos turísticos na Herdade Comporta, comprada em 2019 em parceria com a Amorim Luxury por 157,5 milhões de euros, a Vanguard Properties também vai vender o The Shore Residences, no Algarve, tendo contratado a consultora imobiliária Dils para essa transação.

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Marcelo considera que descida do IRS “pode permitir efeitos úteis” em 2026

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

O Presidente da República considerou que a descida do IRS "pode permitir efeitos úteis" em 2026 e que a conjuntura financeira permite esse "estímulo à economia" e o investimento em defesa.

O Presidente da República considerou esta sexta-feira que a descida do IRS proposta pelo Governo “pode permitir efeitos úteis” em 2026 e que a conjuntura financeira permite esse “estímulo à economia” e, simultaneamente, o investimento em defesa.

À saída do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, interrogado pelos jornalistas sobre os compromissos de investimento em defesa assumidos no quadro da NATO, Marcelo Rebelo de Sousa focou-se “no imediato” e na meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até ao fim deste ano, defendendo que “é cumprível”.

Vejam que acaba de ser anunciada uma baixa do IRS, entre outras medidas sociais, o que significa que há um Orçamento, e, portanto, um clima financeiro, que permite, por um lado, olhar para a realidade social e para o estímulo à economia, e, por outro lado, cumprir os 2%“, declarou.

Questionado sobre a descida das taxas de IRS até ao oitavo escalão proposta pelo Governo, o chefe de Estado realçou que “foi um compromisso eleitoral” da AD (PSD/CDS-PP).

“O Governo assumiu, os portugueses votaram, e, portanto, vai cumprir esse compromisso eleitoral das últimas legislativas. A experiência que nós temos, nomeadamente em relação ao que se passou em anos anteriores, é de que uma gestão criteriosa, com capacidade financeira para o fazer, pode permitir efeitos úteis no ano que vem”, considerou.

O Presidente da República realçou que “há fundos estruturais que até este momento têm um grau de execução à volta de 8 mil milhões de euros”, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e que a sétima prestação de financiamento “irá até aos 13 mil milhões de euros”.

“O esquema de aplicação, envolvendo várias estruturas ligadas ao Estado, é um esquema que penso que vai permitir agilizar a chegada ao terreno, com mais prazo, e com uma projeção no final deste ano, mas, sobretudo, no ano que vem.”, prosseguiu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “o ano de grande desafio é o ano que vem”.

“Depois a questão é outra, começa a ser o Portugal 2030. É outro mecanismo de fundos europeus, esse está mais atrasado, tem um prazo maior, mas também tem condições menos atrativas, porque a entrada dos fundos europeus não é a 100%, é a menos”, referiu.

“Logo, eu diria que a conjugação disto tudo é fazível, mas o ano teste, no fim deste ano é muito importante, mas o ano teste vai ser 2026”, reforçou.

Sobre a recente cimeira da NATO, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que considera que há condições para Portugal atingir os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa.

“Com aquilo que já está previsto e mais algumas decisões que serão anunciadas brevemente, de investimentos, e no quadro dos meios disponíveis e da flexibilidade do orçamento, penso que é cumprível”, disse.

O Presidente da República salientou que “os 5% foram adiados, como perceberam, de 2032 para 2035″ e que “em 2029 haverá a possibilidade, a meio desse processo, de fazer uma avaliação”.

No seu entender, a reavaliação “é uma flexibilização útil” e o prazo de 2035 “dá uma amplitude enorme”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “as ideias que Portugal defendia, e muitos outros países defendiam, de alteração da proposta inicial, foram introduzidas na proposta final, e isso facilita o poder olhar para o futuro com a ideia de cumprir aquilo que foi assumido”.

No Centro Cultural de Belém, o chefe de Estado participou na cerimónia de entrega da Bolsa Jorge de Mello – Indústria e Inovação, da Fundação Amélia de Mello, em parceria com a Cotec Portugal, ao investigador Jaime Santos, professor da Universidade de Coimbra, pelo desenvolvimento de uma tecnologia para controlo de qualidade no setor farmacêutico.

Segundo um comunicado, houve 55 candidaturas a esta bolsa, no valor de 150 mil euros, atribuída a projetos de investigação científica com forte aplicação industrial e elevado impacto económico e tecnológico, e foram também entregues duas menções honrosas e distinguidos dois projetos finalistas.

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Comissão da Carteira de Jornalista volta a não conseguir eleger presidente mas já há acordo à vista

O plenário da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista voltou a não conseguir eleger um presidente por empate nas votações. Impasse já dura há cerca de cinco meses, mas vislumbra-se um acordo.

A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) voltou a não conseguir eleger um presidente no plenário desta sexta-feira, tal como o +M já tinha antecipado que deveria acontecer. O empate nas votações para a nomeação do presidente da CCPJ tem feito com que o processo de eleição se venha a arrastar desde fevereiro, mas já se vislumbra um acordo.

No plenário desta sexta-feira os membros eleitos pelos jornalistas e os elementos designados pelos operadores do setor reconheceram que “é preciso união e encontrar uma solução“, pelo que houve o comprometimento de encontrar uma nova pessoa, por cada uma das partes, para propor à presidência, explicou ao +M Luís Mendonça, um dos elementos da CCPJ designados pelos operadores do setor.

Seguir-se-ão depois negociações “informais” entre as duas partes para a escolha do novo presidente, pelo que no próximo plenário (que ainda não tem data marcada) o novo presidente da CCPJ já estará escolhido, sendo então formalizado através de votação na reunião.

Um aspeto importante, e que pode fazer a diferença, é que os elementos eleitos pelos jornalistas alargaram agora a exigência que faziam previamente, pelo que não se opõem a alguém que não seja atualmente jornalista, desde que já tenha exercido a profissão, “o que abre mais possibilidades”, avança Luís Mendonça. “O que não querem é que seja só jurista e nós também estamos dispostos a isso“, acrescenta.

Depois de terminado o mandato de Licínia Girão, o processo de cooptação do novo presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) teve início a 19 de fevereiro, com a entrada em funções do novo Plenário, tendo-se seguido um período para apresentação de candidatos. Os nomes propostos à votação têm dividido por igual o número de votantes, não conseguindo assim nenhum deles obter a maioria prevista na lei.

O impasse, recorde-se, deve-se ao facto de os membros eleitos pelos jornalistas terem vindo a defender que deve ser um jornalista a presidir ao órgão, enquanto os membros eleitos pelos operadores do setor da comunicação social não apresentam uma linha de critério tão “fechada”, apontando inclusive que a lei defende que o elemento a ser eleito deve ser um “jurista” e não um jornalista, dividindo os votos por igual.

Sublinhe-se que o presidente da CCPJ tem de ser “um jurista de reconhecido mérito e experiência na área da comunicação social, cooptado, por maioria absoluta, pelos oito jornalistas que compõem a CCPJ”, segundo o Regime de Organização e Funcionamento da CCPJ e da Acreditação Profissional dos Jornalistas.

Os membros eleitos pelos jornalistas têm vindo a propor o nome de Luísa Meireles, formada em direito e atual diretora de informação da agência Lusa, que no entanto não tem tido acolhimento junto dos membros eleitos pelos operadores do setor da comunicação social, tal como voltou a acontecer esta sexta-feira.

Já os elementos designados pelos operadores do setor da comunicação social começaram por apresentar o nome do advogado Henrique Pires Teixeira — que já chegou a ser presidente da CCPJ durante o triénio 2015/2018 –, o qual também não reuniu consenso. Esta sexta-feira apresentaram um novo nome — que não quiseram divulgar — mas o mesmo também não foi eleito.

Luís Mendonça já tinha avançado ao +M que, perante o recorrente empate entre Luísa Meireles e Henrique Pires Teixeira, estes dois nomes já “não fazem parte da equação”, referindo que tinha “ficado combinado” no anterior plenário a apresentação de uma “terceira via”, ou seja, de outros candidatos, por ambas as partes, algo que os membros eleitos pelos jornalistas não fizeram.

Já Alexandra Correia, porta-voz dos elementos eleitos pelos jornalistas, defendeu que a apresentação de uma terceira via foi “uma sugestão”, não tendo isso ficado efetivamente combinado. Segundo a porta-voz, essa opção não foi recusada pelos eleitos pelos jornalistas, mas também não houve um comprometimento em apresentar outro nome neste plenário, até porque o nome que tinham indicado era “fortíssimo” e “credível”.

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Encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados chumbado pela Assembleia da República

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

O encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e o limite da sua atividade até às 22h00 foi chumbado esta sexta-feira na Assembleia da República.

O encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e o limite da sua atividade até às 22h00 foi chumbado esta sexta-feira na Assembleia da República. O assunto tinha sido discutido na sessão plenária de quinta-feira, na qual a grande maioria dos partidos já tinha desvendado o seu sentido de voto, deixando claro o chumbo das propostas.

Um grupo de cidadãos apresentou uma proposta de alteração ao regime dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.

Esta proposta, subscrita por mais de 23.000 pessoas, previa o encerramento do comércio aos domingos e feriados e a redução do período de funcionamento destes espaços até às 22h00.

PSD, PS, IL e CDS-PP votaram esta sexta-feira contra esta proposta, o Chega absteve-se e as restantes forças políticas votaram a favor.

O Bloco de Esquerda apresentou um projeto de lei que também tinha em vista o encerramento das grandes superfícies comerciais aos domingos e feriados.

O diploma contém uma exceção para os cinemas e estabelecimentos de restauração.

Este projeto foi rejeitado pelo PSD, Chega, IL e pelo CDS-PP, enquanto os restantes partidos votaram a favor.

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BESA: Transferências para o Sporting entre operações que banco não explicou

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Várias transferências para o Sporting com origem no Banco Espírito Santo Angola (BESA) estão entre as operações que este se escusou a explicar ao BES, disse auditora.

Várias transferências para o Sporting com origem no Banco Espírito Santo Angola (BESA) estão entre as operações que este se escusou a explicar ao BES, disse esta sexta-feira em tribunal uma responsável pela auditoria pedida pelo Banco de Portugal.

“Foi uma questão transversal. A maior parte das vezes em que são feitos pedidos de esclarecimentos ao BESA, não existe resposta ou existe resposta inconclusiva”, sublinhou, ao testemunhar no julgamento do caso BESA, em Lisboa, a responsável pela parte sobre a subsidiária angolana da auditoria ao BES pedida em 2014 pelo Banco de Portugal à consultora Deloitte.

Vera Pita falava depois de ter sido questionada pelo Ministério Público sobre um pedido do departamento de ‘compliance’ (fiscalização do cumprimento dos procedimentos) do BES ao BESA para que este enquadrasse quatro transferências para o Sporting, concretizadas com recurso a uma conta do banco angolano sediada no BES em Lisboa.

À solicitação, feita ao abrigo da lei de prevenção do branqueamento de capitais, “não foi dada resposta”.

A consultora financeira ressalvou que o pedido não significa que uma “operação seja irregular”, mas sim que há fatores de risco acrescidos, como o montante das transferências e tratar-se de uma entidade desportiva.

Segundo a acusação do Ministério Público, o à data presidente do BESA, Álvaro Sobrinho, terá ordenado em 2011 e 2012 a transferência de um total de cerca de 15 milhões de euros para uma conta da Sporting SAD, usando como seus fundos cedidos pelo BES para aumentar a liquidez da subsidiária angolana.

O banqueiro angolano, de 62 anos, é um dos cinco arguidos no processo, que incide, sobretudo, sobre o alegado desvio de fundos entre 2007 e 2012 de financiamentos entre o BES e o BESA em linhas de crédito do Mercado Monetário Internacional (MMI) e em descoberto bancário.

Entre os restantes acusados, estão o ex-banqueiro Ricardo Salgado, de 81 anos e doente de Alzheimer, e o seu antigo braço-direito, Amílcar Morais Pires, de 63 e o único que, até ao momento, prestou declarações no julgamento.

Em geral, os arguidos respondem por abuso de confiança, branqueamento e burla e negam a prática dos crimes. O julgamento começou em 05 de maio passado, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, e a consultora da Deloitte é a primeira testemunha a ser ouvida. O BES faliu no verão de 2014 e o BESA foi liquidado em outubro seguinte.

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Apesar da turbulência, banca europeia mantém rentabilidade elevada e estável

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Os lucros dos bancos europeus cresceram 9,1%, com uma rendibilidade dos capitais próprios de 10,5% nos últimos três meses, apesar da turbulência causada pela situação geopolítica e guerra comercial.

Os bancos europeus mantiveram os níveis de rentabilidade elevados e estáveis no primeiro trimestre, apesar da turbulência causada pela situação geopolítica e pela guerra comercial desencadeada pelos EUA, e não há sinais de deterioração significativa na qualidade dos ativos.

Este é o diagnóstico feito pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, European Banking Authority) no relatório de risco publicado hoje com base nas indicações das instituições financeiras sobre os seus resultados do primeiro trimestre, no qual aponta para uma subida do custo do risco, o que pode indicar que começaram a aumentar as provisões devido ao agravamento da situação geopolítica.

A EBA não apresenta os dados agregados dos bancos para esse primeiro trimestre, mas recorda que, em 2024, os lucros cresceram globalmente cerca de 9,1%, com uma rendibilidade dos capitais próprios (RoE) de 10,5% nos últimos três meses, ligeiramente superior à registada no mesmo trimestre do ano anterior (10,4%).

Isto foi possível apesar das reduções das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE), que baixam mecanicamente as suas margens, porque conseguiram compensar este facto com uma melhoria das receitas de comissões e outras operações de mercado.

Com efeito, olhando para os próximos seis a 12 meses, os bancos acreditam que é esta parte da atividade que irá proporcionar a maior parte do aumento da sua rentabilidade (mais de 60% do total, em comparação com cerca de 50% anteriormente), enquanto as receitas de juros representarão uma parte ligeiramente menor (cerca de 35%).

No ano passado, o pico de rentabilidade das instituições europeias foi atingido no terceiro trimestre, com um RoE de 11,1%, com diferenças notáveis entre os bancos dos 30 países analisados pela EBA (os da UE, mas também os do Espaço Económico Europeu).

Nos últimos três meses, em comparação com um RoE médio de 10,5%, o de Itália foi de 14,7%, o de Espanha de 14,6% e os da Roménia, Hungria e Chipre ultrapassam 20%, muito acima dos outros dois grandes países da zona euro, a Alemanha (6,6%) e a França (6,6%).

A EBA alerta para o facto de as tensões geopolíticas serem elevadas e também para as potenciais consequências da guerra comercial desencadeada por Donald Trump, uma vez que “as economias da UE podem ser particularmente afetadas devido à sua abertura e dependência dos fluxos comerciais internacionais”.

Os setores que identifica como mais vulneráveis devido ao peso significativo nas exportações são o automóvel, farmacêutico, siderúrgico e mineiro, bem como a agricultura.

O especialista observa que alguns bancos têm uma exposição significativa a esta atividade e também aos Estados Unidos através da dívida soberana.

No que respeita à exposição aos Estados Unidos, a Alemanha é o país com maior exposição (superior a 10%), mas a França, os Países Baixos e Espanha também têm exposições significativas (cerca de 8%).

Os autores do relatório referem que os riscos geopolíticos têm impacto em vários aspetos das operações dos bancos, pelo que “é importante incorporar estas considerações de risco nos processos empresariais”.

Por outro lado, no ano passado, os bancos aumentaram os ativos em 3,2%, para um total de 28,2 biliões de euros.

No que se refere aos créditos não produtivos, a sua quota-parte relativa aumentou ligeiramente para 1,88% no final do ano, o que é, de qualquer modo, baixo em termos históricos. Em termos de volume, representavam 375.000 milhões de euros, mais 10.000 milhões do que no ano anterior.

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Relação obriga CGD a atualizar subsídio de refeição nas férias. Banco recorre para o Supremo

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Relação de Lisboa decidiu obrigar a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a atualizar o subsídio de refeição pago aos trabalhadores no período de férias, congelado desde 2017.

O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu obrigar a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a atualizar o subsídio de refeição pago aos trabalhadores no período de férias, congelado desde 2017, tendo o banco público confirmado que vai recorrer.

A decisão foi comunicada esta semana pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), no seu portal, que refere que a Relação de Lisboa condenou a Caixa a pagar aos trabalhadores admitidos até 30 de abril de 2017 “as diferenças entre os valores que a ré liquidou em 2018 e nos anos subsequentes, e os valores fixados, em cada ano, para esse subsídio de refeição”, bem como juros moratórios.

De igual forma, o banco vai ter de “pagar, no período de férias, um subsídio de refeição de acordo com o montante estabelecido, em cada ano, para esse subsídio de refeição”.

O sindicato considera que o valor pago foi “ilicitamente congelado pela CGD, desde 2017”, resultando numa diminuição ilegal da retribuição dos trabalhadores.

Em resposta à Lusa, fonte da CGD confirmou que a decisão da Relação de Lisboa defende que o banco público deve pagar a diferença entre o valor pago em cada ano e o valor atualizado para cada ano desde então, bem como proceder da mesma forma para o futuro.

A mesma fonte garantiu que o banco vai recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça.

“A CGD cumpre de forma escrupulosa os acordos celebrados com o STEC em setembro de 2019 e janeiro de 2022” refere, explicando que, por isso, paga um valor fixo de 233,10 euros por ano, no mês de junho, aos trabalhadores admitidos até abril de 2017 “a título de subsídio de refeição nas férias”.

A fonte registou que o STEC apresentou duas ações judiciais alguns anos após a celebração destes acordos e nos quais pediu a atualização anual do valor pago a título de subsídio de refeição nas férias.

Após a absolvição integral da CGD pelo tribunal de primeira instância, o STEC recorreu e a decisão da Relação de Lisboa manteve a absolvição de o banco pagar este subsídio aos trabalhadores em pré-reforma e contratados após abril de 2017.

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Ex-deputado do Chega Miguel Arruda ouvido pelo tribunal na próxima semana

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Esta será a primeira vez que o antigo deputado do Chega é ouvido no âmbito do processo que levou à sua saída do partido liderado por André Ventura, em janeiro deste ano.

O ex-deputado do Chega Miguel Arruda, arguido por suspeitas de furto de malas nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, vai ser ouvido na próxima semana, dia 3 de julho, no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.

De acordo com a informação avançada à Lusa por fonte próxima do processo, esta será a primeira vez que o antigo deputado do Chega é ouvido no âmbito do processo que levou à sua saída do partido liderado por André Ventura, em janeiro deste ano.

No final de janeiro, o tribunal pediu à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar de Miguel Arruda – que, nessa altura, já estava como deputado não inscrito -, tendo a Comissão Parlamentar da Transparência dado luz verde, permitindo assim que o ex-deputado pudesse ser ouvido como arguido.

Em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade. Miguel Arruda terá furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas do aeroporto de Lisboa quando viajava vindo dos Açores no início das semanas de trabalhos parlamentares.

O antigo deputado foi constituído arguido a 21 de janeiro, no dia em que a PSP fez buscas na sua casa de Lisboa e de São Miguel. Poucos dias depois, a 27 de janeiro, foram feitas buscas no gabinete de Miguel Arruda.

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Apagão. PSD, Chega e CDS chumbam proposta de inquérito parlamentar do Livre

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Iniciativa do Livre teve a abstenção do PS, Iniciativa Liberal e PAN, enquanto o PCP e os deputados únicos do Bloco de Esquerda e Juntos Pelo Povo (JPP) votaram a favor.

PSD, CDS e Chega chumbaram esta sexta-feira a proposta de inquérito parlamentar apresentada pelo Livre sobre a preparação, prontidão e planeamento de crises e emergências de larga escala na sequência do apagão energético de 28 de abril.

A iniciativa do Livre teve a abstenção do PS, Iniciativa Liberal e PAN, tendo o apoio do PCP e dos deputados únicos do Bloco de Esquerda e Juntos Pelo Povo (JPP).

Na mesma séria de votações, foi também reprovada pelo PSD, Chega, Iniciativa Liberal e CDS, com a abstenção do PS e PAN, uma proposta de aditamento apresentada pelo PCP ao diploma que requeria a abertura do inquérito parlamentar sobre as causas do apagão.

Na quinta-feira, durante o debate em plenário, PSD e CDS classificaram “como extemporânea” a proposta de inquérito parlamentar do Livre, alegando que o Governo vai apresentar em breve um conjunto de medidas para aumentar a resiliência e autonomia de Portugal em matéria de sistemas energéticos e de telecomunicações.

O Chega acusou o Livre de estar a fazer um favor ao PS com a sua iniciativa, procurando encobrir as responsabilidades dos governos socialistas que se “vergaram a Bruxelas” em matéria de aposta em energias verdes.

Na abertura do debate em plenário, o deputado do Livre Jorge Pinto referiu que Portugal teve o maior apagão energético da sua história, com perdas económicas que poderão ter atingido os mil milhões de euros.

Jorge Pinto procurou assegurar que o Livre não pretendia apontar culpados, mas, antes, perceber o que correu mal para que não volte a acontecer e para que o país esteja mais bem preparado para responder a eventos extremos, acidentes naturais, ou, por exemplo, ataques terroristas.

A posição do Livre mereceu o apoio do deputado do JPP, Filipe Sousa, enquanto o PCP, por Alfredo Maia, e Mariana Mortágua, pelo Bloco de Esquerda, associaram o que aconteceu à fraqueza do poder público e ao peso do privado no setor energético. Alfredo Maia falou mesmo numa “capitulação” do poder político perante os interesses dos privados.

O PS, por intermédio do deputado Pedro Vaz, demarcou-se da ideia de constituição de um inquérito parlamentar e frisou que a bancada socialista avançará com a constituição de um grupo de trabalho sobre as causas do apagão no âmbito da comissão de ambiente.

Pela parte da Iniciativa Liberal, o deputado Jorge Teixeira considerou grave o que aconteceu no apagão, sobretudo por ter atingido o SIRESP, hospitais e o sistema de telecomunicações, mas considerou que, em primeiro lugar, o debate deve ocorrer em sede de comissões parlamentares. “Se não houver esclarecimentos, então admitimos uma comissão de inquérito”, disse.

Num dos momentos mais acesos do debate, o deputado do Chega Pedro Frazão ligou mesmo o Livre aos “terroristas climáticos” e classificou a proposta de inquérito parlamentar “como uma farsa”, num país que “se ajoelhou” perante os dogmas climáticos. Antes, em contraponto, Mariana Mortágua tinha alertado contra o discurso do lóbi do nuclear e do fóssil.

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