Encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados chumbado pela Assembleia da República

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

O encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e o limite da sua atividade até às 22h00 foi chumbado esta sexta-feira na Assembleia da República.

O encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e o limite da sua atividade até às 22h00 foi chumbado esta sexta-feira na Assembleia da República. O assunto tinha sido discutido na sessão plenária de quinta-feira, na qual a grande maioria dos partidos já tinha desvendado o seu sentido de voto, deixando claro o chumbo das propostas.

Um grupo de cidadãos apresentou uma proposta de alteração ao regime dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.

Esta proposta, subscrita por mais de 23.000 pessoas, previa o encerramento do comércio aos domingos e feriados e a redução do período de funcionamento destes espaços até às 22h00.

PSD, PS, IL e CDS-PP votaram esta sexta-feira contra esta proposta, o Chega absteve-se e as restantes forças políticas votaram a favor.

O Bloco de Esquerda apresentou um projeto de lei que também tinha em vista o encerramento das grandes superfícies comerciais aos domingos e feriados.

O diploma contém uma exceção para os cinemas e estabelecimentos de restauração.

Este projeto foi rejeitado pelo PSD, Chega, IL e pelo CDS-PP, enquanto os restantes partidos votaram a favor.

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BESA: Transferências para o Sporting entre operações que banco não explicou

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Várias transferências para o Sporting com origem no Banco Espírito Santo Angola (BESA) estão entre as operações que este se escusou a explicar ao BES, disse auditora.

Várias transferências para o Sporting com origem no Banco Espírito Santo Angola (BESA) estão entre as operações que este se escusou a explicar ao BES, disse esta sexta-feira em tribunal uma responsável pela auditoria pedida pelo Banco de Portugal.

“Foi uma questão transversal. A maior parte das vezes em que são feitos pedidos de esclarecimentos ao BESA, não existe resposta ou existe resposta inconclusiva”, sublinhou, ao testemunhar no julgamento do caso BESA, em Lisboa, a responsável pela parte sobre a subsidiária angolana da auditoria ao BES pedida em 2014 pelo Banco de Portugal à consultora Deloitte.

Vera Pita falava depois de ter sido questionada pelo Ministério Público sobre um pedido do departamento de ‘compliance’ (fiscalização do cumprimento dos procedimentos) do BES ao BESA para que este enquadrasse quatro transferências para o Sporting, concretizadas com recurso a uma conta do banco angolano sediada no BES em Lisboa.

À solicitação, feita ao abrigo da lei de prevenção do branqueamento de capitais, “não foi dada resposta”.

A consultora financeira ressalvou que o pedido não significa que uma “operação seja irregular”, mas sim que há fatores de risco acrescidos, como o montante das transferências e tratar-se de uma entidade desportiva.

Segundo a acusação do Ministério Público, o à data presidente do BESA, Álvaro Sobrinho, terá ordenado em 2011 e 2012 a transferência de um total de cerca de 15 milhões de euros para uma conta da Sporting SAD, usando como seus fundos cedidos pelo BES para aumentar a liquidez da subsidiária angolana.

O banqueiro angolano, de 62 anos, é um dos cinco arguidos no processo, que incide, sobretudo, sobre o alegado desvio de fundos entre 2007 e 2012 de financiamentos entre o BES e o BESA em linhas de crédito do Mercado Monetário Internacional (MMI) e em descoberto bancário.

Entre os restantes acusados, estão o ex-banqueiro Ricardo Salgado, de 81 anos e doente de Alzheimer, e o seu antigo braço-direito, Amílcar Morais Pires, de 63 e o único que, até ao momento, prestou declarações no julgamento.

Em geral, os arguidos respondem por abuso de confiança, branqueamento e burla e negam a prática dos crimes. O julgamento começou em 05 de maio passado, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, e a consultora da Deloitte é a primeira testemunha a ser ouvida. O BES faliu no verão de 2014 e o BESA foi liquidado em outubro seguinte.

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Apesar da turbulência, banca europeia mantém rentabilidade elevada e estável

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Os lucros dos bancos europeus cresceram 9,1%, com uma rendibilidade dos capitais próprios de 10,5% nos últimos três meses, apesar da turbulência causada pela situação geopolítica e guerra comercial.

Os bancos europeus mantiveram os níveis de rentabilidade elevados e estáveis no primeiro trimestre, apesar da turbulência causada pela situação geopolítica e pela guerra comercial desencadeada pelos EUA, e não há sinais de deterioração significativa na qualidade dos ativos.

Este é o diagnóstico feito pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, European Banking Authority) no relatório de risco publicado hoje com base nas indicações das instituições financeiras sobre os seus resultados do primeiro trimestre, no qual aponta para uma subida do custo do risco, o que pode indicar que começaram a aumentar as provisões devido ao agravamento da situação geopolítica.

A EBA não apresenta os dados agregados dos bancos para esse primeiro trimestre, mas recorda que, em 2024, os lucros cresceram globalmente cerca de 9,1%, com uma rendibilidade dos capitais próprios (RoE) de 10,5% nos últimos três meses, ligeiramente superior à registada no mesmo trimestre do ano anterior (10,4%).

Isto foi possível apesar das reduções das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE), que baixam mecanicamente as suas margens, porque conseguiram compensar este facto com uma melhoria das receitas de comissões e outras operações de mercado.

Com efeito, olhando para os próximos seis a 12 meses, os bancos acreditam que é esta parte da atividade que irá proporcionar a maior parte do aumento da sua rentabilidade (mais de 60% do total, em comparação com cerca de 50% anteriormente), enquanto as receitas de juros representarão uma parte ligeiramente menor (cerca de 35%).

No ano passado, o pico de rentabilidade das instituições europeias foi atingido no terceiro trimestre, com um RoE de 11,1%, com diferenças notáveis entre os bancos dos 30 países analisados pela EBA (os da UE, mas também os do Espaço Económico Europeu).

Nos últimos três meses, em comparação com um RoE médio de 10,5%, o de Itália foi de 14,7%, o de Espanha de 14,6% e os da Roménia, Hungria e Chipre ultrapassam 20%, muito acima dos outros dois grandes países da zona euro, a Alemanha (6,6%) e a França (6,6%).

A EBA alerta para o facto de as tensões geopolíticas serem elevadas e também para as potenciais consequências da guerra comercial desencadeada por Donald Trump, uma vez que “as economias da UE podem ser particularmente afetadas devido à sua abertura e dependência dos fluxos comerciais internacionais”.

Os setores que identifica como mais vulneráveis devido ao peso significativo nas exportações são o automóvel, farmacêutico, siderúrgico e mineiro, bem como a agricultura.

O especialista observa que alguns bancos têm uma exposição significativa a esta atividade e também aos Estados Unidos através da dívida soberana.

No que respeita à exposição aos Estados Unidos, a Alemanha é o país com maior exposição (superior a 10%), mas a França, os Países Baixos e Espanha também têm exposições significativas (cerca de 8%).

Os autores do relatório referem que os riscos geopolíticos têm impacto em vários aspetos das operações dos bancos, pelo que “é importante incorporar estas considerações de risco nos processos empresariais”.

Por outro lado, no ano passado, os bancos aumentaram os ativos em 3,2%, para um total de 28,2 biliões de euros.

No que se refere aos créditos não produtivos, a sua quota-parte relativa aumentou ligeiramente para 1,88% no final do ano, o que é, de qualquer modo, baixo em termos históricos. Em termos de volume, representavam 375.000 milhões de euros, mais 10.000 milhões do que no ano anterior.

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Relação obriga CGD a atualizar subsídio de refeição nas férias. Banco recorre para o Supremo

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Relação de Lisboa decidiu obrigar a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a atualizar o subsídio de refeição pago aos trabalhadores no período de férias, congelado desde 2017.

O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu obrigar a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a atualizar o subsídio de refeição pago aos trabalhadores no período de férias, congelado desde 2017, tendo o banco público confirmado que vai recorrer.

A decisão foi comunicada esta semana pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), no seu portal, que refere que a Relação de Lisboa condenou a Caixa a pagar aos trabalhadores admitidos até 30 de abril de 2017 “as diferenças entre os valores que a ré liquidou em 2018 e nos anos subsequentes, e os valores fixados, em cada ano, para esse subsídio de refeição”, bem como juros moratórios.

De igual forma, o banco vai ter de “pagar, no período de férias, um subsídio de refeição de acordo com o montante estabelecido, em cada ano, para esse subsídio de refeição”.

O sindicato considera que o valor pago foi “ilicitamente congelado pela CGD, desde 2017”, resultando numa diminuição ilegal da retribuição dos trabalhadores.

Em resposta à Lusa, fonte da CGD confirmou que a decisão da Relação de Lisboa defende que o banco público deve pagar a diferença entre o valor pago em cada ano e o valor atualizado para cada ano desde então, bem como proceder da mesma forma para o futuro.

A mesma fonte garantiu que o banco vai recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça.

“A CGD cumpre de forma escrupulosa os acordos celebrados com o STEC em setembro de 2019 e janeiro de 2022” refere, explicando que, por isso, paga um valor fixo de 233,10 euros por ano, no mês de junho, aos trabalhadores admitidos até abril de 2017 “a título de subsídio de refeição nas férias”.

A fonte registou que o STEC apresentou duas ações judiciais alguns anos após a celebração destes acordos e nos quais pediu a atualização anual do valor pago a título de subsídio de refeição nas férias.

Após a absolvição integral da CGD pelo tribunal de primeira instância, o STEC recorreu e a decisão da Relação de Lisboa manteve a absolvição de o banco pagar este subsídio aos trabalhadores em pré-reforma e contratados após abril de 2017.

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Ex-deputado do Chega Miguel Arruda ouvido pelo tribunal na próxima semana

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Esta será a primeira vez que o antigo deputado do Chega é ouvido no âmbito do processo que levou à sua saída do partido liderado por André Ventura, em janeiro deste ano.

O ex-deputado do Chega Miguel Arruda, arguido por suspeitas de furto de malas nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, vai ser ouvido na próxima semana, dia 3 de julho, no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.

De acordo com a informação avançada à Lusa por fonte próxima do processo, esta será a primeira vez que o antigo deputado do Chega é ouvido no âmbito do processo que levou à sua saída do partido liderado por André Ventura, em janeiro deste ano.

No final de janeiro, o tribunal pediu à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar de Miguel Arruda – que, nessa altura, já estava como deputado não inscrito -, tendo a Comissão Parlamentar da Transparência dado luz verde, permitindo assim que o ex-deputado pudesse ser ouvido como arguido.

Em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade. Miguel Arruda terá furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas do aeroporto de Lisboa quando viajava vindo dos Açores no início das semanas de trabalhos parlamentares.

O antigo deputado foi constituído arguido a 21 de janeiro, no dia em que a PSP fez buscas na sua casa de Lisboa e de São Miguel. Poucos dias depois, a 27 de janeiro, foram feitas buscas no gabinete de Miguel Arruda.

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Apagão. PSD, Chega e CDS chumbam proposta de inquérito parlamentar do Livre

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Iniciativa do Livre teve a abstenção do PS, Iniciativa Liberal e PAN, enquanto o PCP e os deputados únicos do Bloco de Esquerda e Juntos Pelo Povo (JPP) votaram a favor.

PSD, CDS e Chega chumbaram esta sexta-feira a proposta de inquérito parlamentar apresentada pelo Livre sobre a preparação, prontidão e planeamento de crises e emergências de larga escala na sequência do apagão energético de 28 de abril.

A iniciativa do Livre teve a abstenção do PS, Iniciativa Liberal e PAN, tendo o apoio do PCP e dos deputados únicos do Bloco de Esquerda e Juntos Pelo Povo (JPP).

Na mesma séria de votações, foi também reprovada pelo PSD, Chega, Iniciativa Liberal e CDS, com a abstenção do PS e PAN, uma proposta de aditamento apresentada pelo PCP ao diploma que requeria a abertura do inquérito parlamentar sobre as causas do apagão.

Na quinta-feira, durante o debate em plenário, PSD e CDS classificaram “como extemporânea” a proposta de inquérito parlamentar do Livre, alegando que o Governo vai apresentar em breve um conjunto de medidas para aumentar a resiliência e autonomia de Portugal em matéria de sistemas energéticos e de telecomunicações.

O Chega acusou o Livre de estar a fazer um favor ao PS com a sua iniciativa, procurando encobrir as responsabilidades dos governos socialistas que se “vergaram a Bruxelas” em matéria de aposta em energias verdes.

Na abertura do debate em plenário, o deputado do Livre Jorge Pinto referiu que Portugal teve o maior apagão energético da sua história, com perdas económicas que poderão ter atingido os mil milhões de euros.

Jorge Pinto procurou assegurar que o Livre não pretendia apontar culpados, mas, antes, perceber o que correu mal para que não volte a acontecer e para que o país esteja mais bem preparado para responder a eventos extremos, acidentes naturais, ou, por exemplo, ataques terroristas.

A posição do Livre mereceu o apoio do deputado do JPP, Filipe Sousa, enquanto o PCP, por Alfredo Maia, e Mariana Mortágua, pelo Bloco de Esquerda, associaram o que aconteceu à fraqueza do poder público e ao peso do privado no setor energético. Alfredo Maia falou mesmo numa “capitulação” do poder político perante os interesses dos privados.

O PS, por intermédio do deputado Pedro Vaz, demarcou-se da ideia de constituição de um inquérito parlamentar e frisou que a bancada socialista avançará com a constituição de um grupo de trabalho sobre as causas do apagão no âmbito da comissão de ambiente.

Pela parte da Iniciativa Liberal, o deputado Jorge Teixeira considerou grave o que aconteceu no apagão, sobretudo por ter atingido o SIRESP, hospitais e o sistema de telecomunicações, mas considerou que, em primeiro lugar, o debate deve ocorrer em sede de comissões parlamentares. “Se não houver esclarecimentos, então admitimos uma comissão de inquérito”, disse.

Num dos momentos mais acesos do debate, o deputado do Chega Pedro Frazão ligou mesmo o Livre aos “terroristas climáticos” e classificou a proposta de inquérito parlamentar “como uma farsa”, num país que “se ajoelhou” perante os dogmas climáticos. Antes, em contraponto, Mariana Mortágua tinha alertado contra o discurso do lóbi do nuclear e do fóssil.

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Parlamento aprova urgência na votação da baixa do IRS proposta pelo Governo

Executivo quer antecipar para agosto o efeito da redução do imposto nas tabelas de retenção na fonte para dar um novo impulso à economia. Para isso, o diploma tem de ser aprovado até 16 de julho.

O Parlamento aprovou esta sexta-feira o pedido de urgência do Governo para apreciação da proposta de lei do Governo do IRS, apenas com a abstenção do PCP. O Executivo quer antecipar para agosto o efeito da descida do imposto nas tabelas de retenção na fonte com retroativos a janeiro para dar um novo impulso à economia, noticia o Expresso. Para isso, é preciso que os deputados aprovem o diploma até 16 de julho, último plenário com votações antes da Assembleia da República encerrar para férias, tal como ECO já adiantou.

Antes da votação do pedido de urgência do Executivo para apreciar a proposta de redução do IRS, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, solicitou que o conteúdo do projeto fosse alterado, de modo a já não prever a simultaneidade das votações na generalidade, especialidade e final global na próxima sexta-feira, dia 4 de julho, como queria o Executivo. E o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, presente no plenário, associou-se a este pedido oral de alteração.

Nos novos termos, em que apenas se solicita a apreciação urgente da proposta, o pedido do Governo foi aprovado apenas com a abstenção do PCP. No texto inicial, pedia-se que a votação da proposta lei ocorresse “em simultâneo nas três fases – generalidade, especialidade e votação final global”, o que não acontecerá com a alteração introduzida.

A discussão e votação na generalidade do diploma do Governo, que altera o Código do IRS, está agendado para a próxima sexta-feira, 4 de julho.

O diploma deu entrada no parlamento na quarta-feira e prevê uma redução adicional no IRS de 500 milhões de euros este ano de 0,5 pontos percentuais entre o primeiro e terceiro escalões, 0,6 pontos percentuais entre o quarto e sexto e 0,4 pontos percentuais no sétimo e oitavo. “Serão aprovadas novas tabelas de retenção na fonte que refletirão a redução de taxas do IRS, com efeito retroativo a janeiro”, refere o executivo no comunicado do Conselho de Ministros que aprovou o diploma.

A nova descida do IRS em 500 milhões de euros, proposta pelo Governo de Luís Montenegro para ter efeitos já este ano, vai estar nas mãos de Chega e PS para passar incólume pelo crivo do Parlamento. E há risco de coligação negativa — ainda que pouco provável –, como a de há um ano, quando o partido de André Ventura votou ao lado do projeto dos socialistas, à revelia da coligação da Aliança Democrática (AD) – PSD/CDS, que sustenta o Executivo. Mas PSD está mais confiante desta vez.

Apesar da “maioria maior”, com 91 eleitos, Montenegro não tem o poder absoluto, só alcançado com pelo menos 116 cadeiras das 230 do hemiciclo. Por isso, precisa de um consenso com o Chega, que subiu a líder da oposição, com 60 parlamentares, ou com o PS, que caiu para terceira força política, com 58 deputados, para conseguir aprovar uma a redução das taxas do IRS entre 0,40 e 0,60 pontos percentuais até ao 8.º escalão, o que dará uma poupança até cerca de 15 euros mensais, no caso de um casal com dois filhos, ambos a ganhar um ordenado bruto de 3.000 euros por mês. Basta uma ou outra força partidária para viabilizar a baixa do imposto: com o partido de Ventura, a AD consegue 151 votos, mais 35 do que o necessário; com o PS, alcança o apoio de 149 deputados, mais 33 do que os precisos para uma maioria absoluta.

E, para que as tabelas de retenção na fonte reflitam esse alívio fiscal já em setembro com retroativos a janeiro, em plena véspera das eleições autárquicas, como pretende o Ministério das Finanças, é preciso que o diploma seja aprovado até 16 de julho, último plenário com votações antes do período estival. Caso os prazos derrapem, só em setembro os deputados poderão aprovar a proposta e os efeitos nos bolsos dos contribuintes só deverão chegar mais tarde, em outubro.

À partida nem Chega nem PS querem deitar já a toalha ao chão. E o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, parece confiante: “Eu não tenho qualquer tipo de dúvida que os dois maiores partidos da oposição terão a responsabilidade de não só aprovarem as medidas, mas também de permitirem já agora que este processo legislativo seja um processo legislativo célebre, porque quanto mais tempo estiver aqui no Parlamento, mais tempo demoram os portugueses a ter uma baixa de impostos e os portugueses não perdoarão aos políticos se atrasarem este processo legislativo com discussões e conversas que não dizem nada à vida dos portugueses”.

O presidente do partido de extrema-direita, André Ventura, já disse que está disponível para negociar a proposta do Governo, se este aceitar descer mais nos escalões mais baixos e garantir aumentos de deduções fiscais com habitação e saúde. E afastou uma eventual nova coligação negativa. “Não me parece, acho que se houver boa vontade do Governo esse cenário não vai acontecer”.

Do lado do PS, já não existe o braço de ferro com Pedro Nuno Santos, que abandonou os comandos do partido, depois do terramoto eleitoral que atirou os socialistas para terceira força política. Há um ano, o então secretário-geral do PS traçou uma linha vermelha, impediu a descida das taxas nos escalões mais elevados (7.º e 8.º), e conseguiu, em coligação com o Chega, fazer passar um projeto autónomo que baixou o imposto apenas até ao 6.º patamar de tributação.

Na altura, foi viabilizada a iniciativa dos socialistas, com a abstenção do partido de André Ventura, que aplicou uma descida das taxas entre 0,25 e 1,50 pontos percentuais até ao 6.º nível de tributação, isto é, até os 41.629 euros anuais de matéria coletável, o que corresponde a um vencimento mensal bruto de cerca de 3.000 euros, para um contribuinte não casado e sem dependentes, segundo as contas do fiscalista Luís Nascimento, da consultora Ilya para o ECO.

Agora, o candidato único à liderança do PS, José Luís Carneiro, está mais aberto a firmar pactos com Luís Montenegro em várias matérias, incluindo impostos. De salientar, no entanto, que os socialistas defendiam o IVA zero em produtos alimentares essenciais, a decida do IVA da eletricidade e a baixa do IUC e opunham-se a um nova redução do IRS, de acordo com o programa com que concorreram às legislativas antecipadas de 18 de maio.

Neste momento, “o grupo parlamentar do PS vai avaliar a proposta e tomará uma posição em breve”, adiantou ao ECO o líder da bancada, Pedro Delgado Alves, escusando-se a mais comentários.

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Manuel Luís Goucha mostra o seu “Programa de fim de semana” em campanha do Lidl

  • + M
  • 27 Junho 2025

Assinada pel'O Escritório, a campanha marca presença em televisão, rádio e meios próprios. O planeamento é da Havas Media.

Manuel Luís Goucha é o protagonista da nova campanha do Lidl “Programa de fim de semana”, que tem como objetivo reforçar a ideia de que é possível fazer as ‘compras grandes’ no Lidl.

O apresentador e embaixador da marca dá vida ao conceito de que “ao fim de semana, o seu programa é encher a despensa”, numa das lojas da insígnia. Neste primeiro filme, Manuel Luís Goucha “surpreende os clientes no interior de uma loja Lidl, transformando as suas compras de fim de semana no seu programa habitual. Com o seu humor subtil e carismático, o apresentador transmite uma mensagem clara: no Lidl, encontra tudo o que precisa para encher a despensa — sempre com a máxima qualidade ao melhor preço”, descreve-se em nota de imprensa.

“O Manuel Luís Goucha representa os valores do Lidl: simplicidade, autenticidade e proximidade. Esta campanha traduz exatamente isso — a possibilidade de os portugueses poderem fazer as suas compras completas no Lidl, com confiança na qualidade dos produtos e na competitividade dos preços”, diz Nuno Rodrigues, diretor-geral de marketing e estratégia promocional do Lidl Portugal, citado em comunicado.

“Estar associado a uma marca como o Lidl, que privilegia o melhor produto ao preço mais acessível, é algo que muito me satisfaz”, diz, por sua vez, Manuel Luís Goucha. “Encho o carrinho de produtos frescos, como legumes e fruta. Passo pela padaria, onde há pães variados, e por aí fora. Sem esquecer os queijos, que são a minha perdição, e os gelados. Há tanto de bom e variado para encher carrinho, sempre com um cariz de novidade que me agrada”, acrescenta.

Assinada pel’O Escritório, a campanha marca presença em televisão, rádio e meios próprios (website, redes sociais, app Lidl Plus e newsletter). O planeamento de meios é da Havas Media.

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KPMG quer passar a ter serviços jurídicos

O presidente executivo (CEO) da KPMG em Portugal, Vítor Ribeirinho, revela ao Expresso que a empresa pretende também “entrar na área legal” (serviços jurídicos).

  1. A consultora KPMG vai entrar no mercado jurídico, seguindo assim o caminho da concorrência direta da PwC, Deloitte e da EY. A KPMG chegou a Portugal há 60 anos para ser auditora da Fundação Calouste Gulbenkian.

Segundo avança o Expresso, o presidente executivo (CEO) da KPMG no nosso país, Vítor Ribeirinho, revela que a empresa pretende também “entrar na área legal” (serviços jurídicos).

Vítor Ribeirinho, presidente da KPMG Portugal.

Essa área, explica Vítor Ribeirinho, “tem uma história até abril do ano passado (a legislação proibia empresas como a KPMG de ter serviços jurídicos associados) e no pós-abril”, tendo as novas regras demorado a chegar, devido às quedas dos Governos de António Costa e de Luís Montenegro. O CEO da KPMG explica que esta é uma área que “em Espanha está no top 5 e é responsável por centenas de milhões de euros de faturação”. E em Portugal? “Estamos a preparar com algum cuidado a entrada nesta nova área — é preciso a aprovação da estrutura internacional — na qual queremos ser uma referência e não um departamento”, contextualiza Vítor Ribeirinho. “Temos de fazer algum investimento e recrutar as melhores pessoas no mercado”, remata.

Em causa a aprovação das regras relativas à possibilidade das sociedades de advogados poderem passar a ser multidisciplinares. Em Portugal, sociedades multidisciplinares são empresas formadas por profissionais de diferentes áreas, incluindo aquelas organizadas em associações públicas, como advogados e contabilistas, e outras profissões, organizadas ou não em associações. A lei permite a constituição de sociedades multidisciplinares para o exercício conjunto de diversas atividades profissionais, promovendo a colaboração e a oferta de serviços mais abrangentes.

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Espanhol e lituano desafiam irlandês na corrida à liderança do Eurogrupo

  • ECO
  • 27 Junho 2025

Paschal Donohoe, que sucedeu a Mário Centeno em 2020 e procura uma terceira eleição, vai enfrentar Carlos Cuerpo e Rimantas Šadžius na corrida à presidência do Eurogrupo.

Os ministros de Espanha e da Lituânia entraram na corrida à liderança do Eurogrupo, desafiando o ministro irlandês, Paschal Donohoe, que procura uma reeleição no cargo de presidente da reunião informal dos ministros das Finanças da Zona Euro.

Carlos Cuerpo (ministro da Economia espanhol) e Rimantas Šadžius (ministro das Finanças lituano) formalizaram as suas candidaturas esta sexta-feira, no último dia do prazo.

“Apresento a minha candidatura à presidência do Eurogrupo. Um passo em frente para dar um impulso renovado a uma instituição que deve ter um papel-chave na agenda da política europeia e atingir resultados tangíveis em matéria de crescimento, competitividade, bem-estar e integração”, anunciou Cuerpo na rede social X.

O presidente do Eurogrupo será eleito a 7 de julho pelos ministros das Finanças do euro, por maioria simples.

Após a eleição, inicia mandato (que tem a duração de dois anos e meio, sendo renovável) logo no dia 13.

Paschal Donohoe é o atual presidente do Eurogrupo e contará com o apoio do Governo português na procura de um terceiro mandato. O ministro irlandês foi eleito pela primeira vez em 9 de julho de 2020, quando sucedeu a Mário Centeno, tendo sido reeleito para um segundo mandato em 5 de dezembro de 2022.

O presidente do Eurogrupo é responsável por presidir às reuniões e estabelecer as ordens do dia dessas reuniões, elaborar o programa de trabalho a longo prazo e representar o Eurogrupo nas instâncias internacionais.

O Eurogrupo, criado em 1997, é um órgão informal que junta os ministros das Finanças da região da moeda única e reúne-se habitualmente uma vez por mês, na véspera da reunião do Ecofin. Tem como principal objetivo assegurar uma coordenação estreita das políticas económicas entre os países do euro.

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IA pode aumentar PIB nacional até 22 mil milhões em 10 anos, diz ministro

  • Lusa
  • 27 Junho 2025

Ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, afirma que a tecnologia pode gerar “centenas de milhões de euros anuais de poupança" no setor público, segundo cálculos de especialistas.

O ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, disse esta sexta-feira que a Inteligência Artificial (IA) poderá aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) português entre 18 e 22 mil milhões de euros em 10 anos.

Em Portugal, os especialistas apontam que a IA generativa poderá aumentar o PIB entre 18 a 22 mil milhões de euros em 10 anos”, disse o governante, na abertura do Fórum Financeiro Outlook, em Lisboa.

Gonçalo Matias notou ainda que as tecnologias de IA terão impacto em 85 milhões de postos de trabalhos a nível mundial, porém ressalvou que a IA “pode criar 97 milhões de novos empregos”.

“Isto implica, ou traduz, uma criação líquida de cerca de 12 milhões de empregos a nível global e o aumento do PIB mundial em cerca de 15 pontos percentuais (p.p.) até 2035”, acrescentou.

Em termos de impactos diretos na população, o ministro admitiu que as “aplicações de IA no setor público podem poupar entre 96,7 milhões a 1,2 mil milhões de horas de trabalho por ano”.

O governante afirmou ainda que no panorama português, tal se traduz em “centenas de milhões de euros anuais de poupança”.

Gonçalo Matias afirmou disse que Portugal está atrasado nos ‘drivers’ (condutores) de inovação e IA a nível mundial e reiterou a necessidade de apostar na infraestrutura digital que sirva de suporte para a transição e promova uma adoção generalizada da tecnologia.

Relativamente às propostas do Governo, o ministro trouxe para o discurso a intenção de lançar “um pacto de competências digitais” que garanta a “inclusão social, a literacia digital para todos os cidadãos, independentemente da sua localização, da sua condição social, em parceria com o setor empresarial e direcionada para oportunidades de emprego concretas”.

Em declarações aos jornalistas, o governante disse apenas que o programa de Governo “está preocupado em pôr os cidadãos e as empresas no centro da decisão pública, e utilizar os instrumentos disponíveis, a tecnologia e a IA, como forma de, justamente, simplificar, facilitar, digitalizar a economia”.

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Rendas aumentam 10% no arranque do ano. Só um dos 24 maiores concelhos escapa às subidas

Dados do INE mostram que, apesar da contração no número de novos contratos no primeiro trimestre, os preços cresceram 10% por todo o país. Península de Setúbal e Madeira continuam sob pressão.

A mediana do valor dos novos contratos de arrendamento em Portugal no primeiro trimestre cresceu para 8,22 euros por metro quadrado, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta sexta-feira. Apesar da travagem de 2,5% face ao último trimestre do ano passado, representa um acréscimo de 10% perante o valor que era praticado no arranque de 2024.

A evolução em Lisboa (5,1%) ficou em metade da mediana nacional, mas a capital continua a ser o local do país onde é mais caro conseguir uma habitação, com as novas rendas do primeiro trimestre a custarem, segundo os dados da mediana apresentados pelo INE, 1600 euros mensais para um apartamento de 100 m2.

Ainda na comparação com os valores do primeiro trimestre de 2024, o INE mostra que em 23 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes houve um aumento do custo nos novos contratos para arrendamento de habitação. Braga, com -0,9% no valor (para 7,45 euros por metro quadrado), foi a exceção, enquanto Gondomar teve a maior subida com um disparo de 24,4% nos preços, para oito euros, o que significa, inclusive que uma casa no município vizinho do Porto se tornou mais cara que na capital do Minho.

Nota ainda para a queda de 10,4% na quantidade de novos contratos celebrados entre janeiro e março, para um total de 23.417. Uma retração a que escapou, de forma clara, o Baixo Alentejo, onde houve um aumento de 13,6%, pautando-se esta zona do país como a única onde houve mais contratos celebrados do que no primeiro trimestre de 2024.

A Península de Setúbal e a Região Autónoma da Madeira mantêm-se sob a pressão no que toca ao encarecimento das rendas verificado nos últimos tempos, com um valor por metro quadrado de 10,24 euros e 10,44 euros, respetivamente. Só superado pelos 13,16 euros na Grande Lisboa.

Acima da linha média nacional de 8,22 euros por metro quadrado estão os valores das rendas praticados não só neste trio, mas também o Algarve (9,92 euros) e a Área Metropolitana do Porto (9,12 euros).

Logo a seguir surgem o Alentejo Litoral (8,06 euros) e o Oeste (7,14 euros), potencial reflexo da procura gerada pelo movimento de trabalhadores da construção e exploração dos novos investimentos turísticos, no primeiro caso, e, no Oeste, da “fuga” a Lisboa para a zona compreendida entre Alenquer/Arruda dos Vinhos, a sul, e as Caldas da Rainha, a norte.

No total de contratos celebrados, as zonas de Lisboa e Porto representaram 42,1%. Num cenário nacional de queda generalizada, só oito dos 24 grandes municípios (aqueles com mais de 100 mil habitantes) tiveram mais contratos no primeiro trimestre do que em igual período do ano passado. Dos mesmos 24, só em Barcelos (4,2%) e Setúbal (3%) se arrendaram maior número de casas, enquanto nos demais os novos contratos foram inferiores aos celebrados um ano antes. Loures, Santa Maria da Feira e Gaia tiveram as maiores quebras, entre 15% e 18%.

Mostrando uma menor velocidade na escalada de preços, apesar de prosseguirem os aumentos, estão concelhos da região de Lisboa onde continua a ser cada vez mais caro arrendar, mas a robustez do aumento percentual perde para a de outros municípios. Assim, se a mediana nacional de preços cresceu 10%, a de Lisboa subiu 5,1%, Cascais 1,1%, Oeiras 4,2%, Amadora 9,7%, Almada 5%, Vila Franca de Xira 5,7%, e Setúbal 4,6%. Contudo, apesar de o aumento ser comparativamente mais brando do que o da mediana nacional, estes concelhos continuam a ter valores proibitivos para boa parte das famílias. No exemplo já apontado de uma casa de 100 metros quadrados, a mediana por cada um destes municípios supera o do salário mínimo nacional:

  • Lisboa: 1600€
  • Cascais: 1470€
  • Oeiras: 1390€
  • Amadora: 1220€
  • Almada: 1200€
  • Vila Franca de Xira: 990€
  • Setúbal: 930€

Ainda de acordo com os dados divulgados pelo INE nesta sexta-feira, apenas quatro municípios entre os 24 com mais de 100 mil habitantes conseguiram taxas de variação superiores à do país simultaneamente no valor por metro quadrado e na diferença face ao que era praticado no primeiro trimestre de 2024. Enquanto, no país, a mediana nacional do valor foi de 8,22 euros, num crescimento de 10%, nestes municípios é mais caro arrendar casa do que era no início do ano passado e, em simultâneo, os preços cresceram a uma velocidade superior à registada no “velocímetro” global do país:

  • Funchal: 11,34€/m2 – 17,1%
  • Gaia: 9,91€/m2 – 15,2%
  • Maia: 8,83€/m2 – 18%
  • Coimbra: 8,67€m2 – 10,9%

 

Atualizado às 13h05

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