Arguidos do caso EDP ainda não foram notificados. Souberam da acusação pela comunicação social

Os arguidos ainda não foram notificados do despacho, tendo tido apenas conhecimento do comunicado do gabinete de Amadeu Guerra, divulgado pela comunicação social.

António Mexia e João Manso Neto foram esta segunda-feira acusados pelo Ministério Público (MP) de terem corrompido Manuel Pinho, ex-ministro socialista da Economia, para obter 840 milhões de euros de benefícios para a EDP, segundo explica o comunicado enviado pela Procuradoria-Geral da República esta segunda-feira. O MP pediu ainda a perda de bens dos arguidos e de duas empresas do Grupo EDP (EDP, SA e EDP Gestão de Produção de Energia, SA) no valor desses mesmos 840 milhões de euros a favor do Estado. A acusação marca um ponto final num inquérito aberto em 2012 relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) por parte da EDP.

Porém, os arguidos ainda não foram notificados do despacho, tendo tido conhecimento apenas do comunicado do gabinete de Amadeu Guerra, divulgado pela comunicação social. Da parte da defesa de António Mexia e de João Manso Neto, contactados pelo ECO, os advogados Rui Costa Pereira, Inês Almeida e Costa e João Medeiros confirmam que não foram notificados e que só tomarão uma posição sobre a acusação “depois de sermos notificados da mesma”.

“Não recebemos ainda qualquer acusação, só tivemos nota do comunicado do MP para a comunicação social e de algumas notícias, que chegaram primeiro. E, quando recebermos, teremos de ler e analisar. Tomaremos oportunamente decisões sobre o modo como entendemos melhor exercer a defesa no processo”, disseram ao ECO os advogados de João Conceição, Rui Patrício e Tiago Geraldo, da Morais Leitão.

“De qualquer forma, qualquer acusação neste processo não será surpresa, e está há muito anunciada, acontecesse o que acontecesse no processo e tivesse este e uma acusação nele as fragilidades e as impossibilidades factuais, lógicas e jurídicas que tivesse. Era só uma questão de saber a data, pelos visto foi agora. Ou seja, a notícia, sendo aparentemente nova, é velha. Não haverá seguramente do nosso lado muito a acrescentar, em termos de factos, ao que foi explicado e clarificado pelo nosso constituinte desde sempre, nomeadamente desde o seu primeiro interrogatório, aliás por si requerido. E também não haverá muito a juntar ao catálogo das muitas inconsistências de várias naturezas (e não apenas jurídicas) que ao longo dos anos tivemos oportunidade de identificar no processo, e que serão esgrimidas no momento e do modo que nos parecerem melhores, e apreciadas correspondentemente”.

João Conceição, administrador executivo da REN e ex-assessor do ministro Manuel Pinho, com o seu advogado, Rui Patrício.Paula Nunes / ECO

À agência Lusa, Manuel Pinho começou por declinar comentários por, até ao momento, o seu advogado não ter sido notificado da acusação. “Todo o processo [de definição dos CMEC e extensão do domínio hídrico relativo a barragens] foi oficialmente escrutinado pela Comissão Europeia e (…) não precisei nem preciso da ajuda de ninguém para ensinar em sete universidades estrangeiras, três das quais das 20 melhores do mundo”, acabou por acrescentar o antigo governante, sublinhando que o processo foi também “alvo de uma investigação aprofundada” pelas instâncias europeias.

De acordo com a acusação, os factos ocorreram entre 2006 e 2014 e, em síntese, relacionam-se com a transição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) para os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), designadamente com a sobrevalorização dos valores dos CMEC, bem como com a entrega das barragens de Alqueva e Pedrógão à Eletricidade de Portugal (EDP) sem concurso público e ainda com o pagamento pela EDP da ida de um ex-ministro para a Universidade de Columbia dar aulas.

“Ainda segundo a acusação, um dos arguidos, à data ministro da Economia, apoiou a nomeação de outro arguido como presidente executivo da EDP e favoreceu indevidamente essa empresa, mediante contrapartidas. Ao acordo, que para o efeito ambos fizeram, vieram a aderir os restantes arguidos, que o concretizaram também mediante contrapartidas”, diz o mesmo comunicado.

“Ao acordo, que para o efeito ambos fizeram, vieram a aderir os restantes arguidos, que o concretizaram também mediante contrapartidas”, conclui a acusação. Quanto a alguns dos factos pelos quais era investigado Miguel Barreto, ex-diretor-geral da Energia – relacionados com o negócio da “Home Energy” –, foram arquivados, por falta de provas, acrescenta o Ministério Público.

Quais os crimes imputados a cada arguido?

  • António Mexia — Ex-presidente executivo da EDP: um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.
  • João Manso Neto — Ex-presidente da EDP Renováveis e ex-administrador da EDP: um crime corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Manuel Pinho — Ex-ministro da Economia do Governo socialista de José Sócrates: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • João Conceição — Ex-assessor do ministro Manuel Pinho no Ministério da Economia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Miguel Barreto — Ex-diretor-geral da Energia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.
  • Rui Cartaxo — Ex-assessor de Manuel Pinho no Ministério da Economia: um crime corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

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Portugal com 3.624 óbitos em excesso no período coincidente com epidemia de gripe

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

"Durante a época de gripe 2023/2024, o número de óbitos por todas as causas em Portugal esteve acima do esperado durante um período", adianta o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.

Portugal registou um total de 3.624 mortes em excesso em relação ao esperado no final de 2023 e início de 2024, período que coincidiu com a epidemia de gripe, adiantou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).

“Durante a época de gripe 2023/2024, o número de óbitos por todas as causas em Portugal esteve acima do esperado durante um período. Este período decorreu entre as semanas 51/2023 e 03/2024, que foi coincidente com a epidemia de gripe”, refere o relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe e de Outros Vírus Respiratórios (PNVG) divulgado esta segunda-feira.

Este programa permite acompanhar a circulação dos vírus, descrever a atividade da gripe e detetar e identificar os vírus influenza, SARS-CoV-2, Vírus Sincicial Respiratório (RSV), entre outros em circulação no país, e inclui as áreas da vigilância clínica e laboratorial. “Relativamente ao período identificado, potencialmente associados à epidemia de gripe, por serem temporalmente coincidentes, estimámos um total de 3.624 óbitos em excesso em relação ao esperado, o que corresponde a um excesso de 34 óbitos por 100.000 habitantes”, refere o documento.

O INSA avança ainda que o excesso de mortalidade neste período atingiu o seu valor máximo na primeira semana de 2024. A análise dos dados concluiu ainda que o excesso de óbitos foi observado, de forma significativa, em todas as regiões do continente, bem como em ambos os sexos, sendo mais elevado no feminino (35/100.000 habitantes).

“Por último, observou-se um aumento do excesso de óbitos com a idade, em particular no grupo etário com mais de 85 anos (444/100.000 habitantes)”, adianta também o relatório, ao avançar que, durante o período de excesso de mortalidade, ocorreram dois eventos que “podem explicar este aumento do risco de morrer”.

“Especificamente, a epidemia de gripe sazonal, cujo período epidémico decorreu entre as semanas 47/2023 e 04/2024, com um pico em redor da semana 52/2023, e temperaturas baixas no final do ano de 2023″, explica o INSA, ao adiantar que o estudo da mortalidade atribuível a cada um dos fatores de risco encontra-se em desenvolvimento, pelo que os seus resultados serão posteriormente divulgados.

De acordo com o instituto, a análise virológica demonstrou que os vírus da gripe circulantes eram na sua maioria semelhantes aos vírus que integraram a vacina utilizada na época 2023/2024. O relatório indica também que foi observado um aumento da proporção de casos de covid-19 com a idade, tendo o maior número de casos ocorrido no grupo etário dos 30 aos 64 anos.

A caracterização genética dos vírus SARS-CoV-2, detetados nas redes sentinela do PNVG, mostrou a diversidade e a circulação das linhagens do vírus que provoca a doença covid-19, refere o documento. Os vírus SARS-CoV-2 identificados pertenciam na sua maioria à linhagem BA.2.86, da variante Ómicron, e foram também identificados vírus pertencentes à linhagem recombinante XBB.

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AD à frente do PS em nova sondagem

  • ECO
  • 28 Outubro 2024

Quatro pontos separam a AD do PS na sondagem da Universidade Católica para o Público, RTP e Antena 1. Os socialistas perdem quatro pontos e o Chega sobe quatro.

A Alternativa Democrática (AD) surge à frente, com 33% das intenções de voto, contra os 29% do Partido Socialista (PS), na última sondagem, divulgada esta segunda-feira pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (Cesop) para o Público, RTP e Antena 1. Se as eleições fossem hoje, a AD teria o melhor resultado desde fevereiro e os socialistas perderiam quatro pontos, mas apesar da coligação no Governo estar na dianteira, a diferença com o PS ainda cai na margem de erro e num cenário possível de empate.

Na última sondagem do Cesop, a AD apontava para 31% e o PS 33%. O Chega ganhou quatro pontos, para 18%, os liberais perderam um ponto, para 6%, e os restantes partidos estabilizaram: Bloco de Esquerda (4%), CDU (3%), Livre (3%) e PAN (2%).

O inquérito teve lugar entre os dias 17 e 23 de outubro, já depois de ser conhecida a decisão do PS de se abster na votação do Orçamento do Estado para 2025. Para a sondagem foram contactadas 5.399 pessoas e consideradas válidas 1.025 respostas, dos quais 45% mulheres.

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Aumento dos despedimentos coletivos é “preocupante”, diz ministra

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

Nos primeiros oito meses deste ano, 318 empresas avançaram com processos de despedimento coletivo que abrangeram 4.190 trabalhadores, dos quais 3.929 foram efetivamente despedidos.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera que o aumento do número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos é preocupante e assegura que o Governo “está a acompanhar” a situação. “É evidentemente preocupante. Os despedimentos coletivos são sempre preocupantes”, afirmou Maria do Rosário Palma Ramalho, à margem da conferência comemorativa do 46.º aniversário da UGT, na Costa da Caparica.

Nos primeiros oito meses deste ano, 318 empresas avançaram com processos de despedimento coletivo que abrangeram 4.190 trabalhadores, dos quais 3.929 foram efetivamente despedidos, segundo os dados Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), avançados pelo Diário de Notícias.

Estes dados demonstram que o número de pessoas alvo de despedimentos coletivos até agosto deste ano já superou o total de 2023. No ano passado, houve 431 empresas a comunicarem despedimentos coletivos envolvendo 3.819, das quais 3.622 foram efetivamente despedidas. A governante indica ainda que o Governo teve acesso a estes dados “há poucos dias” e está a “acompanhar esse movimento”.

Questionada sobre os eventuais impactos que o encerramento de, pelo menos, três fábricas da Volkswagen (VW) poderão ter em Portugal, nomeadamente devido à Autoeuropa, a ministra do Trabalho indica que “até agora” a fábrica de Palmela “Autoeuropa tem resistido a situações de flutuação de mão-de-obra no grupo” e adianta que “especificamente em relação a esta situação” não teve nenhum contacto por parte da fábrica.

“Mais uma vez vamos monitorizar”, sublinhou. Já o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) disse que o aumento dos despedimentos coletivos significa que o eixo fraco-alemão está “a dar sinais de fadiga”. “Significa que as encomendas que são feitas às empresas portuguesas não estão a acontecer e isso está a provocar uma adaptação dentro daquilo que é a sua capacidade normal”, explica Armindo Monteiro, aos jornalistas, à margem da conferência da UGT.

Ainda assim, o presidente da CIP acredita que esta situação irá normalizar-se e as encomendas vão voltar a crescer, lembrando que o mercado de trabalho vai “continuar a precisar de pessoas”. “É sempre um motivo de preocupação”, corrobora o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, sinalizando também que o país tem “uma taxa de desemprego bastante baixa”.

A preocupação é partilhada pelo secretário-geral da UGT que diz também ter conhecimento de “setores que estão a dispensar trabalhadores”, dando como exemplo o setor do turismo e o da restauração. Também o presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP) admite que, apesar, de não se estar “num período de contração global da economia” há setores que “têm problemas”, o que conduz a “despedimentos e encerramentos de empresas”. Também à margem da conferência da UGT, João Vieira Lopes dá o exemplo do vestuário e do calçado.

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Guilherme Camejo rearruma capital da corretora Scal

  • ECO Seguros
  • 28 Outubro 2024

A corretora de Santarém aposta no digital e quer subir os negócios para 1,9 milhões este ano. A ASF autorizou alterações no capital em que Guilherme Camejo mantém 80%.

A Scal recebeu a Não oposição da ASF, para que Guilherme Camejo adquira uma participação qualificada indireta correspondente a 80,07% do capital social e dos direitos de voto da Scal, Mediação de Seguros. A corretora passa a ser controlada pela Saturn Equation, mas na prática continua familiar com o empresário e economista ao leme.

Guilherme Camejo mantém o controlo da SCAL que quer crescer em aposta digital.

A SCAL está baseada em Santarém e foi criada pelos pais de Guilherme Camejo em 1992, tem hoje 30 empregados e quer atingir 1,9 milhões de euros de receitas em 2024, mais 14% que no ano passado.

Segundo a empresa, os objetivos passam por “criar toda uma abordagem digital do negócio, manter os negócios âncora e a base de consultores para a venda ao retalho, bem como captar clientes empresa”.

Os resultados líquidos atingiram 210 mil euros em 2023, cerca de 12,5% do volume de negócios. Quanto a seguradoras, a corretora trabalhou principalmente com a Caravela, seguida da Generali/Tranquilidade, Fidelidade, Ageas e Allianz.

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Redução de 10% na tarifa do subsídio de mobilidade abrange também a Madeira

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

A tarifa aérea máxima prevista no subsídio social de mobilidade para a Madeira passará de 86 euros para 77 para residentes e de 65 euros para 58,5 no caso dos estudantes.

A Madeira vai ser abrangida pela redução de 10% da tarifa aérea máxima prevista no subsídio social de mobilidade nas ligações com continente, tal como foi anunciado para os Açores pelo primeiro-ministro, confirmou esta segunda-feirao presidente do Governo Regional.

“O Estado tem de assumir as suas obrigações constitucionais no quadro da coesão económica e social”, disse Miguel Albuquerque (PSD), salientando que as autonomias não são uma “excentricidade ou algo residual”, mas uma “peça estrutural e fundamental do regime democrático”.

O governante madeirense, que falava à margem da inauguração das novas instalações de uma empresa, no Funchal, considerou que o subsídio de mobilidade “tem os seus defeitos”, mas assegurou que, desde que o modelo entrou em vigor em 2015, “os madeirenses e porto-santenses nunca viajaram tanto a preços tão acessíveis”.

No domingo, no encerramento do 26.º Congresso do PSD/Açores, em Ponta Delgada, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a redução de 10% da tarifa aérea máxima prevista no subsídio social de mobilidade para as ligações entre os Açores e o continente, passando de 134 euros para 119 euros para residentes e de 99 euros 89 para estudantes.

Luís Montenegro indicou ainda que haverá uma redução de 33% nas ligações entre as duas regiões autónomas, passando de 119 euros para 79. O Governo da Madeira confirmou que a redução de 10% abrange também a região, sendo que a tarifa aérea máxima prevista no subsídio social de mobilidade passará de 86 euros para 77 para residentes e de 65 euros para 58,5 no caso dos estudantes.

Miguel Albuquerque considerou, no entanto, ser necessário rever o atual modelo, havendo já um grupo de trabalho nesse sentido, mas sublinhou que o importante é “introduzir melhorias e não disfuncionalidades”. “Vale a pena fazer uma revisão da lei, agora fazer uma revisão para estabelecer limites nas viagens e introduzir limitações naquilo que é hoje um direito fundamental de se viajar a preços acessíveis em território nacional, acho que não”, declarou.

Nos Açores, o modelo atual de subsídio permite aos residentes deslocarem-se para o continente com uma tarifa aérea máxima de 134 euros (ida e volta). Porém, é necessário adquirir inicialmente a passagem pelo preço de venda e, depois de efetuada a viagem, todo o valor acima desta meta de 134 euros é ressarcido a título de reembolso pelo Estado.

Em setembro, o Governo da República introduziu um teto de 600 euros de custo elegível máximo, sendo que o passageiro passa a suportar o valor acima desse teto (além dos 134 euros). Na Madeira, as passagens aéreas já tinham um custo elegível máximo de 400 euros para acesso ao subsídio social de mobilidade, valor que se mantém inalterado.

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Tropas russas ganharam 478 quilómetros quadrados este mês em território ucraniano

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

É o maior ganho territorial de Moscovo num mês desde as primeiras semanas de guerra, em 2022.

O exército russo avançou 478 quilómetros quadrados em território ucraniano desde o início de outubro, naquele que é o maior ganho territorial de Moscovo num mês desde as primeiras semanas de guerra, em 2022, segundo a agência AFP.

Com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), organismo norte-americano, a agência noticiosa France-Presse (AFP) indicou que até domingo as forças russas tinham avançado mais no terreno na comparação com agosto e setembro (477 e 459 quilómetros quadrados, respetivamente). Estes dois meses já tinham sido marcados por grandes movimentos da linha da frente, particularmente no leste da Ucrânia, em redor da cidade de Pokrovsk.

A região de Donetsk, onde se situa um importante centro logístico, foi um cenário de dois terços dos avanços russos em outubro (324 quilómetros quadrados). As forças de Moscovo estão agora a poucos quilómetros da cidade, para a qual se aproximam pelo sul e pelo leste. O avanço ilustra as dificuldades com que se depara o exército ucraniano no Leste do país, face aos russos, mais numerosos e mais bem armados.

Os russos também estão a recuperar terreno mais a norte da linha da frente, ao ocuparem, este mês, mais de 40 quilómetros quadrados em direção a Kupiansk, uma cidade capturada pelas tropas russas no início do conflito, em fevereiro de 2022, e depois recapturada pela Ucrânia em setembro de 2022.

A última vez que as tropas do Kremlin obtiveram ganhos territoriais comparáveis foi em março de 2022 quando as operações se estenderam pelo norte do país em direção a Kiev, numa fase do conflito em que a linha da frente era muito mais móvel do que é atualmente.

No final de 2023, as forças russas tinham conquistado 584 quilómetros quadrados de território ucraniano. Desde o início de 2024, já tomaram mais de 2.660 quilómetros quadrados, uma área ligeiramente maior do que a área metropolitana de Moscovo. Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia tinha tomado 67.192 quilómetros quadrados do território ucraniano até 27 de outubro.

Com a anexação da Crimeia em 2014 e os territórios do Donbass controlados pelos separatistas antes da ofensiva russa, Moscovo controla atualmente cerca de 18,2% do território da Ucrânia. Os cálculos da AFP baseiam-se nos dados fornecidos diariamente pela ISW, que se baseia em informações públicas divulgadas por ambas as partes e na análise de imagens de satélite.

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Governo duplica apoio a municípios para recolha seletiva de biorresíduos

Vinte e três comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas recebem apoio de 27 milhões de euros para implementação dos projetos de recolha seletiva de biorresíduos.

O Ministério do Ambiente e Energia duplicou o apoio financeiro destinado às 23 Comunidades Intermunicipais (CIM) e Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, que ascende agora a um total de 27 milhões de euros, para a implementação de projetos de recolha seletiva de biorresíduos. Ainda assim, considera insuficiente o número de câmaras (60% de um total de 308) que já aderiu a este programa RecolhaBio.

“O número de municípios que faz a recolha seletiva de biorresíduos tem vindo a aumentar, estando agora nos 60% – número que, apesar dos esforços, ainda não é suficiente para o cumprimento das metas comunitárias de Preparação para Reutilização e Reciclagem (PRR)”, assinala o Ministério sob a tutela de Maria da Graça Carvalho que duplicou o valor do apoio a conceder.

“Este investimento para 2024 é o valor mais elevado desde que o projeto foi lançado e representa mais do dobro dos 13 milhões de euros atribuídos em 2023”, detalha o Governo que pretende, assim, promover a economia circular e reduzir o impacto ambiental dos resíduos.

Esperamos, com este investimento, permitir aos municípios equiparem as suas infraestruturas, sensibilizarem os cidadãos e promoverem a compostagem, contribuindo para a criação de um círculo virtuoso de gestão de resíduos.

Maria da Graça Carvalho

Ministra do Ambiente e Energia

Além das Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, entre as várias entidades que vão receber apoio constam as CIM do Alto Minho, do Cávado, do Ave, do Alto Tâmega, do Douro e das regiões de Aveiro e de Coimbra. Assim como as CIM do Médio Tejo, do Alentejo Litoral ou do Algarve.

“Esperamos, com este investimento, permitir aos municípios equipararem as suas infraestruturas, sensibilizarem os cidadãos e promoverem a compostagem, contribuindo para a criação de um círculo virtuoso de gestão de resíduos”, salienta Maria da Graça Carvalho.

Entre as iniciativas financiadas destacam-se projetos de recolha seletiva, como a infraestruturação de pontos de recolha e aquisição de sacos óticos; de compostagem comunitária e doméstica; de monitorização e tecnologias de informação; e de capacitação e sensibilização, designadamente de educação ambiental para incentivar à correta separação de resíduos e utilização dos compostos resultantes.

Para ministra, estes protocolos assinados com as áreas metropolitanas e as CIM representam “passos importantes para uma gestão mais eficiente e responsável dos resíduos, incentivando as autarquias, enquanto nos aproximamos das metas europeias”.

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Garantia pública para jovens fica operacional até final do ano

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

O ministro das Finanças sublinhou ainda que "os bancos estão muito recetivos" à medida. E que, quanto à isenção de IMT e imposto de selo, "já há seis mil jovens beneficiários".

A garantia pública no crédito à habitação a jovens estará operacional até ao final do ano, assegurou o ministro das Finanças esta segunda-feira no parlamento, adiantando também que a isenção do IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) e Imposto do Selo já tem seis mil beneficiários.

“Há jovens que estão à espera da concretização da garantia, está já regulamentada e até ao final do ano os jovens poderão fazer escrituras com garantia pública, medida que em Espanha tem corrido bastante bem”, garantiu o ministro, na audição no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Joaquim Miranda Sarmento salientou que a medida “vai estar operacional até ao final do ano, os bancos estão muito recetivos a ela, foi feito um trabalho relevante com a Associação Portuguesa de Bancos (APB) e com o Banco de Portugal, e estamos confiantes de que vai ajudar muitos jovens a comprar casa”, conjugada com a isenção de IMT e imposto de selo.

A medida entrará, então, em vigor “nos últimos dias de dezembro”, sendo que o decreto-lei foi publicado, já há regulamentos e “os bancos têm agora 60 dias para implementar, que terminam no final de dezembro”.

O ministro destacou ainda que a garantia pública “só terá impacto orçamental se houver incumprimento”, recordando que “mesmo nos piores anos da crise, os níveis de incumprimento foram próximos de zero”. Assim, apontou que o Eurostat, no próximo ano, “dificilmente vai considerar algum valor nas contas nacionais”, nos cálculos sobre as contas públicas.

Já no que diz respeito à isenção de IMT e imposto de selo, Miranda Sarmento adiantou que já há seis mil jovens beneficiários, o que “mostra também que, naturalmente, alguns jovens tomaram a decisão de compra à espera do benefício”.

A garantia pública para crédito à habitação para a primeira casa de jovens entre os 18 e os 35 anos permitirá ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação, estando abrangidas compras até 450 mil euros e jovens que não obtenham rendimentos superiores ao do oitavo escalão do IRS (81.199 euros de rendimento coletável anual).

Já no que diz respeito à área fiscal, as pessoas até aos 35 anos têm isenção do IMT e do Imposto do Selo na compra da primeira habitação própria e permanente, sendo aquela isenção total para imóveis até 316.772 euros (4.º escalão do imposto) e parcial entre este valor e os 633.453 euros (parcela em que se aplica a taxa de 8% correspondente a este escalão). Estes intervalos vão ser atualizados em 2025, segundo a proposta do OE2025.

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APA chumba plataforma de energia eólica e solar flutuante em Salamonde na Peneda-Gerês

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

A APA salienta que segundo o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês "é interdita a instalação de infraestruturas de produção de energia elétrica".

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu parecer desfavorável ao projeto de uma plataforma de produção de energia fotovoltaica flutuante na albufeira de Salamonde, em Vieira do Minho, inserida no Parque Nacional Peneda-Gerês, segundo nota no seu site. O parecer desfavorável data de quinta-feira da semana passada, e incide sobre um projeto da Finerge que também contemplava um parque eólico, com potência prevista de cerca de 8 megawatts (MW), na sequência dos leilões de 2022.

“Ponderando os impactes positivos, mas tendo presente não só os impactes negativos mas também o facto de o projeto constituir atividade interdita (…), emite-se decisão desfavorável ao projeto da Central Solar Fotovoltaica Flutuante de Salamonde e projeto híbrido associado”, pode ler-se na decisão da APA.

A APA elenca que se destaca “desde logo o facto da área do projeto se sobrepor com o Parque Nacional da Peneda-Gerês e com a Zona Especial de Conservação (ZEC) Peneda-Gerês (PTCON0001)”, concretamente a plataforma solar fotovoltaica. “Observa-se ainda a sobreposição parcial com a Reserva da Biosfera Transfronteiriça GerêsXurés e aos Corredores Ecológicos de ‘Entre Douro e Minho’ – ‘Gerês’ e ‘Cabreira'”, refere a APA.

A APA salienta que, segundo o Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG), “é interdita a instalação de infraestruturas de produção de energia elétrica, exceto, no caso de recursos hídricos ou eólicos, em sistema de microprodução ou, no caso de recursos hídricos, no troço já artificializado do rio Cávado que constitui limite administrativo do Parque Nacional da Peneda-Gerês”.

“Assim, o projeto em avaliação constitui um ato interdito na área de intervenção do POPNPG”, refere a APA. Do projeto também decorreria a “afetação e perda de habitat de espécies florísticas e faunísticas em resultado da desmatação, bem como a disseminação de espécies exóticas” e alteração do comportamento animal durante as fases de construção e exploração.

A APA destaca ainda, “pela sua importância”, os impactos associados “à instalação e funcionamento da linha elétrica e funcionamento dos aerogeradores” do projeto eólico.

“A mortalidade de aves na linha elétrica e nos aerogeradores é a situação mais preocupante, nomeadamente se afetar exemplares de Tartaranhão-caçador (Circus pygargus), espécie com estatuto de ameaça ‘Em Perigo’ e com reprodução confirmada na zona, assim como também poderá existir perturbação de lobos, nomeadamente da alcateia da Cabreira, em cujo território se localiza o aerogerador número n.º 2”, refere a APA.

Outros dos impactos elencados são os “visuais ao nível da paisagem”, já que há uma “perda absoluta de valor cénico, resultante da impossibilidade de manutenção da vegetação enquanto valor visual natural, bem como a alteração de morfologia natural por terraplenagens”, havendo ainda “uma perda significativa a muito significativa de superfície do espelho de água da albufeira de Salamonde”.

“Na fase de exploração destaca-se a artificialização e degradação visual de áreas de muito elevada a elevada qualidade visual, incluídas no Parque Nacional da Peneda-Gerês”, segundo a APA. As consultas promovidas durante o processo de avaliação ambiental “evidenciam uma clara oposição à implantação do projeto, considerando que o mesmo deveria ter sido liminarmente reprovado dada a sua sobreposição com o Parque Nacional da Peneda-Gerês”.

No dia 10, a APA já tinha chumbado o projeto da Finerge para um equipamento fotovoltaico flutuante na albufeira da barragem de Paradela, em Montalegre (distrito de Vila Real), com argumentação semelhante.

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Air France – KLM reiterou ao Governo interesse em ser acionista da TAP, seja maioritário ou minoritário

Benjamin Smith, CEO do grupo franco-neerlandês, liderou a delegação a Lisboa para expressar interesse na privatização. Aguarda "com expectativa" termos e calendário.

A Air France – KLM reiterou ao Governo português, numa reunião em Lisboa esta segunda-feira, o interesse em comprar uma participação na TAP, seja ela maioritária ou minoritária, afirmou fonte oficial do grupo franco-neeralandês.

“Uma delegação do Grupo Air France-KLM, liderada pelo CEO, Benjamin Smith, reuniu-se com representantes do Governo português em Lisboa, a 28 de outubro de 2024, para reafirmar o interesse do Grupo em tornar-se acionista da TAP”, referiu.

“O grupo confirmou estar disponível para a compra de uma participação maioritária ou minoritária“, adiantou, sublinhando que “aguarda com expectativa os termos específicos da privatização da TAP e o calendário que vier a ser definido pelo Governo português”.

O ECO noticiou esta manhã que devido a um atraso, a reunião do Governo com o grupo Air France-KLM sobre a privatização da TAP irá decorrer durante a tarde mais tarde que o inicialmente previsto, e não contou com a ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que esteve numa audição no Parlamento para defender a proposta de Orçamento do Estado.

A alteração, causada por um atraso no voo dos representantes do grupo franco-neerlandês para Lisboa, significa que o Governo foi representado por Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e da Habitação, e pelo secretário do Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes.

Esta sexta-feira o ECO apurou junto de fonte conhecedora do processo que os responsáveis da Air France-KLM iriam transmitir ao Governo que estão confortáveis com a compra de uma posição minoritária na companhia portuguesa.

Ainda que a vontade de Luís Montenegro fosse privatizar a totalidade do capital da TAP, a atual geometria parlamentar impede que ela se concretize. Mesmo que o decreto-lei de privatização previsse essa possibilidade, os partidos pediriam a apreciação parlamentar, inviabilizando a alienação da maioria do capital, uma vez que só PSD e IL o defendem. Um contexto a que a Air France–KLM está atenta.

“Tendo em conta que estão a ser equacionados vários cenários para a aprovação, numa fase posterior, da privatização da TAP no Parlamento, a Air France–KLM mantém-se aberta a várias opções e também está confortável com a venda de uma participação minoritária da companhia”, afirma ao ECO a referida fonte.

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BPP: Privado Clientes põe requerimento em tribunal contra Comissão de Credores

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

A associação Privado Clientes, que junta lesados do Banco Privado Português, acusa a Comissão de Credores de não fiscalizar o trabalho da Comissão Liquidatária.

A associação Privado Clientes, que junta lesados do Banco Privado Português (BPP), pôs um requerimento no Tribunal do Comércio contra a Comissão de Credores do BPP acusando-a de não fiscalizar o trabalho da Comissão Liquidatária.

Em comunicado, a Privado Clientes disse esta segunda-feira que interpôs “um requerimento ao Tribunal do Comércio de Lisboa face à conduta consecutivamente omissa da Comissão de Credores, nomeadamente a não fiscalização dos relatórios entregues pela Comissão Liquidatária”.

Segundo a associação de lesados, já por duas vezes o tribunal intimou a Comissão de Credores nesse sentido, mas não aconteceu, e os relatórios sobre a atividade da Comissão Liquidatária são divulgados atrasados e sem serem visados pela Comissão de Credores. Segundo a Privado Clientes, tal acontece “ao arrepio da lei” e cria “revolta” entre os credores, já que a função desta comissão é defender os seus interesses.

“Para a Privado Clientes, a Comissão de Credores impõe ainda maior preocupação e revolta aos credores do que os incumprimentos da Comissão Liquidatária”, disse, citado no comunicado, o presidente da Privado Clientes, Jaime Antunes. O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, começou com a crise financeira de 2008 e culminou em 2010. Apesar da sua pequena dimensão, a falência do BPP lesou milhares de clientes e o Estado, tendo ainda tido importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

O fundador e antigo presidente do BPP, João Rendeiro, e outros ex-administradores do BPP foram acusados de crimes económico-financeiros ocorridos entre 2003 e 2008. João Rendeiro morreu em 12 de maio de 2022 numa prisão na África do Sul. Após o colapso do BPP, foi criada uma Comissão Liquidatária do BPP, nomeada pelo Banco de Portugal.

Nos últimos anos, os lesados do BPP têm estado em rutura com a Comissão Liquidatária (atualmente liderada por Manuel Mendes Paulo) porque consideram que esta não faz devidamente o seu trabalho, arrasta o processo há anos, quer perpetuar-se nos cargos à custa dos credores e não é transparente (não presta a informação devida). Acusam-na ainda de defender, sobretudo, os interesses do Estado, não tratando todos os credores por igual. A Privado Clientes pediu em início de 2022 a destituição da Comissão Liquidatária.

Já em maio de 2022, a Liminorke (o maior credor privado do BPP, com 53 milhões de euros, e que integra a Privado Clientes) pediu ao tribunal a substituição dos membros da Comissão de Credores, denunciando que a informação dada aos credores é insuficiente, há deficiente fiscalização do processo de liquidação e que o universo de credores não é representativo.

No requerimento, a Privado Clientes considera que os incumprimentos da Comissão de Credores são mais um motivo para os seus membros serem substituídos. A Privado Clientes tem cerca de 1.000 associados, segundo dados fornecidos à Lusa este ano. A associação é presidida por Jaime Antunes, que é também é presidente da Liminorke.

Já a Comissão Liquidatária considera as acusações da Privado Clientes infundadas e gratuitas e que mancham o bom nome dos seus membros. Sobre os créditos que serão pagos, tendo em conta os ativos do banco, a expectativa é que o Estado seja ressarcido na totalidade da dívida mas que será impossível pagar todos os créditos comuns reconhecidos.

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