Circulação de comboios na Ponte 25 de Abril condicionada devido a queda de catenária

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

A queda da catenária ocorreu pelas 17:30 e fonte da Fertagus disse não ter previsão de quando o problema estará resolvido.

A circulação de comboios na Ponte 25 de Abril, que liga Lisboa à margem Sul, está condicionada devido à queda de uma catenária, revelou esta quarta-feira fonte oficial da Fertagus, que explora aquele serviço rodoviário. A mesma fonte aconselha os passageiros a procurarem “soluções alternativas dentro do sistema Navegante”, como autocarros ou barcos.

Na sua página na rede social Facebook, a Fergatus alerta que “a circulação de comboios irá decorrer com constrangimentos, dos quais irão resultar atrasos significativos em todas as circulações”. Afirmando que a queda da catenária ocorreu pelas 17:30, a fonte da Fertagus disse não ter previsão de quando o problema estará resolvido, uma vez que é da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP).

Contactada pela Lusa, fonte da IP confirmou os condicionamentos naquela linha, adiantando que a “circulação está suspensa na via descendente entre Sete Rios e Alvito A”, em Lisboa. “A circulação efetua-se em ambos os sentidos pela via ascendente entre as referidas estações”, acrescentou, admitindo que são esperados atrasos nos comboios.

A fonte da IP realçou que esta solução permite que os comboios circulem em ambos os sentidos, mas causa atrasos uma vez que se está a usar apenas uma via. Questionada pela Lusa, a fonte da IP disse não haver ainda previsão de quando a situação será normalizada.

A ligação ferroviária entre Lisboa e a margem Sul foi inaugurada em 29 de julho de 1999 com o objetivo de retirar carros da Ponte 25 de Abril. A travessia liga as estações de Roma-Areeiro, em Lisboa, a Setúbal e conta com 10 estações na margem Sul e quatro na capital. Na ferrovia, a catenária é um sistema de distribuição e alimentação elétrica aérea.

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Angola pesquisa presença de petróleo em blocos terrestres

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

Os blocos terrestres ficam localizados na Bacia do Kwanza, que abrange as províncias de Luanda, Malanje e Cuanza-Norte.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a petrolífera estatal angolana contrataram um serviço especializado para identificar a presença de petróleo e outros hidrocarbonetos na área dos blocos terrestres da Bacia do Kwanza.

Numa nota de imprensa a ANPG, concessionária e reguladora do setor, refere que, em colaboração com a Sonangol Exploração e Produção, decidiu avançar com a aquisição de dados geológicos, num projeto que terá início em setembro deste ano, para um melhorar conhecimento geofísico e geológico dos referidos blocos.

Para isso contratou “um serviço especializado para a aquisição de dados gravimétricos, que compreende o estudo e análise de resíduos, e magnetométricos, que se refere ao grau de magnetização, nos Blocos Terrestres da Bacia do Kwanza, que abrange as províncias de Luanda, Malanje e Cuanza-Norte, nomeadamente os Blocos KON-11, KON-12 e KON-15.

O projeto será executado pelo consórcio Striped-Horse e Metatek, e “utiliza a tecnologia Airborne e FTG na recolha de dados fundamentais para a elaboração de mapas geofísicos de alta resolução”, refere a nota, salientando que a primeira parte da empreitada compreende a recolha e processamento de dados, com uma duração de 45 dias.

Este trabalho vai ser efetuado com recurso a uma aeronave especializada, numa operação com menos impacto para o ambiente, garantem, sendo que os resultados finais do estudo vão ser entregues pelo consórcio no primeiro trimestre de 2025. “Os dados adquiridos vão permitir identificar variações nas propriedades das rochas, indicando a presença de estruturas geológicas que possam conter petróleo e outros hidrocarbonetos, à luz da Estratégia de Exploração levada a cabo pela ANPG”, destaca na nota.

Esta iniciativa é considerada pela agência “um avanço significativo no compromisso de mapear e compreender a geologia regional, para além de avaliar o potencial prospetivo dos Blocos operados (KON 11 e KON 12) e a ser operado (KON 15) pela Sonangol Exploração & Produção na Bacia Terrestre do Kwanza”.

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Prémio até 4.100 euros só está isento de IRS se a empresa subir todos os salários em pelo menos 5%

O PS recusou clarificar a norma que introduziu no Orçamento do Estado para 2024 e agora o Fisco vem determinar que, para beneficiar da medida, as empresas têm de aumentar a totalidade dos vencimentos.

O pagamento, este ano, de um salário extra aos trabalhadores até cinco ordenados mínimos ou 4.100 euros, sob a forma de distribuição de lucros, só está isento de IRS e contribuições sociais se a empresa em causa tiver aumentado todos os vencimentos em pelo menos 5%, segundo um ofício-circulado da Autoridade Tributária (AT), publicado esta terça-feira no Portal das Finanças. Ou seja, não basta que a média da valorização remuneratória seja de 5%.

A medida foi introduzida pelo PS no Orçamento do Estado para 2024, referindo apenas que o aumento salarial de pelo menos 5% deve ser aplicado ao “universo dos trabalhadores” sem clarificar se tal conceito se refere à totalidade dos colaboradores de uma empresa ou à média da subida dos vencimentos. O Fisco vem agora estabelecer que é preciso que todos os ordenados avancem no mínimo 5% para que o ordenado extra até 4.100 euros esteja isento de IRS e Taxa Social Única (TSU).

“A valorização das remunerações de 5% é exigível para todos os trabalhadores da empresa, não bastando a verificação de um aumento médio de 5% dos salários. Caso contrário, poder-se-ia estar perante situações em que o aumento dos trabalhadores com maior percentagem perfizesse a média dos 5%, mantendo-se os trabalhadores com menores salários abaixo dos 5%”, segundo a instrução da AT assinada pela subdiretora-geral para a área dos impostos sobre os rendimentos, Helena Pegado Martins.

Assim, o Fisco entende que “a isenção só é aproveitada se houver um aumento/valorização nominal da remuneração fixa do universo dos trabalhadores em 2024 igual ou superior a 5% face ao ano de 2023, e se o prémio em causa não ultrapassar, por trabalhador os referidos limites”, isto é, os 4.100 euros, correspondentes a cinco vezes o salário mínimo, praticado este ano, de 820 euros mensais brutos.

Para determinar o aumento salarial, deve-se ter em conta “a remuneração fixa”, ou seja, a componente regular, excluindo subsídios ou prémios, “paga em dezembro de 2024 em relação à remuneração paga em dezembro de 2023, de modo a poder contemplar eventuais aumentos que possam ainda vir a ocorrer durante o ano de 2024″, indica a AT.

O Fisco salienta ainda que a distribuição de lucros sob a forma de um ordenado extra até 4.100 euros não é obrigatória, ainda que se verifique uma atualização dos vencimentos de pelo menos 5%. Para além disso, o bónus não tem de “abranger a totalidade dos trabalhadores, sendo essa repartição efetuada de acordo com a gestão decidida pela empresa”, segundo o mesmo ofício-circulado.

Benefício só vigora para 2024 mas lucros a distribuir podem ser de anos anteriores

A Autoridade Tributária (AT) chama a atenção que, como esta medida está circunscrita a uma “norma avulsa” no Orçamento do Estado para 2024, “deve entender-se que o benefício fiscal vigora no ano de 2024, devendo o pagamento ao trabalhador das gratificações de balanço ocorrer neste ano”. Ou seja, as empresas só beneficiam deste incentivo em 2024.

No entanto, podem ser distribuídos, a título de gratificação aos trabalhadores, “lucros relativos ao período de 2023 e lucros relativos a períodos anteriores, ainda não distribuídos, existentes nas contas da empresa neste período”, segundo o Fisco.

Esta medida decorre do reforço do acordo plurianual de valorização dos rendimentos assinado, a 7 de outubro de 2023, entre o Governo anterior, de António Costa, e os parceiros sociais. Desta vez, além da CGTP, também a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) ficou de fora do reforço do pacto para a valorização dos rendimentos.

O pacto estabelece que será atribuído um “incentivo fiscal, em 2024, em sede de IRS, aplicável à participação dos trabalhadores nos lucros, por via da gratificação de balanço das empresas […] desde que a entidade empregadora tenha, em 2024, procedido a aumento salarial ao universo dos trabalhadores, em linha ou acima do estabelecido neste acordo”, ou seja, igual ou superior a 5%.

Ainda que isentos de IRS, estes rendimentos são englobados para determinação taxa do imposto a pagar pelo trabalhador, isto é, terá de ser somado aos outros rendimentos, o que irá agravar a taxa do imposto a aplicar no momento da liquidação, em 2025.

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Maria Luís Albuquerque, cara da austeridade, está mais perto de Bruxelas

Pela segunda vez, Maria Luís Albuquerque volta a ser equacionada para integrar o elenco governativo em Bruxelas. Um dos rostos da 'troika' conta com um passado pesado que não passará despercebido.

À segunda foi de vez. Maria Luís Albuquerque foi proposta por um Governo social-democrata para ser comissária europeia. Para Luís Montenegro, o percurso político, académico e as competências da antiga ministra das Finanças são motivos mais do que suficientes não só para integrar o executivo comunitário como também assegurar que Portugal consegue um pelouro de peso em Bruxelas, na próxima legislatura. E depois de não ter conseguido que o seu nome chegasse a ser considerado formalmente em Berlaymont, em 2014, Maria Luís tem agora nas mãos uma nova oportunidade para chegar até à Comissão Europeia.

Há dez anos, o nome de Albuquerque corria nos meios financeiros e em Bruxelas. Na altura, Jean-Claude Juncker era o presidente da Comissão Europeia e tinha a governante debaixo de olho, tendo pressionado Pedro Passos Coelho a submete-la como candidata a comissária.

Era mulher, o que significava um executivo mais paritário, e tinha a competências técnicas úteis para um mandato em Bruxelas. O antigo primeiro-ministro chegou mesmo a equacionar a hipótese junto do Governo, mas com a queda do Banco Espírito Santo (BES), e sem uma garantia de que o pelouro em causa seria um de relevo, Passos Coelho recusou libertar Albuquerque.

“Era ministra das Finanças e a situação que estava a viver num dos bancos – o BES – inspirava-me a maior das preocupações”, cita o Público a justificação de Pedro Passos Coelho, em 2020. O plano B acabou por ser Carlos Moedas, que também se sentou à mesa nas negociações com a troika. Foi nomeado para comissário europeu para a Investigação, Inovação e Ciência para um mandato, gerindo um dos maiores orçamentos do executivo.

Volvida uma década, uma Maria Luís “moderada”, “discreta” e “sem dada a grandes superficialidades”, tal como caracterizam algumas vozes do PSD e próximas de Montenegro ouvidas pelo ECO, volta assim a estar na calha estando oficialmente na corrida para integrar o próximo executivo comunitário que deverá ser conhecido em setembro.

“Esperava-se que saísse da cartola de Montenegro uma novidade qualquer, mas desta vez a surpresa é essa: não ser surpresa“, aponta ao ECO o especialista em assuntos europeus, Paulo Sande. “Polémicas à parte, é uma boa escolha. Tem experiência na área económica e financeira, áreas muito importantes para o futuro da União Europeia”, acrescenta.

Um nome (e passado) de peso

Nascida em Braga, em 1967, e formada e mestre em Economia pela Universidade Lusíada e pelo ISEG, respetivamente, a antiga governante é um nome de peso dentro e fora do PSD. Por bons e maus motivos.

Hugo Soares conhece-a “bem”. Confiante na escolha do primeiro-ministro, o líder parlamentar do PSD reconhece-lhe uma “capacidade técnica”, “experiência política” e “conhecimento das instituições europeias” que poderão conferir “uma vantagem acrescida” para Portugal numa altura em que Ursula von der Leyen, particularmente atenta à paridade do executivo, negoceia com os Estados-membros a orgânica e as pastas da próxima Comissão.

Ainda não se sabe para que pelouros Maria Luís está a ser considerada. Esse tema começou a ser discutido entre Luís Montenegro e Ursula von der Leyen antes das eleições europeias. Mas dada a sua experiência “num leque muito vasto de pastas”, desde as sociais às económicas e financeiras, recorda Soares, a economista estará bem posicionada para presidir a um conjunto de pelouros.

Mas em Bruxelas, não é líquido “que a experiência na área financeira seja a única em cima da mesa“, admite a eurodeputada pelo PSD, Lídia Pereira, recordando o caso de Carlos Moedas. “Admito que haja esse cuidado, mas não tem de ser um portefólio associado aos serviços financeiros ou mercados de capitais”, diz ainda a vice-presidente do PPE, no Parlamento Europeu. Paulo Sande partilha da mesma opinião sugerindo, a título de exemplo, as pastas da digitalização, energia ou competitividade.

No entanto, caso acabe por ser essa decisão de von der Leyen, a líder alemã poderá ficar descansada: “[Maria Luís] é uma pessoa que domina estes temas“, diz Lídia Pereira.

Maria Luís Albuquerque ao lado de Paulo Portas e José Manuel Barroso (da esquerda para a direita)@CE

 

Secretária de Estado virada ministra, o percurso político de Maria Luís Albuquerque começou muito antes do tempo da austeridade. Depois de ter passado pelo gabinete de Estudos Técnicos Superiores e Previsões Económicas do Ministério da Economia e atuado como conselheira da Secretaria de Estado do Tesouro e Finanças, entre 1999 e 2001, a economista foi chefe do Departamento de Execuções e Mercados da Agência Portuguesa de Gestão da Dívida, entre 2007 a 2011.

Nesse ano, assumiu pela primeira vez o cargo de Secretária de Estado, ficando responsável pelas pastas do Tesouro e das Finanças e um ano mais tarde foi reconduzida, ficando, no entanto, limitada à gestão do Tesouro. Nestas funções, seguiu os assuntos do Eurogrupo e do Ecofin, o que lhe permitiu ir palpando o terreno em Bruxelas.

Em 2013, Vítor Gaspar apresentou a sua demissão e rumou ao Fundo Monetário Internacional (FMI), abrindo caminho para que a sua sucessora fosse Maria Luís Albuquerque. A decisão não agradou a todos, sobretudo a Paulo Portas. Mas Passos não lhe deu ouvidos e Portas partiu para a demissão “irrevogável”, que acabou por não o ser.

Na altura com 46 anos, a economista resistiu às pressões que resultariam do processo de resolução do BES e do programa de assistência financeira da troika, e manteve-se no cargo até ao final do mandato, em 2015. Nessa altura, Portugal libertava-se das amarras da troika e Maria Luís Albuquerque ficava com parte dos louros por ter concretizado uma “saída limpa” da austeridade.

“Estamos a falar de um período muito difícil para Portugal, para a banca e para os portugueses, sobretudo pensionistas. Estávamos na bancarrota, e ao fim de três anos, saímos relativamente bem dessa situação e Maria Luís Albuquerque desempenhou um papel importante nessa fase“, recorda Paulo Sande.

Em Bruxelas, também Paulo Cunha, eurodeputado do PSD salienta a “resiliência” de Albuquerque “num contexto particularmente difícil”. “O facto de ter tido a pasta das Finanças nessa altura fez com que conhecesse de perto várias áreas em Bruxelas. Foi uma ministra que fez além do convencional, dadas as circunstâncias do país. A eficácia no seu trabalho foi decisiva“, realça.

Mas na esfera política, os elogios ficam limitados à ala social-democrata. Da esquerda à direita, são várias as críticas lançadas contra a antiga ministra das Finanças. “Sinónimo de austeridade”; escolha “preocupante”; “má gestora de fundos públicos” são algumas das palavra de desaprovação vinda de partidos como o PAN, Bloco de Esquerda e PCP.

Maria Luís Albuquerque foi responsável direta por um conjunto de medidas muito gravosas para um conjunto significativo de setores do país – pensionistas, trabalhadores da Administração Pública, os próprios serviços públicos”, recordou esta quarta-feira, o vice-presidente do PS, Pedro Delgado.

Polémicas podem condicionar “crivo” no Parlamento

A escolha de Maria Luís Albuquerque não é definitiva. Na verdade, terá de passar por várias fases, a começar desde logo com uma entrevista com Ursula von der Leyen que servirá para avaliar se a antiga ministra das Finanças tem condições para ser proposta para a Comissão Europeia. Títulos, como o Politico, avançam que mesmo estando de férias na Alemanha, a líder alemã já teve oportunidade de conversar com alguns candidatos. Resta saber se constarão na proposta de colégio de comissários, em setembro.

Caso Maria Luís Albuquerque seja proposta a comissária, seguir-se-á um processo rigoroso e minucioso de audições nas comissões do Parlamento Europeu, em outubro. E em alguns casos, dependendo dos pelouros que sejam propostos a presidir, os candidatos poderão ser sujeitos até duas ou três audições. Será nesta altura, que, muito provavelmente, as polémicas de Maria Luís Albuquerque serão recordadas.

O escrutínio deve ser encarado com naturalidade. Não creio que o perfil de Maria Luís seja de tal maneira controverso que não possa ser devidamente esclarecido“, assegura Lídia Pereira que integra uma das comissões que poderá vir a questionar Maria Luís Albuquerque caso o nome seja proposto para uma pasta económico-financeira: a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários.

Um desses temas serão os famosos swaps, um instrumento de investimento financeiro considerado altamente especulativo e de risco e que foram tema de uma comissão de inquérito, na qual a própria foi ouvida três vezes: duas vezes como secretária de Estado e uma já enquanto ministra. Em causa estavam alegações de que Maria Luís Albuquerque, enquanto diretora financeira na Refer, tinha estado envolvida no processo de compra deste tipo de ativo por empresas públicas que se revelaram ruinosos. Mas há mais.

Depois de ter cessado funções como ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque foi contratada, em 2016, para o cargo de administradora não executiva da Arrow Global, empresa financeira britânica que se dedica à gestão e recuperação de dívidas e que teria comprado em 2014 carteiras de crédito ao Banif, banco que Maria Luís acompanhara enquanto ministra. Na altura era deputada do PSD mas ainda assim foram várias as críticas vindas da esquerda e da direita, alegando “incompatibilidade”. No entanto, a economista permaneceu no cargo até 2021.

O seu percurso governativo conta ainda com outros percalços: as privatizações dos CTT e da REN. E a venda do BPN, considerado um buraco gigantesco nas contas públicas e cujo o processo de venda levantou várias dúvidas depois de terem sido tornadas públicas alegações de que o Governo teria dado ordens para alterar as contas de 2012, omitindo prejuízos. E ainda as ameaças do marido António Albuquerque, ex-jornalista e antigo editor do Diário Económico, contra Filipe Alves, jornalista da mesma publicação.

Desde 2022 que Maria Luís Albuquerque trabalha a partir da Alemanha, fazendo parte do conselho de supervisão de bancos do Morgan Stanley. Até Bruxelas, a viagem será menos de duas horas e será na capital belga que o seu destino será decidido. Até outubro, os eurodeputados terão tempo para estudar o passado de Maria Luís Albuquerque e avaliar se esta detém as qualidades e competências necessárias para integrar o próximo elenco governativo em Bruxelas.

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PCP quer ouvir Anacom no parlamento sobre aumento dos custos das telecomunicações

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

O partido indica que o custo médio mensal por subscritor de pacote de telecomunicações aumentou 6,5% face ao mesmo período do ano passado e que as receitas com estes serviços aumentaram 9,1%.

O PCP pediu esta quarta-feira a audição da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) no parlamento para discutir uma forma de inverter a tendência de aumento de preços das telecomunicações em Portugal.

Num requerimento dirigido ao presidente da comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, o social-democrata Miguel Santos, o PCP critica o “aumento brutal” dos preços das telecomunicações citando dois relatórios que indicam um aumento homólogo de 6,9% e uma taxa de variação média do preço das telecomunicações no último ano superior em 4,8 pontos percentuais à verificada no resto da União Europeia.

O partido dá conta ainda de que o custo médio mensal por subscritor de pacote de telecomunicações aumentou 6,5% face ao mesmo período do ano passado e que as receitas com estes serviços aumentaram em 9,1% – o correspondente a mais de 100 milhões de euros. “Isto quando, recorda-se, a Anacom recomendou aos prestadores contenção nos aumentos de preços para 2024”, assinalam os comunistas.

O partido critica que “enquanto os trabalhadores e o povo português são chamados a pagar um preço mais elevado por um serviço hoje em dia essencial, as empresas e multinacionais que predam o setor encaixam volumes de lucros verdadeiramente inaceitáveis”.

O PCP recorda que os serviços de pacote prestados pelas empresas de telecomunicações já existem em 96 em cada 100 famílias e que a venda destes serviços “não foi em nada contrariada pelas alterações legislativas entretanto realizadas por propostas da Anacom” e aponta para a “inequívoca necessidade de outras medidas, mais estruturais e com menos dependentes de uma fé no mercado que a realidade todos os dias demonstra ser imerecida”.

“Neste sentido o PCP requer a audição da Anacom na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação para uma discussão sobre a forma de contrariar este caminho de sistemático aumento dos preços das telecomunicações”, conclui o partido.

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ERC retifica deliberação sobre entrevista de José Rodrigues dos Santos mas mantém as conclusões

O regulador eliminou a parte factualmente errada na deliberação em que acusa José Rodrigues dos Santos, mas continua a afirmar que o entrevistador se afastou do registo de factualidade.

A ERC retificou esta quarta-feira a deliberação na qual critica a forma como José Rodrigues dos Santos conduziu a entrevista a Marta Temido durante a campanha das eleições europeias, mas mantém as conclusões. Ou seja, considera que a entrevista na RTP1 à candidata do PS, “pela forma como foi conduzida, afastou-se do registo de factualidade” e “é suscetível de prejudicar o direito dos telespetadores de serem informados”.

“O Conselho Regulador da ERC — Entidade Reguladora para a Comunicação Social, na sua reunião de 28 de agosto de 2024, retificou a Deliberação ERC/2024/388 (OUT-TV), de 7 agosto (“Participações contra a RTP1 a propósito da exibição de uma entrevista a Marta Temido, cabeça de lista pelo PS às eleições europeias”), devido a um lapso de transcrição identificado no parágrafo 44”, avançou o regulador em resposta ao +M.

No entanto, prossegue, “a retificação não altera a deliberação de 7 de agosto, adotada ao abrigo das atribuições e competências da ERC, nomeadamente, as previstas na alínea d) do artigo 7.º e na alínea a) do n.º 3 do artigo 24.º dos Estatutos da ERC“.

“Assegurar que a informação fornecida pelos prestadores de serviços de natureza editorial se pauta por critérios de exigência e rigor jornalísticos, efetivando a responsabilidade editorial perante o público em geral dos que se encontram sujeitos à sua jurisdição, caso se mostrem violados os princípios e regras legais aplicáveis; e fazer respeitar os princípios e limites legais aos conteúdos difundidos pelas entidades que prosseguem atividades de comunicação social, designadamente em matéria de rigor informativo e de proteção”, são então os dois artigos evocados pela ERC na deliberação de 7 de agosto.

Com as alterações desta quarta-feira, do texto no qual se lia “44 – Ademais, observa-se que o jornalista fez comentários laterais a afirmações da entrevistada que se situam no plano da opinião, e não no plano da factualidade. Veja-se, por exemplo, na sequência da afirmação da entrevistada de que «alguns [países] têm até situações de tal forma graves que, neste momento, equacionar esta questão levanta uma série de outras questões», o jornalista replica «por acaso, não creio.; 45 – Em outro momento da entrevista, o jornalista responde à entrevistada: «Pronto, mas fica o seu desmentido, não fomos ultrapassados no PIB per capita. Enfim, os dados que eu vi, vi”, foi apagado o primeiro exemplo.

Passou então a ler-se “ademais, observa-se que o jornalista fez comentários laterais a afirmações da entrevistada que se situam no plano da opinião, e não no plano da factualidade. Veja-se, por exemplo, no momento da entrevista em que o jornalista responde à entrevistada: «Pronto, mas fica o seu desmentido, não fomos ultrapassados no PIB per capita. Enfim, os dados que eu vi, vi.”

Ou seja, o regulador eliminou a parte factualmente errada da sua deliberação, na qual atribuía ao jornalista uma frase não dita — “por acaso, não creio” –, mas manteve tudo o resto.

Este domingo, recorde-se, num artigo publicado no Observador, José Rodrigues dos Santos rebateu ponto por ponto a deliberação da ERC, defendendo que não violou qualquer dos seus deveres deontológicos na condução da entrevista, limitando-se a “ir a repique”, apontando ainda um erro factual na deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

“A ERC diz que teci ‘comentários laterais a afirmações da entrevistada que se situam no plano da opinião e não no plano da factualidade’. Para sustentar esta afirmação extraordinária, a ERC invoca que, quando a entrevistada afirmou que ‘alguns (países) têm até situações de tal modo graves que, neste momento, equacionar esta questão levanta uma série de outras questões’, eu terei replicado ‘por acaso, não creio‘. Fiquei muito espantado com esta citação, porquanto não proferi a declaração que a ERC me atribui. (…) Ao ouvir isto, eu de facto disse algo, mas, ao contrário do que pretende a ERC, não foi ‘por acaso, não creio’. O que eu disse foi ‘o caso da Ucrânia’”, apontou José Rodrigues dos Santos.

Em suma, o problema desta entrevista não foi colocar em causa o direito constitucional dos telespectadores à informação, foi o facto de a entrevistada evitar o tema e, quando forçada a encará-lo, negar informação factualmente verdadeira ou prestar declarações factualmente falsas ou que induziam em erro, o que inevitavelmente obrigou a repique”, contestou o jornalista.

Já esta terça-feira, e a propósito da deliberação, a Iniciativa Liberal chamou a ERC ao Parlamento. Num pedido de audição, entregue esta terça-feira pelo partido liderado por Rui Rocha na Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, os liberais defendem que “qualquer pronunciamento, por parte de entidades públicas, referente à pertinência ou adequação da conduta de jornalistas deve ser cuidadosamente avaliado antes da sua emissão, atendendo à suscetibilidade das liberdades que podem estar em causa”.

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Ações da Mota-Engil já caem 22% este ano, pressionadas por “expectativas muito elevadas”

Os resultados da construtora foram fortes, mas terão ficado aquém das expectativas dos investidores no que toca ao crescimento. Queda do título face ao pico de 5 de março é de quase metade, 47%.

As ações da Mota-Engil EGL 0,00% tombaram 10,78% esta quarta-feira, com a pior sessão deste outubro do ano passado a ser marcada pela desilusão dos investidores face ao ritmo de crescimento da construtora, apesar de ter divulgado resultados fortes.

Os títulos da empresa liderada por Carlos Mota Soares fecharam nos 3,078 euros, o que compara com os 3,96 euros no início do ano e os 5,81 euros no pico registado a 5 de março. No acumular do ano, as perdas são de 22%, enquanto face ao último máximo os investidores perderam quase metade do valor, 47%.

Na madrugada de quarta-feira, a Mota-Engil informou que o lucro líquido da Mota-Engil disparou 65% em termos homólogos para 49 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, impulsionado por um novo recorde na faturação, adiantando que a carteira de encomendas também atingiu um novo máximo.

O resultado líquido atribuível ao grupo reflete uma margem líquida de 2%, e a empresa salientou o “robusto” volume de negócios com uma subida homóloga de 7% para 2.732 milhões de euros.

“Os resultados apresentados pela Mota-Engil foram positivos”, afirmou ao ECO Henrique Tomé, analista da corretora XTB. “No entanto, devemos salientar que o mercado move-se por expectativas que neste caso eram muito elevadas, ficando assim aquém aos olhos dos investidores”.

Para Tomé, entre os pontos positivos a empresa continua a melhorar e mostrou dados fundamentais de crescimento. Já nos pontos negativos, “o crescimento apresentado ficou abaixo das expectativas do mercado, visto que as ações tinham tido um rally impressionante em 2023 quando se esperava que a empresa continuasse a crescer a um ritmo muito mais forte”.

“Nesta altura, a tendência já inverteu e estamos numa correção muita agressiva (desde o topo superior a 40%), portanto neste momento o preço deverá ir em linha com o seu valor fundamental que poderá ainda ter espaço para mais algumas movimentações”, sublinhou o analista da XTB.

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EUA reforçam sanções a colonos israelitas na Cisjordânia

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

A nova vaga de sanções visa em particular uma organização não-governamental, Hashomer Yosh, e os seus líderes, acusados de prestar apoio material ao colonato de Meitarim, na Cisjordânia.

Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira novas sanções contra colonos israelitas na Cisjordânia, instando Telavive a lutar contra os grupos extremistas que são acusados de alimentar a violência nos territórios ocupados na Palestina. O anúncio surge no mesmo dia em que o Exército israelita lançou uma operação militar em grande escala no norte da Cisjordânia, justificando com a morte de nove combatentes palestinianos.

“A violência extremista dos colonos na Cisjordânia causa intenso sofrimento humano, prejudica a segurança de Israel e mina as perspetivas de paz e estabilidade na região”, justificou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado de imprensa. “É essencial que o governo israelita responsabilize os indivíduos e entidades responsáveis pela violência contra civis na Cisjordânia”, acrescentou.

A nova vaga de sanções visa em particular uma organização não-governamental, Hashomer Yosh, e os seus líderes, acusados de prestar apoio material ao colonato de Meitarim, na Cisjordânia, segundo o Departamento de Estado. Washington sancionou também Yitzhak Levi Filant, descrito como o coordenador de segurança do colonato de Yitzhar, também na Cisjordânia.

“Em fevereiro de 2024, liderou um grupo de colonos armados que montaram bloqueios de estradas e realizaram patrulhas para perseguir e atacar palestinianos nas suas terras e expulsá-los à força”, segundo o comunicado. Os Estados Unidos já impuseram várias sanções contra colonos israelitas e manifestaram a sua forte oposição a qualquer expansão dos colonatos na Cisjordânia, apoiadas por membros da extrema-direita do Governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro, a violência intensificou-se na Cisjordânia, um território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.

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Cellnex compra ativos detidos pela Nos Technology

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

Os ativos "têm por atividade a disponibilização de infraestruturas passivas de suporte a redes de comunicações sem fios".

A On Tower Portugal, subsidiária da Cellnex Portugal, notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da compra de um conjunto de ativos detidos pela Nos Technology, informou esta quarta-feira a entidade reguladora.

A operação de concentração em causa “consiste na aquisição, pela On Tower Portugal, S.A., à Nos Technology – Concepção, Construção e Gestão de Redes de Comunicações, S. A., dos ativos correspondentes a seis macro-sites para colocação de equipamento de telecomunicações móveis“, lê-se no comunicado do site da AdC.

Estes ativos “têm por atividade a disponibilização de infraestruturas passivas de suporte a redes de comunicações sem fios”.

A On Tower Portugal é uma subsidiária totalmente detida pela Cellnex Portugal, a qual, por sua vez, é uma filial portuguesa integralmente detida pela Cellnex Telecom, empresa com sede em Espanha, que opera infraestruturas passivas de telecomunicações sem fios em vários países europeus.

“Em Portugal, a Cellnex opera atualmente, através da OMTEL e da Towerlink Portugal, Unipessoal, Lda., um conjunto de macro-sites e de micro-sites”, refere a nota.

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E-Redes investe 7,6 milhões em Sines em nova subestação e rede de alta e média tensão

  • Lusa
  • 28 Agosto 2024

O projeto da empresa da EDP em Sines destina-se a “abastecer cerca de 1.800 clientes residenciais e oito clientes empresariais”.

A E-Redes está a construir uma nova subestação e rede de alta e média tensão em Sines, num investimento de 7,6 milhões de euros, para abastecer cerca de 1.800 casas e oito empresas, informou esta quarta-feira a empresa. Em comunicado, a empresa do grupo EDP indicou que a nova subestação de Sines, no distrito de Setúbal, vai integrar o sistema elétrico nacional e a sua construção tem conclusão prevista para o final deste ano.

“Foram já concluídos os trabalhos relativos à execução de fundações especiais, constituição da plataforma e construção das infraestruturas civis”, precisou. Agora, acrescentou a E-Redes, estão “em curso os trabalhos relacionados com a empreitada eletromecânica”.

Além da nova subestação, com “uma potência instalada inicial de 31,5 MVA [megavolt-ampere]”, o investimento inclui igualmente a construção da rede de alta tensão, para “alimentar a subestação e toda a nova rede MT [média tensão] a interligar à já existente”, precisou. Segundo a empresa, este projeto em Sines implica “um investimento estimado de 7,6 milhões de euros” e destina-se a “abastecer cerca de 1.800 clientes residenciais e oito clientes empresariais”.

“As novas infraestruturas vão permitir aumentar a capacidade de receção de produção na Rede Nacional de Distribuição (RND) e melhorar a qualidade de serviço na rede de MT a sul da cidade de Sines”, destacou. O projeto vai “contribuir para a transição energética na zona de grande procura de Sines, através da atribuição de capacidade de ligação à rede RND”, acrescentou.

Ainda de acordo com a E-Redes, “estas novas infraestruturas fazem parte da política de investimento e manutenção na rede elétrica” da empresa. Esta política tem “como eixos principais a melhoria no abastecimento de energia elétrica, o aumento da resiliência da rede, a renovação e reabilitação dos ativos, a automação e digitalização na gestão da rede, a par de medidas de otimização nas operações”.

A E-Redes é a empresa do grupo EDP responsável pela operação da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal continental, em baixa, média e alta tensão.

 

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Atrasar entrada na reforma aumenta mortalidade entre trabalhadores

Estudo feito com base na população espanhola mostra que adiar a saída do mercado de trabalho aumenta o risco de morte dos trabalhadores, especialmente nos empregos com mais acidentes.

A idade da reforma vai voltar a subir já no próximo ano. Desde 2014 que a idade de acesso à pensão de velhice praticada por cá está ligada à evolução da esperança média de vida, pelo que vem subindo há vários anos (com exceção dos anos pandémicos). E Portugal não é o único país que tem aumentado a idade da reforma. No vizinho ibérico, por exemplo, até o acesso à reforma antecipada foi limitado, sendo que um novo estudo baseado na população espanhola mostra que atrasar a pensão agrava o risco de morte entre os trabalhadores dos 60 aos 69 anos.

“Muitos países têm reformado os seus sistemas públicos de pensões face ao envelhecimento demográfico, e de modo a manter a solvência financeira. Uma das principais políticas tem sido limitar o acesso a reformas antecipadas ao aumentar a idade mínima. Ainda que haja literatura extensa sobre a resposta da força de trabalho a essas reformas, há poucos estudos sobre o impacto do adiamento das pensões na mortalidade“, começam por explicar os autores do estudo publicado esta quarta-feira pela Fundación de Estudios de Economía Aplicada (Fedea).

No caso espanhol, uma das medidas adotadas para fomentar a sustentabilidade do sistema de pensões foi limitar o acesso às reformas antecipadas, em função da data em que os trabalhadores começaram a fazer descontos.

Assim, enquanto os indivíduos que começaram a contribuir para a Segurança Social antes de 1 de janeiro de 1967 podem pedir a pensão a partir dos 60 anos, aqueles que só começaram a descontar depois dessa data têm acesso à reforma a partir dos 65 anos.

Os investigadores decidiram, portanto, comparar pessoas que começaram a contribuir um ano antes de 1 de janeiro de 1967 e as que começaram a fazer descontos um ano depois, lançando a questão: afinal, qual foi o impacto da limitação do acesso à reforma antecipada na mortalidade?

“Concluímos que os indivíduos que contribuíram a partir de 1967 têm uma maior probabilidade de morrer entre os 50 e os 86 anos, em 3,1 pontos percentuais”, lê-se no estudo agora divulgado.

E se olharmos apenas para a faixa etária do 60 aos 69 anos, adiar a saída do mercado de trabalho por somente um ano é mesmo sinónimo de um agravamento do risco de mortalidade de 4,4 pontos percentuais (“o equivalente a um aumento relativo de 38%”), destacam os investigadores.

Convém notar que há diferenças consideráveis entre profissões. O aumento do risco de mortalidade é maior em profissões onde há mais acidentes de trabalho e em empregos onde o fardo psicológico é mais pesado, isto é, com níveis elevados de stress.

O estudo mostra também que trabalhadores de setores em que o indivíduo é menos valorizado têm maior risco de mortalidade ao adiarem a sua entrada na reforma. Em contraste, os trabalhadores “que se sentem reconhecidos” e têm uma “perceção de realização no seu trabalho” não registam um impacto negativo na mortalidade por adiarem a saída do mercado de trabalho.

Perante este cenário, os investigadores assinalam que retirar ou limitar o acesso às pensões antecipadas pode exacerbar as disparidades sociais, em termos de mortalidade, e diminuir a progressividade do sistema de pensões, uma vez que as pensões com piores condições de trabalho coincidem, frequentemente, com baixos salários.

Por outro lado, os autores do estudo da Fedea notam que permitir aos trabalhadores reduzir gradualmente o tempo de trabalho pode mitigar os impactos negativos na mortalidade do adiamento da saída do mercado de trabalho.

Em Portugal, importa explicar, a reforma antecipada está disponível, regra geral, a partir dos 60 anos de idade (com 40 anos de descontos), mas está associada a cortes significativos. Já a criação de um regime de reforma a tempo parcial foi um dos pontos que ficou no acordo de rendimentos celebrado pelo Governo anterior, e deverá avançar com este Executivo (até faz parte do seu programa).

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Reformados da Função Pública também só vão descontar menos para o IRS a partir de outubro

Tal como a Segurança Social também a Caixa Geral de Aposentações vai aplicar as novas tabelas um mês mais tarde do que o previsto no despacho, porque as prestações de setembro já foram processadas.

Os reformados da Função Pública, beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA), também só vão sentir a descida da retenção na fonte nas suas pensões em outubro, um mês mais tarde do que o estabelecido no despacho do Governo, tal como os pensionistas da Segurança Social, adiantou fonte oficial do Ministério do Trabalho e do Ministério das Finanças ao ECO.

“Assim como as pensões de setembro da Segurança Social também as da CGA já foram processadas em agosto, não tendo sido possível considerar as novas tabelas”, justificam os dois gabinetes ministeriais, ainda que as prestações da CGA sejam pagas mais tarde, a 18 de setembro e não no dia 8, como acontece no caso das reformas do sistema previdencial.

Assim, a redução extraordinária nas tabelas de retenção como forma de compensar o que foi descontado a mais entre janeiro e agosto, tendo em conta a descida do IRS aprovada pelo Parlamento para este ano, só será aplicada a partir de outubro. “Às pensões de outubro serão aplicadas as novas tabelas previstas” para setembro e outubro, indica a mesma fonte oficial.

Uma vez que os pensionistas só vão beneficiar de um mês da descida extraordinário dos descontos para o IRS em vez de dois, como definido no diploma legal, serão depois feitos acertos. “As retificações resultantes da não aplicação da nova tabela nas pensões de setembro serão efetuadas até ao mês de dezembro, inclusive”, esclarece a tutela.

Em outubro, mês em que os pensionistas sentirão então uma redução significativa dos adiantamentos do imposto ao Fisco, também será pago o suplemento entre 100 e 200 euros aos reformados cuja soma de prestações não ultrapassem os 1.527,78 euros por mês.

Este apoio extraordinário estará sujeito a retenção na fonte, mas de forma autónoma. Isto é, o “brinde” não soma à prestação regular para apuramento da taxa de desconto. Assim, os pensionistas irão também beneficiar de uma descida significativa da retenção que irá incidir sobre este “cheque” extra.

“Em novembro e dezembro serão aplicadas já as novas tabelas” regulares sem o efeito do mecanismo da retroatividade a janeiro, e com os ajustes decorrentes da não aplicação do alívio nos descontos em setembro, salienta o Executivo, o que significa que a retenção na fonte irá subir face a outubro mas ficará abaixo da que foi praticada em agosto e setembro.

As novas tabelas de retenção na fonte em sede de IRS refletem a redução do imposto, aprovada pelo Parlamento, e permitem compensar, em dois meses, o valor descontado a mais desde janeiro por trabalhadores dependentes e pensionistas. Assim, em setembro e outubro, e de forma extraordinária, salários brutos até 1.175 euros estarão livres de retenção, quando até agosto descontavam 114,68 euros por mês, uma vez que esta isenção aplicava-se até aos 934 euros, no caso de um solteiro sem filho.

Nas pensões, não haverá lugar a retenção na fonte até aos 1.202 euros para um solteiro, divorciado, viúvo ou casado (dois titulares), quando até aqui este reformado descontava a partir dos 838 euros mensais. Isto significa um ganho, em setembro e outubro, de 111,71 euros por mês.

A partir de novembro e até ao final do ano, estarão em vigor outras tabelas já sem o efeito do mecanismo da retroatividade aplicado em setembro e outubro. Deste modo, em novembro, a retenção na fonte volta a aplicar-se a remunerações mensais a partir dos 935 euros e a pensões a partir dos 937 euros mensais para não casados sem filhos.

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