Inflação na Zona Euro sobe para 2,3% em novembro e pressiona BCE

Os serviços continuam a ser a variável que mais pressiona a taxa de inflação, registando em novembro uma taxa anual de 3,9%. Com um IHPC de 2,7%, Portugal continua acima da média da Zona Euro.

A taxa de inflação anual na área do euro subiu para 2,3% em novembro, face aos 2% registados em outubro, segundo a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Eurostat. Este aumento, em linha com as previsões dos analistas, coloca novamente pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) a poucos dias da sua última reunião de política monetária do ano, que se irá realizar a 12 de dezembro.

A inflação subjacente, que exclui os preços da energia e dos alimentos não processados, manteve-se estável nos 2,7%, ligeiramente abaixo dos 2,8% previstos pelos analistas. Este indicador é particularmente relevante para o BCE, pois reflete as pressões inflacionistas mais persistentes na economia.

Em termos mensais, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) registou uma queda de 0,3%, ficando acima das expectativas dos analistas de uma descida de 0,2%. Os dados do gabinete estatístico da União Europeia revelam que os serviços continuam a ser o principal motor da inflação, apresentando uma taxa anual de 3,9% em novembro, seguidos pelos alimentos, álcool e tabaco (2,8%).

A energia, que tem sido apresentado um comportamento deflacionário nos últimos meses, registou uma queda menos acentuada em novembro (-1,9%) em comparação com outubro (-4,6%), contribuindo para o aumento da taxa global do IHPC este mês.

Portugal registou uma taxa de inflação medida pelo IHPC de 2,7% em novembro, ligeiramente acima da média da Zona Euro. No entanto, permanece longe do IHPC registado na Bélgica (5%), Croácia (4%) e Países Baixos (3,8%), os valores com as taxas de inflação mais elevadas.

O aumento da taxa de inflação em novembro não foi uma total surpresa nem se traduziu numa subida significativa, mas coloca o BCE numa posição delicada antes da sua reunião de 12 de dezembro. Apesar de alguns membros do Conselho do BCE, como Philip Lane, terem sugerido que a política monetária não deve permanecer restritiva por muito tempo, o recente repique inflacionário pode levar a uma postura mais cautelosa.

O mercado tem vindo a antecipar um corte de 25 pontos base nas taxas diretoras na próxima reunião. Christine Lagarde, presidente do BCE, tem consistentemente afirmado que as decisões serão tomadas “reunião a reunião” e dependentes dos dados económicos mais recentes. Com esta subida da inflação, a probabilidade de um corte nas taxas em dezembro pode ter diminuído, embora não esteja completamente fora de questão.

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Tupai recebe investimento de quatro milhões do BPF e Flexdeal

Financiamento ao abrigo do Programa de Recapitalização visa a modernização tecnológica e o desenvolvimento de novos produtos pela empresa de ferragens de Águeda.

O Banco Português de Investimento (BPF) e a Flexdeal investiram quatro milhões de euros na recapitalização da Tupai, uma empresa de metalomecânica de Águeda. Programa de Recapitalização tem 46% da dotação alocada e já investiu em 14 empresas.

O investimento na Tupai foi realizado no âmbito do Programa de Recapitalização Estratégica, que apoia empresas economicamente viáveis, e inclui 2,8 milhões de euros financiados pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), financiado pelo PRR, e 1,2 milhões de euros da Flexdeal SIMFE (Sociedade de Investimento Mobiliário para Fomento do Mercado), informa o BPF em comunicado.

“Acreditamos que esta parceria marca o início de uma nova etapa no crescimento da Tupai. Reforçaremos as nossas valências internas e consolidaremos a marca como referência europeia e mundial na indústria de ferragens”, afirma o administrador financeiro, Vítor Camarneiro, citado na nota enviada às redações.

A injeção dos quatro milhões será concretizada através da aquisição de ações próprias da Tupai e da subscrição de obrigações convertíveis em ações, “com vista a proporcionar maior flexibilidade na estrutura de financiamento”, explica a instituição liderada por Ana Carvalho. Há um ano que a Tupai estava a negociar este investimento com o BPF.

O financiamento visa a “modernização tecnológica e aumento da capacidade produtiva” da empresa que fabrica acessórios industriais para o setor da construção civil, nomeadamente “através da implementação de células robotizadas e softwares de gestão avançados”. Tem ainda como objetivo o apoio à inovação e ao desenvolvimento de novos produtos, capacitando a empresa para a entrada em novos mercados.

“Este investimento reforça a capacidade produtiva e a inovação da Tupai, ao mesmo tempo que reflete o compromisso do BPF em apoiar setores estratégicos da economia nacional, promovendo a sustentabilidade e a inovação”, destaca a presidente executiva do BPF, citada no comunicado. Alberto Amaral, CEO da Flexdeal, reitera o “compromisso no fomento da economia, com aposta na consolidação e expansão da marca”.

Programa de Recapitalização com 46% da dotação alocada

Presentemente, o programa tem 46% da sua dotação alocada, tendo investido diretamente em 14 empresas, estando duas ainda à espera de contratar o investimento aprovado – a Calvelex (têxtil), que está a negociar um investimento do Fundo de Capitalização e Resiliência de 2,94 milhões e a Derwo (componentes técnicos de madeira) que está a negociar 1,96 milhões de euros.

O Programa de Recapitalização Estratégica conta com 200 milhões de euros de dotação global, através de verbas do FdCR, tendo por objetivo estimular o crescimento sustentável da economia e colmatar a “delapidação” de capitais próprios durante a crise gerada pela pandemia. Mas, apesar dos prazos apertados de execução decorrentes da origem dos fundos ser do PRR – o período de investimento termina a 31 de dezembro de 2025 –, o programa tem sofrido vários reveses. Em novembro de 2023, foram quatro as empresas que saíram por desistências e agravamento das condições e antes disso, Mário Ferreira, protagonizou uma desistência mediática com a Pluris, em agosto de 2022, que libertou na altura 40 milhões de euros. Já este ano saíram a Riopele e a Eurogalva.

Em agosto, fonte oficial do banco disse ao ECO que a instituição estava a analisar “nove operações no âmbito do Programa de Recapitalização Estratégica, totalizando um montante de investimento superior a 115 milhões de euros”.

Em termos globais, o FdCR (que tem uma dotação de 1,32 mil milhões) já contratou 64,4% da sua dotação e pagou 61,1% a capitais de risco e empresas (411,72 milhões de euros).

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Europeus estão mais pessimistas para a economia e antecipam subida da inflação no próximo ano

O último inquérito do BCE às expectativas dos europeus mostra um aumento do pessimismo em relação à economia da Zona Euro e um aumento para 2,5% das expectativas da inflação para os próximos 12 meses.

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou esta sexta-feira os resultados do seu mais recente inquérito sobre as expectativas dos consumidores, revelando tendências mistas na perceção e expectativas de inflação, bem como nas perspetivas económicas e de rendimento.

Segundo o inquérito, a perceção mediana da inflação nos últimos 12 meses diminuiu de 3,4% em setembro para 3,2% em outubro. Esta queda representa uma redução de mais de 5 pontos percentuais desde o pico de 8,4% registado em setembro de 2023.

No entanto, as expectativas de inflação a três anos mantiveram-se inalteradas em 2,1%, o nível mais baixo desde fevereiro de 2022, enquanto as expectativas de inflação para os próximos 12 meses por parte dos consumidores aumentaram ligeiramente, passando de 2,4% para 2,5%. O BCE destaca que este valor “continua a ser inferior a qualquer outro mês desde setembro de 2021” e vai ao encontro da taxa homóloga de 2,3% da inflação na Zona Euro registada em novembro, segundo os dados provisórios divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat, que compara com os 2% em outubro.

As perspetivas económicas dos consumidores tornaram-se mais pessimistas, com as expectativas de crescimento económico para os próximos 12 meses a caírem para -1,1%, em comparação com -0,9% em setembro.

O inquérito do BCE também revelou uma diminuição nas expectativas de crescimento do rendimento nominal para os próximos 12 meses, que caíram de 1,3% para 1,1%. Esta redução foi principalmente impulsionada pelos dois quintis de rendimento mais elevados. Paradoxalmente, as expectativas de crescimento das despesas nominais para os próximos 12 meses aumentaram de 3,2% em setembro para 3,3% em outubro. O BCE nota que o valor anterior “tinha sido a leitura mais baixa desde fevereiro de 2022”.

Os resultados do inquérito notam ainda que as perspetivas económicas dos consumidores tornaram-se mais pessimistas, com as expectativas de crescimento económico para os próximos 12 meses a caírem para -1,1%, em comparação com -0,9% em setembro. Contudo, as expectativas para a taxa de desemprego nos próximos 12 meses diminuíram de 10,6% para 10,4%.

No que diz respeito ao mercado imobiliário, as expectativas de crescimento do preço das casas nos próximos 12 meses por parte dos consumidores mantiveram-se estáveis em 2,8%. As expectativas para as taxas de juro dos empréstimos à habitação daqui a 12 meses diminuíram ligeiramente para 4,6%, o nível mais baixo desde agosto de 2022 e 0,9 pontos percentuais abaixo do pico registado em novembro de 2023.

O BCE sublinha que “as famílias do quintil de rendimento mais baixo continuaram a esperar um crescimento mais elevado dos preços das casas do que as do quintil de rendimento mais elevado (3,4% e 2,5%, respetivamente)”, lê-se no comunicado do BCE.

Este inquérito do BCE oferece uma visão valiosa sobre as perceções e expectativas dos consumidores da Zona Euro, fornecendo informações cruciais para a formulação da política monetária e a compreensão das tendências económicas futuras.

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Taxa de desemprego não mexe, mas população empregada volta a aumentar

Desemprego situou-se em 6,6% em outubro, valor idêntico ao registado em setembro e 0,1 pontos percentuais abaixo do verificado há um ano. População empregada engordou em cadeia e em termos homólogos.

O mercado de trabalho português continua a dar sinais positivos. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em outubro, a taxa de desemprego não mexeu face ao mês anterior e até recuou ligeiramente face ao registado há um ano. Já a população empregada aumentou tanto em cadeia, como em termos homólogos, atingindo um novo máximo histórico.

“A taxa de desemprego situou-se em 6,6%, valor idêntico ao de setembro e inferior ao de outubro de 2023 (0,1 pontos percentuais)”, informou esta manhã o gabinete de estatísticas. No total, no décimo mês de ano, 357,9 mil pessoas estavam desempregadas em Portugal, quase menos duas mil do que há um ano.

Por outro lado, em outubro a taxa de emprego fixou-se em 64,3%, valor também idêntico ao registado em setembro, mas 0,4 pontos percentuais acima do verificado no mesmo mês de 2023.

Já a população empregada subiu tanto em cadeia (0,1%), como em termos homólogos (1,4%), abrangendo 5.105,7 mil pessoas, o valor mais elevado desde o início da série estatística. Há vários meses que a população empregada está em máximos históricos, como mostra o gráfico abaixo.

Com estas variações do emprego e do desemprego, a população ativa aumentou 1,3% face ao mesmo mês do ano passado, envolvendo a cerca de 5,5 milhões de pessoas. Essa evolução deu-se “devido ao acréscimo da população empregada que superou a diminuição da população desempregada”, detalha o INE.

Importa notar também que os tais 5,5 milhões de pessoas de população ativa é “o valor mais elevado desde o início da série iniciada em fevereiro de 1998”.

Já também a população inativa manteve-se praticamente inalterada em comparação ao mesmo mês de 2023, abrangendo cerca de 2,5 milhões de pessoas. Isto “em resultado do decréscimo do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego (21,7 mil; 20,1%) ter sido compensado pelo aumento do número de outros inativos (23,4 mil; 1,0%)”, explica o gabinete de estatísticas.

Quanto à subutilização do trabalho, em outubro a taxa situou-se em 10,8%, valor inferior em 0,1% ao registado em setembro e em 0,8% ao verificado há um ano.

Estes dados do INE mostram que o mercado de trabalho continua a dar sinais de resiliência, apesar dos desafios (como o abrandamento das economias para as quais Portugal exporta). Os economistas ouvidos pelo ECO têm indicado que 2025 deverá ser um ano de continuação deste clima de estabilidade.

(Notícia atualizada às 11h42)

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Consumo e exportações impulsionaram crescimento da economia durante o verão

INE confirma crescimento da economia de 1,9% em termos homólogos e de 0,2% em cadeia. No terceiro trimestre, consumo privado e exportações crescem, enquanto investimento reduz-se.

A economia portuguesa cresceu 1,9%, em termos homólogos, no terceiro trimestre e 0,2% face ao segundo trimestre, confirmou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística. A evolução face ao mesmo período do ano passado deve-se, sobretudo, à aceleração do consumo privado e das exportações. Por outro lado, o investimento reduziu-se.

Os dados do organismo de estatística confirmam a estimativa rápida divulgada em 30 de outubro. Deste modo, o Produto Interno Bruto (PIB), em volume, registou uma variação homóloga no terceiro trimestre superior em 0,3 pontos percentuais (pp.) à verificada no trimestre precedente, e na comparação em cadeia idêntica à verificada no trimestre anterior.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

A explicar a evolução face ao mesmo período do ano passado está uma aceleração do consumo privado, que subiu 4,3%, após a variação de 2,6% registada no trimestre anterior, verificando-se uma aceleração das despesas de consumo em bens não duradouros e serviços passaram de um crescimento homólogo de 2,8% para 4,4% no 3º trimestre, e da componente de bens duradouros, que subiu de 0,7% para 2,8%. Ademais, verificou-se um crescimento de 5,3% das exportações de bens e serviços (3,4% no segundo trimestre), com a venda de bens ao exterior a crescer 6% e as exportações de serviços a avançarem 4,1%. Já as importações subiram 7%, que compara com a taxa de 5,5% registada no trimestre precedente.

Por outro lado, o investimento reduziu-se de 3,3% no segundo trimestre para -0,7%, assim como o consumo público, que desacelerou ligeiramente, para uma variação de 1%, que compara com os 1,2% no trimestre precedente.

Comparando com o trimestre anterior, o PIB registou um crescimento de 0,2%, o contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB foi mais negativo (passando de -0,7 pp. para -1,1 pp.) e o contributo positivo da procura interna aumentou para 1,2 pp., observando-se uma aceleração do consumo privado e do investimento.

(Notícia atualizada às 11h37 com mais informação)

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“Vandalização” do Chega agita Parlamento e atrasa votação do Orçamento do Estado

Incidente atrasou em meia hora trabalho do OE 2025. Aguiar Branco "repudiou" ação de "vandalismo" e esquerda exigiu suspensão dos trabalhos. Tarjas acabaram por ser retiradas por membros do Chega.

O presidente da Assembleia da República abriu a sessão plenária na qual será votada a proposta final global do Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025) a “repudiar” a ação do Chega, que esta manhã colocou do lado de fora e dentro do Parlamento tarjas de protesto contra o fim do corte de 5% dos salários dos políticos. José Pedro Aguiar Branco considerou esta ação como um momento de “vandalismo” contra um “património nacional”. As bancadas da esquerda pediram mesmo que os trabalhos fossem suspensos até que as tarjas fossem retiradas, mas o pedido foi rejeitado.

Os trabalhos prosseguiram, mas, fora do hemiciclo, André Ventura disse aos jornalistas que os cartazes só serão tirados depois de o OE 2025 ser votado. “Temos o direito de mostrar ao país a nossa indignação. Esta votação terminará ao final da manhã e, quando terminar, os cartazes serão retirados“, garantiu o líder do Chega, frisando que as tarjas não “danificam” a Assembleia da República. “Não é vandalismo”, sublinhou.

Momentos depois, os bombeiros chegaram à Assembleia da República para retirar as tarjas do Chega. O pedido foi feito pelo gabinete de José Aguiar Branco, perante a recusa do partido em retirar os cartazes de protesto contra o fim do corte dos salários dos políticos. Mas no final, os próprios elementos do partido acabaram por retirar os cartazes de protesto, não tendo sido necessária a intervenção dos bombeiros.

André Ventura anunciou ainda que, no final da sessão plenária, os Chega vai entregar uma declaração na qual ficará firmado que os 50 deputados vão abdicar do aumento dos salários dos deputados. “Preferimos que se use [esse montante] para a sociedade”, disse Ventura.

Dentro do hemiciclo, o tema marcou o início da sessão plenária. “Não é permitida a fixação de publicidade nas fachadas exteriores. Todos deveriam conhecer essas regras. Não tem nada a ver com liberdade de expressão, tem a ver com as regras do património nacional“, afirmou José Aguiar Branco, no arranque do plenário, acrescentando que a ação “viola as regras do património nacional e, na casa da democracia, viola até a democracia”.

Aguiar Branco referiu ainda que, assim que teve conhecimento da intenção de protesto, mandou retirar as tarjas. No entanto, “a informação não chegou” ao Chega. “Ninguém atendeu os telefones, a comunicação foi feita por mensagem”, referiu. E avisou que se as tarjas não forem entretanto retiradas, “os bombeiros farão a retirada pelo exterior”. Isto porque, sublinhou, não “arrombará as portas dos gabinetes”.

André Ventura respondeu a José Pedro Aguiar Branco, justificando que a colocação das tarjas foi uma “ação de comunicação política” e de “protesto” contra o fim do aumento dos salários dos políticos.

“Queremos deixar uma mensagem política clara, essa mensagem é de que não podemos ter um orçamento que não aumenta pensões e que aumenta o salário dos políticos“, respondeu o líder do Chega, detalhando que os cartazes foram colocados do lado de fora do gabinete do partido, no Parlamento. “Não abdicamos desta mensagem, quer gostem ou não“, atirou em resposta ao presidente da Assembleia da República.

O momento marcou o início da sessão plenária e atrasou em mais de uma hora o arranque dos trabalhos. Vários deputados tomaram da palavra para expressar o seu descontentamento com o incidente e o PS e o Livre exigiram que os trabalhos fossem suspensos até que as tarjas fossem retiradas — pedido que foi rejeitado pelo presidente da Assembleia da República.

Alexandra Leitão interveio para salientar que “em 50 anos de democracia”, “isto nunca tinha acontecido”, pressionando Aguir Branco a acionar os “mecanismo” que permitem “mandar imediatamente retirar os cartazes”.

Esta Assembleia da República não deve reunir enquanto ali estiverem [as faixas] porque é uma forma de coação, esta bancada não se deixa coagir, que mande retirar imediatamente, é uma forma de coação que não aceitaremos”, referiu a líder parlamentar socialista.

Do lado do PSD, Hugo Soares criticou “o circo” que considerou ter sido o início da sessão plenária. “Os portugueses estão fartos disto”, disse o líder parlamentar. E sobre a afirmação do presidente do Chega que o Orçamento do Estado “aumentava salários de políticos e não aumentava pensões”. atirou: “É precisamente o contrário, o deputado André Ventura consegue fazer corar o Pinóquio“, atirou.

Em causa está a aprovação do fim do corte no salário dos políticos, medida que vigorava desde 20211 por força da troika. Assim, a partir de janeiro deixará de haver um corte de 5% nos salários dos políticos.

O PSD fez a proposta de alteração ao orçamento do Estado para 2025 e foi aprovada, com os votos contra do Chega, IL, Bloco e Livre e a abstenção do PCP. PSD, CDS, PS e PAN votaram favoravelmente e a proposta dos dois partidos do Governo passou.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h15)

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“Convidava Kamala Harris para jantar”

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Novembro 2024

Reconhecido como um dos chefs mais influentes da gastronomia portuguesa, Vítor Sobral afirma-se, há 30 anos, como um dos principais embaixadores dos sabores nacionais. Conheça-o num instante.

Com mais de 30 anos de uma carreira dedicada à cozinha e à valorização da identidade gastronómica de Portugal, Vítor Sobral acaba de receber dois prestigiados prémios: o Grande Prémio da Academia Portuguesa de Gastronomia 2024, pelo seu contributo inestimável para a preservação e evolução da cozinha portuguesa; e o prémio TheFork Restaurants Awards 2024, que distingue o seu mais recente projeto, a Petiscaria da Esquina, no top 10 dos novos restaurantes favoritos. Um bom pretexto para ficarmos a saber mais sobre este chef, fã de bebidas destiladas (mas de boa qualidade), que diz ter sido guerreiro em outra vida e que gostava de convidar Kamala Harris para jantar.

Quando precisa de se inspirar vai…

Viajar e procurar novas culturas

Prato que pedia se estivesse no corredor da morte?

Arroz de cherne dos Açores com berbigão e, como entrada, uns percebes da Berlenga

Que talento mais gostaria de ter?

Saber tocar vários instrumentos musicais

Um guilty pleasure?

Destilados de boa qualidade

Um defeito imperdoável

Teimosia

O que é para si o maior luxo?

Fazer o que se gosta e estar rodeado de quem gostamos, quer a nível pessoal quer profissional

Um ícone de estilo.

Relógio Rolex

O que o faz rir?

Companhia divertida à mesa, de preferência com Fábio Porchat

No seu frigorifico há sempre…

Queijos, enchidos, molho de tomate feito por mim, sopa, tomate, laranja e ervas aromáticas

Noutra vida foi…

Guerreiro

O melhor conselho que já recebeu.

Foi do meu pai. Quando ele me disse (tinha eu cerca de 20 anos) que eu questionei porque ele não me corrigiu, e ele me respondeu que eu estava cheio de razão. Hoje percebo que a idade dá-nos a sabedoria

Restaurante da vida

Não existe, existe experiência de uma vida, o restaurante é muito redutor

Bebida que o define

Vinho branco

Personagem que convidava para jantar?

Kamala Harris

Uma perdição a que não resiste

Pessoas

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BCE expande influência com adesão da Noruega ao sistema de pagamentos instantâneos europeu

BCE e Noruega assinam acordo para adesão ao TIPS, tornando a coroa norueguesa a quarta moeda no sistema de pagamentos instantâneos europeu. A implementação está prevista para 2028.

Num passo significativo para a integração financeira europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Norges Bank assinaram um acordo para a adesão da Noruega ao serviço TARGET Instant Payment Settlement (TIPS) do Eurosistema, por forma a permitir aos participantes do mercado na Noruega liquidar pagamentos instantaneamente, 24 horas por dia, em moeda do banco central.

Esta medida, anunciada pelo BCE e pelo banco central norueguês esta sexta-feira, marca um momento histórico, tornando a coroa norueguesa a quarta moeda disponível para liquidação de pagamentos instantâneos no TIPS. “O acordo com o BCE garantirá que a infraestrutura para pagamentos instantâneos em coroas norueguesas seja desenvolvida em linha com os desenvolvimentos nos países nórdicos e no resto da Europa”, destacou Ida Wolden Bache, governadora do Norges Bank.

O TIPS, parte integrante dos Serviços TARGET do Eurosistema, é um serviço de pagamentos instantâneos lançado há seis anos para permitir a transferência de dinheiro em tempo real durante todos os dias do ano em toda a Europa. Até ao momento, este sistema já opera com o euro e a coroa sueca, estando prevista a inclusão da coroa dinamarquesa em abril de 2025. A integração da coroa norueguesa está planeada para o primeiro semestre de 2028.

Esta expansão do TIPS não só beneficiará os cidadãos e empresas norueguesas, que passarão a fazer parte da comunidade europeia de utilizadores do serviço TIPS, mas também contribuirá para o trabalho em curso de implementação de um serviço de liquidação entre moedas no TIPS.

“Estamos encantados que a Noruega vá utilizar o serviço TARGET Instant Payment Settlement do Eurosistema para pagamentos instantâneos em coroas norueguesas”, referiu Christine Lagarde, presidente do BCE, sublinhando ainda que a Noruega é o primeiro país não pertencente à União Europeia do Espaço Económico Europeu a juntar-se a um dos Serviços TARGET do Eurosistema, sendo por isso “uma indicação do fortalecimento das relações económicas em toda a Europa e da atratividade do TIPS.”

Além disso, a adesão da Noruega a este serviço representa um passo significativo na integração financeira europeia, reforçando as relações económicas além das fronteiras da Zona Euro e demonstrando a atratividade e eficácia dos serviços de pagamento instantâneo do Eurosistema.

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Montenegro tenta colar PS e Chega ao Orçamento. Pedro Nuno Santos rejeita

Depois de quatro dias de votações, os partidos aprovaram 240 medidas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025. Proposta foi aprovada esta sexta-feira graças à abstenção do PS.

Depois de mais de 240 medidas aprovadas ao longo da maratona parlamentar que foi o debate e votações na especialidade, esta sexta-feira, os deputados regressaram ao Parlamento para votação final global do Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), que foi aprovado com a abstenção do PS.

Ao todo, ficaram inscritos mais 300 milhões de euros em despesa adicional na primeira proposta orçamental do Governo de Luís Montenegro, com destaque para a proposta do PS para um aumento extraordinário permanente para os pensionistas no próximo ano. Acompanhe aqui em direto.

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Preços da energia aceleram inflação em Portugal para 2,5% em novembro

Variação homóloga do índice de preços terá acelerado para 2,5% este mês, impulsionada pelo aumento do custo da energia, indica a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo INE.

A taxa de variação homóloga da inflação terá acelerado para 2,5% em novembro, mais duas décimas do que no mês anterior, indica a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicada esta sexta-feira. É o segundo mês consecutivo de subida do índice de preços.

A aceleração da inflação em novembro deveu-se ao aumento dos preços da energia. “A variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 2,1% (-0,2% no mês anterior), determinando em grande medida a aceleração do IPC total”, explica o INE.

Já nos produtos alimentares não transformados registou-se um ligeiro abrandamento, para 1,9%, menos duas décimas do que em outubro. O mesmo aconteceu nos produtos transformados, com a taxa homóloga a recuar de 4% em outubro para 3,4% este mês.

Em termos mensais, a taxa de inflação recuou 0,2% face a outubro, invertendo a subida de 0,1% registada no mês anterior. A variação média dos últimos 12 meses aumentou de 2,2% em outubro para 2,3% em novembro.

Os dados definitivos referentes à evolução do índice de preços serão conhecidos do mês de novembro serão publicados a 11 de dezembro.

(Notícia atualizada às 9h52)

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Pensões sobem até 3,9% com inflação e bónus proposto pelo PS

Pensões sobem até 2,6% em janeiro, por causa da inflação e do crescimento económico. Mas também terão aumento extra de 1,25 pontos percentuais, que o PS propôs e uma maioria negativa na AR aprovou.

A maioria das pensões vai aumentar 3,9% em janeiro, de acordo com os cálculos feitos pelo ECO. Em causa estão um reforço de 2,6% resultante do crescimento da economia e da inflação, a que acresce uma subida extraordinária de 1,25 pontos percentuais que o PS propôs e o Parlamento aprovou, à revelia do Governo.

Comecemos pelo aumento regular. Por lei, há dois indicadores que ditam que atualizações devem ser aplicadas em janeiro de cada ano às pensões: a média do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos dois anos e a variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços no Consumidor (IPC) sem habitação disponível a 30 de novembro.

O primeiro desses dados já era conhecido, mas faltava apurar o segundo. O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) publicou-o esta sexta-feira, o que permitiu ao ECO calcular que aumentos vão ter as pensões no próximo ano.

Em concreto, as pensões mais baixas (até 1.045 euros) terão aumentos, pela via regular, de 2,6%. As pensões intermédias (entre 1.045 euros e 3.135 euros) terão direito a uma subida regular de 2,1%. Já as pensões mais altas (acima de 3.135 euros) vão ter uma atualização de 1,85%.

E pela primeira vez, também as pensões atribuídas este ano (isto é, no ano anterior à aplicação das atualizações regulares) vão ter acesso a estes aumentos.

Mas esses não serão os únicos aumentos a que os pensionistas terão direito no arranque do próximo ano. O PS propôs e o Parlamento aprovou (contra a vontade do Governo e do PSD) que as reformas até três vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS) tenham um reforço extraordinário de 1,25 pontos percentuais.

Quer isto dizer que as pensões mais baixas vão subir 3,9%. Já as pensões acima de 1.045 euros, mas abaixo de 1.567 euros vão subir 3,35%. Às demais reformas, aplicam-se apenas os referidos aumentos regulares decorrentes da inflação e do crescimento económico.

O Governo defendeu, repetidamente, que as pensões não deveriam ter aumentos extraordinários permanentes, mas, antes, um suplemento extraordinário (à semelhança do que foi pago este ano) a ser decidido no verão, isto é, quando já for possível perceber se há ou não margem orçamental para tal.

O Parlamentou contrariou, porém, essa vontade do Governo. Ainda assim, o PSD e o CDS-PP viram aprovada uma proposta que abre a porta a que os pensionistas tenham mesmo direito a esse suplemento (além dos aumentos regulares e da subida extraordinária do PS), caso as contas públicas o permitam.

De notar que os números divulgados esta sexta-feira pelo INE são ainda provisórios, pelo que poderão ser vir a revistos a 11 de dezembro, data em que será publicada a nota definitiva.

Por outro lado, os dados divulgados na manhã desta sexta-feira permitem também perceber que valor terá o IAS em 2025. O ECO calcula que passará dos atuais 509,26 euros euros para cerca de 522,5 euros.

Este número é importante porque determina os limites do subsídio de desemprego, guia o subsídio por morte e o rendimento social de inserção e até influencia o abono de família.

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30 anos de Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Novembro 2024

O Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva tem um novo projeto expositivo. “331 Amoreiras em Metamorfose” marca o aniversário e a estreia de Nuno Faria à frente da programação como diretor da instituição.

A exposição decorre até 31 de Dezembro de 2025 e é um projeto em constante transformação, tratando-se de um conjunto de cinco montagens parciais. A primeira montagem parcial, intitulada “O Tecido do Mundo”, estará patente até 9 de fevereiro, e apresenta obras de artistas consagrados como: Vieira da Silva, Arpad Szenes, Álvaro Lapa, Lourdes Castro, Mário Cesariny, Sonia Delaunay entre muitos outros.

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