Cerca de 70.000 portugueses emigraram em 2023 sobretudo para a Suíça

  • Lusa
  • 2 Agosto 2025

A emigração portuguesa é superior aos níveis pré-covid na maioria dos seus principais destinos, segundo relatório divulgado este sábado.

Cerca de 70.000 portugueses deixaram o país em 2023, um número que se manteve estável face ao ano anterior, com destino, sobretudo, à Suíça, segundo um relatório hoje divulgado.

“Estima-se que terão saído 70.000 portugueses em 2023, o mesmo número de 2022, continuando assim a recuperação da emigração portuguesa para valores próximos dos anos anteriores à pandemia do covid-19”, lê-se no relatório da Emigração Portuguesa 2024, com dados referentes ao ano anterior.

Segundo o documento, elaborado pelo Observatório da Emigração e Rede Migra, Centro de Investigação e Estudos de Sociologia e pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, apenas não se verificou uma recuperação total uma vez que a emigração para o Reino Unido caiu mais de 40%, mantendo a trajetória descendente iniciada com o ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia) e para França cedeu 25%. Ainda assim, a emigração portuguesa é superior aos níveis pré-covid na maioria dos seus principais destinos.

Em 2023, a Suíça voltou a ser o principal país de destino para os portugueses, contabilizando-se 12.652 entradas, seguida por Espanha, com 11.554. Destacam-se ainda países como França (7.426), Alemanha (6.375), Holanda — agora Países Baixos — (4.892), Reino Unido (4.414), Bélgica (3.857) e Luxemburgo (3.638). Seguem-se a Dinamarca (1.818), Moçambique (1.439) e Canadá (1.005). Com menos de 1.000 entradas aparecem destinos como EUA (890), Áustria (778), Noruega (709), Itália (702), Suécia (688), Brasil (547), Venezuela (532), Irlanda (426) e Angola (381). No fundo da tabela estão a Austrália (91) e Macau (53).

Embora a imigração portuguesa tenha perdido relativa importância ao longo dos anos, o impacto desses fluxos nos países de destino continua a ser expressivo. No Luxemburgo, por exemplo, os portugueses representaram cerca de 13,5% do total de entradas de imigrantes, enquanto em Macau o número foi de 6% e na Suíça 5,2%”, detalhou.

Em 2023, os emigrantes portugueses continuaram a ser maioritariamente homens em idade ativa. No entanto, alguns países têm uma maior taxa de feminização, como o Reino Unido (50,5%), França (50,4%) ou Austrália (46,2%).

Os EUA foram o país onde se verificou um maior aumento no número de emigrantes que adquiriram a nacionalidade, contabilizando-se 1.1896 processos, mais 21,9% face a 2022.

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Portugal em situação de alerta a partir da meia noite devido ao risco de incêndio

  • ECO e Lusa
  • 2 Agosto 2025

Situação de alerta para Portugal continental começa às 00h00 deste domingo e dura até às 23h59 de quinta-feira, 7 de agosto, anunciou a ministra da Administração Interna.

Portugal continental vai entrar em situação de alerta a partir da meia-noite de domingo face ao agravamento do risco de incêndio rural devido às condições meteorológicas, anunciou Maria Lúcia Amaral, ministra da Administração Interna. Proibição de queimadas, de trabalhos em espaços florestais com maquinaria e fogos de artifício são algumas restrições anunciadas. A maioria distritos das regiões do Norte, Centro e Algarve estão hoje sob risco máximo de incêndio.

“Esta decisão decorre da manutenção de temperaturas muito altas, os baixos níveis de humidade e da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de resposta ao risco de sério em grande parte do território continental”, anunciou Maria Lúcia Amaral. “A próxima semana será difícil”, disse ainda a ministra da Administração Interna, que garantiu que os dispositivos de combate aos incêndios estão prontos.

“Todo o dispositivo de combate aos incêndios está pronto e mobilizado. A resposta operacional da Guarda Nacional Republicana, da Polícia de Segurança Pública e das Forças Armadas será reforçada com mais vigilância, mais fiscalização, mais patrulhamento”, garantiu.

Restrições a queimadas e fogos de artifício

A partir deste fim de semana é esperado uma vaga de calor que podem superar os 30 graus, com várias regiões a ultrapassar os 40ºC, motivo que levou o Governo a determinar o estado de alerta, até quinta-feira, 7 de agosto.

Com a entrada do país em situação de alerta serão implementadas algumas restrições, tais como a proibição de acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios; a realização de queimadas e queimas, bem como a “suspensão de autorizações que tenham sido emitidas e proibição da realização de trabalhos nos espaços florestais e demais espaços rurais com recurso a maquinaria”, referiu a ministra.

No período será ainda proibido utilizar fogos de artifício ou outros artefatos pirotécnicos, bem como suspensão de autorizações que tenham sido emitidas, com raras exeções.

Distritos em alerta máximo

A maioria dos distritos das regiões do Norte, Centro e Algarve estão hoje sob risco máximo de incêndio, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

No norte e centro de Portugal continental, estão em risco máximo de incêndio quase todos os concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Coimbra e Santarém.

Os distritos de Coimbra e Portalegre também têm vários concelhos sob este alerta do IPMA. No distrito de Faro, os concelhos de Monchique, Portimão, Silves, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira estão igualmente com risco máximo de incêndio.

Apenas alguns municípios no litoral do país, nomeadamente nos distritos de Lisboa, Setúbal, Porto e Aveiro estão com risco moderado incêndio.

(Última atualização às 13h36)

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Corrida de imigrantes à formação profissional em Portugal para visto e legalização

  • Lusa
  • 2 Agosto 2025

A Lei dos Estrangeiros permite que os estudantes possam solicitar uma autorização de residência em Portugal, através dos estudos.

A procura de cursos profissionais em Portugal aumentou desde que o Governo anunciou mudanças na lei dos estrangeiros, por ser uma forma dos imigrantes entrarem no país e dos ilegais se regularizarem, além de proporcionarem formação, disse fonte do setor.

Nas redes sociais multiplicam-se “as dicas” para conseguir dar a volta às anunciadas mudanças, sugerindo aos candidatos a imigrantes em Portugal a inscrição num curso de formação profissional, com a duração superior a 13 meses, neste país.

Isto porque a Lei dos Estrangeiros permite que os estudantes possam solicitar uma autorização de residência em Portugal, através dos estudos, salientou o responsável de uma das empresas ouvido pela Lusa.

E se isso é possível para quem quer sair do seu país para ir viver em Portugal, também o é para quem está numa situação irregular em Portugal, que pode desta forma solicitar a autorização de residência, apresentando uma matrícula numa escola que ministre estes cursos.

No centro de formação Prepara Portugal as matrículas aumentaram mais de 100% nos últimos três meses, passando de 58 novas matrículas mensais para 195, como disse à Lusa o fundador e diretor pedagógico da instituição, Higor Cerqueira.

Desde que as discussões sobre a nova lei começaram, notamos um crescimento ainda mais significativo no interesse pelos nossos cursos. Temos recebido dezenas de mensagens diárias através dos nossos canais (telefone, WhatsApp, email e redes sociais) de pessoas que querem saber como se podem matricular”, disse.

Criado por imigrantes em Portugal e vocacionado sobretudo para esta população, o centro ministra cursos de formação profissional com a duração de 18 meses e que custam, em média, mil euros. Nestas formações há alunos de 28 nacionalidades, sendo a maioria brasileiros (75%), seguidos dos marroquinos e angolanos, sendo os cursos ministrados em português, mas com possibilidades de formações em inglês e francês.

Segundo Higor Cerqueira, estes alunos procuram uma formação específica, em áreas menos braçais do que as que costumam exercer, como a restauração, que lhes dê alguma vantagem na hora de procurar emprego. As áreas mais procuradas são as de análises de dados e tecnologia de informação aplicada à gestão, marketing digital e planeamento estratégico, existindo nove formadores para o universo de alunos.

Uma vez que a Prepara Portugal é certificada pela Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), e tendo os cursos uma duração superior a 13 meses, estes têm sido muito procurados por estrangeiros que querem ser imigrantes em Portugal, mas também por imigrantes em situação irregular que, enquanto estudantes, podem solicitar autorização de residência. “Os nossos formandos podem matricular-se presencialmente ou no WhatsApp. Muitos se matriculam quando ainda estão no Brasil. Como a nossa formação é certificada, cumprem os critérios para solicitar o visto“, disse.

Higor Cerqueira reconhece que este é “um caminho para conseguir o visto”, mas destaca a importância destas comunidades de imigrantes obterem uma formação que seja uma mais-valia na altura de procurar emprego, ou mudar para um melhor. E garantiu que os alunos frequentam as formações e que a AIMA se assegura disso mesmo, solicitando sempre que entendem provas das frequências dos cursos.

A Lusa solicitou um pedido de esclarecimento à AIMA sobre o recurso a estas formações como porta de entrada em Portugal e se a participação dos alunos nas formações é fiscalizada, mas não obteve em tempo útil qualquer resposta.

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ECO Quiz. Sword Health, habitação e incêndios

  • Tiago Lopes
  • 2 Agosto 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

A semana que agora termina ficou marcada pela inauguração do novo escritório do unicórnio português Sword Health, onde o empreendedor Virgílio Bento, mandatário da candidatura do socialista Manuel Pizarro à Câmara do Porto, anunciou o apoio ao social-democrata Carlos Moedas, na capital.

Os últimos dias ficaram ainda marcados pelos incêndios que deflagraram no país. De acordo com a Proteção Civil, metade dos 175 incêndios que deflagraram em Portugal entre segunda-feira e as 11h00 de terça-feira começaram durante a noite.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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25 empresas aderem ao código de boas práticas de IA da UE

  • Lusa
  • 2 Agosto 2025

Entre as ausentes estão a Meta (que já tinha anunciado que não o faria) e empresas chinesas como a Alibaba, Baidu e DeepSeek.

Um total de 25 empresas aderiu voluntariamente ao código de boas práticas para a utilização de Inteligência Artificial (IA) promovido pela Comissão Europeia, incluindo a Google, a Amazon, a IBM, a Microsoft e a OpenAI.

Entre as ausentes estão a Meta (que já tinha anunciado que não o faria) e empresas chinesas como a Alibaba, Baidu e DeepSeek.

O dono da empresa xAI, Elon Musk, decidiu assinar apenas o capítulo da segurança e não os outros dois (focados nos direitos de autor e na transparência).

As empresas que não assinaram este código voluntário devem demonstrar, por meios alternativos, que estão em conformidade com a legislação europeia.

As regras da União Europeia (UE) para os modelos de Inteligência Artificial generativa entram hoje em vigor, exigindo que grandes sistemas como o ChatGPT (OpenAI) ou o Gemini (Google) respeitem os conteúdos protegidos por direitos de autor e não forneçam informações discriminatórias ou contrárias aos direitos fundamentais.

As obrigações fazem parte da lei da Inteligência Artificial da UE, que entrou em vigor no ano passado e será aplicada gradualmente até 2027. A lei, pioneira no mundo, permite ou proíbe o uso da tecnologia consoante o risco que representa para as pessoas. Há duas semanas, a Comissão Europeia publicou as orientações que os sistemas de IA generativa devem seguir para cumprir a norma.

Os Estados Unidos estão a pressionar a UE sobre a recente legislação que visa conter o poder das grandes empresas tecnológicas, principalmente das norte-americanas, já que não só a lei da IA, mas também a dos Mercados Digitais, estabelecem linhas orientadoras para a livre concorrência enquanto a lei dos Serviços Digitais obriga a combater conteúdos ilegais.

Bruxelas insta a que os sistemas de inteligência artificial generativa, especialmente aqueles considerados de alto risco devido ao seu elevado poder computacional, não sejam treinados com dados protegidos por direitos de autor e que seja sempre avaliado o perigo que podem representar para os utilizadores.

A análise deve focar-se, especificamente, em até que ponto podem ser promovidas violações dos direitos humanos e se existem outros riscos, como a possibilidade de perda de controlo ou acidentes químicos, biológicos e nucleares.

A partir de hoje, quaisquer atualizações de modelos de inteligência artificial lançadas no mercado devem estar em conformidade com a regulamentação e, em caso de incumprimento, Bruxelas poderá abrir processos contra as empresas a partir de 2 de agosto de 2026.

Apesar de a data ter sido adiada um ano para todas as versões dos chats já existentes no mercado, a vice-presidente executiva da Comissão Europeia para a Soberania Tecnológica, Henna Virkkunen, abriu a porta a um adiamento da aplicação da lei.

Quarenta organizações europeias e internacionais de artistas, editoras e titulares de direitos de autor manifestaram esta semana a “sua insatisfação” com o código de conduta, considerando-o “uma oportunidade perdida de proporcionar uma proteção significativa dos direitos de propriedade intelectual”.

A primeira legislação a nível mundial relativa à IA entrou em vigor na UE em agosto de 2024, com o objetivo de salvaguardar direitos fundamentais no espaço comunitário, mas atualmente já só algumas disposições são aplicáveis.

Entre as empresas que aderiram ao código de boas práticas contam-se também a Euc Inovação Portugal, a Accexible, a AI Alignment Solutions, a Aleph Alpha, a Almawave, a Anthropic, a Bria AI, a Cohere, a Cyber Institute, a Domyn, Dweve, a Fastweb, a Humane Technology, a Lawise, a Mistral AI, a Open Hippo, a Pleias, a Re-AuditIA, a ServiceNow, a Virtuo Turing e a Writer, embora outras empresas possam aderir.

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Tarifas: Lula “aberto ao diálogo” após gesto positivo de Trump

  • Lusa
  • 2 Agosto 2025

Apesar de declarar abertura para o diálogo nas tarifas, Lula diz que "quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e as suas instituições", após ataques da Casa Branca.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse estar disponível para dialogar sobre as tarifas, depois de o homólogo norte-americano, Donald Trump, apontar a possibilidade de uma conversa entre os dois.

“Sempre estivemos abertos ao diálogo”, escreveu na sexta-feira Lula da Silva nas redes sociais, numa aparente resposta às declarações de Trump, que disse, no mesmo dia, que o brasileiro poderia falar com ele “quando quisesse”, embora tenha insistido que “as pessoas que lideram o Brasil fizeram coisas erradas”.

Apesar de declarar abertura para o diálogo, Lula esclareceu que “quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e as suas instituições”, em declarações após ataques da Casa Branca ao Supremo Tribunal do país sul-americano pelo julgamento, por tentativa de golpe, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Governo dos EUA sancionou na quarta-feira o juiz Alexandre de Moraes — relator do processo contra Bolsonaro —, com o congelamento de todos os bens ou propriedades que o magistrado possa ter no país norte-americano, acusando-o de violar a liberdade de expressão ao ordenar a remoção de mensagens antidemocráticas nas redes sociais.

Foi também com base nesta crítica ao julgamento de Bolsonaro e à atuação do juiz que Trump decretou uma tarifa de 50% sobre uma parte significativa das importações brasileiras.

Lula da Silva, que não detalhou se ou como vai responder às tarifas, afirmou ainda que o Governo está a trabalhar “para proteger” a economia, as empresas e os trabalhadores.

Apesar de as autoridades brasileiras terem já demonstrado vontade para negociar uma saída para estas tarifas antes que entrem em vigor, a Casa Branca ignorou até agora essas tentativas.

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Sistemas IA de finalidade geral obrigadas a informar sobre conteúdos usados no treino

  • Lusa
  • 2 Agosto 2025

Fornecedores ou prestadores de serviço que tenham modelos de IA de finalidade geral passam a ter que documentar o processo de formação e os resultados da sua avaliação.

O regulamento europeu de inteligência artificial (IA) tem de estar em “plena aplicabilidade” em agosto de 2027 e partir de hoje os modelos de finalidade geral estão obrigados a ser transparentes sobre o conteúdo usado no seu treino.

No dia 2 de agosto de 2027 “teremos a plena aplicabilidade” do AI Act, depois de ter começado a ser aplicado em agosto do ano passado, refere, em entrevista à Lusa, o jurista e sócio de TMC do escritório de advogados CMS Portugal João Leitão Figueiredo.

“Tivemos a segunda fase, que foi em 2 de fevereiro” deste ano, nomeadamente com os “sistemas de IA que empreguem técnicas subliminares, sistemas de IA que explorem as vulnerabilidades das pessoas devido à sua idade, incapacidade ou situação socioeconómica, sistemas de IA para avaliação e classificação de pessoas”, ou seja, o scoring social que tem sido utilizado na China, e os que criam bases de dados de reconhecimento facial, elenca o advogado.

“Agora, a 2 de agosto, são aqueles sistemas de IA de finalidade geral” e o que é que “nos traz aqui de especial? É porque estes sistemas de IA de finalidade geral não são sistemas autónomos, ou em princípio não serão sistemas autónomos por si só”, mas funcionalidades de inteligência artificial “integrados noutros sistemas”, prossegue João Leitão Figueiredo.

De acordo com o regulamento, “estamos a falar de modelos de IA que têm um grau de generalidade considerável, podem realizar uma vasta gama de tarefas e podem ser integrados em vários sistemas ou aplicações de IA” e, “portanto, aqui começam a surgir algumas obrigações”, diz.

“Nomeadamente, os fornecedores ou prestadores de serviço que tenham estes modelos de IA de finalidade geral passam a ter que documentar o processo de formação e os resultados da sua avaliação, têm que planear, integrar o modelo de IA de finalidade geral nos seus sistemas e quais as suas características e requisitos legais”, enumera o especialista.

Têm também que “estabelecer uma política de cumprimento da legislação da União Europeia em matéria de direitos de autor e direitos conexos, nomeadamente, à proteção dos textos e dos dados”, aponta.

Esta “é outra das dúvidas que começa aqui a assolar a Europa no seu êxtase de sobrerregulação”, considera João Leitão, ou seja, “agora de quem é que são os direitos e como é que se define e em que termos é que esta situação pode ser gerida”.

Depois, “são obrigados a divulgar publicamente um resumo detalhado do conteúdo utilizado para treinar o modelo” de IA de finalidade geral.

“Acima de tudo aqui, esta parte parece-me mais relevante na medida em que assegura aquilo que é o princípio da transparência para que quem utilize este tipo de sistemas de finalidade geral possa compreender exatamente como é que o seu criador alimentou, qual foi o ‘input’ que foi dado ao modelo de IA para tornar um pouco mais previsível aquilo que venha a ser o ‘output’ gerado” por estes modelos de finalidade geral, salienta.

A União Europeia “está preocupada com a utilização de sistemas de IA para finalidades que, de acordo com o quadro legislativo europeu, são claramente violadoras” e, neste âmbito, “estamos a falar de utilização para controlo, monitorização e avaliação dos trabalhadores, os sistemas de ‘scoring’ na decorrência daquilo que se foi detetando na China, em que se as pessoas meramente contactassem com outras que têm uma avaliação ou um ‘score’ mais baixo, poderiam perder pontos na sua avaliação”, contextualiza.

Isto depois tem impacto quer no acesso ao crédito, quer a profissões, entre outros.

“Depois [a UE] começou a preocupar-se com o outro elemento, que é o utilizador individual, mas também as empresas que começam gradualmente a integrar mais e mais sistemas” de IA no seu modelo de negócio e que precisam de mais dados “para tomar uma decisão informada”, diz.

O legislador europeu veio a dizer “é que deverá ser explicado o modelo que é utilizado, mas também deverá ser explicada aquela brutalidade de informação que é necessária para alimentar o sistema de IA porque se não soubermos, ou não conseguirmos, pelo menos, avaliar a qualidade do ‘input’, ou seja, dos materiais, documentos, o que quer que seja que serve para desenvolver a IA, nós [técnicos com capacidade de avaliação] não vamos conseguir” ter uma visão mais clara sobre o tema, prossegue.

Em síntese, “não vamos conseguir também avaliar a qualidade do output, por isso é que alguns sistemas de IA continuam a falhar na medida em que não é fácil mitigar ou anular o viés que resulta da informação que é carregada” no sistema.

O jurista considera “um bom desafio” analisar-se aquilo que é o DeepSeek chinês, ou o ChatGPT, ou outras ferramentas, “porque todos eles são alimentados com bases de dados, com informação que é distinta”.

Também significa que, “em alguns momentos, os sistemas, no caso norte-americanos, podem ter uma vantagem”, na medida em que a informação que é carregada tem uma qualidade superior, mas noutros casos até pode ser o modelo de IA chinês ou de outro país.

“Estou a falar nestes dois porque diria que são um bocadinho aqui os titãs que se batem com o Copilot [Microsoft], ChatGPT [OpenAI], por um lado, e o DeepSeek pelo outro”, remata.

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Trump “muito feliz” por poder substituir governadora da Fed

  • Lusa
  • 2 Agosto 2025

A Fed e o seu presidente, Jerome Powell, têm resistido à constante pressão de Donald Trump para baixar os juros. Jerome Powell deverá presidir à Fed até maio de 2026.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje estar “muito feliz” por poder nomear um novo membro para o comité de definição das taxas de juro, após a surpreendente demissão de uma governadora da Reserva Federal (Fed).

Adriana Kugler, revelou o banco central norte-americano em comunicado, “enviou a sua carta de demissão ao presidente Trump e regressará para lecionar na Universidade de Georgetown este outono”.

Kugler, nomeada para o cargo em 2023 por iniciativa do Presidente Joe Biden, deveria exercer funções até ao final de janeiro de 2026. A sua demissão entrará em vigor a 08 de agosto.

Questionado pela imprensa, antes de partir para um fim de semana no seu campo de golfe em Nova Jérsia, Trump, que tem pressionado a Fed a baixar as taxas de juro, disse estar “muito feliz” por poder substituir a governadora.

Nem o comunicado de Kugler nem a sua carta a Trump explicaram os motivos da saída antecipada. “Estarei sempre orgulhosa do importante trabalho que realizei enquanto governadora da Fed, escreveu Adriana Kugler na sua carta a Donald Trump, divulgada à imprensa. Concluiu agradecendo a Jerome Powell “pelo seu compromisso inabalável com a Reserva Federal e o povo americano”. Contactada pela AFP, a Fed declinou comentar.

No início desta semana, Adriana Kugler não pôde comparecer na reunião do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) da Fed nem votar sobre as taxas de juro. Um porta-voz do banco central informou que foi por um “motivo pessoal”.

O Presidente republicano, que tem defendido constantemente cortes nas taxas de juro, tem agora a oportunidade de trazer, mais cedo do que o esperado, um novo membro do FOMC, que terá um voto em doze. A nomeação do candidato exigirá a confirmação do Senado, onde os republicanos detêm a maioria.

A Fed e o seu presidente, Jerome Powell, têm resistido à constante pressão de Donald Trump para baixar os juros.

Sem surpresa, o banco central deixou esta semana a taxa de juro de referência inalterada, no nível onde está desde dezembro, no intervalo entre 4,25% e 4,50%.

A maioria dos analistas antecipava uma descida desta taxa na reunião do FOMC em setembro, mas agora há mais incógnita sobre a decisão, segundo o observatório das opiniões dos analistas, mantido pelo CME.

Dos 112 membros do FOMC, dois votaram esta semana contra a manutenção da taxa no nível atual, um nível de dissensão desconhecido desde há mais de 30 anos.

Jerome Powell deverá presidir à Fed até maio de 2026 e, teoricamente poderá manter-se no regulador, como simples governador, até janeiro de 2028.

Trump tem manifestado intenção de acelerar a sua saída, e na sexta-feira, numa mensagem na sua rede Truth Social, pediu a outros responsáveis da Fed que “ASSUMAM O CONTROLO” caso Jerome Powell “CONTINUE A RECUSAR” cortar os juros.

Powell defendeu mais uma vez a independência da instituição esta semana, em nome do “interesse público” e para impedir que os políticos “influenciem os juros para fins eleitorais, por exemplo”.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 168 milhões de euros

  • ECO
  • 1 Agosto 2025

O jackpot desta sexta-feira é de 168 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 168 milhões de euros, decorreu esta sexta-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 1 de agosto:

Números: 4, 16, 25, 29 e 30

Estrelas: 2 e 10

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PS diz que “é incompreensível” extinção da FCT sem diálogo prévio

O secretário-geral do PS afirmou que é favorável a uma reforma do Estado, mas esta tem de ser feita com base no "diálogo".

O secretário-geral do PS disse esta sexta-feira que “é incompreensível” que o Governo avance com a extinção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) com a Agência Nacional de Inovação sem diálogo prévio com instituições e investigadores.

É incompreensível que o Governo tenha avançado com uma reforma que visa a fusão da Fundação para a Ciência e a Tecnologia sem um diálogo prévio com as instituições do ensino superior e investigadores e com aqueles que têm, ao longo das últimas décadas, garantido que Portugal tem estado no ranking dos países que faz da investigação um dos seus principais motores do desenvolvimento social e do desenvolvimento económico”, afirma o secretário-geral do PS, em Ansião, distrito de Leiria.

O secretário-geral do PS afirmou que é favorável a uma reforma do Estado, mas esta tem de ser feita “em diálogo”, criticando uma reforma que afeta diretamente “aquele que é o esteio da investigação e do conhecimento no país”, sem essa auscultação prévia.

O líder do PS destacou ainda que após falar com “algumas pessoas que representam o setor”, notou a “incredulidade com que viram o anúncio de medidas de extinção de instituições, sem um diálogo com os seus representantes, sem um diálogo com os seus trabalhadores, sem um diálogo com os investigadores que fazem a ciência e o conhecimento do nosso país”.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira que se tiver dúvidas “sobre um ponto que seja” na extinção da FCT vai pedir ao Governo para repensar o diploma e, se o executivo insistir, pode vetar.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou um aviso: “Se achar que o diploma como um todo é uma boa ideia, se vier para promulgação do Presidente da República e é possível que venha, eu promulgo sem dúvida nenhuma, sem angústia nenhuma. Se tiver dúvidas sobre um ponto que seja desse diploma, que seja muito importante, peço ao Governo para repensar, já aconteceu várias vezes”, indicou.

A reforma do Ministério da Educação, Ciência e Inovação foi aprovada na quarta-feira em Conselho de Ministros e prevê a diminuição do número de entidades que tutela, bem como a redução para quase metade o número de dirigentes superiores. Entre as entidades extintas inclui-se a FCT que dará lugar à “Agência para a Investigação e Inovação”.

“Nesta reorganização, vamos passar de 18 entidades que neste momento compõe os serviços centrais do Ministério da Educação, Ciência e Inovação para sete entidades, com uma redução de 45 para 27 dirigentes superiores. É uma transformação muito grande do sistema”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Alexandre, após o Conselho de Ministros.

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Incêndios. PS apela à ativação de mecanismo europeu

José Luís Carneiro recomenda ainda ao Governo que "garanta o reforço da fiscalização e prevenção, por intermédio da mobilização das patrulhas da GNR e Forças Armadas".

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, pede ao Governo que acione o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para ajudar no combate aos incêndios.

“Sugiro que o Governo pudesse realizar um diálogo com o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendo em vista poder pré posicionar meios aéreos, considerando as previsões atmosféricas que apontam para temperaturas muito elevadas, níveis de humidade muito baixos e ventos muito fortes”, disse José Luís Carneiro em Ansião.

Para o socialista o Governo não deve olhar para esta ajuda europeia “como um sinal de fraqueza ou fragilidade”, mas sim como uma “forma de utilizar os recursos comuns que existem para reforçar os meios nacionais quando é necessário”.

O líder do PS sugere ainda ao Governo que “garanta o reforço da fiscalização e da prevenção, por intermédio da mobilização das patrulhas da Guarda Nacional Republicana (GNR) e também do reforço das patrulhas das Forças Armadas, mobilizando nomeadamente o P3, que é o meio aéreo que permite articular a supervisão aérea com as operações que se desenvolvem no terreno”.

Outra das medidas recomendas pelas socialistas é “determinar a ativação de mais equipas das associações humanitárias dos bombeiros, em articulação com a Liga dos Bombeiros Portugueses”.

O ministro da Economia e da Coesão Territorial garantiu esta sexta-feira que o Governo compromete-se na próxima semana a definir os termos do apoio, depois de avaliar os prejuízos. Castro Almeida diz que apoios abaixo dos 10 mil euros serão “rápidos”.

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Caixa lidera no teste de stress do BCE e reforça liderança na banca da Zona Euro

O banco público volta a afirmar-se como uma referência europeia na resiliência bancária, sendo a instituição com a menor perda de capital da área do euro no decorrer do exercício adverso do BCE.

A Caixa Geral de Depósitos é a instituição entre os 64 bancos europeus analisados no teste de stress de 2025 da Autoridade Bancária Europeia (EBA) com a menor destruição de valor num cenário adverso construído pelo Banco Central Europeu (BCE), para testar a resiliência do setor bancário europeu. Mesmo perante um cenário económico adverso que simula uma recessão severa, a Caixa manteria um rácio de capital CET1 de 20,71% no final de 2027.

No contexto adverso definido para o exercício, a Caixa manteve a capacidade de distribuição, no período, de mais de mil milhões de euros de dividendos, para além dos 3.350 milhões de euros pagos desde a recapitalização de 2017″, refere a Caixa em comunicado enviado à CMVM. “O teste da EBA vem sublinhar que a Caixa, fruto dos resultados que tem vindo a apresentar nos últimos anos, está hoje melhor preparada para enfrentar condições adversas e, deste modo, continuar a apoiar a economia portuguesa e os portugueses”, Além disso, o banco pública sublinha que

Entre as instituições analistas, apenas o italiano ICCREA Banca apresenta um rácio CET1 superior ao da Caixa (21,3%) no fim do exercício realizado, mas ao contrário do banco português, a instituição italiana apresentaria uma destruição de 1,9 pontos percentuais do rácio de capital nos três anos do exercício.

Os resultados, divulgados esta quinta-feira, testou a capacidade de resistência do sistema bancário europeu a uma hipotética deterioração económica severa, incluindo um declínio cumulativo do PIB europeu de 6,3% ao longo de três anos. O desempenho do banco liderado por Paulo Macedo confirma a solidez de uma instituição que, há apenas dois anos, já tinha conquistado o terceiro lugar no ranking europeu dos testes de stress de 2023, consolidando agora a sua posição entre as instituições mais resilientes do continente.

Os números apresentados pela Caixa no teste de stress deste ano revelam uma instituição preparada para enfrentar turbulências económicas significativas. No cenário adverso considerado pelo exercício da EBA, o banco público português registaria lucros de 821 milhões de euros em 2027, comparativamente aos 1.289 milhões de euros previstos no cenário base, e nunca apresentaria prejuízos nos três anos do exercício. Esta diferença representa uma redução de cerca de 468 milhões de euros na rentabilidade, mas mantém o banco em território claramente positivo mesmo numa situação de crise severa.

O rácio CET1 da Caixa, que mede a qualidade e quantidade do capital de melhor qualidade de um banco, situar-se-ia em 20,71% no final do período de teste, partindo de uma posição inicial de 20,26% em dezembro de 2024 – ou de 20,71% também em dezembro do ano passado com base na inclusão das regras e exigências legais que vão ser obrigatórias no futuro, segundo a mais recente atualização da regulamentação europeia para os bancos (CRR3). Este desempenho contrasta favoravelmente com a média europeia, onde o rácio CET1 agregado dos bancos testados cairia para 12% no cenário adverso.

O desempenho da Caixa destaca-se não apenas no contexto europeu, mas também na Península Ibérica, onde o banco público português mantém consistentemente os melhores rácios de capital da região.

Os testes de stress deste ano abrangeram 96 bancos sob a supervisão direta do Banco Central Europeu, que representam cerca de 83% dos ativos totais do setor bancário da Zona Euro, e introduziu novidades significativas, nomeadamente a aplicação antecipada do regulamento CRR3, que representa o novo quadro regulatório bancário europeu com implementação prevista para 2033. Esta alteração obrigou os bancos a reajustar os seus rácios de capital, sendo que a Caixa conseguiu manter uma performance sólida mesmo com as novas regras mais exigentes.

Os resultados do exercício da EBA e do BCE não constituem um teste de aprovação ou reprovação, mas servirão como fonte de informação crucial para o Processo de Revisão e Avaliação de Supervisão (SREP) conduzido pelas autoridades competentes, destacam as autoridades europeias em comunicado.

O desempenho da Caixa destaca-se não apenas no contexto europeu, mas também na Península Ibérica, onde o banco público português mantém consistentemente os melhores rácios de capital da região. Esta posição de liderança ibérica tinha já sido conquistada nos testes de stress de 2023 e consolida-se agora com os resultados de 2025.

Os bancos portugueses têm demonstrado uma resistência notável nos sucessivos exercícios da EBA, com o BCP também a acompanhar a Caixa como as duas instituições nacionais incluídas no teste principal. O Novobanco, por sua vez, foi incluído numa amostra paralela de 45 bancos de média dimensão testados diretamente pelo BCE.

(O texto foi revisto às 20h27 com a indicação da liderança da Caixa com base na destruição de valor sob o efeito dos testes de stress e não com base no rácio CET1, como estava inicialmente.)

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