Associação queixa-se ao Ministério Público de irregularidades na aprovação de ecoresort em Tróia

  • Lusa
  • 13 Setembro 2024

O projeto Tróia Eco-Resort, de “uma empresa subsidiária da Sonae Capital”, recebeu parecer “favorável condicionado” da CCDR do Alentejo. Mas está numa Zona Especial de Conservação da Rede Natura.

A associação Dunas Livres apresentou uma queixa no Ministério Público (MP) por alegadas irregularidades na avaliação e aprovação de um projeto turístico programado para Tróia, no concelho de Grândola, numa área de elevado valor ambiental. Em comunicado enviado esta sexta-feira à agência Lusa, a associação Dunas Livres revelou que a queixa foi entregue no Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos do MP, a 7 de agosto.

A queixa diz respeito à aprovação pela Comissão de Coordenação do Desenvolvimento (CCDR) do Alentejo do projeto Tróia Eco-Resort, previsto ser instalado na área da UNOP 4 (Unidade Operativa de Planeamento de Gestão) de Tróia, no distrito de Setúbal. No documento, a associação, que congrega várias Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA), entre elas a Quercus, Zero e Geota, refere que o projeto de “uma empresa subsidiária da Sonae Capital” recebeu parecer “favorável condicionado” da CCDR do Alentejo.

No entanto, segundo a Dunas Livres, o terreno onde está previsto este investimento turístico “insere-se na Zona Especial de Conservação (ZEC) da Rede Natura 2000” e “apresenta 15 habitats com estatuto de proteção”, sendo “quatro prioritários para a conservação comunitária”. Trata-se de uma área com “nove espécies com estatuto legal de proteção europeia, entre as quais seis plantas de interesse científico relevante, oito endemismos lusitanos, quatro plantas quase endémicas e duas ameaçadas de extinção em Portugal continental”, argumenta.

A associação defende, por isso, que, devido “aos elevados valores naturais” deste ecossistema, “é óbvia a incompatibilidade” da construção deste ecoresort, “com 125 piscinas e 640 camas”. A Dunas Livres explica que o projeto recebeu, em fevereiro de 2023, um parecer desfavorável, mas acabou por ser reformulado, sem “direito a consulta pública”, tendo, entretanto, recebido um parecer “favorável condicionado”.

Além disso, alega, “a publicação do DECAPE [Declaração de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução] no Sistema de Informação sobre Avaliação de Impacte Ambiental (SIAIA) foi muito mais tarde (dezembro de 2023 ou janeiro de 2024) do que a data da decisão indicada (15 de setembro de 2023), o que indica já incumprimento legal dos prazos exigidos”.

No comunicado, a associação diz que, “em meados de novembro de 2023, dirigentes de duas dessas organizações confirmaram em conjunto que este resultado ainda não tinha sido apresentado ao público, nem no SIAIA, nem no [porta] Participa ou qualquer outro canal comum para o assunto”.

“Foi grande o espanto quando, a meio de janeiro de 2024, se verificou que já existia DECAPE favorável condicionado no SIAIA, mas com data de setembro de 2023”, lê-se no documento. A associação entende que “isto impediu por completo a resposta da sociedade civil no prazo legal de três meses, pois, supostamente, este teria terminado a 15 de dezembro de 2023”.

“Tratou-se de um golpe baixo que impossibilitou por completo à Dunas Livres, ou qualquer outra associação/indivíduo com essa intenção, pedir a revogação da decisão, como é de direito, em tempo útil e legal”. Na queixa apresentada ao MP, são apontadas outras alegadas irregularidades, como a falta de documentos referentes ao processo de licenciamento do 2.º DECAPE e os pareceres/anexos enviados por indivíduos e organizações nos documentos de encerramento da consulta pública da 1.ª declaração.

A agência Lusa pediu esclarecimentos à CCDR do Alentejo, mas não obteve resposta, até ao final da tarde.

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IEFP apoiou 343 estágios de jornalismo nos últimos três anos. Governo está a “reavaliar” estágios para implementar melhorias

Governo está a reavaliar "todos os aspetos" relativos aos estágios dos jornalistas, estando em vista "medidas que melhor assegurem a formação e o cumprimento de todos os requisitos" da profissão.

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) apoiou 343 estágios na área do jornalismo, que permitiram o acesso à profissão, nos últimos três anos. O Governo está atualmente a “reavaliar” o processo, com o objetivo de assegurar que são cumpridos todos os requisitos legais, de acordo com informação remetida pelo gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares aos deputados.

A posição do Executivo consta da resposta remetida aos deputados, após uma questão do Chega sobre a implementação efetiva dos estágios de jornalismo e os mecanismos de garantia para que estes sejam orientados por jornalistas profissionais qualificados, de modo a assegurar que o tempo de estágio possa ser reconhecido para a obtenção da Carteira Profissional de Jornalista.

“Segundo informação do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a medida de estágios desenvolvida pelo IEFP permite atualmente que seja aplicada a estágios para acesso a profissões reguladas, nas quais se inclui a profissão de jornalista. Nos últimos três anos, foram apoiados 343 estágios na área do jornalismo”, indica o gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

De acordo com a mesma fonte de informação, Pedro Duarte a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, estão “a reavaliar todos os aspetos relativos aos estágios dos jornalistas, com vista a adotar as medidas que melhor assegurem a formação e o cumprimento de todos os requisitos legais e profissionais exigidos”.

A Carteira de Jornalistas estipula que a profissão inicia-se com um estágio obrigatório, a concluir com aproveitamento, com a duração de 12 meses, em caso de licenciatura na área da comunicação social ou de habilitação com curso equivalente, ou de 18 meses nos restantes casos, sendo “a condição do exercício da profissão de jornalista a habilitação com a respetiva carteira profissional”.

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Five Guys prepara abertura do primeiro restaurante em Lisboa em 2025

  • ECO
  • 13 Setembro 2024

A cadeia de hambúrgueres norte-americana vai fazer a sua estreia em Portugal em 2025. Localização ainda está a ser estudada, mas CEO garante que está em busca de um espaço "emblemático" na capital.

A cadeia de hambúrgueres de fast food norte-americana escolheu Portugal como parte da sua estratégia de expansão na Europa para o próximo ano, estando previsto fazer um investimento de até 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,35 milhões de euros), por loja, para a abertura de 50 novos restaurantes. “Estamos à procura da localização perfeita [em Lisboa]”, anunciou o CEO, John Eckhbert, em declarações à Bloomberg.

“Vamos abrir em Portugal no próximo ano. Estamos a considerar Lisboa, pois queremos sempre estar em locais emblemáticos. Estamos à procura da localização perfeita”, adiantou Eckhbert.

A cadeia de restaurantes, que nasceu em 1986, nos Estados Unidos, conta com quase dois mil espaços em todo o mundo. Só na Europa, Eckhbert contabiliza 270 restaurantes, 170 no Reino Unido.

Conhecida pelos seus hambúrgueres, pela quantidade generosa de batatas que servem dentro de um saco de papel, pelos batidos e pelos amendoins gratuitos, a marca tem vindo a ganhar notoriedade a nível mundial, embora os preços praticados fiquem acima da concorrência. Sobre o tema, Eckhbert argumenta que os produtos do Five Guys “têm o seu valor” face às quantidades comercializadas.

“Garantimos aos nossos consumidores valor pela sua compra. O preço do produto pode ser mais elevado face à concorrência, mas somando tudo junto consideramos que temos uma oferta bastante apelativa”, disse.

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+M

BPI All in One acolhe exposição dedicada à inteligência artificial

  • + M
  • 13 Setembro 2024

Promovida pelo BPI, a exposição que é inaugurada no dia 2 de outubro conta com curadoria da agência portuguesa United Creative. A entrada é livre.

O BPI All in One, no edifício Monumental, no Saldanha (Lisboa), é o local escolhido para acolher o “AI Innovation Garden”, uma exposição “inédita” sobre inteligência artificial (IA), que visa dar “um impulso à inovação e oferecer uma experiência personalizada, imersiva e didática”.

O espaço encontra-se organizado por zonas com informação sobre plataformas desenvolvidas com IA, estruturadas pelos temas AI Business, AI Education, AI Art e AI Fun Tools. A tónica distintiva da exposição encontra-se na “personalização desta experiência, uma vez que em cada uma das zonas estará presente um ‘agente AI’ que vai analisar as áreas de interesse de cada grupo de visitantes, e ajustar a informação e o discurso de acordo com as necessidades”, explica-se em nota de imprensa.

A estrutura conta igualmente com um “prompt garden”, onde é explicado como obter os melhores resultados na interação com plataformas IA, e um “chat garden”, que mostra as diferenças entre algumas das plataformas mais conhecidas, como o Chat GPT, Gemini, Copilot, Claude ou Perplexity.

Já no espaço “AI jobs”, os visitantes podem avaliar o grau de exposição à IA das respetivas profissões e no “AI Flower Market” conhecer alguns gadgets e wearables de IA já existentes no mercado.

Promovida pelo BPI, a exposição que é inaugurada no dia 2 de outubro conta com curadoria da agência portuguesa United Creative. A entrada é livre, com as visitas a decorrerem de segunda a sábado, entre as 11h e as 19h.

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Prémios à Eficácia com 190 finalistas

  • + M
  • 13 Setembro 2024

Os vencedores são conhecidos a 14 de novembro, numa cerimónia que vai decorrer no Casino do Estoril. Estavam a concurso 195 trabalhos.

São 190 os casos finalistas nos Prémios à Eficácia, revelou esta sexta-feira a Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN). “Ser finalista nos Prémios Eficácia é já um grande reconhecimento, pois significa que os resultados concretos foram atingidos através da estratégia certa“, destaca Ricardo Torres Assunção, secretário-geral da associação que representa os anunciantes e que organiza o evento.

Nuno Bernardo, nesta 20ª edição presidente do júri, frisa que a edição deste ano “reflete a resiliência e criatividade das marcas e agências num mercado em constante mudança”. “A eficácia não é apenas sobre resultados financeiros, mas também sobre a capacidade de criar conexões reais com os consumidores. Estamos a avaliar campanhas que não só atingiram os seus objetivos, mas que também desafiaram os limites da comunicação”, acrescenta o chief marketing officer do Super Bock Group.

Com 195 trabalhos a concurso, esta foi a edição dos Prémios à Eficácia com o maior número de inscrições. Em relação a 2023, o crescimento foi de 36,4%, revelou a APAN em julho.

Os 195 projetos inscritos estão distribuídos pelas 18 categorias: Alimentação e Bebidas (6,7%); Saúde, Higiene, Beleza e Cuidado do Lar (2,6%); Produtos de Consumo Duradouro (2,6%); Telecomunicações e Media (5,1%); Serviços Financeiros e Media (4,1%); Distribuição e Restauração (6,7%); Restantes Serviços e Administração Pública (8,2%); Novos Produtos e Serviços (2%); Ativação e Patrocínios (7,2%); Comunicação Institucional (9,2%); Comunicação Tática (10,8%); Utilização Criativa de Meios (5,6%); Envolvimento de Comunidades (8,7%); Low Budget (4,1%); A Força do Bem (4,6%); Commerce & Shopper (4,6%); Brand Content & Entertainment (6,1%) e Data Driven (1%). Os finalistas podem ser conhecidos aqui.

A cerimónia de entrega dos Prémios Eficácia terá lugar no dia 14 de novembro, no Casino Estoril.

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IGCP anuncia dois leilões de até 1.000 milhões em dívida

  • Lusa
  • 13 Setembro 2024

Os dois leilões das linhas de Bilhetes do Tesouro, com maturidade em 2025, tem um montante indicativo global entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros.

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública vai realizar, na próxima quarta-feira, dois leilões das linhas de Bilhetes do Tesouro (BT), com maturidade em 2025 e até 1.000 milhões de euros de montante indicativo.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 18 de setembro, pelas 10:30, dois leilões das linhas de BT com maturidades em 21 de março de 2025 e 19 de setembro de 2025”, indicou, em comunicado.

O montante indicativo global é de entre 750 milhões de euros e 1.000 milhões de euros.

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Processo de nacionalização da gémeas “decorreu normalmente”

  • Lusa
  • 13 Setembro 2024

"Este é um processo dos mais simples que pode existir. Tratava-se de duas crianças nascidas no Brasil com um dos progenitores que tinha a nacionalidade portuguesa", disse o ex-cônsul em São Paulo.

O ex-cônsul-geral de Portugal em São Paulo Paulo Nascimento afirmou esta sexta-feira que o processo de atribuição de nacionalidade às gémeas tratadas com um medicamento de milhões de euros “decorreu normalmente” e que desconhecia o caso em 2019. Paulo Jorge Nascimento, atual embaixador de Portugal na China, foi ouvido por videoconferência na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas com o medicamento Zolgensma no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

“Foi um processo que decorreu normalmente”, disse, referindo-se à atribuição da nacionalidade. O diplomata disse também que nunca tinha ouvido falar do caso “até ser ventilado publicamente” pela comunicação social, em novembro do ano passado. Aos deputados, ex-cônsul-geral de Portugal em São Paulo esclareceu que as crianças, por serem filhas de mãe portuguesa, tinham direito à atribuição da nacionalidade ao abrigo da lei.

“Este é um processo dos mais simples que pode existir. Tratava-se de duas crianças nascidas no Brasil com um dos progenitores que tinha a nacionalidade portuguesa. [Os pais] deram entrada com toda a documentação [em abril de 2019] e demoraram dois meses para assinar a documentação, que tem de ser feita presencialmente, e demoraram mais dois meses na lista de espera”, justificou Paulo Jorge Nascimento.

Questionado pelo coordenador do PSD, António Rodrigues, sobre alguma vez foi contactado pela mãe das gémeas luso-brasileiras, o embaixador disse que nunca teve contacto com Daniela Martins, afirmando conhecê-la apenas pela imprensa. “Nunca fui contactado por ninguém, por um pedido nesse sentido. Nunca tive conhecimento [do caso] até ouvir na comunicação social”, indicou, afirmando que não recebeu “nenhum email sobre esta matéria”.

“Procurei email de 2019 a ver se tinha algum sobre este assunto. Não tenho nenhum contacto sobre isto nos meus emails. Não encontrei nenhum email sobre isto”, sustentou. Sobre a relação com Nuno Rebelo de Sousa, o diplomata explicou que se cruzou com o filho do Presidente da República “em alguns momentos” e que o ex-presidente da Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo “nunca falou do processo”.

Coincidimos em alguns momentos, quando Nuno Rebelo de Sousa era presidente da Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo. Teria sido em 2019 ou 2020, não tenho memória, quando Nuno Rebelo de Sousa começou a exercer o cargo de presidente da Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo. Eu saí de São Paulo em 2022 e coincidimos, eu como cônsul e ele como presidente da câmara”, realçou.

À deputada da Iniciativa Liberal (IL) Joana Cordeiro, o embaixador explicou que cinco meses “é um prazo normal” para concluir o processo de obtenção de nacionalidade, referindo, contudo, que devia ser “muito mais rápido”. Paulo Jorge Nascimento disse que teve várias vezes “contacto social” com Nuno Rebelo de Sousa e “com mais elementos da comunidade portuguesa” que “nunca lhe falaram do assunto”.

“Se eu tivesse amizade, continuaríamos a trocar contactos ou encontros. Nunca mais aconteceu. Era um contacto essencialmente institucional. Amistoso, como é óbvio. Como era o meu dever com as pessoas da comunidade”, precisou o diplomata, após ser questionado pela deputada da IL. Interrogado pelo líder do Chega, André Ventura, se foi contacto pela Casa Civil da Presidência da República sobre o assunto, o ex-cônsul disse que não.

“Nunca tive nenhum contacto nesse sentido, nem da Casa Civil nem do Governo”, sublinhou.

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Diogo Dias é o novo CEO da Sumol Compal

O ex-CEO Duarte Pinto passará a ocupar o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração da Sumol Compal com responsabilidade pela área de estratégia.

Diogo Dias foi apontado pelo conselho de administração da Sumol Compal Marcas como o novo presidente da comissão executiva da empresa. O anterior vice-presidente da comissão executiva substitui Duarte Pinto como CEO, que passa a ocupar o cargo de vice-presidente do conselho de administração da holding, ficando responsável pela área da estratégia.

Duarte Pinto, que presidiu à Comissão Executiva da Sumol Compal Marcas nos últimos 15 anos, continuará a integrar a comissão executiva até ao final do atual mandato como vice-presidente, cargo que acumulará com a vice-presidência do Conselho de Administração da Sumol Compal, adianta a empresa em comunicado enviado às redações.

Licenciado em gestão de empresas pela Universidade Católica e no Grupo há 26 anos, Diogo Dias desempenhou diversos cargos de gestão, direção e de administração, nomeadamente a função de vice-presidente da Comissão Executiva da Sumol Compal Marcas e Administrador da Sumol Compal antes de ser designado para assumir as novas funções.

Estas alterações visam renovar e ajustar o funcionamento Conselhos de Administração das duas empresas, no sentido de reforçar a sua capacidade para endereçar com sucesso os desafios futuros, num contexto externo em transformação acelerado”, explica a empresa.

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Ministra quer alterar lei das pedreiras para prever recuperação ambiental

  • Lusa
  • 13 Setembro 2024

"Isso existe nas minas e era algo que se deveria introduzir" nas pedreiras, ou seja, quem explora durante anos uma pedreira, deve contribuir para a recuperação ambiental do local, diz ministra.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, defendeu esta sexta-feira uma revisão da lei das pedreiras para passar a responsabilizar os proprietários pela recuperação ambiental do local quando a exploração terminar. “As pedreiras são privadas e não há nenhuma obrigatoriedade de se ir constituindo um fundo para, quando a [exploração da] pedreira acaba, se fazer a recuperação ambiental daquele sítio”, salientou a governante.

Maria da Graça Carvalho falava aos jornalistas no final de uma visita ao concelho de Vila Viçosa, no distrito de Évora, promovida pela câmara municipal, durante a qual esteve acompanhada pela secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira. Num balanço da visita às pessoas presentes nas instalações da empresa de mármores Solubema, a titular das pastas do Ambiente e da Energia admitiu rever a lei das pedreiras.

Depois, questionada pela agência Lusa, a ministra explicou que gostava de introduzir alterações à atual legislação para incluir a responsabilização dos donos pela recuperação ambiental das pedreiras quando deixam de ser exploradas. “Isso existe nas minas e era algo que se deveria introduzir” em relação às pedreiras, ou seja, quem explora durante anos uma pedreira, deve contribuir para a recuperação ambiental do local quando a pedreira fecha, adiantou.

A visita da governante a Vila Viçosa incluiu uma reunião com responsáveis de várias entidades e passagens por um laboratório de pedras ornamentais e pelo troço rodoviário no concelho vizinho de Borba que ruiu em 2018, além das instalações da Solubema. Nas declarações aos jornalistas, Maria da Graça Carvalho revelou que um dos temas abordados foi a segurança dos caminhos situados perto de pedreiras, referindo que, em alguns casos, será necessário apoiar os municípios para se encontrar alternativas.

“Vamos fazê-lo, tanto financeiramente, através do Fundo Ambiental, como no que for preciso de ajuda para, essencialmente em Vila Viçosa, o presidente da câmara ter a certeza de que todos os caminhos são seguros para as pessoas que lá passam e para quem trabalha nas pedreiras”, realçou.

A ministra do Ambiente e Energia assinalou que o setor dos mármores é de “importância vital para a economia desta região”, esperando que a exploração possa continuar, “mas de uma forma segura e que seja amiga do ambiente”. “É um setor que existe aqui há 2.000 anos e que já exportava nessa altura e, portanto, queremos continuar a apoiar”, acrescentou.

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Ministro da Defesa diz que Olivença “é portuguesa” e país “não abdica” do direito à localidade

  • Lusa
  • 13 Setembro 2024

"Olivença é portuguesa, naturalmente, e não é provocação nenhuma", disse Nuno Melo, antes de acrescentar que "por tratado, Olivença deverá ser entregue ao Estado português".

O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, afirmou esta sexta-feira que a localidade de Olivença “é portuguesa”, o que está estabelecido por tratado, e acrescentou que “não se abdica” dos “direitos quando são justos”.

Questionado pelos jornalistas em Estremoz, no distrito de Évora, sobre se Olivença é portuguesa ou espanhola, o ministro foi perentório: “Olivença é portuguesa, naturalmente, e não é provocação nenhuma”. “Aliás, por tratado, Olivença deverá ser entregue ao Estado português”, continuou Nuno Melo, que presidiu hoje à cerimónia comemorativa do Dia do Regimento de Cavalaria N.º 3 (RC3), naquela cidade alentejana.

Segundo o ministro, que cumpriu parte do seu serviço militar precisamente no RC3, unidade do Exército também conhecida como Dragões de Olivença, “muitos avaliam a circunstância [de Olivença] numa razão caricatural”. “E diz-se, desde o Tratado de Alcanizes, como Portugal tem as fronteiras mais antigas definidas, exceto esse bocadinho”, porque, “no que toca a Olivença, o Estado português não reconhece como sendo território espanhol”, sublinhou.

Garantindo que, para si, esta não é uma questão “de ontem, é de hoje”, o ministro da Defesa Nacional aludiu ao próprio Regimento de Cavalaria n.º 3, a mais antiga unidade do Exército em atividade, que assinalou hoje os seus 317 anos: “Estes dragões são de Olivença por alguma razão”. Nuno Melo lembrou que, quando foi eurodeputado no Parlamento Europeu, defendeu esta questão, da qual continua a não abdicar.

“Fi-lo, desde logo, no Parlamento Europeu, em questões colocadas, enfim, mas sabe, a realpolitik é a realpolitik“, o que “não invalida a expressão dos direitos” e, quando estes “são justos, deles não se abdica”, argumentou.

Olivença é uma cidade na zona raiana reivindicada por direito por Portugal, desde o tratado de Alcanizes, em 1297, mas que Espanha anexou e mantém integrada na província de Badajoz, na comunidade autónoma da Estremadura, apesar de ter reconhecido a soberania portuguesa sobre a cidade quando subscreveu o Congresso de Viena, em 1817.

Nuno Melo acredita que “no final sentido de Estado prevalecerá” na negociação do OE2025

O ministro da Defesa Nacional disse ainda acreditar na aprovação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), porque, “no final, o sentido de Estado prevalecerá” e “tudo será concluído num resultado que é o desejável”. “Eu sou otimista por natureza e concentro-me nos bons cenários e aquilo que me importa, neste momento, é perceber que o Governo tem toda a disponibilidade para negociar o OE, apresentando informações com muito tempo”, disse o governante, que é também presidente do CDS-PP.

Questionado sobre o OE2025 pelos jornalistas, Nuno Melo disse acreditar que, “no final, o sentido de Estado prevalecerá”. “Se o OE não for aprovado, Portugal ficará pior”, porque “há impostos que não vão baixar”, como o IRS e o IRC, e “aquilo que são previsões de crescimento da receita e da redução da dívida também não serão possíveis”, frisou.

Por isso, “eu acredito que, no final, tudo será concluído num resultado que é o desejável para um país inteiro que também acredito que não deseja eleições”, continuou. O ministro da Defesa Nacional lembrou as medidas já aprovadas por este Governo para “dignificar as forças armadas”, como a atualização de salários e suplementos.

“Nestas próximas semanas, todos os militares, dos praças aos generais, sentirão já a evolução do seu quadro retributivo por causa das medidas que este Governo tomou”, afiançou. Como as prioridades “são muitas” nas forças armadas, “pelo estado a que chegaram”, o ministro da Defesa Nacional, que disse ter começado “pelas pessoas”, traçou outras áreas nas quais disse estar apostado.

“Agora, estou focado noutros passos, desde logo no que tem que ver com a habitação, recuperação de património e as indústrias de defesa”, detalhou Nuno Melo, que participou na cerimónia do RC3, unidade conhecida como Dragões de Olivença, juntamente com o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Mendes Ferrão.

O Governo tenciona promover “a recuperação de edifícios das forças armadas, que muitas vezes estão em espaços particularmente nobres das cidades”, sendo que alguns até são “edifícios com natureza histórica”. O objetivo é que possam, depois de reabilitados, servir para “alojamento em meio militar”, porque falta alojamento para os militares, “desde logo nas principais cidades”, pois, “as rendas são altas para todos, logo são também altas para os militares”.

E, “sempre que possível”, esses edifícios também serão “entregues ao mercado geral, auxiliando nas necessidades de muitas pessoas e criando também fontes de rendimento para as forças armadas”. Outra prioridade, segundo Nuno Melo, assenta na replicação do “modelo OGMA” nas indústrias de defesa, que “representam 300 empresas, 30.000 pessoas, 2,5% das exportações em Portugal, mas podem significar muito mais”.

“As forças armadas são uma oportunidade para os industriais portugueses, para a iniciativa privada, para a economia, do mesmo modo que as forças armadas e a defesa podem beneficiar muito desse esforço”, argumentou, defendendo a concretização de parcerias público-privadas em “várias áreas”, nomeadamente na produção de munições e fabrico de drones em Portugal.

“A Europa e o mundo são deficitários na produção de munições, que Portugal já produziu tantas vezes e com grande qualidade”, pelo que “temos todas as possibilidades de o voltar a fazer” e existem “vários investidores interessados, em parceria com o Estado português, em produzirem munições em Portugal”, indicou.

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Ex-diretor-geral das prisões aponta falhas de segurança aos guardas de Vale de Judeus

  • Lusa
  • 13 Setembro 2024

O ex-diretor-geral dos Serviços Prisionais considerou que as falhas de segurança na fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus têm também de ser apontadas aos guardas prisionais de serviço.

O ex-diretor-geral dos Serviços Prisionais Rui Abrunhosa Gonçalves considerou esta sexta-feira que as falhas de segurança na fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus têm também de ser apontadas aos guardas prisionais de serviço.

Em entrevista à RTP e ao ser questionado quem falhou na fuga que levou à sua demissão, Rui Abrunhosa Gonçalves respondeu: “Os guardas”.

Na prisão temos estas duas grandes populações, os reclusos e os guardas e os guardas estão lá sobretudo para exercer segurança. Logo, é óbvio que houve falhas na segurança que foram exploradas pelos reclusos. É isso que está a ser fundamentalmente apurado”, disse, aludindo ao processo de averiguações interno da Auditoria e Inspeção dos Serviços Prisionais e ao inquérito-crime dirigido pelo Ministério Púbico (MP).

No entender do recém demitido diretor dos serviços prisionais, é agora “preciso perceber se essas falhas foram falhas de desleixo, se foram propositadas ou se, pelo contrário, existe uma outra circunstância fortuita”.

Rui Abrunhosa Gonçalves explicou que na central de videovigilância da cadeia o guarda é rendido de hora a hora e que o caso aponta para a mudança de turno e os cinco minutos seguintes.

“As pessoas estão lá, as câmaras estão lá”, acrescentou o ex-responsável máximo das prisões portuguesas, notando que apesar de haver muitas câmaras na central apenas algumas (as que davam para o perímetro da cadeia) tinham interesse para o guarda de serviço, porque aos sábados as oficinas e outras instalações estão fechadas.

Questionado sobre se admite que poderá ter havido conivência ou cumplicidade de algum guarda ou outro funcionário da prisão na fuga, Rui Abrunhosa Gonçalves salientou que “neste momento e neste cenário tudo é admissível”, mas enfatizou que é “preciso esperar pelo resultado das investigações” em curso para apurar a verdade dos factos.

O entrevistado não deixou contudo de reconhecer que em outras situações, como entrada de telemóveis, droga e outros objetos proibidos nas cadeias verificaram-se ligações a funcionários dessas cadeias, incluindo guardas.

De todo o modo, vincou que não pretende “fazer qualquer tipo de julgamento apressado” sobre o que realmente sucedeu em Vale de Judeus.

Quanto à sua saída do cargo, Rui Abrunhosa Gonçalves afirmou que estava consciente que “nestas circunstâncias há sempre cabeças que rolam” e sendo ele na altura o dirigente máximo das prisões percebeu que isso poderia acontecer, tanto mais que, disse, “nada e ninguém se chegou à frente para fazer algum tipo de declaração em defesas dos dirigentes” das cadeias.

Foi aí, confessou, que percebeu que “provavelmente o seu futuro estava anunciado”.

Rui Abrunhosa Gonçalves revelou que há mais de um ano, ou seja desde o anterior Governo socialista, que tinha pedido ao Ministério da Justiça o reforço do efetivo de guardas prisionais. Reiterou no entanto que os 33 guardas existentes no dia da fuga em Vale de Judeus eram suficientes para assegurar o serviço de segurança e restantes tarefas.

Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

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Caso das gémeas. Ventura ameaça recorrer ao Supremo para aceder às comunicações do Presidente

  • ECO e Lusa
  • 13 Setembro 2024

O líder do Chega considera que o Presidente está a pôr as "competências da CPI" em causa por estar a ser negado o acesso às comunicações entre Marcelo e o filho no caso das gémeas luso-brasileiras.

André Ventura anunciou que o partido vai recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça para garantir que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso das gémeas luso-brasileiras tem acesso às comunicações entre o Presidente da República e o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa. Para o líder do partido, o acesso às comunicações entre os dois intervenientes é fundamental para o decorrer da investigação.

“Nunca pedimos acesso às comunicações da atividade pessoal ou soberana do Presidente da República, o que pedimos é que tal como os emails foram entregues, WhatsApps e outros tipos de comunicações entre o filho e o pai fossem entregues também”, afirmou André Ventura, esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

Para o líder do Chega é “impossível” que os trabalhos ao abrigo desta CPI decorram com toda a normalidade se não forem conhecidas “as comunicações entre os intervenientes”. “Como querem que se descubra que houve conluio entre o Presidente e o filho se não nos deu acesso às comunicações?”, questionou.

Face à situação, André Ventura sublinhou que o partido está a avaliar recorrer ao Supremo para entender se este tribunal “tem legitimidade” para analisar a questão.

Ademais, o líder do partido criticou as intenções da família das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria por apresentarem uma queixa no Tribunal Administrativo de Lisboa contra a Assembleia da República. O objetivo é obrigar o Parlamento a ignorar e apagar os documentos obtidos por um deputado do PSD, António Rodrigues, sobre um processo que envolve a família e o seguro de saúde no Brasil.

Em paralelo, a família apresentou um pedido para que os tribunais brasileiros coloquem pelo menos dois processos que correm do outro lado do Atlântico em segredo de justiça. O objetivo é evitar que os deputados da CPI tenham acesso aos documentos relacionados com o seguro e a vida privada das crianças.

Estão a pôr as competências das CPI em causa“, alertou Ventura, sublinhando que o decurso dos trabalhos ficará “muito afetada a partir de agora”.

Presidente da comissão de inquérito apresenta queixa contra advogado da mãe das crianças

O presidente da comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras vai apresentar uma queixa, a título individual, contra o advogado da mãe das crianças e indicou que os deputados decidiram aceitar novos documentos sobre o seguro de saúde.

Eu decidi, como deputado da comissão, a título individual, avançar com uma queixa contra o doutor Wilson Bicalho, referente à audição que ele teve nesta comissão e que já foi discutida amplamente, desde os comentários que fez [sobre] alguns deputados, como ao próprio parlamento e por não ter indicado inicialmente, antes de ter feito a declaração inicial, que não iria falar a seguir. Portanto, eu próprio vou avançar com essa queixa”, transmitiu.

O deputado Rui Paulo Sousa (Chega), que falava aos jornalistas no final da reunião de mesa e coordenadores, indicou que essa queixa será enviada para a Ordem dos Advogados e também ao presidente da Assembleia da República “para tomar alguma medida, caso o queira fazer”.

Na altura, o presidente da comissão parlamentar de inquérito foi questionado também sobre a notícia da TVI/CNN de que a mãe das gémeas luso-brasileiras apresentou uma queixa no Tribunal Administrativo de Lisboa contra a Assembleia da República, exigindo que apague os documentos relativos ao seguro de saúde no Brasil obtidos pelo deputado do PSD António Rodrigues.

Rui Paulo Sousa disse que Wilson Bicalho “não intimida ninguém” e não “vai impedir a comissão de fazer o seu trabalho”. “Esta comissão não se deixa intimidar, nem vai deixar de fazer o seu trabalho, independentemente das posições que Wilson Bicalho possa tomar ou não”, ressalvou.

O também deputado do Chega indicou que “existem mais processos” na posse de António Rodrigues. “Foi decidido, mais uma vez pela comissão, aceitar estes processos, portanto, serão integrados no acervo. Não continuamos a manter os anteriores, como vamos adicionar os novos obtidos. Tudo é relacionado com o mesmo assunto”, salientou.

Em 25 de julho, a comissão aceitou a documentação disponibilizada pelo PSD relativa à apólice de seguro da mãe das crianças, celebrada com a companhia brasileira Amil Assistência Médica Internacional.

Sobre o pedido da ex-secretária do antigo secretário de Estado Adjunto e da Saúde para que a sua audição, na próxima sexta-feira, decorra à porta fechada, Rui Paulo Sousa disse que “houve já alguma discussão sobre esse assunto”, mas a comissão “ainda não chegou a nenhuma conclusão definitiva”.

Por isso, os coordenadores de cada grupo parlamentar vão voltar a reunir-se ainda esta sexta, após a reunião da comissão, na qual será ouvido por videoconferência o antigo cônsul-geral de Portugal em São Paulo, atual embaixador em Pequim.

O presidente da comissão de inquérito explicou que “existem aqui algumas questões”, nomeadamente Carla Silva “não fundamentou muito bem o motivo pelo qual quer ser ouvida à porta fechada” e “também evoca a questão da proteção de testemunhas que não tem cabimento no que respeita à comissão”.

“De maneira que isso suscitou algumas dúvidas e alguma discussão entre os deputados”, indicou, referindo que os partidos terem “uma posição conjunta sobre esse tema”. Sobre as respostas do ex-primeiro-ministro António Costa às perguntas colocadas pelos partidos, Rui Paulo Sousa referiu que o atual presidente eleito do Conselho Europeu pode responder até dia 23, mas poderá também pedir uma extensão do prazo, que terá de ser “a própria comissão a decidir se sim ou se não”.

O deputado do Chega admitiu ainda que os trabalhos da comissão poderão ser suspensos “uma ou duas semanas” durante o período da discussão do Orçamento do Estado para 2025. “É uma questão que têm de se analisar ainda, porque existem alguns deputados, como a deputada única [do PAN], que não consegue estar nas audições e no orçamento ao mesmo tempo”, observou.

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