CMVM multa dona da Euronews, jornal i e Nascer do Sol e gestores em 137,5 mil euros

O regulador acusa o fundo, que detém o Jornal Nascer do Sol, i e Euronews, de violação de vários deveres na prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) multou a Alpac Capital, a dona dos jornais i, Nascer do Sol e da Euronews, em 100 mil euros por violação de deveres no quadro da prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Os donos do fundo, Pedro Vargas David e Luís Santos, também foram alvo de coimas do regulador, no valor de 25 e 12,5 mil euros, respetivamente.

Num documento onde justifica a sua decisão, o regulador do mercado de capitais português liderado por Mário Laginha de Sousa acusa a capital de risco de Pedro Vargas David e Luís Santos de violação de vários deveres, alguns deles em diversas ocasiões:

  • Dever de recolha dos elementos identificativos do representante do cliente, uma vez que não recolheu os elementos identificativos do representante da contraparte a quem adquiriu, por conta de um fundo de capital de risco por si gerido, uma participação social;
  • Dever de verificação do documento que habilita a representação do cliente, no âmbito das relações de negócio que estabeleceu com seis subscritores de unidades de participação de fundos por si geridos;
  • Dever de obtenção dos meios comprovativos dos elementos identificativos do cliente;
  • Dever de aferição da qualidade dos beneficiários efetivos da contraparte;
  • Dever de adoção de procedimentos complementares de diligência;
  • Dever de adoção de medidas reforçadas em relação ao cliente;
  • Dever de exame, não tendo examinado com especial cuidado e atenção duas operações de subscrição de unidades de participação de fundos por si geridos e três operações de aquisição do capital social de três sociedades, suscetíveis de poderem estar relacionadas com fundos ou outros bens provenientes de financiamento do terrorismo ou outras atividades criminosas;
  • Dever de comunicar a cessação de funções do responsável pelo cumprimento normativo;
  • Dever de proceder à substituição do responsável pelo cumprimento normativo.

“Atentas as circunstâncias do caso concreto, deliberou o Conselho de Administração da CMVM aplicar à Arguida Alpac Capital uma coima única no montante de €100.000,00 (cem mil euros) suspensa na sua execução em € 50.000,00 (cinquenta mil euros) da coima aplicada”, adianta o regulador.

Já no que diz respeito aos gestores do fundo, a CMVM decidiu aplicar uma coima única no valor de 25 mil euros a Pedro Vargas David, filho do ex-eurodeputado Mário David, atual conselheiro político do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

“Pedro Vargas David, na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da Arguida Alpac Capital, deu um contributo causal para a não verificação, no âmbito da relação de negócio estabelecida pela Alpac Capital com a entidade subscritora de unidades de participação de um fundo por si gerido, do documento que habilitava a representação daquele cliente por terceiro”, refere o regulador.

A CMVM acusa ainda Pedro Vargas David de violação de dever de verificação do documento que habilita a representação do cliente, dever de obtenção dos meios comprovativos dos elementos identificativos do cliente, dever de aferição da qualidade do beneficiário efetivo do cliente, dever de adoção de procedimentos complementares de diligência, dever de adoção de medidas reforçadas em relação ao cliente e dever de exame.

“O Arguido Pedro Vargas David, na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da arguida Alpac Capital, deu um contributo causal para, no âmbito da relação de negócio estabelecida pela Alpac Capital com duas entidades subscritoras de unidades de participação de um fundo por si gerido, não terem sido examinadas com especial cuidado e atenção duas operações suscetíveis de poderem estar relacionadas com fundos ou outros bens provenientes de financiamento do terrorismo ou outras atividades criminosas“, reforça o regulador.

Por fim, Luís Santos, que detinha 33,33% do fundo também é acusado de violação dos mesmos deveres. Contudo, a coima aplicada pela CMVM é metade da multa paga pelo sócio: 12.500 euros.

A Alpac Capital, de Pedro Vargas David e Luís Santos, formalizou a compra dos jornais Nascer do Sol e i, em julho de 2022. O fundo detém 91% da Newsplex, dona dos dois jornais, através da Sunny Meridian, e a Barod 9%.

Além da Newsplex, a Alpac controla ainda 88% da Euronews.

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Europeias. 60.603 emigrantes portugueses vão votar em candidatos do país onde vivem

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

Dos 625.404 eleitores portugueses residentes na União Europeia e inscritos para este ato eleitoral, 564.801 vão eleger eurodeputados portugueses.

Cerca de 60.600 eleitores portugueses a residir no estrangeiro optaram por eleger os eurodeputados dos países onde vivem, e não os portugueses, menos de metade dos que fizeram esta escolha nas anteriores europeias, segundo dados oficiais. Fonte do Ministério da Administração Interna disse esta quarta-feira à agência Lusa que 60.603 portugueses estão inscritos para votarem nas eleições para o Parlamento Europeu, a 9 de junho, mas nos candidatos dos países onde residem.

Os emigrantes portugueses na União Europeia podem optar entre votar nos candidatos portugueses ao Parlamento Europeu ou nos candidatos dos países onde vivem. A França é o país onde foi mais significativa a escolha de portugueses por eurodeputados do país residente (36.191), seguindo-se o Luxemburgo (9.857) e a Espanha (6.592).

A mesma fonte indicou que dos 625.404 eleitores portugueses residentes na União Europeia e inscritos para este ato eleitoral, 564.801 vão eleger eurodeputados portugueses. Nas anteriores europeias, a 26 de maio de 2019, 125.630 emigrantes portugueses optaram por se inscrever no recenseamento para a eleição de eurodeputados do país de residência, a maioria em França, Espanha e no Luxemburgo, de acordo com dados oficiais.

Cerca de 373 milhões de eleitores são chamados a escolher os 720 deputados ao Parlamento Europeu, nas eleições que decorrem nos 27 Estados-membros da União Europeia entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, que elege 21 eurodeputados, o escrutínio está marcado para 09 de junho.

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Estudo propõe três soluções para dessalinizadora entre Odemira e Sines

Barragem de Santa Clara apenas garante fornecimento de água para quatro ou cinco anos. Não execução da dessalinizadora levará à "falência económica, social e ambiental" nesta zona do Alentejo.

A Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA) anunciou esta quarta-feira as conclusões de um estudo prévio de viabilidade para a implementação de uma estação dessalinizadora na região do Perímetro de Rega do Mira. O projeto, que considera três potenciais localizações entre Odemira e Sines, visa colmatar a grave escassez de água e garantir a sobrevivência dos projetos agrícolas na região.

A análise elaborada pela empresa ADAN aponta para a “deterioração e limitação do abastecimento” da única fonte hídrica da região, a barragem de Santa Clara. Atualmente, esta infraestrutura dispõe apenas de quatro a cinco anos de garantia máxima de fornecimento de água, tendo por base um consumo agrícola anual de 12 milhões de metros cúbicos e uma precipitação anual de 350mm.

Perante o agravamento da situação e face às previsões meteorológicas desfavoráveis, o estudo encomendado pela AHSA sugere uma dessalinizadora terrestre e um reservatório conectado à rede da Associação de Beneficiários do Mira (ABM). “A não execução do projeto prevê a falência económica, social e ambiental da região, afetando especialmente a agricultura”, dramatiza a associação liderada por Luís Mesquita Dias.

O primeiro cenário contempla a hipótese de construção de uma estação dessalinizadora junto à costa do concelho de Odemira e, como tal, no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), ainda que fora da área do Programa da Orla Costeira (POC). Isso permitiria o aproveitamento dos recursos naturais da região, assumindo, no entanto, cuidados ambientais rigorosos, a par de licenciamentos robustos, de acordo com o estudo.

Em alternativa, o estudo “Água do Atlântico para o Sudoeste Alentejano” avaliou a possibilidade de recorrer à estação de dessalinização prevista para Sines. A essa estação seria acoplado um adutor de água dessalinizada, que, por mar ou por terra, estaria ligado a Odemira, transportando a água para o reservatório de regularização – que, em qualquer dos casos, terá de ser construído.

No entanto, “questões legais e custos significativos” conduziram o exercício a um terceiro cenário, nomeadamente, o “regresso” da dessalinizadora a Odemira, à margem do Parque Natural, recuando-a cerca de três quilómetros de distância da costa, com uma estação terrestre integrada.

Segundo o estudo, realizado durante seis meses, “os três cenários da dessalinizadora avaliados poderão ser tecnicamente viáveis, contudo dependem da recolha de informação adicional, tal como a definição do envolvimento do setor privado e do Estado, fontes de financiamento como o PRR e o compromisso dos agricultores, entre outros”.

A não execução da dessalinizadora resultará na falência económica, social e ambiental do Perímetro de Rega do Mira. Estarão em causa cerca de 10 mil empregos diretos e 300 milhões de euros em exportações de produtos agrícolas.

Luís Mesquita Dias

Presidente da AHSA

“A escassez de água na barragem de Santa Clara representa uma ameaça séria para a região. Os agricultores têm feito um elevado esforço de racionalização do uso da água, passando de 40 milhões de metros cúbicos de consumo anual em 2019, para 12 milhões de metros cúbicos em 2023”, afirma Luís Mesquita Dias.

O presidente da AHSA sublinha ainda, citado em comunicado, que “a não execução da dessalinizadora resultará na falência económica, social e ambiental na região do Perímetro de Rega do Mira” e que “estarão em causa cerca de 10 mil empregos diretos e 300 milhões de euros em exportações de produtos agrícolas”.

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Sindicato dos Registos diz que faltam 1.900 funcionários e setor está caótico

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

A "dramática falta de conservadores de Registos e de oficiais de Registos tem sobrecarregado em demasia e levado ao limite da exaustão aqueles que vão ficando", disse o sindicato.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado (STRN) alertou esta quarta-feira para o “estado caótico” em que se encontra o setor dos Registos, com 1.900 profissionais em falta, encerramento de Conservatórias e “filas intermináveis de espera”.

Em conferência de imprensa em Lisboa, Arménio Maximino, presidente do STRN, precisou que estão em falta 1.933 profissionais, dos quais 242 conservadores de Registos e 1.691 oficiais de Registos, que correspondem a 34,05% do efetivo necessário, causando “óbvios prejuízos para os cidadãos e as empresas, que esperam e desesperam para serem atendidos”.

“Este défice, que urge preencher, agrava-se todos os meses pela aposentação em média de 20 a 25 profissionais”, estimando-se que nos próximos cinco anos este número aumentará exponencialmente.

“Esta dramática falta de conservadores de Registos e de oficiais de Registos tem sobrecarregado em demasia e levado ao limite da exaustão aqueles que vão ficando”, considerou Arménio Maximino, que na próxima semana será recebido no Ministério da Justiça para expor estes e outros problemas que afligem o setor, a par das questões de carreira e assimetrias salariais. Segundo o mesmo responsável, a escassez de funcionários compromete a “eficiência e a qualidade dos serviços prestados, afetando diretamente os cidadãos e as empresas que deles dependem”, o que, por sua vez, tem impacto negativo na economia.

Computadores obsoletos e instalações “gravemente degradadas”, com “violações grosseiras” da legislação relativa à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores foram outras questões levantadas pelo presidente do STRN, que apontou situações de insalubridade e perigo para quem trabalha em instalações como a dos Registos Centrais de Lisboa e na Conservatória da Ribeira Grande, nos Açores.

Apesar de os Registos produzirem receitas calculadas em 400 milhões de euros para o Ministério da Justiça, Arménio Maximino chamou a atenção para o facto de o Instituto dos Registos e Notariado (IRN), tutelado por aquele ministério, não ter evidenciado qualquer capacidade de resposta para corrigir as deficientes e desadequadas condições de trabalho, higiene e segurança dos trabalhadores dos Registos. Por isso, o STRN deu entrada na terça-feira com duas ações nos tribunais administrativos para obrigar o IRN a corrigir tais deficiências.

Arménio Maximino realçou a importância do setor dos Registos no controlo da legalidade, ao contribuir para a certeza e segurança jurídicas dos atos praticados, bem como no “papel insubstituível na justiça preventiva” a propósito do Registo Predial, conforme já reconheceu o Tribunal Constitucional em acórdão de 2009.

“Não obstante, o setor dos Registos atravessa atualmente uma situação caótica com graves problemas estruturais que não se encontram resolvidos”, vincou o dirigente do STRN. Arménio Maximino criticou ainda o facto de o anterior Governo não ter dado cumprimento a uma recomendação da Provedoria de Justiça sobre a questão das assimetrias salariais entre trabalhadores que desempenham as mesmas funções e têm as mesmas atribuições.

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Capital da Índia regista temperatura recorde de 52,3 graus Celsius

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

s autoridades da cidade, com cerca de 30 milhões de habitantes, emitiram um alerta vermelho sanitário, ao alertarem para “uma forte possibilidade de surto de doenças relacionadas com o calor".

A capital da Índia, Nova Deli, registou esta quarta-feira uma temperatura recorde de 52,3 graus Celsius, com as autoridades a alertarem que a água poderá escassear. Esta temperatura recorde foi registada início da tarde em Mungeshpur, num subúrbio de Nova Deli, pelo departamento meteorológico do país, e ultrapassa em um grau o anterior recorde nacional registado no deserto do Rajastão.

A meteorologia indiana tinha já assinalado recordes precedentes para Nova Deli, com 49,9 graus na terça-feira e mais de 50,5 graus esta quarta. As autoridades da cidade, com cerca de 30 milhões de habitantes, emitiram um alerta vermelho sanitário, ao alertarem para “uma forte possibilidade de surto de doenças relacionadas com o calor e golpes de calor em todas as idades”, e apelou à “extrema vigilância” de pessoas vulneráveis.

A vaga de calor no centro e noroeste da Índia “deverá atenuar-se progressivamente” a partir de quinta-feira, indicaram os serviços meteorológicos locais. Em maio de 2022 foram registados 49,2 graus em diversos bairros da capital. As temperaturas caniculares são frequentes na Índia durante o verão, mas segundo os investigadores as alterações climáticas estão a originar vagas de calor mais longas, mais frequentes e mais intensas.

As autoridades também alertaram para o risco de escassez de água potável, com certas zonas já abrangidas por cortes no fornecimento. A ministra da Água, Atishi Marlena, exortou à “responsabilidade coletiva” da população para evitar distúrbios, indicou hoje o diário Times of Índia. “Para resolver o problema da escassez de água adotámos um conjunto de medidas como a redução do fornecimento de água de duas vezes por dia para uma vez por dia em numerosas regiões”, declarou Atishi.

O vizinho Paquistão também está a ser afetado por fortes vagas de calor, com um pico de temperatura no domingo avaliado em 53 graus celsius em Sindh, uma província fronteiriça da Índia. Em simultâneo, os estados indianos de Bengala ocidental e Mizoram, nordeste do país, foram atingidos por violentas rajadas de vento e chuvas torrenciais à passagem do ciclone Remal, que no domingo provocou mais de 65 mortos na Índia e no Bangladesh.

O departamento meteorológico do Bangladesh afirmou que o ciclone foi um dos mais longos registados no país e atribuiu a sua prolongada duração às alterações climáticas.

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Marcelo avisa que chumbo do Orçamento para 2025 abre “crise política” e prejudica execução do PRR

Presidente da República pediu ao Governo e à oposição para dialogarem com vista a chegar a um consenso, sob pena de prejudicar a "credibilidade" do país e a execução da bazuca europeia.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou esta quarta-feira o Governo e a oposição que o chumbo do Orçamento do Estado para 2025 significa que haverá “uma crise política”, o que irá prejudicar a “credibilidade” do país lá fora e a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), afirmou esta quarta-feira,

“Todos temos noção que se o Orçamento do Estado não for votado no fim do ano, isso significa que há dois caminhos: ou há uma crise política eleitoral ou uma crise política não eleitoral, que é o Governo governar em duodécimos de forma precária, enfraquecido, e com a gestão dos fundos europeus a ser imediatamente atingida”, destacou o chefe de Estado, à margem da COTEC Innovation Summit, em Santa Maria da Feira.

Apelando ao diálogo entre o Executivo e os partidos da oposição com vista à aprovação do Orçamento do Estado para 2025, Marcelo deu o seu próprio exemplo. “Enquanto líder da oposição, era primeiro-ministro o engenheiro António Guterres, eu viabilizei orçamentos. Três sucessivos por uma razão muito simples: para chegar ao Euro, como os outros. O Governo cedeu numas coisas e a oposição cedeu noutras. É assim em democracia”, resumiu.

Transpondo para a realidade atual, o Presidente da República indicou que agora é importante ter um Orçamento aprovado para termos “uma boa execução dos fundos europeus do PRR” e para o país manter “a credibilidade financeira e não apenas nas agências de notação financeira, mas também nas instituições europeias e, em geral, nos que nos olham cá dentro e lá fora”. “Temos de manter este equilíbrio orçamental. E para mantermos esse equilíbrio orçamental é muito importante que não haja um problema, uma crise na aprovação do Orçamento do Estado“, reforçou.

Este recado não foi dirigido apenas aos partidos da oposição, mas também ao PSD e ao CDS, que sustentam o Governo da Aliança Democrática (AD). “A viabilização do Orçamento do Estado implica diálogo. Quando não há uma maioria, todos têm de dialogar. Não é só quem não está no Governo. Quem está no Governo também tem a responsabilidade de dialogar”, avisou.

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Investimento em I&D na região do Algarve cresce 30% em três anos

Em 2022, o investimento em I&D representou 0,47% do PIB gerado na região do Algarve, o que corresponde a 54 milhões de euros. É o valor mais elevado dos últimos anos, calcula relatório da DGEEC.

O investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) na região do Algarve atingiu os 54 milhões de euros em 2022, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC). Entre 2019 e 2022, o total de gastos em I&D cresceu 30%.

No ano em análise, o investimento em I&D no Algarve representou 0,47% do Produto Interno Bruto (PIB) gerado na região, o que corresponde a 54 milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos anos. Compara com 2019, em que o investimento em I&D foi de 41 milhões de euros (0,41%, em percentagem do PIB regional), segundo o relatório designado “IPCTN22: Investigação e Desenvolvimento (I&D): principais indicadores por região”.

Para José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, “é necessário reforçar o investimento em investigação e desenvolvimento na região, em especial na transferência de conhecimento para e com as empresas, juntando as diversas entidades, com papel chave da Universidade do Algarve, dos Laboratórios associados e colaborativos, das áreas do mar, saúde e desenvolvimento sustentável, reforçando também o papel da Dieta Mediterrânica, visando superar os 60 milhões de euros em investimento I&D ainda no ano de 2024”.

É necessário reforçar o investimento em investigação e desenvolvimento na região, em especial na transferência de conhecimento para e com as empresas, juntando as diversas entidades.

José Apolinário

Presidente da CCDR Algarve

A região tem vindo a apostar nas áreas do mar com o Algarve a querer tornar-se num dos principais polos mundiais no setor das algas. Em março deste ano, a GreenCoLab, laboratório colaborativo dedicado ao setor das algas, afirmou ao ECO/Local Online que a biotecnologia das algas “está em franco crescimento” e que será uma “alternativa às fontes de proteína animal”.

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Indigitado presidente do 15.º Executivo regional da Madeira, Albuquerque diz que não faz “governos provisórios”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Maio 2024

Líder do PSD/Madeira, indigitado presidente do Governo regional esta manhã, considera que não depende do Ministério Público e do processo em que é arguido para governar.

Sem maioria parlamentar, mas com apoio garantido do CDS-PP, Miguel Albuquerque foi indigitado presidente do 15.º Governo regional da Madeira na manhã desta quarta-feira.

Não faço governos provisórios; faço um governo para uma legislatura de quatro anos, que é [com] isso que os madeirenses estão a contar“, afirmou o líder do PSD/Madeira, em declarações aos jornalistas à saída do Palácio de São Lourenço, a residência oficial do representante da República no Funchal.

O PSD de Miguel Albuquerque, que preside ao Executivo madeirense desde 2015, voltou a vencer as legislativas regionais, realizadas no passado domingo, tendo elegido 19 deputados, menos cinco do que os 24 necessários para obter maioria na Assembleia Legislativa Regional.

Embora constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção, que desencadeou uma crise política no arquipélago e levou à dissolução do Parlamento regional, Miguel Albuquerque não acha que o seu governo esteja dependente do Ministério Público.

Já tive um governo de coligação [com o CDS-PP] que diziam que não ia durar e durou quatro anos na perfeição, sem qualquer problema”, apontou o presidente do Governo regional, assinalando, contudo, que, sem maioria parlamentar, é “fundamental” que tenha uma postura de “maior diálogo” com os restantes partidos.

Sem fazer “futurologia”, Miguel Albuquerque considera que existem condições, neste momento, para “ir ao encontro do que a maioria dos partidos preconizou”, tal como a “progressiva redução fiscal” e a “redução do IRS Jovem”.

“Não sei qual vai ser a postura dos partidos. Sei que o Governo vai governar em diálogo parlamentar e, como sempre, está aberto à adoção de algumas medidas que sejam consentâneas com o [seu] programa”, adiantou ainda.

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A Bola e Público unem-se para lançar projetos em conjunto

Os dois títulos prometem "uma série de iniciativas" em conjunto, incluindo "novas formas de consumo de conteúdo que vão além do jornal impresso e do digital".

A Bola e o Público vão lançar conteúdos em conjunto. As duas marcas anunciaram esta quarta-feira que firmaram uma “parceria estratégica de grande alcance“. “Esta colaboração inovadora pretende combinar a força e a tradição de ambas as marcas, com uma experiência enriquecedora e diversificada para as suas audiências”, afirmam em conjunto.

O início da parceria será materializado no lançamento de um e-paper conjunto, através do qual será possível aceder a conteúdos exclusivos dos dois jornais por um período inicial de três meses “a um preço competitivo”. “Este é apenas o primeiro passo de uma série de iniciativas que serão anunciadas brevemente, incluindo novas formas de consumo de conteúdo que vão além do jornal impresso e do digital“, prosseguem no comunicado conjunto.

“Esta aliança estratégica com A Bola é um marco na nossa trajetória de inovação. Juntos, vamos oferecer um produto mais robusto e diversificado, que atende às necessidades de um público cada vez mais exigente e ávido por conteúdos de qualidade“, afirma citado em comunicado David Pontes, diretor do título da Sonae. Já Luís Pedro Ferreira, diretor de Informação de A Bola, acrescenta que, com a capacidade do desportivo produzir conteúdo a nível impresso, digital e de vídeo, “esta colaboração permitirá criar uma experiência única para os nossos leitores, integrando o melhor do desporto e das notícias generalistas“.

Esta não é a primeira parceria entre o Público e A Bola. Em 2008 os dois títulos lançaram em conjunto o Sexta, um semanário gratuito que chegou ao mercado com uma tiragem de 350 mil exemplares. O título acompanhava as edições de sexta-feira dos dois diários, sendo os restantes exemplares distribuídos na rua.

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Governo vai reforçar médicos de família e reformular urgências dos hospitais

Governo aprova plano de emergência e transformação na saúde, no prazo previsto de 60 dias após a tomada de posse.

O Governo aprovou o plano de emergência e transformação para a saúde no Conselho de Ministros desta quarta-feira, anunciou o primeiro-ministro. Era já uma promessa eleitoral da Aliança Democrática para os primeiros 60 dias de Governo e foi assim realizada dentro do prazo. Contempla medidas como a requalificação das urgências e a abertura de mais vagas para médicos de família.

“O programa tem cinco eixos estratégicos, 16 programas transversais e mais de 50 medidas concretas que se dividem em três dimensões: as mais urgentes, as prioridades de ação e aquelas que são transformações estruturais”, anuncia Luís Montenegro, no briefing após a reunião de Conselho de Ministros.

Os cinco eixos são “uma resposta a tempo e horas na área da oncologia; bebés e mães em segurança; cuidados urgentes e emergentes; requalificação de serviços de urgência; saúde próxima e familiar e saúde mental”. O primeiro-ministro sinalizou a “requalificação de serviços de urgência” bem como o reforço dos médicos de família.

A ministra da Saúde detalha as medidas dentro de cada um dos eixos, apontando que se vai criar um canal direto para as grávidas no SNS24, apelidado de SNS Grávida. Na requalificação da urgência, a ministra detalha que existirá uma linha de financiamento para a requalificação, com particular atenção para as urgências psiquiátricas.

Já nos médicos de família, a ministra aponta que a prioridade são as populações mais vulneráveis: crianças, mulheres que vão ser mães, mais seniores e pessoas com múltiplas doenças. “Aprovámos na generalidade um decreto-lei que abre mais de 900 vagas para médicos de família em todo o país – em Lisboa e Vale do Tejo são 400 vagas“, sinaliza a ministra, ainda que seja necessário negociar com os sindicatos a medida final. Existirá também um “centro de saúde virtual que funciona com teleconsulta”, anuncia a ministra.

Já na saúde mental, há medidas como a desinstitucionalização de situações crónicas de saúde mental.

Existirão também “centros de maior proximidade para situações de urgência, com química seca e algumas análises para resposta rápida e vão estar localizados na primeira fase no Porto e em Lisboa”.

Quanto ao suposto fim dos vouchers SIGIC, a ministra explica que “o novo programa são vouchers telefónicos: a partir de um call center central do SNS24, vamos dizer à pessoa que se aproxima do momento em que precisa de ter resposta, tem à escolha os hospitais em causa”. “Serão os hospitais públicos que tiverem vaga, ou privados ou sociais que tiverem convenção”, indica.

Segundo o Programa de Governo, este plano “visa garantir que os tempos máximos de resposta são garantidos, para consultas de especialidade, e cirurgias e meios complementares de diagnóstico e terapêutica”. “Pretende igualmente garantir a resposta de urgência em saúde materno-infantil e visa atribuir um médico de família a todos os portugueses, começando pelas pessoas mais frágeis”, determinou o Executivo liderado por Luís Montenegro.

O plano foi desenhado por um grupo de 13 peritos nomeados pela ministra da Saúde, coordenado pelo médico e ex-presidente do Infarmed Eurico Castro Alves. Este grupo está também responsável pelo elaboração do Plano de Verão, para preparar a resposta do Serviço Nacional de Saúde nestes meses em que há mais constrangimentos.

(Notícia atualizada às 14h00)

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TAP perde recurso da multa de 50 mil euros aplicada pela CMVM sobre saída de Alexandra Reis

Tribunal julga improcedente o recurso da companhia aérea à multa de 50 mil euros aplicada pela CMVM por irregularidades na forma como a TAP comunicou em 2022 a saída de Alexandra Reis.

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão confirmou a multa de 50 mil euros aplicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) à TAP em novembro de 2023, por a companhia aérea ter violado o “dever de divulgar informação com qualidade” quando comunicou a saída da antiga administradora Alexandra Reis em fevereiro de 2022. O tribunal considerando que a TAP mostrou desprezo pela verdade e indiferença para com interesses protegidos por lei.

A sentença data do início de abril de 2024, mas só esta quarta-feira foi divulgada no portal da CMVM. No entender do tribunal, o montante da coima “é necessário e adequado tendo em conta, em primeiro lugar, a gravidade dos factos, que é acentuada, na medida em que a desconformidade se traduziu na prestação de informação não verdadeira”.

O que está em causa? No dia 4 de fevereiro de 2022, a TAP, enquanto emissora de obrigações no mercado, divulgou um comunicado através da CMVM que dizia: “Tendo sido nomeada pelos anteriores acionistas, e na sequência da alteração da estrutura societária da TAP, Alexandra Reis, vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP, apresentou hoje renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios”.

Porém, em dezembro desse ano, veio a saber-se que a antiga administradora tinha saído por vontade da então CEO, Christine Ourmières-Widener, e negociado uma indemnização bruta de 500 mil euros, que desencadeou o caso que levaria à criação da comissão parlamentar de inquérito e à saída de Pedro Nuno Santos do Ministério das Infraestruturas.

À luz das revelações, a CMVM obrigou a TAP a corrigir o comunicado para dizer que a saída “ocorreu na sequência de um processo negocial de iniciativa da TAP, no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação de todos os vínculos contratuais existentes entre Alexandra Reis e a TAP” e abriu um processo de contraordenação que resultou na aplicação da referida coima de 50 mil euros.

A TAP recorreu e a sentença de recurso é agora conhecida. “Ocultar e/ou deturpar a realidade como aconteceu neste caso é um dos comportamentos mais nocivos em termos de prestação de informação, na medida em que os destinatários não conseguem intuir que a informação não tem qualidade. Nessa medida, tomam decisões e efetuam ponderações sem terem a mínima noção de que o fazem com base em pressupostos errados e não verdadeiros. Ora, informação errada pode gerar ações erradas. Para além disso, a arguida atuou com plena representação e vontade de praticar os factos”, refere a sentença do tribunal de Santarém.

O tribunal também concluiu que “o grau de indiferença da arguida em relação aos interesses protegidos é muito elevado” e, por isso, “não valorizou minimamente os seus deveres para com a qualidade da informação prestada decorrentes das normas legais aplicáveis”. “Demonstrou efetivamente desprezo pela verdade na sua atuação enquanto emitente de valores mobiliários admitidos à negociação no mercado regulamentado da Euronext Lisbon”, aponta a sentença.

Segundo informação disponibilizada no portal da CMVM, a TAP ter-se-á conformado com a decisão do tribunal e não apresentou novo recurso.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h39)

Leia a sentença do recurso apresentada pela TAP:

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MB Way vai funcionar sem cartão associado (e os limites das transferências vão subir)

A aplicação da Sibs vai passar a funcionar numa lógica de contas bancárias e transferências imediatas. E os limites por transferência e mensal serão aumentados.

A Sibs, gestora do Multibanco e do MB Way, está a preparar uma alteração estrutural no funcionamento desta aplicação financeira. Quando estiver concretizada, e os bancos tiverem aderido, as transferências pelo MB Way serão tratadas como transferências bancárias imediatas, ao invés de pagamentos entre cartões, disseram ao ECO duas fontes conhecedoras do assunto.

Para isto ser possível, a Sibs vai permitir adicionar contas bancárias ao MB Way, ao invés de só permitir registar cartões. Para os clientes, na prática, esta mudança vai significar ainda um aumento dos atuais limites de utilização do MB Way, que, no esquema atual, só permite transferir até 750 euros por operação, num máximo de 2.500 euros recebidos e enviados por mês.

O ECO apurou que esta novidade vai começar a ser implementada no MB Way no início do segundo semestre, mas a transição do modelo baseado em cartões para o modelo de contas será mais gradual, dependendo do ritmo de adoção das próprias instituições bancárias aderentes. Por isso, a conclusão do processo poderá arrastar-se para 2025.

No início do mês, o ECO contactou a Sibs para confirmar esta informação. Na altura, a empresa não quis fazer comentários.

Esta novidade surge num momento em que estão a aparecer várias novidades nos pagamentos em Portugal. No dia 24 de junho, o Banco de Portugal lança oficialmente o SPIN, que permite associar um número de telemóvel ou NIPC (no caso das empresas) a uma conta bancária para receber transferências bancárias. Ou seja, quem ordenar uma transferência poderá optar por indicar o número de telemóvel, em alternativa ao IBAN, se o beneficiário for aderente. Os bancos terão um período de transição para adaptarem os vários canais a esta novidade.

Além disso, no dia 20 de maio, o Banco de Portugal disponibilizou a confirmação do beneficiário nas transferências bancárias, permitindo que quem esteja a fazer uma transferência saiba a identidade do beneficiário da conta. Conjugada com o SPIN, passará a ser possível transferir dinheiro para um contacto da lista telefónica do telemóvel e confirmar que é mesmo a pessoa a quem se deseja transferir o dinheiro. Até então, a confirmação do beneficiário já estava disponível nas transferências feitas nas caixas Multibanco.

Depois, no início do ano que vem, entrará em vigor legislação europeia que determina que os bancos não poderão cobrar a mais pelas transferências imediatas, pelo que estas tenderão a ser gratuitas. Em 2023, só cerca de 5% do total de transferências emitidas em Portugal foram transferências imediatas, facto a que não é alheio o preço cobrado pelos bancos por este serviço.

Ao abrigo dessa lei, a partir de 9 de janeiro de 2025 todos os bancos serão obrigados a disponibilizar a receção de transferências imediatas. Meses depois, no dia 9 de outubro, terão de permitir também o envio de transferências imediatas. Atualmente, cerca de metade dos bancos em Portugal não disponibilizam estas opções aos seus clientes.

Com a alteração que está a ser feita no MB Way, fica também aberto o caminho para uma melhor integração deste serviço com outras soluções europeias. E, como o ECO noticiou em dezembro, está já previsto que até ao final do ano seja possível usar o MB Way para enviar e receber dinheiro de e para um número de telemóvel espanhol ou italiano, ou fazer pagamentos com a aplicação nestes países, ao abrigo de um protocolo assinado entre a Sibs, o espanhol Bizum e o italiano Bancomat.

Juntas, estas plataformas são utilizadas por 42,7 milhões de pessoas e foram responsáveis por quase 1,5 mil milhões de pagamentos em 2023 nos três países. Atualmente, o MB Way, por si só, tem seis milhões de utilizadores, que fazem cerca de 20 milhões de operações por mês.

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