Estágios, incentivos à contração, bolsas e reabilitação. Fundos estruturais têm impacto positivo em Portugal

Na avaliação da Política de Coesão, no capítulo do crescimento sustentável, Portugal é elogiado, a par da Áustria, República Checa e Polónia, pelas melhorias na reabilitação de áreas urbanas.

Os estágios e os incentivos à contração para os empregadores, as bolsas de estudo para os menos privilegiados e os projetos de digitalização da Administração Pública e de reabilitação de zonas urbanas, são alguns dos exemplos de políticas suportadas com fundos europeus que tiveram resultados positivos, segundo o relatório de avaliação da Política de Coesão da Comissão Europeia, publicado esta segunda-feira.

Em Portugal, as medidas da Iniciativa Emprego Jovem “revelaram-se eficazes, especialmente os estágios e os incentivos à contratação para empregadores, com os participantes em estágios a registarem uma taxa de emprego 37 pontos percentuais superior à do grupo de controlo”, escreve a Comissão no sumário do relatório de 2023 sobre a Implementação dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI). De um modo mais geral, estas medidas, que fazem parte do capítulo mais vasto do crescimento inclusivo, aumentaram em oito a 32 pontos percentuais (dependendo da medida) a probabilidade de uma pessoa estar empregada três anos após ter recebido o apoio.

Além disso, as bolsas para pessoas menos privilegiadas tiveram, em Portugal, “um efeito positivo nos estudantes do primeiro ano do ensino superior, reduzindo as taxas de abandono, aumentando assim a probabilidade de os estudantes concluírem os seus estudos a tempo”, defende o relatório. “Para os alunos do segundo ano, os efeitos foram mais percetíveis para aqueles que receberam bolsas no primeiro ano. Os efeitos foram ainda mais visíveis para as mulheres e estudantes de regiões menos desenvolvidas”, precisa o documento.

O relatório considera que os fundos estruturais, “com o seu período de planeamento e implementação a longo prazo, continuaram a oferecer um quadro estável e previsível para o investimento público e privado em todas as regiões da UE”. Com cerca de 630 mil milhões de euros gastos pelos Estados-membros até ao final de setembro de 2023, foi possível apoiar cerca de cinco milhões de empresas; criar 370 mil novos postos de trabalho; e, no setor da pesca e da aquicultura, foram mantidos quase 48 mil postos de trabalho e criados mais de 6.500 novos postos de trabalho. Além do mais, 64,5 milhões de participantes beneficiaram de medidas para melhorar as oportunidades de emprego.

Mas os resultados obtidos não foram apenas a nível social. Por exemplo, no capítulo da energia, foram instalados 6.000 MW de capacidade adicional de produção de energia renovável (o equivalente a cerca de 2.400 turbinas eólicas); o desempenho energético de mais de 550 mil famílias foi melhorado; 17 milhões de pessoas foram protegidas das inundações e 15 milhões foram protegidas de incêndios florestais a nível europeu.

Portugal elogiado na reabilitação urbana

No capítulo do crescimento sustentável, nomeadamente em termos de proteção ambiental e eficiência dos recursos, Portugal é elogiado, a par da Áustria, República Checa e Polónia, pelas melhorias na reabilitação de áreas urbanas.

Já ao nível da capacitação institucional, o destaque de Bruxelas vai para os projetos de digitalização da Administração Pública que ajudaram a melhorar o desempenho operacional, com os procedimentos a tornarem-se mais rápidos e adaptados às necessidades dos utilizadores.

Com 28,89 mil milhões de euros alocados para investir entre 2014 e 2020, Portugal tinha executado 93% deste montante no final de setembro de 2023, a taxa mais elevada entre os países europeus.

A Comissão destaca ainda no seu relatório um projeto nacional: o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET), que recebeu 7,7 milhões de euros do Lisboa 2020 para construir um edifício com espaços laboratoriais e plataformas analíticas e de produção biológica.

“Como resultado, iniciou-se um novo ciclo de avanços técnicos e científicos no novo edifício, nomeadamente através de parcerias com a indústria biofarmacêutica (especificamente nas áreas de vacinas e terapia genética e celular)”, escreve a Comissão Europeia. “O edifício representa um avanço em termos de eficiência energética, com sistemas de sombreamento, unidades de tratamento de ar com recuperação de energia, sistema de gestão técnica centralizado e iluminação inteligente. Quando estiver totalmente operacional, incorporará uma equipe de 25 técnicos até 2025”, precisa o relatório.

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Concorrência condena cartel em concursos públicos em hospitais a coima de 6,9 milhões

  • ECO
  • 15 Janeiro 2024

Autoridade da Concorrência condenou cinco empresas a uma coima de 6,9 milhões por terem participado num cartel em concursos públicos para a prestação de serviços a hospitais.

A Autoridade da Concorrência condenou cinco empresas a uma coima total de 6,9 milhões de euros por terem participado num cartel em concursos públicos para a prestação de serviços de telerradiologia a hospitais e centros hospitalares.

“As cinco empresas definiam conjuntamente quais as empresas que, em procedimentos de contratação pública para a prestação de serviços de telerradiologia, iriam apresentar as propostas vencedoras, iludindo os resultados dos concursos”, concluiu o regulador.

Estas empresas combinavam entre si os preços que apresentariam em concursos para garantir que “a melhor proposta seria a da empresa por elas definida”.

“Além disso, acordavam ainda que as demais seriam excluídas do concurso como consequência da apresentação de propostas que incumpriam critérios de caráter eliminatório”, tendo estabelecido um esquema que lhes permitia repartir entre si o mercado, “lesando os hospitais e centros hospitalares” com as estratégias que permitiam um aumento dos preços, segundo a Autoridade da Concorrência.

Duas das empresas envolvidas no cartel decidiram colaborar com o regulador e acederam ao chamado “procedimento de transação” antes da decisão final, abdicando de ir para tribunal e beneficiando de uma redução da coima. As restantes três empresas poderão contestar as decisões sancionatórias.

A Autoridade da Concorrência aplicou ainda uma sanção acessória às três empresas condenadas, fiando impedidas de participar, durante um ano, em concursos públicos cujo objeto abranja a prestação de serviços de telerradiologia em Portugal.

De acordo com o regulador, a telerradiologia permite a realização de exames de diagnóstico num estabelecimento de saúde, sem a presença física de um médico radiologista ou neurorradiologista. Estes serviços são prestados por empresas a entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), através de procedimentos de contratação pública.

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Televisões transmitem 28 debates. Frente-a-frente do PS e PSD fecha ciclo a 19 de fevereiro

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2024

Os debates foram sorteados entre as três televisões, numa organização conjunta que repete o modelo de 2022. Todos os debates terão entre 25 e 30 minutos, com exceção do último que terá 75.

Os candidatos do PS e do PSD encontram-se para o grande debate das legislativas em 19 de fevereiro, numa emissão conjunta das três televisões RTP, SIC e TVI, com um pivô de cada estação, realizado no Capitólio, Lisboa.

Segundo informação da SIC, este é o último de um ciclo de 28 debates televisivos que arranca em 5 de fevereiro com o debate entre Pedro Nuno Santos, candidato do Partido Socialista (PS), e Rui Rocha, da Iniciativa Liberal (IL), no Jornal da Noite, da SIC.

Nesse mesmo dia, André Ventura, líder do Chega, debate com Inês Sousa Real, do PAN – Pessoas, Animais, Natureza, na RTP3 às 22h00.

No dia seguinte, em 6 de fevereiro, o líder do PSD, Luís Montenegro, estará num frente-a-frente com Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda (BE), no Jornal Nacional da TVI.

No mesmo dia, mas duas horas antes, pelas 18h30, está agendado o debate entre Paulo Raimundo, do PCP, e Inês Sousa Real, na RTP3, enquanto à noite André Ventura e Rui Rocha têm marcado um frente-a-frente na SIC Notícias.

Em 7 de fevereiro, será a primeira entrada de Rui Tavares, do Livre, no ciclo de debates para as legislativas de 10 de março, com Rui Rocha, na CNN.

Debates mais aguardados como o do PSD e o Chega (Luís Montenegro e André Ventura) acontece em 12 de fevereiro, na RTP, e entre PS e o Chega (Pedro Nuno Santos e André Ventura), dia 14, na TVI.

Os debates foram sorteados entre as três televisões, numa organização conjunta que repete o modelo de 2022. Na altura foram 36 debates, devido à presença do CDS-PP, que agora não integra a grelha por não ter representação parlamentar.

Todos os debates terão entre 25 e 30 minutos, com exceção do último que terá uma duração de cerca de 75 minutos.

Depois dos 28 debates, a RTP organiza mais dois: um com todos os partidos sem representação parlamentar e outro com todos os que atualmente têm assento parlamentar, estando as datas ainda “a ser ajustadas”, segundo adiantou fonte oficial da RTP. Além disso, a RTP3 vai transmitir os 30 debates que serão realizados no âmbito das legislativas, em horário ainda a definir.

Calendário completo:

  • 5 de fevereiro (21h00) – Pedro Nuno Santos (PS) X Rui Rocha (IL) – SIC
  • 5 de fevereiro (22h00) – André Ventura (CH) X Inês Sousa Real (PAN) – RTP3
  • 6 de fevereiro (18h00) – Paulo Raimundo (PCP) X Inês Sousa Real (PAN) – RTP3
  • 6 de fevereiro (21h00) – Luís Montenegro (PSD) X Mariana Mortágua (BE) – TVI
  • 6 de fevereiro (22h00) – André Ventura (CH) X Rui Rocha (IL) – SIC Notícias
  • 7 de fevereiro (18h00) – Rui Tavares (Livre) X Rui Rocha (IL) – CNN
  • 8 de fevereiro (18h00) – Mariana Mortágua (BE) X Rui Tavares (Livre) – SIC Notícias
  • 9 de fevereiro (18h00) – Rui Rocha (IL) X Inês Sousa Real (PAN) – SIC Notícias
  • 9 de fevereiro (21h00) – Pedro Nuno Santos (PS) X Rui Tavares (Livre) – RTP
  • 9 de fevereiro (22h00) – André Ventura (CH) X Paulo Raimundo (PCP) – CNN
  • 10 de fevereiro (20h30) – Luís Montenegro (PSD) – Paulo Raimundo (PCP) – RTP1
  • 10 de fevereiro (21h00) – Pedro Nuno Santos (PS) X Inês Sousa Real (PAN) – TVI
  • 11 de fevereiro (21h00) – Luís Montenegro (PSD) X Inês Sousa Real (PAN) – SIC
  • 11 de fevereiro (22h00) – Mariana Mortágua (BE) X Paulo Raimundo (PCP) – SIC Notícias
  • 12 de fevereiro (21h00) – Luís Montenegro (PSD) X André Ventura (CH) – RTP
  • 13 de fevereiro (18h00) – Paulo Raimundo (PCP) X Rui Tavares (Livre) – CNN
  • 13 de fevereiro (22h00) – André Ventura (CH) X Mariana Mortágua (BE) – RTP3
  • 14 de fevereiro (18h00) – Rui Tavares (Livre) X Inês Sousa Real (PAN) – RTP3
  • 14 de fevereiro (21h00) – Pedro Nuno Santos (PS) X André Ventura (CH) – TVI
  • 14 de fevereiro (22h00) – Rui Rocha (IL) X Paulo Raimundo (PCP) – RTP3
  • 15 de fevereiro (18h00) – Rui Rocha (IL) X Mariana Mortágua (BE) – CNN
  • 16 de fevereiro (20h30) – Pedro Nuno Santos (PS) X Mariana Mortágua (BE) – RTP
  • 16 de fevereiro (21h00) – Luís Montenegro (PSD) X Rui Rocha (IL) – SIC
  • 16 de fevereiro (22h00) – André Ventura (CH) X Rui Tavares (Livre) – SIC Notícias
  • 17 de fevereiro (20h30) – Luís Montenegro (PSD) X Rui Tavares (Livre) – TVI
  • 17 de fevereiro (21h00) – Pedro Nuno Santos (PS) X Paulo Raimundo (PCP) – SIC
  • 18 de fevereiro (22h00) – Mariana Mortágua (BE) X Inês Sousa Real (PAN) – CNN
  • 19 de fevereiro (21h00) – Pedro Nuno Santos (PS) X Luís Montenegro (PSD) – TVI, RTP, SIC (em simultâneo)

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Ana Matos é a nova diretora comercial sul da VCS-VERSPIEREN 

  • ECO Seguros
  • 15 Janeiro 2024

Ana Matos tem 25 anos de experiência no setor segurador e cerca de 5 em corretagem na MDS, onde começou a exercer funções de Account Executive e no seu último ano na empresa foi Coordenadora Sul.

A VCS – Verspieren Portugal, corretora de seguros que está no top 20 em Portugal, contratou Ana Matos para o cargo de diretora comercial sul e também integrará a Comissão de Gestão Executiva, avança a empresa num comunicado.

Ana Matos, diretora comercial sul da VCS-Vespieren está confiante nas suas capacidades em suportar o crescimento da operação da VCS em Portugal.

A nova dirigente leva para a corretora francesa 24 anos de experiência no setor segurador, tendo iniciado a sua carreira em 1999 na Médis. Em 2002, juntou-se à AdvanceCare como assistente. Dois anos depois, foi contratada como assistente de vendas pela Fidelidade e em 2009 juntou-se à Liberty Seguros como gestora de clientes, cargo que abandonou após uma década quando se juntou à corretora MDS. Trabalhou cerca de 5 anos na corretora, onde a sua principal função era “coordenar, apoiar e dinamizar a rede de parceiros da MDS”, lê-se no comunicado. Na MDS, Ana Matos entrou no cargo de account executive e, no seu último ano na empresa, foi coordenadora sul.

A nova diretora comercial da corretora francesa refere que a “empresa que detém um posicionamento muito diferenciador no mercado português, nomeadamente pela solidez financeira do Grupo Vespieren e pela credibilidade da equipa de gestão em Portugal” menciona o comunicado. Ana Matos diz ainda que se considera confiante na sua capacidade para suportar a expansão da operação no mercado português.

Segundo Rogério Dias, Chairman e CEO da VCS – Vespieren, “a Ana Matos será um elemento-chave no desenvolvimento da estratégia comercial da VCS em Portugal, consequência da sua ímpar experiência na captação e assistência a clientes e associados”, lê-se no comunicado da corretora.

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Relação dá razão a Generali em sinistro invulgar

  • ECO Seguros
  • 15 Janeiro 2024

O proprietário, que não tinha seguro de responsabilidade civil sobre a vaca que provocou o acidente, e a Santa Casa da Misericórdia terão que reembolsar a Generali pelo sinistro que cobriu.

O Tribunal da Relação de Évora decidiu que a Generali terá direito ao regresso do montante que cobriu (10.658 euros) a um segurado pelo acidente de carro provocado por uma vaca que estava solta na Estrada Nacional 364. Segundo a notícia avançada pelo Correio da Manhã, o condutor do veículo tinha um seguro de acidentes de trabalho da seguradora e, como o acidente ocorreu enquanto se deslocava entre o local de trabalho e a sua casa, teve direito a acionar a apólice, que lhe pagou as despesas com duas cirurgias e outras despesas médicas, devido à fratura do rádio e do cúbito do braço direito. Este evento teve lugar no dia 18 de agosto de 2017, em consequência da fuga do animal da garraiada na Praça de Touros de Nisa, organizada pela Santa Casa da Misericórdia.

A seguradora pagou o sinistro e avançou com um processo no Tribunal de Portalegre pedindo o reembolso da despesa à organizadora do evento e ao proprietário da vaca, mas a 1.ª instância considerou que a seguradora não tinha direito ao retorno “dos valores que despendeu no âmbito do contrato de seguro de acidente de trabalho”, citou o CM.

Mas o recurso feito pela Generali ao Tribunal da Relação de Évora (TRE) chegou a diferentes conclusões e o órgão judicial deu razão à seguradora. Esta passa a ter direito a ser ressarcida dos valores visto ter provado que cobriu integralmente o sinistro e ainda satisfez “uma obrigação dos réus, substituindo-se aos mesmos, através da sub-rogação legal”, escreve o CM citando o TRE. Assim, a Santa Casa da Misericórdia e o proprietário dos animais terão que pagar à Generali o valor da quantia paga ao segurado, mais os “juros de mora vencidos desde a data da citação e vincendos, à taxa legal, até integral pagamento, sendo a responsabilidade de cada um dos réus, nas relações entre si, fixada em 50%”, escreve o CM citando as juízas desembargadoras que assinaram o acórdão do Tribunal da Relação de Évora. Importa salientar que nos fatos que as desembargadoras deram como provados o proprietário não possuía seguro de responsabilidade civil sobre o animal envolvido no acidente, à data do acidente.

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Receita dos cinemas aumenta 31,6% para 72,8 milhões de euros em 2023

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2024

Ainda assim, os valores estão aquém dos 83,1 milhões de euros gerados em 2019, ano da pré-pandemia, indica Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).

A receita bruta de bilheteira de cinema aumentou, no ano passado, 31,6% ou 17,4 milhões de euros 31,6% face a 2022, atingindo um total de 72,8 milhões, à boleia de “Barbie”, “Velocidade Furiosa X” e “Oppenheimer”.

Ainda assim, a faturação da bilheteira ficou aquém dos 83,1 milhões de euros gerados em 2019, ano da pré-pandemia, revelou esta segunda-feira o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).

Os dados provisórios sobre consumo de cinema em circuito comercial em 2023 indicam também que as salas de cinema acolheram 12,3 milhões de espectadores em 2023, o que representa um aumento de 27,8% face ao ano anterior, com mais 2,6 milhões de entradas.

Estes aumentos significam uma franca recuperação da exibição em sala desde a pandemia da covid-19, mas se se excluir os anos marcados pelos confinamentos e encerramento de salas (2020-2021), os dados também demonstram que a audiência e a receita de bilheteira estão ao nível da exibição entre 2014 e 2015.

Nesses anos de 2014-2015 contabilizaram-se entre 12 milhões e 14,5 milhões de espectadores e entre 62,7 ME e 75 ME de receitas, respetivamente. Os números do ICA para 2019, o último ano antes do confinamento provocado pela pandemia, apontavam para 15,5 milhões de espectadores e uma receita de bilheteira na casa dos 83,1 milhões de euros

Em 2023, as exibidoras promoveram 541.911 sessões em 565 salas de cinema. Em cada quatro salas de cinema, uma localizava-se no distrito de Lisboa.

A NOS Lusomundo Cinemas manteve a liderança do mercado da exibição de cinema em Portugal, com 49,5 milhões de euros em receita de bilheteira, ou seja, 68% da quota de mercado, mas em 2023 perdeu a liderança na área da distribuição de filmes para a Cinemundo.

Esta distribuidora somou 30 milhões de receita e cinco milhões de espectadores em 2023, em particular por ter estreado os três filmes mais lucrativos e vistos nesse ano em Portugal: “Barbie”, “Velocidade Furiosa X” e “Oppenheimer”.

A quota da Cinemundo, que atua apenas na distribuição, foi de 41,3%, enquanto a da NOS Lusomundo se ficou em 38,5%, com 28 milhões de euros em receitas e 4,73 milhões de espectadores.

“Barbie”, de Greta Gerwig, teve 893.787 espectadores e 5,2 milhões de receita, “Velocidade Furiosa X”, de Louis Leterrier, que teve cenas filmadas em Portugal, somou 691.439 espectadores e 4,2 milhões de bilheteira, e “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, obteve 552.332 entradas e 3,7 milhões

O filme português mais visto em 2023 foi “Pôr do Sol: O mistério do colar de São Cajó”, de Manuel Pureza, com 118.671 espectadores e cerca 693 mil euros de receita de bilheteira.

Segundo o ICA, em 2023 estrearam-se 47 filmes de produção portuguesa, que obtiveram 1,5ME de receita e foram vistos por 328.762 espectadores. Os valores representam uma quota de 2,1% e 2,7% do total de receitas e espectadores, respetivamente.

Em 2023 foram produzidos 98 filmes com o apoio financeiro do ICA, o segundo valor mais alto numa década. Em 2022 tinham sido produzidas 101 obras. Em 2014 foram contabilizadas apenas 27 obras produzidas.

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Sporting prepara empréstimo obrigacionista até 50 milhões

Depois de fechar acordo com o Novobanco para a compra dos VMOC com desconto de 70%, a SAD liderada por Frederico Varandas prepara agora um empréstimo obrigacionista até 50 milhões.

A Sporting SAD já está a preparar um novo empréstimo obrigacionista. Os leões pretenderão obter um financiamento até 50 milhões de euros junto dos pequenos investidores, sobretudo dos seus adeptos. O dinheiro servirá para efetuar o reembolso de outro empréstimo que vence em novembro.

A sociedade desportiva liderada por Frederico Varandas marcou uma assembleia-geral extraordinária para 6 de fevereiro. Dois dos três pontos em cima da mesa têm a ver com os Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) que vai comprar ao Novobanco com um desconto de 70%.

Outro ponto diz precisamente respeito ao empréstimo obrigacionista e no qual os acionistas vão “deliberar sobre a autorização a conceder ao conselho de administração (…) para um ou mais emissões obrigacionistas, até ao montante máximo global de 50 milhões de euros, com uma maturidade não superior a quatro anos”, segundo a convocatória divulgada esta segunda-feira ao mercado.

A SAD sportinguista olha para uma operação financeira a ser executada através de duas ofertas:

  • uma oferta pública de subscrição, em que os investidores compram novos títulos de dívida;
  • e uma oferta pública de subscrição, em que os atuais obrigacionistas poderão trocar as obrigações do empréstimo “Sporting SAD 2021-2024” por títulos da nova emissão.

“As emissões terão lugar até final do ano”, indica a Sporting SAD, que em novembro terá de refinanciar os 40 milhões de euros do empréstimo emitido em 2021.

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Aguiar-Branco é cabeça de lista da AD por Viana, Hugo Soares por Braga e Leitão Amaro por Viseu

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2024

O conselho nacional do PSD reúne esta segunda-feira à noite para aprovar a lista de deputados às eleições legislativas de 10 de março.

O antigo ministro da Defesa do PSD José Pedro Aguiar-Branco vai ser o cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) por Viana do Castelo para as eleições legislativas de 10 de março.

O atual ‘vice’ social-democrata António Leitão Amaro será o número um por Viseu e o secretário-geral Hugo Soares lidera o distrito de Braga. Os nomes serão aprovados esta noite em reunião do conselho nacional do PSD, que arranca às 21h em Lisboa.

A AD, coligação que junta PSD, CDS e PPM, contará ainda com o atual presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, como cabeça de lista por Aveiro.

Pelo círculo fora da Europa, voltará a ser cabeça de lista o antigo secretário de Estado das Comunidades José Cesário, depois de em 2022 a direção de Rui Rio ter escolhido Maló de Abreu, que saiu do PSD e da bancada social-democrata na semana passada.

Estes nomes foram confirmados à Lusa por fonte oficial do PSD e juntam-se aos seis que já tinham sido anunciados no domingo à noite pelo partido, entre eles o do presidente do PSD, Luís Montenegro, que encabeçará a lista da AD por Lisboa, e o ex-bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães, que será o número um pelo Porto.

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Produção de automóveis em Portugal cai 1,3% em 2023

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2024

Apesar disso, 2023 foi o terceiro melhor ano de sempre, tendo apenas sido superado por 2019 e 2022, segundo a ACAP - Associação Automóvel de Portugal.

A produção de veículos automóveis nas fábricas instaladas em Portugal registou uma queda de 1,3% em 2023, para 318.231 unidades, face ao ano anterior, revelam dados da ACAP – Associação Automóvel de Portugal divulgados esta segunda-feira.

Apesar disso, o ano de 2023 foi o terceiro melhor de sempre na produção de veículos automóveis em Portugal, tendo apenas sido superado pelos anos de 2019 e 2022, refere a ACAP em comunicado.

No mês de dezembro do ano passado, foram produzidos no País 19.050 veículos automóveis, o que representou em termos homólogos um decréscimo de 36,2%, adianta.

Ao nível do mercado externo, as exportações do setor automóvel representam 97,8% da venda de veículos fabricados em Portugal, contribuindo, de forma significativa, para a balança comercial portuguesa.

A Europa continua a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional com 87,8%.

Por países, a Alemanha lidera o top das vendas com 18,8%, seguida pela França (14%), da Itália (13,4%) e da Espanha (10,2%).

Quanto à montagem de veículos automóveis em Portugal, em dezembro passado foram montados 32 veículos pesados, tendo representado um crescimento de 100% face a igual mês do ano anterior, enquanto em 2023, a montagem de veículos pesados apresentou um aumento de 7,6%, para 212 unidades, em relação ao ano precedente.

Além disso, a ACAP realça que em 2023 apenas foram montados veículos pesados de passageiros.

Em 2023 foram exportados 99,5% dos veículos montados em Portugal (211 unidades).

A Alemanha com 50,2% e o Reino Unido com 49,8% foram os únicos destinos destas exportações.

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Relatório europeu acusa Portugal de não fiscalizar juízes e Ministério Público

"Só podemos concluir que o nível de cumprimento das recomendações é globalmente insatisfatório", diz o segundo relatório da quarta ronda de verificação do cumprimento das recomendações do GRECO.

O Grupo de Estados contra a Corrupção do Conselho da Europa (GRECO) concluiu que Portugal fez “progressos limitados” no que se refere à prevenção da corrupção em relação a deputados, juízes e procuradores do Ministério Público, indica o relatório divulgado esta segunda-feira.

“Só podemos concluir que o nível atual de cumprimento das recomendações permanece globalmente insatisfatório”, diz o segundo relatório da quarta ronda de verificação do cumprimento das recomendações emitidas nesta área. O GRECO diz ainda que Portugal cumpriu de forma satisfatória apenas três as 15 recomendações. As restantes 12 recomendações só foram “parcialmente concretizadas”.

O relatório solicita ainda às autoridades portuguesas que apresentem, até ao final do ano, relatórios sobre os progressos realizados na concretização das recomendações pendentes. O GRECO é um órgão do Conselho da Europa que visa melhorar a capacidade dos seus membros para combater a corrupção.

Em concreto, o que critica o relatório do GRECO?

  • As regras e regulamentos atuais para os deputados ainda não abordam adequadamente as questões das relações entre deputados e terceiros, como é o caso da atividade de lóbi;
  • Ainda não foi implementado um sistema de prevenção de conflitos de interesses para os deputados;
  • Da mesma maneira, a Entidade independente para a Transparência, responsável pela avaliação das declarações dos deputados de rendimentos, ativos e juros ainda não está totalmente operacional;
  • No que diz respeito aos juízes, a base de dados ECLI ainda não está operacional para fornecer acesso online às decisões definitivas dos tribunais de primeira instância. Não houve melhorias no reforço da composição do Conselho Superior da Magistratura para salvaguardar independência. E o método de seleção dos juízes do Supremo Tribunal permanece inalterado;
  • O Conselho Superior da Magistratura preparou um primeiro projeto de código de conduta para juízes que, juntamente com um projeto de código para juízes dos tribunais administrativos e fiscais jurisdição, aguarda concretização prática;
  • No que diz respeito ao Ministério Público, a entrada em vigor do Código de Conduta dos procuradores representa um desenvolvimento positivo, mas a supervisão da atividade dos magistrados deste organismo continua sem expressão.

Já no seu relatório anual – divulgado a semana passadao GRECO fez 28 recomendações a Portugal, nomeadamente a melhoria da eficácia do seu sistema de promoção da integridade e de prevenção de corrupção no Governo e nas instituições de autoridade.

Em janeiro de 2023 foi aprovado e publicado em Diário da República um questionário com 36 perguntas que os candidatos a governantes vão ter de preencher antes de aceitarem o cargo. Os governantes terão de fazer uma cruz no “sim” ou “não” em 36 perguntas sobre a situação profissional e fiscal, a participação em empresas, atividades dos familiares, conflitos de interesse e envolvimento em processos judiciais.

Assim, o GRECO sugere ainda que esse mesmo questionário deve ser para todos os que ocupam posições de topo no Estado, e não apenas os futuros membros do Governo. “O GRECO recomenda que as regras sobre verificações de integridade se apliquem a todas as pessoas com funções executivas de topo, antes da sua nomeação, a fim de identificar e gerir conflitos de interesses existente e potenciais”, indica o relatório da quinta ronda de avaliação.

De acordo com o organismo, os resultados devem ser difundidos no momento da tomada de posse. A área de competência e os deveres específicos de todos os membros dos gabinetes ministeriais, incluindo o do primeiro-ministro, devem ser “publicados online e mantidos atualizados”, sustenta.

A equipa de peritos do GRECO concluiu ainda que a Estratégia Nacional Anticorrupção (ENA) ficou aquém do necessário, visto que não contempla um plano de ação específico que descreva “tarefas precisas, funções das autoridades responsáveis, prazos para a implementação de tarefas e indicadores de realização”. Também de acordo com a entidade a ENA não estabelece requisitos de apresentação de relatórios de monitorização.

O GRECO refere que entre 2019 e 2021 Portugal criou mecanismos de combate à corrupção, mas que todo o processo foi prejudicado por atrasos sucessivos, recomendando um “redobrar de esforços” para o país tornar o seu sistema de combate à corrupção mais eficaz. E reconhece que Portugal só vai ver resultados dessas medidas quando o Mecanismo Anti-Corrupção Nacional e a Entidade para a Transparência estiverem a funcionar em pleno, “o que não é ainda o caso”, refere o sumário do relatório.

A ministra da Justiça, Catarina Sarmento e CastroJOÃO RELVAS/LUSA

É ainda pedida uma maior transparência para contactos entre membros do Governo e lobistas. Uma recomendação que surge num contexto de crise política e com eleições legislativas à porta – marcadas para 10 de março –, depois das suspeitas de terem existido favores e influências por parte do ex-chefe de gabinete de Costa, Vítor Escária, e do advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de Costa, junto do Governo, que desaguaram no processo da Operação Influencer, que levou à demissão de António Costa e à consequente queda do Governo.

O GRECO acrescenta que a “receção de presentes, ofertas, hospitalidade, convites ou outros benefícios” deve ser registada num registo central e o acesso do público à informação melhorado, apelando para a revisão dos procedimentos de consulta pública relativos aos decretos-lei.

No relatório é lembrado que, segundo o Índice de Perceção da Corrupção (CPI), da Transparência Internacional, Portugal ocupou a 33.ª posição entre 180 países em 2022, obtendo uma pontuação de 62 num total de 100 (0 corresponde a países com um elevado nível de corrupção e 100 para países com baixo nível corrupção).

Ministra da Justiça desvaloriza

A ministra da Justiça desvalorizou as conclusões relativas a Portugal do último relatório do GRECO, observando que se trata de um relatório feito “há um ano e meio”.

Falando aos jornalistas à margem da sessão de apresentação da Estratégia Nacional para as Vítimas de Crime 2024-2028, Catarina Sarmento e Castro realçou que, desde então, houve uma “evolução muito positiva”, nomeadamente com a implementação do Mecanismo Nacional Anticorrupção.

Quanto à Entidade para a Transparência, a ministra sublinhou que “hoje também já tem o seu local de trabalho identificado em Coimbra”, estando “em condições para começar a trabalhar”.

De acordo com Catarina Sarmento e Castro, as duas entidades apontadas no relatório foram “efetivamente postas no terreno”, sendo que o Mecanismo Nacional Anticorrupção é aquele que mais lhe diz respeito e com que lidou durante o seu mandato.

“Já está a lançar campanhas, tem pessoal que está devidamente alocado, tem um orçamento muito significativo que tem sido atribuído e que foi agora renovado neste novo orçamento (de Estado) e tem também verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para construir a plataforma eletrónica”, frisou.

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Salário mínimo ficaria “em risco de congelar” com proposta do Chega para as pensões

Chega quer equiparar pensões mais baixas ao salário mínimo, mas especialistas dizem que tal só é "demagogia". Alertam que retribuição mínima ficaria em risco de abrandar ou congelar.

Uma “proposta demagógica“, com “poucos fundamentos técnicos” e com fracas possibilidades de se realizar. É assim que os especialistas olham para a promessa de André Ventura, líder do Chega, de alinhar as pensões mais baixas com o salário mínimo nacional. Ao ECO, avisam, por um lado, que a sustentabilidade da Segurança Social ficaria ameaçada e, por outro, que o próprio salário mínimo, depois de vários anos de aumentos, poderia ficar congelado, castigando-se à boleia um quinto dos trabalhadores portugueses.

Foi este fim de semana, na convenção nacional do Chega, em Viana do Castelo, que André Ventura realçou que há vários idosos em Portugal obrigados a escolher entre a alimentação e a medicação, cenário com o qual disse querer acabar.

Por isso, de olho nas eleições Legislativas marcadas para 10 de março, o presidente do Chega prometeu equiparar as pensões mais baixas ao salário mínimo nacional. Segundo André Ventura, tal seria feito de forma faseada — num primeiro momento, a pensão mínima ficaria alinhada com o Indexante dos Apoios Sociais (IAS) — ao longo de seis anos.

Ora, com um eleitorado cada vez mais envelhecido, não surpreende que as pensões estejam a ser um dos temas quentes das últimas semanas, da esquerda à direita. Mas os especialistas não poupam críticas à proposta de André Ventura, considerando-a não só “irrealista” e “irresponsável” como “infantil” e “puramente demagógica“.

“A implementação desta proposta teria impactos financeiros muito significativos“, frisa o professor e investigador Frederico Cantante, que lembra que há cerca de duas décadas que já estão previstas prestações sociais (como o Complemento Solidário para Idosos) que “têm tido impactos relevantes na redução do nível de pobreza entre os mais idosos“.

O Complemento Solidário para Idosos é uma prestação não contributiva (não resulta dos descontos feitos para a Segurança Social) que visa assegurar que todos os idosos têm, pelo menos, 550,67 euros por mês de rendimento.

Medidas como essa podem e devem, sim, ser aprofundadas, admite Frederico Cantante, aumentando-se “a sua generosidade“. Mas com respeito pela lógica já existente no sistema da Segurança Social, isto é, cumprindo a ligação ao IAS, e não ao salário mínimo nacional, afirma.

“Não faz sentido a ligação da pensão mínima ao salário mínimo nacional. É tudo ruído eleitoralista“, salienta, assim, o investigador do CoLabor. E deixa um aviso: fazer essa conexão poderia mesmo levar ao abrandamento ou estagnação da retribuição mínima garantida, na medida em que, todos os anos, os Governos teriam de ponderar o impacto na Segurança Social, no momento da definição do limite mínimo para os vencimentos.

“Era provável que o aumento do salário mínimo não pudesse ser tão pronunciado“, argumenta Frederico Cantante. “Haveria o risco de ficar congelado“, insiste.

O professor universitário não está sozinho nesta leitura. Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social do Governo de António Guterres, também reconhece esse perigo, sublinhando que “é mais prudente manter a ligação ao IAS“.

E, mesmo à direita, José Silva Peneda, antigo ministro da Segurança Social do Governo de Cavaco Silva, antevê esse mesmo risco. Para este ex-governante, a proposta de André Ventura é “própria de quem sabe que não vai ser Governo“, uma vez que é “irrealizável“, a menos que a economia crescesse acima dos 10%. “Estamos muito longe de ter condições para isso“, declara Silva Peneda, que acusa o líder do Chega de “vender ilusões“.

Também Fernando Ribeiro Mendes entende que esta proposta é demagógica, não tendo fundamentos técnicos. “É só criar encargos que não correspondem à justiça universal“, alerta, frisando que, cumprindo-se a promessa do Chega, todos receberiam indiscriminadamente esse mínimo.

Por exemplo, um banqueiro que tivesse declarado um salário magro ao longo da vida à Segurança Social, mesmo tendo um património paralelo vasto, também beneficiaria deste esforço da Segurança Social, observa o ex-secretário de Estado.

Na visão deste especialista, e em linha com Frederico Cantante, o mais equilibrado seria, portanto, apostar em medidas como o Complemento Solidário para Idosos para combater a pobreza entre os idosos.

“É uma preocupação com os idosos meramente eleitoralista”

Para Frederico Cantante, a promessa de André Ventura não merece críticas somente porque ameaçaria a Segurança Social e os salários. Também as merece porque deixa perceber que é motivada por uma “preocupação meramente eleitoralista“.

É que, em paralelo, o Chega tem atacado o Rendimento Social de Inserção, cujo objetivo também é mitigar a pobreza entre os portugueses. “O Chega tem tido uma postura muito crítica, de quase criminalização dos beneficiários“, salienta o professor universitário.

“Porque não indexar outro tipo de prestações ao salário mínimo? Porque não indexar a Prestação Social para a Inclusão ao salário mínimo? Porque não indexar o valor de referência do Rendimento Social de Inserção ao salário mínimo nacional?“, interroga o investigador, que atira que fazer a mudança “ad hoc” somente no caso das pensões geraria estranheza no sistema.

“A proposta do Chega é eleitoralista, porque é direcionada a uma parte da população que tem um peso muito grande no eleitorado“, assinala Frederico Cantante.

As pensões e a Segurança Social têm sido, de resto, temas quentes (e polémicos) nas últimas semanas no debate político. Por exemplo, Luís Montenegro prometeu um “rendimento mínimo” aos pensionistas de 820 euros, que acabou por gerar confusão, porque o líder PSD não estava a prometer uma pensão mínima (como inicialmente percebido), mas um aumento do Complemento Solidário para Idosos.

Já Pedro Nuno Santos propôs a diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social, sinalizando o regresso de uma velha proposta da esquerda de taxar mais as empresas de base tecnológica que têm elevado valor, mas poucos trabalhadores.

Com a ida às urnas marcada para daqui a dois meses, o interesse político em torno da proteção social está, assim, instalado, mas multiplicam-se as controvérsias.

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Turismo perto de atingir meta de receitas para 2027 de 27 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2024

As previsões, para 2023, apontam para 77 milhões de dormidas, um crescimento de quase 11% face ao ano anterior, e receitas de cerca de 25 mil milhões de euros.

O presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, disse esta segunda-feira que o setor está quase atingir a meta de receitas previstas para 2027, de 27 mil milhões de euros.

“Estamos a 7,6% de atingir, em 2024, as receitas turísticas de 27 mil milhões de euros” previstas para 2027, afirmou o responsável do Turismo de Portugal, que foi o convidado num almoço da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em Lisboa.

Admitindo que não se pode fazer previsões no dia 15 de janeiro, para o ano que agora se iniciou, Carlos Abade sublinhou que o setor do turismo em Portugal é “particularmente competitivo”, tendo crescido a um ritmo superior à média mundial.

Para o presidente do Turismo de Portugal, “não há razão nenhuma para achar que em 2024 não será exatamente o mesmo”.

Segundo os dados recentemente divulgados, as previsões para 2023 apontam para 77 milhões de dormidas, um crescimento de quase 11% face ao ano anterior, e receitas de perto de 25 mil milhões de euros.

Carlos Abade considerou ainda “absurda” a ideia de que o setor do turismo está a chegar ao seu limite, mas apontou alguns desafios para o setor em 2024, entre eles a criação de valor para os residentes.

“O turismo é bom na exata medida em que for bom para as pessoas e o turismo tem sido muito bom para as pessoas”, defendeu o responsável.

Outro dos desafios elencados por Carlos Abade passa por valorizar e qualificar os trabalhadores, sublinhando que o aumento dos salários no setor tem sido superior ao crescimento da média nacional.

Antes, o presidente da AHP, Bernardo Trindade, tinha destacado o impacto do aumento das taxas de juro na hotelaria, “medida clássica do combate à inflação”, e manifestou-se disponível para trabalhar em conjunto com o Turismo de Portugal no problema.

Já na fase de perguntas da audiência, Carlos Abade foi questionado sobre o novo aeroporto de Lisboa, tendo defendido que, para já, tem de se gerir “de forma mais eficiente” as infraestruturas que existem, realçando que “todos os aeroportos em Portugal têm capacidade de crescimento”.

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