Desigualdade no cuidado e barreiras no acesso a tratamentos, desafios pendentes para pacientes de cancros menos conhecidos

  • Servimedia
  • 5 Fevereiro 2024

As desigualdades no cuidado oncológico e a existência de certas barreiras no acesso a alguns tratamentos são os principais desafios para os pacientes que sofrem de tipos de cancro mais raros.

De acordo com o relatório “Os números do cancro em Espanha 2024”, realizado pela Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM) e a Rede Espanhola de Registos de Cancro (Redecan), mais de 286.000 casos de cancro serão diagnosticados em Espanha em 2024. Um número que aumenta em 2,6% em relação aos dados de 2023.

Desses quase 300.000 casos, a maioria será de cancros conhecidos, como mama, cólon, pulmão ou próstata, entre outros. No entanto, uma parcela considerável será um diagnóstico de algum tipo de cancro pouco conhecido ou raro, como o cancro no coração, cancro de mama metastático, linfoma da zona marginal (LZM) ou glioblastoma.

Este domingo, 4 de fevereiro, é comemorado o Dia Mundial do Cancro, uma data em que, globalmente, a campanha World Cancer Day lançou uma campanha com o objetivo de fechar a lacuna assistencial dos pacientes com cancro. Essa “luta contra a injustiça” realizada pela organização também inclui enfrentar a desigualdade no cuidado oncológico, que pode ser fatal, assim como as barreiras enfrentadas pelas pessoas que buscam esse tipo de atendimento. Por esse motivo, um dos principais objetivos desse movimento é garantir que todos os pacientes tenham acesso a serviços de saúde de qualidade onde, quando e como precisarem. Algo que também é procurado pelos pacientes em Espanha: serem considerados e ouvidos.

Muitos tipos de cancro são menos conhecidos devido à sua baixa prevalência, mas não são menos agressivos ou difíceis de tratar. Essa falta de conhecimento leva a muitos pacientes a não receberem atendimento completo de acordo com suas necessidades e, em algumas vezes, essas necessidades não estão entre as prioridades do Sistema Nacional de Saúde, como no caso do acesso a novos tratamentos. Após conversar com diferentes entidades e organizações de pacientes, a Servimedia identificou alguns dos cancros mais raros, incomuns ou desconhecidos na sociedade.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Um dos cancros mais desconhecidos é o glioblastoma, um tumor do sistema nervoso central (SNC). Com uma incidência de aproximadamente 1 caso a cada 150.000 pessoas, costuma afetar adultos entre 40 e 60 anos de idade. “É o tumor cerebral mais agressivo. Felizmente, é pouco frequente, mas apresenta múltiplos desafios aos neurocirurgiões”, explica o Dr. Santiago Gil Robles, chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Universitário Quirónsalud Madrid. Essa agressividade traduz-se num prognóstico mau, já que os pacientes raramente sobrevivem além de 2 anos em média, um tempo que, há 10 anos, era lamentavelmente a metade. “Foram feitos avanços significativos, embora o tratamento ainda não seja curativo”, afirma.

CANCROS DO SANGUE

O linfoma da zona marginal (LZM) é um subtipo de linfoma não Hodgkin de células B ultra-raro e de crescimento lento que se origina nas zonas marginais do tecido linfático. Ele surge a partir de linfócitos B de memória ocultos na zona marginal dos gânglios linfoides secundários presentes no baço, tecidos linfoides associados a mucosas, como as amígdalas, e gânglios linfáticos.

Embora ocorra predominantemente em adultos, é diagnosticado principalmente em idosos, com uma média de cerca de 60-70 anos. Segundo o Dr. Xabier Gutiérrez, adjunto de Hematologia da seção Clínica do Hospital Universitário de Álava, “a nível nacional – levando em consideração a população do nosso país -, a incidência seria de cerca de 400 a 500 casos por ano. No entanto, é importante ressaltar que, dentro dos LZM, o linfoma MALT é o mais frequente, associado às mucosas. Já o linfoma marginal esplénico, que costuma afetar o baço, e o linfoma marginal nodal, que afeta os gânglios linfáticos, são ainda mais raros”.

Apesar de ser uma doença pouco comum, é um cancro com melhor prognóstico, uma vez que “os afetados geralmente têm um curso relativamente indolente e não agressivo, com uma sobrevivência global muito alta, de 80-90%, o que significa que a maioria dos pacientes está viva após 5-10 anos”. Além disso, esse especialista acrescenta que, há alguns meses, “temos disponível e podemos administrar aos nossos pacientes um novo medicamento chamado zanubrutinibe, que possui um perfil realmente satisfatório do ponto de vista da tratabilidade, pois os pacientes o toleram muito bem”.

Entre os cancros hematológicos que também receberam excelentes notícias nas últimas semanas está o linfoma folicular, que, apesar de ser o segundo tumor hematológico mais frequente e ter um bom prognóstico, em 30% dos casos o tumor é resistente e imune aos tratamentos convencionais. Há alguns dias, chegou o aguardado financiamento para o tratamento com CAR-T de pacientes adultos espanhóis com linfoma folicular (LF) refratário ou em recidiva após três ou mais linhas de tratamento sistémico.

Também são notícia positiva os pacientes com linfoma de células do manto, que agora contam com uma terapia CAR-T na Espanha após a incorporação do brexucabtagên autoleucel à carteira de serviços do Sistema Nacional de Saúde.

NEUROENDÓCRINOS

Os tumores neuroendócrinos são muito particulares, pois formam-se em células que têm propriedades tanto de neurónios quanto de liberação de hormonas, as células neuroendócrinas. “Essas células têm a função de regular algumas funções corporais para facilitar o bom funcionamento do organismo”, afirma o Dr. Jesús Sánchez, responsável por projetos da Cris Contra o Cancro. A sobrevivência desses pacientes varia muito de acordo com o órgão afetado e se o tumor se espalhou ou não.

Embora cresçam lentamente e sejam pouco frequentes, os tumores neuroendócrinos apresentam grandes desafios. “Justamente pelo seu crescimento lento, costumam demorar para apresentar sintomas, e o diagnóstico pode ser adiado por muitos anos, até décadas. Além disso, embora pareça contraditório, geralmente tumores que crescem muito rapidamente respondem muito bem a terapias direcionadas para bloquear a multiplicação celular, incluindo quimioterapia. Portanto, esses tumores representam um desafio importante para a medicina atual”, indica o Dr. Sánchez. Nos últimos anos, também estão sendo realizados inúmeros ensaios clínicos para melhorar as terapias atuais, diminuir suas toxicidades ou avançar com outras estratégias, como a imunoterapia.

CANCRO DE MAMA METASTÁTICO

O cancro de mama (CM) é uma doença muito conhecida pela sociedade. No entanto, ao adicionar o adjetivo “metastático”, essa situação muda drasticamente. Quando esse tumor está limitado à mama ou às regiões dos gânglios linfáticos próximos, é chamado de cancro em estágio inicial ou localmente avançado. Mas quando se espalha para uma área diferente, passamos a falar de cancro de mama metastático (CMm). O Grupo Espanhol de Pesquisa em Cancro de Mama (Geicam) afirma que cerca de 30% dos diagnósticos de CM em estágio inicial desenvolverão metástases ao longo da vida, tornando-se um tumor muito mais agressivo. Entre eles, estão alguns subtipos especialmente agressivos, como o triplo negativo metastático (TNBC) ou HR+.

Os cancros de mama metastáticos não têm cura. Como descreveu o Dr. Miguel Martín, chefe do Serviço de Oncologia Médica do Hospital Universitário Gregorio Marañón, durante a apresentação de ‘Retratos com Esperança’ em Madrid, “o objetivo atual no tratamento do cancro de mama metastático é cronificar a doença, tentar que eles vivam o maior número de anos possível com boa qualidade de vida”.

Os avanços no cancro de mama não foram proporcionais ao cancro de mama metastático; no entanto, desde dezembro de 2022, as pacientes com triplo negativo metastático, que até então tinham poucas opções terapêuticas, contam com o sacituzumabe govitecana. Esse medicamento trouxe esperança às pacientes em termos de resposta global, controlo da doença e melhoria da sobrevivência.

CORAÇÃO

Segundo o Dr. José Tuñón, diretor do Serviço de Cardiologia da Fundação Jiménez Díaz, “os tumores cardíacos são muito raros em comparação com outras patologias do coração. Os tumores malignos que afetam o coração são mais frequentemente devido à metástase de tumores de outras partes do corpo. Os cancros originados no próprio coração, chamados de primários, são muito raros”.

O prognóstico dos cancros originados em outras partes do corpo não é favorável, pois a metástase no coração sugere que se espalhou além do órgão de origem. Além disso, ao afetar um órgão vital, as opções de tratamento são reduzidas.

Outro especialista, o Dr. Jesús García-Foncillas, diretor do Departamento de Oncologia Médica da Fundação Jiménez Díaz e diretor do seu instituto oncológico, OncoHealth, afirma que “os sarcomas cardíacos primários malignos costumam estar localizados no átrio direito e são geralmente do tipo angiossarcoma. No átrio esquerdo, os tumores malignos mais comuns são o sarcoma pleomórfico e o leiomiossarcoma. Os tumores cardíacos primários malignos, que costumam afetar uma população de pacientes jovens, têm um prognóstico desanimador: sem cirurgia, a taxa de sobrevida em 9 a 12 meses é de apenas 10%”.

Em relação ao diagnóstico, o Dr. Xavier Ruyra, chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Instituto do Coração Quirónsalud Teknon, observa que “os tumores cardíacos eram considerados muito raros porque eram encontrados apenas em 1 a cada 10.000 autópsias. Atualmente, com os controlos de ecocardiograma e ressonância, tem-se observado que os tumores cardíacos são mais frequentes do que pensávamos”, acrescenta que “os tumores cardíacos podem permanecer por muito tempo sem serem detetados. Às vezes, o paciente só apresenta o que é chamado de síndrome constitucional, ou seja, mal-estar geral, febrícula, mialgias… mas, em outros casos, eles ocupam espaço e podem alterar o funcionamento das válvulas, causar embolias ou infiltrar as paredes cardíacas ou o tecido elétrico do coração”.

Quando malignos, a cirurgia deve remover o máximo possível do tumor, mas será necessário acrescentar quimioterapia ou radioterapia. Nessas situações, o prognóstico não é bom, pois eles tendem a reaparecer ou crescer novamente caso não sejam removidos completamente e também podem causar metástases.

 

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Bolieiro diz que vai governar nos Açores com “uma maioria relativa”

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2024

O líder da coligação AD, José Manuel Bolieiro, afirmou que quer governar com "uma maioria relativa", salientando que "uma vitória nunca é uma minoria".

O presidente do PSD/Açores e líder da coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, disse no domingo que irá governar com “uma maioria relativa”, salientando que “uma vitória nunca é uma minoria”. “Eu governarei com uma maioria relativa. E não se trata de uma minoria, uma vitória nunca é uma minoria, é uma maioria de votos e de mandatos“, disse aos jornalistas após o seu discurso de vitória, na sede do PSD/Açores, em Ponta Delgada, ao lado do líder social-democrata, Luís Montenegro.

José Manuel Bolieiro disse ainda que não irá “esmagar ninguém”, mas sim “governar os Açores” nos próximos quatro anos. Questionado como é que se aprovam orçamentos sem maioria no parlamento, respondeu: “Como sempre na democracia europeia e ocidental, desde logo, não se pode colocar as maiorias relativas em crise com coligações negativas na oposição“. “E, se o fizerem, cada um assume a sua responsabilidade. Foi assim que aconteceu com a rejeição do Plano e Orçamento [para 2024]”, acrescentou.

A direita parlamentar conquistou a maioria dos deputados da Assembleia Legislativa dos Açores nas eleições de domingo, com a coligação PSD/CDS-PP/PPM, o Chega e a IL a ocupar 31 dos 57 lugares do parlamento.

A coligação PSD/CDS-PP/PPM garantiu 26 deputados, o Chega cinco e a IL um parlamentar, ou seja, mais dois assentos do que os 29 necessários para assegurar uma maioria absoluta.

Nas eleições de 2020, PSD, CDS-PP e PPM, que então concorreram separados, também conseguiram eleger 26 deputados (PSD 21, CDS-PP três e o PPM dois).

O Chega agora mais do que duplicou o número de deputados, passando de dois para cinco parlamentares, enquanto a IL manteve o lugar que tinha conquistado pela primeira vez em 2020.

À esquerda, o PS conquistou no domingo 23 lugares no parlamento, menos dois que nas últimas regionais, e o BE perdeu um dos dois parlamentares que tinha conseguido eleger em 25 de outubro de 2020.

O PAN voltou a assegurar um assento no parlamento regional.

Estas três forças políticas juntas têm apenas 25 deputados, ficando a quatro da maioria absoluta.

Em novembro, a abstenção do Chega e do PAN e os votos contra de PS, IL e BE levaram ao chumbo do Orçamento dos Açores para este ano e, no mês seguinte, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a dissolução da Assembleia Legislativa e a marcação de eleições.

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Ideia que aeroporto de Lisboa “será um hub intercontinental é ridícula” para a Ryanair

Comissão responsável pelo relatório do novo aeroporto chumbou o Montijo por não ter capacidade para ser um hub intercontinental. A Ryanair considera que aeroporto de Lisboa nunca o poderá ser.

A Ryanair considera que um novo aeroporto de Lisboa nunca será um hub internacional, ao contrário do que preconiza o estudo para o reforço da capacidade aeroportuária na região da capital. Na resposta ao relatório preliminar da Comissão Técnica Independente, a que o ECO teve acesso, a companhia contesta os pressupostos usados e volta a defender a opção pelo Montijo. O administrador com o pelouro comercial afirma que se a escolha for outra, nunca chegará a avançar ou será um “elefante branco”. A transportadora irlandesa quer ainda um novo concurso para criar um concorrente à ANA.

A ideia de que o novo aeroporto será um hub intercontinental é absolutamente ridícula. Os hubs europeus já existem; são Londres, Paris, Madrid, Frankfurt”, afirma Jason McGuinness, chief commercial officer da Ryanair, em declarações ao ECO.

A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) pedida pelo Governo pede uma solução que permita ao novo aeroporto evoluir para um hub internacional, ou seja, que sirva de plataforma alimentadora de voos de longo curso. Uma ideia defendida no relatório preliminar da Comissão Técnica Independente, onde se sustenta que “a posição geográfica de Portugal favorece o desenvolvimento de um hub intercontinental e, assim, da conectividade no Atlântico e noutras zonas do globo”. Um modelo que “não funciona com eficiência em espaços subdimensionados”. O limite à expansão foi, de resto, a principal razão para chumbar a base aérea do Montijo como opção para o novo aeroporto.

A Ryanair, que há muito defende a opção pelo Montijo, considera que Lisboa não tem condições para assumir esse papel. “Os resultados da avaliação das opções pela AAE é muito influenciada pelo desejo de construir um hub intercontinental. Há dois requisitos centrais para o desenvolvimento de um grande hub intercontinental: uma grande companhia área que alimente o hub e a localização geográfica correta para múltiplos fluxos de procura intercontinental. Lisboa simplesmente não tem estas características“, aponta a resposta da companhia irlandesa à consulta pública, a que o ECO teve acesso.

Para Jason McGuinness, sozinha a TAP não terá capacidade para alimentar um hub internacional e um futuro comprador da companhia portuguesa também não o fará.

O mais provável é a TAP ir parar às mãos do grupo IAG. A IAG tem um grande hub internacional em Londres. Não vão aumentar a capacidade internacional em Lisboa. Vão enviar as pessoas de Lisboa para Heathrow.

Jason McGuinness

Chief commercial officer da Ryanair

“O mais provável é a TAP ir parar às mãos do grupo IAG. Há a hipótese de ser a Lufthansa ou a Air France, mas o mais provável é o IAG. A IAG tem um grande hub internacional em Londres. Não vão aumentar a capacidade internacional em Lisboa. Nunca vai acontecer. Vão enviar as pessoas de Lisboa para Heathrow”, afirma o chief commercial officer. “Acha que a IAG vai comprar uma frota de longo curso para a TAP? Não”, acrescenta.

A Ryanair também contesta o cenário de crescimento da procura usado pela Comissão Técnica Independente, que diz ser “viciado” e “sem credibilidade”, condicionando os resultados da análise. O relatório parte de uma taxa de crescimento anual de 3,8%, com o número de passageiros a passar dos atuais 34 milhões para 84,7 milhões em 2050, tendo por base previsões das organizações internacionais. Uma capacidade que o Montijo já não suportaria.

A companhia irlandesa defende que a projeção não se coaduna com “um mercado desenvolvido e relativamente maduro, numa indústria que precisa de responder aos custos da descarbonização e em que as transportadoras low cost já têm uma presença significativa”. Pelas suas contas, que usam a previsão da OCDE para o crescimento do PIB português a longo prazo, Lisboa chegaria a 55 milhões de passageiros por ano em 2050.

Montijo ou “elefantes brancos”

A solução defendida é a Base Aérea n.º 6, na margem direita do estuário do Tejo. “Há três questões principais. Lisboa precisa de mais capacidade? Acho que toda a gente concorda que a resposta é sim. Quando precisa dessa capacidade? Agora. Qual a forma mais rápida e mais eficiente em termos de custo-benefício? É o Montijo“, dispara Jason McGuinness.

A resposta da Ryanair à consulta pública cita um estudo da Ernst & Young (EY) que concluiu que a economia de Lisboa perde 3,5 mil milhões de euros em receitas do turismo por cada ano em que a capacidade aeroportuária continua esgotada devido à saturação do Humberto Delgado. Uma perda que será ainda maior caso a opção recaia na construção de um aeroporto novo de raiz nas restantes localizações — Alcochete, Vendas Novas ou Santarém (esta também rejeitada pela CTI) — podendo atingir os 38,5 mil milhões.

É possível ter o aeroporto no Montijo a funcionar em dois ou três anos e com um custo entre os 500 milhões e os mil milhões de euros. As outras opções custarão mais de 10 mil milhões e demoram mais de 15 anos”, afirma o chief commercial officer da Ryanair. O relatório da CTI apontam para prazos mais curtos, a começar nos oito anos, para a entrada em funcionamento de uma primeira pista.

Os contribuintes vão ficar com um enorme elefante branco nas mãos. Vai custar demasiado dinheiro e ninguém vai querer usá-lo. A Ryanair não usará estes aeroportos.

Jason McGuinness

Chief commercial officer da Ryanair

O elevado custo leva mesmo Jason Mcguinness a afirmar que as alternativas ao Montijo “nunca serão construídas, porque não fazem sentido económico”. “Os contribuintes vão ficar com um enorme elefante branco nas mãos. Vai custar demasiado dinheiro e ninguém vai querer usá-lo. A Ryanair não usará estes aeroportos”, acrescenta.

O caso de Berlim

Os grandes projetos de raiz, como os localizados fora de Lisboa, estão repletos de riscos e os prazos de execução são longos”, aponta a resposta à consulta pública, dando como exemplo o aeroporto de Berlim-Brandemburgo.

Segundo a Ryanair, o aeroporto abriu com nove anos de atraso, em 2020, e custou 6,6 mil milhões de euros, mais 240% do que tinha sido originalmente orçamentado. “O aeroporto está agora paralisado pela sua situação financeira, o que o torna pouco competitivo, com taxas aeroportuárias substancialmente superiores às dos seus concorrentes”, refere a resposta, acrescentando que as companhias aéreas o estão a abandonar. Desde 2019, Berlim perdeu 16 milhões de lugares anuais (-36%), 100 mil voos (-39%) e 35 rotas (-17%), contabiliza. “Estes são os resultados de uma estratégia de hub mal concebida e mal pensada”.

A resposta da companhia irlandesa à consulta pública considera ainda que a avaliação ambiental deu grande peso ao impacto do ruído e da operação da infraestrutura no Montijo, mas desvalorizou o provocado pela construção de uma pista de raiz nas restantes localizações. Defende também que o benefício económico do aeroporto do Montijo para o distrito de Setúbal não foi devidamente considerado.

Jason McGuinness lamenta que a Agência Portuguesa do Ambiente tenha chumbado a extensão da Declaração de Impacte Ambiental do projeto da ANA para o Montijo, que a concessionária contestou. “O que faz é tornar o processo mais demorado e quem perde é a economia portuguesa. Na nossa opinião não houve alteração de circunstâncias ambientais, apenas o ruído criado pelas múltiplas opções admitidas pela Comissão Técnica Independente”, diz o chief commercial officer.

O desenvolvimento do Montijo como aeroporto independente de descongestionamento oferece a possibilidade de introduzir uma verdadeira concorrência no mercado, com mais capacidade e, potencialmente, um operador diferente. Este elemento de concorrência só pode ser alcançado através de
um novo concurso para a concessão da exploração dos aeroportos.

Jason McGuinness

Chief commercial officer da Ryanair

Se a Ryanair e a ANA estão alinhadas na preferência pelo Montijo, a companhia irlandesa não deixa de ser muito crítica da concessionária. Na resposta à consulta pública defende que se aproveite a construção do novo aeroporto para introduzir concorrência: “O desenvolvimento do Montijo como aeroporto independente de descongestionamento oferece a possibilidade de introduzir uma verdadeira concorrência no mercado, com mais capacidade e, potencialmente, um operador diferente. Este elemento de concorrência só pode ser alcançado através de
um novo concurso para a concessão da exploração dos aeroportos”.

“É necessário um operador independente que tenha um foco além do interesse dos acionistas franceses. É um cenário bizarro que um concessionário francês decida a estratégia aeroportuária do país”, atira Jason McGuinness. “Vamos falar com o novo Governo quando for eleito, tal como falámos recentemente com o chefe do Governo espanhol”, garante.

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Raio-X à agricultura nacional em 5 gráficos

O setor agrícola mostrou em 2023 uma enorme vitalidade, ao registar um crescimento nominal de 33% da produção líquida para um valor recorde dos últimos 44 anos. Porém, não está livre de problemas.

Os últimos dias têm sido marcados por uma onda de protestos por parte dos agricultores de norte a sul do país, que procuram chamar a atenção para as dificuldades que o setor enfrenta. E nem o anúncio de um pacote de medidas de cerca de 450 milhões de euros para apoiar o setor pelo Ministério da Agricultura travou a marcha ou fez calar as buzinas dos tratores.

Entre as reivindicações mais ouvidas estão a subida dos custos de produção, as imposições colocadas por algumas Câmaras Municipais ao uso da água e uma série de medidas agroambientais que, segundo os agricultores, promovem uma contínua política de baixos custos à produção.

No entanto, os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram uma enorme resiliência do setor, que, em 2023, terá mesmo registado um crescimento nominal de 33% do valor acrescentado bruto (VAB) da atividade produtiva e um aumento real de 8,7% do rendimento da atividade agrícola, depois de afundar 11% em 2022.

O INE estima que o peso relativo do VAB do ramo agrícola no VAB nacional tenha passado de 1,6% em 2022 para 1,8% em 2023. Em 1980 era de 8,8%.

Contributo para a economia

A riqueza gerada pela agricultura na economia nacional deverá ter alcançado um crescimento significativo no ano passado. Segundo as últimas estimativas do INE, o valor bruto da produção deduzido do custo das matérias-primas e de outros consumos no processo produtivo (VAB) do setor terá contabilizado um crescimento nominal de 33%, para 4,5 mil milhões de euros. A confirmar-se, foi o valor mais elevado dos últimos 44 anos (início da série do INE).

Este crescimento foi sustentado pelo “diferencial de preços entre produção e consumo intermédio, uma vez que a evolução em termos reais será menos significativa (3%), devendo ter atingido o valor máximo da série a preços correntes”, refere o INE.

No entanto, a dimensão da agricultura na economia nacional é ainda muito reduzida. O INE estima que o peso relativo do VAB do ramo agrícola no VAB nacional tenha passado de 1,6% em 2022 para 1,8% em 2023. Em 1980 era de 8,8%.

Rendimentos dos trabalhadores

A agricultura continua a ser o setor económico que paga os salários mais baixos em Portugal. Os últimos dados trimestrais publicados pelo INE sobre a remuneração bruta mensal média por trabalhador revelam que, “em setembro de 2023, a remuneração total média por trabalhador (posto de trabalho) variou entre 914 euros nas atividades de ‘Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca’ e 2.904 euros nas atividades de ‘Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio’”.

Porém, há três anos que a remuneração dos assalariados do setor regista um crescimento médio anual de 8,7%, passando de 1.110 euros em 2021 para 1.343 euros em 2023, com destaque para um aumento de 12% no último ano.

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Custos de produção

Os dados divulgados pelo INE apontam para que o consumo intermédio tenha aumentado 10,4% em termos nominais, na sequência de acréscimos em volume (1,2%) e, sobretudo, em preço (9,1%). À exceção da energia, dos adubos e corretivos do solo, e dos produtos fitossanitários, “observou-se um aumento nominal das outras rubricas, com particular destaque para os alimentos para animais (19,7%)”, refere o INE.

No entanto, o ano de 2023 terá sido marcado por uma inversão do comportamento dos preços, que se revelou favorável aos agricultores.

Segundo os dados do INE, a conjugação de um acréscimo de 15,6% dos preços da produção, que se revelou superior à subida de 9,1% dos preços do consumo intermédio, traduziu-se numa situação oposta à observada no ano anterior (em que os preços na produção aumentaram 18,7% e no consumo intermédio 27,7%) assim como em 2021 e, por isso, “significativamente mais favorável ao produtor agrícola”.

Peso dos subsídios

Depois de três anos marcados por um crescimento contínuo dos subsídios ao setor, essa tendência terá sido interrompida no ano passado.

De acordo com dados do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), o setor agrícola terá registado uma queda de 35,6% dos subsídios em 2023 “como resultado da combinação entre um incremento de 13,6% nos subsídios aos produtos e uma expressiva queda de 47,3% em outros subsídios relacionados à produção”, explica o INE.

A queda a pique dos subsídios à produção é explicada, segundo os técnicos do INE, com o calendário de pagamentos das ajudas divulgado pelo Ministério da Agricultura, em que a grande maioria começou em novembro de 2023, havendo a previsão de que se prolongue até junho deste ano.

Lucros das empresas agrícolas

Há imagem do desempenho histórico registado em 2023 pelo VAB do setor, também as empresas agrícolas terão fechado 2023 com resultados históricos.

Segundo o INE, o rendimento empresarial líquido do setor empresarial agrícola, que consiste no lucro corrente antes da distribuição e dos impostos sobre o rendimento, terá aumentado 20% no último ano para quase 2,4 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde 1980 (início da série do INE) e muito próximo dos números registados em 2021.

A suportar estes resultados esteve um crescimento de 18% do excedente líquido de exploração, que terá superado os 2,5 mil milhões de euros.

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Pinto da Costa lança recandidatura com duas condições ainda em curso

O presidente do FC Porto apresentou formalmente a sua recandidatura, prometeu anúncio de lucros para breve e academia na Maia pronta a avançar.

Jorge Nuno Pinto da Costa lançou a sua recandidatura à presidência do FC Porto nas eleições do vice-campeão nacional de futebol para o quadriénio 2024-2028, que devem decorrer em abril, com duas condições por si fixadas ainda em curso.

Em 21 de novembro de 2023, numa entrevista ao canal televisivo SIC, o dirigente tinha nomeado “três preocupações grandes” como objetivos a alcançar a curto prazo no clube, antes de se pronunciar sobre se iria concorrer a um 16º mandato consecutivo no cargo.

Em primeiro lugar, que esse barulho das redes sociais não chegue à equipa e que esta esteja tranquila para atingir os objetivos, que são passar aos oitavos de final da Liga dos Campeões. A segunda preocupação é que em dezembro, dentro da estratégia traçada, possamos apresentar lucro e ter capitais próprios positivos. Se não forem positivos, que sejam perto de positivos. Em terceiro lugar, [construir] a nossa academia na Maia, cujos projetos já estão feitos. É pôr as máquinas no terreno, porque o resto está feito”, referiu.

O único pressuposto selado até à data foi o acesso à fase seguinte da ‘Champions’, que aconteceu três semanas depois da entrevista de Pinto da Costa, fruto de uma vitória na receção aos ucranianos do Shakhtar Donetsk (5-3), da sexta e última ronda do Grupo H.

Campeões europeus em 1986/87 e 2003/04, os ‘dragões’ consumaram 12,4 milhões de euros (ME) de ‘encaixe’ adicional pela 14.ª presença da sua história, e segunda seguida, nos oitavos de final, passando a totalizar 62,591 ME em receitas atribuídas pela UEFA.

O FC Porto foi a única equipa portuguesa a superar a fase de grupos da atual edição da principal competição europeia de clubes e defrontará os ingleses do Arsenal na próxima ronda, com duelos previstos para 21 de fevereiro, no Porto, e 12 de março, em Londres.

A progressão da equipa treinada por Sérgio Conceição na Liga dos Campeões deve ser fulcral para o equilíbrio financeiro da SAD, cujo relatório e contas do primeiro semestre desta temporada vai ser lançado em meados de fevereiro, anunciou hoje Pinto da Costa.

Não poderei revelar por imposição da lei e da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários], mas, se estou aqui [a anunciar a recandidatura], é porque dentro de uma ou duas semanas iremos apresentar um saldo positivo de algumas dezenas de milhões de euros e capitais próprios positivos”, indicou o dirigente, ao discursar no Coliseu do Porto.

Em 13 de outubro, data da publicação do balanço financeiro do exercício findo em 30 de junho, os ‘azuis e brancos’ apresentaram um resultado líquido negativo de 47,627 ME, invertendo uma trajetória de lucro visível em 2020/21 (19,3 ME) e 2021/22 (20,765 ME).

O administrador da FC Porto SAD com o pelouro financeiro, Fernando Gomes, explicou esse prejuízo com um estratégico adiamento da saída de Otávio para lá de 15 de julho, momento em que a cláusula de rescisão do influente médio cresceu de 40 para 60 ME.

O internacional português viria a tornar-se a venda mais alta do clube em 22 de agosto, quando os sauditas do Al Nassr, orientados por Luís Castro e com Cristiano Ronaldo no plantel, pagaram 60 ME, montante que estará englobado no próximo relatório e contas.

Há precisamente dois meses, o FC Porto tinha transmitido à CMVM que previa alcançar resultados financeiros “francamente positivos”, além de “melhorar substancialmente” os capitais próprios negativos de 175,980 ME observados no final do exercício de 2022/23.

Mesmo sem ter garantido naquela fase que esse valor contabilístico “será já positivo” no próximo balanço, a SAD encetou algumas operações para o melhorar, entre as quais a assinatura de um acordo por 15 anos com a empresa norte-americana Legends para a exploração comercial do Estádio do Dragão, cujo montante envolvido não foi divulgado.

Habituada a trabalhar com competições internacionais de renome e alguns dos maiores clubes mundiais, a Legends comprometeu-se a procurar parcerias para o clube, além de patrocínios e ‘naming’ para o estádio, enquanto Fernando Gomes disse ao jornal O Jogo que há outro acordo celebrado com um “peso-pesado” do mesmo universo empresarial.

Pinto da Costa tem ainda no horizonte a construção de uma academia ‘azul e branca’ no futuro Parque Metropolitano da Maia, desígnio assumido em setembro, quando falava na gala Dragões de Ouro e frisou que o financiamento já estava integralmente assegurado.

O presidente do atual terceiro colocado da I Liga garantiu que esse “grande sonho ia ser uma realidade” a partir do primeiro trimestre de 2024, mas, há quase um mês, o autarca António Silva Tiago avisou que a hasta pública para venda dos 11 hectares da Câmara Municipal da Maia nos terrenos destinados à obra iria ser feita “nas próximas semanas”.

Localizada entre as freguesias de Nogueira e Silva Escura e de São Pedro Fins daquele município limítrofe do Porto, a nova academia do FC Porto vai ter, entre outras valências, um estádio com 2.500 lugares cobertos e nove campos relvados com dimensões oficiais.

A empreitada estende-se por cerca de 20 hectares e está a ser conduzida pelo arquiteto Manuel Salgado, autor dos projetos do Estádio do Dragão e do pavilhão Dragão Arena.

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AD ganha nos Açores sem maioria absoluta

  • ECO
  • 4 Fevereiro 2024

A coligação liderada por José Manuel Boleiro ganhou as eleições nos Açores, com 26 deputados, mas ficou a três da maioria absoluta. E depende do Chega ou da abstenção do PS.

Estão fechadas as contagens nos Açores. A coligação liderada por José Manuel Bolieiro ganhou as eleições regionais, mas ficou a três deputados da maioria absoluta. A Aliança Democrática (AD) conseguiu 26 deputados, já o PS perdeu pela primeira vez, desde 1996, as eleições legislativas regionais, ao eleger 23 deputados, o Chega garantiu cinco deputados, enquanto o BE, a IL e o PAN ganharam um deputado cada.

O PS/Açores venceu as eleições em 2020, embora não tenha conseguido governar porque perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

Nos Açores, há 10 círculos eleitorais, nove coincidentes com cada uma das ilhas (Flores, Corvo, São Jorge, Faial, Pico, Graciosa, Terceira, São Miguel e Santa Maria) e outro de compensação (que junta os votos que não permitiram eleger deputados nos círculos de ilha).

Cada círculo eleitoral elege dois deputados e ainda deputados em número proporcional ao dos cidadãos eleitores nele inscritos, prevendo a lei também um círculo regional de compensação, que elege cinco parlamentares, para reforçar a proporcionalidade.

Estas eleições são disputadas por 11 forças políticas: oito partidos e três coligações.

A coligação PSD/CDS-PP/PPM, que governou os Açores nos últimos três anos, concorre em todos os círculos, assim como PS, Chega, BE, CDU (PCP/PEV), PAN, Livre e ADN.

Já a Iniciativa Liberal concorre no Faial, Graciosa, Pico, Santa Maria, São Jorge, São Miguel, Terceira e no círculo de compensação, enquanto o JPP apresenta candidatura no Faial, Flores, Santa Maria, São Miguel, Terceira e no círculo de compensação.

A Alternativa 21 (MPT/Aliança) concorre apenas em Santa Maria, dado que nos restantes círculos as listas foram rejeitadas.

O círculo eleitoral de ilha que elege mais deputados para o parlamento regional é o de São Miguel (20), seguindo-se a Terceira (10). Faial e Pico elegem, cada um, quatro deputados.

Flores, Graciosa, São Jorge e Santa Maria têm, cada uma, três mandatos e o Corvo dois.

(em atualização)

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Belém recebeu 388 pedidos de levantamento de imunidade para os conselheiros de Estado em 42 anos

  • Ana Petronilho
  • 4 Fevereiro 2024

Desde 1982, quando foi refundado o Conselho de Estado, que houve dois casos de pedidos de levantamento de imunidade a conselheiros já arguidos. Foi no mandato de Cavaco Silva que mais pedidos houve.

Desde 1982, quando foi refundado o Conselho de Estado, deram entrada em Belém 388 pedidos de levantamento de imunidade para os membros do órgão consultivo do Presidente da República, revelou ao ECO fonte oficial da Presidência. Uma contabilidade à qual se poderá juntar em breve Miguel Albuquerque.

Sem avançar com detalhes específicos ou nomes dos conselheiros envolvidos, Belém adianta ainda ao ECO que do total de pedidos, “apenas dois casos” foram feitos já depois de os conselheiros de Estado terem sido constituídos “arguidos” sendo “todos os outros [386] relativos a depoimento como testemunha, declarante ou perito”. Todos os pedidos foram aprovados.

O caso mais recente poderá ser o de Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira e líder do PSD Madeira, que foi constituído arguido na semana passada, a seu pedido. O chefe do Executivo regional – que é conselheiro de Estado por inerência ao cargo que ocupa – está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas que envolvem, também, a Câmara do Funchal e empresas da região, sobretudo no que toca à área da contratação pública, essencialmente sobre contratos de empreitada com o grupo AFA, a principal visada do inquérito. Em causa está a suspeita de crimes de atentado contra o Estado de direito, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio, abuso de poder e tráfico de influência.

Miguel Albuquerque foi alvo de buscas há mais de uma semana e um dia depois fez saber que ia pedir à Presidência da República o levantamento da imunidade para se “defender e esclarecer” as autoridades judiciais. No entanto, Belém disse ao ECO que, até ao dia 31 de janeiro, não tinha chegado “nenhum pedido de autorização ao Conselho de Estado referente ao Conselheiro de Estado Miguel Albuquerque”.

De acordo com os dados avançados ao ECO pela Presidência da República, do total de 388 pedidos de levantamento de imunidade “221 foram apresentados pelos próprios conselheiros e os restantes [167] pelas autoridades judiciárias”.

Entre os quatro chefes de Estado em funções nos últimos 42 anos, foi durante os dois mandatos de Cavaco Silva – entre 9 de março de 2006 e 9 de março de 2016 – que houve mais pedidos de levantamento de imunidade aos conselheiros de Estado: 179.

Logo de seguida surgem os mandatos de Jorge Sampaio – 9 de março de 1996 a 9 de março de 2006 – quando Belém recebeu um total de 128 pedidos. E durante os mandatos de Mário Soares – 9 de março de 1986 a 9 de março de 1996 – foram submetidos apenas 37 pedidos.

Desde que Marcelo Rebelo de Sousa assumiu os comandos de Belém, a Presidência recebeu, no primeiro mandato 27 pedidos e, até agora, 13 no segundo mandato.

Os 18 conselheiros de Estado têm imunidade reforçada e, de acordo com o Estatuto em vigor, não podem sequer ser testemunhas ou prestar declarações perante a Justiça sem autorização prévia dos membros que integram o órgão consultivo do Presidente da República.

“Nenhum membro do Conselho de Estado pode ser detido ou preso sem autorização do Conselho, salvo por crime punível com pena maior e em flagrante delito”, lê-se no artigo 14.º. Ou seja, crimes sujeitos a penas superiores a cinco anos de prisão.

E, além disso, lê-se ainda no artigo 15.º, “os membros do Conselho de Estado não podem ser peritos, testemunhas ou declarantes sem autorização do Conselho”.

Se algum conselheiro de Estado seja alvo de um “procedimento criminal” e se for “indiciado definitivamente por despacho de pronúncia ou equivalente, salvo no caso de crime punível com pena maior”, (crimes com penas superiores a cinco anos) “o Conselho decidirá se aquele deve ou não ser suspenso para efeito de seguimento do processo”, estabelece o número 2 do artigo 15.º do Estatuto.

Para votar sobre o levantamento de imunidade de um conselheiro de Estado não é necessário que o Presidente da República convoque uma reunião do órgão consultivo, sendo que as deliberações podem ser feitas por escrito por cada um dos membros, enviadas, posteriormente, para a Presidência da República.

Mas entre os cargos políticos, os conselheiros de Estado não são os únicos a gozar de imunidade. A Constituição estabelece que todos os órgãos de soberania têm uma proteção judicial. Aqui cabem o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro e os membros do Governo, os governos regionais, assim como os deputados da Assembleia da República e das assembleias regionais. E o Presidente da República e do chefe do Executivo respondem apenas perante o Supremo Tribunal de Justiça.

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Declarações de Bolieiro não extravasam de “forma intolerável” limites da lei

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2024

O PS/Açores fez queixa à CNE contra o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, candidato ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP/PPM.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) considerou que as declarações do presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, não extravasam “de forma intolerável os limites da lei“, mas advertiu o candidato para se abster de comentários semelhantes.

O teor das respostas, no contexto da insistência das perguntas que foram feitas, não extravasa de forma intolerável os limites admitidos por lei, advertindo-se, todavia, o candidato para que se abstenha de comentários semelhantes até ao fecho das urnas”, refere a deliberação da CNE à queixa do PS/Açores, à qual a agência Lusa teve acesso.

Hoje, o PS/Açores fez queixa à CNE contra o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, candidato ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, alegando violação da proibição de propaganda no dia das eleições regionais.

A queixa, enviada à CNE pelo diretor da campanha do PS/Açores, Berto Messias, aponta a “violação da proibição de propaganda no dia da eleição e no perímetro de 500 metros da assembleia de voto”, e tem por base o teor das “declarações proferidas em direto para diversos canais televisivos” por parte de José Manuel Bolieiro, cabeça de lista pelo círculo de São Miguel, após ter exercido o direito de voto.

O documento transcreve as declarações do candidato, segundo as quais ao ser questionado sobre se se conseguiu uma campanha esclarecedora, disse que tentou sempre afastar-se “do ataque a quem quer que seja”.

No entanto, aqui ou acolá, tive de dar resposta para clarificar com desmentido algumas situações que insinuadas foram durante este exercício, mas creio que, apesar disso, genericamente, houve civismo, houve uma boa preparação da campanha no porta a porta, nos debates, enfim, no esclarecimento cívico“, considerou José Manuel Bolieiro, citado na queixa, assinalando ter apresentado “uma agenda de governação clarificadora”.

À pergunta sobre a existência de uma certa desmobilização e desinteresse da população pelo sufrágio de hoje, José Manuel Bolieiro respondeu: “Eu estou presidente do Governo, nunca escondi o meu orgulho do trabalho realizado e não meramente a palavra relativamente ao futuro, mas, sim, também a demonstração de um (…) curriculum de trabalho e de ações que, creio, beneficiaram pessoas, profissões, economia, social e, também, um sentido estratégico para o desenvolvimento dos Açores”, referiu o social-democrata.

Ainda segundo a queixa à CNE, o social-democrata, entre outras declarações, informou que, durante a tarde, iria estar com a família e com os amigos, mas ainda teria tempo para tomar um café com o líder nacional do PSD, Luís Montenegro, que se encontra nos Açores.

“(…) Não deixarei de, eventualmente, até dar um circuito aqui na ilha de São Miguel por algumas freguesias e verificar o andamento da afluência às mesas”, disse José Manuel Bolieiro.

Sobre ter estado, ao longo das últimas semanas, sempre confiante na vitória e se hoje está mais nervoso, o presidente do Governo Regional dos Açores declarou ter a expectativa de que as pessoas reconheçam o seu “trabalho enquanto governante, num período tão intenso como foram três anos”.

Cerca de 230 mil eleitores são hoje chamados a votar para escolher os 57 deputados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, naquelas que são as primeiras eleições regionais antecipadas na história da autonomia do arquipélago.

Nos Açores, há 10 círculos eleitorais, nove coincidentes com cada uma das ilhas (Flores, Corvo, São Jorge, Faial, Pico, Graciosa, Terceira, São Miguel e Santa Maria) e outro de compensação (que junta os votos que não permitiram eleger deputados nos círculos de ilha).

Onze candidaturas concorrem às legislativas açorianas: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para hoje após o chumbo do Orçamento para este ano.

As urnas fecham às 19:00 locais (mais uma hora em Lisboa).

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📹 Melhor isolamento térmico sem gastar muito? Veja aqui algumas dicas

  • Capital Verde
  • 4 Fevereiro 2024

Se quer melhorar o isolamento térmico sem entrar em grandes despesas, tem aqui algumas dicas práticas.

De nada adianta ter um sistema de aquecimento ou ar condicionado se o isolamento térmico da sua casa não for eficaz. Casas com pobre isolamento resultam num alto consumo de eletricidade, sem o conforto desejado.

Se quer melhorar o isolamento térmico sem entrar em grandes despesas, tem algumas dicas práticas no vídeo abaixo.

http://videos.sapo.pt/BRGQOSqIbK7eUZbsGZNg

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Pinto da Costa é oficialmente candidato à liderança FC Porto

  • ECO e Lusa
  • 4 Fevereiro 2024

“Todos pelo Porto” é o lema da campanha de Pinto da Costa, que se candidata pela 16ª vez à liderança dos dragões.

Ao som de “Pronúncia do Norte”, dos GNR, Jorge Nuno Pinto da Costa fez uma entrada apoteótica num Coliseu do Porto vestido de azul e branco para dizer “sou candidato”. “Venho apresentar candidatura pelo coração e amor de todos ao FC Porto”, afirmou, depois de frisar que entrou sem seguranças, não ia ler discursos e não tinha teleponto.

“Todos pelo Porto” é o lema da campanha do presidente, em exercício desde 1982.

Pinto da Costa, de 86 anos, concorrerá a um 16.º mandato seguido à frente do FC Porto, numa fase em que é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, tendo sido eleito pela primeira vez como 33.º presidente da história do clube em abril de 1982.

O dirigente junta-se ao empresário Nuno Lobo, candidato derrotado em 2020, e a André Villas-Boas, ex-treinador da equipa principal de futebol, entre os candidatos às próximas eleições dos ‘dragões’, que ainda não têm data marcada, mas deverão ocorrer em abril.

Há cerca de quatro anos, no primeiro ato eleitoral do FC Porto desde 1991 com mais do que uma candidatura, Pinto da Costa foi reeleito pela 15.ª ocasião como presidente, ao vencer o jurista José Fernando Rio e Nuno Lobo com 68,65% dos votos dos associados.

Nascido em 28 de dezembro de 1937, na freguesia portuense de Cedofeita, começou por exercer cargos diretivas em várias modalidades amadoras do clube, em 1962, incluindo o boxe e o hóquei em patins, e passou a chefiar a secção de futebol (1976-1980), antes de se ter tornado candidato único à sucessão do então presidente Américo de Sá, em 1982.

Em quase 42 anos completos sob a presidência de Pinto da Costa, o FC Porto iniciou um novo ciclo no futebol nacional e mais do que quintuplicou o seu palmarés – de 16 para 84 troféus -, ao celebrar 23 campeonatos, 15 Taças de Portugal, 22 Supertaças Cândido de Oliveira, uma Taça da Liga, duas Taças dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões, duas Taças UEFA/Liga Europa, uma Supertaça Europeia e duas Taças Intercontinentais.

Em busca da projeção nacional e além-fronteiras, os ‘dragões’ acumularam vários outros sucessos nas camadas jovens e em modalidades como andebol, atletismo, basquetebol, boxe, bilhar, ciclismo, hóquei em patins, natação e voleibol, além do desporto adaptado.

Os 15.262 dias contabilizados desde a sua primeira tomada de posse, em 23 de abril de 1982, seis dias depois das eleições, pautaram-se ainda de modernização infraestrutural, refletida na abertura do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia (2002), no Olival, do Estádio do Dragão (2003) e do Dragão Arena (2009), que vieram render os já demolidos Estádio das Antas e pavilhão Américo de Sá, ou do museu do clube (2013).

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APS lança formação de “Bancassurance”

  • ECO Seguros
  • 4 Fevereiro 2024

No final do curso, os formandos deverão ser capazes de compreender a gestão da atividade comercial num modelo de distribuição de bancassurance.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) lançou uma formação digital sobre “BANCASSURANCE” que vai decorrer entre as 9h e 12h45 de dia 26 a 29 de fevereiro.

Assim que terminado o curso, os formandos deverão ser capazes compreender a gestão da atividade comercial num modelo de distribuição de bancassurance. Deste modo, estarão aptos a “definir o modelo de gestão adequado”, “desenhar o plano de negócio” e “definir o plano de suporte, acompanhamento e monitorização”.

O curso está dividido em quatro temas, nomeadamente, “Distribuição Bancassurance”, “Plano de Negócio”, “10 Dimensões da Gestão Bancassurance” e “Fatores Críticos de Sucesso”. Os primeiros conteúdos abordados serão o conceito de Bancassurance, as suas “principais características”; os “modelos de parceria”, o “enquadramento Jurídico”. De seguida, no âmbito do “Plano de negócio”, será lecionado a “formalização da parceria” e “conteúdos”. Quanto às dimensões da gestão vão desde a identificação dos clientes, oferta, distribuição, dinamização comercial, marketing, atividades de suporte, riscos, monitorização do negócio, remuneração e custos. Será ainda evidenciado os fatores críticos de sucesso. No final, haverá uma componente mais prática com a apresentação e discussão em grupo de um case study.

Pode inscrever-se no curso carregando aqui.

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Dois homens suspeitos por simulação de crime e burla a seguros

  • ECO Seguros
  • 4 Fevereiro 2024

O dono de uma mota vendeu ao outro suspeito o veículo a um preço inferior ao seu valor comercial para depois simular um roubo e pedir indemnização à seguradora pelo crime simulado.

Dois homens simularam o roubo de um motociclo de alta cilindrada, BMW GS1250 Adventure, em Leiria, para o dono receber a indemnização pela perda por parte da seguradora após o outro suspeito ter comprado a viatura por uma quantia inferior ao seu valor comercial (avaliada em mais de 25 mil euros). Segundo a PSP, os homens foram constituídos arguidos por simulação de crime, burla (a seguros) e falsificação de documentos.

Após os suspeitos terem combinado o dia, hora e local da recolha da mota, o dono fez queixa do roubo (simulado) junto da polícia. Após obter a prova da denúncia formalizada na política, o suspeito fez queixa à seguradora para ser indemnizado pela perda que teria sido alegadamente vítima.

No entanto, o motociclo foi apreendido numa busca domiciliária a um dos suspeitos, juntamente com duas bicicletas avaliadas em cerca de 4 mil euros, assim como outros objetos que foram furtados no âmbito de outra investigação.

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