Turismo do Alentejo e Ribatejo tem menos meio milhão de euros de orçamento para 2024

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

Turismo do Alentejo e Ribatejo tem menos meio milhão de euros de orçamento para 2024 do que em 2023. Ainda assim, o presidente da ERT considera que este é "mais realista".

A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo vai investir mais de metade do orçamento para 2024, que ascende a 4,4 milhões de euros, em ações de animação e de promoção e novos projetos. “É um orçamento de arranque para aquilo que será um novo ciclo de investimentos, nos próximos quatro anos, que, espero, seja bem suportado nos financiamentos europeus e, em especial, no Alentejo 2030”, afirmou o presidente desta ERT, José Manuel Santos. Este orçamento “é inferior em cerca de meio milhão de euros” ao deste ano.

O responsável falava à agência Lusa a propósito da recente aprovação, por unanimidade, da proposta de plano de atividades e orçamento para 2024 da ERT do Alentejo e Ribatejo pela assembleia geral do organismo.

Segundo o dirigente, o orçamento da Turismo do Alentejo e Ribatejo para o próximo ano, que ronda os 4,4 milhões de euros, “está pouco alavancado pelos instrumentos de financiamento europeu, nomeadamente do novo quadro comunitário 2030″.

“Ainda não há candidaturas aprovadas, mas já abrimos linhas de ação que correspondem a esta nova ambição que queremos colocar no futuro do Alentejo e Ribatejo e conseguimos já ter um valor de investimento de cerca de 55% do valor do orçamento”, adiantou.

Queremos requalificar, financiar e ajudar a financiar [obras em] cerca de 25 fortalezas em toda a zona da raia do Alentejo e do Algarve.

José Manuel Santos

Presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo

Em 2024, sublinhou José Manuel Santos, o valor do orçamento será repartido por despesas de funcionamento da ERT (19%), custos com pessoal (20%), investimentos em atividades de animação e de promoção e novos projetos (55%) e o restante para outras despesas.

Assinalando que este orçamento “é inferior em cerca de meio milhão de euros” ao deste ano, o presidente da ERT defendeu que é, no entanto, “um orçamento mais realista”, tendo em conta “as possibilidades de execução e o calendário de lançamento de avisos de abertura de concursos” aos fundos comunitários.

“Temos quatro grandes prioridades”, vincou o responsável, referindo-se ao apoio às empresas para a transição ambiental e digital, à criação de dinâmicas de comunicação e de marketing e de estratégias sub-regionais de valorização e de promoção e à autonomização do marketing estratégico do Ribatejo.

Um dos novos projetos que a Turismo do Alentejo e Ribatejo vai apoiar em 2024 será o da valorização das fortalezas do interior, liderado pela Câmara de Elvas e que envolve outros municípios do Alentejo e do Algarve. “Estamos a trabalhar já numa primeira fase, em que vamos avançar com seis fortalezas do Alentejo e também duas no Algarve para o primeiro financiamento de obras de requalificação e de melhoria das condições de visitação e de acolhimento”, revelou.

Depois das obras, salientou o presidente do organismo, a Turismo do Alentejo e Ribatejo vai “criar um roteiro de visitação integrado“, com foco “não só para os turistas portugueses, mas também muito para os espanhóis”.

“Queremos requalificar, financiar e ajudar a financiar [obras em] cerca de 25 fortalezas em toda a zona da raia do Alentejo e do Algarve”, adiantou, frisando que este projeto está agora “a dar os primeiros passos”. Por agora, acrescentou, os promotores estão “a estabilizar” o projeto, mas “será uma candidatura que rondará os oito milhões de euros“.

O plano de atividade inclui ainda a aposta na rota WineRoute 118, no Ribatejo, num programa de atração de nómadas digitais, na candidatura do Baixo Alentejo à Cidade Europeia do Vinho em 2026 e num Plano de Acolhimento e Hospitalidade no âmbito de Évora Capital Europeia da Cultura, entre outras.

A valorização dos recursos humanos e captação de pessoas para o setor, o lançamento de um plano específico para o território transfronteiriço com Espanha e o desenvolvimento do Enoturismo e do Turismo Literário são outros dos focos.

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Euribor desce a 3 e 12 meses e sobe a 6 meses e mantém-se abaixo de 4% nos três prazos

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa desceram a três e 12 meses e subiuram a seis meses face a segunda-feira, mantendo-se abaixo de 4% nos três prazos.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, desceram nos prazos a três e 12 meses e subiram a seis meses face a segunda-feira, mantendo-se abaixo de 4% nos três prazos.

Com as alterações, a Euribor a três meses, que desceu para 3,958%, ficou acima da de seis meses (3,953%) e da de 12 meses (3,785%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou para 3,785%, menos 0,009 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, avançou para 3,953%, mais 0,008 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou para 3,958%, menos 0,004 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Inflação na OCDE abranda até 5,6% e renova mínimos de dois anos

A taxa de inflação subjacente na OCDE também voltou a abrandar para o valor mais baixo desde maio de 2022, muito por conta de um contínuo abrandamento da taxa de inflação dos bens alimentares.

A taxa de inflação continua a abrandar nos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), da qual Portugal faz parte. De acordo com dados divulgados esta terça-feira, a taxa de inflação homóloga na OCDE baixou de 6,2% em setembro para 5,6% em outubro.

“Este é o nível mais baixo desde outubro de 2021, embora uma taxa semelhante tenha sido brevemente abordada em junho de 2023, com 5,7%”, refere a OCDE num comunicado, sublinhando que, entre os 38 Estados-membros da OCDE, 28 registaram um abrandamento da taxa de inflação entre setembro e outubro.

Por oposição, o Índice de Preços no Consumidor aumentou 1 ponto percentual ou mais na Grécia, na Chéquia e na Costa Rica. “As taxas de inflação estiveram próximas de zero na Dinamarca, tornando-se negativas nos Países Baixos, e permaneceram negativas na Costa Rica, apesar do seu aumento“, refere a OCDE.

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No mesmo sentido de queda continua a taxa de inflação subjacente (que exclui os preços da energia e os preços dos alimentos não transformados), que voltou a corrigir 0,1 pontos percentuais entre setembro e outubro, fixando-se nos 6,5% em outubro, alcançando o valor mais baixo desde maio de 2022.

Os números divulgados esta terça-feira revelam ainda que a taxa de inflação dos bens alimentares continua a abrandar a um ritmo acelerado. Em outubro, fixou-se nos 7,4%, menos 0,7 pontos percentuais face a setembro.

“A inflação [dos bens alimentares] desceu em 32 países da OCDE, mas ainda excedeu os 10% na Turquia, Islândia, Colômbia e Reino Unido”, refere a OCDE, notando ainda que a taxa de inflação homóloga da energia na OCDE voltou a ser negativa pelo sexto mês consecutivo, fixando-se em -4,8% em outubro.

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Alunos portugueses pioram desempenho nos testes internacionais de Matemática e Leitura

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

Alunos portugueses obtiveram 472 pontos a Matemática nas provas do ano passado, menos 20,6 pontos do que em 2018. Veja os principais resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).

Os alunos portugueses de 15 anos pioraram os seus desempenhos nos testes internacionais de Matemática e Leitura do PISA de 2022, invertendo a tendência de melhoria que se vinha registando na última década.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) voltou a analisar os conhecimentos a Matemática, Leitura e Ciência de alunos de todo o mundo – em 2022 participaram cerca de 690 mil alunos de 81 países e economias – e o retrato do desempenho dos estudantes releva “uma quebra sem precedentes”, em que Portugal não foi exceção.

Os quase sete mil alunos de 224 escolas portuguesas que realizaram as provas de 2022 obtiveram piores resultados do que os seus colegas em 2018, colocando Portugal entre os países que mais baixaram de pontuação a Matemática, refere o relatório da OCDE divulgado esta terça-feira.

Em comparação com 2018, o desempenho médio caiu dez pontos de pontuação em Leitura e quase 15 pontos de pontuação em Matemática, o que equivale a três quartos de um ano de aprendizagem”, sublinha Mathias Cornmann, secretário-geral da OCDE, no texto introdutório do relatório.

Em Portugal, os resultados dos alunos foram ainda mais graves: Os estudantes obtiveram 472 pontos a Matemática, ou seja, menos 20,6 pontos do que nas provas realizadas em 2018. Já em comparação com os resultados nas provas de 2012, desceram 14,6 pontos.

Portugal surge assim na lista dos 19 países que baixaram mais de 20 pontos a Matemática, sendo que as notas desceram entre os alunos mais carenciados, mas também entre os mais privilegiados. Três em cada dez alunos não conseguiram demonstrar ter conhecimentos mínimos a Matemática, ou seja, não atingiram o nível dois numa escala de seis valores.

Apenas 7% dos estudantes portugueses se destacaram, atingindo os níveis de proficiência mais elevados (5 e 6) a Matemática, uma disciplina que voltou a ser dominada por seis países asiáticos.

A condição socioeconómica é um dos fatores que mais influencia os resultados académicos e, em Portugal, os estudantes portugueses de famílias mais privilegiadas tiveram uma pontuação média de 522 pontos, ou seja, 101 pontos acima da média dos alunos mais carenciados.

Em Portugal, cerca de 9% dos estudantes desfavorecidos conseguiram estar entre os melhores alunos a Matemática, sendo a média da OCDE de 10%.

Apesar de o PISA de 2022 estar mais focado no retrato dos conhecimentos a Matemática, também foi feita uma prova de Leitura e, mais uma vez, os resultados médios pioraram: Os estudantes portugueses obtiveram 477 pontos, o que representa uma descida de 15,2 pontos em relação a 2018 e de 12,8 pontos face a 2012.

Apesar da descida, 77% dos alunos portugueses conseguiram atingir, pelo menos, o nível dois, ficando acima da média da OCDE (74%). Este resultado significa que estes jovens conseguem, pelo menos, identificar as ideias principais num texto de extensão moderada, encontrar informação e refletir sobre o propósito e a forma de um texto.

Apenas 5% dos portugueses conseguiram obter um nível 5 ou 6 em Leitura (7% é a média da OCDE), um nível que já implica ser capaz de compreender textos bastante longos, lidar bem com conceitos abstratos e conseguir estabelecer distinções entre um facto e uma opinião.

Um em cada dez alunos portugueses sente-se sozinho na escola

Um em cada dez alunos portugueses sente-se sozinho na escola, mas a grande maioria diz fazer amigos com facilidade, revela um estudo internacional que mostra que os portugueses são mais felizes do que a média da OCDE.

Em 2022, 76% dos estudantes portugueses disseram que faziam amigos com facilidade na escola, mantendo-se em linha com a média da OCDE (76%), mas foram muito mais os portugueses que disseram ter um sentimento de pertença à comunidade escolar (82% portugueses contra 75% na OCDE).

Por outro lado, um em cada dez alunos de 15 anos em Portugal revelou que se sentia sozinho e outros 11% admitiram que eram postos de lado, revela o estudo da OCDE divulgado esta terça-feira.

Apesar de os números revelarem uma realidade preocupante, ficam muito abaixo da média das escolas da OCDE: 16% dos jovens de 15 anos sentem-se sozinhos e 17% dizem que são deixados à parte.

Dedicação de famílias e docentes é essencial no sucesso

Um estudo internacional que analisou sistemas de ensino de 81 países apontou a dedicação de professores e pais como uma das chaves do sucesso dos alunos, lembrando que por vezes “basta um jantar de família”.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2022 é o primeiro estudo em grande escala a recolher dados sobre o desempenho, o bem-estar e a equidade dos alunos antes e após as perturbações provocadas pela pandemia de covid-19.

O relatório divulgado esta terça-feira defende que o declínio nos resultados “só pode ser parcialmente atribuído à pandemia”, uma vez que em muitos países já se registava uma descida nos resultados. Por exemplo, em Portugal, os diretores escolares apontam a falta de professores e a menor qualificação dos docentes como principais causas para as falhas na qualidade de ensino.

Em 2022, 62% dos alunos em Portugal frequentavam escolas cujos diretores relataram que a qualidade do ensino estava a ser afetada pela falta de professores e 27% apontaram a baixa qualificação do pessoal docente.

No PISA anterior, de 2018, a percentagem de diretores que tinha referido esses problemas era muito inferior: Apenas 32% falou na falta de professores e 23% na qualificação dos docentes, segundo um estudo internacional que sublinha a importância do empenho dos docentes e famílias no sucesso académico.

A disponibilidade dos docentes da OCDE para ajudar os alunos mais necessitados teve um impacto mais forte na Matemática, em comparação com outras experiências ligadas à covid-19 e ao encerramento das escolas”, lê-se no relatório, que mostra que os resultados a Matemática foram, em média, 15 pontos mais elevados nas escolas em que os alunos concordaram que tinham bons professores.

Também o envolvimento dos pais se mostrou importante, em especial entre os mais desfavorecidos. “O nível de apoio ativo que os pais oferecem aos seus filhos pode ter um efeito decisivo”, refere o relatório, acrescentando que, por vezes, bastam “atividades aparentemente inocentes, como partilhar uma refeição em família ou simplesmente conversar” para se notar um melhor desempenho e bem-estar dos alunos.

Os pais ou alguém da família perguntar ao aluno o que tinha feito na escola naquele dia também é mencionado, sendo que Portugal surge como um dos países onde pelo menos 80% dos jovens disse que a sua família tinha essa preocupação.

Entre os quase sete mil alunos de 224 escolas portuguesas que participaram no PISA, muitos reconheceram a importância dos professores. Três em cada quatro jovens portugueses reconheceram o apoio extra dado pelos professores de Matemática, tendo apontado outros problemas no processo de aprendizagem.

Mais de 8% dos alunos de 15 anos na OCDE falham refeições por falta de dinheiro

Milhares de jovens de 15 anos ficaram sem comer por falta de dinheiro para comprar comida, revela o estudo internacional PISA, que coloca Portugal como o país onde menos alunos são afetados pelo problema.

“Em média, nos países da OCDE, 8,2% dos estudantes afirmaram que não comeram pelo menos uma vez por semana nos últimos 30 dias porque não havia dinheiro suficiente para comprar comida”, refere o relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2022, no qual participaram cerca de 690 mil alunos de 81 países e economias.

No relatório, Portugal surge ao lado da Finlândia e dos Países Baixos como um dos três países da OCDE que registam as percentagens mais baixas de alunos que ficam sem comer: Portugal apresenta uma taxa de 2,6%; a Finlândia de 2,7% e os Países Baixos de 2,8%.

Por oposição, há países da OCDE onde a proporção de estudantes em situação de insegurança alimentar é superior a 10%. Entre esses países estão o Reino Unido (10,5%), a Lituânia (11%), Estados Unidos (13%), Chile (13,1%), Colômbia (13,3%), Nova Zelândia (14,1%) e Turquia, onde quase um em cada cinco alunos ficou sem comer (19,3%).

Em 18 países e economias, mais de 20% dos estudantes declararam não comer pelo menos uma vez por semana devido à falta de dinheiro.

Os investigadores do PISA sublinham que os países em que, pelo menos, um quarto dos estudantes declararam não comer pelo menos uma vez por semana devido à falta de dinheiro foram os que tiveram piores desempenhos na prova de Matemática.

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BCE não deverá voltar a aumentar as taxas de juros, assume Isabel Schnabel. É uma das vozes mais conservadoras do banco central

Isabel Schnabel, uma das vozes mais conservadoras do Banco Central Europeu, descreve que “são bastante improváveis mais aumentos de juros após os últimos dados da inflação”.

O Banco Central Europeu não deverá voltar a aumentar as taxas de juros, dada a queda “notável” na inflação, admitiu Isabel Schnabel, membro do conselho de governadores, em entrevista à Reuters. A responsável, tida como uma das vozes mais conservadoras do banco central, defendeu ainda que “o atual nível de restrições é suficiente”, já que “aumentou a confiança de que o objetivo de 2% será atingido em 2025”.

Naquela que é uma volta de 180 graus, Isabel Schnabel disse, claramente, que “são bastante improváveis mais aumentos de juros após os últimos dados da inflação”. De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, a inflação continua a abrandar na Zona Euro e atingiu os 2,9% em outubro. Portugal registou uma taxa de variação do índice harmonizado de preços mais elevada do que a média dos países que utilizam o euro, ao situar-se nos 3,2%.

Estas declarações tiveram efeitos imediatos. O euro está novamente a desvalorizar, embora de forma ligeira em relação às principais moedas.

Apesar de “os desenvolvimentos da inflação serem encorajadores e a queda dos preços notável”, a responsável alertou que “não se pode declarar vitória prematuramente” e que, apesar de a “inflação estar na direção certa, são necessários mais progressos”.

A queda “notável” dos preços decorrente do décimo aumento das taxas de juros, que já vão em 4%, tem provado um abrandamento da economia da zoam euro. No terceiro trimestre o crescimento homólogo foi de 0,1%, quando nos três meses antes fora de 0,5% e em cadeia houve mesmo uma contração da economia de 0,1%. No entanto, Isabel Schnabel defende que “não se assiste a uma recessão prolongada” e os “dados sugerem que a economia poderá já ter batido no fundo”.

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Cascais “pesca” nova lota e cais de aprestos em investimento superior a um milhão de euros

Lota de Cascais e cais de aprestos alvo de uma intervenção que dotou os espaços de mais condições, tanto para os pescadores, como para a comunidade. Um investimento superior a um milhão de euros.

Apresentada pela Docapesca, a requalificação total da lota de Cascais representou um investimento de cerca de 600 mil euros, cofinanciado pelo programa operacional Mar 2020, enquanto o novo cais de aprestos no porto de pesca de Cascais, uma intervenção da autarquia local, teve um custo adicional de 500 mil euros.

“Com esta infraestrutura, estão criadas as condições para podermos proceder à primeira venda do pescado capturado pelos pescadores de Cascais, dando cumprimento as melhores práticas internacionais no âmbito da segurança alimentar. Com uma cadeia de frio reforçada pelas novas, fábrica de gelo e câmara frigorífica, vai ser possível contribuir para valorizar ainda mais o produto destes profissionais da pesca e fazer chegar à mesa dos portugueses, pescado de elevadíssima qualidade”, afirmou Sérgio Faias, presidente do conselho de administração da Docapesca, na cerimónia de inauguração.

O novo cais de aprestos contribui ainda para a promoção de outras atividades, tradições e conhecimentos ligados à pesca junto da comunidade, de forma a fomentar a paisagem e o património cultural marítimo. Já a Lota de Cascais volta a permitir a realização da primeira venda do pescado, com todas as condições higiossanitárias.

A nova lota de Cascais conta com uma área de entrada e saída de pescado, equipada com máquina de gelo, com capacidade de produção de uma tonelada por dia, uma cuba de armazenamento com 950 quilos de capacidade, câmara frigorífica, balança de pesagem, zonas de colocação de caixas em espera e de venda e zona de lavagem e armazenamento de caixas limpas, detalha o município de Cascais no site.

No mesmo dia foi também inaugurado o novo cais de aprestos no porto de pesca de Cascais, uma intervenção da Câmara Municipal de Cascais, que representou um investimento adicional de 500 mil euros.

Neste espaço foram criadas 33 malas, oito para armadores da pesca costeira (com uma área de abrigo de 43,72 metros quadrados) e 25 para armadores da pesca local (uma área de abrigo de 22,64 metros quadrados), servindo para o armazenamento e apoio da atividade piscatória.

A Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT) reforçou que a “requalificação do cais de aprestos pretende igualmente dar mais e melhores condições de trabalho e segurança, para o exercício da atividade piscatória, contribuindo ainda para a segurança alimentar e valorização do pescado”. A nova lota de Cascais “dispõe de todas as condições necessárias para controlo veterinário, permitindo a realização da primeira venda de pescado”, acrescenta o organismo regional.

“Após uma intervenção profunda, os espaços agora requalificados promovem a pesca tradicional no concelho, bem como, outras atividades, tradições e conhecimentos ligados à pesca, contribuindo para a interação social da comunidade piscatória residente, restantes munícipes e turistas”, conclui o Ministério da Agricultura.

A cerimónia contou com a presença da Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, e da secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, e ainda do presidente do conselho de administração da Docapesca, Sérgio Faias.

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CoRe Capital entra em empresa de paletes de madeira em Viseu

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

A Palsystems produz, comercializa e exporta um milhão de paletes de madeira de pinho por ano, o que a torna no quinto operador nacional do setor. Tem mais de 60 trabalhadores.

A CoRe Capital entrou no capital da Palsystems, empresa que está sediada em Viseu e que produz paletes de madeira para o mercado nacional e europeu, no âmbito de um investimento feito em parceria com a WAM Investments.

“A Palsystems produz, comercializa e exporta um milhão de paletes de madeira de pinho por ano, o que a torna no quinto operador nacional do setor“, referiu aquela estrutura.

A sociedade gestora de capital de risco realizou este investimento em parceria com a WAM Investments, que detém 40% da empresa, “e pretende aumentar a capacidade da empresa através da modernização das linhas de montagem e do aproveitamento dos subprodutos da cadeia de produção para a cogeração energética“, avançou.

“A CoRe Capital projeta o crescimento da Palsystems para um mercado logístico em grande expansão através de dois eixos: dotar a empresa de maior capacidade de resposta à crescente procura internacional de paletes e reforçar a gestão para garantir maior eficiência num novo modelo de negócio sustentável e circular”, explicou Pedro Soares David, que é sócio da sociedade gestora de capital de risco e o novo presidente do conselho de administração da empresa de Viseu.

O responsável avançou que “o investimento vai ser orientado para a produção, aluguer, reutilização, reparação, renovação e reciclagem de paletes de madeira, com um grande foco no aproveitamento dos subprodutos do processo produtivo para cogeração de energia“.

Segundo o líder da WAM Investments, Adelino Costa Matos, “este investimento, em estreita colaboração com a CoRe Capital, é uma aposta estratégica conjunta na indústria nacional, focada na modernização, crescimento e competitividade”.

“Ambicionamos o reforço do posicionamento da Palsystems como um dos maiores e melhores fabricantes nacionais do setor, aumentando o seu nível de sustentabilidade e eficiência através da gestão circular dos recursos”, frisou.

A Palsystems, que tem mais de 60 trabalhadores, conseguiu 14 milhões de euros de vendas em 2022, 15% dos quais exportações.

“Com este investimento, a CoRe Capital continua a aposta na indústria transformadora nacional em setores de grande importância estratégica para a economia”, sublinhou Pedro Soares David. Este investimento foi feito no âmbito do programa Consolidar, do Banco Português de Fomento. O Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) entrou com 4,71 milhões de euros a que acresce uma fatia de 2,28 milhões de euros de capitais privados, tal como divulgado na página do Banco Português de Fomento.

O mercado das paletes em Portugal representa cerca de 124 milhões de euros por ano, um volume de negócios que cresceu cerca de 18% após a pandemia de Covid-19.

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Atividade empresarial da Zona Euro cai em novembro. Receios de recessão aumentam

Queda abrandou no mês passado, mas os dados da atividade empresarial na Zona Euro indicam que o último trimestre de 2023 pode voltar a ser de contração, conduzindo o bloco para a recessão técnica.

A atividade empresarial da Zona Euro voltou a cair em novembro, ainda que tenha abrandado a queda, segundo os dados dos índices PMI. Os valores divulgados esta terça-feira indicam que a economia do bloco deverá contrair novamente neste trimestre, à medida que o setor dos serviços continua a tentar gerar procura.

A economia da Zona Euro contraiu 0,1% no terceiro trimestre e os dados económicos que têm vindo a ser conhecidos, incluindo estes índices PMI, mostram que a tendência deverá ser a mesma no último trimestre do ano, entrando em recessão técnica.

O PMI composto, compilado pela S&P Global e visto como um indicador da saúde económica global, subiu para 47,6, (sendo que valores abaixo de 50 indicam uma queda face ao mês anterior) depois de atingir um mínimo de quase três anos em outubro, de 46,5. Ficou acima de estimativas preliminares de 47,1, mas continua a indicar um recuo da atividade. Já o PMI dos serviços foi de 48,7.

“O setor dos serviços manteve a sua descida em novembro. A melhoria modesta do índice de atividade não deixa muito espaço para otimismo relativamente a uma rápida recuperação no futuro imediato“, apontou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, citado pela Reuters.

Apesar destes dados mais pessimistas, o sentimento geral em relação ao próximo ano melhorou, sendo que o índice composto de produção futura subiu de 55,6 para 56,0.

As mais recentes previsões da Comissão Europeia apontam para um crescimento do PIB da Zona Euro de 0,6% em 2023 e 1,2% em 2024, uma revisão em baixa face às projeções de setembro.

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Lopes Barata & Associados lança novo site

Segundo a firma, o novo website pretende ser mais um "passo na constante melhoria da nossa presença online, com o objetivo de facilitar e maximizar a comunicação com o cliente e com o mercado".

A sociedade de advogados Lopes Barata & Associados (LBA) lançou um novo site. Em comunicado, o escritório explica que este passo surge a “par” de um reforço da presença e comunicação digital nas redes sociais, como o LinkedIn, Facebook e Instagram.

“Respondendo aos novos desafios que a advocacia enfrenta, este novo website pretende ser mais um passo na constante melhoria da nossa presença online, com o objetivo de facilitar e maximizar a comunicação com o cliente e com o mercado“, referem.

Assim, a LBA explica que o novo site conta com uma linha gráfica “renovada” e “dinâmica” e com uma navegação “intuitiva” e “otimizada” para qualquer dispositivo móvel.

“A evolução tecnológica e a nova era digital mudaram o mercado e o paradigma das sociedades de advogados. A capacidade de nos adaptarmos e inovarmos tornou-se mais crucial que nunca, por isso a LBA apresenta o seu novo website, de forma a estarmos conectados com o presente e atentos ao futuro”, disse Diogo Lopes Barata, managing partner da LBA.

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UBS vende jato que o português Horta Osório usou para quebrar regras na pandemia

  • ECO
  • 5 Dezembro 2023

Venda terá sido planeada pela equipa de gestão do Credit Suisse antes do resgate pelo UBS. Polémicas viagens para ver jogos de ténis e futebol ditaram saída do gestor português do cargo de chairman.

A UBS vendeu o jato do Credit Suisse que o então presidente do banco, o português António Horta Osório, usou para violar as regras de confinamento da pandemia para assistir a eventos desportivos. Foi vendido a uma subsidiária alemã do banco francês Société Générale, especializado em leasing de aeronaves.

A venda terá sido planeada pela equipa de gestão do Credit Suisse antes do resgate pelo UBS este ano, segundo apurou o Financial Times. Os executivos da UBS impulsionaram a venda depois de criticarem a cultura de alto risco e alta recompensa do Credit Suisse.

Este foi o jato implicado nas polémicas do agora ex-chairman do Credit Suisse, que se demitiu do cargo no ano passado, na sequência de uma investigação interna sobre, pelo menos, dois incumprimentos da quarentena e a utilização dos jatos corporativos da instituição financeira suíça. Levou familiares ao torneio de ténis de Wimbledon e à final do Euro 2020 no mesmo dia de julho de 2021.

Embora o uso dos jatos particulares da empresa tenha sido criticado, um relatório de auditoria interna consultado pelo jornal britânico concluiu que estava em linha com o uso do seu antecessor e que quaisquer despesas adicionais tinham sido reembolsadas. De qualquer forma, acabou por ditar a saída do português.

O Credit Suisse detém ainda outra aeronave particular, uma Bombardier Global 7500, que foi comprada há dois anos por mais de 75 milhões de dólares, de acordo com fontes familiarizadas com as transações.

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Argentina vive a tensa calma que antecede uma anunciada tempestade económica e social

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

A chegada de Javier Milei ao poder implica uma alteração no modelo económico da Argentina que, antes de melhorar, deverá implicar uma recessão combinada com elevada inflação.

A chegada de Javier Milei ao poder implica uma alteração no modelo económico da Argentina que, antes de melhorar, deverá implicar uma recessão combinada com elevada inflação, tendente a multiplicar protestos sociais.

“Javier Milei está a formar a sua equipa como um cirurgião a ponto de operar. Procura o melhor instrumentalista, o melhor anestesista, os melhores assistentes, as melhores enfermeiras. Mas nada disso garante que o corpo do paciente resista à operação. Nesta metáfora, o corpo não é o país nem o sistema político; é a opinião pública. Por melhor que seja, nada garante que a sociedade aguente o que vem pela frente, mesmo que tenha votado nele para isso. Quanta dor os argentinos ainda podem aguentar?”, questiona à Lusa o analista político Jorge Giacobbe, especialista em opinião pública.

“Nas nossas sondagens, mais de 70% da população desejava uma viragem para o centro-direita e à direita, mais de 60% querem uma redução Estado, mas também mais de 60% não querem pagar mais impostos. O poder de um Presidente está nessa tolerância social”, acrescenta Giacobbe.

Javier Milei assume o Governo no próximo dia 10, prometendo uma terapia de choque, com cortes drásticos nos gastos públicos. O objetivo é um défice orçamental zero, cortando os 5% de défice do Tesouro e mais 10% em passivos remunerados do Banco Central, o que o próprio Javier Milei diz ser uma bomba prestes a explodir que precisa ser desativada antes de tornar-se uma hiperinflação.

Se não fizermos um ajustamento, a explosão será enorme. Não há alternativa para evitar uma hiperinflação. Quando fizermos essa arrumação orçamental, a atividade económica será afetada. Entraremos em recessão combinada com alta inflação pelos próximos seis meses, até estabilizarmos a economia. O dinheiro acabou para todos, menos para a área social para dar apoio aos atingidos”, avisou o Presidente eleito, acrescentando que “o resultado do desastre económico que herda do atual Governo implica que a inflação ainda vai continuar alta pelos próximos 18 a 24 meses”.

Segundo o próprio Javier Milei, um economista, mesmo com ajustes fiscais, a inflação de novembro rondará os 15% e a de dezembro deve superar os 20%, um ritmo que, anualizado, implica uma inflação de 300%, o dobro dos atuais 143%.

“Javier Milei foi eleito basicamente para resolver a bagunça gerada pela inflação. Se ele solucionar isso ou não, será castigado ou premiado pela opinião pública. Essa é a principal métrica para medir o seu governo”, aponta Jorge Giacobbe.

Milei tem o desafio de estabilizar uma economia em agonia num curto período sob risco de perder o apoio de boa parte dos seus eleitores, já no limite da tolerância financeira. A perda do seu próprio eleitorado elevaria a pressão que movimentos sociais e sindicais ameaçam deflagrar pelo país caso as reformas do novo Governo impliquem perdas salariais ou perdas de direitos.

“Todas as nossas advertências sobre ajustes na economia, sobre privatizações e sobre reforma laboral estão perto de acontecer. Para além de sermos respeitosos da decisão democrática do povo argentino (que elegeu Javier Milei como Presidente), para nós, não há um projeto de país que seja com menos trabalhadores e que não gere desenvolvimento a partir do Estado como instrumento de distribuição”, advertiu Rodolfo Daer, membro da diretoria da Confederação Geral do Trabalho, a principal central de trabalhadores, ligadas ao Peronismo, opositor a Milei.

Mais explícito, Eduardo Belliboni, um dos líderes do movimento social de desempregados que recebem assistência social, convocou manifestações para os dias 19 e 20 de dezembro. “Eu quero que o governo de Milei se saia muito mal”, admitiu Belliboni.

“O que fazer para que, na sua primeira fase de governo, Javier Milei consiga uma implosão controlada? Milei terá de acertar desde o começo. Não terá margem para erro. Ele tem razão quando diz que é o primeiro Presidente que anuncia um ajuste e, mesmo assim, é eleito. As pessoas querem uma mudança profunda, mas quanto podem aguentar?”, indaga à Lusa o analista político, Patricio Giusto, diretor da consultora Diagnóstico Político.

“Estamos perante uma situação extremamente delicada. Se o ajuste for desordenado, as consequências sociais serão dantescas. Se for ordenado, as consequências serão negativas, mas transitórias”, explicou o Presidente.

“O atual capital político do Presidente é grande, mas pode rapidamente ser dilapidado se errar. A sua base de sustentação são jovens que vão defendê-lo nas ruas, mas Milei também foi eleito por pobres e a paciência desse segmento será bem mais curta. Podem somar-se às manifestações dos movimentos sindicais e políticos que vão resistir ao governo Milei desde o começo. Estamos nessa tensa calma à espera da tormenta”, observa Giusto.

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Acabar com a ajuda dos EUA a Kiev “permitirá que Putin vença”

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

Responsável da Casa Branca instou mais uma vez o Congresso norte-americano a aprovar financiamento adicional à Ucrânia.

A interrupção da ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia permitirá ao Presidente russo Vladimir Putin vencer a guerra, alertou hoje um responsável da Casa Branca, instando mais uma vez o Congresso norte-americano a aprovar financiamento adicional.

“O Congresso deve decidir se continua a apoiar a luta pela liberdade na Ucrânia… ou se irá ignorar as lições que aprendemos da história e permitir que Putin prevaleça”, frisou Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do Presidente dos EUA Joe Biden, durante uma conferência de imprensa. “É tão simples assim”, apontou, citado pela agência France-Presse (AFP).

De acordo com Jake Sullivan, “votar contra o financiamento adicional para a Ucrânia prejudicará a Ucrânia e ajudará a Rússia”. “Prejudicará a democracia e ajudará os ditadores”, atirou.

Numa carta enviada hoje a Mike Johnson, líder da Câmara dos Representantes, de maioria republicana, a diretora do orçamento da Casa Branca, Shalanda Young, referiu que “se o Congresso não agir”, até ao final do ano haverá “falta de recursos para entregar mais armas e equipamentos à Ucrânia e fornecer material dos arsenais militares dos EUA”.

O democrata Joe Biden pediu ao Congresso, em 20 de outubro, que aprovasse um envelope excecional de mais de 100 mil milhões de dólares para responder às emergências do momento, nomeadamente ajudar Israel e a Ucrânia, enfrentar a China e responder às chegadas de migrantes na fronteira sul.

Deste montante, mais de 60 mil milhões de dólares devem ir para a Ucrânia, da qual os Estados Unidos são de longe o principal apoiante desde a invasão da Rússia no final de fevereiro de 2022. “Isto não é um problema para o próximo ano. É agora que devemos ajudar a Ucrânia democrática a lutar contra a agressão russa”, frisou a diretora do orçamento.

A Casa Branca está empenhada em garantir o financiamento da ajuda à Ucrânia pelo menos até às eleições presidenciais de novembro de 2024, o que poderá colocar novamente Joe Biden contra o antigo Presidente Donald Trump. Vladimir “Putin não se comprometerá com a paz antes de ver o resultado da nossa eleição”, confidenciou recentemente um alto responsável diplomático norte-americano.

A carta de Shalanda Young foi publicada numa altura em que a Ucrânia reconheceu o fracasso da sua contraofensiva lançada no verão e quando a Rússia lança repetidos ataques, especialmente contra a cidade de Avdiïvka, no leste do país. Os Estados Unidos, por sua vez, estão há meses num enorme ‘limbo’ orçamental, devido a intermináveis turbulências no Congresso.

O Congresso da principal potência mundial — composto pelo Senado com maioria democrata e pela Câmara dos Representantes com maioria republicana — ainda não votou um orçamento para o ano fiscal que começou em 01 de outubro. O governo federal está a funcionar atualmente graças a uma prorrogação de emergência que irá expirar em meados de janeiro.

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