CEO da unicórnio Feedzai acusa ministra da Ciência de “miopia” por acabar com parcerias com universidades americanas

Nuno Sebastião critica o cancelamento das parcerias com universidades americanas. "Exemplos claríssimos em que investimento de longo prazo gera retorno reputacional e financeiro para Portugal".

O CEO da unicórnio Feedzai acusa a ministra da Ciência e do Ensino Superior de “falta de conhecimento e miopia” por ter cancelado as parcerias que Portugal mantém com as universidades norte-americanas University of Texas at Austin, Carnegie Mellon University e MIT para promover a internacionalização da ciência e da tecnologia nacionais. Os contratos terminam no final do ano e não serão renovados. Desde 2006, os contratos terão tido um custo de cerca de 310 milhões.

Vale muito mais um investimento numa parceria com a CMU (Carnegie Mellon University) ou UT Austin (University of Texas Austin) do que vale uma Web Summit. Mas como somos um pais sem profundidade, o que é importante são as politicas que dão para a fotografia hoje e não politicas de longo prazo”, atira Nuno Sebastião, fundador da unicórnio, numa publicação no LinkedIn, reagindo à notícia de que as parcerias lançadas em 2016 por Mariano Gago para promover a internacionalização da ciência e tecnologia nacionais tinham sido canceladas pela atual ministra da Ciência e do Ensino Superior, Elvira Fortunato.

Em junho, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e o Conselho dos Laboratórios Associados entregaram ao ministério liderado por Elvira Fortunato um parecer desfavorável à continuidade dos programas, alegando que estes já custaram a Portugal, desde 2006, cerca de 310 milhões de euros, segundo noticia o Expresso. Ao jornal, o então presidente do CRUP, António Sousa Pereira, terá considerado que não existiam “recursos para financiar a ciência em Portugal”, sendo gasto “milhões a financiar universidades americanas, com um retorno duvidoso para o país”. Mas o parecer, sabe o ECO, não recolheu apoios de todos os reitores de universidades portuguesas. E a comunidade empresarial, académica e de inovação também contrariou este parecer, denunciando, em ‘off’, uma alegada interferência de Maria de Lurdes Rodrigues, do ISCTE, para pôr fim ao trabalhado desenvolvido por Mariano Gago na Ciência e Tecnologia.

O gestor Nuno Sebastião também contesta esta análise do CRUP, apontando o impacto dinamizador destas parcerias na criação da Feedzai — um dos sete unicórnios nacionais — isto é, empresas que atingiram uma avaliação de mais de mil milhões de dólares — mas também no ecossistema. “A Feedzai existe porque em 2013 emigrei para os Estados Unido, inicialmente para Austin, onde estive nas instalações da incubadora da The University of Texas at Austin. A equipa técnica que esteve na génese da Feedzai desenvolveu o conhecimento quando estavam a estudar ao abrigo do programa de parceira com a Carnegie Mellon University. O chefe de produto da Feedzai fez o mestrado ao abrigo do programa Carnegie Mellon Portugal”, descreve o empreendedor.

“Só a riqueza e reputação gerada pela Feedzai para Portugal e para o nosso ecossistema justifica a existência destes investimentos. Foi isto que possibilitou que seja hoje a Feedzai a empresa que lidera o ranking de criação de patentes em Portugal”, aponta o CEO da unicórnio.

O que escrevo da Feedzai acima poderia escrever também sobre outras empresas tecnológicas como a Unbabel que criaram em conjunto milhares de empregos em Portugal e devolveram só em impostos muito mais do que o valor de investimento nestas parcerias”, diz ainda.

Nuno Sebastião refere ainda que foi o diretor da CMU Portugal, Nuno Jardim Nunes, que fez a ponte com “algumas das pessoas que estão na génese da Neuraspace e que também elas estiveram ligadas as estas parcerias”, diz. “A Neuraspace está a afirmar-se no panorama Europeu como uma empresa de referência na área aerospacial”, destaca.

Estas parcerias são daqueles exemplos claríssimos em que investimento de longo prazo gera retorno reputacional e financeiro para Portugal”, defende o fundador da Feedzai. “Só mesmo uma falta de conhecimento e miopia é que pode ter uma interpretação diferente e que justifique o cancelamento (a um mês de serem renovadas) destas parcerias“, atira o empreendedor.

“Agora digam-me o número de patentes ou uma que seja a empresa de sucesso criada por esses laboratórios e laboratoriozinhos que existem por essas universidades portuguesas. A resposta é simples. Não existem porque não criam valor nenhum para além de alimentar empregos e serem usados nas disputas de poder dentro das universidades”, acusa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Sabe quais os municípios que ainda não aceitaram competências na saúde?

Até ao quarto trimestre de 2022 devia estar concluído o processo de descentralização das responsabilidades no domínio da saúde com 201 câmaras.

Há 25 municípios que ainda não aceitaram transferência de competências na saúde. A maioria está na região de Lisboa e Vale do Tejo. Mas basta que 15 aceitem para cumprir a meta definida no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Isso garante o pagamento integral do terceiro cheque da bazuca, que já foi solicitado. No final de setembro, ainda faltam aceitar 32 câmaras.

Veja quais as câmaras que ainda não concluíram as negociações.

http://videos.sapo.pt/0seMGOwLvI2MHOhRG1sW

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Castro Almeida defende coligação pré-eleitoral e ataca Pedro Nuno Santos

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

“Precisamos de uma coligação pré-eleitoral a que devemos juntar cidadãos independentes de grande relevo para mostrar ao país como o PSD é um partido abrangente”, disse o ex-secretário de Estado.

O antigo secretário de Estado Manuel Castro Almeida defendeu hoje que o PSD deve ir a votos em coligação pré-eleitoral, frisou que Luís Montenegro é a única alternativa ao PS e acusou Pedro Nuno Santos de imaturidade.

Numa intervenção perante o 41.º Congresso do PSD, Castro Almeida – que foi vice-presidente do anterior líder Rui Rio, mas abandonou o cargo ao fim de pouco mais de um ano por divergências internas -, deixou vários desafios ao presidente do PSD.

Precisamos de uma coligação pré-eleitoral a que devemos juntar cidadãos independentes de grande relevo para mostrar ao país como o PSD é um partido abrangente, agregador”, defendeu, sem precisar com que partidos deve ser essa aliança.

Castro Almeida pediu ao PSD “particular cuidado na escolha de deputados”, que têm de ter credibilidade, foco em poucas bandeiras eleitorais e ao líder que “seja firme na denúncia de oito anos de desgoverno socialista”.

“Sobretudo, seja firme a denunciar os riscos da imaturidade politica: há um ministro que teve de deixar o Governo pela porta dos fundos pela sua imaturidade política e é ele que quer voltar pela porta da frente, quando não merece sequer entrar pela porta do lado”, disse, referindo-se implicitamente a Pedro Nuno Santos.

O antigo autarca de São João da Madeira – de onde é natural o candidato à liderança do PS — defendeu que a única mudança política nas próximas eleições “é para o centro” e não “da esquerda para a máxima esquerda ou esquerda radical”.

“Os portugueses que acharem que a esquerda socialista está bem, votem no candidato do PS. Os que querem a mudança, só têm um nome, Luís Montenegro, a não ser que se queiram contentar em escolher deputados e ser irrelevante na escolha do primeiro-ministro”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“O meu adversário é mesmo o Luís Montenegro”

  • ECO
  • 25 Novembro 2023

O antigo ministro, candidato à liderança do PS, reagiu ao discurso de Luís Montenegro durante o 41.º Congresso do PSD acusando-o de "radical" e um apoiante do gonçalvismo.

“O meu adversário é mesmo o Luís Montenegro”, reagiu Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas e candidato à liderança do PS, ao discurso do líder do PSD durante o 41.º Congresso do partido acusando-o de ser um “radical” e o “mais fanático defensor” do gonçalvismo.

Do discurso enquanto cidadão e adversário político gostava de ouvir eram ideias para o país e isso esteve absolutamente ausente”, atirou o antigo ministro do Governo de António Costa que diz ter ouvido o “discurso com atenção”.

“Tinha a expectativa de ouvir o que é o que PSD tinha a dizer aos portugueses e ao país sobre os seus problemas, sobre as suas ambições. Sobre isso não ouvimos uma única palavra, ouvimos um discurso cheio de ataques, de queixas, de críticas, numa linguagem extremada, planfletária, muito pouco própria de quem quer Governar o país“, reagiu Pedro Nuno Santos, às televisões.

No discurso de Montenegro “é feito um ataque a uma experiência governativa que os portugueses guardam como uma memória boa, por oposição a um governo em que Luís Montenegro foi líder parlamentar e que infligiu sofrimento ao povo português: cortou salários“, disse ainda Pedro Nuno Santos.

O discurso do líder do PSD releva também “ignorância relativamente a um Governo que ofereceu ao país uma recuperação de rendimento, crescimento económico, criação e emprego, ao mesmo tempo que fomos sempre baixando a dívida”, considera. “Torna-se difícil de compreender como é que o líder do PSD não aprendeu nada com os últimos oito anos.”

O candidato à liderança do PS faz ainda referência ao Chega que apelida de “batata quente” para a liderança do maior partido da oposição.

“O Chega não é um problema do Partido Socialista, não há nenhum cidadão português que ache que há risco do Partido Socialista se entender com o Chega, essa é uma batata quente do líder do PSD, não é um problema do Partido Socialista”, diz.

“Vimos o PSD a fazer um acordo com o Chega depois de ter dito durante toda a campanha que não faria esse acordo. O vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, diz hoje que esse acordo não foi feito, nem de incidência parlamentar, nem de governo, mas foi feito. Esta é daquelas que dá facilmente para comprovar porque o acordo está assinado e tem a assinatura de todos”, continua.

“O Chega é, obviamente, motivo de preocupação. Tivemos a oportunidade de ver ontem o líder do Chega com líderes de vários partidos de extrema-direita da Europa e, como é evidente, não há nenhum cidadão em Portugal que haja algum risco do Partido Socialista fazer qualquer tipo de entendimento com o Chega. O mesmo não o podemos dizer do PSD”, atirou o ex-ministro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dos passes ao apoio a contratos sem termo. O que mudou no OE2024 ao fim de dois dias de votações

Ao fim de dois dias de votação na especialidade do Orçamento do Estado, foram aprovadas quase 40 propostas de alteração do PS e quase 60 da oposição. Medidas emblemáticas caíram ou foram adiadas.

Ao fim de dois dias de votação na especialidade do Orçamento do Estado (OE) para 2024, poucas foram as medidas aprovadas com efetivo impacto orçamental. Entre as quase 40 alterações do PS e quase 60 da oposição que tiveram luz verde, saltam à vista a inclusão do serviço de bicicletas partilhadas nos passes de transporte público gratuitos para estudantes, proposta pelo PAN, a retoma do apoio às empresas que passem para os quadros trabalhadores a termo assim como a criação do subsídio de deslocação e de alojamento para universitários e estagiários ou o alargamento da gratuitidade das creches, medidas apresentadas pelo PS, e ainda a abertura de mais 150 salas no ensino pré-escolar, sugerida pelo PCP.

De salientar ainda a abertura do PS para estudar uma proposta da Iniciativa Liberal (IL) de alargar a licença de parentalidade aos trabalhadores independentes, vulgo recibos verdes. Esta é a primeira e, para já, a única iniciativa dos Liberais a ser viabilizada pela maioria absoluta da bancada do PS.

Fatura do gás mantém TOS e fixação da prestação de crédito adiada

Medidas emblemáticas como o fim da repercussão da taxa de ocupação do subsolo (TOS) na fatura dos consumidores de gás natural, reivindicada pelo PCP, acabou por ser chumbada pela maioria absoluta socialista que, inicialmente, estava inclinada para aprovar a medida. A tal ponto que, no primeiro dia de votações, na quinta-feira, o PS pediu para adiar a votação para o final dos trabalhos.

A expectativa era de que iria ser aprovada, mas o partido que sustenta o Governo demissionário de António Costa decidiu, na hora H, rejeitar a proposta dos comunistas que, de resto, ia ao encontro do que tinha sido aprovado no Orçamento do Estado para 2017, na altura suportado pela geringonça, de que aquele custo não deveria ser imputado aos clientes finais.

Outra proposta de peso, como a fixação da prestação de crédito das micro, pequenas e médias empresas (MPME), por iniciativa pelo PS, e cuja votação estava prevista para esta sexta-feira, acabou por ser adiada para o último dia de votações, isto é, próxima terça-feira. Esta medida, que visa atenuar o impacto das subidas das taxas de juro, iria, no fundo, replicar o mecanismo que já hoje existe para as famílias com empréstimos à habitação.

O reforço, proposto pelo PS, das transferências do Estado em 50 milhões, de 360 para 410 milhões de euros, para as empresas de transportes públicos, de forma a assegurar o congelamento dos passes sociais em 30 e 40 euros mensais, para o navegante (Área Metropolitana de Lisboa) e andante (Área Metropolitana do Porto) municipal e metropolitano, respetivamente, também foi adiado para o último dia das votações.

Livre lidera medidas aprovadas

Entre as quase 60 propostas de oposição viabilizadas pelo PS, o Livre lidera o pódio com 21 alterações aprovadas. Segue-se o PAN, com 13, e o PSD, com 12. O PCP viu, para já, oito iniciativas aprovadas e o Bloco de Esquerda (BE) apenas duas. O Chega é o único partido que ainda não conseguiu passar proposta alguma, nestes últimos dois dias de votação na especialidade.

Passe gratuito alargado a bicicletas partilhadas

Entre as medidas de maior relevo que já foram aprovadas pelo Parlamento, o destaque vai para a inclusão do serviço de bicicletas partilhadas nos passes gratuitos dos estudantes, proposta pelo PAN, que foi aprovada com a abstenção de PSD, Chega e PCP e votos a favor dos restantes partidos.

“Durante o ano de 2024, o Governo, em articulação com as autoridades de transportes de cada área metropolitana e comunidade intermunicipal, adota as diligências e alterações legislativas necessárias a assegurar a inclusão dos sistemas de bicicletas partilhadas no âmbito dos passes intermodais gratuitos e dos direitos à utilização gratuita de transportes públicos”, de acordo com o texto do PAN.

De salientar que, a partir do próximo ano, e por iniciativa do atual Governo, os passes de transporte público passarão a ser gratuitos para estudantes até aos 23 anos.

PS quer cartão de mobilidade tipo cartão de refeição

Apesar de ter sido adiada para o último dia de votações, 28 de novembro, o reforço das transferências para as empresas de transporte público para assegurar as devidas compensações pelo congelamento dos preços dos títulos, em 2024, o Parlamento aprovou, esta sexta-feira, a proposta do PS de criação do cartão de mobilidade, que tinha sido prometida pelo atual Executivo. A iniciativa contou com as abstenções de Chega, IL, PCP e BE e os votos favoráveis das restantes bancadas.

Será uma espécie de cartão de refeição que as empresas podem oferecer aos trabalhadores para suportar despesas com transporte público. Recorde-se que o atual Executivo demissionário tinha prometido avançar com esta medida. Em fevereiro, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, anunciou que o Governo estava “a desenvolver o projeto de cartão de mobilidade, que visa criar uma solução semelhante ao cartão refeição, que será pré-carregado e utilizado em soluções de mobilidade sustentável, bem ou serviços, como passes e títulos de transporte público, incluindo viagens ocasionais, longo curso e sistemas de car ou bike sharing e talvez de velocípedes e carregamento de veículos elétricos”.

Perante a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e por arrasto de todo o elenco governativo, e diante de umas eleições antecipadas para 10 de março, a medida vai ficar na gaveta. Por isso, o PS apresenta uma proposta para que, em 2024, o “Governo avalie e determine a criação e a implementação do Cartão da Mobilidade, atendendo a critérios de sustentabilidade ambiental e da mobilidade sustentável, com o objetivo de incentivar as empresas a comparticipar as despesas de mobilidade dos seus empregados, constituindo-se também como uma medida de acréscimo de rendimento das famílias, e fomentando a adoção de soluções de mobilidade sustentáveis e descarbonizadas pelos trabalhadores”, segundo o texto da iniciativa dos socialistas.

“A criação e implementação do Cartão da Mobilidade são regulamentadas por despacho do membro do Governo responsável pela área da mobilidade urbana e pela área das Finanças”, ainda de acordo com a mesma proposta.

Apoio para empresas que passem contratados para os quadros

A renovação, em 2024, do apoio às empresas que convertam os contratos de trabalho a prazo em vínculos permanentes, proposta pelo PS, foi aprovada na quinta-feira com os votos favoráveis do PS e PSD. O PCP votou contra, enquanto o Chega, IL e Bloco de Esquerda optaram pela abstenção.

“Em 2024, o Governo renova o programa Converte+ e reabre as candidaturas, prosseguindo o apoio à conversão de contratos a termo em contratos sem termo. São elegíveis os contratos a termo celebrados até 14 de novembro de 2023“, lê-se na proposta socialista.

Esta medida surgiu no âmbito do acordo tripartido para combater a precariedade, tendo estado em vigor até 31 de março de 2020. Na primeira edição, recebeu 48 mil candidaturas, um “sucesso estrondoso” nas palavras do PS.

O Orçamento do Estado para 2022 previa que o Governo reavaliaria o programa, em função dos resultados, tendo em vista a reabertura de candidaturas. É isso que os socialistas propuseram agora e foi aprovado.

Subsídio de deslocação e alojamento para universitário e estagiários

O Parlamento aprovou por unanimidade uma proposta do PS que alarga o acesso ao complemento de alojamento e de deslocação aos estudantes que frequentem estágios curriculares obrigatórios para o reconhecimento da conclusão do ciclo de estudo e que se encontrem deslocados, nos termos do Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior.

De salientar ainda medidas do PS como a criação de um subsídio mensal de 40 euros para despesas de deslocação de universitários com bolsa de estudos e que não tenham residência. Também foi criado aquilo a que os socialistas batizaram de “ação social indireta”, que vai apoiar residências e cantinas universitárias em 40 euros por cama ocupada e um euro por refeição, respetivamente.

Alargada a gratuitidade das creches a mais instituições

O Parlamento aprovou uma proposta do PS que alarga a “medida da gratuitidade das creches a entidades públicas não abrangidas pela Lei n.º 2/2022, de 3 de janeiro, desde que disponibilizem oferta ao público, nos termos já legislados para o alargamento da medida ao setor lucrativo, com efeitos no ano letivo 2023/2024″. A iniciativa contou com os votos da favor de todas as bancadas, exceto do PCP que se absteve.

A mesma proposta estabelece que, durante o ano de 2024, o Governo promove uma Nova Geração do Programa Rede Social, designando-se de Programa Rede de Desenvolvimento Social e Local, que passa “pelo fomento do desenvolvimento social e económico local e a promoção da coesão social e económica dos territórios”.

Governo abre 150 novas salas no pré-escolar da rede pública

O Parlamento aprovou ainda uma proposta do PCP que determina que, em 2024, o Governo abre mais 150 novas salas no ensino pré-escolar da rede pública, em articulação com os municípios. A iniciativa passou com as abstenções do PSD e IL. Os restantes partidos votaram a favor.

“A abertura de salas de educação pré-escolar […] deve ter previamente asseguradas as condições necessárias ao cumprimento do papel e orientações curriculares da educação pré-escolar, designadamente quanto a condições físicas, número e qualificação de trabalhadores, nomeadamente auxiliares de ação educativa e educadores de infância”, de acordo com a proposta dos comunistas.

Reforço do combate à corrupção aprovado por unanimidade

Numa altura em que o primeiro-ministro, António Costa, e outro ex-membro do Governo, João Galamba, até há bem pouco tempo ministro das Infraestruturas, estão a ser investigados pelo Ministério Público, no âmbito da Operação Influencer, por suspeita e corrupção nos negócios do lítio, hidrogénio verde e do centro de dados de Sines, o Parlamento aprovou por unanimidade duas propostas do PAN que reforçam os mecanismos de combate à corrupção.

“Em 2024, o Governo adota as iniciativas necessárias à otimização da capacidade e o reforço da cooperação entre as inspeções administrativas setoriais e os órgãos de polícia criminal especializados nos segmentos da prevenção e repressão da fraude contra os interesses financeiros do Estado, da corrupção e da criminalidade económico-financeira”, de acordo com a iniciativa do PAN que reuniu o consenso de todas as bancadas que votaram a favor.

Uma outra proposta, também do PAN, foi aprovada por todas os grupos parlamentares e prevê que, “até 30 de novembro de 2024, o Governo, em colaboração com o Mecanismo Nacional Anti-corrupção, assegura a divulgação pública de um relatório de monitorização da execução da Estratégia Nacional Anticorrupção 2020-2024, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 37/2021, de 6 de abril”.

De resto, houve uma dezena de propostas da oposição, viabilizadas pelo PS, que não terão impacto significativo no Orçamento do Estado, como a aprovação de programas de formação em bem-estar e proteção animal, que consta de uma iniciativa do PAN. Neste projeto, o PS acabou por chumbar o ponto em que o Governo tem de nomear veterinários municipais em falta.

Do mesmo modo, a bancada socialista deu luz verde à integração de estudantes e professores do Médio Oriente, mas rejeitou a afetação de verbas para esse fim.

Para além disso, o PS deixou passar uma proposta do Livre que determina a criação, em 2024, de uma base de dados digital do património imobiliário público. Este ponto aliás foi aprovado por unanimidade. Mas a parte da iniciativa que estabelece que “as despesas necessárias à criação da base de dados provêm de verba a afetar-lhe na dotação proveniente do Orçamento do Estado para a ESTAMO” acabou por ser chumbada apenas com os votos contra da maioria absoluta socialista.

Os deputados vão agora fazer uma pausa no fim de semana e voltam ao plenário na segunda-feira, para terminar de votar todas as alíneas, culminando na votação final global a 29 de novembro.

TAP aqueceu debate no Parlamento. PS muda de ideias em voto da IL

O debate desta sexta-feira começou com a discussão das normas avocadas, que os deputados quiseram voltar a trazer a plenário. Nesses votos, acabou por ser aprovada uma parte da proposta do IL sobre a proteção na parentalidade dos profissionais liberais. Foi aprovado o seguinte: “Em 2024, o Governo estuda a possibilidade e as condições de integração dos profissionais liberais e trabalhadores independentes nos regimes de licenças de parentalidade”.

Durante o debate, um dos temas mais quentes foi a TAP. A Iniciativa Liberal trouxe a proposta para que “todo o cêntimo gerado pela venda da TAP seja devolvido a todos os portugueses” de volta ao Parlamento, depois de ter sido chumbada nas votações de ontem. “Querem eleitoralismo, ponham nos vossos programas o que querem fazer a TAP“, sugeriu João Cotrim Figueiredo que, por seu turno, foi acusado de eleitoralismo pelo Livre com esta proposta. Do lado do PCP, Bruno Dias apontou que “se tivesse sido a IL a decidir já não” estariam a ter aquela “discussão porque já não existia a TAP”, alertando para o partido não “aderir a moda da motosserra”, numa referência a Javier Milei, eleito na Argentina.

Paulo Moniz, do PSD, classificou o ex-ministro Pedro Nuno Santos de “extremista impulsivo” por ter entregado 3,2 mil milhões de euros “dos portugueses. “E agora o PS não tem coragem de rever o seu retorno como receita”, acusou o deputado, frisando que “esta situação desgraça o país e os portugueses”. Já Eurico Brilhante Dias, do PS, reagiu, garantindo que os socialistas estão orgulhos do trabalho que fizeram, nos últimos oito anos, na saúde, na educação, mas também na TAP. A TAP “é uma empresa que contribui positivamente para o OE”, insistiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petrolífera Petrobras planeia transformar Colômbia num exportador de gás

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

A Petrobras está já a negociar um acordo com a gigante saudita Aramco, que tem os direitos de uso da marca da gasolina brasileira no Chile, para desenvolverem negócios na América Latina.

A petrolífera brasileira Petrobras, que descobriu uma enorme reserva de gás natural nas águas profundas do mar do Caribe, pretende criar parcerias com outras empresas para transformar a Colômbia num país exportador de gás.

A Petrobras está já a negociar um acordo com a gigante saudita Aramco, que tem os direitos de uso da marca da gasolina brasileira no Chile, para desenvolverem negócios na América Latina, afirmou à EFE o presidente da empresa brasileira, Jean Paul Prates.

“Aproveitando que estamos juntos no Chile, iniciámos conversações para criar uma estratégia para entrar no mercado de produtos em toda a América Latina”, afirmou Prates, numa entrevista.

Além das conversas com a Aramco, o responsável demonstrou o interesse da Petrobras em “revitalizar” as suas operações na Bolívia, em desenvolver uma gigantesca reserva de gás natural no Caribe colombiano, em ampliar seus negócios de gás natural na Argentina e em disputar concessões para explorar áreas marinhas no Suriname.

Segundo Prates, depois do regresso do progressista Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência do Brasil, a Petrobras, uma empresa com ações de bolsa mas controlada pelo Estado, quer voltar a dar prioridade à América Latina, uma região que tinha sido abandonada.

Jean Paul Prates afirmou que a Petrobras descobriu na zona, que explora em concessão com a colombiana Ecopetrol no Caribe, um campo onde são estimadas reservas de quatro tetrafts cúbicos (TPC) de gás natural, volume superior às atuais reservas provadas do país.

Segundo acrescentou, outras empresas como a própria Ecopetrol e as multinacionais Shell e Occidental Petroleum, descobriram importantes reservas de gás em zonas próximas e estariam interessadas em criar um ‘hub’ para exportá-las conjuntamente.

Os recursos para desenvolver estas reservas na Colômbia foram incluídos no Plano Estratégico para 2024-2028 anunciado na quinta-feira pela empresa brasileira e que prevê investimentos de 102 mil milhões de dólares, refere Jean Paul Prates.

Desse total, 73 mil milhões de dólares são destinados a projetos de exploração e produção de petróleo e gás, mas apenas 1.300 milhões de dólares para operações noutros países, incluindo Colômbia.

Na sua opinião, a solução passa pelas empresas com reservas vizinhas unirem esforços para formar um consórcio para fornecer gás natural e gás natural liquefeito.

Aquele responsável referiu que a Petrobras mantém os seus importantes campos de gás na Bolívia, que alimentam um gasoduto com capacidade para transportar 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia no Brasil, e que agora está interessado em novos negócios no país vizinho.

O plano da Petrobras para desenvolver as reservas do chamado bloco Tayrona foi anunciado três anos depois de a empresa incluir a sua participação nesse ativo (44%) no plano de desinvestimentos durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

Com o regresso de Lula da Silva ao poder, em janeiro passado, as vendas de ativos foram revistas e a Petrobras optou por retomar o papel de operadora do bloco localizado a 32 quilómetros do litoral norte da Colômbia e já tem planos de iniciar a produção em 2026.

A Petrobras também quer aproveitar a decisão das autoridades colombianas de desenvolver reservas de gás em águas offshore para reduzir as suas importações de combustíveis e impulsionar as indústrias energética e petroquímica.

Prates descartou que os planos da Petrobras na Colômbia possam ser afetados pela política do presidente colombiano, Gustavo Petro, de acelerar o processo de transição energética.

O Governo colombiano já suspendeu a atribuição de novas licenças para explorar petróleo e gás natural no país, pelo que as empresas petrolíferas que operam na Colômbia têm de se limitar a desenvolver as concessões já atribuídas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mortágua diz que Montenegro vai ter dificuldade em “falar aos adultos”

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

“Da abertura do congresso do PSD não ficou nada. A imaginação de Montenegro não passa das princesas de antigamente, vai ser-lhe difícil falar aos adultos”, criticou a coordenadora do BE.

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou hoje que vai ser difícil ao presidente do PSD “falar aos adultos” porque a sua imaginação “não passa das princesas de antigamente”, depois de Luís Montenegro a ter apelidado de Cinderela.

A líder bloquista reagiu através das redes sociais ao discurso do presidente do PSD, Luís Montenegro, na abertura do 41.º Congresso social-democrata, quando considerou que a geringonça foi “uma versão moderna” do ‘gonçalvismo’, que tem “o seu mais fanático defensor” em Pedro Nuno Santos, juntamente com a “Cinderela” Mariana Mortágua.

“Da abertura do congresso do PSD não ficou nada. A imaginação de Montenegro não passa das princesas de antigamente, vai ser-lhe difícil falar aos adultos”, criticou a coordenadora do BE.

Luís Montenegro associou Pedro Nuno Santos — candidato à liderança do PS, e que, se vencer as eleições internas socialistas liderará o partido nas legislativas de março — ao antigo primeiro-ministro Vasco Gonçalves, próximo do PCP, e chefe dos II, III, IV e V Governos Provisórios.

A nacionalização da banca e dos seguros, a par da aceleração da Reforma Agrária, foram decisões emblemáticas do chamado “gonçalvismo”, ainda hoje associado, para as forças de direita, à extrema-esquerda.

Disse Montenegro que o “mais fanático defensor” do “gonçalvismo” se chama “camarada Pedro e tem uma Cinderela chamada camarada Mortágua”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aprovada proposta de revisão estatutária da direção do PSD

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

O Congresso do PSD aprovou hoje a proposta de revisão estatutária da Comissão Política Nacional (CPN), de braço no ar e em bloco.

“Como está evidente aos olhos de todos foi aprovado por maioria a alteração estatutária”, afirmou o presidente da Mesa do Congresso, Miguel Albuquerque, no final da votação dos estatutos do PSD, decidida este sábado no 41.º congresso do partido em Almada, distrito de Setúbal.

A aprovação de alterações aos estatutos exige voto favorável de três quintos dos delegados. A Mesa não anunciou o número de votos a favor, contra ou abstenção.

A proposta da CPN, a única entregue, foi discutida em cerca de hora e meia (apenas com 11 inscrições) e foi rejeitado um requerimento para uma votação na especialidade (artigo a artigo), terminando o processo estatutário pelas 12:30 em vez das 18:00, como estava inicialmente previsto.

No final da votação, o presidente do PSD, Luís Montenegro, pediu a palavra para deixar um agradecimento aos congressistas, considerando que a aprovação da proposta de alteração aos estatutos, por maioria, revelou unidade e coesão.

“Fico imensamente grato e ainda mais confiante com a demonstração de unidade e coesão”, disse, considerando que o partido está a “projetar-se para, nos próximos anos, ser ainda mais forte, mais unido e coeso”.

OS trabalhos retomarão às 14:00 já para o segundo ponto, a análise da situação política, no qual estão previstas intervenções de antigos governantes de Durão Barroso e Passos Coelho e a presença da ex-líder Manuela Ferreira Leite.

Com a aprovação da proposta da CPN, passará a ficar inscrito nos estatutos uma quota máxima para a direção na escolha de candidatos a deputados (até dois terços do total).

Até agora, não estava definida nos estatutos do PSD qualquer limite de escolha de candidatos pela CPN, ficando essa decisão ao critério de cada direção, que, na prática, podia impor apenas cabeças de lista ou a totalidade dos candidatos.

A criação de um regulamento ético para todas as listas do partido, a aplicação de regras da paridade nos órgãos internos e a realização de uma convenção pré-congresso sempre que haja mais do que um candidato às eleições diretas para presidente do PSD são outras das alterações agora aprovadas.

No entanto, por uma questão de prazos, nenhuma das propostas se irá ainda aplicar às próximas eleições legislativas.

Passa também a ficar consagrado no estatuto um período único para eleições de distritais e concelhias e deixa de ser obrigatório ter a quota em dia para se eleger o presidente do partido, sendo apenas necessário ser militante ativo (ter uma quota paga nos últimos dois anos), e introduz-se a possibilidade do voto eletrónico nas eleições internas.

É criado um novo órgão nacional, o Provedor da Igualdade, para avaliar a promoção de políticas que visem a igualdade e equidade dentro do partido, e o Conselho Social, de aconselhamento do presidente do PSD, que inclui 12 personalidades vindas da sociedade civil e os antigos presidentes do partido.

Ao nível das sanções, faz-se uma distinção entre apoiantes e subscritores de candidaturas adversárias do PSD: os subscritores são automaticamente desfiliados, enquanto os apoiantes são julgados pelos Conselhos de Jurisdição de 1ª instância, também criados com esta proposta.

Num novo artigo, detalham-se as regras de perda de mandatos dos órgãos nacionais: caso este ocorra na Comissão Política Nacional (pela rejeição de uma moção de confiança ou aprovação de moção de censura, por exemplo), tal implica “a eleição, no prazo de 90 dias, do Presidente da CPN e dos restantes órgãos designados em Congresso Nacional”.

Clarifica-se que a aprovação de moções de confiança e de censura à direção têm de ser votadas por “escrutínio secreto” (em 2019, colocaram-se dúvidas se uma moção de confiança à direção de Rui Rio, na sequência de um repto público do agora presidente do partido, Luís Montenegro, podia ser votada de braço no ar).

Acrescenta-se ainda que na votação de uma moção de confiança ou de censura “apenas poderão participar militantes ativos ou em funções”.

Com a aprovação das novas regras, será possível militar no PSD em secções temáticas, apenas por área do interesse, embora sem os mesmos direitos de eleger ou ser eleito do que aqueles que se inscrevem nas tradicionais secções territoriais.

A formação de quadros passa a ser uma obrigação de todas as estruturas e cria-se um novo cargo, o Diretor Nacional de Formação de Quadros, nomeado pelo presidente do PSD.

Fica ainda inscrito nos estatutos que o grupo parlamentar passará a ter de remeter à Comissão Política Nacional as suas contas anuais para serem anexadas às contas consolidadas do partido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pagamentos aos setores agroflorestal e das pescas somam 397 ME em novembro

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

Foram pagos em novembro 397 milhões de euros aos setores agroflorestal e das pescas, através do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), anunciou Executivo.

O Ministério da Agricultura e da Alimentação anunciou hoje terem sido pagos em novembro 397 milhões de euros aos setores agroflorestal e das pescas, através do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).

Em comunicado, o executivo avança ainda que, no âmbito do PEPAC 23.27 (Plano Estratégico da Política Agrícola Comum), entre outubro e novembro foram realizados pagamentos num valor global de cerca de 400 milhões de euros.

Segundo detalha, este montante abrange o apoio ao rendimento base, o pagamento aos pequenos agricultores, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas, apoios às produções animais e ao setor da apicultura.

No contexto do PDR2020 (Programa de Desenvolvimento Rural), cuja execução “atingiu os 85%”, o ministério de Maria do Céu Antunes refere que foram transferidos em novembro para os agricultores mais 24 milhões de euros para a execução de medidas de investimento.

Já no que diz respeito ao programa MAR2020, cuja execução “superou os 92%”, foram realizados este mês pagamentos num valor total de 7,9 milhões de euros para o setor das pescas e da aquicultura.

“Entre outubro e novembro, conseguimos assegurar a antecipação de pagamentos num valor que equivale a, aproximadamente, 45% do total do montante associado ao Pedido Único. Mas destaco também o que está a acontecer no âmbito do MAR 2030, com a abertura de avisos que comprovam o foco na sua efetiva implementação ao serviço das Pescas”, afirma a ministra da Agricultura e da Alimentação, citada no comunicado.

Para Maria do Céu Antunes, “isto deve-se […] ao imenso esforço operacional e à colaboração dos setores” e “assenta na convicção” de que é preciso “continuar a acompanhar e a potenciar o empenho e o empreendedorismo da agricultura e das pescas em Portugal”.

De acordo com o ministério, “os pagamentos referentes ao PU2023 [Pedido Único], conforme calendário divulgado pelo IFAP, prosseguirão nos meses de janeiro e fevereiro, com um valor adicional previsto de cerca de 500 milhões de euros”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo”

  • ECO e Lusa
  • 25 Novembro 2023

O PSD está reunido em congresso para discutir os estatutos, mas também a situação do país, depois da queda do Governo e marcação de eleições antecipadas.

“Quando esse fervoroso adepto da geringonça falar assim, Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo, Deus nos livre de ter uma nova geringonça”, afirma Luís Montenegro, presidente do PSD, durante o congresso do partido, sobre Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PS.

No seu discurso de abertura do 41.º Congresso do PSD, que decorre hoje em Almada, no distrito de Setúbal, Luís Montenegro acusa o antigo ministro das Infraestruturas de agora “falar mansinho”, dizendo ainda que o PSD irá governar e já tem um adversário: o “camarada Pedro” numa referência a Vasco Gonçalves.

O presidente do PSD considerou que a geringonça foi “uma versão moderna” do ‘gonçalvismo’, que tem “o seu mais fanático defensor” em Pedro Nuno Santos, juntamente com a “Cinderela” Mariana Mortágua.

“Nem de propósito realizámos este congresso no 25 de novembro, quando o país vai ter a oportunidade de dizer não ao gonçalvismo, agora adornado numa versão moderna chamada geringonça”, disse o presidente do PSD.

“O PSD não é extremista, não é radical, não é ultraliberal, é interclassista, que é liberal na economia. Mais do que ser de esquerda ou de direita é das pessoas e para as pessoas”, disse ainda.

“Este PSD é uma casa segura para os não socialistas mas é também uma casa segura para que os que acreditam na causa socialista não se revêm neste gonçalvista transvestido de geringonça”, referiu.

Referindo-se ainda aos candidatos às eleições internas do PS — Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro –, Montenegro considerou que “aconteça o que acontecer teremos um governante da velha geringonça e cúmplice da governação dos últimos anos à frente do PS”.

Executivo “caiu de podre”

O Governo, referiu ainda, “ruiu por dentro”. “O governo não caiu por causa de um parágrafo nem um processo; caiu de podre, por indecente e má figura da governação“, disse.

Ainda sobre a queda do Executivo liderado por António Costa, o líder do PSD considerou que “o Governo caiu porque era insuportável continuar a existir, numa equipa feita em pedaços, depois de 14 demissões”, afirmou.

“O PS caiu porque não tinha e não tem soluções para o país. A instrumentalização da justiça para servir de álibi é mais uma machadada na credibilidade das instituições e é isso que o PS tem feito nas últimas semanas”, disse ainda.

Sobre os resultados do próximo processo eleitoral que se avizinha — as eleições legislativas estão marcadas para 10 de março — Montenegro diz estar convicto de que o povo português “não vai beneficiar o infrator, mas sabemos que não é suficiente para ganhar as eleições e governar”, diz

“Não são as pessoas que estão erradas quando não votam em nós, nós é que temos de admitir que estamos errados quando não damos argumentos para não votar em nós”, argumentou.

“Só serei primeiro-ministro se vencer as eleições de 10 de março. Estou aqui de peito aberto para falar das nossas propostas. Essa apresentação será feita numa outra intervenção no congresso”, referiu ainda.

O líder do PSD diz querer apresentar um projeto que propõe um “novo contrato social, gerar mais riqueza” e trazer ao Estado “um desempenho mais transparente, mais eficaz, com menos burocracia e capaz de erradicar a corrupção”.

“Queremos um Estado que atrapalhe o menos possível” a vida dos cidadãos, disse. “Vamos dar a Portugal uma vida nova e um Governo novo”, disse ainda.

“Tenho a certeza de que este congresso vai mostrar a nossa força, de mostrar a nossa equipa. Sei que esta onda laranja está muito forte, mas sei que os portugueses ainda não absorveram em plenitude essa força“, disse ainda no seu discurso.

(Última atualização às 12h10)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal é o 5.º país da zona euro que pior remunera os depósitos a prazo

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

Os países com melhores remunerações dos depósitos a prazo na zona euro eram em setembro Estónia (taxa de juro média de 3,73% em junho), França (3,60%) e Itália (3,54%).

Portugal era o quinto país da zona euro que remunerava pior os depósitos a prazo em setembro, com uma taxa de 2,29%, tendo o governador considerado esta semana que poderia ser mais alta se os clientes procurassem mais.

De acordo com o Banco Central Europeu (BCE), em setembro, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo na zona euro foi de 3,08%, sendo o país que pior remunerava a Croácia (1,19%), seguido de Chipre (1,53%), Grécia (1,75%) e Eslovénia (2,12%).

Já Portugal ocupava o quinto lugar, posição já ocupada em junho, apesar da melhoria da remuneração (em junho a taxa média era de 1,58% e em setembro de 2,29%).

Os países com melhores remunerações dos depósitos a prazo na zona euro eram em setembro Estónia (taxa de juro média de 3,73% em junho), França (3,60%) e Itália (3,54%).

Na passada quarta-feira, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, considerou que tem havido uma evolução da remuneração nos depósitos e fez um “apelo a uma atuação mais efetiva” por parte dos clientes, considerando que há inércia.

Centeno considerou que “as ofertas existentes no mercado permitiriam antecipar uma subida mais rápida das taxas de juro dos novos depósitos do que a que se verifica”.

Apesar de ser das mais baixas da zona euro, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares de 2,29% em setembro é o valor mais alto desde abril de 2013. A taxa de juro média refere-se aos novos depósitos a prazo constituídos nesse mês.

Já os novos depósitos à ordem (que podem ser levantados a qualquer momento) tiveram uma remuneração marginal (0,02%).

Quanto à taxa de juro de todo stock de depósitos a prazo de particulares, de acordo com os dados do BdP, era em setembro de 0,97% (acima dos 0,81% de agosto e dos 0,07% de setembro de 2022).

O stock diz respeito a todos os depósitos a prazo, quer os depósitos constituídos recentemente quer os mais antigos.

Desde julho de 2022, o BCE tem vindo a subir as taxas de juro diretoras como medida para combater a alta inflação. Esse aumento tem sido rapidamente refletido nos empréstimos, desde logo nos créditos a taxa variável, como é a maioria do crédito à habitação em Portugal, o que tem colocado muita pressão sobre as finanças das famílias.

a remuneração dos depósitos tem subido mais lentamente, contribuindo para os lucros que têm sido apresentados pelo setor bancário.

Os depósitos totais aplicados nos bancos que operam em Portugal ascendiam a 174,7 mil milhões de euros em setembro, menos 3,7% do que no mesmo mês de 2022.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara da EU espera que China isente de visto cidadãos de mais países europeus

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

Pequim anunciou que os cidadãos de cinco países europeus – Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos – irão beneficiar de isenção de visto para estadias de até 15 dias na China.

A Câmara de Comércio da União Europeia na China disse esperar que “mais nações europeias sejam em breve adicionadas” à lista de países cujos cidadãos têm isenção de visto no país asiático.

Na sexta-feira, Pequim anunciou que os cidadãos de cinco países europeus – Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos – irão beneficiar de isenção de visto para estadias de até 15 dias na China.

“A Câmara Europeia saúda este anúncio e espera que mais nações europeias sejam em breve adicionadas a esta lista”, afirmou o órgão num comunicado.

De acordo com a Câmara, é “positivo” que as autoridades chinesas tomem “medidas que visam facilitar o intercâmbio entre as pessoas”.

“Isso é algo palpável e, no longo prazo, também aumenta a confiança empresarial”, afirmou a associação comercial.

Para além dos cinco países europeus, a China decidiu também alargar a isenção de vistos à Malásia, “numa base experimental”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, na sexta-feira, em conferência de imprensa.

A nova medida vai vigorar entre 01 de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024.

“Os titulares de passaportes ordinários dos países acima referidos que se desloquem à China por motivos de negócio, turismo, visitas a familiares e amigos, e em trânsito por um período não superior a 15 dias, vão ser autorizados a entrar na China sem visto”, acrescentou a porta-voz.

Mao Ning disse que a medida visa “facilitar” os intercâmbios internacionais entre pessoas e permitir “uma abertura de alto nível ao mundo exterior”.

Estes países juntam-se ao Japão, Brunei e Singapura na lista das nações que gozam de isenção de visto para estadias de 15 dias na China.

A decisão surge quase um ano após Pequim ter abdicado da política de ‘zero casos’ de covid-19, que levou o número de ligações aéreas ao país a cair para 2%, face ao período anterior à pandemia.

Apesar do aumento dos voos com o exterior, dados regionais mostram que o número de visitantes estrangeiros continua muito aquém do nível de 2019. A China não publica estatísticas oficiais sobre o turismo a nível nacional desde 2021.

Xangai, um dos principais destinos turísticos do país, recebeu cerca de 756 mil visitantes estrangeiros no primeiro semestre do ano, o que corresponde a 22% do número de visitas registado em 2019.

Em Pequim, guias turísticos ouvidos pela Lusa estimaram que o número de estrangeiros a visitar a cidade ronda também os 20%, face a 2019.

Especialistas citados pela imprensa chinesa culparam a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião.

A China tomou outras medidas este ano para impulsionar o número de visitas ao país. As carteiras digitais WeChat Pay e Alipay anunciaram, em julho passado, que os seus sistemas de pagamento estão disponíveis para utilizadores estrangeiros que visitam o país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.