Aumentos do abono de família têm impacto de quase 27 milhões

Valores mensais do abono de família são atualizados em 2,1% com efeitos retroativos ao início do ano. Impacto orçamental é de 26,8 milhões de euros.

O Ministério do Trabalho indicou esta quarta-feira que a atualização dos valores mensais do abono de família vai ter um impacto orçamental de 26,8 milhões de euros. O apoio mais expressivo – isto é, aquele que é pago às famílias mais carenciadas com crianças até três anos – sobe cerca de quatro euros, para 186,87 euros mensais.

“O Governo atualizou em 2,1% os valores de referência para o abono de família, abono de família pré-natal, bonificação por deficiência, subsídio de assistência à terceira pessoa, majoração nas situações de monoparentalidade e famílias numerosas e garantia para a infância. Todos estes valores serão pagos retroativamente a janeiro deste ano“, informou o ministério liderado por Maria do Rosário Palma Ramalho, numa nota enviada às redações.

No caso do abono de família, para o primeiro escalão de rendimentos (as famílias mais vulneráveis), o apoio mensal passa a ser de 186,87 euros para as crianças até 36 meses (estava em 183,03 euros) e 73,51 euros para as crianças e jovens com idade superior a 36 meses (estava em 72 euros).

Já no caso das famílias que se enquadrem no segundo escalão, os valores mensais de abono de família passam a ser 158,17 euros (estava em 154,92 euros) e 73,51 euros (estava em 72 euros) para crianças com até três anos e para crianças e jovens idades superiores, respetivamente.

Para o terceiro escalão de rendimentos: 129,23 euros para crianças com idade igual ou inferior a 36 meses; 58,05 euros para crianças e jovens com idade superior a 36 meses e igual ou inferior a 72 meses; E 53,18 euros para crianças e jovens com idade superior a 72 meses”, explica o Ministério do Trabalho. Neste escalão, hoje o apoio mais alto era de 126,57 euros, o intermédio de 56,86 euros e o mais baixo de 52,09 euros.

Já para as famílias que se encaixem no quarto escalão de rendimentos, o apoio mensal passa a ser de 86,53 euros para crianças com idade igual ou inferior a 36 meses (estava em 84,75 euros), e de 43,81 euros para crianças e jovens com idade superior a 36 meses e igual ou inferior a 72 meses (estava em 42,91 euros).

Por outro lado, no que diz respeito aos montantes mensais do abono de família pré-natal, passam a ser os seguintes: 186,87 euros em relação ao primeiro escalão de rendimentos; 158,17 euros em relação ao segundo escalão de rendimentos; 129,23 euros em relação ao terceiro escalão de rendimentos; E 86,53 euros em relação ao quarto escalão de rendimentos.

Quanto à bonificação por deficiência, os montantes mensais são atualizados para os seguintes valores: 72,59 euros para titulares até aos 14 anos; 105,73 euros para titulares dos 14 aos 18 anos; e 141,52 euros para titulares dos 18 aos 24 anos. A atualização deste apoio tem um impacto de dois milhões de euros.

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Acelerador europeu Startupbootcamp chega a Portugal

O arranque do acelerador, presente em mais de 20 países, é marcado com a realização a 10 de abril do evento Future XPO, na Universidade de Aveiro.

A Startupbootcamp, a “maior aceleradora europeia de startups”, inicia atividade em Portugal em abril. O arranque assinala-se no dia 10 com a realização do evento Future XPO, na Universidade de Aveiro, para ligar startups, investidores e líderes da indústria.

“Portugal está rapidamente a emergir como um polo de inovação e acreditamos que este é o momento certo para trazer a nossa experiência em aceleração para este ecossistema dinâmico. O Future XPO não será apenas a nossa introdução a Portugal mas também um catalisador para colaborações significativas que geram impacto real”, diz Kauan Von Novack, CEO da Startupbootcamp, citado em comunicado.

Indústria, Inteligência Artificial e Saúde e Bem-Estar são os eixos do evento, que, depois de reunir mais de 5.000 participantes em Amesterdão, realiza-se em Portugal, a 10 de abril, na Universidade de Aveiro. “Um verdadeiro ponto de encontro para empreendedores, investidores e especialistas do setor explorarem as mais recentes tendências e desenvolvimentos do ecossistema de startups”, descreve a entidade promotora.

“Os participantes podem juntar-se ao FutureXPO Hackathon, onde mais de 50 futuros empreendedores enfrentarão desafios globais numa intensa competição de oito horas”, informa a organização. Os fundadores “terão a oportunidade de apresentar as suas startups no palco principal, conectar-se com investidores nacionais e mostrar as suas soluções na Future Exhibition Area.”

Com presença em mais de 20 países, a Startupbootcamp já acelerou mais de 1.700 startups, conectando-as com investidores, parceiros corporativos e mentores.

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Cristina Fonseca é uma das 100 mulheres mais influentes no capital de risco

A cofundadora da Talkdesk e atualmente general partner da Indico Capital foi considerada uma das 100 líderes femininas “a impulsionar a inovação” na Europa.

Cristina Fonseca, cofundadora da Indico Capital Partners, em entrevista ao ECO MagazineHugo Amaral/ECO

Há uma portuguesa entre as 100 mulheres mais influentes no venture capital europeu: Cristina Fonseca. A cofundadora da Talkdesk e atualmente general partner da Indico Capital foi reconhecida, pela revista online EU-Startups, como uma das líderes femininas que estão “a impulsionar a inovação” no velho continente.

“É uma enorme honra ser reconhecida entre tantas mulheres incríveis que estão a moldar o ecossistema de startups e capital de risco na Europa”, afirma Cristina Fonseca, cofundadora e sócia da Indico Capital e especialista na área de tecnologia e inteligência artificial (IA).

“Este reconhecimento não é apenas uma celebração de percursos individuais, mas também um reflexo do caminho que a Europa percorreu nos últimos anos a construir empresas de classe mundial e um mercado de investimento muito mais maduro”, diz citada em comunicado.

Empreendedora — cofundou a Talkdesk, um dos unicórnios portugueses, e em 2019 a Cleverly, vendida mais tarde à Zendesk — e investidora — é cofundadora e general partner da Indico Capital, gestora de capital de risco que, desde 2019, já investiu mais de 100 milhões de euros em 51 empresas, as quais angariaram até à data mais de dois mil milhões de euros de investidores globais —, Cristina Fonseca foi considerada este ano uma das 100 mulheres mais influentes no VC europeu. “Líderes femininas, fundadoras e investidoras, que impulsionam a inovação e estão a moldar o futuro do empreendedorismo” na Europa, aponta a revista online.

“A oportunidade de investir na Europa nunca foi tão relevante”, diz Cristina Fonseca. “Empreendedores que se tornaram investidores podem acrescentar um valor único, trazendo a experiência operacional e a perspetiva de quem já esteve do outro lado”, aponta. A profissional espera que “este reconhecimento internacional sirva de inspiração”, realçando “a importância da diversidade e inclusão para impulsionar a inovação e construir as empresas do futuro”.

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Garrigues com receitas de 481,85 milhões em 2024

Sem revelar o valor específico do escritório em Portugal, a Garrigues avança que peso do negócio internacional foi de 13% em 2024.

A sociedade de advogados Garrigues alcançou uma receita de cerca de 481,85 milhões de euros em 2024. Segundo a firma, este valor representa um aumento de 6,1% em comparação com o ano anterior.

Sem revelar o valor específico do escritório em Portugal, a firma avança que no país vizinho, em Espanha, as receitas situaram-se em 419,19 milhões, um aumento de 5,7%. No resto do mundo situaram-se em 62,66 milhões, depois de aumentar 8,9%.

“O peso do negócio internacional foi de 13% em 2024. Caso se tivesse tornado efetiva neste exercício a integração da sociedade mexicana Sánchez Devanny, anunciada no passado mês de julho e formalizada nas últimas semanas, este teria ascendido a 18%”, revela o escritório em comunicado.

No total, as principais áreas de prática aumentaram as receitas, sendo a de Comercial e Fusões e Aquisições a que tem mais peso no negócio (com 31,2%), seguida por Tributário (30%), Resolução de Conflitos: Litigação e Arbitragem (12,8%), Laboral (11,9%), e Administrativo e Constitucional (8%).

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VdA disponibiliza sistema de Inteligência Artificial desenvolvido em Portugal para o setor jurídico

A VdA disponibiliza à firma o sistema Affine, da NeuralShift, uma plataforma de deep legal research que recorre à inteligência artificial para otimizar a pesquisa e análise de conteúdo jurídico.

A VdA disponibiliza a toda a firma o sistema Affine, da NeuralShift, uma plataforma de deep legal research que recorre à inteligência artificial para otimizar a pesquisa e análise de conteúdo jurídico, com base na reprodução de bases de dados públicas de legislação nacional e jurisprudência portuguesa e europeia.

“A confiança consolidada ao longo deste período levou a uma adoção progressiva destas ferramentas, sendo agora alargada para toda a firma, reforçando o compromisso da VdA com a inovação e a eficiência no setor jurídico”, segundo comunicado do escritório.

A relação da VdA com a Neurashift iniciou-se em 2022, no âmbito do Center for Responsible AI, um consórcio liderado pela Unbabel, composto por 25 parceiros empresariais e do sistema de I&D. O consórcio está a desenvolver diversos produtos e serviços baseados em inteligência artificial e procura colocar o país e a Europa na vanguarda no domínio da Inteligência Artificial Responsável, sendo a sua atividade financiada pelo Next Generation EU, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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“Não é compreensível.” Centeno volta a criticar bancos por juros baixos nos depósitos

Banqueiros recusam a ideia de que pagam pouco aos depositantes, mas o governador diz que "não é muito compreensível" quando recebem taxas mais elevadas pelo dinheiro que guardam no banco central.

O governador do Banco de Portugal voltou a criticar os bancos por não remunerarem devidamente os depositantes quando conseguem taxas de juro “significativamente” superiores junto do banco central. Ideia que os banqueiros recusam: “Não é um tema tão relevante”.

“O que é exigido à banca? Muito. É exigido à banca que cuide das almofadas que consiga criar, é exigido à banca – e hoje podemos exigir — que apoie a economia, e que reflita no rendimento que dá às poupanças dos portugueses aquilo que é a remuneração que obtém nos bancos centrais dos depósitos que lá tem”, começou por dizer Mário Centeno na intervenção de encerramento do Fórum Banca, organizado pelo Jornal Económico.

Centeno disse mesmo que “não é muito compreensível que haja diferença significativa na remuneração dos depósitos da banca junto do banco central pelo Banco de Portugal e a remuneração dos depósitos que a banca faz aos seus clientes”.

De acordo com o banco central, os novos depósitos já pagam menos de 2%, enquanto a taxa de juro de depósito do Banco Central Europeu (BCE) se situa nos 2,5%.

Não foi a primeira vez que o governador condenou a postura dos bancos neste tema. Esta quarta-feira lembrou que “a capacidade dos bancos em atrair depósitos é atribuída por nós, pelo país”. “E é uma responsabilidade social da banca gerir as poupanças dos portugueses, gestão que é feita com base no sistema que depende da confiança e foi a falta de confiança que nos trouxe às anteriores crises anteriores”. “Não podemos pôr em causa nunca essa confiança”, alertou.

Segundo Centeno, “a banca tem uma obrigação de respeitar o contrato social que tem e lhe é atribuído fiduciariamente pelo Estado na gestão das poupanças portugueses”.

Banca diz que é tema de concorrência

Antes da intervenção o governador, os líderes dos maiores bancos também abordaram o tema. E desvalorizaram as críticas. “Não é um tema tão relevante”, disse o CEO do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida.

Os depósitos em Portugal, ao contrário do que a maioria das pessoas dizem, não estão mal pagos, são pagos de acordo com a lei da procura e da oferta de um mercado altamente competitivo. Não é de todo um problema, os bancos continuam a competir de forma muito agressiva”, referiu o líder do BCP, Miguel Maya.

Para João Pedro Oliveira e Costa, “é um tema completamente concorrencial”. “O mercado é aberto, é livre, há muitas alternativas de investimento e boas. Os bancos têm crescido nos depósitos. Não há muito mais a dizer”, disse o CEO do BPI.

Acautelar viragem do ciclo

Sem falar da crise política, o governador reiterou ainda o aviso aos bancos sobre o trabalho de casa que devem fazer para enfrentarem a mudança de ciclo económico.

“Se gozamos de uma situação cíclica muito positiva em Portugal — que não temos na Europa, pois Portugal está a crescer acima do PIB potencial – (…) temos de nos acautelar para as variações do ciclo. A pior coisa que podemos fazer hoje é sentar em cima de uma situação cíclica positiva e pensar que se vai perpetuar. Não é assim, não vai ser assim no futuro”, avisou Centeno.

(Notícia atualizada às 14h01)

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Serviços do SNS impedidos de aumentar pagamentos em atraso

Decreto-lei que estabelece normas da execução do OE2025 prevê que serviços do SNS estão limitados mensalmente ao máximo de pagamentos em atraso registado no período homólogo do ano passado.

Os serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão, este ano, limitados mensalmente ao máximo de pagamentos em atraso registado no período homólogo do ano passado. A medida está prevista no decreto-lei que estabelece as normas de execução do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), publicado na terça-feira em Diário da República.

A execução mensal dos estabelecimentos e serviços integrados no SNS não pode conduzir ao aumento dos pagamentos em atraso relativamente ao período homólogo do ano de 2024“, define o diploma.

Caso se verifique, estas entidades serão sancionadas, sob a forma de redução da transferência pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) – enquanto entidade coordenadora do programa orçamental do Ministério da Saúde – para o estabelecimento e/ou serviço integrado no SNS “no montante relativo à diferença entre o valor dos pagamentos em atraso verificado em 2024 e os verificados no mês homólogo de 2025”.

O decreto-lei estabelece ainda que “os estabelecimentos e serviços integrados no SNS não podem, com exceção do agrupamento de despesa ‘despesas com pessoal’, ter uma execução igual ou superior a 2% comparativamente com a execução verificada no período homólogo do ano anterior”.

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Gouveia e Melo já pediu registo de marca para avançar para Belém

Almirante vai avançar com a candidatura após as legislativas, pois não quer interferir ou perturbar processo eleitoral.

Henrique Gouveia e Melo está mais perto de apresentar a candidatura a Belém e prova disso é o pedido de registo da marca presidencial “Movimento Gouveia e Melo Presidente”, realizada no dia 27 de fevereiro por Hugo Telinhos Braga.

A marca foi pedida para registo no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e publicada no boletim do INPI no dia 11 de março, lê-se no documento que o ECO teve acesso.

O almirante vai avançar com a candidatura após as legislativas, pois não quer interferir ou perturbar processo eleitoral, avançou o Observador. Assim que o novo Governo tomar posse, o que deverá acontecer em maio, Gouveia e Meio irá formalizar a “candidatura a Belém”.

O mês passado Gouveia e Melo disse que “não existe nenhum tabu” em relação a uma possível candidatura a Belém, mas deixou claro não ter “nenhuma pressa”.

Marques Mendes, candidato a Belém, já tinha confirmado que Gouveia e Melo será candidato à Presidência da República.

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TAP lamenta greve na Portugália e garante “normalidade”

Companhia aérea considera que motivo do protesto "é de difícil compreensão" e diz que já tomou "todas as medidas possíveis para mitigar o efeito desta greve junto dos passageiros".

A TAP lamenta a greve a tempo parcial dos pilotos da Portugália, que se iniciou esta quarta-feira e prolonga-se até 27 de março, considerando que o motivo do protesto “é de difícil compreensão”. Garante que a operação da companhia decorrerá com normalidade.

A TAP lamenta a greve parcial do Sindicato dos Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA) para a Portugália de 12 a 27 de março, entre as 3h00 e as 9h00″, diz a transportadora aérea numa resposta enviada ao ECO. A companhia “reitera a importância da PGA para o Grupo TAP e mantém-se, como sempre, aberta ao diálogo e a soluções que permitam um entendimento, desde que não seja colocada em risco a sustentabilidade do Grupo e de todos os seus Trabalhadores”, acrescenta.

“Na impossibilidade de um consenso que permita evitar um protesto cuja razão de ser é de difícil compreensão, a TAP tomou já todas as medidas possíveis para mitigar o efeito desta greve junto dos passageiros“, diz ainda, assegurando que “a operação da TAP decorrerá com normalidade neste período“.

A greve a tempo parcial na Portugália, convocada pelo SIPLA, avançou a partir desta quarta-feira, depois de falhada uma última tentativa da parte da administração para evitar a paralisação, que decorre até 27 de março.

“Na terça-feira à tarde teve lugar uma reunião com a administração, numa última tentativa de evitar/adiar a greve. Não houve acordo com a empresa e a greve vai avançar“, respondeu ao ECO a direção do SIPLA.

Segundo o SIPLA, durante “o horário da greve (entre as 3 e as 9h da manhã), num total de 27 voos programados, apenas foi efetuado um (96% de adesão). Os voos têm sido substancialmente atrasados e outros cancelados”, diz.

Na origem da greve está o descontentamento dos pilotos da Portugália com as alterações ao Regulamento do Recurso à Contratação Externa (RRCE), que obriga a TAP a indemnizar os seus pilotos caso ultrapasse o limite de contratação de voos de outras companhias, incluindo a Portugália.

A companhia aérea teve de pagar cerca de 60 milhões aos pilotos da TAP em indemnizações no ano passado e como contrapartida pela alteração do RRCE, que elevou o limite para 20% das horas voadas, mas manteve a Portugália como uma transportadora externa, estatuto que não se altera mesmo com a já anunciada aquisição pela TAP SA.

Na aprovação do pré-aviso, o SIPLA argumentou que a paralisação visa “salvaguardar os postos de trabalho hoje em risco iminente”, já que “temem pelo futuro da empresa” que atualmente emprega 900 trabalhadores. O sindicado reclama que o limite à contratação externa passe para 25% e quer suprimir “suprimir o impedimento a que a Portugália tenha no seu COA [certificado de operador de transporte aéreo] outras aeronaves além das que existem atualmente, o que culminaria na sua extinção quando estas chegassem ao seu fim de vida”.

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Governo recolheu mais de mil contribuições para Agenda Nacional de IA antes da crise política

Ministério da tutela diz que recebeu 1.217 "contribuições" na consulta pública sobre a política nacional para a inteligência artificial (IA). Calendário ameaçado pela crise política.

O Ministério da Juventude e Modernização recolheu mais de mil contribuições para a construção da Agenda Nacional de Inteligência Artificial (IA), um instrumento de política pública que visa “definir o caminho para o desenvolvimento e aplicação” da IA em Portugal. O prazo de recolha iniciou-se a 30 de janeiro e terminou no dia 28 de fevereiro.

Questionado sobre o número de participações na consulta pública, o gabinete da ministra Margarida Balseiro Lopes respondeu esta quarta-feira que “foram recebidas 1.217 contribuições ao longo do processo”.

A Agenda Nacional de IA faz parte da Estratégia Digital Nacional definida por este Governo e levou a ministra da tutela a realizar três “sessões públicas” em janeiro, em Lisboa, Évora e Porto.

Em resposta ao ECO, o Ministério aponta ter recebido ainda outros contributos nessas sessões, assim como em “reuniões privadas de auscultação”. Estes “consistem não só” em sugestões e propostas como também em “medidas e ações concretas”, ressalva fonte oficial.

O calendário do Governo prevê a apresentação desta agenda “no final do primeiro trimestre”, coincidindo com o lançamento da primeira versão do modelo de IA generativa Amália, anunciado em novembro, no palco da Web Summit, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e que também está previsto ser apresentado até ao fim deste mês.

Mas este calendário está agora em risco, depois de esta terça-feira o Parlamento ter retirado a confiança ao Governo, o que deverá levar à dissolução da Assembleia da República e convocação de eleições antecipadas nos próximos dias, que o Presidente da República já apontou para maio.

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Alibaba lança modelo de IA capaz de interpretar emoções humanas

Grupo chinês disponibilizou um novo modelo de IA que diz ser capaz de interpretar emoções humanas, como raiva ou felicidade. Empresa tenta fazer frente à OpenAI.

O grupo chinês Alibaba desenvolveu um modelo de inteligência artificial (IA) que diz ser capaz de interpretar emoções humanas. Em duas demonstrações, o R1-Omni aparenta conseguir descrever o estado emocional de uma pessoa a partir de um vídeo, assim como o seu vestuário e o ambiente envolvente.

“Focamo-nos no reconhecimento de emoções, uma tarefa em que tanto as modalidades visuais como de áudio desempenham papéis cruciais”, explicam os autores do modelo disponibilizado em regime de código aberto (open source). “O R1-Omni demonstra capacidades superiores de raciocínio, permitindo um entendimento mais claro de como a informação visual e sonora contribui para o reconhecimento de emoções”, acrescentam.

Num dos vídeos usados para demonstração, o modelo interpreta corretamente que se trata de um homem com um casaco castanho e cabelo escuro, que “apresenta um estado emocional de confusão, raiva e excitação”. Noutro vídeo, o modelo responde, também corretamente, que se trata de uma mulher com uma fita vermelha na cabeça, que aparenta estar “feliz”.

O avanço da Alibaba dá-se numa altura em que a empresa tenta posicionar-se como um player inovador no campo da IA generativa, competindo com a norte-americana OpenAI, que disponibilizou este ano o novo modelo GPT-4.5, capaz de entender melhor as nuances dos pedidos dos utilizadores.

De acordo com a Bloomberg, que noticiou primeiro o novo modelo da Alibaba, o CEO da empresa, Eddie Wu, disse em fevereiro aos analistas que alcançar a inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês) é agora o “principal objetivo” do grupo. A AGI é uma área teórica da IA que visa desenvolver um modelo com inteligência e capacidades cognitivas semelhantes às dos humanos e é também a principal missão da OpenAI, criadora do ChatGPT.

Em simultâneo, a Alibaba está também a competir internamente com a DeepSeek, uma startup chinesa relativamente obscura que ganhou fama mundial este ano graças ao seu modelo R1, capaz de imitar o raciocínio humano por uma fração do investimento que tem sido feito pelas concorrentes nos EUA.

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“Parlamento não deu uma oportunidade a Portugal”. Patrões preocupados com efeitos da queda do Governo

CIP, CCP e CTP alertam para cenário internacional marcado por instabilidade e mostram-se preocupados com impacto da queda do Governo. Armindo Monteiro aponta "problema de produtividade" na AR.

O Parlamento não deu uma oportunidade a Portugal“. As palavras são do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que se mostra preocupado com o impacto no país da queda do Governo de Luís Montenegro, numa altura em que o cenário internacional está também marcado por instabilidade. Em declarações ao ECO, Armindo Monteiro critica o “não esforço de convergência” entre os partidos com assento na Assembleia da República.

Armindo Monteiro, presidente da CIP, em entrevista ao ECO - 28FEV24
Armindo Monteiro, presidente da CIP, em entrevista ao ECO.Hugo Amaral/ECO

“Aquilo a que assistimos ontem [na terça-feira] no Parlamento foi a uma tática pré-eleitoral, e não um esforço concreto de convergência dos partidos para salvaguarda dos interesses do país. O Parlamento não teve como principal preocupação os interesses do país”, sublinha o patrão dos patrões.

Na tarde de terça-feira, foi discutida e votada uma moção de confiança, tendo PS, Chega, BE, PCP, PAN e Livre ditado o seu chumbo e, consequentemente, a queda do Governo que tomou funções há menos de um ano.

Em reação, Armindo Monteiro nota que “havia um entendimento” sobre a forma de escrutínio do primeiro-ministro — a Comissão Parlamentar de Inquérito, como propôs o PS e chegou a admitir o Governo –, mas “o ponto de discórdia foi o prazo“, o que, na visão do presidente da CIP, é de criticar.

“O Parlamento tem um problema de produtividade“, atira Armindo Monteiro. “Se os partidos tinham interesse em escrutinar e só não se entenderam no prazo, parece-me que é um problema de produtividade, de fazer no tempo oportuno em vez de no tempo político”, insiste.

Se os partidos tinham interesse em escrutinar e só não se entenderam no prazo, parece-me que é um problema de produtividade.

Armindo Monteiro

Presidente da CIP

Ao ECO, o líder da CIP diz ainda estar preocupado por três razões: não só por não haver convergência dos partidos em torno dos interesses nacionais, mas também por não haver um “sentimento de privilegiar a prosperidade em Portugal“. E, pior, pela dificuldade que se adivinha na governação do país, após a nova ida às urnas.

“Continuamos a insistir na tática partidária e não em unir esforços”, lamenta Armindo Monteiro, que chama a atenção para o cenário repleto de “perigos internacionais” — como as tarifas alfandegárias impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — que serve de pano de fundo a esta crise política em Portugal.

CCP com preocupação redobrada

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), em entrevista ao ECO - 27FEV24
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), em entrevista ao ECO.Hugo Amaral/ECO

Também da parte da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) chega a mensagem de que é lamentável que o país seja “novamente confrontado com a realização de eleições legislativas”, passado pouco mais de um ano desde a última ida às urnas, especialmente quando o resultado “poderá conduzir a um novo ciclo de instabilidade política“.

“As empresas precisam de estabilidade e previsibilidade para a prossecução da sua atividade, principalmente num contexto internacional marcado pela incerteza“, salienta a CCP, numa nota enviada às redações, em linha com o expresso pelo presidente da CIP.

A confederação liderada por João Vieira Lopes lembra também que já estava preocupada com o atraso no cumprimento das expectativas das empresas, “quer do ponto vista fiscal, quer económico”, sentimento que agora é agravado, “face aos previsíveis agravamentos decorrentes de mais esta mudança a curto prazo no elenco governativo”.

“A CCP apela a que todos os partidos políticos se comprometam — em caso de vitória eleitoral — com a adoção de procedimentos céleres que agilizem a tomada de decisões fundamentais para o país“, assinala a confederação.

Também Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), confessa-se preocupado com a atual situação política, especialmente face à “incerteza de âmbito internacional” que servem de pano de fundo. “E não me parece que esta intranquilidade seja apenas para dois meses. É que não se vislumbra que as soluções que possam resultar após as eleições sejam mais tranquilizadoras ou mais clarificadoras que as atuais. Ou seja, a possibilidade de uma necessária maioria governativa e estável ao que tudo indica, vai estar ainda mais fragilizada“, projeta o responsável.

Já da parte da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), o secretário-geral, Luís Mira, entende que “a queda de um governo é sempre um fator de potencial instabilidade para o país“, mas garante que “as empresas estão preparadas para continuar a funcionar normalmente“.

“No caso da agricultura, a atividade não para e as culturas não esperam pelas eleições nem pelo Governo. Além disso, julgo que não há razão para que o Plano de Recuperação e Resiliência não avance e penso que a Administração Pública tem de estar preparada para continuar a funcionar com normalidade, até porque o regime faz atualmente cinquenta anos e os portugueses estão já habituados a estas situações“, afirma o responsável.

O ECO também questionou a a UGT, que remeteu declarações para momento posterior à decisão do Presidente da República.

Em contraste, do lado dos sindicatos, Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, já defendeu que não há que ter receio em relação ao futuro, criticando a atuação do Governo de Luís Montenegro, não só nesta crise — “teve muito tempo para ultrapassar os obstáculos”, entende –, mas em relação ao último ano, tendo em conta que, nomeadamente, os salários portugueses continuam a compara mal.

(Notícia atualizada com declarações da CAP e CTP)

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