Unicorn Factory defende ‘corredor rápido’ para vistos tech

"Felizmente, são bem mais as vozes que elogiam Portugal como destino para expansão de operações", diz Gil Azevedo, da Unicorn Factory Lisboa, reagindo às acusações do CEO da Cloudflare.

A criação de “canais prioritários para vistos de elevada importância”, como já fazem países como os EUA ou Alemanha, para o setor tecnológico poderá acelerar a atribuição de vistos para os trabalhadores da indústria cujos atrasos em Portugal tanto ‘irritaram’ o CEO da Cloudflare, Matthew Prince, que acusou Portugal de ser um “país pouco sério” e ameaçou com o corte de investimento no país.

“Podem existir constrangimentos e atrasos, em temas relacionados com a imigração, que têm de ser resolvidos rapidamente pelo Governo, criando por exemplo canais prioritários para vistos de elevada importância, como já fazem vários países”, reage Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa, quando instado pelo ECO sobre se recebiam esse tipo de reclamações de outros hubs tecnológicos ou de outras empresas que estejam a recrutar talento internacional.

Podem existir constrangimentos e atrasos com temas relacionados com a imigração que têm de ser resolvidos rapidamente pelo Governo, criando por exemplo canais prioritários para vistos de elevada importância, como já fazem vários países.

Gil Azevedo

Diretor executivo da Unicorn Factory

Países como os Estados Unidos, Canadá (que oferece um processamento em duas semanas para certas profissões do setor tecnológico), Reino Unido, Alemanha, Austrália ou Nova Zelândia têm esse tipo de programas em marcha, elenca o responsável.

Os constrangimentos relacionados com os tempos de espera de vistos e no aeroporto já existem há vários anos, mas acreditamos que estão a ser resolvidos pelo Governo, dado que não dependem das autarquias”, diz ainda, destacando, no entanto, que o país tem conseguido atrair projetos internacionais.

Portugal continua a ser um destino atrativo para startups e talento. Entraram mais de 500 startups na Unicorn Factory Lisboa, das quais cerca de 55% são projetos internacionais, de países como Brasil, Espanha, Reino Unido, EUA, entre outros”, elenca o responsável.

“A cidade de Lisboa tem também vindo a receber um número recorde de empresas tecnológicas internacionais, incluindo 14 unicórnios desde 2022”, refere ainda. “Só nos últimos dois anos, Lisboa atraiu 70 empresas tecnológicas, o que possibilitou a criação de mais de 15.000 postos de empregos”, diz ainda.

É fundamental que se resolva os constrangimentos, para que o sentimento dominante continue a ser acima de tudo a atratividade do país.

Gil Azevedo

Diretor executivo da Unicorn Factory

Crescimento que “depende também da capacidade do país de continuar a adaptar o seu enquadramento legal e fiscal às necessidades do setor“, alerta.

“É muito importante que o Governo estabeleça como prioridade a resolução destes constrangimentos e a burocracia em geral. O futuro dos países depende cada vez mais da capacidade de atrair e gerar inovação, como forma de receber investimento estrangeiro e criar mais e melhores postos de trabalho”, reforça.

No último ranking do StartupBlink, Portugal manteve a 29.ª posição, de um total de mais de 60 países analisados, mas Lisboa e Porto, os dois principais ecossistemas de empreendedorismo nacionais, sofreram recuos face a outras cidades de acolhimento de hubs de empreendedores.

Já no ranking das “Rising Stars” na Europa, do “Global Tech Ecosystem Index 2025”, da Dealroom, Lisboa ocupa a 10.ª posição, sendo a única cidade portuguesa a marcar presença.

Um esforço de adaptação que não pode ser só nacional. “É essencial que a União Europeia crie condições para a inovação e que seja capaz de facilitar a inovação e não se limite apenas na regulação. Só assim conseguimos tornar-nos mais atrativos para o talento estrangeiro e competir com as outras grandes potências mundiais”, diz.

Apesar das duras críticas do CEO da Cloudflare — que diz que as condições para investir têm vindo a deteriorar-se desde a abertura do escritório da tecnológica em Lisboa/Portugal —, Gil Azevedo destaca que, “felizmente, são bem mais as vozes que elogiam Portugal como destino para expansão de operações”, sentimento que, diz, têm “observado de forma consistente nos últimos dois anos”, refere.

“É por isso fundamental que se resolva os constrangimentos, para que o sentimento dominante continue a ser acima de tudo a atratividade do país, que resulta da nossa centralidade geográfica, da qualidade das nossas universidades, e da forma aberta como os portugueses recebem novas pessoas, aliada à aposta institucional na inovação, são fatores muito relevantes no momento da escolha de expansão ou abertura de uma nova localização”, aponta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Meo vai assinar contratos de energia para melhorar “visibilidade dos custos” energéticos

"A subscrição de PPA garante melhor visibilidade sobre a quantidade e o preço da energia que podemos adquirir em 2025", disse esta terça-feira o representante das relações com os investidores.

A Altice International informou esta terça-feira que pretende melhorar a rentabilidade e a visibilidade do negócio energético, que comercializa através da marca Meo Energia, com a assinatura de contratos de aquisição de energia que lhe permitam controlar melhor os custos da eletricidade.

“A nossa estratégia para melhorar a margem é através da assinatura de PPA (Power Purchase Agreements) que nos permitam mitigar o risco de exposição ao mercado de energia”, afirmou um representante da empresa na relação com os investidores, numa chamada com analistas.

Em causa estão acordos de compra e venda de energia, tradicionalmente de fontes renováveis, a longo prazo e que permitem preços mais competitivos do que o resto do mercado. A operadora de telecomunicações, que se lançou na comercialização de energia em 2020, sentiu necessidade de avançar para este mecanismo devido ao impacto dos custos nas contas do início do ano.

“O nosso desafio agora é realmente garantir que podemos crescer com sucesso do ponto de vista dos custos. Na prática, isto significa ter uma melhor visibilidade dos custos de energia, pelo que a subscrição de PPA garante uma melhor previsibilidade sobre a quantidade e o preço da energia que podemos adquirir ao longo de 2025”, adiantou o representante da empresa na conference call após a apresentação de resultados.

“O custo de procurement de energia da Meo Energia durante o [primeiro] trimestre foi elevado, o que afetou negativamente o perfil de margem geral da Altice Portugal nesse período. Isto está a ser resolvido no segundo trimestre e a margem de contribuição de eletricidade que vimos até agora, no segundo trimestre, é positiva e cresce a dois dígitos comparativamente ao ano passado”, explicou o mesmo porta-voz da Altice International.

O plano é que este procedimento permita à empresa aumentar “um pouco mais” a margem bruta e a ganhar maior visibilidade sobre este negócio no qual se lançou durante a pandemia e tem investido desde então, inclusive ao conjugar a oferta de telecomunicações com a de energia, há precisamente um ano.

O desafio neste momento não é tanto a adesão, que temos visto que é boa, como se pode ver na perspetiva da receita no primeiro trimestre e também no último trimestre”, garantiu o representante da relação com os investidores, sem apresentar detalhes sobre a receita específica deste negócio, que ainda é “marginal”, embora seja visto como uma “oportunidade” daqui para a frente.

A Altice Portugal foi das primeiras telecoms da Europa a entrar no segmento de comercialização de energia 100% verde. Atualmente, vende eletricidade “tanto aos novos assinantes como, progressivamente, à base” (core). A Meo Energia tem mais de 150 mil clientes, de acordo com os últimos dados disponíveis.

No primeiro trimestre, a Altice Portugal teve receitas de 697 milhões de euros, o que representa uma subida de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024. A dona da Meo viu as receitas aumentarem devido ao segmento de consumo, que cresceu 8,4% para 374 milhões de euros, mas o lucro operacional caiu mais de 5%. Excluindo o negócio da Altice Labs, relacionado com inovação e desenvolvimento de produtos e serviços, as receitas teriam subido 7% comparativamente a igual trimestre do ano anterior.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresa de Trump quer investir 2,5 mil milhões de dólares em bitcoin

A Trump Media está a promover uma operação de angariação de capital para investir em criptomoedas com o objetivo de obter “ativos de referência consistentes com os princípios America First”.

Num movimento que conjuga política, finanças e criptoativos, a Trump Media and Technology Group (TMTG), empresa de Donald Trump, anunciou esta terça-feira a intenção de angariar 2,5 mil milhões de dólares para reforçar a sua exposição em bitcoin e acelerar a diversificação do seu balanço.

A operação será estruturada em dois segmentos: “A empresa está a angariar fundos através da venda de 1,5 mil milhões de dólares em ações ao último preço de fecho e de mil milhões de dólares em notas conversíveis com um prémio de 35%”, refere a TMTG em comunicado.

O montante de bitcoin adquirido com esta operação ficará refletido no balanço da empresa ao lado dos ativos em “caixa e investimentos de curto prazo”, que no final do primeiro trimestre totalizava 759 milhões de dólares, segundo o comunicado da empresa do presidente dos EUA.

No comunicado, Devin Nunes, CEO da empresa, refere que a Trump Media encara “o bitcoin como um instrumento de liberdade financeira de excelência” e saudou a operação como “um grande passo em frente” no objetivo de obter “ativos de referência consistentes com os princípios America First”.

As ações da TMTG negoceiam atualmente com uma queda de quase 9%, refletindo o nervosismo face ao elevado montante da captação de capital e à exposição acrescida ao mercado de criptomoedas. Desde o início do ano que os títulos da TMTG acumulam perdas de 31%, em dólares.

Esta iniciativa insere-se numa série de passos já dados pela família Trump no universo das criptomoedas, que incluem lançamentos de NFT, memecoins e participações em projetos como a mineradora American Bitcoin e a plataforma de stablecoins World Liberty Financial.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Produção automóvel em Portugal afunda 11,4% em abril

Nos primeiros quatro meses do ano, foram produzidos 108.472 ligeiros de passageiros, uma quebra de 14,1% em comparação com o mesmo período de 2024.

A produção de veículos automóveis nas fábricas portuguesas recuou 11,4% em abril, face ao mesmo mês de 2024, para 27.226 unidades, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

Em termos acumulados, nos quatro primeiros meses do ano saíram das fábricas instaladas em território nacional 108.472 veículos, ou seja, menos 14,1% em comparação com o mesmo período de 2024.

Apesar da redução, a ACAP assinalou que o setor continua a ser um elemento importante na balança comercial portuguesa, uma vez que “97,4% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo”.

A Europa continua a ser o mercado líder nas exportações, com 87% da produção nacional, destacando-se Alemanha (19,1%), Itália (12,3%), França (11,2%) e Espanha (10%).

O mercado americano, com o Chile a somar uma quota de 3,1%, ocupa o segundo lugar, com 3,5% das exportações, enquanto a Ásia e a África encontram-se no terceiro lugar com 3,1% das exportações de veículos automóveis fabricados em Portugal.

Em relação à montagem de pesados, em abril foram montados 17 veículos pesados, o equivalente a uma quebra de 26,1% em termos homólogos.

Em termos acumulados, nos quatro meses do ano, a montagem de veículos pesados apresentou uma queda de 34,7% face igual período do ano anterior, representando 66 veículos montados em 2025.

De janeiro a abril deste ano, foram exportados 98,5% dos veículos montados em Portugal, representando 65 unidades. A Alemanha (90,8%) e a Inglaterra (9,2%) são os únicos destinos destas exportações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

DGS recomenda medidas de proteção face ao calor nos próximos dias

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

A Direção-Geral da Saúde aconselha o consumo regular de água, evitando a ingestão de bebidas alcoólicas. A temperatura máxima deverá atingir valores acima de 30°C na generalidade do território.

A Direção-Geral da Saúde recomendou esta terça-feira medidas preventivas, como a ingestão de água, face às previsões de aumento de temperatura nos próximos dias, que deverá atingir valores acima de 30°C na generalidade do território nacional.

Considerando as previsões meteorológicas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Direção-Geral da Saúde (DGS) aconselha o consumo regular de água, evitando a ingestão de bebidas alcoólicas.

A DGS refere que a exposição solar deve ser evitada entre as 11:00 e as 17:00, recomendando o uso de roupa larga, que cubra a maior parte do seu corpo, e chapéu de abas largas e óculos de sol, bem como protetor solar de fator proteção 30 e renovar a sua aplicação de duas em duas horas.

Deve ainda ter-se especial atenção com os doentes crónicos, crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida e manter-se informado relativamente às condições climáticas para poder adotar os cuidados necessários.

A autoridade de saúde sugere também que sejam feitas refeições frias e leves, comendo mais vezes ao dia, que o trabalho no exterior seja feito acompanhado, que as persianas das casas sejam corridas, e ao entardecer deixar que o ar circule, e que as pessoas se mantenham em ambientes frescos, pelo menos duas a três horas por dia.

Os distritos de Setúbal, Évora e Beja vão estar entre quarta e quinta-feira sob aviso amarelo devido ao tempo quente, com Lisboa a enfrentar o mesmo aviso apenas no dia 29 de maio, de acordo com o IPMA. Para Setúbal, Évora e Beja, o aviso é válido a partir das 09:00 de quarta-feira e mantém-se até às 18:00 de quinta-feira, segundo o IPMA.

Em Lisboa, o aviso vigora entre as 09:00 e as 18:00 de quinta-feira, devido ao alerta de tempo quente, pela “persistência de valores elevados da temperatura máxima“. No fim de semana, o IPMA já tinha alertado para a subida gradual da temperatura a partir de terça-feira em Portugal continental, com aumento do perigo de incêndio rural, cuja classificação máxima poderá atingir alguns concelhos do sul.

A temperatura máxima deverá atingir valores acima de 30°C na generalidade do território a partir desta terça com exceção de alguns locais na faixa costeira ocidental, e valores acima de 35°C na região Sul e vale do Tejo. O tempo quente e seco deve-se a uma massa de ar quente proveniente do Norte de África.

O índice de radiação ultravioleta vai manter-se em valores muito elevados, como expectável nesta época do ano próxima ao solstício de Verão e dada a ausência de nebulosidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal pode antecipar meta de 80% de renováveis na eletricidade em 2025

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

Em 2024, as fontes renováveis representaram 71% da eletricidade consumida --- o valor mais elevado de sempre. Ministra assume que meta de 80% pode verificar-se em 2025.

A ministra do Ambiente e Energia anunciou esta terça-feira que Portugal deverá antecipar em um ano a meta de integrar 80% de energias renováveis na sua produção elétrica.

Esta meta estava originalmente estabelecida para 2026 no âmbito do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), que também prevê uma redução de 55% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030. “Temos registado resultados muito positivos nos primeiros meses deste ano“, afirmou Maria da Graça Carvalho, à margem II Conferência de Energia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O aumento da energia hídrica e eólica tem sido determinante, levando a ministra a considerar que “é muito provável que, ainda este ano, Portugal atinja essa meta inicialmente prevista para 2026”.

Em 2024, as fontes renováveis representaram 71% da eletricidade consumida — o valor mais elevado de sempre — com destaque para a energia hídrica (28%), seguida da eólica (27%), solar fotovoltaica (10%) e biomassa (6%).

A eletricidade produzida por fontes não renováveis, principalmente gás natural, correspondeu a apenas 10% do consumo, enquanto o restante foi suprido por importações, que atingiram um recorde de 10,5 TWh.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

São Tomé vai assinar com Portugal troca de dívida “por investimento climático”

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

O responsável de Ride-hailing da Bolt em Portugal explicou que a intenção é que “muito em breve” o serviço volte a estar disponível, embora não se tenha comprometido com datas concretas.

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe anunciou esta terça-feira que o seu país vai assinar com Portugal um acordo de troca de dívida por “investimento climático” e destacou as redes de transporte de energia como projetos prioritários.

Em declarações à Lusa, no Estoril, à margem da II Conferência de Energia da CPLP, Américo Ramos afirmou que “estão já criadas as condições para a assinatura desse acordo de troca de dívida por investimento climático” com Portugal. Um acordo semelhante ao que Portugal assinou com Cabo Verde. Américo Ramos adiantou que a parte legal e administrativa “já foi cumprida”.

A assinatura deste acordo, sublinhou o chefe do executivo são-tomense, vai permitir que o país utilize esses recursos que se destinavam ao pagamento da dívida a Portugal para financiar ações “no âmbito do ambiente e da energia”.

Em termos de prioridades, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, que representa a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na conferência iniciada esta terça no Estoril, lembrou que o seu país tem um programa de transição energética em curso e este novo financiamento também se destina a esse plano.

Quando questionado sobre projetos concretos, destacou “um projeto de energia limpa através de painéis solares” e investimento “nas redes de transmissão de energia, que são cruciais para que esse projeto seja efetivo e sustentável como se prevê”.

“Portanto temos a questão da produção energética, a do transporte e da distribuição de energia”, concluiu. Também em declarações aos jornalistas hoje, à margem da conferência, a ministra portuguesa do Ambiente e Energia, Graça Carvalho, falou da assinatura em breve do acordo.

A conferência que começou no Centro de Congressos do Estoril, em Cascais, Portugal, e se prolonga até quarta-feira foi promovida pelo Governo de São Tomé e Príncipe, que detém a Presidência em exercício da CPLP, e organizada pela Comissão Temática de Energia e Clima dos Observadores Consultivos da CPLP, coordenada pela Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e pela Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP).

Este evento conta ainda com o apoio institucional da CPLP e do Ministério do Ambiente e Energia de Portugal, e com a parceria da Agência para a Energia de Portugal e da Câmara Municipal de Cascais. Segundo a CPLP, além de ser “um momento de partilha dos últimos desenvolvimentos e projetos-âncora das transições energéticas de cada Estado-membro da CPLP, este evento pretende promover novas parcerias e oportunidades de investimento e financiamento”.

Recorde-se que foi durante a Presidência em exercício de Timor-Leste, em 2015, que teve lugar a primeira edição da Conferência de Energia da CPLP. Dez anos depois, à margem da III Reunião de Ministros de Energia da CPLP, a II Conferência de Energia da CPLP reúne governantes, financiadores, empresários e especialistas do setor de energia da CPLP e de outras instituições internacionais.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Meta começa hoje a usar dados de utilizadores europeus para treino de IA

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

Apesar da empresa começar esta terça-feira a usar os dados, ainda é possível não autorizar o uso das informações.

A Meta começa esta terça-feira a utilizar os dados pessoais dos utilizadores adultos da União Europeia (UE) para treinar os modelos de inteligência artificial (IA), mas ainda é possível negar o acesso.

Em abril, a empresa-mãe das redes sociais anunciou que todos os conteúdos públicos das suas plataformas, com exceção do serviço de mensagens privadas WhatsApp, seriam doravante utilizados para treinar os seus modelos de IA.

Vamos utilizar as tuas interações com as funcionalidades de IA na Meta e as tuas informações públicas, como publicações e comentários de contas de pessoas com 18 anos ou mais, com base em interesses legítimos“, lê-se num e-mail da empresa, no qual acrescenta que esta estratégia visa desenvolver e melhorar a IA da Meta.

As informações em causa são, nomeadamente, publicações, fotografias e respetivas legendas, comentários publicados sob as mesmas, bem como pedidos e perguntas enviados através do Messenger para o Meta AI, o robô de conservação disponível desde o final de março na UE.

Apesar da empresa começar hoje a usar os dados, ainda é possível não autorizar o uso das informações, através das seguintes ligações aqui ou aqui.

“Se a tua oposição for aceite, não vamos utilizar as tuas interações com as funcionalidades de IA da Meta nem as tuas informações públicas“, diz a empresa.

Mesmo opondo-se ao uso dos seus dados, a empresa pode sempre usar informações do utilizador que apareçam em qualquer local, como, por exemplo, numa imagem partilhada publicamente nos produtos da empresa ou por alguém que os utilize.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Depois da Spinumviva, novo Governo terá de tornar públicos conflitos de interesses

Mecanismo Nacional Anticorrupção recomenda a Governo que registe e publicite pedidos de escusa de membros por conflitos de interesse e lembra que este tem de aprovar instrumentos de prevenção.

Quatro dias depois das eleições, a 22 de maio, o Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) emitiu uma recomendação ao Governo de Montenegro para criar e tornar público um plano de prevenção de riscos de conflitos de interesses – que se aplique aos vários gabinetes do Governo, incluindo ao primeiro-ministro. O organismo refere “a necessidade premente de promover a confiança dos cidadãos nas instituições do Estado de Direito assegurando a transparência e o controlo da integridade nos órgãos de soberania”, não deixando de referir a “experiência” passada do caso Spinumviva.

“O Governo deve adotar os instrumentos de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas, nomeadamente código de conduta e plano de prevenção de riscos, adequados à sua dimensão, à natureza da respetiva missão e ao cumprimento das prioridades enunciadas no seu programa”, diz a recomendação, a que o ECO teve acesso.

Os instrumentos de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas, referidos no número anterior, devem conter mecanismos que permitam reduzir a probabilidade de ocorrência de conflitos de interesse e promovam a transparência relativamente aos membros do Governo e aos membros dos respetivos gabinetes”. O MENAC diz ainda que estes instrumentos de prevenção devem também ser aplicados a dirigentes superiores da administração direta do Estado, dirigentes de institutos públicos e gestores públicos.

O MENAC é uma entidade administrativa independente, criada em 2021, e que tem por missão a promoção da transparência e da integridade na ação pública e de fiscalização das políticas de prevenção da corrupção e crimes económicos conexos (como lavagem de dinheiro, peculato, abuso de poder, entre outros). Tem como objetivo garantir que as políticas de prevenção da corrupção sejam eficazes.

A 16 de abril, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o diploma que alterou o MENAC e estabeleceu o regime geral de prevenção da corrupção — a grande aposta da ministra da Justiça, Rita Júdice — mas com reservas: O Presidente da República decidiu promulgar o diploma, “apesar das dúvidas que ainda suscita, e, sobretudo do vício original de se tratar de Mecanismo demasiado governamentalizado”, reagiu na altura.

A justificação deve-se “ao recuo do Governo no regime da liderança do referido Mecanismo, à necessidade de não adiar um sinal, mesmo insuficiente, no domínio do combate à corrupção e ao facto de o diploma só entrar em vigor depois das eleições parlamentares”, explica a nota divulgada no site da Presidência da República.

Em fevereiro, o Governo aprovou o diploma para a prevenção da corrupção que prevê que o MENAC passe a ter um conselho de administração com três elementos e um quadro de pessoal próprio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ações do Benfica atingem máximo histórico de 6,3 euros

Títulos superaram o anterior recorde que datava de 2007, impulsionados pelo preço que novo investidor pagou pela posição de Vieira. Clube acumula subida de mais de 80% desde o começo de 2025.

As ações do Benfica estão a escalar na bolsa de Lisboa e atingiram, nesta terça-feira, um preço nunca antes registado pela SAD encarnada.

O clube chegou a valorizar 16,67%, com as ações a trocarem de mãos a 6,3 euros, uma cotação que supera o anterior máximo histórico de 6,11 euros registado em julho de 2007.

Perante esta subida numa única sessão, as negociações chegaram a estar temporariamente suspensas pelo mecanismo automático da bolsa que trava fortes oscilações.

Entretanto, a escalada aliviou. Pelas 14h30, os títulos estavam com uma valorização de 7,78% e a cotarem nos 5,82 euros, com 27.897 transacionadas.

Benfica escala na bolsa:

As ações do Benfica têm estado a aproximar-se dos 7,07 euros pagos pela Lenore Sports Partners (LSP) num leilão este mês, em que foi vendida a posição de 3,28% que pertencia ao antigo presidente Luís Filipe Vieira.

Esta empresa de origem norte-americana, co-gerida por Jean-Marc Chapus e Elliot Holton Hayes, detém já 5,24% do Benfica, segundo foi comunicado recentemente ao mercado.

Desde o começo do ano, o Benfica já ganhou mais de 80% na bolsa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

José Luís Carneiro afasta (para já) comissão de inquérito a Luís Montenegro

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

É "razoável e sensato" deixar a justiça fazer o seu trabalho na averiguação preventiva ao primeiro-ministro, entende o candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro.

O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro considerou “razoável e sensato” deixar a justiça fazer o seu trabalho na averiguação preventiva ao primeiro-ministro, afastando, por agora, uma comissão parlamentar de inquérito.

À chegada para um almoço com fundadores do PS, que decorre no Parlamento, José Luís Carneiro foi questionado sobre a sua posição em relação à comissão parlamentar de inquérito à empresa familiar de Luís Montenegro, proposta que foi entregue no final da legislatura pelo PS, ainda sob liderança do ex-secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

“O Partido Socialista não pode abdicar de nenhum dos instrumentos de escrutínio da ação do Governo. As comissões de inquérito são um dos instrumentos de escrutínio do Governo. Contudo, é público que a Procuradoria-Geral da República tem em curso uma averiguação para procurar esclarecer dúvidas que ainda prevalecem sobre esses assuntos”, começou por responder.

O por agora candidato único à liderança do PS defendeu que se deve deixar o assunto ser “tratado pela justiça”. “É aquilo que me parece adequado, razoável, sensato à luz daquilo que são as informações que dispomos nesta altura”, referiu.

Questionado sobre se só avançará caso haja novos elementos, Carneiro referiu que mesmo que estes venham a existir, esta decisão não é tomada unicamente pelo secretário-geral do PS. “Por isso é que o Partido Socialista tem órgãos constituídos, nomeadamente a sua direção nacional, mas tem também o Grupo Parlamentar, que é um dos órgãos do Partido Socialista, que contribui para a formação da decisão”, apontou.

Além da sua própria posição, segundo o socialista, qualquer pronúncia sobre o tema seria estar a substituir-se “aos órgãos que democraticamente constituem este partido, que é um partido democrático”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Proença de Carvalho assessora Indie Campers em investimento do Fundo Coinvestimento Deal-by-Deal

A equipa da Proença de Carvalho, liderada pelos advogados André Matias de Almeida e Igor Amarii, assessorou a Indie Campers no levantamento de 27,5 milhões de euros de investimento.

A equipa da Proença de Carvalho, liderada pelos advogados André Matias de Almeida e Igor Amarii, assessorou a Indie Campers no levantamento de 27,5 milhões de euros de investimento, o que eleva para 62,5 milhões o capital levantado em menos de um ano por esta empresa.

Esta ronda foi liderada pela Indico Capital Partners e contou com a participação do Banco de Fomento Português (BFP), numa operação que foi feita ao abrigo do programa de Coinvestimento Deal-by-Deal, do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) —, e da Buenavista Equity Partners Portugal.

Nas palavras de André Matias de Almeida e Igor Amarii, “Esta operação é mais um passo num caminho de assessoria ao Grupo Indie Campers que nos orgulhamos de prestar há mais de uma década e que envolve também um trabalho cross border.”

Fundada em 2013, a Indie Campers tem uma frota de mais de 8.000 caravanas, operando em três continentes e em mais de 20 países. Tem mais de 600 colaboradores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.