As Tempestades, os Sinistros e a Empatia

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  • 21 Maio 2025

Filipa Xara-Brasil, Gestora de Sinistros na Innovarisk, explica como a empatia pode ser uma aliada em momentos de sinistros.

As tempestades são inevitáveis, e os sinistros muitas vezes também o são. Cada tempestade tem um nome e deixa a sua marca. Os sinistros podem não ter nome, mas são igualmente marcantes.

Não gostamos de nenhum dos dois, mas não é a nossa preferência que nos protege — é a forma como aprendemos a lidar com eles.

Uma tempestade é uma agitação violenta do ar, frequentemente acompanhada de chuva e trovões. Curiosamente, usamos expressões como “não faças disso uma tempestade” para indicar que não devemos dramatizar. Afinal, a solução surge quando conseguimos focar no essencial.

O mesmo se aplica aos sinistros. O nervosismo não os resolve mais depressa. O caminho é agir com método: documentar, limpar, organizar e contactar os profissionais certos para as reparações. O impacto das tempestades é cada vez mais mediático, mostrando que não estamos sozinhos. Mas, quando os danos ocorrem, o que realmente importa é a rapidez da solução — especialmente quando já se avista uma nova tempestade no horizonte.

Filipa Xara-Brasil, Gestora de Sinistros na Innovarisk

Se as tempestades fazem parte da natureza, o sinistro representa o risco para o ser humano. Tudo começa com uma mensagem de alerta na véspera. Quem trabalha com sinistros sabe que, ao primeiro sinal de chuva intensa, há uma forte probabilidade de que o volume de ocorrências vai aumentar significativamente. Por isso, manter a calma e agir estrategicamente torna-se essencial.

Nesse contexto, a empatia é uma das nossas maiores aliadas. O gestor de sinistros deve compreender que quem o contacta, está num momento difícil e deve ser claro ao orientar os procedimentos para uma resolução rápida. O lesado, por sua vez, apesar da frustração, deve perceber que não é o único e confiar que, ao reunir a documentação necessária, o seu caso será resolvido com a maior brevidade possível.

A última grande tempestade, Martinho, deixou um exemplo positivo de colaboração. O que me surpreendeu não foi apenas a força dos ventos, mas a solidariedade entre colegas e mediadores. Houve uma preocupação genuína em garantir que o processo fosse ágil e eficiente. Mediadores ligavam antes de enviar participações, procurando instruções para orientar os clientes e recolher os elementos certos desde o início.

Esse esforço conjunto fez toda a diferença. Diante da adversidade, o trabalho em equipa e a colaboração revelam-se fundamentais. Se as tempestades e os sinistros são inevitáveis, que a empatia o seja também!

Filipa Xara-Brasil, Gestora de Sinistros na Innovarisk

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Calendário dos concursos do PT2030 tem nova atualização

Compete 2030 tem uma dotação de 1,47 mil milhões de euros e 28 avisos, seguido do Pessoas 2030, com quase 742 milhões e 31 avisos, e do Sustentável 2030 com 428 milhões e apenas 17 concursos.

O Plano Anual de Avisos do Portugal 2030 e do Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI) prevê publicar 220 avisos este ano, ultrapassando 3.100 milhões de euros de fundos a concurso, na mais recente atualização quadrimestral, para os próximos 12 meses.

“A Comissão Interministerial do Portugal 2030 aprovou a atualização do Plano Anual de Avisos do Portugal 2030”, avança a Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C), relembrando que este é um instrumento “relevante” de “planeamento para todos os atores do ecossistema dos fundos”.

O Plano Anual de Avisos do Portugal 2030 e do FAMI, com a previsão dos avisos a publicar entre maio de 2025 e abril de 2026, “permite aos cidadãos e empresas conhecer quais os próximos avisos a serem lançados, de modo a ser possível melhor planear atividades e investimentos, reforçando a previsibilidade para as diferentes operações e projetos”.

O plano prevê “a publicação de 220 avisos de concurso com uma dotação de fundo associada de 3.159 milhões de euros, que comparam com os 282 avisos previstos entre janeiro e dezembro deste ano com uma dotação de 3.050 milhões. Os concursos estão “distribuídos pelas várias regiões do país e pelos diversos objetivos de política do Portugal 2030, nas áreas sociais, da economia, do ambiente, do mar e do território”, lê-se na mesma nota. Nesta atualização estão também incluídos concursos multi-regiões.

O somatório dos montantes já a concurso nos programas regionais do continente, com a projeção desta atualização do Plano Anual de Avisos, leva as autoridades a estimar que a 31 de dezembro deste ano estejam colocados a concursos 74% dos 22,99 mil milhões do PT2030.

A dotação mais elevada vai para o Compete 2030, com 1,47 mil milhões de euros e 28 avisos, seguido do Pessoas 2030, com quase 742 milhões de euros e 31 avisos e do Sustentável 2030 com 428 milhões e apenas 17 concursos. O restante é dividido por vários programas e regiões.

O objetivo destes investimentos é “promover a investigação e inovação, a competitividade e internacionalização das empresas, bem como o empreendedorismo e a inclusão social”.

Recorde-se que o PT2030 terminou o mês de abril com uma taxa de execução de 7,3%, mais 0,5 pontos percentuais face ao mês anterior. O Pessoas 2030 lidera com uma execução de 19,2%, sendo o único com mais de mil milhões de euros executados. O pior desempenho continua a ser o do Compete: apenas 1,1%.

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Concursos desertos. Milhares de casas do 1.º Direito ficaram por entregar

  • ECO
  • 21 Maio 2025

Em 2024, foram entregues 1.850 das sete mil casas prometidas no âmbito do programa 1.º Direito. Governo justifica com concursos de empreitada desertos e atrasos na consignação das obras.

A mais recente Conta Geral do Estado, relativa a 2024, mostra que somente pouco mais de um quarto das casas do programa 1.º Direito previstas para esse ano foi entregue às famílias em situação de carência habitacional, revela o Público (acesso pago). O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), entidade que gere este programa, deveria ter entregado sete mil casas até ao final do ano passado, mas, desde o início do programa e até ao fim de 2024, tinham sido entregues apenas 1.850 casas (o valor acumulado do programa) — o equivalente a pouco mais de 26% da meta intercalar estabelecida para o último ano.

Concursos de empreitada desertos, atrasos na consignação de obras e execução das mesmas estão entre os principais fatores que, segundo o Governo, contribuíram para este cenário. Em causa estão, sobretudo, “os constrangimentos associados ao setor da construção, designadamente, falta de mão-de-obra, aumento dos custos de materiais e das matérias-primas”, bem como o “reduzido número de empresas disponível para a execução dos projetos“, o que “resultou num número inferior de habitações disponíveis para arrendamento face ao desejável/estabelecido”, admite o Executivo no documento.

Se se considerar também este ano, os atrasos são ainda mais evidentes. Em março, de acordo com dados fornecidos pelo Governo, tinham sido entregues, por essa altura, cerca de duas mil habitações no âmbito do 1.º Direito, ou 7,7% das 26 mil casas que têm de estar concluídas e entregues às respetivas famílias até 2026. A maioria destas ficou concluída ainda durante a legislatura anterior, quando já tinham sido entregues 1.500 casas.

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Alemã DE-CIX atenta aos data centers em Portugal: “Assim que abrirem mais, estaremos lá”, diz CEO

Empresa de ligação de redes considera que o mercado português pode crescer de emergente para secundário na indústria da conectividade. Para 2030, prepara chegada ao negócio dos satélites.

A empresa alemã DE-CIX, especializada em pontos de troca de tráfego (internet exchanges), garante que vai trabalhar com os próximos centros de dados que abrirem em Portugal, como o da norte-americana Equinix em Lisboa ou o da Atlas Edge em Oeiras. Por ser independente neste mercado da conectividade, a empresa precisa de apenas um trimestre para iniciar uma parceria.

“Não somos operadores de data centers, mas precisamos deles. Sem eles não conseguimos operar. Num novo, conseguimos começar a operar em três meses, dependendo do desenvolvimento dos equipamentos. Assim que abrirem [novos em Portugal], estaremos lá”, disse o presidente do conselho de administração e CEO da DE-CIX, Ivo Ivanov, num almoço com a imprensa, em Lisboa.

A multinacional com sede em Colónia considera que Portugal é um mercado emergente e tem “potencial” para chegar ao próximo nível – mercado secundário – à medida que mais hyperscalers (grandes tecnológicas) entram no país devido à proximidade de pontos de amarração de cabos submarinos. Neste momento, existem 16 ativos e outros quatro vão entrar em funcionamento em 2025 e 2026.

“Acredito no papel de Lisboa e de Portugal como porta de entrada para África, Europa e América. Vemos muito tráfego de sul para sul ou de sul para norte através de Lisboa. Tráfego do Brasil ou de outros países da América Latina, que tradicionalmente passava para a Europa através de Miami ou Nova Iorque”, revelou o gestor.

Questionado sobre o impacto da volatilidade política e dos mercados financeiros nesta expansão, o CEO da DE-CIX respondeu que “a digitalização está acima da política e tem de transcender as discussões políticas”. “Na Europa, a soberania digital é muito importante, não só pela questão da latência, mas pela segurança e privacidade dos dados”, alertou.

No setor automóvel, se a BMW ou a Mercedes não tiverem controlo sobre a sua jornada de dados, a Microsoft ou a Google terão todo o gosto ter esse controlo. Isto é aplicável a todas as indústrias”, exemplificou o CEO da DE-CIX.

Em declarações aos jornalistas portugueses, Ivo Ivanov alertou ainda para a necessidade de mais descentralização no mapa de conexões mundiais, até para tornar mais rápido o processamento da informação dentro das empresas ou os downloads em casa. “As redes sul-americanas, africanas e europeias – não as norte-americanas – trocam tráfego mais localmente a partir de Lisboa. Nos últimos seis anos, quando viemos para cá, assistimos a um crescimento das redes locais de 1200%. Acreditamos que, com os novos mercados do Brasil, vai-se criar um novo regime na troca de tráfego pan-atlântico”, antevê, fazendo referência à entrada da DE-CIX no Rio de Janeiro e em São Paulo, em março.

Rumo ao espaço em 2030

A um mês de completar 30 anos, a DE-CIX considera que atingiu a maioridade e está pronta para dar um salto maior até outra órbita. O plano mais ambicioso da história da empresa está em marcha, chama-se Space-IX e consiste numa infraestrutura de interconexão terrestre para operadores de satélites que orbitam a Terra a altitudes abaixo ou até 2.000 km. Falamos da Starlink de Elon Musk, do Project Kuiper da Amazon ou da Rivada.

É a este género de clientes que a DE-CIX pretende dar resposta, porque percebeu que este trio de operadores abriu novas fronteiras na distribuição de internet em regiões mais remotas, mas continua a precisar da ‘suspeita do costume’: menor latência i.e. menos tempo de processamento dos dados. “É a nova tendência da conectividade. Podem pensar que sou louco, mas não sou. A minha ideia é implementar o primeiro ponto de contacto no espaço dentro de cinco anos. Já estamos a conversar com a Starlink”, afirmou Ivo Ivanov.

Fervoroso adepto da “economia da latência zero”, Ivo Ivanov disse ainda que qualquer pessoa que queira falar a sério sobre Inteligência Artificial (IA) e tecnologia imersiva também tem de levar a sério a latência, porque a IA em tempo real requer infraestruturas que trabalhem no momento. Segundo o CEO, a DE-CIX analisa o tema em três dimensões, que devem trabalhar em simultâneo: agentes de IA, dispositivos, (robôs e outro hardware) e transmissão (fibra ótica, 5G, satélite…).

DE-CIX, um “aeroporto da internet”

Fundada em 1995, na cidade de Frankfurt, a DE-CIX emprega cerca de 250 pessoas e tem receitas globais de 68,6 milhões de euros. Internamente, a empresa costuma comparar-se a um aeroporto da Internet e dos dados. Ou seja, enquanto uma infraestrutura aeroportuária gere serviços de transporte de passageiros e bagagens com companhias aéreas, a DE-CIX faz a gestão do tráfego de informações entre diferentes redes de Internet com empresas da área.

O que é a Internet Exchange na qual a companhia germânica trabalha? É um ponto de troca de tráfego no qual empresas como operadoras de telecomunicações, tecnológicas de streaming ou plataformas de cloud – Azure (Microsoft), Google Cloud ou Amazon Web Services, por exemplo – se interligam diretamente para trocar dados sem congestionar a rede. Como se a informação apanhasse um voo direto para chegar de A a B em vez de uma passagem com várias escalas.

Em Portugal, além da cidade de Lisboa, a DE-CIX já está integrada com o data center da Start Campus no litoral alentejano. Ainda disso, fez uma parceria com a Altice Portugal – através da Altice Wholesale Solutions, referente ao centro de interligação de redes que a dona da Meo tem em Linda-a-Velha, que abriu em 2023 após um investimento de três milhões de euros.

Atualmente, a DE-CIX opera mais cinco Internet Exchanges no sul da Europa: Madrid, Barcelona, Marselha, Palermo e Atenas, onde se ligaram mais de 500 redes só no ano passado.

A maior taxa de transferência de dados deste ano ocorreu a 9 de abril de 2025 com um novo pico de 25 terabits por segundo. É expectável que continue a crescer, até porque em 2024 o tráfego global de dados atingiu um recorde de 68 exabytes, o que representou uma subida homóloga de 15% e mais do dobro desde a pandemia.

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Hoje nas notícias: 1.º Direito, Angola e canábis

  • ECO
  • 21 Maio 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Concursos de empreitada que ficam desertos e atrasos na consignação e execução de obras estão a adiar a entrega de milhares de casas do programa 1.º Direito. O Estado angolano vai manter as posições acionistas que detém no BCP e na Galp, segundo garante o ministro de Estado e da Coordenação Económica do país. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Concursos desertos deixam milhares de casas do 1.º Direito por construir

A mais recente Conta Geral do Estado, relativa a 2024, mostra que pouco mais de um quarto das casas do 1.º Direito previstas para esse ano foi entregue às famílias em situação de carência habitacional. O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), entidade que gere este programa, deveria ter entregado sete mil casas até ao final do ano passado, mas, desde o início do programa e até ao fim de 2024, tinham sido entregues apenas 1.850 casas (o valor acumulado do programa) — o equivalente a pouco mais de 26% da meta intercalar estabelecida para o último ano. Concursos de empreitada desertos, atrasos na consignação de obras e execução das mesmas estão entre os principais fatores que, segundo o Governo, contribuíram para este cenário.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

BCP e Galp são “importantes ativos externos” para Angola

O ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola garante que a Sonangol vai manter as posições que tem na Galp e no BCP. “Trata-se de investimentos que fazem parte de uma importante carteira de ativos externos, sendo igualmente sinalizadores da importância que conferimos às relações económicas e financeiras entre os nossos países”, justifica José de Lima Massano, em entrevista ao Jornal de Negócios. O país tem, por outro lado, “a expectativa de mais investimento português, particularmente nos setores da alimentação, habitação, turismo e novas tecnologias”.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Empresária luso-francesa na mira da PJ em negócios com canábis medicinal

A Polícia Judiciária (PJ) levou a cabo, na terça-feira, 64 operações de buscas que visaram empresas de produção de canábis para fins medicinais em vários pontos do território continental e na Madeira. Entre as sociedades visadas nesta operação, intitulada Erva Daninha, está a Canna Forest. Com sede no Fundão e constituída em outubro de 2019, esta empresa está a ser investigada por suspeitas de envolvimento no desvio de canábis medicinal para o mercado ilegal e pela prática de branqueamento de capitais. Uma das titulares é Maria Teresa Faísca Gelsumini, que foi emigrante em França durante cerca de 50 anos antes de regressar ao Fundão, sua terra natal, em 2019.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Investimento da IP dispara com PRR e Ferrovia 2020

A Infraestruturas de Portugal (IP) prevê para este ano “um forte incremento da atividade de investimento”, antecipando no relatório e contas de 2024 que “o valor total do plano de intervenções na rede em 2025 deverá ascender a 1.380,8 milhões de euros”. Um valor que será o mais elevado de sempre, depois de, no ano passado, a empresa ter investido 776 milhões, excluindo encargos com PPP, o montante “mais alto realizado desde 2010”. A empresa estima um aumento de mais de 200% na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para 295 milhões, a que se somam 227 milhões da reta final do Ferrovia 2020.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Enfermeiros querem passar receitas mas médicos estão contra

Em Portugal, a prescrição de fármacos por enfermeiros continua a ser um tema “tabu” e a ter a oposição dos médicos. Antes de enveredar pelas receitas de medicamentos, a Ordem dos Enfermeiros (OE) tenta avançar com a prescrição de ajudas técnicas (cadeiras de rodas, andarilhos, oxigénio, entre outros), tendo apresentado uma proposta à tutela, mas o processo ficou suspenso com a queda do Governo. Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Noruega, França, Holanda e Espanha são alguns dos países onde os enfermeiros estão autorizados a prescrever fármacos. Alguns estão limitados a um conjunto de medicamentos, outros fazem-no com algum tipo de supervisão médica.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Marques Mendes considera eleição de Gouveia e Melo um “perigo para a democracia”

  • Lusa
  • 21 Maio 2025

Uma eventual eleição do ex-chefe da Armada "pode ser um risco enorme" e "um perigo para a democracia", alertou esta quarta-feira o seu adversário, Luís Marques Mendes.

O candidato presidencial Luís Marques Mendes considera que uma eventual eleição do ex-chefe da Armada, e agora rival na corrida a Belém, almirante Henrique Gouveia e Melo, “pode ser um risco enorme” e “um perigo para a democracia”.

“À primeira vista, é sedutor dizer que se quer um Presidente da República que vem de fora da política”, começou por conceder o antigo presidente do PSD, “mas eu chamo a atenção que, a seguir, pode ser um risco enorme e pode ser um perigo para a democracia”, afirmou Marques Mendes, em entrevista ao podcast da Antena 1 “Política com Assinatura”, emitido esta quarta-feira.

Questionado em seguida sobre se a candidatura de Gouveia Melo representa um risco de radicalização do cargo de Presidente da República, Marques Mendes escusou-se a responder diretamente, argumentando que “é difícil uma pessoa responder a isso”. “Porque a gente quase não conhece a posição de Gouveia Melo sobre assunto nenhum. E nos poucos temas que conhece, ele já teve pelo menos duas opiniões da mesma matéria”, justificou.

“Portanto, eu até diria, já que ele agora vai ser finalmente – já não era sem tempo – candidato, acho que pode e deve começar a dar explicações sobre os assuntos”, nomeadamente a recente “derrota” em tribunal relacionada com o caso do navio da Armada portuguesa Mondego, em 2023.

“Até dou uma sugestão: pode já começar a dar explicações, por exemplo, sobre a derrota que teve em tribunal por causa dos marinheiros do navio Mondego, porque o tribunal disse que Gouveia Melo, como Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), não agiu bem”, afirmou Marques Mendes.

A gente quase não conhece a posição de Gouveia Melo sobre assunto nenhum. E nos poucos temas que conhece, ele já teve pelo menos duas opiniões da mesma matéria.

Luís Marques Mendes

Candidato presidencial

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) divulgou no início do mês um acórdão datado de 30 de abril, em que declarou a ilicitude das sanções aplicadas pela Marinha aos militares do NRP Mondego na sequência de uma missão falhada de 2023, negando provimento ao recurso daquele ramo militar, que contestava uma decisão anterior, do Tribunal Central Administrativo (TCA) Sul, que já tinha considerado nulas as sanções aplicadas pela Armada por alegada insubordinação a 11 militares visados nesse processo, de entre 13 acusados — quatro sargentos e nove praças.

O STA considerou que o processo de sanções disciplinares aplicadas pela Armada, quando Gouveia e Melo era o seu Chefe do Estado-Maior, contém diversos vícios e falhas, que resultaram na “nulidade da decisão sancionatória disciplinar por vícios do procedimento”.

Na altura dos factos, ocorridos em 11 de março de 2023, o então CEMA deslocou-se à ilha da Madeira, onde o navio-patrulha Mondego estava em missão, para publicamente repreender os militares que se tinham recusado a cumprir a missão atribuída – vigilância a um navio russo ao largo do Porto Santo -, alegando falta de segurança.

O Mondego viria a ser protagonista de uma nova missão falhada duas semanas depois, ao largar do Funchal rumo às Selvagens, para render elementos da Polícia Marítima e do Instituto das Florestas, acabando por regressar ao porto de largada por problemas técnicos.

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Seguros de crédito e caução: a rede que protege empresas do incumprimento

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  • 21 Maio 2025

Em tempos de incerteza, estas ferramentas ganham protagonismo ao reduzir riscos e garantir a saúde financeira das organizações. Este foi o tema do último episódio do podcast Empresas Protegidas.

Num mercado marcado pela incerteza e pelo crescente risco de incumprimento, os seguros de crédito e de caução afirmam-se como ferramentas indispensáveis para a gestão das empresas. No quarto episódio do podcast Empresas Protegidas, uma iniciativa do ECO com o apoio da SABSEG Seguros, Sérgio Martins, Coordenador Crédito e Cauções na SABSEG, explicou de forma clara o papel fundamental que estes instrumentos desempenham no dia a dia empresarial.

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“Mais do que um seguro, é uma ferramenta de gestão do dia-a-dia”, sublinha, referindo-se ao seguro de crédito. Este tipo de seguro cobre vendas feitas a crédito, protegendo as empresas do risco de não pagamento por parte dos seus clientes. A sua relevância cresce em momentos de maior instabilidade económica, em que o incumprimento e o alargamento dos prazos de pagamento se tornam mais frequentes.

Sérgio Martins, Coordenador Crédito e Cauções na SABSEG, é o quarto convidado do podcast Empresas Protegidas

Segundo o especialista, mais de 25% das falências na Europa resultam precisamente de incumprimento por parte de clientes. Perante este cenário, o seguro de crédito oferece uma rede de proteção essencial, que permite às empresas avaliar o risco de quem compra e alavancar relações comerciais com maior confiança.

“O cliente vai saber quem são os bons e os maus clientes”, explica. Os clientes segurados são monitorizados e avaliados pelas companhias de seguros, sendo inseridos em bases de dados que acompanham em tempo real a sua fiabilidade. “Se acontecer um problema, no minuto seguinte o cliente vai ficar a saber”, reforça Sérgio Martins.

Esta monitorização contínua é acompanhada por um serviço de cobrança internacional, que representa uma mais-valia significativa para empresas que exportam. “Imaginemos que uma empresa vende para a China. Em caso de não pagamento, a companhia vai à China tentar recuperar”, explica. Caso a recuperação não seja possível, o seguro entra na sua vertente mais clássica: a indemnização. A seguradora indemniza a empresa segurada pelos valores não recebidos, garantindo que o impacto do incumprimento não se traduz em prejuízo irreversível.

Já os seguros de caução funcionam de forma diferente. “Basicamente, protegem as obrigações contratuais que uma empresa adquire perante um cliente ou fornecedor”, resume Sérgio Martins. Este tipo de seguro é particularmente comum em contratos públicos, como obras adjudicadas por autarquias. “Todas as empresas que façam obras públicas terão que ter obrigatoriamente um seguro de caução ou uma garantia bancária”, adianta.

A grande vantagem em relação à garantia bancária reside na agilidade e no menor impacto financeiro. “O seguro de caução permite mais liquidez, porque os recursos basicamente não são alocados para esse fim”, afirma. Além disso, essas mesmas responsabilidades “não aparecem no Banco de Portugal”, o que favorece a posição financeira da empresa. O processo de cancelamento do seguro, acrescenta, é também bastante mais simples do que o de uma garantia bancária.

O mercado dos seguros de caução tem registado um crescimento acentuado nos últimos anos, confirma o especialista. “Notamos que, nos últimos dois anos, tem crescido de uma forma substancial”, afirma o coordenador da SABSEG, destacando a diversificação da oferta e a adaptação a novos tipos de contratos, como os trabalhos temporários ou cauções exigidas por empresas privadas.

No fundo, ambos os seguros — de crédito e de caução — representam mecanismos de proteção que permitem às empresas operar com maior segurança e previsibilidade. “Todas as empresas, no meu entender, deviam ter este tipo de ferramenta”, defende Sérgio Martins, apontando para a importância de integrar estas soluções na estratégia de gestão de risco empresarial.

Assista ao quarto episódio completo do podcast Empresas Protegidas.

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Organizações de consumidores exigem a Bruxelas fim das taxas sobre bagagem de mão

  • Lusa
  • 21 Maio 2025

A Deco, em conjunto com a Organização Europeia de Consumidores (BEUC), apresentou denúncia a Bruxelas exigindo investigação ao setor da aviação pela cobrança de taxas adicionais pela bagagem de mão.

A Deco, em conjunto com a Organização Europeia de Consumidores (BEUC) e associações de 12 países, apresentou uma denúncia a Bruxelas, exigindo uma investigação ao setor da aviação pela cobrança de taxas adicionais pela bagagem de mão.

Além da Comissão Europeia, a associação de defesa do consumidor e as congéneres apresentaram um alerta à Rede de Cooperação no domínio da Defesa do Consumidor (rede CPC), denunciando a política de bagagem de sete transportadoras aéreas, anunciou a Deco esta quarta-feira, num comunicado.

No centro da denúncia estão a EasyJet, Norwegian Airlines, Ryanair, Volotea, Vueling, Transavia e Wizzair, acusadas pelas associações de cobrar valores adicionais para permitir aos passageiros viajarem com bagagem de mão.

Estas práticas, segundo as organizações, violam o entendimento do Tribunal de Justiça da União Europeia, que já considerou que a bagagem de mão não pode ser alvo de tarifas extra desde que cumpra critérios razoáveis de peso, dimensões e segurança.

A Deco lembra ainda que a prática de cobrança de bagagem começou a ser implementada pela Ryanair, mas tem vindo a ser replicada por outras transportadoras.

“São cada vez mais as transportadoras aéreas que exigem aos passageiros, que pretendam viajar com bagagem de mão, o pagamento de um suplemento, contrariamente ao que foi, durante largos anos, prática no setor da aviação”, destaca a Deco.

As taxas cobradas variam consoante a rota, a procura, a data da viagem e o momento em que são adicionadas ao bilhete. Nos casos em que são aplicadas no aeroporto, o valor pode atingir os 75 euros por trajeto.

As associações alertam ainda para a forma como estas taxas são comunicadas durante o processo de reserva, referindo o uso de “padrões obscuros” que podem induzir em erro os consumidores.

Em 2024, a Deco já tinha solicitado a intervenção da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) sobre esta matéria. Agora, pede uma investigação ao nível da União Europeia a todo o setor.

Já em Espanha, o Ministério dos Direitos Sociais e Consumo aplicou em novembro de 2024 coimas no valor total de 179 milhões de euros a cinco companhias aéreas — Ryanair, EasyJet, Vueling, Norwegian e Volotea —, por práticas consideradas abusivas, incluindo a cobrança da bagagem de mão.

“Com este passo importante na defesa dos direitos dos passageiros na vizinha Espanha, e na ausência de alterações pelas companhias que continuam a cobrar taxas adicionais, impõe-se a atuação das autoridades europeias”, destacam.

Além disso, defendem que “a revisão em curso do regulamento relativo aos direitos dos passageiros deve servir para clarificar quais os serviços que devem ser incluídos no preço base do bilhete e também para definir o tamanho e peso razoáveis da bagagem de mão, evitando-se surpresas no aeroporto que custam tempo e dinheiro aos consumidores”.

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Penas de prisão, multa e desqualificação para os autores de insultos racistas contra Vinicius no jogo entre o Valladolid e o Real Madrid

  • Servimedia
  • 21 Maio 2025

Os factos ocorreram em 30 de dezembro de 2022, durante o jogo entre o Real Valladolid e o Real Madrid.

O Tribunal Provincial de Valladolid proferiu a primeira sentença em Espanha que condena como crime de ódio, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 510.º do Código Penal, os cinco arguidos por proferirem insultos racistas em frente de Vinicius Jr. num estádio de futebol.

Segundo a LALIGA, graças à sua decisão de apresentar uma queixa e atuar inicialmente como única acusação, tendo Vinicius e o Real Madrid C.F. aderido posteriormente à acusação, bem como o próprio Ministério Público, foi possível obter esta sentença, que descreveu como “exemplar”.

As penas impostas aos arguidos são de um ano de prisão, inibição especial do direito de sufrágio passivo durante um ano, multa entre 1.080 euros e 1.620 euros e inibição especial do exercício de profissões ou ofícios na área do ensino, desporto e lazer durante quatro anos.

Para a suspensão da pena de prisão, os condenados aceitaram expressamente duas condições: não cometer um crime durante um período de três anos e não frequentar estádios de futebol onde se realizem competições nacionais oficiais durante o mesmo período.

“Esta resolução judicial representa um marco sem precedentes na luta contra o racismo no desporto em Espanha, que até agora conhecia penas por conduta contra a integridade moral, com a circunstância agravante do racismo. O facto de a sentença mencionar expressamente o crime de ódio associado a insultos racistas reforça a mensagem de que a intolerância não tem lugar no futebol”, afirmou a LALIGA.

Acrescentou ainda que “este desenvolvimento é o resultado do empenho contínuo da LALIGA na defesa dos valores do desporto e da tolerância. Através do seu projeto LALIGA VS, a instituição desenvolve ações legais, campanhas de sensibilização e ferramentas tecnológicas para identificar e denunciar comportamentos discriminatórios. A LALIGA continuará a trabalhar firmemente com as autoridades e os clubes para garantir que o futebol seja um espaço seguro, respeitoso e inclusivo para todos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 21 de maio

  • ECO
  • 21 Maio 2025

Ao longo desta quarta-feira, 21 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Formação e incentivos fiscais. A “receita” para acabar com preconceito contra talento mais velho

Especialista em recrutamento defende que benefício fiscal poderia deixar empresas mais abertas a talento mais velho, mitigando atual preconceito. Apela também a requalificação desses profissionais.

Ainda que tenha qualidades valorizadas no mercado de trabalho (como a resiliência), o talento mais velho continua a ser alvo de preconceito. Como o resolver, numa altura em que as populações europeias envelhecem a olhos vistos? Em conversa com o ECO, Gerrit Bouckaert, líder do negócio de recrutamento da consultora de recursos humanos Robert Walters, explica que atribuir benefícios fiscais poderia ser um primeiro passo para melhorar a integração destes profissionais, a par da aposta na formação.

“Em muitas empresas, ainda existe esta visão desatualizada do que as pessoas com muita experiência podem ou não acrescentar valor. Alguns países já estão a tomar medidas contra essa visão. Acredito que as pessoas com experiência têm valor a adicionar“, sublinha o especialista, que esteve em Lisboa.

Por exemplo, na Bélgica, identifica Gerrit Bouckaert, já é possível “trabalhar para lá da idade da reforma quase sem pagar imposto“, o que permite às pessoas somarem algum rendimento à pensão. “E dá às pessoas a oportunidade de continuarem a trabalhar e estar ligadas ao tecido social”, assinala o responsável.

Na visão deste especialista, dar benefícios fiscais às próprias empresas que integrem talento sénior é mesmo um bom primeiro passo para eliminar o preconceito atual, na medida que só quando os empregadores começarem a sentir no bolso a vantagem de acolher estes profissionais estarão, então, mais abertos a abraçá-los.

Gerrit Bouckaert é CEO do braço de recrutamento da Robert Walters

Por outro lado, há que apostar na formação, indica Gerrit Bouckaert. “A requalificação tornou-se mais democrática. Hoje, podemos fazer praticamente qualquer ação formativa online e a um preço muito reduzido em comparação com os valores anteriormente praticados“, argumenta o especialista.

O mesmo entende que a integração deste talento tem de ser, portanto, uma estrada de dois sentidos: as empresas têm de estar mais abertas (atitude que cabe também às políticas públicas incentivar), mas também os profissionais têm de atualizar as suas competências.

Interesse na mobilidade internacional arrefece

Gerrit Bouckaert confessa-se um inquieto, que, a cada dois anos, gosta de experimentar novos desafios profissionais. Por isso, já passou várias temporadas fora do seu país. Mas revela ao ECO que, entre a globalidade dos profissionais, há hoje menos interesse em ingressar em programas de mobilidade internacional (que permitem a migração entre países, mas dentro de uma mesma empresa).

A explicar este arrefecimento está, desde logo, a globalização, identifica o especialista em recrutamento. Isto uma vez que hoje “tudo parece estar mais próximo de nós”. Mas também o emagrecimento das compensações dadas a quem adere a estes programas, destaca o mesmo.

“Muitos benefícios foram eliminados. Antigamente, estes profissionais tinham a casa paga, os filhos em escolas internacionais, entre outros benefícios. Hoje, recebem algum apoio, mas não todo o pacote que antes era oferecido”, detalha Gerrit Bouckaert, que atribui ao florescimento do talento local o encolhimento dos incentivos à mobilidade internacional.

Antigamente, estes profissionais tinham a casa paga, os filhos em escolas internacionais, entre outros benefícios. Hoje, recebem algum apoio, mas não todo o pacote que antes era oferecido.

Por outro lado, o líder de recrutamento da Robert Walters avança que os profissionais estão hoje mais interessados no crescimento horizontal, do que vertical, saltando entre departamentos e funções, e, à boleia, colecionando competências.

“Tal aumenta o período de permanência das pessoas numa organização”, afirma o responsável, que acrescenta que estes profissionais são também líderes mais capazes de ter uma visão mais global da organização.

Regresso ao escritório? É preciso criar atmosfera que convide

Da Amazon ao JPMorgan, várias empresas do outro lado do oceano estão a forçar os seus empregados a regressar a um modelo de trabalho 100% presencial. Mas Gerrit Bouckaert tem um recado: a escolha cabe aos gestores, mas é preciso que percebam que podem perder talento ou até ter menos acesso aos profissionais.

“Acho que, uma vez experimentada a flexibilidade, é difícil voltar atrás. Fazê-lo resulta algum ressentimento“, atira o especialista da Robert Walters, que defende que, em alternativa, as empresas têm o dever de criar uma atmosfera que convide as pessoas a regressar, em vez de forçar esse retorno.

Para decidirem o modelo de trabalho, o especialista recomenda que as empresas coloquem a si mesmas três questões: qual é o meu ADN? As minhas operações podem ou não ser realizadas à distância? E, por fim, que modelo de trabalho produz os melhores resultados?

Por outro lado, atira que atribuir dias de trabalho remoto como uma compensação para os trabalhadores com melhor desempenhocomo já acontece nos Estados Unidos — é um gatilho para conflitos, não sendo recomendado às empresas europeias.

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Empresa sueca lança a primeira viagem de barco elétrico para atravessar o Estreito de Gibraltar em uma hora

  • Servimedia
  • 21 Maio 2025

O evento contou com a presença do embaixador sueco em Espanha, Per-Arne Hjelmborn.

A primeira viagem de barco elétrico pelo Estreito de Gibraltar, de Sotogrande a Ceuta, teve lugar com o objetivo de avançar para um transporte marítimo sustentável e de complementar e expandir as opções de transporte entre a Europa e África.
Desenvolvido pela empresa sueca Candela, foi concluído em menos de uma hora, demonstrando que a viagem pode ser efetuada de forma mais rápida, mais barata e mais ecológica. Mais concretamente, o barco consumiu menos 90% de energia.

Uma iniciativa que visa promover um planeta mais sustentável e que exemplifica a ambição da Suécia em matéria de mobilidade, que já se reflete em dados como os fornecidos pelo Eurostat: 32% dos transportes na Suécia são alimentados por energias renováveis, em comparação com a média europeia de 9,1%.

Nos últimos dias, várias iniciativas sustentáveis com ADN sueco foram promovidas em diferentes pontos de Espanha. No sábado, 18, o Parque Oeste de Madrid acolheu uma nova paragem do Plogging Tour 2025, uma iniciativa sueca que combina atividade física e recolha de resíduos, e a Feira do Livro de Madrid anunciou o seu compromisso com a sustentabilidade. Mais concretamente, o pavilhão infantil, concebido pela IKEA, inspira-se nas florestas suecas e nos valores sustentáveis.

A sustentabilidade continua a ser um tema de interesse para a sociedade espanhola, como demonstra o estudo da Ipsos “As pessoas e as alterações climáticas”, que analisa as perceções dos riscos da crise climática e conclui que 75% da população espanhola está preocupada com o impacto das alterações climáticas. E os jovens, em particular, apesar de se preocuparem com o ambiente, sublinham a dificuldade de adotar um estilo de vida mais sustentável. Assim, 86,8% dos jovens espanhóis estão muito preocupados com o ambiente, mas 95% consideram complicado mudar o seu modo de vida para se tornarem mais ecológicos, segundo o estudo “Atitudes dos jovens face aos cuidados de saúde e à sustentabilidade ambiental”, elaborado pela Fundação Pfizer e pelo Centro Rainha Sofia da Juventude Fad.

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