Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros: Inscreva-se agora com 15% de desconto

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  • 17 Março 2025

O desconto de 35% já terminou, mas ainda pode garantir a sua inscrição com 15% de desconto. Não perca esta última oportunidade.

Se ainda não garantiu a sua inscrição, talvez este seja o melhor momento para o fazer. A partir de hoje, pode inscrever-se com 15% de desconto, mas atenção: o tempo está a contar e esta é uma oportunidade que termina a 11 de abril.

Porque deve aproveitar este desconto?

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  • Reconhecimento: O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros distingue projetos inovadores e de impacto positivo para as comunidades.

Como garantir o seu desconto?

O processo é simples:

1. Acesse o site oficial e consulte todas as informações.
2. Verifique o regulamento e as categorias disponíveis para inscrição.
3. Siga os passos da inscrição e envie para [email protected]

Já temos 41 projetos inscritos! Não perca a oportunidade de destacar o trabalho da sua autarquia e juntar-se às melhores iniciativas do país. O desconto de 15% começa hoje e decorre até 11 de abril. As inscrições terminam a 20 de junho.

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Menzies avança com despedimento coletivo na ex-Groundforce

Grupo britânico formaliza processo de despedimento coletivo na antiga Groundforce, para chegar a um corte de 300 trabalhadores. Invoca condições de mercado e desequilíbrio financeiro da companhia.

O grupo Menzies, que controla a SPDH (Serviços Portugueses De Handling), antiga Groundforce, comunicou aos sindicatos no passado dia 14 o início de processo de despedimento coletivo de 300 trabalhadores na companhia. Depois de formalizar a aquisição de 50,1% do capital da operação em junho de 2024 e de assumir o compromisso de “reforçar a capacidade de handling para a aviação em Portugal”, investir “em tecnologia avançada” e “apoiar o desenvolvimento do pessoal”, avança para um despedimento coletivo com “motivos de mercado” e “redução da atividade”, lê-se no ponto 22 da carta a que o ECO teve acesso, assinada pelos administradores Rui Pedro Gomes e Juan Lorenzo Ramis.

Depois da sentença de declaração de insolvência da SPDH em agosto de 2021, e posterior aprovação da continuidade da empresa em setembro desse ano, a entrada da Menzies Aviation com 50,1% do capital — os outros 49,9% estão sob o controlo da TAP –, permitiu a entrada de 2,5 milhões de euros de fundos do novo acionista e da TAP na proporção do seu capital social, por conversão de dívida. Agora, a Menzies recorre ao plano de insolvência aprovado pelos credores para avançar com o corte de 300 trabalhadores “durante os próximos meses”. No total, a ex-Groundforce tem cerca de 2700 trabalhadores diretos, com mais 1400 com contratos indiretos. Já saíram cerca de 140 por acordo, mas longe do objetivo de 300 trabalhadores.

O grupo Menzies justifica que cerca de 64% dos custos da empresa representam encargos com salários. “A redução de custos administrativos e com o pessoal torna-se inevitável quando se pretende reduzir, de forma significativa, os custos fixos mensais e anuais“. O processo, acrescenta a Menzies, “encontra-se em linha com o atual contexto macroeconómico mundial e nacional, o qual, não obstante o otimismo dos media, continua a impor cautelas”. Em 2025, os principais argumentos da Menzies são ainda a pandemia da Covid-19 e a invasão da Ucrânia, sem fim à vista, a escalada do conflito no Médio Oriente, e a crise política e a incerteza decorrente das eleições antecipadas em Portugal.

Na longa exposição para justificar o despedimento coletivo na SPDH, a Menzies revela que a companhia registou prejuízos de sete milhões e um milhão em 2021 e 2022, respetivamente. As contas de 2023 ainda não estejam fechadas, “devido ao processo de insolvência, mas estima-se que o resultado líquido se manterá negativo“. Em 2022, os últimos números conhecidos, os custos com pessoal ultrapassaram os 90 milhões de euros (cerca de 76 milhões em 2021).

O grupo Menzies recorda, nesta carta para justificar o despedimento coletivo, que se previa o investimento de 12,5 milhões de euros, dos quais dez milhões na reestruturação dos recursos humanos, nomeadamente neste processo de despedimento coletivo. E admitia-se, à data da celebração do contrato de entrada no capital, de mais 25,6 milhões de investimento adicional. E na carta, os administradores citam ainda a obrigação de reembolso plurianual de credores reconhecidos da antiga Groundforce, no valor de 46 milhões de euros.

De acordo com os números revelados pela própria Menzies à data da aquisição, “a Groundforce Portugal assiste mais de 100.000 movimentos de aeronaves todos os anos nos cinco aeroportos mais movimentados de Portugal, nos quais presta serviços de terra e de carga aérea a várias companhias aéreas líderes mundiais”. A empresa britânica, detida pela Agility, uma holding do Kuwait, ficará com uma quota de 65% em Portugal.

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MBA online da Porto Business School entre os melhores do mundo

MBA 100% "online" da Porto Business School estreia-se no "ranking" do FT dedicado a programas desse tipo. Arranca já no "top" dez mundial.

O MBA online da Porto Business School estreia-se na edição deste ano do ranking do Financial Times dedicado a esse tipo de programas digitais. Ocupa o quarto lugar europeu e o oitavo a nível mundial. Esta é a única escola portuguesa presente nesta tabela.

“A Porto Business School lançou, em 2020, o Global Online MBA, tornando-se a primeira escola de negócios portuguesa a oferecer um programa de MBA 100% online. Hoje, esta aposta reflete-se na entrada direta para o oitavo lugar mundial e quarto lugar europeu do ranking do Financial Times“, informa a escola nortenha, numa nota enviada às redações.

Nos indicadores que dizem respeito à relação qualidade-preço (o value for money rank) e ao impacto na carreira (career service rank), o programa em questão aparece em quinto lugar a nível mundial, o que reflete, destaca a Porto Business School, o seu “impacto positivo na carreira dos alunos“.

Já quanto à satisfação global dos estudantes, este MBA posiciona-se entre os quatro melhores do mundo, com uma pontuação de 9,44 em dez.

“No indicador online interaction rank [interação digital, numa tradução direta], que avalia a qualidade da interação e experiência digital dos alunos, o programa lidera a nível mundial. No indicador que mede a qualificação e experiência do corpo docente, o Global Online MBA posicionou-se entre as três melhores instituições do mundo”, acrescenta a escola de negócios.

Outro dado a realçar é que o equilíbrio de género “é exemplar“. “O programa ocupa a segunda posição mundial na presença feminina no corpo docente (47%), reforçando o seu compromisso com a inclusão e equidade”, é apontado em comunicado.

Além disso, no indicador que mede a diversidade setorial dos participantes, o programa conquistou a quarta posição mundial, refletindo a sua “capacidade de atrair talento de diferentes indústrias e setores“, observa ainda a Porto Business School.

Estrear no ranking do Financial Times já no top dez mundial reforça a Porto Business School como uma referência global no ensino executivo. Este reconhecimento valida a nossa aposta na inovação e na integração da inteligência artificial neste MBA”, enfatiza, em reação, o dean José Esteves.

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Líder do PS quer discutir problemas do país na campanha

  • Lusa
  • 16 Março 2025

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, garante que quer aproveitar as eleições antecipadas para falar dos problemas do país e da incompetência do Governo.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, garante que querer aproveitar as eleições antecipadas para falar dos problemas do país e da incompetência do Governo.

Os casos do senhor primeiro-ministro foram os casos que nos trouxeram a eleições hoje, mas a verdade é que temos de aproveitar estas eleições para falarmos dos problemas do país“, afirmou o líder socialista, em declarações aos jornalistas, quando visitava a Festa Internacional das Camélias, em Celorico de Basto, no distrito de Braga.

Para Pedro Nuno Santos, o Governo, naquilo que anuncia como estando bem, “era aquilo que já estava bem há um ano”. Contudo, acrescentou, “na realidade encontramos um Governo incompetente na gestão do Estado”.

 

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Marcelo diz que atividade económica “anda por si”

  • Lusa
  • 16 Março 2025

O Presidente da República considera que a atividade económica portuguesa "anda por si" e que existe um clima de tranquilidade na economia, independentemente da crise política.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este domingo que a atividade económica portuguesa “anda por si” e que existe um clima de tranquilidade na economia, independentemente da crise política que resultou em eleições legislativas antecipadas.

Encontrei sempre um espírito muito sereno e otimista, quer dizer que a atividade económica anda por si independentemente daquilo que são os fenómenos naturais em democracia“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à CNN Portugal, no segundo dia em que visitou a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Tanto a visita de domingo, como a de sábado à noite não constaram da agência oficial do chefe de Estado.

O Presidente da República afirmou que, quando caiu o Governo de António Costa, houve “cinco meses durante os quais houve um debate mais intenso na sociedade portuguesa, e depois até mudanças” no panorama político, “e tudo se passou sem tocar nas classificações das agências de ‘rating’ financeiras internacionais, tudo se passou sem perturbar a atividade económica que vinha forte do final de 2023, continuou forte em 2024, chegou forte ao último trimestre de 2024, e no primeiro trimestre de 2025 está forte“.

“Como exportamos muito – estamos a exportar muito, […] além da exportação de bens, temos exportações de turismo, que estão ou estáveis ou em alguns períodos até a subir, aqui e ali –, quer dizer que isso aguenta uma tranquilidade no país em termos económicos. Se somarmos a isso os fundos europeus, temos um somatório – e fundos europeus que ainda têm dois anos para durar, pelo menos, depois há os fundos do Portugal 2030 — que dá às pessoas e à economia essa tranquilidade, independentemente daquilo que é o debate que exista dentro da nossa democracia”, defendeu.

Quando ao setor do turismo em concreto, disse que “a sensação” que tem “é francamente positiva” atualmente e também quanto aos próximos meses. “Saio daqui com a convicção de que se as nossas exportações continuarem a afirmar-se como se afirmaram ao longo dos últimos anos” o turismo, que “é uma forma de exportação importantíssima também, essa está muito bem“.

O Presidente da República recusou comentar se novas eleições ao fim de um ano poderão resultar num aumento da abstenção, e indicou que “já disse o que tinha a dizer” na comunicação ao país, na quinta-feira.

No sábado à noite, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a crise política não deverá prejudicar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Já aconteceu com o Governo anterior, e a ideia foi poder atuar como se fosse um Governo de plenos poderes. Já aconteceu em 2024“, disse o chefe de Estado em declarações à TVI, também durante uma visita à BTL.

Depois do chumbo, pelo parlamento, da moção de confiança apresentada pelo Governo, o Presidente da República decidiu marcar eleições para 18 de maio e dissolver a Assembleia da República na próxima quinta-feira, dia 20.

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CNPR prepara peritos para admissão na associação

  • ECO Seguros
  • 16 Março 2025

O curso de atualização de conhecimentos para peritos nas vertentes de ramos patrimoniais que decorre entre 31 de março e 4 de abril e as inscrições estão abertas até 27 de março.

A Câmara Nacional de Peritos Reguladores (CNPR) vai realizar um curso com matérias que constarão no próximo teste de acreditação e admissão do Colégio Patrimonial da CNPR.

O curso de atualização de conhecimentos para peritos nas vertentes de ramos patrimoniais está agendado para a semana de 31 de março a 4 de abril em horário pós-laboral, das 19h30 às 22h30, de modo virtual.

Deste modo o curso realizar-se-á mesmo antes do teste destinado a peritos avaliadores e peritos reguladores marcado para os dias 5 e 12 de abril (no Porto e Lisboa, respetivamente).

Além do teste, o perito precisa de experiência profissional de 6 anos ou de 2 anos para detentores de formação em ensino superior para ter acesso à filiação na qualidade de membro acreditado da CNPR, passando a deter acreditação em conformidade.

Na formação serão abordados os principais contratos de seguro (apólices de incêndio, multirriscos, responsabilidade civil, transportes, perdas de exploração), as garantias e exclusões, análise às situações de litígio mais frequentes. Também serão abordados risco industrial e comercial, obras e montagens e perdas de exploração.

Os formadores são Ilidio do Nascimento Barreira, membro Jubilado da CNPR e responsável da Comissão de Formação Profissional da CNPR, Manuel de Castro, ex-Diretor de Sinistros da Companhia de Seguros Tranquilidade (atual Generali Tranquilidade), e membro do Conselho Diretivo da CNPR e Rui de Almeida membro da CNPR, responsável Técnico da “PeriRReg-Peritos Reguladores Lda/International Loss Adjusters, Surveyors”.

Interessados em frequentar a formação podem inscrever-se até dia 27 do deste mês. Para inscrições online, aqui, ou através através do envio da ficha disponível aqui, devidamente preenchida, para o Secretariado da CNPR via e-mail ([email protected]).

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Corretora Segup quer duplicar negócio em dois anos

  • ECO Seguros
  • 16 Março 2025

A corretora de Braga quer que a sua carteira de seguros atinja os 60 milhões em 2026 e para isso continua com aquisições de mediadoras por todo o país.

A Segup, que no ano passado se promoveu de mediadora a corretora de seguros, encerrou 2024 com 30 milhões de euros de carteira de seguros, acima do plano estratégico definido pela administração da Segup para fechar 2026 com 50 milhões de carteira Não Vida. Este objetivo foi revisto, “atualmente, prevemos fechar 2026 com 60 milhões de carteira Não vida” referiu a ECOseguros Diogo Oliveira, diretor comercial da empresa.

Diogo Oliveira indica o rumo da expansão da Segup: “Pretendemos abrir no Grande Porto, Amarante, Litoral Norte e zona centro. Pretendemos ainda continuar a reforçar a nossa presença na Grande Lisboa”.

A corretora adquiriu cinco sociedades de mediação em 2024, abrindo uma unidade de negócio em Paredes, abrangendo a área do vale do Sousa, reforçou as zonas de exploração de Loures – a última foi a mediadora Vitor Mateus -Barcelos e Famalicão.

Diogo Oliveira adianta que Em 2025 “já abrimos no Fundão, dinamizando a região das beiras, pretendemos abrir no grande Porto, Amarante, Litoral Norte e zona centro. Pretendemos ainda continuar a reforçar a nossa presença na Grande Lisboa”, disse.

Quanto às escolhidas aponta: “Estamos atentos e analisamos todas as oportunidades de negócio. Selecionamos aquelas que tenham como premissas o capital humano, visão de futuro, continuação da identidade e capacidade de absorção e implementação dos valores e estratégicas de SEGUP”.

Novos produtos e sustentabilidade na mira

Entretanto a Segup criou e desenvolveu um departamento de speciality lines insurance para seguros de Crédito e Caução e a área de employed benefits, indo assim ao encontro “de uma tendência e necessidade do mercado”, comenta Diogo Oliveira.

“Os grupos económicos em que a Segup se insere, têm políticas de sustentabilidade bem definidas, assim como fortes compromissos na redução da pegada ecológica”, disse ainda o diretor comercial referindo-se à operadora logística Torrestir e à Onires, grupo ligado à construção e ao imobiliário.

Assim, para além “de uma forte política de redução de papel e equiparmos a nossa frota com viaturas elétricas e Hibridas, temos sensibilizado as seguradoras com que trabalhamos, no sentido de se criarem solução de seguros incentivadoras a aquisição de veículos elétricos / híbridos, assim como para empresas com politicas bem definidas de sustentabilidade”, conclui Diogo Oliveira.

Atualmente a Segup conta com perto 50 colaboradores, mais de 100 mediadores e 9 escritórios. O plano é terminar 2025 com mais de 60 colaboradores, mais de 200 mediadores e 12 escritórios.

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Generali cresce receitas em 15% mas mantém resultados

  • ECO Seguros
  • 16 Março 2025

A companhia italiana está quase a atingir os 100 mil milhões de receitas mundiais e apostada em dar um rendimento aos acionistas maior que 10% ao ano. Em Portugal subiu receitas e lucros.

Os prémios brutos de seguros emitidos pelo Grupo Generali a nível global aumentaram 14,9% para 95,2 mil milhões de euros em 2024, através do crescimento de 19,2% no ramo Vida e 7,7% em Não Vida ou P&C (Property & Casualty), anunciou a seguradora esta sexta-feira.

Será em Triste, na sede da Generali, que a administração do CEO Donnet se vai comprometer com dividendos superiores a 10% nos próximos três anos.

O volume de negócios foi obtido em quase 50% através de produtos poupança, de pensões e unit linked, cerca de 28% pelos ramos Não Vida e 20% por seguros de vida risco, seguros de saúde e acidentes. Agregando, o ramo Vida continua a significar cerca de dois terços dos prémios da Generali e Não Vida 35%.

Os resultados operacionais cresceram 8,2% em relação a 2023 para 7,3 mil milhões de euros, como resultado das entradas líquidas positivas (novas receitas – amortizações no ramo Vida), pelo aumento de preços nos prémios em Não Vida principalmente em clientes comércio e pequenas e médias empresas (PME), e com a Gestão de Ativos e Fortunas a contribuir com 16% desses lucros.

No entanto, o valor de lucro líquido de 3.724 milhões de euros foi inferior em 0,6% ao do ano anterior. Ainda assim, o dividendo a propor pela administração na próxima assembleia geral de 24 de abril em Triste será de 1,43 euros por ação, mais 11,7% que há um ano, enquadrando-se no compromisso do plano estratégico “Lifetime Partner 27: Driving Excellence”, em que se pretende dividendo médio para o acionista superior a 10% do capital investido entre 2024 e 2027.

O capital próprio atingiu 30.389 milhões de euros, um valor 5% acima, enquanto os ativos sob gestão em todo o grupo cresceram para 830 mil milhões de euros, uma subida de 31,6% devido a entradas líquidas positivas do ramo Vida e à consolidação da Conning Holdings Limited, uma aquisição recente na área da gestão de ativos.

O rácio de solvência II SCR – cujo valor mínimo aceitável é 100% – desceu de 220% para 210% devido essencialmente à compra da Liberty na Europa e ao programa de recompra de ações no valor de 500 milhões de euros terminado em 2024.

O rácio combinado (CoR) – que acima de 100% significa prejuízo técnico e abaixo lucro – permaneceu nos 94%, embora tenha melhorado para o CoR descontado (valor de responsabilidades futuras atualizadas para este ano) de 96,7% em 2023 para 95,9% no ano passado. Ainda o CoR atricional, não refletindo os eventos catastróficos, foi 92,3%, um valor 0,7% mais baixo que um ano antes. Os tumultos na Nova Caledónia e na Martinica causaram 75 milhões de euros, num total de perdas causadas por humanos de 405 milhões de euros.

Em Portugal, o rácio combinado Não Vida foi (CoR) de 97,1%, de 95,9% no CoR descontado (se atualizadas valores de pagamentos futuros) e também 97,1% no CoR de Atito, uma vez que a seguradora não sofreu eventos considerados catastróficos. “A melhoria deveu-se, este ano, a um saudável CoR de atrito nos ramos Não Automóvel”, refere a Generali.

Ainda para Portugal, o relatório da Generali SpA refere que os prémios cresceram a dois dígitos em Vida e Não Vida tendo a Liberty contribuído com 210 milhões de euros de receitas. O país conseguiu entradas líquidas de 71 milhões de euros no ramo Vida, enquanto em 2023 tinha tido perdas líquidas (diferença negativa entre entradas de prémios Vida e amortizações de produtos Vida) de 25 milhões de euros.

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Trump causa mais incertezas na economia do que o covid-19

  • Lusa
  • 16 Março 2025

O vice-presidente do BCE defendeu que as políticas do Governo de Donald Trump nos Estados Unidos estão a causar mais incertezas na economia do que a crise da covid-19 provocou então.

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu que as políticas do Governo de Donald Trump nos Estados Unidos estão a causar mais incertezas na economia do que a crise da covid-19 provocou então. Em entrevista ao Sunday Times, Luis de Guindos disse que a perspetiva da imposição de tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos da América (EUA) e a retaliação dos seus parceiros comerciais provoca “muitas incertezas” e torna a situação atual “muito volátil”.

Cada dia uma nova taxa é imposta ou é retirado um imposto anunciado“, disse o antigo ministro da economia de Espanha a jornal britânico, falando da incerteza e instabilidade criada pela administração de Donald Trump.

Desde que regressou à presidência dos Estados Unidos, em janeiro, Donald Trump lançou uma série de ofensivas comerciais contra os seus parceiros comerciais, por considerar que os Estados Unidos estavam a ser injustiçados no comércio mundial.

Para o número dois do BCE, uma guerra comercial será uma situação em que todos perdem, pois penalizará o crescimento económico pelo aumento dos preços.

A “desregulação” financeira que a administração Trump defende é outra “fonte de incerteza”, bem como a redução de impostos sobre os lucros das empresas, que “poderá afetar os fluxos de capitais” entre a Europa e os EUA, estima Luis de Guindos.

Sobre o plano de armamento da Comissão Europeia, que prevê um aumento das despesas dos Estados-membros em defesa para 1,5% do PIB, o espanhol considerou que é “certamente uma decisão na boa direção” mas que ainda falta conhecer mais detalhes e “uma avaliação precisa do seu impacto na economia”.

Apesar deste contexto de incertezas, na entrevista ao Sunday Times, Luis de Guindos disse que o processo de desinflação está correr bem, mostrando-se confiante de que inflação convergirá de forma duradoura para o objectivo do BCE dos 2% “no final deste ano ou no início do ano próximo”.

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Mercado está no “momento certo” para vender a TAP e atraso pode ser “prejuízo para o país”, diz Pinto Luz

  • ECO
  • 16 Março 2025

Ministro das Infraestruturas afirma que trabalhos preparatórios da privatização vão continuar. Sobre o TGV, admite relançar o concurso para o segundo troço mesmo com o Governo em gestão.

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, considera que este é o “momento certo” para a privatização da TAP e que a crise política representa um entrave.

O mercado, como todos os stakeholders dizem, está no momento certo para proceder a esta venda, e isso sim é um prejuízo para o país“, afirmou o governante em entrevista à ao Jornal de Negócios e Antena 1. “E isso sim, a crise coloca estes entraves”, acrescentou.

Miguel Pinto Luz diz que o Executivo e a Parpública vão continuar os trabalhos preparativos para o próximo Governo tomar uma decisão e evitar que haja “tempo perdido”. “O decreto-lei ia ser lançado, mas, no limite, isso pode ser ultrapassado pelas etapas que estão a ser desenvolvidas nos bastidores”, disse.

O ministro das Infraestruturas mostrou preocupação também em relação ao tempo de execução da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, depois do concurso para o segundo troço ter terminado apenas com uma proposta, do consórcio português Lusolav, entretanto chumbada pelo júri. “Existe uma necessidade de não perder prazo”, disse Pinto Luz, admitindo avançar com um novo concurso mesmo estando o Governo em gestão. Por decidir está se o novo concurso terá um reforço da verba ou uma redução da obra para atrair mais interessados.

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Loucura, ameaça e desastre. Setor do vinho teme que Trump implemente tarifas de 200%

Trump plantou incerteza no setor do vinho com a ameaça de tarifas de 200%. Em Portugal, se há quem fique aliviado por depender pouco dos EUA, o setor, no todo, teme por mais de 100 milhões de receitas

Quem entre na Trump Tower em Nova Iorque para um almoço encontra no cardápio o Trump Wine, vinho produzido na quinta da Virgínia, comprada pelo Presidente norte-americano quando os anteriores proprietários entraram em insolvência. O produtor de vinhos Donald Trump é o mesmo que, na cadeira presidencial da Casa Branca, a menos de 200 km da sua quinta, tem vindo a anunciar ao longo do último mês tarifas “a martelo” sobre produtos não americanos, culminando na ameaça, no final da semana, de 200% de tarifas sobre bebidas alcoólicas europeias.

Entre estas, saem das adegas portuguesas garrafas de Porto e outras marcas do Douro, de casas alentejanas e várias mais das vinhas nacionais, de onde saem anualmente cerca de 100 milhões de euros de caixas para a mesa dos norte-americanos. Ali, concorrem com outras marcas europeias e com as referências da Trump Winery, acessíveis a partir de 22,99 dólares, preço de um rosé de 2024.

Este preço de gama média é uma característica que os americanos também conhecem nos vinhos portugueses. No setor, na Europa e em particular em Portugal, antevê-se um cenário de exportações “fortemente penalizadas”, segundo afirmou Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, à Lusa. A associação interprofissional do vinho aponta para 102 milhões de euros de remessas de Portugal para os EUA, constituindo-se este como o segundo mercado de exportação para o vinho portuguê.

No Douro, mais antiga região vinícola demarcada do mundo, onde no final do século XIX uma praga originária dos EUA, a filoxera, quase dizimou o vinhedo, teme-se que os 200% de tarifas prometidos por Trump venham abalar o negócio pela cepa. “Uma loucura para a região” é como define o presidente da Prodouro. O potencial impacto será maior nos fortificados, o histórico Vinho do Porto, cujo preço médio para os EUA é de 11,14 euros por litro (próximo dos 14 euros por garrafa de 750 mililitros), enquanto o preço médio por litro do mesmo Vinho do Porto é de 5,7 euros por litro, diz ao ECO/Local Online Rui Soares, responsável máximo da Associação dos Viticultores Profissionais do Douro.

Como é normal e fácil de perceber, é uma notícia que nos preocupa. Não está a haver impactos económicos, mas há sobretudo o sentimento de preocupação em relação ao impacto que possa ter no negócio.

Rui Soares

Presidente da Prodouro

“Como é normal e fácil de perceber, é uma notícia que nos preocupa. Não está a haver impactos económicos, mas há sobretudo o sentimento de preocupação em relação ao impacto que possa ter no negócio”. Rui Soares designa os EUA e o Canadá como “muito importantes” para o Douro, tanto em vinho maduro quanto fortificado.

São dois mercados que contam muito para as nossas vendas e exportações, sobretudo em vinhos de maior valor acrescentado. Nas garrafas mais caras, de preços mais elevados, tem impacto grande o aumento da carga fiscal, porque vai sobrecarregar vinhos que à partida já estão num patamar elevado no preço. São taxas impostas em cima de garrafas que elas próprias já são caras”, acentua Rui Soares.

Embora em volume apareçam apenas como sexto mercado deste vinho fortificado (atrás de França, Portugal, Países Baixos, Bélgica e Reino Unido), os EUA só são superados nas receitas por Portugal, e França, sinal da prevalência das referências de preço mais alto. Durante 2024, explicita Rui Soares, os americanos receberam 35,9 milhões de euros de Vinho do Porto, aos quais se juntam 5,6 milhões de euros de vinho do Douro, nestes com um preço médio de 6,13 euros por litro, cerca de 20% acima da média total de 5,07 euros por litro.

Os EUA são o principal mercado externo de consumo de vinhos de Lisboa. A confirmar-se este aumento nas tarifas nesta ordem de grandeza é inevitável que se assista a um ajustamento com algum significado, sendo certo que os EUA são o principal importador mundial de vinhos, e como tal não perspetivamos que os consumidores americanos deixem simplesmente de consumir vinhos europeus.

Francisco Rito

Presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa

Viajando para sul, entramos pelo vinhedo da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, cujo presidente, Luís de Castro, até vê o potencial para crescimento das exportações para o subcontinente América do Norte, aproveitando as hostilidades comerciais dos EUA com os vizinhos México e Canadá. “Ir aos EUA fazer promoção fica muito caro em dinheiro e tempo”, diz o presidente dos vinhos do Tejo. “Resolvemos apostar só no Canadá, em especial no Quebec. Agora, poderá trazer-nos resultados positivos. O Canadá mandou retirar vinhos americanos das prateleiras. Agora, poderá abrir espaço para europeus”, explica.

Apesar disto, Luís de Castro assume que o confronto comercial com o maior mercado importador de vinho em todo o mundo “é muito mau para o país. Para a nossa região não é dramático, [só] 7% das nossas exportações são para os EUA. A Fiuza e Alorna são os que mais exportam para os EUA, mas mesmo para eles também não é um mercado prioritário“. No ano passado, aquele país bebeu 400 mil litros de vinhos do Tejo, um pequeno cálice nos 10 milhões de litros vendidos pela região para fora de Portugal.

Resolvemos apostar só no Canadá, em especial no Quebec. Agora, poderá trazer-nos resultados positivos. O Canadá mandou retirar vinhos americanos das prateleiras. Agora, poderá abrir espaço para europeus.

Luís de Castro

Presidente da CVR Tejo

Ali ao lado, a tranquilidade perante a ameaça de Trump é bem menor na Região Demarcada de Lisboa, onde as vendas para os EUA “representam quase 20% do total em volume e valor”, explica Francisco Rico, presidente da Comissão Vitivinícola.

A região tem o seu negócio muito assente na exportação, destino de 80% da produção total dos seus produtores. “Os EUA são o principal mercado externo de consumo de vinhos de Lisboa”, avança Francisco Rico. “A confirmar-se este aumento nas tarifas nesta ordem de grandeza é inevitável que se assista a um ajustamento com algum significado, sendo certo que os EUA são o principal importador mundial de vinhos, e como tal não perspetivamos que os consumidores americanos deixem simplesmente de consumir vinhos europeus”. A posição é de otimismo: “Acreditamos que a diplomacia económica conseguirá eliminar esta ameaça, vingando a lógica da reciprocidade nas relações bilaterais entre a União Europeia e os EUA”.

Outra região de olhos postos nos EUA é a dos Vinhos Verdes. A presidente da Comissão de Viticultura, Dora Simões, frisa ao ECO/Local Online que “os EUA são o primeiro mercado em valor para os vinhos verdes, 20 milhões de euros, numa tendência crescente”. No ano passado, a subida cifrou-se em 5%. “A situação é uma ameaça. Pode vir a acontecer um impacto grande. Ficamos preocupados. Os EUA são o primeiro mercado em valor para os vinhos verdes, 20 milhões de euros, numa tendência crescente“.

Os EUA são o principal mercado externo de consumo de vinhos de Lisboa. A confirmar-se este aumento nas tarifas nesta ordem de grandeza é inevitável que se assista a um ajustamento com algum significado.

Francisco Rito

Presidente CVR Lisboa

Igualmente apreensivos estão os agentes vinícolas do Alentejo, que nos últimos cinco anos conseguiram aumentar as vendas para aquele país em 40% e já ali garantem 10% das suas vendas. “Gostávamos de continuar esta tendência de crescimento”, diz Francisco Mateus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). No que concerne ao preço médio para o segundo mercado de exportação, a subida já é de 13%, para uma média de 3,81 euros por litro.

O Impacto nunca é positivo, porque isso significa que uma garrafa de vinho, para entrar nos EUA, vai estar sempre mais cara e pode levar os importadores e distribuidores a reduzir encomendas”, admite. “Nos vinhos de mais valor, este incremento pode não ter impacto. Numa garrafa de 50 euros, não são estas taxas que vão tornar invendável”, considera o presidente dos vinhos alentejanos.

Francisco Mateus não acredita a ação de Trump traga algo de positivo. “É mais uma manobra politica a ser jogada pela presidência norte-americana. Esperar que o nosso Governo e a União Europeia tenham reação, de modo a entrarem no jogo, e termos algum contrapeso relevante face às medidas que norte-americanos vierem a aplicar”. De qualquer modo, crê o presidente da CVRA, “nunca virá nada de bom” desta disputa de tarifas.

A apreensão é comum ao Dão, que considera a possibilidade dos 200% “um desastre”, à Beira Interior, para a qual os EUA são o terceiro mercado (200 mil garrafas e meio milhão de euros, diz o presidente da região à Lusa), e, em menor escala, à Bairrada, que admite “algum impacto”. Já na Madeira, e segundo a Lusa, as exportações para os EUA representam 6,7%, o que representou 210 mil litros e 2,5 milhões de euros em 2024.

O crescente anti-americanismo dos canadianos como trunfo

Na região demarcada mais a sul no continente, o clima de preocupação é bem mais ameno. Sara Silva, presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), revela-se tranquila com o impacto das ameaças do presidente dos EUA sobre a generalidade dos seus associados. “Vendemos essencialmente na região, 70% no canal Horeca (restauração e hotelaria) e no enoturismo. No último ano, só 15% foi para exportação”, explica ao ECO/Local Online. Apenas cinco produtores exportam, e “o maior mercado é o europeu“. Para os EUA apenas quatro produtores algarvios fazem vendas. “Para o espetro geral da nossa região não terá grande importância, porque não nos dedicamos tanto à exportação”, diz a presidente da CVA do Algarve.

Para o espetro geral da nossa região não terá grande importância, porque não nos dedicamos tanto à exportação.

Sara Silva

Presidente da Comissão VItivinícola do Algarve

A escapatória poderá estar entre reforço nos mercados já explorados e no ataque a novas geografias. Contudo, analisa o responsável alentejano Francisco Mateus, olhando os países mais populosos: “o Canadá não tem a mesma população, a Rússia é agora difícil, na China há diminuição compras, a Índia não tem os mesmos hábitos de consumo. Os EUA são, de facto, um mercado importante. Se pura e simplesmente pensássemos no absurdo de deixar de exportar para EUA seria um revés grande. Todo um conjunto de relação entre produtores e negócios de vinhos do lado de lá deixaria de existir”.

“Os produtores vão ter que tentar encontrar na Europa, em África, no Brasil, Canadá, mercados que possam aumentar as suas compras e compensar nesses mercados”. Ainda assim, anui Francisco Mateus, uma eventual penalização tarifária de Trump “é um retrocesso de anos de trabalho que tem sido feito pelos produtores e pela comissão”.

Os EUA são, de facto, um mercado importante. Se pura e simplesmente pensássemos no absurdo de deixar de exportar para EUA seria um revés grande. Todo um conjunto de relação entre produtores e negócios de vinhos do lado de lá deixaria de existir.

Francisco Mateus

Presidente da CVR Alentejo

O Canadá, que por estes dias vê crescer uma animosidade para com os vizinhos, é um país que a região do Tejo bem conhece, como Luís de Castro descreve ao ECO/Local Online. “O Canadá, para nós, é um mercado estratégico. O Quebec é muito europeizado. Este ano vamos apostar no Ontário, que é mais americanizado, se bem que agora há um sentimento anti-americano. O Canadá não é grande produtor de vinhos, ao contrário do que acontece nos EUA, onde até em Nova Iorque produzem. O próprio Trump tem vinho – eu já bebi vinho chamado Trump na Trump Tower, e não era mau”.

A geografia de escoamento da produção portuguesa de vinho tem outros países e continentes a serem aprofundados. Uma potencial escapatória para a região de Lisboa, onde os EUA assumem a liderança das exportações — no ranking seguem-se Reino Unido, Brasil, Canadá, Polónia e Escandinávia — são mercados que a equipa de Francisco Rito e os associados já vêm trabalhando: “vemos outros destinos a assumir uma importância crescente, como a Austrália, Israel e a Colômbia, o que mostra bem o potencial da região e a capacidade de os produtores diversificarem os seus mercados”.

“Estamos atentos a todos os sinais que nos vão chegando e vamos avançando com prudência, mas sem perdermos ambição nem ritmo de trabalho. A região de Lisboa exporta para quase 100 países, o que a deixa mais protegida quanto a eventuais eventos que possam condicionar as vendas em determinados mercados”, considera o presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa.

A vizinha região do Tejo abriu uma outra porta, aproveitando a boleia da Jerónimo Martins, o que por sua vez lhe está a escancarar outras portas. “Em 2024, para os EUA, a exportação foi de 400 mil litros. Para o principal mercado, Polónia exportámos 2,3 mlhões de litros, por via da Biedronka, da Jerónimo Martins. O vinho português está ali presente há mais de 20 anos, a Biedronka tem 3.500 supermercados. E estamos presentes noutras cadeias. Por ano, desde 2015, o crescimento médio percentual é de 36%”, desvenda Luís de Castro.

Para o principal mercado, Polónia exportámos 2,3 mlhões de litros, por via da Biedronka, da Jerónimo Martins. O vinho português está ali presente há mais de 20 anos, a Biedronka tem 3.500 supermercados.

Luís de Castro

Presidente da CVR Tejo

Também a região do Porto e Douro tem feito o seu trabalho de diversificação, assegura Rui Soares. “Temos estado, ao longo dos últimos anos, a estudar mercados alternativos, fora da Europa, a procurar e a investir em mercados externos que tradicionalmente não eram tão consumidores”. Olhando para dentro do continente, o fluxo já atingiu a maturidade, com uma exceção, conta o presidente da Prodouro. “Na Suíça, como nos EUA, vende-se vinhos de maior valor acrescentado. Tal como nos países do norte da Europa, onde temos estado a apostar. Tradicionalmente, não eram tão importantes, mas têm vindo a crescer, sobretudo no vinho de maior valor acrescentado. Agora, imagino eu, ainda iremos trabalhar mais [nesses mercados]. Não temos outra forma”.

Entre as maiores empresas da região, “tem havido um esforço concertado entre as empresas de Vinho do Porto” para conquistar os americanos, assegura o presidente da ProdouroThe Fladgate Partnership

O discurso fortificado de Trump nas tarifas

Recorrendo, como noutras vezes, a letras capitulares para acentuar as suas palavras, Trump escreveu, na rede social TruthSocial (por si criada após ser expulso do Twitter, ao qual já regressou, à boleia da compra da empresa do pássaro azul pelo amigo Elon Musk), que se a tarifa colocada por Bruxelas sobre o Whiskey americano “não for removida imediatamente, os EUA irão brevemente colocar uma Tarifa de 200% em todos os vinhos, champagnes e produtos alcoólicos vindos de França e de outros países da União Europeia”.

A Europa parece oficialmente envolvida na instabilidade que fermenta nas relações comerciais dos EUA com o mundo. Em poucos dias, Trump colocou 25% sobre aço e alumínio, a Europa respondeu com taxas sobre 26 mil milhões de euros de produtos como Jack Daniel’s e seus compatriotas, e outros produtos, designadamente diamantes, e Trump contra-atacou com a ameaça de taxar em 200% vinhos e espumantes do velho continente.

Na sexta-feira, o chefe europeu das relações comerciais, Maros Sefcovic, escreveu na sua conta do X (ex-Twitter), após reunião com o homólogo americano, que as duas partes ainda têm muito que discutir no capítulo das tarifas. “Ainda há muito trabalho pela frente, mas vamos manter-nos focados e explorar as melhores formas de avançar na direção correta”, expressou.

Tudo isto vem numa altura difícil para o setor mundial do vinho. A ameaça aflige, mas temos de ver as coisas com calma e unir esforços na Europa. Temos de agir em conjunto com os países da Europa. Temos de ter uma estratégia conjunta.

Dora Simões

Presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes

Também na sexta-feira, a Confederação dos Agricultores de Portugal questionou, publicamente, o sentido de Bruxelas taxar o Bourbon (whiskey americano) como resposta às tarifas dos EUA sobre aço e alumínio.

Antes, na quinta-feira, o ministro da Agricultura admitira que a política comercial de Trump “cria instabilidade. Também há uma outra coisa que isso demonstra, é que devemos avançar para o acordo Mercosul“, afirmou o governante aos jornalistas, apontando a um mercado de 740 milhões de pessoas.

Em causa poderão ficar anos de trabalho de promoção do vinho português, feito pelas grandes casas do Douro, como a Symington, Real Companhia Velha e a Taylor’s (Fladgate Partnership), conforme explica o presidente da Prodouro. “Tem havido um esforço concertado entre as empresas de Vinho do Porto”, frisa Rui Soares. Tendo a vantagem de estarem concentradas num escasso número de empresas, as grandes marcas da região “têm feito ações concertadas de promoção dos nossos vinhos. Provas, visitas de jornalistas e críticos de vinhos que têm vindo a Potugal visitar caves, além de ações de formação para clientes importadores. Tem sido uma aposta certeira, com aumentos consecutivos e sustentados, na ordem 5, 6% ao ano, de forma sustentada”, afirma Rui Soares.

Dora Simões, líder da região dos Vinhos Verdes, insta a uma concertação mais alargada, que se estenda a Bruxelas. “Tudo isto vem numa altura difícil para o setor mundial do vinho. A ameaça aflige, mas temos de ver as coisas com calma e unir esforços na Europa. Temos de agir em conjunto com os países da Europa. Temos de ter uma estratégia conjunta”.

“Para o setor, em termos nacionais, vai ser mau”, assume Luís de Castro, presidente da CVR Tejo. Não obstante, diz, tendo em mente o perfil por vezes errático de Donald Trump, “isto pode ser muita parra, pouca uva”.

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Zelensky acusa Putin de mentir sobre a dificuldade de um cessar-fogo

  • Lusa
  • 15 Março 2025

O Presidente ucraniano acusou hoje o homólogo russo de mentir quando diz que criar a trégua de 30 dias proposta por Kiev e Washington seria "complicado".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de estar a mentir quando diz que o estabelecimento de uma trégua de 30 dias proposta por Kiev e Washington seria “complicado”.

“Putin também está a mentir sobre o cessar-fogo ser alegadamente muito complicado. Na realidade, tudo pode ser controlado, e nós discutimos isso com os americanos”, disse Zelensky numa mensagem na rede social X.

“Querem uma posição mais forte antes do cessar-fogo”, explicou Zelensky numa conferência de imprensa em Kiev.

Putin também está a mentir sobre o cessar-fogo ser alegadamente muito complicado. Na realidade, tudo pode ser controlado, e nós discutimos isso com os americanos.

Volodymyr Zelensky

Presidente da Ucrânia

Washington quer uma trégua o mais rapidamente possível na Ucrânia.

Após negociações conjuntas na terça-feira em Jeddah, Arábia Saudita, Estados Unidos e Ucrânia propuseram um fim das hostilidades por 30 dias, desde que a Rússia também cumpra.

Contudo, Putin manifestou reservas sobre esta proposta, particularmente sobre o modo de controlo da trégua, ao mesmo tempo que manifestou receios de que a Ucrânia possa utilizar esta pausa para recrutar soldados e receber novas armas ocidentais.

Zelensky insistiu ainda que a questão “complexa” do controlo de territórios deve ser “resolvida mais tarde na mesa das negociações”.

“Os Estados Unidos levantaram esta questão durante a reunião em Jeddah. Conhecem a posição ucraniana”, disse Zelensky, reiterando que a sua posição é “não reconhecer os territórios ucranianos ocupados como russos em nenhuma circunstância”.

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