Celta promove a segunda fase do projeto Celta360, uma referência internacional no desporto e na formação académica

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  • 11 Julho 2025

Celta lança a primeira pedra do projeto Celta360, um complexo que conjugará desporto, saúde, inovação e lazer, que será uma realidade em 2027.

O Celta apresentou a segunda fase do projeto Celta360, “um complexo multifuncional que permitirá aos jovens atletas completarem a sua formação num ambiente de alto rendimento” e que pretende “reforçar A Canteira del Celta e posicionar o clube como uma referência na formação académica e desportiva a nível internacional”, segundo o comunicado emitido pelo clube.

Na cerimónia de lançamento da primeira pedra na Cidade Deportiva Afouteza, Marian Mouriño, presidente do Celta, afirmou que “estamos a iniciar esta segunda fase do Celta360 e fazemo-lo com um misto de emoção, entusiasmo e, acima de tudo, orgulho. Estamos entusiasmados e prontos para enfrentar o que este projeto representa para o clube e para o desporto galego. O Celta360 vai reforçar essa ligação com a comunidade, porque agora, com esta segunda fase, será um espaço aberto a todos os adeptos do Celta e a toda a comunidade”.

O projeto está alinhado com o roteiro que o clube galego empreendeu graças à sua parte dos fundos LALIGA IMPULSO, uma iniciativa que, com a injeção de quase 2 mil milhões de euros proporcionada pela CVC, procura acelerar em duas décadas a transformação do futebol profissional espanhol em verticais como as infra-estruturas.

Assim, o Celta360 incluirá um mini-estádio, cinco novos campos de treino para as equipas juvenis e cadetes do Celta e de As Celtas, um Centro de Formação especializado em saúde e desporto, que oferecerá cursos universitários e de formação profissional, uma residência para jogadores juvenis e estudantes, bem como uma zona de restauração e um hotel. Além disso, o complexo terá duas áreas dedicadas à clínica desportiva e à inovação no desporto, consolidando a sua vocação de pólo de referência no domínio do desporto.

Assim, a Cidade Deportiva Afouteza abrangerá diferentes linhas de ação: laboratórios de investigação, espaços culturais, lazer, turismo desportivo, medicina desportiva e instalações para a prática de várias modalidades desportivas. Para tal, o clube foi assessorado pela consultora imobiliária CBRE, que, através da sua divisão Sports Real Estate, participou na definição do mix de utilizações do complexo, no desenvolvimento do plano de negócios e na procura de operadores como Los Sauces, Metrodora Group ou Telefónica. O projeto entra agora numa nova fase em que a CBRE Project Management será responsável pela gestão da construção e pelo controlo dos custos.

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Catalunha coloca o residente e a sustentabilidade no centro da sua nova estratégia turística

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  • 11 Julho 2025

A Agência Catalã de Turismo apresenta “(+) Catalunya, millor turisme”, um roteiro até 2028 que aposta num turismo consciente, mais equilibrado e com maior valor acrescentado.

A Catalunha redefiniu a sua visão do turismo com o lançamento da nova estratégia “(+) Catalunya, millor turisme”, promovida pela Agência Catalã de Turismo do Departamento de Empresas e Emprego. Este novo roteiro, com um horizonte de 2028, aposta numa forma diferente de se relacionar com os visitantes, colocando pela primeira vez o residente como ator ativo na estratégia turística.

O Governo propõe que o visitante deixe de ser visto como um elemento externo e passe a ser tratado como um residente temporário, com direitos mas também com responsabilidades. Esta visão promove um comportamento respeitoso, incentiva o seu envolvimento nas regras do lugar e procura ligá-lo emocionalmente ao território. O objetivo é gerar experiências mais autênticas, uma convivência mais harmoniosa e um maior impacto positivo nas comunidades locais. O modelo transforma assim o residente em prescritor e criador de conteúdos, promovendo um turismo alinhado com o quotidiano e com valor partilhado.

A estratégia representa uma mudança de paradigma no marketing turístico: deixa para trás a lógica baseada na quantidade de turistas e opta por uma economia do visitante que gera valor económico, social, ambiental e cultural. O objetivo é um turismo mais consciente, inclusivo e regenerativo, que coloca a Catalunha como um destino líder na Europa nesta nova forma de entender as viagens.

DESSAZONALIZAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO

O modelo “(+) Catalunya, millor turisme” estrutura-se em torno de oito objetivos estratégicos, divididos em duas dimensões. Por um lado, consolidam-se quatro desafios recorrentes: a dessazonalização, que procura redistribuir os fluxos turísticos ao longo do ano; a desconcentração territorial, para dar visibilidade às zonas menos frequentadas; a diversificação da oferta turística, com novas propostas de valor; e o reforço do impacto económico, com um turismo que aumente o consumo e a prosperidade partilhada.

Por outro lado, foram acrescentados quatro objetivos de nova geração: melhorar a satisfação dos visitantes e residentes; garantir a sustentabilidade e um legado positivo para o território; fidelizar um visitante consciente, respeitador e comprometido; e reforçar a marca Catalunha com uma projeção global baseada em valores sólidos.

A estratégia foi concebida através de um processo participativo que envolveu mais de 1.000 empresas do setor, 30 grupos de trabalho, inquéritos e consultas a agentes públicos e privados de todo o território. O resultado é um roteiro amplamente consensual que responde aos desafios atuais e reforça a resiliência do modelo turístico catalão.

VETORES DE TRANSFORMAÇÃO

Entre os seus principais vetores de transformação estão a figura do visitante consciente, ligado a experiências alinhadas com o seu propósito e capazes de gerar um impacto regenerativo; o compromisso com produtos e comunidades que deixam um legado nos territórios; um modelo de comunicação que evolui para o marketing de conteúdo personalizado; e o envolvimento ativo do residente na reputação e promoção do destino. A sustentabilidade torna-se um eixo central, juntamente com a inovação e a digitalização, com especial atenção para as oportunidades oferecidas pela Inteligência Artificial para a hiper-segmentação, personalização de experiências e transformação digital do setor, no âmbito do Programa 4P’s cofinanciado pelo Feder.

Com esta estratégia, a Catalunha faz um apelo coletivo para transformar o turismo numa ferramenta de progresso social, coesão territorial e prosperidade partilhada. Um turismo que se visita sem deixar de ser vivido.

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Fundo das pensões da Segurança Social supera os 40 mil milhões pela primeira vez

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social valorizou 0,87% no primeiro semestre do ano, alcançando um valor sob gestão equivalente a 25 meses de despesa com pensões.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) ultrapassou, pela primeira vez na sua história, a fasquia dos 40 mil milhões de euros de ativos. Segundo dados recolhidos pelo ECO junto da tutela, a “almofada” das pensões fechou o primeiro semestre com 40,28 mil milhões de euros de ativos sob gestão, cerca de 18,9% acima do valor registado há um ano.

Além disso, os 40,28 mil milhões de euros da carteira do FEFSS com que fechou em junho corresponde a uma taxa de cobertura das pensões de 208,6%, o equivalente a 25,04 meses de pagamento de pensões. Este valor fica 4,3% acima da meta legal definida de o FEFSS ser capaz de salvaguardar dois anos (24 meses) de pensões em caso de necessidade, demonstrando que o fundo ultrapassou claramente o seu objetivo inicial.

O feito resulta, em grande medida, da transferência histórica de 4,08 mil milhões de euros do saldo do sistema Previdencial da Segurança Social realizada em fevereiro, tal como havia sido anunciado pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, no início do ano. Esta foi considerada “a maior transferência de sempre” para o fundo criado em 1989 para estabilizar financeiramente o sistema de pensões português.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Além desse “cheque”, o FEFSS beneficiou também de uma forte recuperação do mercado no segundo trimestre e da capacidade da equipa de gestão do fundo liderada por José Vidrago, que foi capaz de oferecer ao fundo uma rendibilidade líquida de transferências de 0,87% no acumulado dos primeiros seis meses, depois de no primeiro trimestre ter registado perdas de 1,37%. Esta recuperação ocorreu depois de um início de ano marcado pela volatilidade nos mercados financeiros, que afetou particularmente a carteira de ações do fundo.

O principal ativo a contribuir para o desempenho positivo da gestão do FEFSS nos primeiros seis meses do ano foi a carteira de dívida de países da OCDE (excluindo dívida de Portugal), que atualmente representa quase 25% da carteira do fundo. Esta componente apresentou ganhos de 2,04% nos primeiros seis meses do ano, uma inversão face à contração de 1,61% registada no mesmo período do ano anterior.

A carteira de ações, composta exclusivamente por fundos cotados (conhecido como exchange-traded funds, ou apena ETF) e com um peso de cerca de 18% na carteira total do FEFSS, conseguiu ganhos de 0,87% no semestre, após ter registado perdas de 3,57% nos primeiros três meses. Esta componente tem sido historicamente um dos principais motores de valorização do fundo, com limitações legais que impedem uma exposição superior a 25%.

Mais dececionante foi novamente o desempenho da carteira de dívida pública portuguesa, que representa cerca de 50% da carteira do fundo da Segurança Social, que fechou o primeiro semestre com uma valorização de apenas 0,37%. Esta exposição obrigatória a títulos portugueses tem sido apontada como um fator limitativo do potencial de rendibilidade do fundo.

O histórico recorde do FEFSS ao ultrapassar os 40 mil milhões de euros reflete um momento dourado para todo o ecossistema da proteção social portuguesa. Este feito não acontece isoladamente, mas surge em perfeita sintonia com a robustez das contas da Segurança Social, que registaram um excedente de 2.361 milhões de euros até abril – uma subida de 16% face ao período homólogo –, e com o saldo positivo de 148 milhões de euros da Caixa Geral de Aposentações, que contrasta com o défice estrutural que tradicionalmente caracteriza esta instituição.

A força motriz deste desempenho conjunto reside no dinamismo do mercado de trabalho, que impulsionou as contribuições e quotizações para um crescimento homólogo de 9% até abril, superando largamente as expectativas governamentais. O aumento no número e valor médio das remunerações declaradas pelas entidades empregadoras criou um círculo virtuoso que não só alimenta o presente excedente da Segurança Social, mas também fortalece o futuro através da capitalização do FEFSS.

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Brasileiros, americanos e angolanos lideram nas compras ‘tax free’

Foram certificadas mais de 889 mil faturas no ano passado, o que corresponde a um valor total de isenções de IVA de 86 milhões de euros, que cresceu a dois dígitos face ao ano anterior.

As compras tax free aumentaram no ano passado. As quase 900 mil faturas registadas pelos estrangeiros que visitaram o país conferiram um total reconhecido de isenções de IVA de 86 milhões de euros. Os turistas brasileiros, americanos e angolanos lideram, representando, em conjunto com a China, mais de metade das faturas certificadas.

“Em 2024, foram certificadas mais de 889 mil faturas”, indica o Relatório sobre o Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras de 2024. Este número representa um crescimento de 8,2% face ao total de faturas que foram registadas no ano anterior, acrescenta o documento feito pelo gabinete da secretária de Estado dos Assuntos Fiscais e que foi entregue no Parlamento.

A estas faturas corresponde “um valor total reconhecido de isenções de IVA de aproximadamente 86 milhões de euros”, um crescimento de 10% no número em comparação com o ano anterior quando as isenções de IVA rondaram os 78 milhões de euros.

Tanto em 2023 como em 2024, Brasil, EUA e Angola destacam-se entre mais de 200 nacionalidades que fizeram compras em Portugal, procedendo depois ao pedido de reembolso do IVA suportado. “Os nacionais de Brasil, Estados Unidos, Angola e China, num total de 254 nacionalidades, explicam por esta ordem, mais de metade das faturas certificadas no e-Taxfree”, refere o relatório.

Mais de 65% do valor das compras com IVA, que foram objeto de certificação no e-Taxfree por país de residência foram efetuadas por residentes no Brasil, Estados Unidos, Angola, China e Reino Unido, por esta ordem”, acrescenta o documento.

Os quase 90 mil viajantes vindos do Brasil lideram as compras tax free, com um peso de 22%. Mas são os turistas americanos, a nacionalidade que mais cresceu nas visitas a Portugal em 2024, de acordo com dados do INE, são os que mais gastam, em média, no top três das nacionalidades.

De acordo com o mesmo relatório, enquanto o valor médio das compras com IVA dos turistas brasileiros é de 392 euros, este número sobe para 1.077 euros no caso dos EUA. Os angolanos gastam, em média, 360 euros. Já os turistas chineses, que surgem em quarto lugar, são os que mais gastam (1.657 euros) entre todas as nacionalidades.

Aeroporto de Lisboa é onde se faz mais compras tax free

O relatório indica ainda que o “aeroporto de Lisboa é de longe o principal local de saída de faturas certificadas, com um peso de cerca de três quartos do total do valor das faturas certificadas”. Ao todo, 230.610 viajantes fizeram compras tax free no aeroporto da capital, com o valor total com IVA a superar os 342 milhões de euros no ano passado.

Já o aeroporto do Porto representa 7% do total do valor das faturas certificadas, com o total com IVA a rondar os 35 milhões de euros. O aeroporto de Faro surge de seguida com um peso de 2% e um total de IVA de mais de sete milhões de euros.

O ano passado foi marcado por um novo crescimento do tráfego nos aeroportos portugueses, com o número de passageiros transportados a rondar os 69,2 milhões. Neste período, o aeroporto de Lisboa voltou a bater recordes, ao atingir 35,1 milhões de passageiros.

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Telefónica reforça a sua liderança na fibra ótica no Brasil com a aquisição de 100% da Fibrasil

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  • 11 Julho 2025

A Telefónica Brasil (Vivo) anunciou a aquisição da totalidade das acções da Fibrasil detidas pela Caisse de dépot et placement du Québec, representativas de 50% do capital social total da Fibrasil.

Assim, no final da operação – que está sujeita à aprovação do CADE e da Anatel – a Vivo será titular de 75,01% do capital social total da Fibrasil, enquanto a Telefónica Infra será titular de 24,99%. Desta forma, a Telefónica S.A. passa a controlar indiretamente 100% da FiBrasil, por um investimento de R$ 850 milhões (cerca de 131 milhões de euros).

Com esta operação, a Telefónica reforça ainda mais a sua liderança no setor da fibra ótica no Brasil, dando-lhe escala e capacidade de atuar com flexibilidade sobre um ativo (a fibra) que está no centro da estratégia de crescimento da Vivo no Brasil.

A Vivo cobre atualmente cerca de 30 milhões de lares e empresas em 444 cidades e tem 7,2 milhões de clientes ligados.

O acordo dá um forte impulso à estratégia de crescimento da Vivo, centrada numa oferta combinada de serviços fixos e móveis. A solução Vivo Total, que reúne conectividade residencial e móvel num único plano, conta já com 2,7 milhões de clientes e regista um crescimento anual de 77%.

Marc Murtra, Presidente da Telefónica, reforça assim um dos mercados prioritários do Grupo, que se encontra atualmente imerso numa profunda reflexão estratégica, cujos resultados serão conhecidos antes do final do ano.

Desde que está à frente da empresa, Murtra acelerou a execução dos desinvestimentos nos mercados latino-americanos (depois de vender as operações na Argentina e no Peru, e de chegar a acordos de venda na Colômbia, Equador e Uruguai) e está a concentrar a atividade do Grupo nas suas operações prioritárias (Brasil, Espanha, Alemanha e Reino Unido).

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Contingências com tripulantes e Azul baixam valor da TAP

Governo mostra preocupação com estagnação dos resultados financeiros, mas vê potencial de sinergias de 300 milhões de euros por ano na aquisição por uma grande companhia.

O Governo deu esta quinta-feira o pontapé de saída para a privatização da TAP com a aprovação da venda de 49,9% do capital. As duas avaliações feitas à companhia, pela EY e o Banco Finantia, não foram reveladas, mas o Executivo admite que há contingências que vão afetar o valor a oferecer pelos interessados.

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, reconheceu esta quinta-feira que há contingências em relação à TAP que poderão afetar o valor da companhia aérea na privatização. “Há uma litigância em tribunal com os trabalhadores da TAP que terá de ser comportada no preço de quem quiser comprar a TAP. Sabem ao que vem e nós não estamos a esconder”, afirmou o ministro.

A companhia aérea já constituiu uma provisão de 41 milhões para fazer face aos processos movidos por tripulantes de cabine, que reclamam ter sido dispensados irregularmente no período da pandemia e não terem sido integrados na categoria profissional devida. A companhia aérea tem recorrido das decisões até ao Tribunal Constitucional, mas até aí tem perdido as ações. O que significa que o montante reclamado deverá aumentar. O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, que representa a classe, calcula em cerca de 300 milhões de euros o valor total das possíveis indemnizações.

Esta não é a única contingência que a TAP enfrenta. A Azul reclama 177 milhões de euros à TAP SGPS por um empréstimo obrigacionista feito em 2016. A holding, cujo nome foi alterado para SIAVILO, deixou de ter qualquer participação na companhia aérea e é agora detida pelo Estado, mas as garantias do financiamento estão na TAP. Entre essas garantias, está o programa de fidelidade Miles & Go.

A companhia aérea já recorreu a tribunal para que as garantias sejam consideradas nulas, o que a Azul contesta. Se vierem a ser reconhecidas, a TAP passa a ser acionável para o pagamento da dívida. O ministro das Infraestruturas afirmou esta quinta-feira que haverá um diálogo entre as duas companhias e que o processo deverá ser “dirimido em tribunal”.

Contra a avaliação da TAP também joga a deterioração dos resultados. Depois de ter lucros recorde de 177 milhões em 2023, estes baixaram para 53,7 milhões em 2024, com o forte aumento das despesas com pessoal a pesarem nos números. “A estagnação dos resultados é uma preocupação. É uma das razões mais profundas para a privatização”, afirmou o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo. A subida dos custos com pessoal também preocupa, mas o governante assinalou que eles acontecem “no contexto da gestão”.

Há ali um ‘cap’ a limitar o crescimento da TAP que se chama Aeroporto Humberto Delgado. O Humberto Delgado não permitirá à TAP ter ambição para ser uma companhia de 150 ou 180 aviões.

Miguel Pinto Luz

Ministro das Infraestruturas

O esgotamento do aeroporto de Lisboa também limita o crescimento da companhia. Há ali um cap a limitar o crescimento da TAP, que se chama Aeroporto Humberto Delgado. O Humberto Delgado não permitirá à TAP ter ambição para ser uma companhia de 150 ou 180 aviões”, assinalou Miguel Pinto Luz. Daí que o Governo irá pedir aos interessados que apresentem a sua visão para o desenvolvimento da companhia no futuro aeroporto Luís de Camões.

O contexto de elevada incerteza económica mundial também não ajuda. Ainda assim, o setor na Europa tem conseguido voar entre as dificuldades e valoriza cerca de 17% desde o início do ano, segundo o índice Stoxx Europe Airlines.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz (D) acompanhado pelo ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento (E) fala aos jornalistas após Reunião do Conselho de Ministros, nas novas instalações no Campus XXI em Lisboa, 10 de julho de 2025. MIGUEL A. LOPES/LUSAMIGUEL A. LOPES/LUSA

Das sinergias à gestão: os argumentos que valorizam a TAP

Se aquelas contingências podem penalizar o valor a oferecer pelos interessados, o Governo também aponta argumentos que fazem da TAP uma noiva atrativa. Um deles é o facto de a companhia portuguesa ser uma das últimas de média dimensão na Europa que ainda não pertencem a um grande grupo.

O Executivo aponta para um elevado potencial de sinergias. Considerando um grupo de quatro aquisições feitas nos últimos anos no setor e as receitas de 4,2 mil milhões da TAP em 2024, é apontado que uma concentração envolvendo a transportadora portuguesa venha a gerar, em média, cerca de 300 milhões de euros de sinergias por ano.

Apesar de no passado o primeiro-ministro ter defendido uma venda a 100%, o Governo optou por uma venda minoritária, que reduz o risco político de a operação ser chumbada no Parlamento – o Chega já afirmou que vai pedir a apreciação do decreto-lei de privatização – ou ser revertida no futuro.

Vender menos de 50% também poderá trazer um número maior de interessados. Para o ministro das Infraestruturas, o modelo escolhido “permite ofertas de investidores de fora da União Europeia”, uma vez que a legislação comunitária impede que as companhias aéreas sejam maioritariamente detidas por acionistas de fora do bloco.

O Governo acena ainda com outros argumentos. “A intenção do Governo é permitir a criação de sinergias através da atribuição de um papel relevante na gestão e requerendo maioria alargada (Estado e parceiro) para decisões críticas”. A relação será definida através de um acordo parassocial que dá ao investidor o poder de gestão e ao Estado a última palavra em decisões estratégicas para o interesse nacional como as rotas ou a localização da sede.

Uma última cenoura: a possibilidade de uma segunda fase de privatização, com a qual o Executivo não se compromete, mas em que dará direito de preferência a quem ficar como acionista.

Muita água ainda irá correr debaixo do moinho até os 49,9% (dos quais 5% reservados para os trabalhadores) mudarem de mãos. O decreto-lei de privatização aprovado esta quinta-feira terá ainda de ser promulgado pelo Presidente da República. Após a publicação em Diário da República, seguem-se dois meses para os candidatos manifestarem o seu interesse.

Dentro de duas semanas será aprovado o caderno de encargos que detalhará os critérios da operação, que assume o figurino de uma venda direta. Depois haverá a apresentação de propostas não-vinculativas, seguem-se as vinculativas e por fim uma fase de negociação final com um ou mais candidatos.

Certo é que os candidatos terão de ser transportadoras aéreas de dimensão relevante e robustez financeira. Fundos de investimento só serão aceites em consórcios liderados por companhias de aviação.

Na calha estão já três grupos: IAG, Lufthansa e Air France – KLM, que inclusivamente já reuniram com o Governo sobre a operação.

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Dez escritores passam em revista a história de Espanha através das suas figuras mais controversas

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  • 11 Julho 2025

A jornalista Emilia Landaluce coordena este trabalho coral que aborda, sem preconceitos, a vida de figuras difíceis de classificar do século XX em Espanha.

A livraria madrilena Tipos Infames acolheu a apresentação de “Heterodoxos. Dez personagens incómodas da Espanha do século XX” (Editorial Debate), uma obra coletiva coordenada pela jornalista e colunista Emilia Landaluce.

O evento reuniu a própria autora e as jornalistas Rosa Belmonte e Charo Lagares, autoras de alguns dos perfis incluídos no livro, num debate aberto ao público em que refletiram sobre a relevância de figuras históricas difíceis de classificar e o valor de as revisitar a partir de novas perspetivas.

Através de “Heterodoxos”, Emilia Landaluce propõe uma leitura sem preconceitos de personalidades que causaram incómodo aos seus contemporâneos por não se enquadrarem nas narrativas dominantes do seu tempo. De Julián Besteiro a Mercedes Formica, passando por José Ortega y Gaset, Federica Montseny, Demetrio Carceller Segura e Francisco Cambó, o livro centra-se naqueles que desafiaram rótulos fáceis e cujas trajetórias convidam hoje a uma reflexão mais matizada.

Durante a apresentação, Landaluce afirmou a abordagem invulgar da obra, criada por “dez pessoas atuais que escrevem sobre pessoas que eram incómodas no seu tempo”, e salientou que é precisamente esse incómodo que por vezes dificulta o reconhecimento dessas figuras pela História. Salientou ainda que Heterodoxos é uma obra “sem partidarismo”, motivada pela sua preocupação com a forma como a história é muitas vezes interpretada em Espanha: “Parece que a República chega e destrói tudo o que de bom a monarquia fez, o franquismo chega e destrói tudo o que de bom a República fez…”. Neste sentido, defende a necessidade de reconhecer que “há sempre algo de bom, mesmo no lado oposto”, porque só a partir daí é possível o consenso.

Rosa Belmonte, autora de um dos perfis, salientou que Heterodoxos “reúne uma série de personagens incómodas da história de Espanha, algumas mais conhecidas do que outras. O livro serve para conhecermos melhor aqueles que já conhecemos e, com os que não conhecemos, para os descobrirmos verdadeiramente. No final, o livro serve também para desassociar”.

Por seu lado, Charo Lagares elogiou a ambição de Landaluce de procurar nuances em tempos de pensamento binário. “Esta procura de algo de bom no outro, algo que é muito difícil hoje em dia porque somos rápidos a demonizar aqueles que pensam de forma diferente, pareceu-me muito interessante e intelectualmente honesto”, explicou.

Os perfis reunidos em “Heterodoxos” foram escritos por uma dezena de autores que aceitaram o desafio de retratar, a partir de diferentes disciplinas e experiências de vida, dez personagens da história de Espanha que a passagem do tempo se revelou incapaz de classificar. Para além de Emilia Landaluce, os textos são assinados por Carlos García-Mateo, Javier Pérez Jara, Roberto Villa García, José María Rondón, Charo Lagares, Lino Camprubí, José Albert de Paco, Rosa Belmonte e Arcadi Espada. Com prefácio de Andrés Trapiello, a obra dirige-se – como o próprio Trapiello sublinha – a “pessoas sem preconceitos”, dispostas a deixar-se surpreender por biografias muitas vezes silenciadas ou reduzidas a rótulos que não refletem a sua verdadeira complexidade.

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Duplicação da 100 Montaditos em Miami com a abertura de dois restaurantes em simultâneo

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  • 11 Julho 2025

Oito restaurantes estarão a funcionar até ao final de 2025 no estado da Florida, o mercado alvo da multinacional Restalia para continuar a expansão da marca espanhola nos EUA.

A 100 Montaditos continua a sua firme expansão nos Estados Unidos com a abertura de dois novos restaurantes no estado da Florida e o anúncio da abertura de um terceiro este ano em Miami, elevando para 8 o número total de restaurantes em funcionamento na Florida, reafirmando a sua clara aposta no mercado norte-americano e a sua vocação para exportar a gastronomia popular espanhola para os mercados internacionais.

Concretamente, a empresa abriu um restaurante em Miami e outro na cidade vizinha de Pembroke Pines e planeia abrir outro em Miami antes do final do ano. Os dois novos restaurantes “100 Montaditos” estão situados na área metropolitana de Miami, mais concretamente no exclusivo bairro residencial de Coral Gables, uma das zonas mais elegantes e emblemáticas de Miami, conhecida pela sua arquitetura de estilo mediterrânico, pelo seu grande número de instituições culturais e pela sua variada oferta gastronómica. A segunda unidade de negócio, que abriu simultaneamente com poucos dias de diferença, situa-se na área metropolitana de Miami, mais concretamente na cidade de Pembroke Pines, e abriu ao público esta semana. Trata-se de uma zona de grande volume de serviços residenciais e comerciais, ideal para a marca,

De acordo com a empresa, ambos os restaurantes são “ideais” para desfrutar da gastronomia espanhola que a ‘100 Montaditos’ oferece aos habitantes da cidade de Miami, devido à sua gama de produtos que o consumidor local assimila com a cultura espanhola da “tapa”: divertida, descontraída, amigável, variada, de muito alta qualidade, serviço personalizado e preços competitivos através dos seus já conhecidos montaditos e de uma grande variedade de produtos altamente reconhecidos e procurados por este tipo de clientela cosmopolita. Para além disso, os restaurantes “100 Montaditos” em Miami também oferecem serviços de catering, encomendas online e take-away,

Acrescenta que, desta forma, “a Restalia e a 100 Montaditos conseguiram exportar a essência da marca espanhola, que este ano celebra o seu 25º aniversário, tendo sucesso em diferentes países graças ao seu extenso menu de 100 variedades de montaditos e tapas típicas espanholas, bem como às suas conhecidas promoções de fidelização, como a ‘Dollarmania’, uma adaptação da ‘Euromania’ espanhola aplicada com notável sucesso e atração do público”.

FLORIDA

Segundo ele, os restaurantes ‘100 Montaditos’ estão a ser muito bem recebidos pelos clientes na Flórida, que apreciam o conceito de comida espanhola e o formato “montaditos e tapas” com produtos de altíssima qualidade, a maioria deles importados diretamente de Espanha, como os originais pães 100M, presunto Serrano, carnes curadas, salsichas, queijos e molhos tradicionais espanhóis, entre os produtos alimentares, e cervejas, vinhos e bebidas mistas com sangria e “tinto de verano” como as opções mais populares.

“O sucesso do conceito muito espanhol de 100 Montaditos continua nos Estados Unidos, e a marca já anunciou a abertura de um novo restaurante na popular 8th Street de Miami, o centro e o coração de Little Havana, que se tornará a oitava localização no país”, afirma.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 11 Julho 2025

A Assembleia da República vai debater a privatização da TAP anunciada na quinta-feira pelo Governo. Já o INE vai divulgar dados dos serviços relativos ao mês de maio.

Esta sexta-feira, será debatida na Assembleia da República a privatização da TAP anunciada na quinta-feira pelo Governo. Já o INE vai divulgar dados dos serviços relativos ao mês de maio e a Agência Internacional de Energia vai revelar as estimativas da procura mundial de petróleo para 2025 e 2026.

Debate na AR sobre a privatização da TAP

Esta sexta-feira, pelas 9h00, terá lugar na Assembleia da República um debate de urgência, a requerimento do partido Chega, sobre a privatização da TAP. Na quinta-feira, o Governo aprovou o processo de privatização da TAP até 49,9% do capital da TAP. O primeiro-ministro garantiu que o processo salvaguarda o hub de Lisboa e que caso não sejam atingidos os objetivos do Governo, o processo pode ser suspenso sem qualquer indemnização.

INE divulga dados dos serviços

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços relativos ao mês de maio. Em abril, o índice de volume de negócios nos serviços registou uma variação homóloga de 4,6%, refletindo uma aceleração de 3,4% face ao observado no mês anterior. A variação mensal de abril situou-se em 0,7%, invertendo a diminuição (1,7%) verificada no mês anterior. Já os índices de emprego e remunerações apresentaram, em abril, variações homólogas de 2,8% e 9,3%, respetivamente (3,7% e 9,3% em março).

Como está a procura de petróleo?

A Agência Internacional de Energia (AIE) vai revelar as estimativas da procura mundial de petróleo para 2025 e 2026. Em junho, a agência de energia da OCDE previu que o consumo mundial de petróleo deverá cair “ligeiramente” em 2030, a primeira queda deste combustível fóssil responsável pelas alterações climáticas desde 2020, ano exceção devido à Covid-19. A AIE estimou ainda que a procura global de ouro negro atingirá o pico no final da década.

Parlamento alemão aprova pacote fiscal

Esta sexta-feira deverá ser ratificado pelo Parlamento alemão o pacote de incentivos fiscais às empresas no valor de 46 mil milhões de euros até 2029 do chanceler alemão Friedrich Merz. Este pacote foi criado para impulsionar a economia e apoiar as empresas, numa tentativa de contrariar os riscos de estagnação da maior economia do euro.

Prossegue julgamento do processo BES Angola

Pelas 9h30, retoma o julgamento do processo BES Angola (BESA), no Campus de Justiça. A 15 de julho de 2024, o tribunal decidiu enviar para julgamento ex-banqueiro e presidente do BESA, Álvaro Sobrinho, o ex-banqueiro e presidente do BES, Ricardo Salgado, assim como os ex-administradores do BES Morais Pires, Rui Silveira e Hélder Bataglia, validando na íntegra a acusação do Ministério Público. Em causa neste processo estão crimes de abuso de confiança agravado, branqueamento de capitais e burla agravada.

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Magistrados do Ministério Público avançam com providência cautelar

Esta decisão surge na sequência da decisão do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), liderado por Amadeu Guerra, que aprovou o movimento ordinário de Magistrados do Ministério Público. 

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) vai avançar, na próxima semana, com uma providência cautelar, revelam em comunicado. Esta posição surge após ser recusada uma reclamação apresentada junto do Conselho Superior do Ministério Público e da aprovação das regras do movimento ordinário de Magistrados do Ministério Público que prevê lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo. Movimento esse que foi a razão da greve marcada pelo SMMP, realizada a 9 e 10 de Julho.

Na sequência desta decisão, será igualmente interposta uma ação administrativa“, avança o Sindicato, que revela que no segundo dia de greve a adesão média manteve-se nos 90%, com diversos julgamentos e diligências adiados.

O presidente do SMMP, Paulo Lona, lamenta a postura “intransigente” do Conselho Superior do Ministério Público e da Procuradoria-Geral da República, face à “onda de contestação expressa pela esmagadora maioria dos magistrados do Ministério Público”.

O Sindicato denunciou ainda várias ocorrências de violação ao direito à greve. “Consistiram, designadamente, na substituição de magistrados grevistas por não grevistas, em diligências não abrangidas nos serviços mínimos e, que aliás, nem sequer eram urgentes, e de magistrados aderentes à greve designados para prestar os serviços mínimos que, em diversas comarcas, foram convocados para prestar os mesmos quando, simultaneamente, havia colegas que não tinham aderido à greve”, lê-se no comunicado.

Esta decisão surge na sequência da decisão do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), liderado por Amadeu Guerra, que aprovou o movimento ordinário de Magistrados do Ministério Público.

O Movimento Ordinário de Magistrados do Ministério Público, publicado a 4 de junho em Diário da República, inclui lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo. O movimento tem sido contestado pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), que o classifica como o “último prego” na sua especialização de funções, por incluir lugares que permitem aos magistrados exercer funções em vários departamentos e tribunais em simultâneo, por vezes associando as jurisdições criminal, cível e de família e menores.

A Procuradoria-Geral da República tem justificado a opção com a necessidade de “otimizar os recursos existentes”, num “contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos”.

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Saldo migratório é positivo desde 2017. População não rejuvenesce

Saldo migratório registado em 2024 foi 8% inferior ao de 2023, destaca Pordata. Há mais pessoas a residir em Portugal, mas rejuvenescimento da população não é uma realidade.

O balanço entre o número de imigrantes em Portugal e de emigrantes tem sido positivo desde 2017, assinala a Pordata numa análise divulgada esta sexta-feira. Ainda assim, destaca que o saldo migratório registado em 2024 foi 8% inferior ao do ano anterior.

A Pordata sublinha que, em 2017 e no ano seguinte, o saldo migratório não conseguiu compensar o saldo natural negativo, mas, desde 2019 tem compensado, contribuindo, assim, para o crescimento populacional do país. Ainda assim, indica “que o saldo migratório registado em 2024 (143.641), embora positivo, foi 8% inferior ao de 2023″.

A análise destaca também que, em 2024, havia 10.749.635 indivíduos a residir em Portugal, uma subida de 109.909 pessoas face a 2023. “Este é o sexto ano consecutivo de crescimento populacional, sendo o segundo com maior aumento absoluto neste período. No entanto, o crescimento global não reflete um rejuvenescimento da população“, refere.

Contudo, assinala, que o crescimento populacional não se registou uniformemente por grandes grupos etários. “Houve uma redução no dos jovens com menos de 15 anos e aumento nos restantes. O grupo etário correspondente à população em idade ativa (15-64 anos) aumentou em mais de 60 mil indivíduos e o da população idosa em mais de 50 mil”, aponta com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2024, existiam 3.282 centenários, mais 123 do que em 2023, na sua grande maioria, mulheres (2.686).

O maior crescimento da população registou-se na região de Aveiro e a maior redução no Alto Alentejo. Em dez das atuais 26 regiões NUTS III, o crescimento foi superior ao verificado a nível nacional e em sete houve diminuição da população: Alentejo Central, Tâmega e Sousa, Baixo Alentejo, Terras de Trás-os-Montes, Douro, Alto Tâmega e Barroso, Alto Alentejo.

Paralelamente, em 2024, o índice de envelhecimento era de 192 idosos por cada 100 jovens, ou seja, um aumento de 4,3 pontos percentuais (pp.) face a 2023. Em relação a 2021, o aumento foi de 11,1 pontos quando, entre 2018 e 2021, foi de 18,1 pontos, destaca a Pordata.

Já o índice de sustentabilidade potencial, que se traduz pelo rácio entre o número de pessoas em idade ativa e o número de idosos, voltou a baixar, tendo passado de 2,62 pessoas em idade ativa por cada idoso, em 2023, para 2,59 em 2024. “Apesar da diminuição, que reflete o contínuo envelhecimento da população portuguesa, o decréscimo verificado no último ano, foi ligeiramente menos acentuado do que nos anos mais recentes”, destaca.

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Parlamento dos Açores solicita auditoria do Tribunal de Contas à SATA

  • Lusa
  • 10 Julho 2025

PS lembra que as contas de 2024 da transportadora aérea não foram ainda publicadas, mas a administração da SATA já fez saber que o prejuízo ronda os 83 milhões de euros.

O parlamento dos Açores aprovou esta quinta-feira, por larga maioria, uma proposta do PS, o maior partido da oposição, que recomenda ao Tribunal de Contas (TdC) a realização de uma auditoria às contas da companhia aérea SATA.

“Importa, rapidamente e através de uma auditoria independente e qualificada do Tribunal de Contas, assegurar mais transparência, maior escrutínio e uma efetiva prestação de contas ao grupo SATA, incluindo a análise rigorosa do plano de reestruturação e das opções de gestão e do acionista”, justificou Carlos Silva, deputado socialista, durante a apresentação da iniciativa na Assembleia Legislativa, na Horta.

A bancada do PS lembra que as contas da transportadora aérea regional, relativas a 2024, não foram ainda publicadas, mas que o Conselho de Administração da SATA já fez saber que o prejuízo da companhia ronda os 83 milhões de euros, que segundo os socialistas é “um dos piores de sempre”.

“Não é admissível que, à data de hoje, ainda não tenham sido publicadas as contas anuais de 2024 e as do primeiro trimestre de 2025, o que se traduz no incumprimento da lei e um total desrespeito pela função fiscalizadora deste parlamento”, advertiu Carlos Silva.

Segundo o deputado socialista, os prejuízos acumulados da SATA, entre 2021 e 2024, atingiram os 213 milhões de euros, o que demonstra “a degradação da situação financeira” da companhia aérea, e atesta também “o fracasso completo do plano de reestruturação” da transportadora, que está em processo de privatização.

O secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte Freitas, já tinha admitido esta semana, em plenário, que caso a privatização da Azores Air Lines não tenha sucesso, a companhia terá de ir para insolvência, e que isso poderá custar mais de 300 milhões de euros.

“A insolvência representa não só ficarmos com o passivo que já lá está, mas poderá representar mais 300 milhões de euros de pagamentos de indemnizações aos trabalhadores”, advertiu o governante, durante um debate de urgência sobre o futuro da companhia aérea açoriana, promovido pelo Chega. O secretário dos assuntos Parlamentares, Paulo Estêvão, disse hoje que o executivo regional de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), não se opõe à realização de qualquer auditoria à SATA: “faça as auditorias que quiser! Quem não deve, não teme!”

O pedido de auditoria foi aprovado por quase todos os partidos com assento parlamentar nos Açores, à exceção do deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, que votou contra, por entender que os restantes partidos estão a utilizar a companhia área como “arma de arremesso político”.

Segundo o executivo regional, as negociações para a conclusão do processo de alienação de 76% do capital da Azores Air Lines, “estão a decorrer a bom ritmo”, tanto com o consórcio Newtor/MS Aviation, como com a própria Comissão Europeia.

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