Prazo para aderir ao pagamento do IVA às prestações encolhe em cinco dias

A AT está a alertar as empresas que, a partir deste mês, a data limite para aderir ao pedido de flexibilização de pagamentos do IVA passa a ser a data da entrega da declaração e não a de pagamento.

A data limite de adesão aos planos de flexibilização de pagamentos do IVA vai encolher em cinco dias a partir deste mês de julho ao passar a ter como referência a data de entrega de declaração e não a de pagamento, como acontecia até agora. Uma alteração feita no âmbito do pacote de simplificação fiscal do Governo e que a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) considera não prejudicar os direitos dos contribuintes.

São várias as empresas que estão a receber emails da Autoridade Tributária (AT) a alertar para uma mudança na data de adesão aos planos de flexibilização de pagamentos do IVA. “No quadro de implementação das Medidas de Simplificação Fiscal – Decreto-Lei n.º 49/2025, de 27 de março, foram introduzidas” alterações “no que respeita à flexibilização de pagamentos do IVA”, com “efeito a partir de 1 de julho de 2025“, pode ler-se num email a que o EContas teve acesso.

Uma dessas alterações está relacionada com o prazo para adesão aos planos de flexibilização de pagamentos, com a AT a explicar que o “limite para a adesão aos planos de flexibilização de pagamentos passa a ser a data limite para a entrega da declaração de IVA”, referindo ainda que a “data limite de pagamento das prestações permanece inalterada, a primeira prestação, tem de ser paga até cumprimento da obrigação de pagamento em causa”. Esta mudança abrange o período de IVA de maio e seguintes.

“A partir deste mês, a adesão ao pedido de flexibilização de pagamento em prestações do IVA deixa de ser até à data do pagamento e passa a ser até à data da entrega da declaração” do imposto, explica Paula Franco, bastonária da OCC, na habitual reunião online semanal onde presta esclarecimentos sobre várias matérias, alertando para esta mudança da legislação de maneira a “não haver lapsos”.

“Quem aderiu em junho relativamente ao mês de abril, pôde fazê-lo até à data de pagamento, ou seja, até ao dia 25. A partir de 1 de julho, só pode fazê-lo até ao dia 20, que é a data da entrega declarativa. A data de adesão encolhe cinco dias”, refere a bastonária.

Para o mês de maio, esta obrigação termina num dia que não é útil (20 de julho), e, passa, por isso, para dia 21 de julho, indica a AT no email que está a ser enviado às empresas.

Ao EContas, a OCC explica que se “trata de um ajustamento de datas que terá como objetivo melhorar, por parte da AT, as condições técnicas de criação dos planos de flexibilização, incluindo criação e gestão de referências de pagamento e articulação com o débito direto”. Uma alteração que “terá mais a ver com procedimentos internos da AT do que os direitos dos contribuintes, que permanecem inalterados, visando melhorar esses mesmos procedimentos e garantir que os planos de flexibilização são adequada e tempestivamente executados”.

Nessa mesma comunicação, o Fisco refere também que a adesão ao débito direto, para os planos de flexibilização de pagamentos, passa a incluir, de forma automática, a primeira prestação, deixando igualmente vários alertas.

“Para evitar duplicação de pagamentos, caso seja aderente ao débito direto com a finalidade “IVA- Declarações periódicas” ou “IVA” deve assegurar-se que, em momento de submissão da declaração periódica do período, a opção pela flexibilização de pagamentos/utilização de créditos foi devidamente assinalada“, indica, referindo também que a “autorização de débito direto para a flexibilização de pagamentos é efetuada plano a plano, no momento de adesão ao plano”.

Por outro lado, explica que “para efetuar qualquer alteração ao plano de flexibilização, deve anular o plano e submeter novo plano, no Portal das Finanças, até à data limite para a entrega da declaração de IVA“.

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Concorrência insiste em acusação contra privados por fixação de preços nas negociações com ADSE

APHP e cinco grupos privados, incluindo Mello e Luz Saúde, foram novamente acusados pela AdC de concertação nas negociações comerciais para pressionar subsistema de saúde

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu reabrir a investigação a suspeitas de fixação de preços e outras condições comerciais nas negociações com a ADSE, envolvendo uma associação setorial e cinco grupos do setor da hospitalização privada. O regulador anunciou esta quinta-feira que emitiu uma nova acusação.

O processo iniciado em 2019, que chegou à fase de recurso, teve de regressar à fase de inquérito, depois de a Justiça ter determinado que o regulador apreendeu emails ilegalmente durante as buscas. Em causa, o entendimento do Tribunal da Relação de Lisboa de que a “apreensão não era válida” por falta de autorização de um juiz de instrução criminal, apesar de a AdC ter obtido “autorização do Ministério Público”.

Agora, o regulador liderado por Nuno Cunha Rodrigues entende que, “com base nos demais elementos de prova”, existe matéria para emitir nova acusação “sobre um acordo restritivo da concorrência nas negociações” com o subsistema de saúde.

No comunicado divulgado esta quinta-feira, a AdC não identifica as organizações acusadas. Mas, há três anos, quando tomou a decisão final de multar estas entidades, no valor de quase 191 milhões de euros, disse tratarem-se da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), o Grupo Trofa Saúde, o Hospital Particular do Algarve, o Grupo Mello (dono da CUF), o Grupo Lusíadas e a Luz Saúde.

A alegada prática em causa, que passou ainda pela “suspensão ou ameaça de denunciar convenções”, terá ocorrido pelo menos entre 2016 e 2019, com o objetivo de “pressionar a regularização de faturação relativa a 2015 e 2016”. O processo teve origem em “diversas denúncias” e notícias na comunicação social.

“A AdC considera haver indícios de que estas empresas concertaram estratégias e posições negociais no contexto das negociações com a ADSE”, afirma a autoridade num comunicado. “Esta atuação permitiu às empresas reforçar o seu poder negocial face à ADSE, podendo resultar em condições mais favoráveis do que as que resultariam de negociações individuais em concorrência”, acrescenta.

Mais entende a AdC que “a ameaça ou suspensão conjunta das convenções só seria eficaz se levada a cabo por várias empresas em simultâneo, pois limitaria o acesso dos beneficiários da ADSE à rede convencionada, empurrando-os para o regime livre”. Este é “mais oneroso para os utentes e mais rentável para os prestadores privados”, salienta o regulador.

A autoridade lembra que “a Lei da Concorrência proíbe expressamente os acordos entre empresas que visem restringir de forma significativa a concorrência, dada a sua natureza altamente prejudicial para os consumidores, a competitividade e a economia em geral”. A acusação “não determina o desfecho do processo”, na medida em que as empresas visadas poderão agora exercer o seu direito de audição e defesa.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h07)

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Transações estrangeiras com mais peso nas festas de Santo António

As compras e levantamentos realizados por estrangeiros na noite de Santo António tiveram um peso de 30% no total de transações registadas, o que representa um subida de 11% face ao ano passado.

Nas noites dos Santos Populares, as operações realizadas por estrangeiros representaram 21% do total de compras e levantamentos efetuados, o que representa um crescimento de 12% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Sibs Analytics. A análise mostra que foi no Santo António que as transações por estrangeiros tiveram um peso maior este ano.

Na noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, as compras e levantamentos cresceram 23% em relação à média de junho, com um valor médio por compra de 26 euros. O número de transações com Mb Way aumentou 33% face à média diária de junho, com um gasto médio de 17 euros. As compras e levantamentos realizados por estrangeiros tiveram um peso de 30% no total de transações registadas, com um crescimento de 11% em comparação com o período homólogo.

Ao analisar as diferentes noites dos Santos Populares, é possível verificar que foi na noite de 28 para 29 de junho, em que se celebra o São Pedro, que se assistiu ao maior crescimento no número de transações, ou seja uma subida de 46% face à média de junho, atingindo um valor médio por compra de 30 euros.

Nos festejos do São Pedro, o número de compras e levantamentos com Mb Way aumentou na mesma proporção, com um gasto médio de 24 euros. Os estrangeiros tiveram um peso de 13% neste total de transações, mais 39% face ao ano passado.

 

A norte, na noite de São João, de 23 para 24 de junho, o número de transações cresceu 13%, alcançando um valor médio por compra de 24 euros. O número de compras e levantamentos com Mb Way aumentou 16%, face à média de junho, com um ticket médio de 19 euros. O peso das transações realizadas por cartões estrangeiros alcançou os 20% no total de transações, mais 8% face a 2024.

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Despesa corrente em saúde aumentou 8,7% em 2024

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

O valor da despesa corrente em saúde, de 29.205 milhões de euros, representou 10,2% do Produto Interno Bruto.

A despesa corrente em saúde teve um aumento de 8,7% em 2024, ultrapassando os 29,2 mil milhões de euros, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgadas esta quinta-feira.

O INE aponta a atividade dos hospitais públicos e privados e consultórios e clínicas privadas como fator “determinante para esta evolução”.

Segundo a Conta Satélite 2024, o valor da despesa corrente em saúde, de 29.205,1 milhões de euros (2.733,9 euros per capita) representou 10,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

“O crescimento nominal da despesa corrente em saúde superou o do PIB em 2,3 pontos percentuais, contrariamente ao que se observou em 2022 (-6,8 pontos percentuais) e 2023 (-5,4 pontos percentuais) “, lê-se no documento publicado no site do INE.

Os dados indicam que a despesa pública (que cresceu 9,9%) e privada (que cresceu 6,5%) aumentou devido ao “reforço da atividade” dos hospitais públicos e privados e dos prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório, como consultórios médicos, de medicina dentária e clínicas médicas com várias especialidades.

Em 2023, a despesa corrente em saúde havia crescido 4,4%, atingindo 26.866,3 milhões de euros, correspondendo a 10,0% do PIB e a 2.539,8 euros ‘per capita’.

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Açores perde batalha no Constitucional após ação de António Costa no seu último dia como PM

  • Lusa e ECO
  • 3 Julho 2025

Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade de várias normas do regime do domínio público hídrico dos Açores, aprovadas pelo PS-A. Caso chegou ao Palácio Ratton por ação de António Costa.

O Tribunal Constitucional (TC) declarou a inconstitucionalidade de várias normas do regime do domínio público hídrico dos Açores e de decretos que desafetam terrenos em Santa Maria, segundo um acórdão publicado em Diário da República nesta quinta-feira. A medida tinha sido tomada pelo PS-Açores, antecessor do atual Executivo regional liderado por José Manuel Bolieiro.

O pedido de fiscalização da constitucionalidade dos diplomas tinha sido solicitado pelo então primeiro-ministro do PS António Costa, em 2024, no seu último dia em funções no Governo.

Em maio de 2024, o assunto esteve na Assembleia Regional, onde o antigo primeiro-ministro socialista foi bastante criticado, designadamente pelo envio, no seu último dia em São Bento, dos diplomas para apreciação do TC. O próprio presidente do PS açoriano, Vasco Cordeiro, destacando que os decretos foram aprovados pelo Governo regional socialista a que presidiu, manifestou “discordância profunda, clara, inequívoca, entre aquilo que o Governo regional dos Açores do Partido Socialista pensa e acha sobre essa matéria, e aquilo que, aparentemente, o antigo primeiro-ministro entende sobre este assunto”. Vasco Cordeiro foi contundente contra a atitude de António Costa: “lamentável. Aliás, talvez doutra forma, poucochinha”.

Por sua vez, José Manuel Bolieiro defendeu que “o ativo mar é dos Açores. Tem influência e cria dimensão ao país e à União Europeia e nós não prescindimos dos nossos direitos e prerrogativas”.

No Regime Jurídico do Processo de Delimitação e Desafetação do Domínio Público Hídrico na Região Autónoma dos Açores, o TC declara inconstitucionais as normas que atribuem ao Conselho de Governo dos Açores “a competência para a homologação de propostas de delimitação do domínio público marítimo do Estado no território da Região Autónoma dos Açores” e que tornam essa homologação “vinculativa para todas as autoridades públicas”.

No mesmo diploma, são consideradas inconstitucionais normas que “possibilitam a desafetação, mediante decreto legislativo regional, de qualquer parcela do leito ou da margem do domínio público marítimo”.

O Tribunal Constitucional considerou, por isso, também inconstitucionais normas de dois decretos que definiam a desafetação do domínio público marítimo, por motivos de interesse público, de parcelas de terreno na ilha de Santa Maria, precisamente por desafetarem parcelas “pertencentes ao domínio público marítimo”.

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Chanceler alemão pede à UE um acordo rápido e simples com EUA

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

Se não for alcançado um acordo até 09 de julho, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-la para 50%, como anunciou em maio.

O chanceler alemão pediu esta quinta-feira à União Europeias (UE) um acordo comercial rápido e simples com os Estados Unidos, que promova a prioridade a determinadas indústrias chave, seis dias antes do prazo estabelecido pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

“Precisamos chegar agora a um acordo rápido com os Estados Unidos. Uma solução rápida e simples é melhor do que uma solução longa e complicada, com negociações que durariam meses“, afirmou Friedrich Merz, em Berlim.

O Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, está em Washington a tentar concluir o acordo comercial com as autoridades norte-americanas em nome do bloco europeu.

Se não for alcançado um acordo até 09 de julho, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-la para 50%, como anunciou em maio.

Como líder da maior economia da Europa, Friedrich Merz tem defendido repetidamente uma solução “simples”, mesmo que isso signifique aceitar um acordo assimétrico em que os europeus concordariam com certas sobretaxas, sem compensação.

A Alemanha está na linha da frente das repercussões após a ofensiva tarifária norte-americana, isso porque a sua economia é altamente dependente das exportações para os Estados Unidos, particularmente nas indústrias química, farmacêutica, automóvel, siderúrgica e de máquinas e ferramentas.

São precisamente estes sectores-chave que as negociações com Washington devem privilegiar, segundo Merz, que acredita que será demasiado longo e complicado chegar a um acordo abrangente que reúna todas as categorias de produtos.

Precisamos agora de alcançar rapidamente um acordo com os Estados Unidos para que as nossas empresas sejam isentas das taxas alfandegárias excessivamente elevadas que atualmente têm de pagar quando exportam para os Estados Unidos.

Friedrich Merz

Chanceler alemão

“Precisamos agora de alcançar rapidamente um acordo com os Estados Unidos para que as nossas empresas sejam isentas das taxas alfandegárias excessivamente elevadas que atualmente têm de pagar quando exportam para os Estados Unidos”, disse Merz num discurso a uma federação de bancos alemães.

Desde o seu regresso à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump fez das taxas alfandegárias um pilar fundamental da sua política, promovendo uma guerra comercial internacional.

Em Washington, Sefcovic tem reuniões agendadas com o representante para o Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, e o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, informou a Comissão Europeia esta semana.

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Consumidores confiam menos em marketing de influência do que em publicidade tradicional

Há mais consumidores a confiar na publicidade tradicional do que em marketing de influência, mas mais de metade admitem já ter feito uma compra em resultado de uma recomendação de um influenciador.

O marketing de influência tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos, com mais de metade dos marketeers a prever inclusive aumentar investimento neste segmento este ano. No entanto, os consumidores continuam a confiar mais em publicidade tradicional.

“Práticas questionáveis” e o facto de os anúncios com influenciadores “frequentemente não seguirem a lei estabelecida” podem estar a ditar uma maior desconfiança do público em relação às recomendações de influenciadores, aponta o “Influencer Trust Index” da National Advertising Division, dos EUA. Na análise foram inquiridos 3.720 consumidores norte-americanos.

Destrinçando os dados da análise, 87% dos consumidores norte-americanos dizem confiar na publicidade que vêem, com 5,5% a confiar completamente, 83,2% a confiar de alguma forma e 11,3% a dizerem que não confiam em publicidade. Os consumidores entre os 25 e os 34 anos são os que menos confiam (40%) em publicidade.

Já quando se trata, em específico, de marketing de influência, 74% dizem confiar neste tipo de publicidade, com apenas 5% a dizer que confia plenamente em influenciadores, 69% a dizer que confia de alguma forma e 26% a indicar que não confia de todo.

A contribuir para estes números está o facto de os influenciadores se poderem envolver em “práticas questionáveis, em parte devido à regulamentação limitada neste setor em rápido crescimento” e de os anúncios com influenciadores “frequentemente não seguirem a lei estabelecida”, lê-se no estudo.

A National Advertising Division “tem observado um aumento acentuado nos casos envolvendo marketing de influenciadores, sinalizando uma necessidade urgente de que os influenciadores entendam e sigam as diretrizes que promovem práticas publicitárias honestas e transparentes”, aponta esta entidade.

“A confiança é a base da autenticidade. Quando os influenciadores são transparentes sobre os seus relacionamentos com as marcas que promovem, eles não apenas constroem a confiança do consumidor, mas também aumentam a fidelidade à marca e o engajamento geral. À medida que influenciadores e marcas adotam práticas verdadeiras e transparentes, eles fortalecem a integridade de todo o ecossistema de marketing de influenciadores, promovendo o sucesso a longo prazo para todos”, acrescenta.

No entanto, isto não significa que os influenciadores não consigam alavancar as vendas das marcas. Na verdade, 58% dos inquiridos disseram já ter feito uma compra em resultado da recomendação de um produto ou serviço de um influenciador e 35% já fizeram entre quatro a seis compras ter por base este tipo de recomendações.

Um pouco mais de metade (52%) dos inquiridos também dizem ver conteúdos de influenciadores que apareçam nos seus feeds e um terço (33%) dizem procurar conteúdos de influenciadores para aprender mais sobre um produto ou tópico.

A existência de “transparência e honestidade sobre a associação com uma marca” (referida por 71% dos consumidores) e de “críticas honestas, mesmo que não positivas sobre o produto ou serviço apresentado” (79%) são os fatores que mais contribuem para que os consumidores confiem nos influenciadores.

Em sentido contrário, um influenciador não ser genuíno, honesto ou transparente (80%), promover um estilo de vida ou imagem corporal irrealista (71%) ou não informar sobre a relação que tem com a marca que está a promover (64%) estão entre os principais fatores que levam à desconfiança dos consumidores.

Uma significativa maioria dos consumidores (70%) relata também que se sentiria negativamente se descobrisse que um influenciador é pago ou recebe um produto gratuitamente para promover uma marca e não o revela, com 37% a dizer que se sentiriam “enganados” e 33% que se sentiriam “negativos em relação ao influenciador”.

Outro ponto que a análise apelida de “curioso” prende-se com o facto de a mera presença de uma parceria com a marca ter pouco ou nenhum efeito na percepção de confiabilidade, enquanto as divulgações de #ad ou #sponsored não contribuiren para uma sensação de que o influenciador seja mais confiável.

Em concreto, enquanto 70% consideram que um influenciador ter uma parceria com uma marca não o torna menos confiável, 57% também dizem que um influenciador acrescentar “#ad ou #sponsored” nos seus conteúdos não os torna mais confiáveis.

Já 72% dos consumidores acreditam que a responsabilidade por uma publicidade verdadeira e transparente é tanto da marca como do influenciador.

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Maioria dos trabalhadores diz não estar a receber formação suficiente em inteligência artificial

Trabalhadores portugueses consideram que não estão a receber formação suficiente em inteligência artificial, o que é essencial para a utilização do potencial desta tecnologia, segundo barómetro da EY.

As empresas até têm investido mais em formação em inteligência artificial (IA), mas a qualidade desses programas “é uma preocupação significativa”. De acordo com um novo estudo da consultora EY, a maioria dos trabalhadores europeus (e portugueses, em concreto) diz mesmo não estar a receber formação suficiente para usar estas novas ferramentas tecnológicas.

“Ainda que as organizações estejam a aumentar a formação em inteligência artificial disponibilizada aos seus trabalhadores, a qualidade destes programas é uma preocupação significativa. Os empregados precisam de formação feita à medida das suas necessidades e funções“, sublinha a EY, no “European AI Barometer 2025”.

Entre os quase cinco mil trabalhadores ouvidos pela consultora em nove países (entre os quais, Portugal), só 24% indicam estar a receber formação suficiente para utilizar estas ferramentas tecnológicas. E 37% defendem que deveria haver um reforço desses programas.

Portugal está alinhado com estas médias europeias. Por cá, foram ouvidos cerca de 200 trabalhadores, e apenas 24% acreditam estar a receber formação suficiente em inteligência artificial, enquanto 31% afirmam que deveriam ter mais formação.

“A adoção de inteligência artificial não deve ser encarada apenas como uma questão de investimento em tecnologia. Exige know-how técnico, formação contínua e liderança ativa na transformação cultural e organizacional das organizações”, salienta, em reação a estes dados, Sérgio Ferreira, partner da EY e líder de IA da consultora.

Estes dados são particularmente relevantes, uma vez que a maioria dos trabalhadores acredita que a inteligência artificial terá algum impacto no seu emprego. “Portugal, onde a percentagem de utilizadores de IA é expressiva, está no grupo dos países mais apreensivos nesta matéria: três em cada quatro inquiridos acreditam que algumas dimensões dos seus empregos serão substituídas pela IA“, explica a EY.

Numa nota mais positiva, quase metade dos ouvidos em Portugal afirma que com recurso a esta tecnologia a sua produtividade já melhorou muito ou de alguma forma.

Portugueses são dos mais satisfeitos com IA

Entre os nove países analisados, Portugal é aquele onde os trabalhadores avaliam melhor a sua experiência com a inteligência artificial. Por cá, 90% fazem uma análise positiva, seguindo-se Espanha (89%) e a Suíça (86%), como mostra o gráfico abaixo.

Além disso, a EY destaca que os níveis de adoção desta tecnologia em Portugal são expressivos: 31% dos inquiridos dizem usar inteligência artificial tanto em contexto profissional como pessoal, enquanto 40% só o fazem na vida pessoal e 12% apenas no trabalho.

Neste ponto, é a Suíça a líder entre os países analisados, 85% dos inquiridos dizem usar inteligência artificial. “Em contraste, a adesão é inferior na Áustria e em França (ambos com 73%)”, é salientado.

Demasiado cedo para avaliar impacto nas contas

De acordo com o barómetro da EY, o uso da inteligência artificial já trouxe ganhos adicionais ou poupanças avaliadas em 6,24 milhões de euros às empresas europeias. Mas há diferenças consideráveis entre os países analisados.

“Espanha destaca-se como o país onde mais organizações percecionam maiores benefícios financeiros — a nível de poupança de custos ou aumento das receitas — da IA (70%), seguida da Bélgica (60%) e da Alemanha (59%)”, assinala a consultora.

Já em Portugal, 42% das empresas consideram que estas ferramentas tecnológicas já estão a gerar poupanças ou um aumento das receitas. Em paralelo, 43% das empresas portuguesas ouvidas assumem uma atitude de prudência, salientando que ainda é demasiado cedo para avaliar os impactos.

“Entre os inquiridos em Portugal que reportaram benefícios financeiros, a maioria (62%) quantifica esses efeitos em até um milhão de euros (43% na média europeia) e 27% entre um e cinco milhões de euros (34% na média europeia). Já 11% indicam benefícios que oscilam entre 15 e 50 milhões de euros (16% na média europeia)”, acrescenta a EY.

É de notar ainda que 41% das empresas portuguesas prevê gastar menos de 500 mil euros nestas tecnologias nos próximos cinco ano. “Na média dos países em análise, os setores onde o impacto económico da IA é mais evidente são a indústria avançada (78%), desporto (74%) e agroalimentar (73%)”, é ainda observado.

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Unicórnio Tekever compra Cocoon Experience

A empresa de design e 'user experience' portuguesa já vinha colaborando há vários anos em projetos civis e de defesa com a fabricante de drones nacional.

A fabricante de drones Tekever acaba de concluir a compra da Cocoon Experience, empresa que atua nas áreas user experience e service design. O valor da operação não foi divulgado.

“A entrada da Cocoon Experience no universo Tekever confirma o nosso compromisso não só em criar os produtos e tecnologias mais inovadores, mas também em garantir que os nossos utilizadores permanecem no centro do processo de desenvolvimento. Depois de anos de uma relação muito próspera com a Cocoon Experience, damos um passo em frente nesta parceria em nome de um objetivo comum: ajudar os nossos clientes a transformarem-se para tirar realmente partido da taxa exponencial da evolução tecnológica”, diz Ricardo Mendes, CEO da Tekever, citado em comunicado.

As duas empresas nacionais já vinham colaborando há vários anos em projetos civis e de defesa. Agora a equipa da Cocoon, “composta por cientistas comportamentais, estrategas de design e especialistas em UX”, vai trabalhar exclusivamente com a Tekever. Irá a “ajudar a dimensionar e acelerar o desenvolvimento do produto e a base de clientes em rápido crescimento” da unicórnio nacional.

“Durante anos, colaboramos de perto com a Tekever, partilhando a mesma visão de como o design pode alavancar a sofisticação tecnológica. Esta união representa uma excelente oportunidade para aplicarmos a nossa abordagem human-centric em contextos verdadeiramente impactantes e críticos, contribuindo para soluções que melhorem a segurança e a eficácia operacional a uma escala global”, diz Anabela Fernandes, sócia-gerente da Cocoon Experience, citada em comunicado.

Esta abordagem centrada no utilizador “provou ser fundamental em algumas das suas operações mais exigentes — incluindo missões na linha da frente na Ucrânia”, destaca a Tekever em comunicado. “Nestes cenários de alto risco, colocar o utilizador no centro do processo de conceção melhorou diretamente a eficácia operacional, permitindo uma tomada de decisões mais rápida e uma maior adaptabilidade em ambientes complexos e em tempo real”, refere.

A fabricante de drones nacional, recorde-se, atingiu recentemente o estatuto unicórnio, tendo anunciado planos de investimento no Reino Unido (470 milhões de euros) e França (100 milhões).

Dos cerca de mil colaboradores atuais na empresa, com 20 nacionalidades, 70% está localizado em Portugal, tendo a empresa uma fábrica em Ponte de Sor e o centro de engenharia nas Caldas da Rainha. “Temos muitas centenas de pessoas em Portugal, é a nossa maior base. Trabalhamos muito com a indústria toda em Portugal. Só o ano passado — em 2025 será mais —, comprámos em Portugal, penso que cerca de 12 milhões de euros. E nos próximos três anos — não cinco, como é o plano que estamos a apresentar para a Inglaterra —, incluindo 2025, vamos comprar em Portugal, à indústria portuguesa, cerca de 100 milhões de euros, se não for mais”, adiantou em maio Ricardo Mendes, em entrevista ao ECO.

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Euribor desce a três e seis meses para novos mínimos desde novembro e outubro de 2022

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que recuou para 1,937%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,031%) e a 12 meses (2,062%).

A Euribor desceu esta quinta-feira a três e a seis meses, em relação a quarta-feira, e atingiu novos mínimos desde 22 de novembro de 2022 e 14 de outubro de 2022, respetivamente, enquanto a taxa a 12 meses subiu.

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que recuou para 1,937%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,031%) e a 12 meses (2,062%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, desceu esta quinta-feira, ao ser fixada em 2,031%, menos 0,002 pontos do que na quarta-feira. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.

  • No prazo de três meses, a taxa Euribor, que está abaixo de 2% desde 24 de junho, desceu para 1,937%, menos 0,019 pontos do que na quarta-feira.
  • No sentido contrário, a Euribor a 12 meses subiu para 2,062%, mais 0,007 pontos do que na quarta-feira.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Dinamarca quer fundos de coesão reformados e avanços no alargamento da UE

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

Para meados deste mês é esperada a proposta da Comissão Europeia e, logo dias depois, Marie Bjerre espera uma primeira discussão entre os países da UE.

A Dinamarca quer, na presidência rotativa do Conselho da União Europeia no segundo semestre deste ano, discussões para reformar os fundos de coesão no âmbito do novo orçamento e avanços no processo de alargamento à Ucrânia e Moldova.

Não somos contra os fundos de coesão. […] A coesão é uma parte importante da estabilidade social, da coesão social na Europa, mas o orçamento e também os fundos de coesão, que ascendem a um terço do orçamento, precisam de ser reformados, simplificados, mais eficazes e responder melhor aos desafios estratégicos com que nos confrontamos”, como defesa ou transição ‘verde’, disse a ministra dos Assuntos Europeus da Dinamarca, Marie Bjerre.

A responsável falava à imprensa europeia, incluindo a Lusa, na cidade dinamarquesa de Arhus, durante a viagem para a imprensa europeia da presidência do Conselho da União Europeia (UE) assumida pela Dinamarca entre 1 de julho e 31 de dezembro deste ano.

Para meados deste mês é esperada a proposta da Comissão Europeia e, logo dias depois, Marie Bjerre espera uma primeira discussão entre os países da UE.

Segundo a responsável, a Dinamarca terá “uma abordagem muito ambiciosa em relação ao orçamento” e já não faz parte dos países frugais da UE.

“Não é política do Governo dinamarquês que o orçamento deva ser maior ou que devamos ter uma dívida comum, mas […] não estamos a rejeitar nada de antemão e vamos entrar nesta discussão com o espírito aberto”, assegurou.

Após a apresentação da proposta do executivo comunitário — uma primeira parte surge dentro de duas semanas e a outra no início de setembro –, cabe aos colegisladores da UE (Conselho e Parlamento) negociar o próximo orçamento para 2028-2035, esperando-se que o processo negocial fique concluído em 2026.

O QFP é estabelecido por um período de sete anos e define os limites máximos de despesas para os diferentes domínios de intervenção.

O atual orçamento da UE a longo prazo termina em 31 de dezembro de 2027, após ter arrancado em 2021, e dispõe de 1,21 biliões de euros em autorizações (a preços de 2018), que é o montante total que a União pode comprometer-se a gastar durante esse período.

O orçamento da UE é financiado por recursos próprios, sendo que cerca de dois terços das receitas provêm das contribuições nacionais, que se baseiam no rendimento nacional bruto de cada país.

Outro tema abordado por Marie Bjerre durante o seu encontro com a Lusa e outros meios europeus em Arhus foi o alargamento da UE, que ocorre quando novos países aderem ao bloco comunitário.

Neste momento, os países candidatos à UE são a Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Macedónia do Norte, Moldova, Montenegro, Sérvia, Turquia e a Ucrânia.

Se não avançarmos com o alargamento e também com as reformas internas necessárias, arriscamo-nos a perder alguns destes países”, alertou a ministra dinamarquesa dos Assuntos Europeus, referindo-se à Ucrânia e à Moldova, países que estão, respetivamente, em guerra causada pela invasão da Rússia ou a ser afetados pela desinformação russa.

“Arriscamo-nos a perder a instabilidade nesses países. Trata-se de uma questão de segurança e não nos podemos dar a esse luxo e não nos podemos dar a esse luxo”, concluiu.

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PS quer que diplomas do Governo sobre imigração baixem à especialidade sem votação

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

O partido pretende que, após a discussão em plenário da sexta-feira, os diplomas não sejam votados e desçam para a especialidade.

O PS quer que os diplomas do Governo sobre imigração, em discussão na sexta-feira, baixem à especialidade sem votação para “retirar incerteza jurídica e constitucional” e permitir o trabalho de aperfeiçoamento em comissão, adiantou fonte socialista à Lusa.

Na terça-feira, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, tinha avisado, à saída de um encontro com o Presidente da República, que as alterações às leis da imigração propostas pelo Governo não teriam o voto a favor dos socialistas se ficassem na versão apresentada no Parlamento.

À Lusa, fonte socialista referiu que o partido pretende que, após a discussão em plenário da sexta-feira, os diplomas não sejam votados e desçam para a especialidade.

O PS pretende assim que o trabalho de aperfeiçoamento seja feito na comissão da especialidade e assim “retirar incerteza jurídica e constitucional”.

Esta quinta-feira de manhã decorre uma reunião entre o Governo e o PS sobre estes diplomas do Executivo que pretendem alterar a lei da nacionalidade e o regime jurídico relativo aos cidadãos estrangeiros em Portugal. Na quarta-feira, o Governo já tinha recebido Chega e IL sobre o mesmo tema.

O primeiro-ministro vai reunir-se esta quinta-feira com o líder do Chega, às 17h00, na residência oficial em São Bento, a pedido de André Ventura, confirmou o gabinete de Luís Montenegro.

Na sexta-feira, serão debatidas e votadas na generalidade na Assembleia da República as propostas de lei do Governo de alteração da lei da nacionalidade, do regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional e o diploma que pretende criar a Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na Polícia de Segurança Pública, chumbada na anterior legislatura.

No primeiro Conselho de Ministros do XXV Governo em plenitude de funções, o segundo de Luís Montenegro, o executivo aprovou uma proposta de lei de alteração ao diploma da nacionalidade, que aumenta o período de permanência em Portugal exigido para a obtenção da cidadania (de cinco para 7 ou 10 anos, consoante se trate de cidadãos lusófonos ou não lusófonos).

O Governo prevê, ainda, a possibilidade da perda da nacionalidade para os naturalizados há menos de dez anos e sejam condenados a pena de prisão efetiva igual ou superior a cinco anos pela prática de crimes graves. Quanto à atribuição de nacionalidade originária a descendentes de estrangeiros residentes em Portugal, passa a exigir-se a residência legal durante o período de 3 anos.

Na lei de estrangeiros, o Governo pretende restringir o visto para procura de trabalho “a atividades altamente qualificadas”, limitar o acesso ao reagrupamento familiar e alterar as condições para a concessão de autorização de residência aos cidadãos nacionais de Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O Governo retoma ainda uma proposta de lei chumbada na última legislatura que cria a Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, na Polícia de Segurança Pública (PSP), com a competência de controlo de fronteiras aeroportuárias, de retorno e de fiscalização de estrangeiros em território nacional.

A IL já manifestou concordância com a generalidade das propostas, enquanto o Chega e o PS têm defendido alterações aos diplomas do Governo – embora em sentidos opostos — para os poderem viabilizar.

Segundo a Constituição, revestem a forma de lei orgânica os diplomas que regulam a “aquisição, perda e reaquisição da cidadania portuguesa”, pelo que qualquer alteração à lei da nacionalidade terá de ser, na votação final global, aprovada por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, ou seja, 116 votos, o que exigirá o voto a favor ou da bancada do PS ou da do Chega (além das do PSD e CDS-PP, que totalizam 91 deputados).

 

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