Atenção colecionadores: acaba de sair a quarta garrafa histórica Taylor’s

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 22 Janeiro 2025

Chama-se The Globe e é a nova garrafa da Historical Collection, a coleção de edições limitadas de garrafas históricas, que a Taylor’s iniciou em 2017, aquando da celebração do seu 325º Aniversário.

Desde 1692 que a Taylor’s – uma das primeiras e históricas casas de vinho do Porto – se dedica exclusivamente à produção de vinhos do Porto de grande qualidade, desde o plantio da vinha e cultivo das uvas à elaboração, envelhecimento e engarrafamento dos vinhos. A empresa, que mantém a gestão familiar desde a fundação, é considerada, por muitos apreciadores, como a casa do vinho do Porto por excelência, conhecida pelos seus elegantes Porto vintage (foi a criadora do LBV, Late Bottled Vintage), que estão entre os mais procurados e colecionáveis.

E, precisamente a pensar nos colecionadores, a Taylor’s acaba de lançar a sua quarta garrafa histórica. O The Globe, a mais recente novidade em edição limitada da Historical Collection, oferece aos entusiastas do vinho do Porto a oportunidade de adquirir uma peça histórica, elegantemente encapsulada numa garrafa que combina tradição e elegância.

A garrafa, inspira-se no design de “caule e globo”, prevalente nas garrafas de vinho inglesas do século XVII, na época em que as garrafas eram moldadas através de técnicas de sopro à boca, numa Inglaterra em transição entre fornos alimentados a madeira para fornos movidos a carvão. Estes vasos de forma esférica, com paredes mais espessas, eram ideais para armazenamento e serviço, refletindo o trabalho artesanal meticuloso da época. Como precursora da icónica garrafa “cebola”, que viria a tornar-se sinónimo da Taylor’s em 1692, a The Globe presta homenagem a este desenvolvimento crucial na história da produção do Vinho do Porto.

Esta garrafa, agora lançada, apresenta gravado o símbolo ‘4XX’, uma referência à primeira marca registada conhecida da empresa, que data da sua fundação. Uma marca distintiva que faz uma alusão ao legado da Taylor’s como um dos nomes mais respeitados do setor do Vinho do Porto.

E o vinho? Elaborado a partir de componentes cuidadosamente selecionados de vinhos do Porto escolhidos das extensas reservas de tawnies da Taylor’s, o The Globe consubstancia a riqueza e a complexidade pelas quais a Taylor’s é reconhecida. O lote foi meticulosamente construído para oferecer um perfil equilibrado e harmonioso, com um final distinto e robusto, fruto do lento e longo envelhecimento dos vinhos nas pipas das caves da casa em Vila Nova de Gaia.

David Guimaraens, diretor-técnico e de enologia da Taylor’s, enalteceu o lote, afirmando: “A excecional riqueza e a profundidade de sabor que definem o estilo da Taylor’s estão vividamente expressas neste vinho. O final culmina de forma notavelmente longa e distinta, evidenciando a arte de fazer e envelhecer vinho que foi aperfeiçoada ao longo de gerações”.

Adrian Bridge, diretor-geral da Taylor’s, sublinhou o empenho da empresa em celebrar a rica herança do Vinho do Porto, ao mesmo tempo que abraça a inovação. “Apresentadas em garrafas personalizadas e colecionáveis, e em embalagens elegantes, estas edições limitadas têm tudo para cativar tanto os conhecedores dedicados do Vinho do Porto como os novos apreciadores”. Bridge destacou também o apelo universal do The Globe: “o seu design atemporal e a sua importância histórica fazem desta garrafa o presente ideal para qualquer ocasião, personificando a essência da arte de fazer vinho e da tradição”. The Globe estará disponível nas garrafeiras da especialidade no final deste mês.

The Globe
Historical Collection
Taylor’s
Preço: 40 euros

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Tarifas de 10%? “Seria desastroso para os EUA, não vai acontecer”, diz UBS

Por outro lado, se Trump deportar 20 milhões de pessoas como chegou a anunciar, a economia americana entrará em recessão, avisa o economista-chefe do UBS, Paul Donovan.

Impor tarifas de 10% sobre todas as importações “seria desastroso” para os EUA, considera o economista-chefe do UBS, Paul Donovan, que alerta ainda que, se o recém-empossado Presidente Donald Trump deportar 20 milhões de pessoas, irá atirar a economia americana para a recessão.

“A determinado momento, o Presidente Trump falou em tarifas de 10% para tudo o que fosse comprado pelos EUA. Não acho que isso vai acontecer, porque seria desastroso e iria haver muito lobby contra”, sublinha Paul Donovan num encontro com os jornalistas em Lisboa.

O economista também não antecipa que Trump venha a impor tarifas de 25% sobre o México e Canadá, como tem repetidamente dito. “A principal razão para isso é que os dois países quase apenas vendem e alimentos e combustíveis. Os consumidores não sentem os preços das televisões, mas sentem os preços dos alimentos e dos combustíveis, o dano político seria maior”, explica.

Em relação à China, Paul Donovan vê as tarifas triplicaram para 30%, ainda assim a metade dos 60% anunciados por Trump. “Isso vai ter implicações económicas, mas as tarifas seletivas são possíveis de serem contornadas”, frisa o economista do banco suíço.

Deu o exemplo do que se passou no primeiro mandato de Trump. “Até 2018, as importações dos EUA eram 15% mais em valor do que as exportações e isso reflete os custos de transporte dos bens. Isso é perfeitamente normal. Mas, a partir de 2018, algo muito estranho aconteceu. A China está agora a vender mais do que os EUA estão a comprar. As exportações da China estão 19% mais elevadas dos que as importações dos EUA. Isso não faz sentido. Ou os bens estão a perder-se no fundo do mar, ou a china está a ter novas rotas para vender aos EUA, através do Vietname ou México”, explica.

“Com o tempo, as tarifas seletivas tornar-se-ão menos efetivas”, aponta.

20 milhões de deportados atira EUA para recessão

Quanto à política de migração, Paul Donovan também considera que a ideia de deportar 20 milhões de pessoas vai ter um custo económico elevado: “O Presidente Trump falou em deportar entre 10 milhões a 20 milhões de pessoas. Seria um mix de imigrantes ilegais e cidadãos. Se isso acontecer, será muito grave”.

O economista lembrou que no mandato de Joe Biden foram deportadas cinco milhões de pessoas, “uma média de 1,2 milhões por ano”. “Mas Biden estava a falar de pessoas que estavam na fronteira e que foram deportadas. Trump está a falar de retirar pessoas que estão profundamente incorporadas na economia, e isso tem consequências económicas diferentes”, sinaliza.

Donovan recorda que em qualquer país os migrantes legais ou ilegais tendem a ir para áreas do mercado de trabalho onde há escassez de mão-de-obra, pois é onde é mais fácil encontrar emprego. “Se fores imigrante ilegal, vais procurar uma área onde há uma escassez ainda maior, porque aí o empregador não faz questões. O empregador está contente apenas por ter trabalhadores”, diz.

O problema é que, se tirarmos essas pessoas do mercado, “a cadeia de abastecimento quebra, e isso cria muitas disrupções na economia”. “Se deportarem 20 milhões de trabalhadores migrantes num ano, os EUA irão entrar em recessão seguramente”, atira Paul Donovan.

Para o responsável do UBS, não vamos ter mudanças significativas na política de migração. “Vamos ter essencialmente o mesmo, mas com mais notícias da Fox News. É a narrativa que vai interessar, mais do que os números”, refere.

“Se virmos 1,2 milhões de pessoas serem deportadas este ano, não irá mudar economicamente. Mas se estiver em grande destaque na Fox News, isso muda politicamente, muda a narrativa, mas nada muda do ponto de vista económico”, observa Paul Donovan.

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Marcelo Rebelo de Sousa recupera liderança da exposição mediática em dezembro

  • + M
  • 22 Janeiro 2025

O Presidente da República destrona assim Luís Montenegro, que ocupava a primeira posição do ranking desde o mês de julho. André Ventura e Pedro Nuno Santos seguem no terceiro e quarto lugar.

Marcelo Rebelo de Sousa liderou a exposição mediática na televisão em dezembro, depois de protagonizar 146 notícias, num total de 6 horas e 9 minutos de duração. O Presidente da República escalou assim da terceira posição registada no mês anterior e destronou o primeiro-ministro, que liderava o ranking desde julho mas que em novembro já assistiu a uma diminuição significativa na sua exposição televisiva, face ao mês anterior.

Luís Montenegro caiu assim para a segunda posição, depois de protagonizar 116 notícias de 4 horas e 55 minutos de duração, enquanto André Ventura, presidente do Chega, foi terceiro, com 100 notícias de 4 horas e 25 minutos de duração.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, foi quarto, com 73 notícias de 3 horas e 44 minutos de duração, enquanto Ana Paula Martins, ministra da Saúde, ocupa a quinta posição, depois de intervir na primeira pessoa em 69 notícias com 3 horas e 5 minutos de duração. Os dados são do serviço Telenews, da MediaMonitor (Grupo Marktest).

Entre os dez nomes que mais figuraram nas notícias televisivas durante o último mês do ano, segue-se Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (1 hora e 50 minutos), Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP (1 hora e 47 minutos), Bruno Lage, treinador do S. L. Benfica (1 hora e 45 minutos), Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (1 hora e 39 minutos) e António Leitão Amaro, ministro da Presidência (1 hora e 39 minutos).

A análise foi feita, de acordo com dados da Telenews, aos principais noticiários dos canais generalistas e excluiu programas, debates ou entrevistas. A contabilização do tempo refere-se ao tempo total de duração da notícia em causa.

Também segundo a Marktest, durante o mês de dezembro, os três principais canais da televisão portuguesa — RTP1, SIC e TVI — emitiram 224 horas de informação regular, numa quebra mensal de 1,1% e homóloga de 10,9%.

No último mês do ano foram emitidas 6.478 notícias, mais 4,9% do que no mês anterior e menos 8,2% em relação a dezembro de 2023. A duração média das notícias emitidas foi de 2 minutos e 5 segundos, menos 7 segundos do que o registado em novembro.

A RTP1 voltou a ser a estação que emitiu mais notícias, com 2.455 peças, bem como a que dedicou mais tempo em grelha à informação regular, com 84 horas de duração (menos duas horas que no mês anterior).

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Tribunal de Contas alerta para falhas graves na avaliação da sustentabilidade da Segurança Social

A auditoria do Tribunal de Contas aponta para um modelo inadequado do Governo para avaliar a sustentabilidade do sistema e para falhas de transparência das projeções e omissão de dados relevantes.

O Tribunal de Contas (TdC) lança uma série de alertas e críticas à avaliação recorrente de vários governos à sustentabilidade Financeira da Segurança Social ao longo dos últimos sete anos, num documento publicado esta quarta-feira.

Numa auditoria aos relatórios sobre a “Sustentabilidade Financeira da Segurança Social” que acompanharam as propostas de Orçamento do Estado entre 2018 e 2024, os técnicos do TdC apontam para falhas significativas na forma como a sustentabilidade do sistema de Segurança Social tem sido avaliada e projetada.

Uma das principais críticas prende-se com o modelo utilizado para fazer as projeções sobre a sustentabilidade da Segurança Social. Segundo o relatório, este modelo “não projeta adequadamente a receita e a despesa do sistema previdencial da Segurança Social, o que diminui a sua utilidade enquanto instrumento de gestão e de informação aos contribuintes, não permitindo conhecer os impactos sobre as Finanças Públicas e todas as contingências sociais para os cidadãos”.

O Tribunal de Contas critica a separação entre o sistema previdencial da Segurança Social e o regime de proteção social convergente, afirmando que esta divisão “prejudica a transparência da avaliação da sustentabilidade financeira do conjunto dos regimes contributivos de proteção social pública em Portugal”.

Esta falha é particularmente grave, pois compromete a fiabilidade das previsões sobre a sustentabilidade financeira do sistema no longo prazo. O TdC explica que o modelo “assenta em pressupostos pré-determinados e não incorpora de forma sistemática a incerteza inerente aos inúmeros fatores demográficos, económicos e financeiros que determinam a evolução da receita e da despesa do sistema previdencial”.

Na prática, isto significa que as projeções apresentadas nos relatórios de sustentabilidade podem estar significativamente desfasadas da realidade futura, não permitindo uma avaliação rigorosa dos desafios que o sistema de Segurança Social enfrentará nas próximas décadas.

Avaliação incompleta ignora componentes cruciais do sistema

Outra crítica apontada pela auditoria do TdC é que as várias versões do Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social “não é completo e abrangente, prejudicando a compreensão dos riscos financeiros, económicos e demográficos que recaem sobre a sustentabilidade global com a proteção social, na medida em que apenas se reporta à componente contributiva da Segurança Social, não incluindo a parte não contributiva e o regime de proteção social convergente relativo aos trabalhadores inscritos na Caixa Geral de Aposentações”.

Esta omissão é particularmente relevante, pois ignora componentes cruciais do sistema de proteção social português. “A inexistência de uma avaliação global e integrada dos ativos e das responsabilidades financeiras atuais e futuras dos sistemas de proteção social públicos, essencial quando existem vasos comunicantes e interações entre os vários sistemas e regimes, impossibilita o conhecimento e apreciação sobre eventuais necessidades de financiamento para cobrir défices de autofinanciamento dos sistemas e dos impactos sobre as finanças públicas, bem como a distribuição dos custos e dos benefícios entre gerações”, lê-se no documento.

Além disso, o TdC critica a separação entre o sistema previdencial da Segurança Social e o regime de proteção social convergente, afirmando que esta divisão “prejudica a transparência da avaliação da sustentabilidade financeira do conjunto dos regimes contributivos de proteção social pública em Portugal”.

O TdC identificou ainda outras falhas graves na gestão do sistema de Segurança Social. Uma delas é o facto de a taxa contributiva global do sistema previdencial não ter sido revista desde a entrada em vigor do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social, em 1 de janeiro de 2010, quando deveria ter sido revista quinquenalmente com base em estudos atuariais.

As lacunas identificadas pelo Tribunal de Contas não só comprometem a fiabilidade das previsões apresentadas, como também dificultam uma gestão eficaz e transparente do sistema de proteção social.

Segundo o relatório, “a falta de estudos atuariais impossibilita uma avaliação rigorosa do custo efetivo da cobertura de cada risco social, introduz opacidade na gestão financeira das prestações sociais e prejudica a avaliação do impacto financeiro das alterações legislativas que modifiquem as condições de acesso e/ou os montantes das prestações sociais”.

Esta situação é particularmente preocupante porque, como refere o TdC, “nesta falta, o impacto financeiro das alterações legislativas não é estimado nem internalizado no equilíbrio atuarial de cada uma das eventualidades cobertas“. Esse alerta abrange também o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), com o TdC a apontar que as projeções relacionadas com a “almofada” das pensões apresenta:

  • Inconsistências nos cenários macroeconómicos: Foram detetadas divergências entre os cenários de curto prazo utilizados nas projeções e os comunicados oficialmente
  • Alterações metodológicas não explicadas: O TdC observou mudanças na metodologia de cálculo do valor do FEFSS ao longo dos anos, sem que estas fossem devidamente justificadas ou o seu impacto quantificado.
  • Falta de transparência: A auditoria revelou que não são divulgados publicamente os pressupostos e as alterações introduzidas nas projeções do FEFSS, nem os seus impactos nos resultados.

Recomendações do Tribunal de Contas

Face a estas conclusões alarmantes, o TdC faz várias recomendações aos responsáveis governamentais. A principal é dirigida aos Ministros das Finanças e da Segurança Social, a quem o Tribunal recomenda “a elaboração e divulgação de um relatório de avaliação atuarial, contendo a projeção integrada da situação financeira a longo prazo do conjunto dos sistemas contributivos de proteção social e do sistema de proteção social de cidadania e um balanço atuarial”.

O TdC recomenda ainda que se assegure “a publicitação da metodologia, dos pressupostos assumidos nas projeções, das alterações introduzidas nesses pressupostos e dos correspondentes impactos nas projeções“.

Além disso, sugere que o Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social passe a incorporar “métricas que permitam aferir a sensibilidade dos resultados à evolução dos principais fatores de risco demográficos, económicos e financeiros, bem como o impacto de alterações legislativas constantes da proposta de lei do Orçamento do Estado”, o que inclui análises de sensibilidade sobre o Fundo de Estabilidade Financeira da Segurança Social (FEFSS).

Esta auditoria do TdC revela falhas graves na forma como a sustentabilidade da Segurança Social tem sido avaliada e projetada em Portugal ao longo dos anos.

As lacunas identificadas não só comprometem a fiabilidade das previsões apresentadas, como também dificultam uma gestão eficaz e transparente do sistema de proteção social, sendo por isso importante que as autoridades competentes atendam às recomendações do TdC, de modo a garantir uma avaliação mais rigorosa e abrangente da sustentabilidade da Segurança Social, essencial para assegurar a proteção social dos cidadãos no longo prazo.

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Dazn passa a ter CEO Ibérico. Óscar Vilda é o escolhido

  • + M
  • 22 Janeiro 2025

Óscar Vilda chega à Dazn para substituir Bosco Aranguren, que era CEO da plataforma em Espanha, acumulando também Portugal. Jorge Pavão de Sousa mantém-se como managing director.

A Dazn escolheu Óscar Vilda para liderar as operações da plataforma de streaming em Portugal e Espanha. Substitui Bosco Aranguren, até agora CEO da Dazn Espanha.

Embora Óscar Vilda acumule nas suas funções de CEO o mercado português, além do de Espanha, isso não trará nenhuma implicação ao nível da estrutura da Dazn em Portugal, cuja operação é liderada por Jorge Pavão de Sousa, managing director, confirmou a empresa ao +M. A única diferença é que, em vez de reportar à Alemanha, como acontecia até agora, a Dazn Portugal passará a reportar a Espanha.

O novo CEO chega à Dazn vindo da operadora Finetwork, onde esteve enquanto CEO durante quase dois anos. Ao longo da sua carreira foi também CEO da operadora Ooredoo Qatar e board member da Starlink. Foi ainda diretor geral comercial da Orange, diretor geral da unidade de negócios individuais da Vodafone e passou ainda por outras empresas como Allied Domecq, PepsiCo ou Schweppes.

Vilda “traz mais de 30 anos de experiência nos setores de consumo de massa e telecomunicações na Europa e no Oriente Médio. A sua experiência e conhecimento sobre branding, experiência do cliente e desenvolvimento de canais de distribuição vão-nos ajudar bastante à medida que continuamos a impulsionar o crescimento dos negócios“, refere Shay Segev, CEO do Grupo Dazn, citado pelo Expansion.

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China, México e Canadá na mira de memorando de Trump que abre porta às tarifas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Janeiro 2025

No documento, Trump dá instruções às agências federais para analisar práticas comerciais "desleais" e políticas cambiais manipuladoras. China, México e Canadá são os principais visados.

Apesar de ter afirmado que, assim que tomasse posse, iria impor tarifas aduaneiras de 25% sobre as importações do Canadá e do México e que aumentaria as taxas aplicadas à China, Donald Trump ainda não passou das “ameaças à ação”. Mas, logo no primeiro dia do seu regresso à Casa Branca, assinou um memorando focado na política comercial dos Estados Unidos com outros países e que abre caminho para a aplicação futura das prometidas tarifas alfandegárias.

No documento, o novo Presidente norte-americano dá instruções aos secretários do Comércio e do Tesouro — Howard Lutnick e Scott Bessent, respetivamente — e ao Representante dos EUA para o Comércio, Jamieson Greer, para analisarem as causas dos “grandes e persistentes” défices comerciais dos Estados Unidos e recomendarem potenciais soluções, incluindo tarifas suplementares globais. O défice comercial americano com o resto do mundo ronda 1 bilião de dólares.

Além disso, Trump ordena as agências federais a investigarem “quaisquer práticas comerciais desleais de outros países”, assim como o impacto do acordo entre os EUA e os países vizinhos, México e Canadá, antevendo a sua revisão para julho de 2026.

 

O Presidente norte-americano revela, no mesmo documento, a intenção de criar um “Serviço de Receitas Externas”, cuja função será “cobrar direitos aduaneiros, taxas e outras receitas relacionadas com o comércio externo”.

Embora o memorando ainda não efetive a aplicação de tarifas, na mesma noite em que o assinou, o líder da Casa Branca confirmou a intenção de impor tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá e México já a partir de 1 de fevereiro. “Eles deixam muita gente (…) entrar [nos Estados Unidos], e muito fentanil [um narcótico altamente viciante] também”, justificou Trump.

Quanto à política cambial, Trump designou ao seu Secretário do Tesouro a responsabilidade de analisar as práticas dos principais parceiros comerciais dos EUA no que diz respeito à taxa de câmbio entre as suas moedas e o dólar, de forma a identificar os países “manipuladores da moeda”.

O objetivo desta medida, segundo se lê no documento, passa por “combater a manipulação ou o desalinhamento da moeda que impeça ajustamentos efetivos da balança de pagamentos ou que proporcione aos parceiros comerciais uma vantagem competitiva desleal no comércio internacional”.

As “relações económicas e comerciais” com a China também são objeto do memorando. Jamieson Greer foi incumbido de rever o acordo dos EUA com o Governo de Xi Jinping, a fim de determinar se Pequim “está a agir em conformidade” e, se for caso disso, recomendar medidas que podem incluir a imposição das de tarifas.

A missão do Representante dos EUA para o Comércio inclui também uma avaliação ao relatório de maio do ano passado sobre a revisão quadrienal das medidas no âmbito dos direitos de propriedade intelectual, inovação e transferência tecnológica entre os dois países.

Ainda no que toca à “segurança económica” dos Estados Unidos, Trump pede uma análise à base industrial e de produção norte-americanas para, eventualmente, “ajustar as importações que ameaçam a segurança nacional dos EUA”, bem como uma revisão ao sistema de controlo das exportações por forma a “eliminar” possíveis lacunas em matérias como “bens estratégicos, software, serviços e tecnologia”.

As agências federais e membros da Administração têm até 1 de abril para comunicar a Donald Trump as suas avaliações e apresentar as recomendações pedidas.

De fora do memorando fica uma referência direta à União Europeia, apesar de, ainda na noite desta terça-feira, o Presidente dos EUA ter admitido que o país vai impor taxas alfandegárias aos 27 Estados-membros num futuro próximo.

“A União Europeia é muito, muito má para nós. Não aceitam os nossos automóveis nem os nossos produtos agrícolas. De facto, não aceitam muita coisa. Por isso, vão ter de pagar taxas. É a única maneira de conseguirmos que haja justiça”, afirmou Donald Trump, em declarações aos jornalistas na Casa Branca.

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Lei dos solos não pode deixar responsabilidade da reconversão nas mãos dos autarcas, defende Filipa Roseta

Arquiteta e vereadora em Lisboa defende que câmaras municipais não devem ficar com poder de decisão único para converter solo rústico em urbano. "Não ganham para isso", afirmou, no Parlamento.

A lei dos solos, que estará em discussão na Assembleia da República na próxima sexta-feira, não deve deixar em exclusivo às câmaras municipais a decisão de fazer alterações em solos das redes ecológica (REN) e agrícola nacionais (RAN), defendeu a arquiteta e vereadora de Lisboa Filipa Roseta. Falando no Parlamento nesta quarta-feira, Roseta defendeu que os autarcas devem “justificar” e “fundamentar” a reversão, e que “isso é que não pode ser tirado da lei”. Tal passa pela figura da conferência procedimental, presente no Decreto-Lei 80/2015, que determina a chamada ao poder decisório de entidades externas às autarquias.

Perante os deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, a investigadora defende a criação de uma verificação a quatro níveis, ouvindo entidades com tutela sobre o território, e que limita a 20 dias o prazo para pronúncia a favor ou contra. Filipa Roseta considera que os Executivos camarários e as assembleias municipais ficarão com pressão excessiva, ao serem responsáveis únicos na reconversão de solos rústicos para urbanos. “Não é justo. Não ganham para isso. Tem que haver os quatro níveis de escrutínio”, considera, algo que, diz, “desapareceu do Mais Habitação”, programa habitacional do Governo de António Costa.

Não tem sentido serem os municípios a fazê-lo [definir sobre terrenos de REN e RAN]. Não têm instrumentos para verem o todo do território. A conferência procedimental pode convidar entidades que têm tutela sobre o território. São apenas 20 dias. Dá uma segurança aos serviços e aos autarcas, que ficam responsáveis. É uma rede que estamos a dar aos autarcas de todo o país. Arrisca-se a fazer um erro e dois ou três anos depois terem um processo e nem percebem porquê. Estamos a tirar a rede de segurança aos autarcas

Filipa Roseta

Arquiteta, investigadora e vereadora na Câmara Municipal de Lisboa

“[O parecer destas entidades] tem que ser vinculativo para RAN e REN. Há uma entidade nacional que tutela essas áreas, as regras são reguladas por entidades nacionais. Não tem sentido serem os municípios a fazê-lo. Não têm instrumentos para verem o todo do território. A conferência procedimental pode convidar entidades que têm tutela sobre o território. São apenas 20 dias. Dá uma segurança aos serviços e aos autarcas, que ficam responsáveis. É uma rede que estamos a dar aos autarcas de todo o país. Arrisca-se a fazer um erro e dois ou três anos depois terem um processo e nem percebem porquê. Estamos a tirar a rede de segurança aos autarcas”, defende.

Filipa Roseta abordou ainda a referência na lei dos solos a um preço máximo das casas novas de 125% sobre a mediana nacional. A investigadora e vereadora em Lisboa considera que, no que concerne a este teto de valor, “o país é demasiado assimétrico para haver mediana nacional”. “A minha visão é que nada devia ser definido por mediana nacional. Façam mediana do concelho. Não se pode fazer medianas nacionais. Lisboa não tem nada a ver com Vimioso”, reforçou. “Ou volta a habitação custos controlados, e concordo, ou retira-se a mediana nacional, porque o território é totalmente assimétrico. Só três concelhos é que beneficiariam disto [mediana de 125%]”, nota.

Baseando-se na investigação do território, que, notou, desenvolve desde 1998, a vereadora da Habitação e Desenvolvimento Local do Executivo municipal de Carlos Moedas repartiu potenciais soluções por duas tipologias distintas do território nacional: é necessário investir em habitação nos municípios com pressão urbanística e, “nos outros, temos que investir em transportes e em centralidades económicas nos polos de desertificação, para fixar pessoas. O país é demasiado assimétrico para haver medianas nacionais”, acentuou, em alusão à regra da lei dos solos que impõe o limite de 125% da mediana nacional para o preço das casas novas a construir sobre solo atualmente rústico.

As nossas cidades entraram no mercado global. Tem que se perceber o fenómeno. Mas temos que defender as pessoas, os nossos que aqui vivem. Venha a procura global, mas temos que defender as pessoas que cá estão

Filipa Roseta

Arquiteta, investigadora e vereadora na Câmara Municipal de Lisboa

Confrontada com a questão dos preços elevados atuais no mercado imobiliário, Filipa Roseta aponta responsabilidade parcial à atratividade do país a nível internacional, patente no acréscimo de investidores a partir de 2017. “As nossas cidades entraram no mercado global. Tem que se perceber o fenómeno. Mas temos que defender as pessoas, os nossos que aqui vivem. Venha a procura global, mas temos que defender as pessoas que cá estão”, reforçou.

Filipa Roseta defendeu ainda que, além de medidas como o apoio à renda, se deverá avançar com parcerias público-privadas que conjuguem terrenos cedidos pelo Estado e investimento privado na construção a custos controlados.

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Ferreira Leite ‘regressa’ ao Banco de Portugal

Além de Ferreira Leite, o ministro das Finanças vai propor Cecília Meireles, Filipe Santos e João Pedro Nunes para o conselho consultivo do Banco de Portugal.

A antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, é um dos quatro nomes que vão ser propostos por Joaquim Miranda Sarmento para o conselho consultivo do Banco de Portugal, avançou ao ECO uma fonte governamental. Além de Ferreira Leite, o ministro das Finanças vai propor Cecília Meireles, secretária-geral da ATIC e antiga secretária de Estado do Turismo no Governo de Pedro Passos Coelho, Filipe Santos, dean da Católica Business School, e João Pedro Nunes, professor de Finanças do ISCTE.

A proposta das quatro personalidades de “reconhecido mérito” para o conselho consultivo do supervisor da banca tem de ser aprovada em Conselho de Ministros, por proposta do ministro das Finanças e, segundo outra fonte, deverá ser formalizada na reunião desta semana ou, mais provável, na próxima semana. Ferreira Leite, economista de formação, foi secretária de Estado do Orçamento, ministra da Educação e, mais tarde, ministra das Finanças. Antes, tinha sido coordenadora do Núcleo de Finanças Públicas e Mercado de Capitais do Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, até 1986.

O conselho consultivo é presidido pelo governador, integra os vice-governadores, os antigos governadores, o presidente do conselho de auditoria do banco central e “quatro personalidades de reconhecida competência em matérias económico-financeiras e empresariais”, lê-se no regulamento. Deste órgão consultivo fazem ainda parte o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, o presidente do Instituto de Gestão do Crédito Público e representantes das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, que são designados pelos governos regionais.

Estas nomeações surgem num momento de tensão entre o Governo e o governador do Banco de Portugal depois da polémica dos salários. A primeira decisão de Miranda Sarmento foi convocar a comissão de remunerações, presidida pelo ministro das Finanças, que não reunia há quase 20 anos. A convocatória aguarda agora que o Mário Centeno escolha um antigo governador para aquele comité. Desde 2006 que a comissão não reunia porque Centeno, enquanto ministro das Finanças não sentia necessidade de o fazer, como explicou o próprio no Parlamento.

Miranda Sarmento quer que a comissão realize um estudo comparativo dos salários no topo dos bancos centrais da zona euro, para perceber a adequabilidade das remunerações do governador do Banco de Portugal e dos restantes membros do conselho de administração, avançou a Sábado.

Agora o ministro das Finanças volta a apertar o cerco ao escolher quatro personalidades independentes que vão analisar o relatório de atividade do banco e o último relatório e contas de Centeno. O mandato do governador termina a meio do ano e por isso, as contas de 2025 já não lhe serão imputadas. Tudo aponta para que o banco central volte a registar um prejuízo em 2024, à semelhança do que já tinha acontecido no ano anterior.

De acordo com os estatutos, “o conselho consultivo pronuncia-se, não vinculadamente, sobre o relatório anual da atividade do Banco de Portugal, a atuação do banco decorrente das funções que lhe estão cometidas e sobre os assuntos que lhe forem submetidos pelo governador ou pelo conselho de administração”.

O conselho consultivo já não tinha as quatro personalidades independentes desde 2020, após a demissão de Francisco Louça e de João Talone, nomeados em 2017. Louça, à data, entendeu dever sair por ter sido nomeado pelo então ministro das Finanças, Mário Centeno, quando era expectável que este viesse a ser nomeado governador, tal como veio a suceder.

Centeno, enquanto ministro das Finanças, escolheu em 2017 para integrar o conselho consultivo como quatro personalidades independentes Francisco Louçã, economista, professor universitário e antigo coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Murteira Nabo, ex-ministro de António Guterres e ex-presidente da Galp e da PT, João Talone, ex-presidente executivo da EDP, e Luís Nazaré, ex-presidente dos CTT e da Plataforma de Meios Privados.

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Governo vai rever limites dos salários de altos cargos públicos, avança Leitão Amaro

Ministro da Presidência revelou que Governo irá tomar iniciativas este semestre sobre os limites dos salários públicos. Governo analisou cinco nomes para a Secretaria-Geral.

O ministro da Presidência justificou esta quarta-feira a alteração às regras que definem o salário do secretário-geral do Governo com a dificuldade na atratividade de candidatos, adiantando que todos os nomes da short-list para o cargo ganhavam mais do que o limite inicialmente estabelecido. António Leitão Amaro adiantou ainda que o Governo irá avançar este semestre com iniciativas de revisão dos regimes de tetos nos salários de dirigentes da Administração Pública.

A posição de António Leitão Amaro foi transmitida numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda sobre a polémica em torno do vencimento de Hélder Rosalino.

Neste semestre tomaremos iniciativas nesse quadro sobre os seis regimes atuais dos limites [de vencimentos] na Administração Pública”, revelou o governante, defendendo que “o país deve refletir” sobre os tetos dos salários públicos. “Entendemos que tem de haver uma revisão. Se queremos que Estado funcione bem, o Estado tem de ser capaz de atrair entre os melhores“, realçou.

Em causa estão os regimes do estatuto de dirigente, estatuto de gestores públicos (com regras diferentes para as empresas concorrenciais), o regime especial para a Caixa Geral de Depósitos, o regime das leis dos reguladores e o regime dos institutos públicos especiais.

Esta manta de seis retalhos merece ser revista. Faz parte da perspetiva de Governo apresentar ao país uma proposta de revisão de critérios, procurando preservar a atratividade de quadros dirigentes“, considerou, argumentando que é preciso ter consciência que os salários “se alteraram ao longo destes últimos anos nos setores públicos e privados, ficaram prejudicados em termos comparativos os da administração pública”.

Leitão Amaro recordou a afirmação do primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que o secretário-geral do Governo (nomeado após a desistência de Rosalino), António Costa Neves, “pagar para trabalhar”, para defender que esta “não tem de ser a condição para o Estado ser atrativo”.

Governo fez short-list de cinco pessoas para secretário-geral

Questionado pela deputada e coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, sobre a alteração ad hoc do diploma que define o salário do secretário-geral do Governo, de forma a permitir que possa superar o do primeiro-ministro, o ministro argumentou que à medida que o Executivo trabalhava para a execução da Secretaria-Geral sentiu “dificuldade na atração”.

Aprovámos uma short-list de cinco pessoas onde estava a pessoa designada [Hélder Rosalino, que acabou por desistir do cargo] e a pessoa que acabou por ficar [Carlos Costa Neves]. Todos ganhavam mais do que a tabela e, possivelmente mais do que o primeiro-ministro“, explicou o governante.

Neste sentido, indicou que o Executivo “em vez de criar limites novos ou eliminar limites”, optou por introduzir a regra que permite optar pelo salário de origem da Administração Pública. Segundo Leitão Amaro, este regime seria aplicável a três das cinco pessoas da short-list “porque trabalham no universo público“.

A lei não é à medida de Helder Rosalino, seguramente“, afirmou, acrescentando que o ex-administrador do Banco de Portugal enquanto secretário-geral traria vantagens face às funções “seguramente menos intensas, exigentes e menos produtivas para os contribuintes” de consultor do regulador bancário.

Para Leitão Amaro, “se há função que na Administração Pública que justifica ser atrativa” é a de secretário-geral. “Se o Estado e Administração Pública têm um coração e um cérebro estão junto ao centro do Governo (…) e tratamos mal esse cérebro e coração?”, atirou.

Ministro acusa Banco de Portugal de ter “inventado” justificação para não pagar salário de Rosalino

Na mesma audição, o ministro da Presidência acusou o Banco de Portugal de ter “inventando uma justificação” para não pagar o salário de Hélder Rosalino conforme vontade do Governo caso este tivesse avançado nas funções de secretário-geral. “Também aqui foi inventada uma justificação que não existia”, afirmou Leitão Amaro, um dia depois de Mário Centeno ter ido ao Parlamento falar sobre os salários do regulador bancário.

O governante argumentou que não existia “nenhuma concessão de crédito ou desembolso”, proibidas pelos tratados. Segundo Leitão Amaro, “não há nenhuma transferência de despesa financeira ou despesa económica do Banco de Portugal”. “Economicamente este salário representa quase nada no Banco de Portugal. Não é possível dizer que a independência económica do Banco de Portugal fica beliscada por uma despesa que já tinha“, disse, acrescentando que não representaria nenhum financiamento monetário.

O governante alegou ainda que a decisão do supervisor “ignora a regra do Tratado, artigo 14º, que refere que aos bancos centrais nacionais são atribuídas funções nacionais diferentes”.

Disponibilizar um salário que já pagaria e disponibiliza-lo para serviço público é perfeitamente enquadrável nesse ponto de funções que desempenha“, afirmou, considerando que o banco central “não é uma entidade europeia, participa no sistema europeu”, mas “é em primeiro lugar uma entidade nacional e deve servir o interesse nacional”.

O ex-administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino, que foi apontado para exercer funções como secretário-geral, desistiu do cargo, após a polémica sobre a alteração às regras de remuneração dos quadros dirigentes da nova estrutura de forma a permitir auferir o salário mensal de cerca de 15 mil euros e o ‘braço de ferro’ entre Governo e Banco de Portugal sobre quem deveria arcar com os custos.

O Banco de Portugal comunicou na altura que não iria arcar com os custos, invocando estar proibido pelo Eurosistema. Durante a audição na terça-feira, Mário Centeno voltou a defender que a proibição do financiamento monetário encontra-se prevista no Artigo 123.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia e no artigo 21.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu (BCE), estando também consagrada no artigo 18.º da Lei Orgânica do Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 12h16)

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Europa tem que estar preparada para tarifas de Trump, avisa Lagarde

A presidente do BCE disse que a decisão de Donald Trump de adiar a imposição de novas tarifas no primeiro dia na Casa Brande foi "muito inteligente". Christine Lagarde espera tarifas "direcionadas".

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, considera que a Europa deve estar preparada para a imposição de tarifas por parte do novo presidente norte-americano e antecipar o seu impacto na região. A responsável disse ainda que o facto de Donald Trump não ter avançado com a implementação de novas tarifas no primeiro dia foi uma jogada “muito inteligente”.

Em entrevista à CNBC em Davos, a presidente do banco central adiantou que prevê tarifas “mais seletivas, focadas”. “O que precisamos de fazer aqui na Europa é estar preparados e antecipar o que irá acontecer para responder” a estas medidas, argumentou.

Donald Trump ameaçou com a imposição de tarifas sobre bens importados da Europa pelos Estados Unidos e tem defendido desde que tomou posse, esta segunda-feira, dia 20 de janeiro, que a União Europeia tem sido “muito, muito má para nós”, por isso os EUA vão impor tarifas às importações europeias.

Valdis Dombrovskis, comissário da União Europeia para a economia, disse à CNBC que se os interesses económicos do bloco precisassem de ser defendidos, a UE responderia “de forma proporcional”.

Ao contrário do que era esperado, Donald Trump não avançou com a imposição de novas tarifas no dia da sua tomada de posse. O republicano, que aprovou cerca de uma centena de novas ordens presidenciais no primeiro dia na Casa Branca, decidiu esperar antes de avançar com as mexidas nas tarifas. No entanto, tem deixado bem claro que estas medidas vão mesmo avançar, ameaçando com novas tarifas sobre o Canadá, México e a China já no início de fevereiro.

Trump tem defendido que com novas tarifas vai conseguir proteger os negócios no país e apoiar a economia. No entanto, esta é uma teoria que tem sido rebatida.

A presidente do BCE defende que a teoria da substituição – reduzindo as importações da Europa num esforço para “reforçar” a produção nos EUA – é “questionável porque a economia dos EUA […] está quase a aquecer neste momento”.

É provável que os importadores também não consigam gerir negócios com margens baixas durante um longo período de tempo, o que significa que eventualmente “a responsabilidade passa para o consumidor”, acrescentou Lagarde.

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Euribor desce a três e a seis meses e sobe a 12 meses

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Com as alterações desta quarta-feira, a taxa a três meses, que recuou para 2,671%, continuou acima da taxa a seis meses (2,585%) e da taxa a 12 meses (2,493%).

A Euribor desceu esta quarta-feira a três e a seis meses, no prazo mais curto para um novo mínimo desde março de 2023, e subiu a 12 meses em relação a terça-feira.

Com estas alterações, a taxa a três meses, que recuou para 2,671%, continuou acima da taxa a seis meses (2,585%) e da taxa a 12 meses (2,493%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta quarta-feira para 2,585%, menos 0,021 pontos do que na terça-feira. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,47% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,92% e 25,58%, respetivamente.
  • Já no prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou esta quarta-feira, para 2,493%, mais 0,004 pontos.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses baixou esta quarta-feira, ao ser fixada em 2,671%, menos 0,010 pontos do que na sessão anterior e um novo mínimo desde 16 de março de 2023.

Em dezembro, a média da Euribor desceu de novo a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em novembro e com mais intensidade no prazo mais curto.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,182 pontos para 2,825% a três meses (contra 3,007% em novembro), 0,156 pontos para 2,632% a seis meses (contra 2,788%) e 0,070 pontos para 2,436% a 12 meses (contra 2,506%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez em 2024 e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 30 de janeiro em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Portugal recompra 430 milhões de euros de obrigações do Tesouro que vencem em outubro

Com esta operação, o IGCP conseguiu reduzir em 3,5% o saldo-vivo da obrigação do Tesouro que vencerá a 15 de outubro, baixando o capital a devolver aos investidores para 11,96 mil milhões de euros.

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública realizou esta quarta-feira de manhã o primeiro leilão de recompra, tendo por objeto a obrigação do Tesouro que vence dentro de oito meses, a 15 de outubro.

A operação teve numa procura 2,3 vezes acima da oferta e resultou na recompra de 430 milhões de euros, reduzindo assim em 3,5% o saldo-vivo desta linha, que após o leilão situa-se nos 11,96 mil milhões de euros.

Este leilão foi aberto apenas aos 16 operadores especializados em valores do Tesouro (OEVT) para as obrigações do Tesouro e teve por base a gestão de tesouraria do Estado, por forma a reduzir o valor da obrigação que será reembolsado em outubro que se revela elevado. Atualmente, cerca de 52% dos mais de 23 mil milhões de euros que o Tesouro terá de pagar em 2025 sob os vários instrumentos refere-se apenas à obrigação que irá vencer a 15 de outubro.

No entanto, para esta operação ser financeiramente bem-sucedida para o Tesouro, é importante que o IGCP consiga tirar proveito da arbitragem das taxas, como sucedeu esta quarta-feira.

Assim, caso as yields das obrigações do Tesouro continuem a cair como tem sucedido desde o verão do ano passado, é expectável que o IGCP volte a realizar novas operações de recompra sobre esta obrigação nos próximos meses, por forma a minimizar o diferencial de taxas ativas e passivas.

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