Rácio da dívida de Portugal é 6.º maior da UE, mas é dos que mais recua

No terceiro trimestre de 2024, o rácio da dívida pública portuguesa caiu para 97,5% do PIB. Foi o sexto maior da UE, mas o que mais desceu em cadeia e o segundo que mais recuou face a 2023.

Portugal terminou o terceiro trimestre de 2024 com a sexta maior dívida pública da União Europeia em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), mas liderou em termos de redução desse endividamento, sobretudo na comparação em cadeia, mostram os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (Eurostat).

Portugal fechou setembro com 6.ª maior dívida da UE:

Fonte: Eurostat

Longe vão os tempos em que Portugal era um dos países mais endividados entre os pares. No final de setembro, o rácio da dívida portuguesa fixou-se nos 97,5% do PIB, um alívio importante face aos 100,7% do trimestre anterior e dos 106,3% do período homólogo. Em termos absolutos, corresponde a uma dívida de 272,18 mil milhões de euros.

Os números publicados esta quarta-feira pelo Eurostat mostram que Portugal foi o país da União Europeia que registou a maior descida do rácio da dívida no terceiro trimestre quando a comparação é feita em cadeia. O rácio português desceu 3,2 pontos percentuais no terceiro trimestre, em comparação com o segundo, seguido pela Eslovénia e pela Grécia.

Mas o país conseguiu ser também um dos que mais diminuiu o rácio da dívida na comparação homóloga. Entre o terceiro trimestre de 2024 e o mesmo trimestre de 2023, o rácio da dívida pública portuguesa desceu 8,8 pontos percentuais, sendo superado apenas pela redução de dez pontos percentuais do rácio da dívida da Grécia, mas acima do Chipre.

Grécia superou Portugal na redução do rácio de endividamento:

Fonte: Eurostat

Em termos médios, o gabinete de estatística europeu indica que o rácio médio dos 27 Estados-membros era de 81,6% no final do terceiro trimestre, estabilizando face ao trimestre anterior. Na Zona Euro, a média também manteve-se em 88,2%.

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Valor do metro quadrado para efeitos de IMI mantém-se pelo terceiro ano

O Governo decidiu manter o mesmo preço do metro quadrado usado desde 2023 para o cálculo do IMI: 532 euros, acrescidos de 25% nos termos do código desse imposto, o que perfaz 665 euros.

O preço por metro quadrado para efeitos de cálculo do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) irá manter-se em 2025 nos 665 euros, pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com uma portaria do Ministério das Finanças publicada no Diário da República esta quarta-feira.

A portaria fixa o valor do metro quadrado nos 532 euros pelo terceiro ano seguido: “A presente portaria mantém em vigor os valores aplicados durante o ano de 2024 que, por sua vez, foram os mesmos aplicados no ano de 2023“, refere o diploma assinado pela secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Carvalho.

Mas o Código do IMI prevê que este valor é agravado em 25%, ao determinar que “o valor base dos prédios corresponde ao valor médio de construção, por metro quadrado, adicionado do valor do metro quadrado do terreno de implantação fixado em 25% daquele valor”. Tal perfaz os referidos 665 euros.

Este dado é importante para a determinação do valor patrimonial tributário (VTP) dos prédios urbanos, sobre o qual incide a taxa do IMI que é paga anualmente pelos proprietários.

Contudo, apesar de ser um dos elementos que concorre para a determinação do VPT, este preço não é de aplicação automática, sendo apenas refletido nas construções novas ou nos imóveis alvo de modificação ou de reconstrução, ou na sequência de uma nova avaliação.

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Trump anuncia acordo para investimento de 500 mil milhões de dólares em IA

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Presidente norte-americano anunciou parceria entre a OpenAI, a Oracle e o SoftBank para investir até 500 mil milhões de dólares em infraestrutura ligada à inteligência artificial.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a criação de uma cooperação empresarial que investirá até 500 mil milhões de dólares em infraestrutura ligada à inteligência artificial (IA), uma parceria formada pela OpenAI, Oracle e SoftBank.

A nova entidade, Stargate, vai começar a construir centros de dados e a produção de eletricidade necessária para o desenvolvimento de IA no Texas, adianta a Casa Branca. Prevê-se que o investimento inicial seja de 100 mil milhões de dólares, podendo atingir cinco vezes esse valor.

“É muito dinheiro com pessoas de alta qualidade”, disse Trump, acrescentando que é “uma declaração retumbante de confiança no potencial da América” sob a sua nova Administração.

Juntamente com Trump, acabado de tomar posse na Casa Branca, estiveram Masayoshi Son da SoftBank, Sam Altman da OpenAI e Larry Ellison da Oracle. Os três creditaram Trump por ter ajudado a tornar o projeto possível, apesar de a construção já ter começado e de o projeto ser de 2024.

“Este será o projeto mais importante desta era”, disse Altman, CEO da OpenAI.

Larry Ellison referiu que os centros de dados já estão a ser construídos, tendo sido construídos dez até ao momento.

O presidente da Oracle sugeriu que o projeto também estava ligado aos registos de saúde digitais e que facilitaria o tratamento de doenças como o cancro, possivelmente desenvolvendo uma vacina personalizada.

“Este é o início da idade de ouro”, disse Son, referindo-se à declaração de Trump de que os EUA estariam numa “idade de ouro” com ele de volta à Casa Branca.

Son, um bilionário com sede no Japão, já se comprometeu em dezembro a investir 100 mil milhões de dólares em projetos nos EUA nos próximos quatro anos.

Anteriormente, comprometeu-se a fazer 50 mil milhões de dólares em novos investimentos antes do primeiro mandato de Trump, o que incluía uma grande participação na empresa WeWork.

Embora Trump tenha aproveitado anúncios semelhantes para mostrar que a sua presidência está a impulsionar a economia, já havia expectativas de uma construção maciça em centros de dados e centrais elétricas necessárias para o desenvolvimento da IA, que tem a promessa de aumentar a produtividade através da automatização do trabalho.

Os planos iniciais para o Stargate remontam à Administração Biden. A agência de notícias The Information noticiou o projeto pela primeira vez em março de 2024. A OpenAI há muito confia nos centros de dados da Microsoft para construir os seus sistemas de IA, mas tem cada vez mais sinalizado interesse em construir seus próprios centros.

A OpenAI escreveu numa carta ao Departamento de Comércio da Administração Biden no outono passado que o planeamento e a permissão para tais projetos “podem ser longos e complexos, especialmente para infraestrutura de energia”.

O impulso para construir centros de dados também é anterior à presidência de Trump.

Estas estimativas de investimentos sugerem que grande parte do novo capital passará pelo Stargate, uma vez que a OpenAI se estabeleceu como líder do setor com o lançamento em 2022 do ChaptGPT, um chatbot que cativou a imaginação do público com a sua capacidade de responder a perguntas complexas e realizar tarefas comerciais básicas.

A Casa Branca colocou a tónica em facilitar a construção de novas centrais elétricas em antecipação da expansão da IA, sabendo que os Estados Unidos estão numa corrida competitiva contra a China para desenvolver uma tecnologia cada vez mais adotada pelas empresas.

Ainda assim, as perspetivas regulatórias para IA permanecem um tanto incertas, já que Trump na segunda-feira anulou a ordem de 2023 assinada pelo então presidente Joe Biden para criar padrões de segurança e marca d’água de conteúdo gerado por IA, entre outros objetivos, na esperança de colocar grades de proteção sobre os possíveis riscos da tecnologia para a segurança nacional.

O apoiante de Trump, Elon Musk, foi um dos primeiros investidores na OpenAI, mas desde então desafiou a sua mudança para o estatuto de empresa com fins lucrativos e criou a sua própria empresa de IA, a xAI.

Trump anunciou anteriormente em janeiro um investimento de 20 mil milhões de dólares da DAMAC Properties nos Emirados Árabes Unidos para construir centros de dados ligados à IA.

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Hoje nas notícias: Gasóleo, lei dos solos e novo aeroporto

  • ECO
  • 22 Janeiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O preço do gasóleo já aumentou este ano mais do dobro da subida verificada em todo o ano passado. A Associação Portuguesa de Urbanistas (APU) alerta para os custos “incomportáveis” que as alterações à lei dos solos podem ter na atividade agrícola e agropecuária. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Gasóleo já aumentou este ano o dobro de todo o ano passado

O aumento do preço dos combustíveis desde o início deste ano já é maior do que a subida a que se assistiu em todo o ano de 2024. Só no gasóleo, cujo preço teve esta semana o maior salto desde 2022, a subida de oito cêntimos por litro observada nas últimas três semanas é mais do dobro do aumento de 3,7 cêntimos verificado em todo o ano passado. Na base deste agravamento dos preços está a subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais, com o barril de Brent a superar a fasquia dos 80 dólares.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Há um risco de os solos se tornarem demasiado caros para a agricultura

O presidente da Associação Portuguesa de Urbanistas (APU) juntou-se ao coro de críticas à alteração da lei dos solos. Segundo Alberto Manuel Miranda, a medida pode conduzir a um aumento do preço do solo rural, o que, por sua vez, pode ter como resultado custos “incomportáveis” para a atividade agrícola ou agropecuária. O urbanista antecipa, igualmente, impactos negativos no ambiente, na mobilidade e no ordenamento de um território que já tem problemas de dispersão. E está convicto de que a mudança não contribuirá para resolver a crise da habitação no país.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

ANA trabalha com Moody’s, S&P e Fitch para o aeroporto

A ANA reuniu-se com as agências de rating Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch durante a fase de preparação da proposta para a construção do novo aeroporto de Lisboa, com o objetivo de garantir uma notação de risco de “investment grade” que lhe permita levantar 7,3 mil milhões de euros em dívida corporativa para financiar a construção da futura infraestrutura. A concessionária quer assegurar um rating de “BBB” para a emissão de dívida, o que também depende da solidez do balanço da sua acionista Vinci.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Trabalhadores da Tupperware dispensados de ir trabalhar

A maioria dos trabalhadores da fábrica da Tupperware, em Montalvo, receberam uma carta, em mãos, na quinta-feira passada e esta segunda-feira, a dispensá-los de ir trabalhar até 7 de fevereiro. Contudo, têm de estar disponíveis para colaborar ou retomar o trabalho, se lhes for solicitado — um aviso que chegará com um dia útil de antecedência. “Esta dispensa não altera a sua situação laboral, mantendo todos os direitos e regalias, incluindo o pagamento da remuneração e respetiva contagem de antiguidade”, lê-se na carta assinada pelo diretor da fábrica.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Portugal defendeu e aprovou uso livre de IA pelas polícias

O Governo português juntou-se à França e à Hungria para defender e aprovar exceções à lei que regulamenta a inteligência artificial (IA) na União Europeia (UE), cuja entrada em vigor está prevista para 2 de fevereiro. A partir do próximo mês, os 27 Estados-membros poderão utilizar tecnologias baseadas em IA que permitem seguir os cidadãos em espaços públicos, efetuar vigilância em tempo real para monitorizar os refugiados nas zonas fronteiriças e utilizar ferramentas de reconhecimento facial sobre pessoas suspeitas, com base nas suas opções políticas ou crenças religiosas. Segundo uma investigação do Investigate Europe, estas exceções foram justificadas pelos países em causa como importantes para a “segurança nacional”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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Preços da Netflix em Portugal sobem até dois euros por mês

Maioria das tarifas sofre um aumento de um euro, mas o plano mais caro sobe dois euros, para 17,99 euros mensais. Portugal é um dos quatro mercados já com preços mais elevados no streaming.

Os portugueses estão entre os que passam a pagar mais pela Netflix já esta quarta-feira. O agravamento das mensalidades pode chegar aos dois euros por mês para quem assine o plano mais caro.

Esta terça-feira, a Netflix apresentou resultados trimestrais e anunciou um aumento dos preços nos EUA, Canadá, Argentina e Portugal. Não ficou imediatamente claro quanto iriam passar a pagar os clientes portugueses, mas, esta quarta-feira, o site da Netflix exibe preços mais elevados do que os que eram praticados até aqui em todos os planos.

Enquanto o plano Base custava 7,99 euros, esta quarta-feira o preço estava nos 8,99 euros, um aumento de um euro. Já o plano Standard, que custava 11,99 euros, passou a custar 12,99 euros, o que também equivale a um agravamento de um euro por mês.

Contudo, os clientes com o plano Premium, que inclui streaming com a qualidade mais elevada (4K) e permite quatro dispositivos em simultâneo na mesma residência, teve um aumento superior, de dois euros, passando dos 15,99 para 17,99 euros por mês.

Os portugueses ficam também a pagar mais se quiserem partilhar a conta com alguém que não viva sob o mesmo teto. Se até aqui os assinantes do Standard e do Premium podiam adicionar membros à sua conta por mais 3,99 euros por mês, esse custo por membro extra passou agora para os 4,99 euros mensais.

De acordo com a Netflix, o número global de assinantes aumentou 18,9 milhões no último trimestre de 2024, superando as expectativas dos analistas, para um total de subscritores de 302 milhões.

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Nuria Enguita: “No mundo em que vivemos, a colaboração é a base”

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  • 22 Janeiro 2025

Nuria Enguita, diretora artística do CCB, reflete sobre a nova programação do centro cultural, que explora intimidade e dinâmicas urbanas, e destaca os desafios e parcerias no cenário cultural atual.

Nuria Enguita, Diretora Artística do MAC/CCB, partilha a visão por detrás da nova programação do centro cultural, que inclui exposições como Intimidades em fuga e Homo Urbanus. Além disso, abordou os desafios de equilibrar relevância local e internacional, o papel das instituições culturais na inclusão social e na educação artística, e as colaborações necessárias para o futuro das artes em Portugal.

Imaginamos que desenhar a programação cultural de uma instituição como o MAC/CCB para um ano seja uma tarefa desafiante, mesmo para alguém com a sua experiência. Como é que funciona este processo?

É de facto uma tarefa que mistura experiência com imaginação e que, no meu caso, tem em conta as caraterísticas de cada museu ou instituição. No caso dos museus com coleções, parece-me fundamental estudar o espólio para estabelecer um diálogo com as coleções, mas também com a história do museu e com o contexto geográfico, bem como tentar investigar novas formas de pensar as artes, oferecendo artistas mais contemporâneos e talvez mais desconhecidos.

A nova programação do MAC/CCB, com exposições como Intimidades em fuga e Homo Urbanus, aborda questões sobre intimidade e a relação entre pessoas e espaços urbanos. Qual foi a visão por detrás destas escolhas?

Homo Urbanus é uma exposição que fala sobre os usos humanos da arquitetura e dos ambientes construídos, neste caso as cidades — como nos apropriamos delas, do seu espaço público. No caso de Intimidades, a exposição mergulha nas coleções do MAC/CCB para estabelecer narrativas latentes. O trabalho de Nan Goldin foi o detonador desta ideia pela relação que estabelece com a forma como os artistas trabalham com estas noções de intimidade enquanto instrumento para contar a vida, para mostrar questões que têm que ver com o que cada um de nós é, nos termos da nossa sensualidade, sexualidade, memórias, espaços e tempos partilhados.

Em Homo Urbanus, a cidade é vista como um ecossistema. Como espera que esta exposição dialogue com o público lisboeta e com as dinâmicas urbanas locais?

É disso que se trata: pode dizer-se que as cidades são iguais e diferentes, que as dinâmicas são muito diversas, e são esses usos que marcam as formas de relacionamento de acordo com as diferentes maneiras de nos deslocarmos, de nos divertirmos, de viver, pensar ou sonhar. Bêka e Lemoine estão inclusivamente a rodar um filme sobre Lisboa, com estreia marcada para o dia 5 de março no MAC/CCB. Fiquem atentos!

Há alguma exposição ou iniciativa que gostasse de destacar?

A exposição de Fred Sandback, que também fala do espaço que partilhamos, da sua estrutura. É uma bela exposição que nos mostra a quase materialidade do espaço, do vazio. As crianças compreendem perfeitamente a exposição, e também os adolescentes — é muito interessante ver o comportamento das pessoas no museu, como se relacionam com a obra.

As parcerias com instituições como a RTP, a Cinemateca Portuguesa e o Instituto Francês de Portugal mostram um esforço de colaboração. Este espírito de colaboração entre instituições fortalece o impacto das iniciativas culturais? Seria desejável que apostássemos mais no trabalho conjunto?

As parcerias são sempre fundamentais. No mundo em que vivemos, a colaboração é a base: não podemos trabalhar sozinhos. A interdependência é absolutamente necessária e multiplica a eficácia. As nossas instituições devem trabalhar em conjunto para aumentar o seu alcance.

"Tenho muito respeito por todas as práticas artísticas, mas estou interessada naquelas que refletem sobre o mundo através da arte”

Nuria Enguita, Diretora Artística do MAC/CCB

A sua abordagem parece focar-se menos na celebração individual e mais em processos coletivos e narrativas sociais. Porquê?

Tenho muito respeito por todas as práticas artísticas, mas estou interessada naquelas que refletem sobre o mundo através da arte. O artista brilhante e egocêntrico, herdeiro da imagem romântica, é muito problemático atualmente. Não tem nada que ver com categorias artísticas ou com trabalho social — há artistas que trabalham sozinhos nos seus estudos, mas cujas obras dialogam com o presente, o passado e o futuro do humano e mais-do-que-humano.

O MAC/CCB ocupa um papel central na promoção da arte contemporânea em Portugal. Quais são os desafios de equilibrar relevância local e apelo internacional?

Para mim, os contextos são importantes. Não é que seja localista, mas é sempre necessário trabalhar em ondas expansivas. Lisboa, neste caso, funciona como um nodo em diálogo com outros, distantes e próximos. O ecossistema é global, mas a sustentabilidade também implica trabalhar no contexto da escala local — sempre em independência e com um âmbito global, no entanto.

Nuria Enguita, Diretora Artística do MAC/CCBAna Inácio

Num cenário de crescente digitalização e mudanças nos hábitos culturais, como é que o MAC/CCB adapta a sua programação para atrair um público diverso?

Estamos a trabalhar em diferentes abordagens, com o objetivo de atrair mais público: jovens, de diferentes classes sociais, e especialmente os mais desfavorecidos, os que pensam que o museu não é para eles, mas também pessoas com diversidade funcional, pessoas idosas — e sempre atentando no nosso público mais fiel. O Serviço de Educação e Mediação do MAC é muito ativo e conta com pessoal muito profissional. Temos de estar conscientes de que uma grande parte das artes visuais, plásticas, performativas, etc., tem de ser presencial. As tecnologias devem ajudar a criar o desejo e encorajar a vivência com estas manifestações, sem deixar de respeitar as suas especificidades.

Que papel tem o MAC/CCB na construção de pontes entre diferentes disciplinas artísticas, como a arquitetura, o cinema e a literatura?

Está no seu ADN. A ideia de um «chão comum», de uma «construção coletiva», etc., que são os nossos lemas, tem que ver com esta intersecção entre disciplinas muitas vezes distanciadas por uma ansiedade classificatória. Dada, o grande movimento de vanguarda, incluía artes visuais, design, performance, teatro, música e cinema. E estávamos nos anos vinte do século XX!

A programação cultural em Portugal enfrenta, muitas vezes, limitações orçamentais. Que soluções vê como viáveis para assegurar maior apoio público e privado às artes?

Uma maior consciência por parte dos nossos governos de que a cultura é necessária para a sociedade, e de que o sector público é importante para manter a igualdade de oportunidades. A colaboração privada é essencial, e Portugal tem uma tradição invejável de mecenato, pelo que intensificar estas relações é também um desafio que enfrentamos.

A recente dissolução da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo abriu novos desafios e oportunidades para a programação cultural. Como é que essa mudança afeta o MAC/CCB?

Não trabalhei na Fundação de Arte Moderna e Contemporânea — Coleção Berardo, pelo que não posso comentar as diferenças, mas o MAC/CCB, como um dos museus mais importantes de Portugal, tem um enorme desafio. Sendo uma fundação pública, tem também oportunidades de maior abrangência em termos de programação, considerando também as quatro coleções que alberga atualmente e com as quais trabalho: a própria Coleção Berardo, a CACE, a Coleção Ellipse e a Coleção Teixeira de Freitas.

"Sem cair no localismo, o museu deve preservar a diversidade do contexto e alargar o seu raio de ação.”

Nuria Enguita, Diretora Artística do MAC/CCB

Qual é a sua visão sobre o papel das instituições culturais em Portugal para lá das exposições, nomeadamente em termos de educação artística e inclusão social?

Ainda não conheço muito em pormenor os programas educativos, mas creio que Portugal também foi pioneiro na implementação da mudança de paradigma em torno da ideia do museu como centro educativo, como local de encontro, como criador de discurso público, como arena política. Os departamentos de mediação são muito importantes, o que revela um compromisso encorajador.

Num mundo globalizado, como é que as instituições culturais podem preservar e promover as especificidades locais, enquanto evitam um certo apagamento cultural?

Como já referi, os contextos locais são fundamentais. Sem cair no localismo, o museu deve preservar a diversidade do contexto e alargar o seu raio de ação. É fundamental para um museu trabalhar com artistas, públicos e comunidades locais, e planear uma programação específica, sempre em diálogo com outras instituições fora de Portugal.

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“Vidas que vale a pena viver” com Nuno Ascensão e Eduardo Garcia e Costa – Parte I

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  • 22 Janeiro 2025

Nuno Ascensão e Eduardo Garcia e Costa são os convidados do oitavo episódio do videocast “Leadership Bites”. Os fundadores da Keller Williams Portugal partilham a sua visão de liderança.

Os fundadores da Keller Williams Portugal são os convidados do episódio número oito de “Leadership Bites” – videocast sobre liderança, pessoas, empresas, empreendedorismo e inovação. Intitulado “Vidas que vale a pena viver”, este episódio divide-se em dois. É o oitavo de “Leadership Bites”, projeto produzido pela Keller Williams para assinalar a primeira década no nosso país. Emitido semanalmente, aborda os mais variados temas com um objetivo claro: descobrir e partilhar, através de testemunhos de alguns thought leaders nacionais, fórmulas e caminhos para o sucesso, em diferentes áreas da vida. No ar às quartas-feiras, conta com a condução de Marco Tairum, CEO da Keller Williams Portugal.

Fundadores da Keller Williams Portugal, marca que trouxeram para o nosso país há 10 anos, Nuno Ascensão e Eduardo Garcia e Costa contam com uma vasta experiência no setor empresarial. Reconhecidos pela visão estratégica e pela capacidade de implementação, combinam competências em liderança e formação na gestão de uma estrutura que valoriza a colaboração e o desenvolvimento pessoal e profissional da equipa. Neste episódio, falam sobre a sua visão de liderança e da sua aplicação ao modelo e à cultura da empresa que lideram.

Nuno Ascensão e Eduardo Garcia e Costa, fundadores da Keller Williams Portugal, são os convidados do oitavo episódio do videocast “Leadership Bites”

Para os fundadores da Keller Williams Portugal, quem tem a oportunidade de fazer diferente e de acrescentar valor às pessoas e ao ecossistema em que está inserido, deve assumir essa responsabilidade. O seu modelo de liderança passar por colocar as pessoas no centro de tudo o que fazem. Com um modelo de negócio inteiramente focado no desenvolvimento pessoal e profissional, promovem, há já 10 anos, uma cultura de crescimento mútuo onde todos ganham, independentemente das hierarquias. Os consultores têm voz ativa nas tomadas de decisão, garantindo que as suas perspetivas são valorizadas e integradas na estratégia global da empresa.

Mais do que formar profissionais de sucesso, pretendem criar líderes que façam a diferença nas suas carreiras, nas suas vidas e nas suas comunidades. Neste episódio, falam do projeto Leadership Academy, desenvolvido para capacitar novos líderes quem enfrentem os desafios do futuro – afinal, a cultura da companhia incentiva o espírito de equipa e apela à sucessão de liderança, promovendo um ambiente onde o crescimento individual e coletivo são a chave para o sucesso.

Assista à primeira parte deste episódio especial aqui:

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Portugal e Espanha podem liderar fornecimento de energia mais rentável da Europa

Discussão promovida em Davos pela Mckinsey e empresas ibéricas, onde se inclui a EDP, identificou cinco ações-chave para capitalizar as oportunidades ibéricas na área da transição energética.

Portugal e Espanha estão numa posição privilegiada para tirar partido da transição energética na Europa e para se tornarem o fornecedor de energia mais rentável da Europa, conclui uma iniciativa promovida pela Mckinsey, que reuniu responsáveis do setor e líderes de empresas, como a EDP, num evento em Davos.

“Portugal e Espanha estão numa posição única para tirar partido da sua energia verde competitiva (20-25% mais económica do que a da Europa Central) para aumentar a competitividade da região e escalar indústrias de elevado valor, contribuindo simultaneamente para os objetivos europeus”, refere a Iniciativa Ibérica de Indústria e Transição Energética (IETI em inglês) – um esforço intersetorial destinado a acelerar a transição energética em Portugal e Espanha, liderado pela McKinsey & Company e por vários líderes da indústria.

O índice lançado pela consultora no passado mês de novembro antecipa um cenário em que o PIB da Península Ibérica pode aumentar até 15% e criar cerca de um milhão de empregos (300.000 em Portugal e 700.000 em Espanha), 20% dos quais altamente qualificados, aumentando, na região, as receitas do Estado em 5-10% e o total das exportações nacionais até 20%, caso os dois países consigam aproveitar as oportunidades colocadas na reindustrialização verde em curso.

Estas conclusões foram debatidas no âmbito da reunião anual do Fórum Económico Mundial (FEM), em Davos, promovida pela IETI e cujas propostas específicas foram apresentadas numa sessão de trabalho com Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão Europeia para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva, presidentes e CEO de vários membros da IETI como BBVA, EDP, Iberdrola, Moeve, Naturgy, Repsol e Santander, assim como sócios seniores da McKinsey.

Espanha e Portugal têm uma oportunidade extraordinária de liderar a transição energética e a competitividade da Europa, tirando partido dos seus recursos naturais abundantes, metas ambiciosas para as energias renováveis e soluções energéticas inovadoras”, disse Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP, citado em comunicado.

O gestor realçou, no entanto, que “desbloquear todo o potencial deste ‘hub verde’ exigirá a simplificação dos processos de licenciamento, maiores investimentos na rede elétrica e estabilidade regulatória tanto a nível nacional como europeu. Ao abordar estas barreiras e ao agir de forma decisiva agora, podemos atrair indústrias estratégicas, impulsionar o crescimento económico e garantir um futuro sustentável para a Península Ibérica e para a Europa como um todo.”

O grupo de trabalho realçou a posição de liderança em que Portugal e Espanha estão para se tornarem o fornecedor de energia mais rentável da Europa, argumentando que “a região poderia impulsionar a expansão continental de fontes de energia renováveis competitivas, como a energia solar, a energia eólica e as baterias“.

Os dois países podem ainda reforçar a produção de biocombustíveis e de combustíveis à base de hidrogénio verde e outros combustíveis renováveis de origem não biológica (RFNBOs, sigla em inglês) para se tornarem líderes europeus, tirando partido do eficiente sistema de refinação na Península Ibérica (quartil superior na Europa), da sua localização estratégica e das infraestruturas existentes (terceira maior capacidade de refinação).

“Aproveitar a oportunidade para produzir hidrogénio verde rentável, que é 10-20% mais económico do que instalações equivalentes na Europa Central, ajudaria a Europa a atingir os objetivos de produção interna”, conclui a iniciativa.

Por outro lado, “Portugal e Espanha poderiam aproveitar os seus recursos naturais, infraestruturas e talentos para apoiar centros de dados eficientes do ponto de vista energético, tornando a região uma localização atrativa para as empresas tecnológicas que pretendem dispor de infraestruturas digitais com baixo teor de carbono”.

A região pode também apoiar a transição para os veículos elétricos (VE) com um fornecimento sustentável de baterias, promovendo cadeias de valor locais e salvaguardando fontes de valor a montante. Além disso, Portugal e Espanha podem acelerar a produção de combustíveis sustentáveis para todos os meios de transporte, utilizando matérias-primas renováveis e criando cadeias de valor locais, mantendo simultaneamente a relevância industrial e o emprego, conclui a iniciativa promovida pela McKinsey.

A IETI identificou cinco ações-chave para capitalizar estas oportunidades, impulsionando a competitividade de Espanha e Portugal e apoiando os objetivos europeus:

  • Implementar sistemas de incentivos eficazes para colmatar a diferença de competitividade de custos entre as soluções ecológicas e as alternativas baseadas em combustíveis fósseis;
  • Fornecer quadros regulatórios eficazes e estáveis para garantir a previsibilidade e a solidez dos projetos, incluindo a implementação de mecanismos de remuneração por capacidade e a formalização de processos para pedidos de ligação à rede;
  • Reduzir os encargos administrativos e encurtar os processos de licenciamento para minimizar os longos períodos de licenciamento, tais como a transposição rápida para o licenciamento de Fim do Estatuto de Resíduo (FER);
  • Desenvolver casos de projetos sólidos para garantir esquemas de financiamento robustos e estáveis;
  • Implementar urgentemente e de forma eficiente a expansão da rede, e melhorar o planeamento a longo prazo para garantir uma adoção coordenada entre os projetos e o aumento da eletrificação.

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S&P Global reconhece a gestão ética, social e ambiental do Grupo Prosegur

  • Servimedia
  • 22 Janeiro 2025

Melhora a sua classificação ESG e coloca-a acima da média global do seu setor.

A Prosegur e a Prosegur Cash, a sua unidade de negócio especializada no transporte e gestão de valores, obtiveram uma melhoria nas respetivas classificações na gestão de fatores ambientais, sociais e de governo corporativo (ESG), de acordo com os resultados da versão 2024 da “S&P Global Corporate Sustainability Assessment (CSA)”.

Especificamente, a Prosegur Cash alcançou uma classificação ESG total de 51 (em 100) (em 14/01/2025), enquanto a Prosegur Compañía de Seguridad, a empresa-mãe do Grupo, tem uma classificação de 44 (em 100) (em 27/12/2024), o que representa uma melhoria de oito e quatro pontos, respetivamente, em relação à classificação do ano anterior.

De igual modo, ambas as empresas superaram a média global da indústria do seu setor, Serviços e Fornecimentos Comerciais, nas três dimensões da avaliação CSA: Ambiental, que analisa a política e a gestão ambiental e a estratégia climática; Social, que inclui a gestão do capital humano, as práticas laborais, os direitos humanos e a saúde e segurança no trabalho; e Governance & Economic, que avalia a ética empresarial, a gestão do risco e a gestão da cadeia de fornecimento.

Especificamente, a Prosegur obteve uma Pontuação ESG de 47 pontos na categoria Ambiental (em comparação com a média do setor de 33), uma Pontuação ESG de 50 na categoria Social (em comparação com 27 pontos para o setor) e um total de 35 pontos (em comparação com 32 pontos para o setor) na categoria Governação e Economia.

Por seu lado, a Prosegur Cash obteve um ESG Score de 57 pontos na categoria Ambiental (em comparação com a média do setor de 33), um ESG Score de 57 na categoria Social (em comparação com 27 pontos para a indústria) e em Governação e Economia um total de 42 (em comparação com 32 pontos para a média).

A empresa indicou que estas pontuações são um reflexo do compromisso do Grupo Prosegur com os critérios ESG estabelecidos nos seus Planos Diretores de Sustentabilidade, destacando fatores como a transição energética e a ação climática, a gestão da equipa humana e a conduta exemplar.

Antonio Rubio, Secretário-Geral e Secretário do Conselho de Administração da Prosegur, indicou que “as classificações obtidas nesta avaliação demonstram o compromisso da Prosegur com o cumprimento da regulamentação, a boa governação, a criação de emprego de qualidade e a redução do impacto ambiental. Além disso, demonstram também a coincidência das nossas operações com os objetivos estratégicos dos investidores, permitindo-nos estar alinhados e atrair capital através de práticas responsáveis e sustentáveis”.

Entre as 107 empresas avaliadas no setor “Serviços e fornecimentos comerciais”, tanto a Prosegur como a Prosegur Cash obtiveram classificações acima da média do setor, que se situa em 31 (em 100) em janeiro de 2025. Ambas as empresas estão no quintil superior da avaliação neste setor.

A pontuação ESG da S&P Global, calculada a partir da CSA, mede o desempenho de uma empresa e a sua gestão dos riscos, oportunidades e impactos ESG relevantes, com base numa combinação de divulgações da empresa, análise dos meios de comunicação social e das partes interessadas, modelação do desempenho e envolvimento aprofundado da empresa através da CSA.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 22 de janeiro

  • ECO
  • 22 Janeiro 2025

Ao longo desta quarta-feira, 22 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Salários dos trabalhadores da distribuição alimentar com aumento médio de 5%

Associação dos distribuidores de produtos alimentares e sindicato dos trabalhadores do setor dos serviços chegaram a acordo para revisão da tabela salarial. Aumento médio será de 5%.

Os trabalhadores do setor da distribuição alimentar vão ver os seus salários aumentar, em média, 5% este ano, face ao praticado em 2024. Essa atualização está prevista na revisão da tabela salarial negociada entre a Associação dos distribuidores de produtos alimentares (ADIPA) e o Sindicato dos trabalhadores do setor dos serviços (SITESE).

“A ADIPA e o SITESE chegaram a acordo quanto à revisão da tabela salarial e demais cláusulas de expressão pecuniária dos Contratos Coletivos de Trabalho para os setores do comércio e distribuição alimentar grossista e retalhista“, foi anunciado numa nota enviada às redações.

Além do aumento médio de 5% dos ordenados face a 2024, ficou estabelecido que o vencimento base de entrada na carreira profissional continuará acima do salário mínimo nacional, que subiu este mês dos 820 euros praticados em 2024 para 870 euros, conforme ficou acordado na Concertação Social.

No caso do setor da distribuição alimentar, o “salário mínimo” sobe para 875 euros, explicou a ADIPA ao ECO.

“A ADIPA continua empenhada no diálogo social estabelecido com as respetivas organizações sindicais, na procura das melhores soluções que garantam as condições retributivas adequadas aos colaboradores e que não ponham em causa a sustentabilidade das empresas de um setor maioritariamente constituído por micros, pequenas e médias empresas, independentes”, acrescenta a mesma associação que representa os empregadores.

Convém notar que as convenções coletivas em questão abrangem cerca de 300 empresas e mais de 12 mil trabalhadores.

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Tribunais preparam “carta de ética” para uso de inteligência artificial

Os Tribunais Administrativos e Fiscais (TAF) vão ter um grupo de trabalho vai preparar uma carta de ética que irá regular o uso de inteligência artificial (IA) nos mesmos.

Os Tribunais Administrativos e Fiscais (TAF) vão ter um grupo de trabalho que vai preparar uma carta de ética para regular o uso de inteligência artificial (IA) nos mesmos.

Segundo o que o ECO/Advocatus apurou, esperam-se os primeiros resultados em fevereiro de 2025, que vão permitir o Conselho Superior destes tribunais aprovar a nova Carta Ética ou de Conduta.

Apesar dos riscos de trabalhar com plataformas de IA, o CSTAF considera que “se trata de um apoio à melhoria da produtividade dos tribunais da jurisdição administrativa e fiscal”.

Inteligencia artificial

Pretende-se que, com o uso da IA no trabalho judicial, “o trabalho se torne mais célere e eficiente; as tarefas repetitivas diminuem ou são eliminadas e tarefas como a verificação de documentos e a pesquisa são otimizados”, segundo garantiu fonte do CSTAF à Advocatus.

O órgão encarregue da gestão e disciplina dos juízes da jurisdição administrativa e fiscal lembra que já existem instrumentos a nível internacional, criados no âmbito do Conselho da Europa e da União Europeia de regulação jurídica, ética e técnica como a Convenção-Quadro sobre Inteligência Artificial de 2024, juridicamente vinculativa e ainda aberta a assinaturas, e o Regulamento da Inteligência Artificial, que entrou em vigor a 1 de agosto de 2024.

Recorde-se ainda a Carta Europeia de Ética sobre o Uso da IA em Sistemas Judiciais que o Conselho da Europa já tinha adotado em 2018 princípios direcionados em especial à atividade dos tribunais.

Relação terá recorrido a IA para escrever acórdão

O anúncio da criação desta Carta Ética surge pouco depois de ter sido tornado público o alegado uso de IA para redigir um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa.

Em novembro, um acórdão dos desembargadores Alfredo Costa, Hermengarda do Valle-Frias e Margarida Ramos de Almeida no processo que envolveu a antiga deputada do PSD Helena Lopes da Costa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa terá alegadamente recorrido a ferramentas de inteligência artificial, citando legislação e jurisprudência inexistentes.

Rui Patrício e Catarina Martins Morão, advogados de Helena Lopes da Costa, contestaram junto do coletivo de desembargadores a validade do acórdão, num requerimento, em que pediram que fosse declarado inexistente.

Na altura, Guilhermina Freitas, à data presidente da Relação, garantiu que lhe foi transmitido pelo juiz desembargador relator, Alfredo Costa, “que a argumentação do recurso à inteligência artificial é completamente descabida”.

A 4 de dezembro, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) deliberou ser “intempestiva a intervenção do Conselho” relativa à queixa de 12 advogados sobre o alegado uso de inteligência artificial no acórdão, mas considerou urgente uma reforma legislativa sobre a matéria.

Em comunicado divulgado a 11 de dezembro, os advogados de defesa no processo que envolve a antiga deputada do PSD Helena Lopes da Costa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa contestaram a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) relativa às reclamações apresentadas por vários arguidos a propósito de um acórdão que alegam ter sido proferido com recurso a inteligência artificial. “Entendemos que a decisão tomada pelos senhores desembargadores acerca das reclamações não esclarece nenhuma das dúvidas e perplexidades acerca do acórdão”, defendem os advogados, que já tinham também apresentado queixa junto do Conselho Superior da Magistratura (CSM).

Os advogados defendem que “o que está em causa transcende em muito o processo concreto, suscitando reflexão séria sobre a forma como o sucedido (e a reação ao mesmo) põe em causa o Estado de Direito, a dignidade e a credibilidade das instituições e a confiança na Justiça, bem como os direitos fundamentais dos cidadãos”.

Argumentam que a decisão do tribunal superior sobre as reclamações não só não esclarece “dúvidas e perplexidades”, como “agrava-as bastante” e suscita novas, “pois não só não explica os erros e falhas, gritantes e evidentes, do acórdão, como — até com falsidade — lhes adiciona outros”.

“Nada se alterou com esta decisão, pelo contrário, tudo se agravou, uma vez que o que antes quisemos admitir ser uma possibilidade afigura-se agora, pelo menos, uma forte e fundada suspeita. (…) Porém, o que terá acontecido não pode ficar sem investigação, e sem a censura, disciplinar ou até outra, que possa caber ao que melhor e mais profundamente se apurar”, defendem os advogados, entre os quais se encontram Rui Patrício, Paulo Sá e Cunha ou Tiago Rodrigues Bastos.

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