Recém-licenciados contactam com mercado de trabalho na Academia TUU em Coimbra

Quarenta recém-licenciados, oriundos de vários pontos do país, participam na Academia TUU, em Coimbra. Entre os oradores está o empresário Ricardo Costa e o economista Pedro Norton de Matos.

Academia TUU16 julho, 2025

Criar uma “ponte” entre o meio académico e o mundo empresarial é o grande objetivo da Academia TUU que acontece de 21 a 25 de julho, em Coimbra, destinada a 40 recém-licenciados oriundos de vários pontos do país.

“Numa fase em que muitos estudantes enfrentam incertezas sobre o futuro profissional, a Academia TUU propõe uma semana que pode marcar a diferença”, começa por assinalar Hélder Loio, CEO da TUU – Building Design Management, entidade que organiza este evento gratuito.

“O que fazemos nesta semana pode poupar-lhes anos de caminho incerto. Queremos mostrar-lhes opções, realidades, pessoas. Não se trata apenas de encontrar um emprego, mas de perceber onde podem realmente fazer a diferença”, detalha Hélder Loio.

Não se trata apenas de encontrar um emprego, mas de perceber onde podem realmente fazer a diferença.

Hélder Loio

CEO da TUU – Building Design Management

Subordinada à temática “A sustentabilidade é sustentável?”, a iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra e a participação de diversas empresas e entidades públicas da região. A organização pretende que este evento se torne “um ponto de encontro entre gerações, saberes e práticas”.

Entre as atividades programadas constam talks, workshops, visitas a vários projetos na cidade de Coimbra, além de momentos de reflexão sobre o mercado de trabalho e as carreiras dos jovens recém-licenciados. Esta quarta edição conta entre os oradores com o empresário Ricardo Costa, do Grupo Bernardo da Costa, e o economista Pedro Norton de Matos.

“Esta academia nasceu da ambição da TUU de se tornar um centro de conhecimento orientado para os mais jovens, contribuindo para combater a escassez de mão-de-obra qualificada”, lê-se na nota enviada pela organização do evento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Accenture e WPP podem estar em negociações para possível negócio

  • + M
  • 16 Julho 2025

A natureza exata de qualquer potencial acordo de fusão ou aquisição não é conhecida, sendo que a Accenture tem capacidade para adquirir parte ou a totalidade da WPP.

A Accenture e o WPP estarão em discussões para um possível negócio — que pode passar por fusão ou aquisição — desde maio, avança a Campaign.

Segundo a publicação, as negociações terão sido iniciadas em maio, ainda antes de Mark Read ter anunciado a saída do cargo de CEO da WPP, embora não seja claro se as conversas terão registado alguma evolução desde então. Julie Sweet, presidente e diretora executiva da Accenture, terá estado envolvida nas reuniões, segundo a imprensa estrangeira.

A natureza exata de qualquer potencial acordo de fusão ou aquisição não é conhecida, sendo que a Accenture, avaliada em 175 mil milhões de dólares, tem capacidade para adquirir parte ou a totalidade da WPP, avaliada em 4,5 mil milhões.

Na semana passada, a WPP anunciou Cindy Rose como sucessora de Mark Read, que ficará a liderar operação até que a ex-COO da Microsoft, assuma funções, no início de setembro. Por outro lado, David Droga, CEO global da Accenture Song, também deixará o cargo para se tornar vice-presidente da Accenture, sendo sucedido por Ndidi Oteh, ex-diretora-geral sénior da Accenture e diretora da Accenture Song Americas, a partir de setembro.

Uma fusão de grandes proporções que está em curso e que poderá ser concluída ainda este ano é a da Omnicom com a IPG e que, a concretizar-se, dará origem ao maior grupo de comunicação global, destronando a WPP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AdC: ‘Cartel da banca’ evidencia contradições do Tribunal da Relação quanto a prescrições

  • Lusa
  • 16 Julho 2025

Autoridade da Concorrência considera que há contradições na jurisprudência do Tribunal da Relação quanto a prazos de prescrição e lembrou o entendimento que teve no caso dos CMEC.

A Autoridade da Concorrência considera que há contradições na jurisprudência do Tribunal da Relação quanto a prazos de prescrição e que o entendimento que levou a Relação a decidir a prescrição das coimas aos bancos não se aplicou noutro processo — referindo-se ao caso dos CMEC.

“Gostava de assinalar uma contradição relevante na jurisprudência proferida pelo Tribunal da Relação de Lisboa”, disse esta quarta-feira o presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Nuno Cunha Rodrigues, durante a audição na Comissão parlamentar de Economia.

Segundo o responsável, enquanto no vulgarmente designado ‘cartel da banca’ o Tribunal da Relação considerou que o prazo de prescrição “não se suspendeu com o pedido de reenvio prejudicial efetuado ao Tribunal de Justiça da União Europeia” e anulou as coimas aos bancos com o argumento de que o processo tinha prescrito, já noutro processo teve entendimento diferente.

“No caso dos CMEC [Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual, em que a EDP Produção foi sancionada pela Concorrência por abuso de posição dominante] a mesma instância judicial entendeu exatamente o oposto, ou seja, que o prazo de prescrição se suspende enquanto decorrer o pedido de reenvio prejudicial”, afirmou Cunha Rodrigues.

Em setembro de 2024, o Tribunal da Concorrência confirmou as coimas de 225 milhões de euros aplicadas pela AdC a 11 bancos, decidindo que ficou provado que, entre 2002 e 2013, houve “conluio” para troca de informações sobre créditos e que “alinharam práticas comerciais” falseando a concorrência.

Os bancos recorreram e, já em fevereiro, o Tribunal da Relação de Lisboa declarou prescrita a contraordenação, contado o tempo em que houve matérias em análise da Justiça europeia.

Tanto a AdC como o Ministério Público apresentaram recursos para o Tribunal Constitucional para tentar travar as prescrições, mas foram rejeitados.

Em junho, a AdC apresentou uma reclamação à Conferência de Juízes do Constitucional pela decisão deste órgão de não apreciar os recursos interpostos, aguardando-se a resposta.

Hoje, na comissão parlamentar, o presidente da Autoridade da Concorrência considerou que estas decisões contraditórias do Tribunal da Relação “geram insegurança jurídica e fragilizam a coerência da aplicação do Direito da Concorrência, sobretudo em processos complexos e de grande relevância económica“.

Contudo, acrescentou que no futuro este problema “não se coloca em novos processo” pois com a alteração feita em 2022 à Lei da Concorrência fica assente que “a prescrição do procedimento por infração suspende-se pelo período de tempo em que a decisão da Autoridade da Concorrência for objeto de recurso judicial, incluindo eventuais recursos para o Tribunal Constitucional, sem qualquer limitação temporal”.

Ainda sobre o setor bancário, o presidente da AdC disse que a Concorrência “tem feito muito”, com várias recomendações e iniciativas sobre comissões bancárias e mobilidade de clientes”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Orçamento da UE. Von der Leyen quer gastar cinco vezes mais com defesa

Na proposta para o próximo orçamento europeu de longo prazo, a Comissão Europeia prevê alocar 131 mil milhões de euros para a defesa, cinco vezes mais do que atualmente à área da defesa e do espaço.

A Comissão Europeia quer alocar 131 mil milhões de euros à área da defesa e do espaço no próximo orçamento de longo prazo da União Europeia. A verba significa cinco vezes mais do que o montante destinado no atual quadro e foi divulgada esta quarta-feira por Ursula von der Leyen.

Estamos a propor 131 mil milhões de euros para a rubrica defesa e espaço dentro do Fundo de Competitividade. Isto é cinco vezes o que temos hoje. Sabemos que a segurança é uma das principais preocupações dos cidadãos e dos governos e isto irá fortalecer a nossa base industrial e as nossas capacidades”, adiantou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

A apresentação decorreu esta quarta-feira à tarde, depois de intensas negociações na terça-feira à noite e durante a reunião do colégio de comissários sobre a proposta do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para o período entre 2028 e 2034, no valor global de dois biliões de euros ou 1,26% do Rendimento Nacional Bruto da União Europeia.

O executivo comunitário tem argumentado que uma Europa segura, protegida e resiliente só é possível através de investimentos da UE, dos seus Estados-membros e do setor privado. Neste sentido, as verbas previstas para as políticas da UE nesta matéria têm em vista o “apoio à indústria da defesa, garantindo a coordenação e as sinergias com setores conexos, como o espaço e a segurança civil, e simplificando o acesso ao financiamento”.

Ademais, a proposta da Comissão prevê o apoio a investimentos em mobilidade militar, juntamente com infraestruturas civis, em cerca de quase 18 mil milhões de euros, um montante 10 vezes superior ao do atual quadro financeiro plurianual. Paralelamente,
Bruxelas assinala que “o Mecanismo Europeu para a Paz (EPF) irá continuar a ser um instrumento extra-orçamental para financiar despesas decorrentes de operações com implicações militares e de defesa”.

Ursula von der Leyen avançou ainda que a proposta que as verbas destinadas aos Estados-membros passem a ser aplicadas através de Planos de Parceria Nacionais e Regionais. Estes documentos irão prever também reformas e investimentos que apoiam, entre outros, a indústria da defesa, a segurança interna, a cibersegurança, bem como a gestão de fronteiras e migração.

O bolo global do próximo quadro financeiro plurianual significa uma subida significativa face aos 1,2 biliões do orçamento atualmente em vigor. A proposta apresentada pela Comissão Europeia é, contudo, apenas um ponto de partida para umas negociações que deverão arrastar-se durante cerca de dois anos com o Parlamento Europeu e os Estados-membros.

A proposta prevê uma simplificação do orçamento, que passa dos atuais 52 para 16 programas, dividindo-se em 865 mil milhões de euros em planos de parceria nacionais e regionais (nos quais estão os fundos estruturais agrícolas e de coesão) e em 410 mil milhões de euros para o novo Fundo Europeu para a Competitividade (incluindo o Horizonte Europa e o Fundo de Inovação).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo orçamento da UE. Juros e despesas com PRR atingem 24 mil milhões por ano

  • Lusa
  • 16 Julho 2025

O reembolso dos empréstimos contraídos pela UE terá início em 2028 e decorrerá até 2058. Custo total do capital e do reembolso de juros será de 20 a 30 mil milhões de euros ao ano.

A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira alocar um montante fixo de 24 mil milhões de euros ao ano, entre 2028 e 2034, para o reembolso dos juros e outras despesas relacionadas com os Planos de Recuperação e Resiliência (PRR).

“A Comissão propõe um montante anual fixo para o reembolso do Fundo de Recuperação e Resiliência entre 2028 e 2034, incluindo os juros e o capital, de 24 mil milhões de euros por ano a preços correntes. Isto significa um custo global de 168 mil milhões de euros no total”, indica o executivo comunitário numa informação hoje publicada em Bruxelas.

No dia em que apresenta a proposta de Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para 2028 a 2034, a instituição aponta que “os custos de juros estimados se baseiam nas atuais taxas a prazo do mercado, incluindo uma margem para ter em conta a incerteza das taxas de juro, devido às atividades de refinanciamento”.

“Dentro deste montante anual, a parte que não for necessária para os custos de financiamento será utilizada para reembolsar o capital”, é indicado.

De acordo com Bruxelas, “esta abordagem assegura a plena previsibilidade do planeamento orçamental e das contribuições dos Estados-membros para o orçamento. Isola o reembolso da volatilidade do mercado e permite uma redução constante e previsível das responsabilidades decorrentes do Fundo de Recuperação e Resiliência”.

Em causa está o instrumento de recuperação temporário destinado a apoiar a recuperação económica da Europa após a pandemia de covid-19 e a construir um futuro mais ecológico, mais digital e mais resiliente, com um ‘bolo’ total de 800 mil milhões de euros (a preços correntes).

O reembolso dos empréstimos contraídos pela UE afetados ao Fundo de Recuperação e Resiliência terá início em 2028 e decorrerá ao longo de um horizonte temporal alargado até 2058. Os empréstimos serão reembolsados pelos Estados-membros mutuários, enquanto as subvenções serão reembolsadas pelo orçamento da UE.

Prevê-se que o custo total do capital e do reembolso de juros ao abrigo do plano seja de cerca de 20 a 30 mil milhões de euros por ano a partir de 2028.

A Comissão Europeia propôs esta quarta um orçamento da UE a longo prazo até 2034 de dois biliões de euros, acima dos 1,2 biliões do atual quadro, que inclui mais contribuições nacionais e três novos impostos.

Após várias horas de negociações entre os comissários europeus, foi apresentado em Bruxelas o primeiro pacote de proposta sobre o próximo QFP 2028-2034, com um envelope total de dois biliões de euros em autorizações (a preços correntes), assente em contribuições nacionais (com base no rendimento bruto nacional) de 1,26%.

Além destas contribuições nacionais, as novas receitas (recursos próprios) agora propostas pela Comissão Europeia abrangem um imposto especial sobre o consumo de tabaco, um recurso empresarial para a Europa e impostos sobre os resíduos eletrónicos e o comércio eletrónico.

Estima-se que, em conjunto, estes novos recursos próprios e outros elementos do pacote de recursos próprios apresentados gerem receitas de aproximadamente 58,5 mil milhões de euros por ano (a preços correntes). O atual orçamento da UE a longo prazo (2021-2027) é de 1,21 biliões de euros (o que inclui cerca de 800 mil milhões de euros a preços correntes do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que financia os PRR), envolvendo contribuições nacionais de 1,1%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Azul tentou que dívida à TAP SGPS passasse para a TAP. Governo recusou e remeteu para os tribunais

Companhia brasileira tentou em 2020 passar empréstimo de 90 milhões da 'holding' para a companhia aérea para reforçar a sua proteção. Agora trava batalha nos tribunais.

Em plena pandemia e com a TAP a soçobrar, o então Governo socialista necessitava do acordo da Azul para a operação que levaria à saída do empresário David Neeleman do capital e permitiria a injeção de 1.200 milhões de euros do Estado na companhia e a sua reestruturação.

A Azul era desde 2016 titular de uma emissão de 90 milhões de euros em obrigações da TAP SGPS, convertíveis em ações, a que se somavam 30 milhões subscritos pela Parpública. Tratando-se uma alteração da propriedade da sociedade, os obrigacionistas tinham de ser também chamados a pronunciar-se, sob pena de ter de ocorrer o reembolso antecipado dos títulos.

Além disso, era necessário que fosse anulada a convertibilidade das obrigações em capital da TAP SGPS antes da injeção de capital acordada com Bruxelas, uma vez que isso abria a possibilidade de a Azul vir a entrar no capital mais tarde.

Segundo apurou o ECO junto de várias fontes, a companhia aérea brasileira temia ficar desprotegida – o que se veio a verificar –, e propôs que a responsabilidade da dívida fosse passada da TAP SGPS, a holding, para a companhia aérea, a TAP SA. Uma pretensão que foi recusada.

Uma carta enviada a 1 de julho de 2021 pelo Governo PS ao CEO da Azul, John Rodgerson, a que o ECO teve acesso, assinada pelo então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o então secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, é dito: “Como é de esperar, a segurança jurídica que a Azul reclama apenas os tribunais lha poderão dar, como é próprio de um Estado de Direito“.

Pedro Nuno Santos era o ministro das Infraestruturas em 2020, quando o Estado comprou a posição de David Neeleman na TAP por 55 milhões.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

“O tratamento de que a Azul beneficiará, em qualquer circunstância, inclusive em caso de qualquer formato de reestruturação da dívida do Grupo TAP, será aquele que a lei determinar, independentemente, pois, de qual seja o entendimento que o Estado como contraparte no acordo em apreço possa ter ou possa comprometer-se a fazer por esta via com vista a ir ao encontro do que a Azul solicita”, afirma também na carta.

O Governo procurou, ainda assim, apaziguar os receios do conselho de administração da companhia aérea brasileira, como avançou esta segunda-feira o Diário de Notícias.

Neste condicionalismo, estamos em condições de afirmar que o Estado Português, enquanto credor e eliminado que tenha sido o respetivo direito de conversão, respeitará e não questionará em qualquer formato de reestruturação da dívida do Grupo TAP que ao crédito das Obrigações de que a Azul é titular seja dado tratamento jurídica e economicamente pari passu a quaisquer credores comuns das sociedades do Grupo TAP, ou que a Azul seja tratada ou aceite como credora sénior (“senior secured creditor), a par com a Parpública.

Carta do Governo para a Azul em julho de 2020

A carta indica que, “neste condicionalismo”, o Estado português “respeitará e não questionará em qualquer formato de reestruturação da dívida do Grupo TAP que ao crédito das Obrigações de que a Azul é titular seja dado tratamento jurídica e economicamente pari passu a quaisquer credores comuns das sociedades do Grupo TAP, ou que a Azul seja tratada ou aceite como credora sénior (“senior secured creditor), ), a par com a Parpública”.

A carta dava duas horas para a Azul responder e sublinhava a importância do acordo para viabilizar a entrada dos 1.200 milhões de euros na TAP e evitar “uma rutura de tesouraria da TAP e a total disrupção desordenada da sua atividade com consequências porventura irreversíveis”.

Outro argumento apresentado era que o desfecho favorável da negociação “evitará a nacionalização da operação de transporte aéreo do Grupo TAP – que apenas encaramos como solução de último recurso se o referido acordo não se concretizar – constituiu a única via para que o mesmo seja suscetível de poder subsistir com o mesmo valor até à restruturação”. A nacionalização veio a acontecer logo a partir de 2020.

Da luz verde da companhia brasileira à eliminação definitiva do direito de conversão das obrigações dependia também, como assinala a missiva, o pagamento da contrapartida a David Neeleman para este vender ao estado os 22,5% que detinha na TAP SGPS através da Atlantic Gateway. Uma contrapartida que seria fixada em 55 milhões de euros. O empresário era na altura também acionista maioritário da Azul.

David Neeleman foi acionista da TAP entre 2015 e 2020, através da Atlantic Gateway. EPA/JOSE SENA GOULAO

Do acordo em 2000 ao desacordo em 2024

A Azul aceitou o fim da convertibilidade, David Neeleman saiu do capital, e as obrigações ficaram na TAP SGPS, a render um juro composto de 7,5%. Até que no verão de 2024, a atravessar dificuldades financeiras, a Azul tentou negociar com a TAP um reembolso antecipado dos títulos por um valor superior aos 90 milhões de euros mas inferior ao que resultava dos juros devidos: uma conta que já vai em 177 milhões de euros.

A transportadora portuguesa propôs pagar cerca de 50 milhões, como noticiou o ECO. O que foi rejeitado pela Azul, que exigiu o reconhecimento pela TAP das garantias prestadas no empréstimo obrigacionista, que incluem o programa de fidelização de clientes Miles & Go.

O conselho de administração da companhia aérea rejeitou e avançou em novembro com uma ação em tribunal a pedir a anulação das garantias, por considerar que se trata não de dívida sénior mas de suprimentos dos acionistas por, à altura, David Neeleman ser simultaneamente acionista da TAP SGPS e maior acionista da Azul.

A Parpública era também acionista da holding (tem agora 1%). Uma tese que a Azul contesta. No âmbito dessa contestação, foi apresentada a carta de 2020 assinada por Pedro Nuno Santos e Miguel Cruz, segundo avançou o Diário de Notícias.

O receio da Azul em 2020 acabou por se materializar. A TAP SGPS – desde 2021 detida a 100% pelo Estado e este ano rebatizada como Siavilo – viu sair os últimos ativos que detinha para a TAP SA: as participações na Portugália, Cateringpor e UCS. A holding tinha já deixado de ter qualquer posição acionista na TAP SA e na antiga Groundforce, hoje Menzies Aviation.

Na sequência de uma assembleia de obrigacionistas, realizada em abril, foi decretado o incumprimento da TAP SGPS na dívida e desencadeado o pedido de reembolso da dívida, no valor de 176,9 milhões de euros. Foi enviada uma nota de pagamento remetida pelo Banco Montepio a 27 de maio, que a holding pública não pagou, como noticiou o ECO.

Os órgãos sociais da TAP SGPS renunciaram em bloco entre o final de março e o início de junho. Na quinta-feira passada, dia 10 de julho, deu entrada um pedido de insolvência daquela holding, entregue pela TAP no Juízo de Comércio de Lisboa.

O ministro das Infraestruturas afirmou a semana passada que mandatou o conselho de administração da TAP para negociar com a Azul e reiterou que o processo deverá ser “dirimido em tribunal”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundo que garante depósitos com melhor resultado de sempre

Fundo de Garantia de Depósitos obteve um resultado de 60,8 milhões de euros no ano passado devido aos ganhos das aplicações dos recursos e coimas do Banco de Portugal.

O Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) obteve no ano passado o melhor resultado desde a sua constituição. Ganhou 60,8 milhões de euros à boleia dos rendimentos que obteve com a aplicação dos recursos e também com as coimas do Banco de Portugal às instituições financeiras.

“Este resultado foi, sobretudo, determinado pelo retorno obtido da aplicação dos recursos – que ascenderam a 56,8 milhões de euros – e, com uma expressão mais reduzida, pelo produto das coimas aplicadas pelo Banco de Portugal a instituições de crédito, (…) que ascendeu a 4,1 milhões”, explica o fundo liderado por Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal.

O ano 2023 já havia sido muito positivo, com o resultado de 42,6 milhões a ser impulsionado pela subida das taxas de juro. Mas o relatório e contas deste ano – publicado esta quarta-feira – relembra que entre 2016 e 2022 o FGD acumulou resultados negativos de 25 milhões de euros devido ao “contexto de taxas negativas”, que “afetou especialmente o universo de possibilidades de investimento do fundo”, uma vez que este aplica os seus recursos em ativos com elevada qualidade creditícia e maturidades relativamente curtas.

O bom desempenho, alcançado no ano passado, permitiu ao fundo melhorar os seus recursos próprios em 3,6% para 1,79 mil milhões de euros.

Ainda assim, o rácio utilizado como medida do nível de capitalização do FGD “diminuiu ligeiramente” por conta do aumento do montante de depósitos bancários cobertos pelo fundo, que subiu 6,3% para 187,2 mil milhões de euros no final do ano passado, segundo a informação reportada pelos bancos.

Contas feitas, a relação entre os recursos próprios do FGD e os depósitos cobertos pela sua garantia situou-se em 0,95% no final de 2024, abaixo do nível de 0,98% observado um ano antes.

O FGD sublinha que o seu nível de capitalização continua a suplantar o nível fixado pela diretiva europeia relativa aos sistemas de garantia de depósitos, que aponta para um nível de recursos próprios correspondente a pelo menos 0,8% do montante de depósitos cobertos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

+M

Segunda temporada de “Rabo de Peixe” estreia na Netflix a 17 de outubro

  • + M
  • 16 Julho 2025

Produzida pela Ukbar Filmes, a série mantém a escrita e direção criativa nas mãos de Augusto Fraga, que também realiza esta segunda temporada, juntamente com João Maia. 

A série fenómeno portuguesa “Rabo de Peixe” regressa à Netflix com a sua segunda temporada no dia 17 de outubro, anunciou a plataforma.

Na nova temporada, Eduardo (José Condessa) regressa a Rabo de Peixe três meses depois da sua partida onde encontra uma realidade completamente diferente. “As drogas mudaram de mãos e a amizade do grupo é testada por novos e inesperados inimigos. Surge uma nova oportunidade de negócio: será que é mesmo só mais uma vez?”, descreve a Netflix.

A José Condessa junta-se Helena Caldeira, Rodrigo Tomás e André Leitão no elenco, assim como Pêpê Rapazote, Maria João Bastos, Salvador Martinha, Afonso Pimentel e Kelly Bailey. Adicionalmente, esta temporada introduz uma nova onda de personagens secundárias, interpretadas por José Raposo, Caio Blat, Ricardo Pereira e a brasileira Paolla Oliveira.

Produzida pela Ukbar Filmes, a série mantém a escrita e direção criativa nas mãos de Augusto Fraga, que também realiza esta segunda temporada, juntamente com João Maia.

“Esta é uma história sobre amizade no meio de uma tempestade. Levámos tudo um pouco mais longe nesta temporada — a nível visual, emotivo e narrativo — mas mantivemo-nos fiéis ao que leva as pessoas a conectarem-se ao Eduardo e ao seu incrível grupo de amigos. É mais selvagem, mais pessoal e talvez mais cru. Porque no fim, quando a maré muda, tudo o que importa é a quem te agarras”, diz Augusto Fraga, citado em comunicado.

Entretanto, já tinha também sido confirmada uma terceira temporada, que já se encontra em filmagens.

Em 2023, a série “Rabo de Peixe” alcançou o sétimo lugar no top global da Netflix para séries em línguas que não inglês, com mais de 12 milhões de horas vistas, de acordo com a lista então divulgada pela plataforma de streaming.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas “nacionaliza” fundos para a agricultura e corta verbas em 22%

Proposta para o quadro financeiro plurianual para o período de 2028 a 2034 destina 300 mil milhões de euros para a agricultura, um montante inferior aos 387 mil milhões do atual orçamento para a PAC.

Os fundos europeus para a agricultura vão sofrer mudanças significativas a partir de 2027. A Comissão Europeia propõe um orçamento de 300 mil milhões de euros para o setor, no âmbito da proposta para o quadro financeiro plurianual período de 2028 a 2034 apresentada esta quarta-feira.

Além destas verbas ficarem 22% abaixo dos 387 mil milhões de euros alocados até 2027 à Política Agrícola Comum, os fundos serão “nacionalizados”, passando a ser geridos pelos países, juntamente com os fundos de coesão, ao abrigo dos chamados planos de parcerias nacionais e regionais.

Na apresentação do que qualificou como o “orçamento mais ambicioso de sempre”, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, explicou que a Comissão Europeia quer mudar a estrutura do orçamento para prever um plano para cada país com reformas e investimentos importantes, projetados e implementados em parceria, mas centralizado no governo nacional, seguindo um modelo semelhante ao do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Será no âmbito deste novo modelo que os fundos para a agricultura, até agora geridos através da PAC, serão centralizados nos governos, onde serão geridos juntamente com os fundos para a coesão. O Executivo português defendia que estes fundos mantivessem uma gestão separada. Numa carta enviada recentemente à entidade liderada por Ursula von der Leyen, o Governo português sustentou que coesão e agricultura devem ser fundos autónomos com financiamento adequado, marcando assim posição contra os possíveis cortes na Política de Coesão e nas verbas para a Agricultura.

A CAP também se pronunciou contra a nacionalização da Política Agrícola Comum, juntando-se esta quarta-feira ao protesto dos Agricultores europeus, que se manifestam em Bruxelas contra a proposta da Comissão Europeia, que dilui a PAC num único orçamento, deixando aos governos nacionais a responsabilidade sobre a gestão e prioridade dos fundos.

Apesar da oposição de vários países e dos agricultores a esta alteração, a presidente da Comissão garante que “a agricultura vai ser reforçada”, destacando que “os agricultores podem aceder a mais financiamento”, indo buscar financiamento a outros fundos. Vai ser um orçamento “mais direcionado, focado e transparente e a agricultura vai beneficiar desta realidade”, argumentou a responsável.

A proposta apresentada pela Comissão refere a possibilidade de serem criadas sinergias, permitindo criar “uma estratégia mais coerente para revitalizar as áreas rurais e garantir a renovação geracional”.

Por outro lado, Bruxelas refere que além da PAC, os agricultores poderão ser apoiados por outros planos, “como investimentos em zonas rurais apoiados por fundos de coesão; ferramentas de cooperação como o LEADER para desenvolver atividades de formação rural; ou apoio a reformas em benefício do setor agrícola (por exemplo, reformas fiscais para facilitar a transmissão de propriedades agrícolas ou benefícios sociais para jovens agricultores, a fim de incentivar a renovação geracional)”.

Os Estados-Membros poderão ainda utilizar os montantes de flexibilidade não programados para apoiar os agricultores afetados por desastres naturais. “A ‘rede de segurança da unidade”, incluída no Instrumento da UE, permitirá à Comissão reagir rapidamente a perturbações de mercado que afetem o setor agrícola. O Instrumento da UE também permitirá que os Estados-Membros recebam financiamento para desastres naturais, outras crises ou novas prioridades que possam afetar o setor agrícola”, detalha o documento divulgado pela Comissão Europeia.

Numa primeira reação ao plano apresentado por Bruxelas, o ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, critica esta “nacionalização” dos fundos para a agricultura e defende que não faz sentido juntar os valores da Política Agrícola Comum com a Coesão e garante: “Portugal vai defender que é muito importante garantir fundos específicos para a agricultura”.

Não faz muito sentido estar a fazer uma opção entre rendimentos dos agricultores ou construir uma escola ou um hospital. Isto não é opção que se faça. Tem de haver uma diferenciação entre os fundos da PAC e os fundos da Coesão”, disse em declarações à RTP3.

(Notícia atualizada)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Portugal vai defender que é muito importante garantir fundos específicos para a agricultura”, diz Castro Almeida

"Não faz muito sentido estar a fazer uma opção entre rendimentos dos agricultores ou construir uma escola ou um hospital. Isto não é opção que se faça", disse Castro Almeida.

O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, defende que, face à proposta de novo orçamento apresentada esta quarta-feira pela Comissão Europeia, não faz sentido juntar os valores da Política Agrícola Comum (PAC) com a Coesão e garante: “Portugal vai defender que é muito importante garantir fundos específicos para a agricultura”.

Não faz muito sentido estar a fazer uma opção entre rendimentos dos agricultores ou construir uma escola ou um hospital. Isto não é opção que se faça. Tem de haver uma diferenciação entre os fundos da PAC e os fundos da Coesão”, disse em declarações à RTP3.

Apesar da apresentação de Ursula von der Leyen não deixar claro, acredita que a PAC e a Coesão estão “metidos” numa “roupagem comum”, mas que depois há uma gaveta específica que garante “mínimos para a política agrícola”.

“O que foi apresentado hoje é um princípio e há muito para negociar ao longo de um ano e meio. Portugal vai defender que é muito importante garantir fundos específicos para a agricultura. Porque no fim do dia, se não houver fundos para a PAC, vão ser fundos nacionais que vão apoiar a agricultura e aí vamos ter os países mais ricos a ter um tratamento diferente dos mais pobres e Portugal aí vai perder”, assume.

Apesar de a Comissão não ter apresentado qual é o número de cada país, Castro Almeida garante que é “evidente” que vai haver maior competição e que Portugal vai ter de ser preparar, sobretudo na área da competitividade.

As empresas portuguesas vão ter de se preparar para concorrer a fundos europeus em concorrência com as demais empresas europeias. Esse é o trabalho sério que temos que fazer a partir de agora”, disse, sublinhado que independentemente de serem fundos atuais ou futuros, Portugal tem de saber executar “bem” os mesmos.

“Os fundos que aí vêm vão ser mais competitivos e nós temos que nos preparar para investir bem para que deem resultados e os resultados tem que se traduzir em melhores condições de vida para as pessoas”, acrescentou.

Esta quarta-feira, a Comissão Europeia apresentou uma proposta de orçamento de dois biliões de euros para os próximos sete anos, uma subida dos 1,11% do Rendimento Nacional Bruto da União Europeia para 1,26%. O documento apresentado pela presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, representa assim uma subida face aos 1,2 biliões de euros face ao atual quadro, depois de intensas negociações na noite de terça-feira e desta manhã. O orçamento destina 300 mil milhões de euros para a agricultura, 218 mil milhões de euros para coesão para as zonas menos desenvolvidas, dois mil milhões para as pescas e 131 mil milhões de euros para a área da defesa e espaço.

O quadro financeiro plurianual para o período de 2028 a 2034 vai articular-se em torno de três funções fundamentais: o apoio aos Estados-Membros através de planos de parcerias nacionais e regionais, apoios a empresas através do fundo de competitividade e aos parceiros através da Europa global. O bolo total do próximo orçamento de longo prazo tem de enquadrar novos desafios da União Europeia, sobretudo a defesa, bem como o pagamento da dívida emitida para financiar o Next Generation UE a partir de 2027.

Após a apresentação, os eurodeputados apontaram falhas ao quadro financeiro plurianual (QFP) para o período de 2028 a 2034 da Comissão Europeia e assumem que os “números não batem certo”. E garantiram: o “ponto de partida da proposta revela uma espantosa falta de ambição”.

(Notícia atualizada às 17h41)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas propõe imposto sobre grandes empresas e mais quatro novos recursos para pagar políticas da UE

Proposta da Comissão prevê arrecadar 58,5 mil milhões de euros ao ano com os recursos próprios. Imposto sobre grandes empresas deverá gerar, em média, cerca de 6,8 mil milhões por ano.

A Comissão Europeia propõe arrecadar cerca de 58,5 mil milhões de euros por ano (a preços de 2025) com cinco novos recursos próprios, entre os quais um imposto sobre os lucros das grandes empresas, para ajudar a pagar o próximo orçamento de longo prazo da União Europeia.

A proposta apresentada esta quarta-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para o quadro financeiro plurianual entre 2028 e 2034 prevê uma dotação global de dois biliões de euros, ou 1,26% do Rendimento Nacional Bruto da UE, em média, entre 2028 e 2034.

Para o financiar, bem como pagar pós-2027 a dívida emitida durante a pandemia para pagar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) avança com a proposta de novos recursos próprios, de modo a manter estáveis as contribuições nacionais dos Estados-membros (que também financiam o plano), segundo von der Leyen.

Em conjunto, estima-se que estes cinco novos recursos próprios e outros elementos do pacote de recursos próprios apresentado hoje gerem receitas de aproximadamente 58,5 mil milhões de euros ao ano (a preços de 2025)“, adianta o executivo comunitário em comunicado.

Bruxelas propõe assim, tal como tinha feito em 2021, que as receitas do Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da UE, com o qual espera um retorno de, em média, 9,6 mil milhões de euros por ano, sejam canalizadas para o orçamento da UE, bem como um ajustamento dos recursos gerados pelo Mecanismo de Ajustamento de Carbono nas Fronteiras (CBAM), prevendo que possa gerar cerca de 1,4 mil milhões de euros por ano, em média.

A estes dois recursos, somam-se as propostas de um recurso próprio baseado nos resíduos eletrónicos não recolhidos, do qual espera mais de 15 mil milhões de euros por ano, um imposto especial de consumo sobre o tabaco, baseado na aplicação de uma taxa sobre a taxa mínima do imposto especial de consumo específica do Estado-membro cobrada sobre os produtos do tabaco e com o qual prevê arrecadar 11,2 mil milhões de euros por ano, em média.

Paralelamente, propõe ainda uma contribuição anual única das grandes empresas, que operem e vendam na UE com um volume de negócios líquido anual de, pelo menos, 100 milhões de euros. Nas contas do executivo este imposto pode gerar cerca de 6,8 mil milhões de euros por ano, em média.

De acordo com a proposta da Comissão, os cinco novos recursos próprios deverão ser introduzidos a partir de 1 de janeiro de 2028. No entanto, o roteiro apresentado esta quarta-feira é apenas um ponto de partido para as negociações que vão decorrer entre o executivo comunitário, o Parlamento Europeu e os Estados-membros.

O reembolso dos empréstimos da UE alocados ao NextGenerationEU terá início em 2028 e decorrerá até 2058. Na proposta divulgada esta quarta-feira, a Comissão Europeia propõe um montante anual fixo para o reembolso da dívida entre 2028 e 2034, incluindo juros e capital, de 24 mil milhões de euros ao ano a preços correntes, representando um custo total de 168 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Temos de construir produtos no setor segurador mais fáceis de compreender”

Apostar na simplificação da comunicação digital, sem deixar de lado o peso da literacia financeira no percurso escolar foi defendido por especialistas no FNS25. Veja o painel na íntegra aqui.

O quarto painel da edição de 2025 do Fórum Nacional de Seguros juntou António Tomé Ribeiro, diretor de Marketing e Clientes da Fidelidade, e Miguel Rijo, diretor de Seguros da Área Digital do Doutor Finanças, para falar sobre ‘O papel dos seguros na inclusão financeira’.Pedro Granadeiro | ECO

Uma das condições imprescindíveis para os consumidores terem acesso a produtos financeiros adequados às suas necessidades é conhecê-los e compreendê-los. Sem saber da existência ou como funcionam é muito difícil – ou mesmo impossível – para o consumidor investir ou proteger-se de riscos através de seguros e produtos a estes ligados, e, quando o faz nestas condições, pode desconhecer como funcionam.

Estas foram algumas das conclusões do painel “O papel dos seguros na inclusão financeira” que reuniu António Tomé Ribeiro, diretor de Marketing e clientes da Fidelidade e Miguel Rijo, diretor de Seguros da Área Digital do Doutor Finanças na 4.ª edição do Fórum Nacional de Seguros.

Inovar a forma de construir e comunicar os produtos de seguros e a si associados por parte das seguradores e distribuidores, seja digital ou fisicamente, para chegar aos diferentes públicos foram objeto de análise e discussão num painel dedicado à partilha de ideias que podem abrir caminho para o setor estar mais próximos dos clientes.

Veja aqui na íntegra o que se passou no painel:

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.