Pedro Nuno considera que Amadora-Sintra é retrato do SNS e acusa ministra de não dar resposta

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

O secretário-geral do PS alertou que a situação no Amadora-Sintra é "de absoluta instabilidade, num hospital que serve meio de milhão de pessoas" e "não tem tido, até agora, resposta eficaz".

O secretário-geral do PS avisou esta terça-feira que a situação que se vive no Hospital Amadora-Sintra é “apenas o retrato do que está a passar em muitas áreas do SNS”, acusando o Governo de não estar a dar resposta.

No Dia Internacional de Luta contra o Cancro, Pedro Nuno Santos visitou esta manhã a ala pediátrica do Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, e, no final da visita, em declarações aos jornalistas, abordou a situação que se vive atualmente no Hospital Amadora-Sintra.

Não só tivemos a demissão do diretor do serviço de urgência, como temos os médicos internos a queixarem-se das condições de trabalho, o bastonário da Ordem dos Médicos a fazer um apelo desesperado à senhora ministra da Saúde e equipas que estão a funcionar com um número de pessoas abaixo do adequado”, afirmou.

O secretário-geral do PS alertou que a situação no Amadora-Sintra é “de absoluta instabilidade, num hospital que serve meio de milhão de pessoas”, e “não tem tido, até agora, resposta eficaz, forte determinada do Ministério da Saúde e do Governo”.

“Mas é apenas o retrato do que se está a passar em muitas áreas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), área com a qual nós estamos muito preocupados e que contrasta de forma muito negativa com as expectativas que o senhor primeiro-ministro lançou durante toda a campanha eleitoral”, disse.

Pedro Nuno Santos elogiou “o trabalho extraordinário” feito no instituto e manifestou solidariedade “não só aos doentes que padecem desta doença tão dura”, mas também aos “profissionais que se dedicam diariamente” a tratá-los.

“O nosso objetivo não é fazer nenhuma crítica política ou partidária ao Governo, mas sim enaltecer trabalho daqueles que se dedicam ao combate, à luta contra o cancro e, obviamente, apelar a quem tem neste momento responsabilidades governativas para que continue a dar todo o apoio que é necessário”, pediu.

O secretário-geral do PS afirmou que, no caso da oncologia pediátrica, “não há mesmo plano B porque não existe setor privado” e frisou que por isso é que é “tão importante cuidar da capacidade do Serviço Nacional da Saúde (SNS) para dar resposta às necessidades dos doentes com cancro”.

Pedro Nuno Santos referiu que, ainda em agosto, o Governo anunciou que “tinham terminado todos os doentes à espera para lá do tempo máximo recomendado por uma cirurgia oncológica”, mas frisou que não foi preciso “passar muito tempo” para voltar a haver.

“É fundamental que se perceba que as políticas que se adotam não podem ter apenas um impacto conjuntural para o anúncio político, elas têm que ser políticas que se transformem, do ponto de vista estrutural, a saúde”, disse.

Questionado se, durante a visita ao IPO, teve oportunidade de confirmar as notícias que indicam que a avaria de elevadores no instituto está a provocar a interrupção dos transplantes da medula óssea, Pedro Nuno Santos respondeu que, segundo o que lhe disseram, foi aberto um procedimento “para a substituição do equipamento, ou de peças do equipamento, e isso é num processo que tem demorado”.

“Estamos a falar de equipamentos com 30 anos e julgo que são essas as razões para os constrangimentos, que obviamente têm de ser obviados com uma maior rapidez”, disse.

No entanto, Pedro Nuno Santos referiu que “o elevador é a ponta do ‘iceberg, o IPO é muito mais do que isso e é preciso investimento para que tenha cada vez melhores condições”.

Tem sido, ao longo dos anos, um serviço de excelência no quadro do SNS e é importante que continue a ser esse serviço de excelência. Para isso, é preciso investimento”, disse.

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Espanha prepara redução da semana de trabalho para 37,5 horas

Redução da semana de trabalho em Espanha foi aprovada em Conselho de Ministros e segue agora para o Parlamento. Em Portugal, 40 horas semanais são a norma.

O Governo espanhol aprovou esta terça-feira em Conselho de Ministros um acordo que prevê a redução da semana de trabalho das atuais 40 horas para 37,5 horas. Essa diminuição terá ainda de receber “luz verde” do Parlamento de Espanha, sendo que, de acordo com a Bloomberg, o esperado é que a semana de trabalho só mude efetivamente a partir do arranque do próximo ano.

Depois da reunião de Conselho de Ministros, a ministra do Trabalho, Yolanda Diaz, fez questão de salientar que há mais de quatro décadas que a semana de trabalho não é alterada em Espanha, frisando que a transformação em causa não é apenas económica ou laboral. “É um projeto para o país, uma medida que irá modernizar Espanha“, salientou a governante.

Já o primeiro-ministro, Pedro Sanchez, já tinha assinalado que a dignidade no trabalho é uma das prioridades do atual Governo de Espanha, para que todos os cidadãos possam “trabalhar para viver e não viver para trabalhar”.

Há mais de um ano que esta redução da semana de trabalho está a ser discutida em Espanha, mas tem havido atrito entre o Governo, os sindicatos e os empregadores, segundo reporta o El Economista. Tanto que a diminuição que agora segue para o Parlamento foi acordada com as centrais sindicais, mas as confederações empresariais abandonaram as negociações.

A medida irá impactar 13 milhões de trabalhadores, de acordo os sindicatos. Importa notar que, por exemplo, o setor público espanhol já goza das 37,5 horas semanas.

Em contraste, em Portugal, a semana de trabalho prevista na lei para empregos a tempo inteiro é de 40 horas. Porém, a Função Pública cumpre 35 horas semanais e nalguns setores do privado estão previstas também durações diferentes do que as tais 40 horas, em função do acordado em negociação coletiva.

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Agência Portuguesa do Ambiente chumba plano do ruído da ANA Aeroportos

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

Plano de ação contra o ruído da empresa gestora do aeroporto de Lisboa "não satisfaz”. ANA vai ser notificada até 20 de fevereiro sobre a necessidade de mudanças no plano, avisa Pimenta Machado.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) chumba o novo plano de ação contra o ruído da empresa gestora do aeroporto de Lisboa e vai notificá-la nesse sentido até 20 de fevereiro, disse o presidente da APA, Pimenta Machado.

Falando na comissão parlamentar de Ambiente e Energia, Pimenta Machado disse que a ANA, Aeroportos de Portugal apresentou em novembro de 2024 um plano de ação para vigorar até 2029 e que “pelos elementos entregues não satisfaz”, acrescentando que nos prazos legais, até 20 de fevereiro, a ANA será notificada sobre a necessidade de mudanças no plano.

O presidente da APA disse também que em setembro do ano passado a APA notificou a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) do incumprimento por parte da ANA de compromissos que tinha assumido no anterior plano de ação 2019-2023.

Esse plano contra o ruído continha 34 medidas, mas a ANA nunca chegou a por em prática três delas. Pimenta Machado mas também Ana Teresa Peres, que na altura era quadro da APA (saiu no final do ano passado), disseram que as medidas foram quase todas implementadas, menos as mais importantes. Nomeadamente o programa de insonorização de prédios, pelo que o IGAMAOT foi notificado, por ser a entidade com competências para instruir processos e aplicar coimas.

Os programas (como o chamado Programa Bairro), do plano de ação da ANA contra o ruído, para intervenções de insonorização em edifícios sensíveis (como escolas ou hospitais) mas também em outros edifícios, previam duas fases: uma a começar em janeiro de 2021 e outra em janeiro de 2022.

“A ANA adiou o início do programa”, primeiro por causa da pandemia de Covid-19 e depois por questões ligadas a financiamento, pelo que em julho de 2024, no final do programa, nada tinha começado, como também não tinham sido feitos os inquéritos às populações vizinhas do aeroporto que estavam previstos, explicou Ana Teresa Peres.

Sobre a questão polémica da necessidade ou não de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para aumento da capacidade do aeroporto Humberto Delgado, que o Governo diz não ser necessária mas que a APA diz ser precisa, Pimenta Machado reafirmou a necessidade dessa AIA.

A APA recebeu dois pedidos de enquadramento sobre dois projetos, um em setembro de 2023 e outro em outubro de 2024, disse Pimenta Machado, explicando que o primeiro se relaciona com o conforto dos passageiros, obras para, em resumo, evitar os autocarros e usar as chamadas mangas, concluindo-se que o impacto não era significativo.

O projeto apresentado em outubro contempla intervenções na zona exterior à pista (ligação mais rápida entre a pista e o terminal) e uma intervenção que leva a um aumento do número de voos, e isso, frisou o responsável, tem um “impacto significativo”, pelo que em dezembro se concluiu que era necessária uma AIA.

Questionado pelos deputados, Pimenta Machado também esclareceu que não compete à APA fiscalizar o incumprimento reiterado do período de voos noturnos sem aviões mas sim à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).

A audição decorreu de um requerimento do PS sobre o aumento de voos no aeroporto Humberto Delgado e sobre a AIA, tendo sido também ouvida a associação ambientalista Zero.

Pedro Nunes, pela Zero, destacou que na Europa o aeroporto de Lisboa é o que mais penaliza a população e que os limites de voos noturnos são sistematicamente violados, salientando também os malefícios para a saúde do ruído e da poluição do ar. E disse que a ZERO considera ineficaz o plano para o ruído da ANA para o próximo período até 2029.

Acácio Pires, também da Zero, disse que todas as obras no aeroporto de Lisboa desde 2019 deviam ter sido objeto de AIA e salientou que “é preciso iniciar quanto antes a AIA de Alcochete”, zona escolhida para novo aeroporto.

Quanto às coimas por voos em período noturno o responsável lamentou que a ANAC não publique dados sobre as violações e as multas aplicadas.

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Tarifas dos EUA? “Entre amigos também podem surgir problemas”, reage Costa

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

"Também entre amigos podem surgir problemas e diferenças de opinião, [mas] quando isso acontece temos de os abordar, de falar e de encontrar soluções", disse António Costa sobre as ameaças de Trump.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta terça-feira que os Estados Unidos “são amigos” da União Europeia (UE) e que “também entre amigos podem surgir problemas”, razão pela qual devem ser encontradas soluções, face às ameaças comerciais.

“Os Estados Unidos são nossos amigos, nossos aliados e nossos parceiros e também entre amigos podem surgir problemas e diferenças de opinião, [mas] quando isso acontece temos de os abordar, de falar e de encontrar soluções”, disse António Costa.

Discursando no final da Conferência dos Embaixadores da UE sobre “A política externa europeia que dá resultados”, em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu apontou que os blocos europeu e norte-americano “têm sido pilares da ordem baseada em regras, respeitando a soberania nacional, a integridade territorial, a estabilidade das fronteiras e a Carta das Nações Unidas”.

“A União Europeia defenderá o respeito universal do Direito internacional e da ordem assente em regras em todo o lado”, apontou, numa alusão às investidas do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a Gronelândia, um território autónomo gerido pela Dinamarca.

O encontro surgiu numa altura em que Donald Trump reivindica um maior acesso ao Ártico e manifesta interesse em adquirir a Gronelândia, possibilidade que os líderes da UE rejeitam.

O Presidente dos EUA também tem ameaçado aumentar as tarifas sobre as importações de bens do bloco europeu.

Após ter tomado posse no início de dezembro passado, o também antigo primeiro-ministro português disse nesta intervenção que, durante estes dois meses de mandato, tem vindo a manter “contactos estreitos com dirigentes de todo o mundo”. Segundo fontes ouvidas pela Lusa, não está, para já, previsto um encontro bilateral com Donald Trump.

“Foram mais de 30 reuniões e chamadas para melhorar o nosso empenho e proteger os nossos interesses. A União Europeia pode tirar partido dos seus pontos fortes [porque] dispomos dos instrumentos e da vontade política, [mas] precisamos de adaptar as nossas abordagens” e “é por isso que as cimeiras deste ano são tão importantes”, vincou António Costa, aludindo aos encontros de alto nível marcados para 2025, com a África do Sul, a Ásia Central, o Brasil, o Reino Unido e o Japão.

“Estamos também a trabalhar em possíveis cimeiras futuras, nomeadamente com a União Africana e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas”, referiu ainda o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado europeus.

As declarações surgem um dia após o primeiro retiro de líderes da UE, iniciativa criada por Costa para debates mais informais entre os chefes de Governo e de Estado europeus e dedicada desta vez à área da segurança e defesa.

Salientando que “a Europa da Defesa deve ser parte integrante do projeto de paz”, António Costa disse que foi esse o resultado do retiro de segunda-feira, pois os líderes da UE “já não estão a discutir o ‘se’, mas ‘o quê’ e ‘como'” reforçar e financiar o investimento em defesa.

Para meados de fevereiro, está prevista a apresentação do programa de trabalho da Comissão Europeia para 2025, bem como uma comunicação da instituição sobre o caminho a seguir para o próximo Quadro Financeiro Plurianual, enquanto em meados de março será publicado um Livro Branco sobre o Futuro da Defesa Europeia.

Cálculos da Comissão Europeia divulgados em junho passado revelam que são necessários investimentos adicionais na defesa de cerca de 500 mil milhões de euros durante a próxima década.

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Altri atribui prémio de desempenho equivalente a dois salários

Empresa passou ainda a atribuir um subsídio de nascimento ou adoção de 650 euros por filho. Altri fez um investimento na ordem dos 5 milhões de euros nestas medidas.

A Altri atribuiu um prémio de desempenho equivalente a dois salários, bem como um subsídio de nascimento ou adoção de 650 euros por filho. Um investimento na ordem dos cinco milhões de euros.

“Este reconhecimento é uma forma de valorizar o empenho, a dedicação e o compromisso dos nossos colaboradores. Acreditamos que o sucesso da Altri é o resultado do trabalho árduo e da paixão de cada membro da nossa equipa e por esse motivo esta prática de reconhecimento em função dos resultados, é seguida pela Altri há muitos anos, fazendo parte da cultura da empresa”, afirma José Pina, CEO da Altri, citado em comunicado.

O prémio de desempenho, que se aplica aos mais de 800 colaboradores, “traduz-se num incremento de 14% na remuneração anual de cada colaborador no ano de 2024”, sendo esse montante pago juntamente com o salário de fevereiro, após a conclusão do processo de Gestão por Objetivos (GPO).

Uma medida que implicou um investimento na ordem dos cinco milhões de euros, adiantou fonte oficial da Altri ao ECO. Este valor exclui o prémio de desempenho da administração da empresa.

O produtor de fibras celulósicas reforçou ainda o pacote de benefícios, tendo a partir do início de 2025 passado a atribuir um subsídio de nascimento ou adoção, no valor de 650 euros, por cada filho.

No final de setembro de 2024, a Altri contava com 814 colaboradores, 104 dos quais com idades abaixo dos 30 anos, 484 entre os 30 e os 50 anos e 226 com mais de 50 anos.

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Anacom acusa Nowo de violar regras nos contratos e faturas

Regulador aplicou multa de pouco mais de 356 mil euros à operadora que agora pertence à Digi, acusando-a de ter violado a lei em várias situações relacionadas com contratação e faturação.

A autoridade das comunicações aplicou uma multa de cerca de 356 mil euros à Nowo, acusando a operadora de ter violado as regras da celebração e cessação de contratos e faturas detalhadas, anunciou a Anacom num comunicado.

As alegações remontam a um período anterior à compra da Nowo pela Digi, que foi anunciada e concluída no ano passado, e vão desde falhas na informação pré-contratual dada aos consumidores a pedidos de documentos que eram desnecessários para concretização de denúncias.

A Anacom entende que “os comportamentos adotados pela empresa são especialmente gravosos por resultarem no incumprimento de uma ordem legítima da Anacom que lhe foi regularmente comunicada, colocando em causa a própria regulação do mercado em que opera”.

Segundo o regulador, a Nowo “já apresentou recurso de impugnação judicial contra” esta decisão no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão. Uma decisão que implica que a operadora discorda dos factos de que é acusada.

A Anacom tem vindo a aplicar nos últimos meses várias multas às operadoras de telecomunicações por situações semelhantes a esta. Por exemplo, em outubro, a Nos foi multada em mais de um milhão de euros por violações das regras legais sobre contratos e suspensão de serviços.

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Construtora famalicense ACA ganha obra do novo hotel da cadeia Radisson em Gaia

A construir em 20 meses, Hotel Radisson Red Gaia terá 250 quartos distribuídos por oito pisos e ocupará área bruta superior a 12.200 metros quadrados. Saraiva Associados assina projeto de arquitetura.

A construtora famalicense ACA vai edificar o futuro Hotel Radisson Red, em Vila Nova Gaia, com um prazo de construção de 20 meses. “Esta obra representa mais um marco importante no nosso portefólio e reforça a nossa posição no exigente setor da construção de unidades hoteleiras”, assinala a empresa.

Com obras conhecidas no portefólio, como o Maison Albar – Le Monumental Palace ou o Hotel Aliados Plaza, ambos na cidade do Porto, a construtora minhota assinou esta semana o contrato e consignação da empreitada de construção do Hotel Radisson.

Este hotel vai integrar a marca internacional Radisson Red, reforçando a presença desta cadeia hoteleira no mercado português, segundo um comunicado partilhado pela empresa.

O Hotel Radisson Red Gaia terá 250 quartos, distribuídos por oito pisos acima do solo, ocupando uma área bruta de construção superior a 12.200 metros quadrados. A Saraiva Associados assina o projeto de arquitetura, enquanto as especialidades ficam a cargo da Enes – Consulting Engineering.

Esta obra representa mais um marco importante no nosso portfólio e reforça a nossa posição no exigente setor da construção de unidades hoteleiras.

ACA Engenharia e Construção

A ACA Engenharia e Construção tem um prazo de 20 meses para concluir a obra, “garantindo os mais altos padrões de qualidade e eficiência”. Esta obra “destaca-se pela sua escala, inovação e impacto económico, sendo mais um exemplo da confiança que investidores internacionais depositam na ACA para materializar projetos estratégicos”, detalha a empresa famalicense.

Esta empreitada vem, assim, reforçar “a capacidade de executar empreitadas de grande dimensão e complexidade, em prazos curtos, contribuindo para o desenvolvimento da infraestrutura turística da região do Porto”, completa na mesma nota.

Criado em 1982, o Grupo ACA conta no portefólio com uma obras em vários países e nas áreas da engenharia e construção, ciclo da água e gestão florestal e ambiental.

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Comissário dos transportes promete “apoio” a Portugal para ligações ferroviárias com a Europa

O comissário europeu do turismo e dos transportes sustentáveis sublinhou ainda, na Assembleia da República, que "não há tempo a perder" na indústria automóvel, que enfrenta dificuldades.

O comissário europeu Apostolos Tzitzikostas, responsável pelas pastas do turismo e dos transportes sustentáveis, afirmou esta terça-feira, no Parlamento português, que pretende apoiar Portugal na ligação ferroviária com Espanha e promover esta ligação entre Espanha e França.

Não só pode contar com o meu apoio para esta conexão [ferroviária, entre Portugal e Espanha], mas também para a conexão entre Espanha e França“, assim como o corredor Atlântico, que é de “máxima importância”, disse o comissário, assumindo que irá encontrar-se com os Governos destes dois países para avançar nestes temas.

A ligação entre Portugal e Espanha foi abordada após o comissário ser questionado se Portugal poderia contar com o apoio da União Europeia (UE) para construir a linha que liga Salamaca a Vilar Formoso. No entanto, no discurso inicial, já havia referido: “Uma viagem de três horas entre Lisboa e Madrid está ao nosso alcance, e terão todo o meu apoio”, sendo que Portugal submeteu candidaturas de projetos neste sentido ao programa de financiamento Connecting European Facilities (CEF).

Ainda no que diz respeito à ferrovia, o comissário disse querer simplificar a compra de bilhetes para estes transportes, para que seja equiparada, em facilidade, ao que acontece no transporte aéreo. “Hoje os viajantes têm de visitar muitas páginas online diferentes se querem usar diferentes empresas de comboios”, explicou. O objetivo é que exista um “bilhete inteligente” intermodal a nível europeu.

Sobre a indústria automóvel, o comissário afirmou que “não há tempo a perder”. Há cinco dias, foi lançado o Diálogo Estratégico com o setor, a nível europeu, que servirá para discutir os problemas e opções em cima da mesa, para que “esta indústria não esteja apenas segura, mas prospere”. Isto uma vez que representa 7% do Produto Interno Bruto (PIB) europeu.

“A questão aqui é com tornar esta indústria competitiva”, afirmou. Nesse sentido, remeteu para o Plano Industrial do Setor Automóvel, que deverá ser apresentado a 5 de março e responder aos problemas que estão a ser apresentados. “Temos de investir fortemente na industrialização, ter a certeza que nos mantemos competitivos” e que esta indústria vai continuar a ser “protagonista” a nível mundial.

No turismo, o comissário defendeu que o destino Europa, embora muito diversificado, seja apresentado num pacote único, já que é possível visitar várias cidades de países diferentes “muito facilmente”. Afirmou ainda estar a olhar para como estes pacotes poderão ser desenvolvidos.

Ao mesmo tempo, indicou que há que responder aos “desequilíbrios” do turismo, que sobrecarregam determinadas regiões e deixam outras, com potencial, de fora. Ao mesmo tempo, colmatar as dificuldades em atrair trabalhadores para o setor e, finalmente, digitalizá-lo e tornar as infraestruturas mais resilientes às alterações climáticas.

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Candidatos a bastonário dos advogados vão abdicar do ordenado? Dois sim e dois não

Cargo é remunerado desde o tempo de Marinho e Pinto, eleito em 2011. Desde então, apenas Menezes Leitão não recebeu ordenado. Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária e recandidata, é paga.

O cargo de bastonário da Ordem dos Advogados (OA) é remunerado – desde que exercido em exclusividade – como acontece atualmente, com o salário bruto de 7119,50 euros, equiparado ao de Procurador-Geral da República (PGR). Uma regra que não é obrigatória e que nasceu no mandato de António Marinho e Pinto, o 24ª bastonário e o primeiro a ser remunerado. O advogado de Coimbra exerceu o cargo de 2008 a 2014 (dois mandatos). A situação manteve-se com a sucessora, Elina Fraga e Guilherme de Figueiredo. Já Luís Menezes Leitão abdicou dessa remuneração.

Com as eleições (antecipadas) para 18 e 19 de março, o ECO/Advocatus foi saber com os quatro candidatos a bastonário se pretendem exercer o cargo em exclusividade e, consequentemente, ser remunerados. A candidata Fernanda de Almeida Pinheiro, atual bastonária recebe ordenado pelo exercício do cargo e assim presume-se que continuará, caso seja reeleita. Horas depois da publicação desta notícia, a bastonária disse ao ECO que não estava disponível para responder à questão.

Já José Costa Pinto foi o primeiro a assumir à Advocatus que, caso seja eleito, abdicará integralmente do salário. “Quero servir a Ordem, não servir-me dela. O meu mandato será um verdadeiro mandato de missão. Mais do que palavras, quero dar o meu exemplo, uma vez que também eliminarei todos os pagamentos aos membros do Conselho Geral que foram introduzidos por esta Bastonária. A Ordem precisa de uma gestão criteriosa, eficiente e focada nos advogados – não em benefícios internos nem em contrapartidas remuneratórias para os seus dirigentes”, disse o advogado mais novo na corrida ao Largo de São Domingos.

Acrescentando ainda que vai reduzir as quotas para todos os 36 mil advogados inscritos. “A Ordem existe para defender os advogados, não para lhes pesar nos ombros com contribuições desproporcionais nem com despesas desnecessárias. Esta é a mudança que quero liderar”, conclui.

Sócio fundador da Costa Pinto Advogados, José Costa Pinto, é atualmente Vogal da Direção do Instituto Português de Corporate Governance, Vice-Presidente da Comissão de Jurisprudência da Sociedade de Geografia de Lisboa e Vogal da Direção Executiva do Observatório Português de Compliance e Regulatório.

É também vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral da GALP, desde maio de 2023, e ainda secretário da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, desde 2018. É também presidente da mesa da assembleia geral de várias sociedades e fundos de investimento.

José Costa Pinto, de 42 anos, foi Associado Sénior da Uría Menéndez – Proença de Carvalho e estagiário na Simmons & Simmons. e presidente da Associação Nacional de Jovens Advogados Portugueses (ANJAP) entre 2014 e 2018.

“É o momento de afirmar uma nova voz que una os advogados e os volte a reunir em torno de uma Casa Comum que sirva o seu propósito. É o momento de afirmar uma nova voz que melhore as condições efetivas de exercício da profissão e que converta a força coletiva da Advocacia num instrumento solidário e dialogante ao serviço do projeto de vida de cada um. É o momento de afirmar uma nova voz que reponha a Ordem dos Advogados como uma instituição central do Estado de Direito e primeira promotora da ‘defesa pela defesa’”, diz o advogado.

José Costa Pinto, sócio fundador da Costa Pinto Advogados, em entrevista ao podcast do ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

João Massano, atual líder da Regional de Lisboa, vai pelo mesmo caminho e defende que encara o cargo de bastonário “como uma honra e uma missão conferida pelos colegas. Não pretendo exercê-lo em exclusividade, pois acredito que manter a prática da advocacia é fundamental para compreender os desafios reais da profissão. A minha experiência como Presidente do Conselho Regional de Lisboa mostrou-me que o sucesso depende mais da estratégia, do empenho e do compromisso do que do tempo dedicado exclusivamente ao cargo. Estou habituado ao ritmo intenso e preparado para este desafio, conciliando as responsabilidades institucionais com a advocacia”, diz o candidato. “O meu objetivo é liderar eficazmente, mantendo uma conexão direta com as realidades do dia-a-dia dos Advogados, para melhor servir a Ordem e a nossa classe”, concluiu.

Ligado ao Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados desde 2011. Primeiro, como Vogal-Tesoureiro do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, para o triénio 2011-2013, e, nos dois mandatos seguintes, como Vice-Presidente responsável pelo pelouro da Formação, nos triénios 2014-2016 e 2017-2019. Em novembro de 2019, foi eleito Presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados. Mandato que foi renovado há quase dois anos.

O advogado lançou candidatura à Ordem dos Advogados sob o lema “Devolver a Ordem aos Advogados”. Para João Massano, “há dois anos e meio, quando me recandidatei à presidência do Conselho Regional de Lisboa (CRLisboa), sentia-me dividido entre o trabalho que ainda tinha por fazer e uma vontade de devolver o prestígio à Ordem, com uma possível candidatura a Bastonário”. Para o mesmo, “essa divisão emocional entre dois projetos já não existe. Neste momento, uma candidatura que devolva a Ordem à Advocacia e aos Advogados é mais importante”.

Advocatus Summit Porto - 22SET20
João Massano, presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos AdvogadosHugo Amaral/ECO

 

Ricardo Serrano Vieira, responde no sentido oposto. “Obviamente, vou dedicar-me a 100% às funções de bastonário. Os meus colegas conhecem-me da barra do Tribunal e esta experiência no terreno permite-me conhecer os desafios reais da profissão, mas a Ordem dos Advogados é um compromisso que exige foco e dedicação. E esse é o compromisso que assumo. Até ao final de maio, terei de concluir os julgamentos que já tenho marcados, tendo em conta que, em média, participo em cerca de 30 sessões de julgamento por mês”, diz o advogado. Irei assegurar uma transição responsável, para a qual contarei com uma equipa de 20 Advogados altamente experientes, preparados para garantir a implementação do nosso programa, fortalecendo a Advocacia e assegurando um mandato focado nos interesses de todos os Advogados”, concluiu.

“Apesar deste contexto inesperado de eleições antecipadas e depois de falar com muitos colegas, decidimos avançar com uma candidatura que defende uma Ordem para a profissão e representa um compromisso com os Advogados. Tomámos esta decisão e considerámos importante comunicá-la primeiro aos colegas, antes de o fazer junto de entidades externas à profissão. Em breve, iremos partilhar consigo o nosso programa e toda a equipa. Seria uma honra poder contar com o seu apoio e participação”, conclui.

O advogado é especialista em direito penal e já esteve em casos mediáticos como a da cegueira do hospital de Santa Maria, na defesa de inspetores do SEF – condenados pela morte do ucraniano Ihor Homeniuk – e na do ex-agente da Polícia Marítima acusado de ter sequestrado a filha menor, em 2012, condenado a três anos e dois meses de prisão efetiva pelo crime de sequestro agravado. E ainda dos oficiais da Polícia Judiciária Militar no processo de Tancos.

O advogado Ricardo Serrano Vieira

Fernanda de Almeida Pinheiro foi a primeira candidata oficial às eleições antecipadas de março de 2025, anunciando logo no dia em que anunciava o ato eleitoral, no final de novembro.

“Apresento a minha recandidatura a bastonária da Ordem dos Advogados. Esta decisão reflete o nosso compromisso com a Advocacia e a continuidade do trabalho que iniciámos, num momento crucial para o futuro da nossa profissão” com o mote “Juntos Pela Ordem que Queremos!”.

“Estas eleições antecipadas são decorrentes do novo Estatuto da Ordem dos Advogados que entrou em vigor em abril de 2024. Perante os desafios impostos pela implementação deste novo quadro legal e perante as críticas públicas (incluindo de titulares dos órgãos da OA), apresentação de recursos e ameaças de ações judicias à nossa opção de designação do Conselho de Supervisão, vimo-nos forçados a convocar eleições antecipadas para garantir a estabilidade e a legitimidade plena dos órgãos da Ordem, alinhados com os desafios que temos pela frente. A nossa missão, ainda em curso, exige determinação e continuidade. Parar agora seria abdicar do progresso alcançado nos últimos quase dois anos e comprometer o futuro da advocacia”, disse, à data, a bastonária.

(Atualizada às 16.35)

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IHRU autoriza municípios da Área Metropolitana de Lisboa a construir mais de 10 mil casas

A Área Metropolitana de Lisboa já entregou 4.700 casas a famílias carenciadas do total das 10.500 habitações agora aprovadas pelo IHRU, no âmbito do PRR.

Os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) já têm luz verde para construir ou reabilitar 10.500 casas depois de o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) ter validado mais de 42% das candidaturas que apresentaram no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Dessas 10.500 habitações, cerca de 4.700 já foram entregues às famílias, o que corresponde a aproximadamente 19% do total das casas que as autarquias candidataram, contabiliza a AML, num comunicado enviado às redações.

Até janeiro deste ano, os 18 municípios da área metropolitana de Lisboa submeteram candidaturas para a construção ou reabilitação de 25.000 casas a financiamento do PRR. O Governo tinha estipulado a aprovação de 26.000 habitações para todo o país.

HabitaçãoLusa

“Este elevado volume de candidaturas é ilustrativo das carências habitacionais sentidas na região”, que já em 2022 ascendiam a 50 mil agregados familiares, de acordo com o “Diagnóstico das Condições Habitacionais Indignas da Área Metropolitana de Lisboa” apresentado em novembro desse ano.

Entretanto, a AML está a proceder a uma estimativa de custos e receitas das rendas referente à gestão do parque habitacional público sob a gestão das 18 autarquias. Com estes dados, os municípios podem depois “sustentar a necessidade de reforço da comparticipação do Estado na promoção habitacional e na reabilitação deste parque habitacional”, explana a AML.

Fazem parte desta entidade os municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

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Euribor a três e a seis meses cai para novos mínimos de cerca de dois anos

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2025

Esta terça-feira, as taxas Euribor caíram para 2,541% a três meses, para 2,475% a seis meses e para 2,350% a 12 meses.

A Euribor desceu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde fevereiro de 2023 e dezembro de 2022, e nos dois prazos mais longos para níveis abaixo de 2,5%. Com estas alterações, na terceira sessão depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido de novo as taxas diretoras, a taxa a três meses, que baixou para 2,541%, continuou acima da taxa a seis meses (2,475%) e da taxa a 12 meses (2,350%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou para 2,475%, menos 0,061 pontos do que na segunda-feira e um novo mínimo desde 9 de dezembro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, para 2,350%, menos 0,086 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu, ao ser fixada em 2,541%, menos 0,021 pontos e um novo mínimo desde 2 de fevereiro de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,47% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,92% e 25,58%, respetivamente.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e que não poderá ser superior a 2,50% nem inferior a 0%. A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, em janeiro de 2025 foi fixada em 2,500%.

Em termos mensais, a média da Euribor em janeiro voltou a descer a três e a seis meses, mas subiu a 12 meses, pela primeira vez depois de nove meses a cair. Enquanto a média da Euribor a 12 meses subiu 0,089 pontos para 2,525% em janeiro, as médias a três e a seis meses continuaram a cair, designadamente, para 2,704%, menos 0,121 pontos percentuais que em dezembro, e para 2,614%, menos 0,018 pontos.

Na reunião de política monetária de 30 de janeiro e como antecipado pelos mercados, o BCE baixou de novo, pela quarta reunião consecutiva, a principal taxa diretora em 25 pontos base. A próxima reunião de política monetária da instituição liderada por Christine Lagarde realiza-se em 5 e 6 de março em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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China já retaliou contra tarifas de Trump, mas abre a porta a negociação com EUA

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Fevereiro 2025

Medidas retaliatórias da China incluem controlos à exportação de metais para eletrónica e possíveis sanções à dona da Calvin Klein e à Tesla. Trump e Xi Jinping devem conversar no final da semana.

No dia em que entra em vigor a tarifa adicional de 10% sobre todas as importações chinesas para os EUA, Pequim deu a conhecer a prometida retaliação contra as mais recentes restrições comerciais impostas por Donald Trump. Além de novas taxas sobre uma série de produtos provenientes dos Estados Unidos, entre os quais carvão, petróleo e gás natural liquefeito (GNL), abriu uma investigação à Google, adicionou a dona da Calvin Klein à lista de “entidades não fiáveis” e impôs controlos à exportação de equipamento militar, painéis solares e metais essenciais para equipamentos eletrónicos.

As medidas, anunciadas esta terça-feira pelo Ministério do Comércio da China, devem entrar em vigor a partir de 10 de fevereiro. O que está a ser encarado como uma estratégia do gigante asiático para uma “diplomacia de última hora” entre Xi Jinping e o homólogo norte-americano, que planeiam falar com no final da semana, segundo um porta-voz da Casa Branca.

Presidente dos EUA, Donald J. Trump, e o homólogo chinês, Xi Jinping, numa cerimónia de boas-vindas no Grande Salão do Povo em Pequim, China, 2017.EPA/ROMAN PILIPEY

“Se ocorrerem conversações entre os dois líderes nos próximos dias, há espaço para ajustes, isenções parciais ou gestos recíprocos que poderiam evitar uma nova espiral de tensões comerciais“, considera Julien Chaisse, professor da City University de Hong Kong e especialista em Direito Económico Internacional, citado pela Al Jazeera. Mas, ressalva, tudo depende da interpretação que Donald Trump fizer destas medidas.

No entanto, ao contrário do Canadá e do México, com quem o líder da Casa Branca chegou a acordo na segunda-feira para suspender por 30 dias as tarifas que se preparava para aplicar aos países vizinhos, não será tão fácil um acordo entre a China e e EUA.

É claramente mais difícil para os EUA e a China chegarem a acordo sobre as exigências económicas e políticas de Trump. O anterior otimismo do mercado em relação a um acordo rápido ainda parece incerto”, assinalou Gary Ng, economista sénior da Natixis em Hong Kong, citado pela Reuters.

O economista da Natixis alerta que, mesmo que as duas maiores potências económicas do mundo cheguem a acordo sobre algumas questões, “é possível que as tarifas sejam utilizadas como uma ferramenta recorrente, o que pode ser uma fonte importante de volatilidade do mercado este ano”.

Em resposta às novas tarifas impostas pelos EUA, o Ministério das Finanças chinês anunciou a aplicação de taxas de 15% sobre o carvão e o GNL e de 10% sobre o petróleo, o equipamento agrícola e alguns camiões provenientes dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos representaram apenas 1,7% das importações de petróleo da China no ano passado, no valor de cerca de 6 mil milhões de dólares, enquanto forneceram cerca de 6% das importações de GNL da China.

Empresas do setor de maquinaria agrícola e de construção como a Caterpillar, a Deere & Co. e a AGCO podem ser afetadas pelas taxas chinesas. Mas também a Tesla, detida por Elon Musk, caso o Cybertruck — que, neste momento, ainda aguarda ‘luz verde’ das autoridades de Pequim para iniciar as vendas no país — seja designado como um “camião elétrico”.

Se ocorrerem conversações entre os dois líderes nos próximos dias, há espaço para ajustes, isenções parciais ou gestos recíprocos que poderiam evitar uma nova espiral de tensões comerciais.

Julien Chaisse

professor da City University de Hong Kong e especialista em Direito Económico Internacional

Em paralelo, a China também anunciou a abertura de uma investigação à Google por alegada violação das leis antitrust (práticas de monopólio) do país, e adicionou à lista de “entidades não fiáveis” a PVH Corp, holding de marcas como a Calvin Klein e a Tommy Hilfiger, ou a empresa de biotecnologia Illumina.

De acordo com o Ministério do Comércio do gigante asiático, a PVH Corp e a Illumina adotaram o que considera serem “medidas discriminatórias contra as empresas chinesas” e “prejudicaram” os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas. No que toca à Google, os produtos, como o motor de busca, estão bloqueados na China, com as receitas provenientes deste país a representarem cerca de 1% das vendas globais. Ainda assim, trabalha com parceiros chineses, como os anunciantes.

A estas medidas junta-se a imposição de controlos à exportação de alguns metais essenciais para aparelhos de eletrónica, equipamento militar e painéis solares.

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