Marcelo invoca separação de poderes e recusa comentar sugestão de Aguiar-Branco para ouvir PGR

  • Lusa
  • 27 Abril 2024

O presidente da Assembleia da República Aguiar-Branco fez saber, esta sexta-feira, que a PGR, Lucília Gago, deve ir ao Parlamento dar explicações sobre os processos que provocaram crises políticas.

O Presidente da República recusou comentar declarações do presidente da Assembleia da República a pedir esclarecimentos da Procuradora-Geral da República no Parlamento, invocando a separação de poderes.

“É uma questão própria da vida da Assembleia da República, o presidente da Assembleia da República faz essa sugestão interna na Assembleia da República e o Presidente da República não pode comentar”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

O Presidente da República, que falava à margem da inauguração do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche, invocou “a separação de poderes” para não comentar. Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que a sua função é “respeitar a autonomia do Ministério Público”.

O presidente da Assembleia da República José Pedro Aguiar-Branco fez saber, esta sexta-feira, que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deve ir ao Parlamento dar explicações sobre os processos que provocaram crises políticas, referindo-se implicitamente à Operação Influencer e às suspeitas de corrupção na Madeira. Em declarações à Antena 1, José Pedro Aguiar-Branco disse que Lucília Gago deveria falar para “que não se crie um clima de suspeição”.

“Qualquer um de nós não quer acreditar que haja uma conduta premeditada para à esquerda ou à direita provocar um determinado facto político por via de um investigação criminal, mas a verdade é que ninguém vive sozinho no mundo e é preciso ser explicado, porque se for explicado e se a situação ao ser explicada torna claro que a suspeição não existe, eu acho que estamos a contribuir para que esses dois mundos convivam de uma forma mais saudável para a democracia”, disse.

Quer a Operação Influencer, quer a alegada corrupção na Madeira resultaram nas demissões de António Costa, ex-primeiro ministro e de Miguel Albuquerque, líder do executivo regional da Madeira. Perante estas declarações, o PCP, Livre e PAN defenderam essa audição da PGR no Parlamento, hipótese que o Chega considerou inadequada.

Contactada pelo ECO/Advocatus, fonte do gabinete de Lucília Gago não deu qualquer resposta relativamente à disponibilidade da PGR em ir ao Parlamento.

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📹 Países onde mais subiram os preços das casas em 2023

A Turquia lidera a lista de países onde o preço médio das casas mais subiu no ano passado, com um aumento de mais de 75% face a 2022.

A lista de países onde o preço da habitação mais subiu em 2023 é liderada pela Turquia, que, fruto da elevada taxa de inflação no país, teve um crescimento de 75,5%.

Entre os 56 países analisados pela Knight Frank, consultora imobiliária especializada no segmento de luxo, Portugal surge no 18.º lugar, tendo registado um aumento do preço médio das casas acima de 5% no último ano, lado a lado com Espanha.

http://videos.sapo.pt/GMpdKaikYNrgiI2avOj3

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“Não há condições políticas” para o regresso do Serviço Militar Obrigatório, diz ministro da Defesa

  • Lusa
  • 27 Abril 2024

O ministro da Defesa defendeu que o serviço militar poderia ser uma alternativa para jovens que cometem pequenos delitos em vez de serem colocados em instituições.

O ministro da Defesa defendeu que o serviço militar poderia ser uma alternativa para jovens que cometem pequenos delitos em vez de serem colocados em instituições que, “na maior parte dos casos, só funcionam como uma escola de crime para a vida”
O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

Num jantar-conferência 13.ª edição da Universidade Europa, uma iniciativa de formação política do PSD, Nuno Melo defendeu ainda que o serviço militar poderia ser uma alternativa para jovens que cometem pequenos delitos em vez de serem colocados em instituições que, “na maior parte dos casos, só funcionam como uma escola de crime para a vida”.

“Quantos destes jovens é que, se em vez de estarem institucionalizados sem nenhumas condições, pudessem cumprir um serviço militar, ter oportunidade de um exercício de formação, de autoridade, de valores, não poderiam ser mais tarde cidadãos muito melhores e simplesmente não lhes foi dada essa oportunidade?”, questionou.

Quer na sua intervenção inicial, quer na resposta às perguntas dos “alunos” desta iniciativa de formação política, o ministro da Defesa rejeitou o regresso de uma obrigatoriedade do serviço militar.

“Nós não precisamos de um Serviço Militar Obrigatório, não há sequer neste momento condições políticas para impor um SMO. Mas há um conjunto de possibilidades que passam por situações já experimentadas noutros países, como a Suécia”, disse.

Nuno Melo exemplificou que “um ano de experiência militar voluntária” que, no final, pudesse dar aos jovens “mais facilidade em entrar numa universidade” ou em “integrar a função pública em determinadas áreas” poderia ser “uma forma” dos que que gostassem da vida militar acabarem por celebrar um contrato com as Forças Armadas.

“Temos é de criar condições para que os jovens possam ter esta opção que tem de ser atrativa e nós vamos tentar fazê-lo”, afirmou, apelando até aos cerca de 70 jovens presentes na Universidade Europa que “façam essa experiência”.

“Ajudem a mostrar a um país inteiro que as Forças Armadas não são uma coisa do passado, mas a nossa identidade. Garanto-lhes que muitos de vós iriam gostar”, reforçou.

Num jantar com o tema “A UE da Defesa e da Segurança”, o ministro alertou ainda para o que considerou ser uma injustiça no tratamento dado aos militares quando combatem incêndios.

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Fundos europeus. Maldição ou bênção?<span class='tag--premium'>premium</span>

Uma aspirina que esconde os sintomas da doença ou um instrumento estratégico para desenvolver o país. As opiniões dividem-se sobre o impacto dos fundos europeus.

Este artigo integra a quinta edição do ECO magazine, que pode comprar aqui. Os fundos europeus são uma maldição? Para Nuno Palma a resposta é sim. “As instituições em Portugal são demasiado frágeis, as políticas demasiado pobres e o capital humano demasiado baixo para que os fundos possam ser bem utilizados”, justifica o economista. O problema não é de incompetência de um Governo em particular.“Os próximos governos também não vão usar bem os fundos. O problema é muito mais profundo do que quem está no poder. Os partidos gostam de dizer que os outros é que usaram mal. Não acredito minimamente nessas conversas tribais e clubísticas de uns a dizer mal dos outros”, desabafa Nuno Palma. O economista, que recentemente editou o livro “As causas do atraso português”, compara a dependência de

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Advogado do caso EDP alerta juiz: se MP insistir em usar emails nulos, estão a cometer vários crimes

Juiz considerou que os emails apreendidos - a principal prova do caso EDP/CMEC - são inválidos. Mas MP insiste em usar os mesmos na acusação. Advogado de João Conceição envia requerimento.

O advogado de João Conceição, um dos arguidos do caso EDP/CMEC – processo que envolve ainda António Mexia e João Manso Neto – enviou um requerimento ao juiz de instrução do processo, alertando que, caso o Ministério Pùblico (MP) insista em usar os emails considerados inválidos como prova para a acusação, estará a cometer o crime de desobediência à lei, de violação de correspondência e de prevaricação.

Os advogados da Morais Leitão, Rui Patrício e Tiago Geraldo, que representam João Conceição, administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro Manuel Pinho, entregaram um requerimento ao juiz de instrução Nuno Dias Costa para que este tome de forma urgente “medidas processuais adequadas e necessárias” para evitar a inclusão desses emails no despacho de acusação que deve ser conhecido na terça-feira.

Segundo o requerimento enviado ao juiz de instrução Nuno Dias Costa – avançado pela Sábado mas a que o ECO/Advocatus teve acesso – os advogados pediram que o magistrado informe os procuradores do DCIAP titulares do processo de que incorrerão num crime de desobediência caso decidam ignorar a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e um despacho do próprio magistrado judicial que os impediu os emails apreendidos sem autorização a João Manso Neto. E que, se tal acontecesse o país estaria perante um “golpe de Estado judiciário”.

Segundo o requerimento enviado na sexta-feira, a defesa de João Conceição para numa eventual desobediência do Ministério Público (MP) à lei “estaria dolosamente a frustrar e a violar (…) uma decisão judicial a que deve obediência”. Os advogados falam ainda da prática do crime de violação de correspondência e de prevaricação.

Rui Patrício, sócio da Morais Leitão, em entrevista ao ECO/Advocatus - 09FEV24
Rui Patrício, sócio da Morais Leitão, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

Tal como o ECO avançou, o MP insiste e vai mesmo avançar com uma acusação. No dia 18 de abril, o juiz de instrução Nuno Dias Costa decidiu que a principal prova recolhida no caso do processo EDP/CMEC não é válida, já que a apreensão de emails tinha de ser feita com autorização de um juiz de instrução e não meramente por iniciativa do MP, como aconteceu. Assim, ordenou a destruição de centenas de milhares de emails apreendidos na sede de EDP, em junho de 2017, relativos a comunicações entre Mexia e Manso Neto.

Mas o MP insiste e, segundo garantiu fonte do DCIAP ao ECO/Advocatus, vai usar na mesma esses emails e formular uma acusação até terça-feira, 30 de abril. Já o gabinete de Lucília Gago, a fonte oficial do MP, não respondeu em tempo útil.

“Não obstante o Tribunal da Relação de Lisboa tenha decidido por acórdão de 2021 que os 3.277 emails que constituíram objeto do despacho judicial de agosto de 2020 podem valer como prova neste processo, o Supremo Tribunal de Justiça, através do Acórdão n.º 10/2023, entendeu o contrário, revogando aquele acórdão, o que determina a proibição de tais emails valerem como prova, havendo neste momento, apenas, que retirar consequências materiais em face do decidido, nomeadamente sobre a permanência no processo dos emails apreendidos”, explica o juiz de instrução Nuno Dias Costa, referindo-se ao acórdão de fixação de jurisprudência de outubro de 2023 que declarou a apreensão dos emails inválida.

Assim, o juiz de instrução ordenou a destruição da totalidade dos emails apreendidos em junho de 2017 na sede da EDP, discorda dos argumentos invocados pelo MP e recusa o pedido do MP para declarar a validade da utilização desses emails, socorrendo-se da decisão do STJ. O juiz ordena, assim, “a destruição de qualquer cópia digital ou impressão que conste do processo relativa aos 3.277 emails que foram objeto do despacho judicial”, mas também a destruição de “qualquer cópia digital ou impressão que conste do processo relativa aos restantes emails apreendidos aquando da apreensão daqueles 3.277”. E terão de ser os arguidos a dizer que emails consideram que têm de ser destruídos.

O Caso EDP/CMEC acabou por levar em dezembro de 2022 à acusação do ex-ministro Manuel Pinho, da mulher Alexandra Pinho, e do ex-banqueiro Ricardo Salgado por factos não relacionados com a empresa e os CMEC. O inquérito foi entretanto separado e António Mexia e João Manso Neto são suspeitos dos crimes de corrupção e participação económica em negócio, enquanto João Conceição é suspeito de corrupção passiva.

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Marcelo volta ao tema: “Temos de liderar as reparações às ex-colónias”

Marcelo Rebelo de Sousa volta a falar no tema, depois de ter sido umas das críticas feitas nos discursos dos 50 anos do 25 de abril, de vários partidos.

“Sempre achei que pedir desculpa é a solução fácil. Não podemos pôr para debaixo do tapete as reparações às ex-colónias”. As palavras são do Presidente da República – na inauguração do Museu da Resistência e Liberdade – que não esquece o assunto e volta a falar sobre as reparações históricas que acredita que Portugal deve às ex-colónias.

Marcelo defendeu que ao longo dos últimos 50 anos se têm vindo a desenvolver várias formas de reparação e que esta deve ser ajustada ao contexto de cada país. Mas reiterou: Portugal deve assumir a sua História, no que tem de bom e de mau, e liderar este processo.

“Assume-me a responsabilidade por aquilo que de bom e de mau aconteceu no império e depois tiram-se consequências”. Entre essas consequências, “abordei a questão das reparações”, que acabou por estar no centro da polémica. Marcelo Rebelo de Sousa referia-se às polémicas declarações proferidas durante uma conversa informal com jornalistas estrangeiros, há três dias.

Nesse encontro, o Presidente da República português afirmou que Portugal tem “de pagar os custos” do seu colonialismo. “Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

As declarações foram recebidas com críticas por parte de vários partidos, tendo o tema marcado parte dos discursos proferidos nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da RepúblicaJOSÉ SENA GOULÃO/EPA

Segundo o Presidente, “a reparação é uma realidade que já começou há 50 anos e as pessoas não têm noção de como começou. Quando nós em Cahora Bassa perdoámos uma parte da dívida de Moçambique, isso é uma forma de reparação. Quando nós encabeçamos os países que perdoam parte de dívidas a ex-colónias ou as convertemos, como aconteceu em Cabo Verde, essa é uma forma de reparação. Quando nós demos aos nacionais de língua oficial portuguesa um estatuto de mobilidade, isso é uma forma de reparação. Toda a nossa cooperação no domínio do ensino e da cultura foi, durante 50 anos, além de uma construção do presente e do futuro, uma forma de reparação”, listou o Presidente da República.

“Houve coisas boas, coisas más, e não se pode assumir só o bom sem o mau ou o mau sem o bom. Assumir” o que aconteceu durante o colonialismo deve significar retirar consequências, defende, em dois casos: “Massacres”, que é um “ato criminoso” de maior responsabilidade do que uma guerra, e “bens”, “uma questão muito tratada noutros países”.

“Para mim há um ponto muito importante, e que tem marcado muito a minha Presidência: é que não podemos meter isto para baixo do tapete ou dentro da gaveta”, argumenta o Presidente. “Temos obrigação de pilotar, de liderar, este processo”, sob pena de Portugal “mais dia menos dia” ter de lidar, como outros países, com uma “perda da capacidade de diálogo” com as ex-colónias. Para Marcelo, é importante “assumir o nosso império colonial no bom e no mau”. O tema é “sensível” mas tem de ser “assumido” e não pode ser “omitido”.

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Quase sete mil sócios do FC Porto exerceram direito de voto até ao meio dia

  • Lusa
  • 27 Abril 2024

Estes números fazem com que esteja mais perto de ser batido o recorde 10.731 sócios votantes, que participaram nas eleições de 1988.

Quase sete mil (6.901) associados do FC Porto exerceram, até ao meio dia, o seu direito de voto nas eleições para a presidência do clube, anunciou este sábado fonte do emblema azul e branco.

Estes números fazem com que esteja mais perto de ser batido o recorde 10.731 sócios votantes, que participaram nas eleições de 1988. João Rafael Koehler, candidato a vice-presidente pela Lista A, liderada por Pinto da Costa, mostrou a convicção de que “mais de 20.000 mil sócios” vão votar neste ato eleitoral, e partilhou a sua experiência no sufrágio.

“Correu muito bem, estive na fila com outros sócios, e em cerca de 10 minutos já tinha votado. A organização está impecável. Não se pode agradar a toda a gente, mas estou muito feliz pela forma como tudo foi organizado”, disse João Rafael Koehler.

O elemento da Lista A disse “ser a favor da transparência e do rigor” e mostrou-se satisfeito por este sufrágio demonstrar o “que há muito interesse pela vida do clube”.

O treinador do FC Porto, André Villas-Boas e o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, durante a apresentação oficial de Villas-Boas no estádio do Dragão, no Porto, em 4 de junho de 2010. Villas-Boas assinou um contrato de dois anos. JOSE COELHO/LUSAJOSE COELHO/LUSA

“Também por isso insistimos para que durante o dia de hoje todos os sócios que não tivessem a quotas pagas pudessem pagar e votar”, completou.

O candidato a vice-presidente considerou que a campanha da Lista A cumpriu os seus objetivos, e mostrou-se esperançado num bom resultado eleitoral.

“Fizemos uma campanha digna e com boas propostas. Achamos que são as mais acertadas para o FC Porto, temos a sensação que o trabalho foi bem feito. A confiança [na vitória] é total. Expusemos as nossas ideias e projetos, percorrendo o país de ‘lés e lés’. Mas hoje não é dia para fazer campanha”, partilhou João Rafael Koehler.

As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).

O ato eleitoral decorrerá até às 20:00 de hoje, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato seguido, desde 1982, e detém o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.

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Mais de dez mil pessoas pedem a Sánchez para não se demitir em manifestação em Madrid

  • Lusa
  • 27 Abril 2024

"Presidente, fica. Pedro, fica. Estamos contigo. Em frente!", disse a vice de Sánchez no PSOE e no Governo, Maria José Montero, na abertura de uma reunião da Comissão Federal do partido.

O Partido Socialista de Espanha (PSOE) denunciou uma “guerra suja” da direita e extrema-direita contra o primeiro-ministro do país e a sua família, baseada em campanhas de desinformação, pedindo a Pedro Sánchez para não se demitir.

“Presidente, fica. Pedro, fica. Estamos contigo. Em frente!”, disse a vice de Sánchez no PSOE e no Governo, Maria José Montero, na abertura de uma reunião da Comissão Federal do partido, em Madrid, três dias depois de o primeiro-ministro ter anunciado que ponderava demitir-se e que fará uma comunicação ao país na segunda-feira sobre o seu futuro.

A reunião da Comissão Federal decorre na sede nacional do PSOE, em Madrid, e milhares de pessoas estão também concentradas nas imediações do edifício, manifestando apoio a Sánchez, com bandeiras do partido e cartazes em que lhe pedem para não se demitir.

Mais de dez mil pessoas, segundo o Partido Socialista de Espanha (PSOE) e as autoridades locais, manifestaram-se este sábado, em Madrid, para pedir ao primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, para não se demitir.

Milhares de pessoas concentraram-se nas imediações da sede nacional do PSOE, em Madrid, com bandeiras do partido e cartazes com frases como “Sim, continua” ou “Pedro, não te rendas”, respondendo ao apelo de dirigentes socialistas à mobilização e a manifestações públicas de apoio ao líder do partido e do Governo espanhol, que disse na quarta-feira estar a pensar demitir-se.

A manifestação mobilizou cerca de 10.000 pessoas, segundo o PSOE, e cerca de 12.500, segundo a Delegação do Governo na Comunidade Autónoma de Madrid (a entidade que autoriza as manifestações e organiza os dispositivos de segurança).

Sánchez revelou estar a ponderar demitir-se na quarta-feira, no mesmo dia em que um tribunal confirmou a abertura de um “inquérito preliminar” envolvendo a sua mulher, Begoña Gómez, por alegado tráfico de influências e corrupção, na sequência de uma queixa de uma associação conotada com a extrema-direita que o Ministério Público já disse entretanto não ter fundamento, pedindo o arquivamento do caso.

O líder PSOE e do Governo de Espanha disse que ele e a mulher estão a ser vítimas há meses de uma “máquina de lodo” da direita e extrema-direita, em que dois partidos – Partido Popular (PP) e Vox – são “colaboradores” de uma “galáxia digital de ultra-direita” que lança rumores e mentiras, em ataques pessoais que depois são levadas para o debate político.

 

A Comissão Federal do PSOE, o máximo órgão do partido entre congressos, reuniu-se hoje em Madrid num encontro transformado numa manifestação de apoio a Sánchez, com apelos a que também militantes e simpatizantes fizessem o mesmo, saindo às ruas.

Na abertura da reunião, que está a ser transmitida em ecrãs instalados na rua da sede nacional do PSOE, a vice-secretária-geral e vice-presidente do Governo, Maria José Montero, denunciou a “guerra suja” contra Pedro Sánchez e a família por parte do Partido Popular e associações da extrema-direita, comparando-a com fenómenos e campanhas ocorridas no Brasil, Estados Unidos, Argentina e “muitos países europeus”.

Maria José Montero disse que “a principal arma é a desinformação” e o objetivo é “a desumanização” dos políticos por parte de partidos e setores que não aceitam resultados eleitorais e considerou urgente defender o debate político e a democracia. “Se fecharmos os olhos (…) será a própria democracia que se afunda no lodo”, afirmou. “As democracias retrocedem quando as pessoas pensam que o poder não depende do seu voto”, acrescentou.

Maria José Montero considerou que há em Espanha “uma situação irrespirável criada com base em mentiras e ódio” e acusou o PP, partido da direita tradicional, de “ter deixado cair há anos o cordão sanitário em volta da extrema-direita” e ter entrado numa “espiral de retroalimentação” com forças extremistas, chegando a referir o nome do atual líder dos populares, Alberto Núñez Feijóo.

Além de vários pedidos diretos a Pedro Sánchez para não ceder “à máquina de lodo”, porque “Espanha não pode retroceder”, Maria José Montero dirigiu-se também à mulher do primeiro-ministro, num momento da intervenção que foi aplaudido de pé pela Comissão Federal do PSOE e apoiada, com gritos e aplausos, também pelos manifestantes no exterior do edifício.

“Begoña, companheira, estamos todas contigo. As mulheres sabemos o que custa construir uma carreira profissional, ser olhada sempre com lupa e exigirem-nos sempre mais”, afirmou.

Dirigentes nacionais, regionais e municipais do PSOE, reunidos em Madrid em plena campanha eleitoral na Catalunha, estão a fazer intervenções na Comissão Federal de apoio a Sánchez, em linha do que tem acontecido nos últimos dias, incluindo “barões” do PSOE habitualmente críticos com o líder do partido .

O PP e o Vox acusam Pedro Sánchez de estar a vitimizar-se e a fazer “um espetáculo” que envergonha o país internacionalmente, para desviar as atenções de suspeitas de corrupção e para fazer campanha eleitoral em véspera de várias eleições.

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Lucília Gago pode ser chamada ao Parlamento? Sim, desde 2000 que todos os ex-PGR foram

Aguiar-Branco defende que Lucília Gago deve ir ao Parlamento dar explicações. A acontecer, será caso único? Já anteriores PGR foram ao Parlamento prestar contas? Sim, todos.

O presidente da Assembleia da República José Pedro Aguiar-Branco fez saber, esta sexta-feira, que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deve ir ao Parlamento dar explicações sobre os processos que provocaram crises políticas, referindo-se implicitamente à Operação Influencer e às suspeitas de corrupção na Madeira. Em declarações à Antena 1, José Pedro Aguiar-Branco disse que Lucília Gago deveria falar para “que não se crie um clima de suspeição”.

“Qualquer um de nós não quer acreditar que haja uma conduta premeditada para à esquerda ou à direita provocar um determinado facto político por via de um investigação criminal, mas a verdade é que ninguém vive sozinho no mundo e é preciso ser explicado, porque se for explicado e se a situação ao ser explicada torna claro que a suspeição não existe, eu acho que estamos a contribuir para que esses dois mundos convivam de uma forma mais saudável para a democracia”, disse.

Quer a Operação Influencer, quer a alegada corrupção na Madeira resultaram nas demissões de António Costa, ex-primeiro ministro e de Miguel Albuquerque, líder do executivo regional da Madeira.

Perante estas declarações, o PCP, Livre e PAN defenderam essa audição da PGR no Parlamento, hipótese que o Chega considerou inadequada.

Contactada pelo ECO/Advocatus, fonte do gabinete de Lucília Gago não deu qualquer resposta relativamente à disponibilidade da PGR em ir ao Parlamento.

Segundo o regulamento da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, nada impede que a Procuradora-Geral da República seja chamada a prestar contar na Assembleia da República, mas Lucília Gago pode recusar-se a responder, porque não está numa Comissão de Inquérito, invocando o segredo de Justiça a que ambas as investigações estão sujeitas. Em declarações ao Observador, Souto Moura, antigo Procurador-Geral da República, defendeu que “um procurador pode ser convidado a esclarecer, mas não é obrigado a esclarecer. Não é não responder, é dizer que não pode responder, invocando o segredo de justiça”, rematou.

A acontecer, será caso único? Já anteriores procuradores-gerais da República foram ao Parlamento prestar contas em relação a casos concretos? A partir de 2000, sim, todos. Incluindo a comissões de inquérito. Recordamos quem e por que razões.

José de Souto Moura (mandato de 2000 a 2006)

Dezembro 2005

Corria o ano de 2005, com o processo Casa Pia a ocupar páginas de jornais, a título diário. Na altura, os advogados de defesa e de acusação do processo Casa Pia mostraram-se contra a audição, no Parlamento, do procurador-geral da República (PGR), Souto Moura, requerida pelo PS e aprovada pelos deputados do PSD e BE. Ma explicar-se o magistrado acabou por ir justificar-se perante os deputados.

O PS quis questionar Souto Moura na Comissão dos Assuntos Constitucionais sobre as alegadas falhas que existiram na investigação do processo de pedofilia da Casa Pia. A audição, como quase todas, foi à porta fechada.

Janeiro 2006

No final do mandato, Souto Moura volta a ser ouvido no Parlamento sobre os registos telefónicos de altas figuras do Estado incluídos no processo Casa Pia, tendo sido forçado a dizer que a investigação acerca do caso ainda não estava concluída.

“A investigação vai continuar”, disse Souto Moura depois da audiência de cerca de 25 minutos que também teve com o Presidente da Republica, Jorge Sampaio, a quem foi apresentar “um conjunto de elementos” já apurados pelo Ministério Público.

A audiência no Palácio de Belém, solicitada pelo PGR, ocorreu seis dias depois do presidente Jorge Sampaio ter pedido que as averiguações acerca dos registos telefónicos incluídos no processo Casa Pia estivessem “concluídas a curtíssimo prazo”.

Fevereiro de 2011

Já como ex-procurador-geral da República Souto Moura, foi ao Parlamento para esclarecer que seguimento foi dado pelo Ministério Público às conclusões da última comissão de inquérito à queda do avião onde morreu Sá Carneiro, nos anos 80, em Camarate.

O deputado social-democrata Campos Ferreira considerou que a audição do antigo PGR é a «diligência das diligências», já que, depois de entregues as conclusões da oitava comissão de inquérito, que concluiu pela ocorrência de um atentado, o «Ministério Público decidiu não fazer as diligências que deviam ter sido feitas».s conclusões da oitava comissão e as guardou na gaveta».

Pinto Monteiro (mandato de 2006 a 2012)

Dezembro 2008

No final de 2008, o Procurador-Geral da República da altura, Fernando Pinto Monteiro, foi ao Parlamento falar sobre as investigações ao Banco Português de Negócios (BPN), na sequência de um requerimento entregue pelo PS.

O líder parlamentar dos socialistas, à data, Alberto Martins, justificou o pedido de audição do PGR, explicando que “os factos graves que conduziram à nacionalização do BPN e que lesaram o interesse nacional não podem deixar de ser alvo de uma investigação criminal célere, profunda e consistente, que responsabilize civil e criminalmente os responsáveis por essa situação”.

O Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, durante a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias na Assembleia da República, em Lisboa, 2 de outubro de 2012.

Março de 2010

Neste caso, foi o próprio Pinto Monteiro que manifestou disponibilidade para ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito destinada a averiguar o alegado envolvimento do Governo na intenção de compra da TVI pela PT. Dando por “esclarecidas” as controvérsias relativas ao processo Face Oculta, Pinto Monteiro declarou que, em relação ao negócio PT/TVI, iria “com todo o gosto” à AR. A comissão foi pedida por sociais-democratas e bloquistas de forma a averiguar o alegado envolvimento do primeiro-ministro José Sócrates na intenção da PT de comprar a TVI.

Março de 2011

Pinto Monteiro foi ouvido no Parlamento devido à célebre entrevista em que insinuava que o seu telefone poderia estar sob escuta, já que de vez em quando ouvia “uns barulhinhos estranhos” no mesmo.

O pedido foi feito pelo PSD. Na altura, o presidente da bancada parlamentar social-democrata, Miguel Macedo, criticava o Governo, afirmando que se este “tivesse sentido de Estado teria imediatamente chamado à presença do seu ministro da Justiça e o PGR para esclarecer esta afirmação gravíssima”.

À data, Sócrates afirmou não ter conhecimento de nenhuma escuta ilegal, considerando que o PGR não deixará de exercer as suas competências caso isso se verifique, declarações que o líder parlamentar do PSD considerou deixarem “no ar a ideia de que pode efetivamente haver escutas ilegais”.

Joana Marques Vidal (mandato de 2012 a 2018)

Março de 2019

Joana Marques Vidal, a antecessora de Lucília Gago, em 2018, não poupou críticas à atitude da Polícia Judiciária Militar (PJM) no inquérito ao furto de Tancos, principalmente a rem relação ao “reaparecimento” do material militar. Numa análise, que admitiu carecer ainda de um “estudo aprofundado”, questionou mesmo a necessidade da existência desta polícia.

Ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito, a ex-procuradora recordou a sua surpresa quando soube, por um comunicado da PJM, dia 18 de outubro de 2018, que tinham sido recuperadas as armas, roubadas dos paióis cerca de quatro meses antes, na sequência de investigações em curso. “A partir do momento em que a competência da investigação era do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), coadjuvado pela PJ, a PJM não tinha competência para fazer qualquer diligência de investigação sem comunicar ao MP e à PJ. Esse comunicado denota alguma leitura não adequada da PJM em relação à lei e das suas obrigações face ao ocorrido”.

Lucília Gago (mandato iniciado em outubro 2018 )

Fevereiro 2020

Até a atual esteve prestes a ser ouvida no Parlamento mas a audição da procuradora-geral da República acerca da diretiva sobre poderes hierárquicos no Ministério Público (MP), acabou por ser chumbada. Foi apenas ouvido o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público e o ex-PGR, Cunha Rodrigues. Os requerimentos vieram do Iniciativa Libera (IL), CDS e Chega para que ouvir Lucília Gago, mas foram reprovados, nessa parte, com os votos do PS e a abstenção do PCP e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

A polémica em torno desta orientação de Lucília Gago remonta a outubro de 2019, quando o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) levantou a questão se a autonomia do Ministério Público (MP) absorve a hierarquia do Ministério Público? Ou seja, se os magistrados do MP são subordinados à hierarquia do diretor do DCIAP, dos DIAP’s ou, da PGR.
Deste modo, o CSMP propôs a Lucília Gago pedir um parecer ao Conselho Consultivo sobre o conflito entre esta autonomia e hierarquia dos magistrados do MP. A procuradora seguiu a proposta do Conselho Superior e pediu o parecer.

Julho de 2023

Mais recentemente, um grupo de deputados do PSD fez uma recomendação ao líder da bancada parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, para que defendesse que a procuradora-geral da República, Lucília Gago, fosse ao Parlamento dar explicações sobre a intervenção do Ministério Público no caso das buscas realizadas pela Polícia Judiciária às residências de Rui Rio e do vice-presidente da bancada, Hugo Carneiro, e a sedes do partido. Mas Montenegro acabou por não pedir, oficialmente, a ida da titular da investigação criminal ao Parlamento, enviando apenas uma exposição do Conselho Superior do Ministério Público.

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João Galamba acredita que Influencer não vai dar em nada e defende que ida da PGR ao Parlamento “não faz sentido”

Na primeira entrevista após a Operação Influencer, o ex-ministro - arguido no processo - revela que está afastado do líder do PS e acredita que será inocentando no processo.

João Galamba garante que o desfecho da Operação Influencer terá duas vias: ou um arquivamento ou uma absolvição, caso seja acusado. Em entrevista à CNN Portugal, a primeira desde que foi constituído arguido na Operação Influencer, diz que só falou uma vez com o atual secretário-geral do PS desde o fim da comissão de inquérito à TAP.

O socialista explicou que ainda não foi ouvido no âmbito do processo, apesar de ter avançado com um requerimento nesse sentido após as buscas à sua casa. “Parece que fui escutado vários anos, mas ouvido ainda não”, apontou. “Tudo o que sei é pela comunicação social”.

Os dois ex- ministros das Infraestruturas afastaram-se, confirmou João Galamba, sem explicar porquê, mas deixando claro que ficou magoado com uma ausência de contacto. Pedro Nuno Santos “nunca me disse nada nos últimos meses, nem no dia das buscas”, a 7 de novembro, o dia que acabou na demissão do ex-primeiro ministro António Costa. Já com António Costa, que o segurou quando o Presidente da República pediu a sua demissão, o contacto é maior. João Galamba diz que esteve no jantar com os ex-membros dos governos socialistas.

Num dia marcado pelas declarações do presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, a defender que a procuradora Lucília Gago deveria prestar esclarecimentos no Parlamento, João Galamba discorda. “Nenhuma instituição funciona fechada sobre si mesma, mas não considero que a ida da Procuradora-geral da República ao Parlamento faça qualquer sentido”, sublinhou. Considera, no entanto, que “se entender que deve falar e explicar aos portugueses deve fazê-lo”.

“Seria muito tentador da minha parte cavalgar as notícias recentes que me são favoráveis, mas não o vou fazer”, prosseguiu. “Obviamente que estou de consciência inteiramente tranquila em relação a tudo o que fiz. Sei tudo o que fiz. Sei também tudo o que não fiz”, disse ainda, citando António Costa: “Sei como é que este processo vai acabar”.

Ainda no âmbito da Operação Influencer, o ex-ministro quis responder a uma declaração “infeliz” de Luís Montenegro quando anunciou um código de conduta no Governo para evitar “casos Galamba”. “O atual primeiro-ministro nunca exerceu funções executivas, até se podia desculpar alguma ignorância nesta matéria”, atirou.

O ex-ministro das Infraestruturas é considerado pelos procuradores do Ministério Público (MP) o “verdadeiro mentor” do alegado esquema que daria vantagens ao data center da Start Campus, em Sines. No recurso às medidas de coação de Nuno Dias Costa, o MP defendeu que lhe parece “cristalino” que o ex-governante “não só atuou conluiado com os arguidos Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, como foi, na verdade, o autor e verdadeiro mentor dos factos ora em apreço”.

De acordo com os procuradores, “todos os atos foram praticados” por Galamba, enquanto membro do Executivo, “ou, pelo menos, seriam por si preparados e apresentados em Conselho de Ministros”. O MP admite ainda que há “perigo de continuação da atividade criminosa” de Lacerda Machado, dado que “nada exclui que (…) possa continuar a desenvolver a sua rede de contactos junto de diversas entidades e titulares de cargos políticos em prol da sociedade Start Campus”, aponta ainda o documento citado pelo semanário.

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ONU quer imposto sobre o carbono para financiar transição energética em África

  • Lusa
  • 27 Abril 2024

Em causa a aplicação de um imposto sobre o dióxido de carbono proveniente dos combustíveis fósseis usados nos transportes aéreos e marítimos para financiamento da transição energética em África.

As Nações Unidas defenderam a aplicação de um imposto sobre o dióxido de carbono proveniente dos combustíveis fósseis usados nos transportes aéreos e marítimos para gerar fundos adicionais para o financiamento da transição energética em África.

“Combinado com outras medidas políticas, o imposto sobre o carbono poderia ajudar a mitigar essas emissões residuais que não podem ser abordadas pelos mercados de créditos sobre o carbono, pelas subvenções e pela tecnologia”, defendeu o secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Claver Gatete.

Numa intervenção durante o décimo Fórum Regional Africano sobre o Desenvolvimento Sustentável, que terminou sexta-feira em Adis Abeba, Gatete disse que esta medida poderia permitir aos países “melhorar a resposta aos seus compromissos sobre a contribuição para a redução da instabilidade climática”.

“A energia renovável e os sumidouros de carbono das florestas e outros ecossistemas têm um grande potencial que deveria ser aproveitado para garantir receitas adicionais e construir economias verdes e azuis resilientes ao clima e aos desastres climatéricos”, disse Claver Gatete.

Usar soluções baseadas na natureza poderia poupar até 82 mil milhões de dólares, cerca de 76,5 mil milhões de euros, aos países africanos todos os anos, afirmou na intervenção que encerrou o encontro.

As diferentes soluções para financiar o desenvolvimento económico e a transição energética estiveram em destaque no Fórum, no qual a UNECA se juntou a vários parceiros para apresentar ideias que serão levadas à Cimeira do Futuro, agendada para setembro, em Nova Iorque, com o objetivo de enquadrar a transição energética em África e a reforma da arquitetura financeira mundial.

De acordo com a declaração final do Fórum, “a cimeira deve garantir a reforma atempada das instituições financeiras globais e a sua arquitetura, para as tornar úteis e capazes de servir os interesses de África dos países em desenvolvimento no resto do mundo”.

A diretora regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ahunna Eziakonwa, destacou, na intervenção que fez no encontro, a importância de realizar sinergias com outras instituições, garantindo uma ação climática eficaz e sustentável.

“Implementar o imposto de carbono requer uma análise baseada em evidências e compromissos com os interessados, incluindo os decisores políticos, os investidores e as organizações da sociedade civil”, afirmou, epois de o comissário da União Africana para o Desenvolvimento Económico, Comércio, Indústria e Minerais, ter concordado com a criação do imposto sobre o carbono.

Para Albert Muchanga, a aplicação desta medida é “crucial para abordar a crise climática”, num contexto de integração das economias africanas, maioritariamente pequenas e fragmentadas, numa transição verde continental que aproveite também as vantagens do acordo de livre comércio.

As declarações dos responsáveis presentes no Fórum surgem na mesma altura da criação do Painel sobre Minerais Críticos para a Transição Energética, anunciado na sexta-feira pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

“Um mundo impulsionado pelas energias renováveis é um mundo ávido de minerais críticos; para os países em desenvolvimento, estes minerais críticos representam uma oportunidade fundamental para criar emprego, diversificar as suas economias e aumentar os seus rendimentos, desde que sejam corretamente geridos”, afirmou o antigo primeiro-ministro português.

Em causa estão os minerais cada vez mais procurados para baterias recarregáveis, carros elétricos, turbinas eólicas ou painéis solares, incluindo o cobre, o lítio, o níquel, o cobalto e outros, que existem abundantemente em África.

Ao painel já se juntaram 23 países ou grupos de países, incluindo a União Europeia (UE) e a União Africana, bem como os Estados Unidos e a China, e 15 organização não-governamentais e multilaterais.

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O grande desafio do próximo presidente do FC Porto

A gestão de um passivo de mais de 500 milhões de euros será central na estratégia de Jorge Pinto da Costa ou de André Villas-Boas na liderança do Dragão. Eleições decorrem hoje.

As eleições à presidência do FC Porto serão disputadas este sábado por Jorge Nuno Pinto da Costa, André Villas-Boas e Nuno Lobo.EPA/JOSE COELHO

Às vésperas de uma eleição crucial para a presidência do Futebol Clube do Porto (FC Porto) e, por extensão, da sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD) — que é detida em 74,5% pelo clube –, são muitos os desafios que o Dragão enfrenta pela frente e que moldarão o futuro, independentemente do resultado das eleições entre os dois principais concorrentes à vitória: Jorge Nuno Pinto da Costa, que lidera o clube há 42 anos, e o ex-treinador de futebol André Villas-Boas, que na época 2010/2011 levou o FC Porto à conquista de uma Supertaça Cândido de Oliveira, um Campeonato Nacional, uma Liga Europa e uma Taça de Portugal. No centro da estratégia do próximo líder do FC Porto estará uma gestão desportiva eficaz com uma estratégia financeira que permita equilibrar a ambição dentro das quatro linhas com a sustentabilidade económica do clube.

Se no futebol a época está longe das glórias do passado, com o clube já arredado matematicamente da luta pelo primeiro lugar do Campeonato, no campo financeiro os números permanecem bicudos há vários anos seguidos, como resultado de um passivo demasiado elevado para os ativos que o clube apresenta e que desde 2016 colocam a SAD azul e branca num nível de falência técnica.

Apesar da melhoria dos capitais próprios e de um resultado líquido consolidado positivo de 35 milhões de euros no primeiro semestre da atual época desportiva, os números da SAD azul e branca evidenciam um passivo superior a 512 milhões de euros que persiste, apesar das recentes valorizações e esforços de reestruturação da dívida.

É isso que voltaram a mostrar as contas anuais do último relatório e contas publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), com a SAD portista a registar capitais próprios negativos de 211 milhões de euros até junho de 2023. Esta situação reflete as dificuldades prolongadas na gestão financeira do clube e da SAD, que foram agravadas pelos desafios da pandemia e que impactaram significativamente as receitas do clube, particularmente no que diz respeito à bilheteira e aos eventos.

No entanto, no primeiro semestre da época 2023/2024 (terminado a 31 de dezembro de 2023), a SAD liderada por Pinto da Costa promoveu uma operação contabilística associada à reavaliação do seu estádio, que resultou num incremento dos ativos fixos tangíveis e uma reserva de reavaliação, que beneficiou os capitais próprios da empresa em mais de 167 milhões de euros​​.

Essa operação fez com que a FC Porto SAD encerrasse as suas contas no final do ano passado com capitais próprios negativos de “apenas” 8,5 milhões de euros – que com o registo dos 9,6 milhões de euros do acesso aos oitavos de final da UEFA Champions League pela equipa principal de futebol, levaria os capitais próprios da SAD a ficarem positivos em 1,1 milhões de euros.

A equipa de Villas-Boas pretende manter o atual modelo de propriedade do clube e da SAD. A prioridade da sua gestão passará pela redução do passivo através, essencialmente, de uma avaliação, negociação e renegociação da dívida.

Apesar da melhoria dos capitais próprios e de um resultado líquido consolidado de 35 milhões de euros no primeiro semestre da atual época desportiva, os números da SAD azul e branca evidenciam um passivo superior a 512 milhões de euros que persiste, apesar das recentes valorizações e esforços de reestruturação da dívida, aos mesmo tempo que se depara com uma dívida financeira nominal de 311 milhões de euros, que apresenta uma taxa de juro média anual de 6,46%.

Para a atual direção liderada por Pinto da Costa, a “reformulação da dívida” e do passivo da SAD passará pela injeção de 65 milhões de euros da sociedade de investimento Ithaka numa nova empresa do grupo do FC Porto que irá explorar as receitas do Estádio do Dragão nos próximos 25 anos, e pela contratação de um financiamento (que ainda não está fechado) de 250 milhões de euros com custos mais baixos.

Já para a equipa de Villas-Boas, que pretende manter o atual modelo de propriedade do clube e da SAD, a prioridade passará pela redução do passivo através, essencialmente, de uma avaliação, negociação e renegociação da dívida, refere o programa eleitoral da sua candidatura. “Iremos realizar uma revisão completa das obrigações de dívida existentes no clube, incluindo taxas de juros, prazos de pagamento e passivo geral”, que será acompanhado por “negociações construtivas com credores para explorar oportunidades de reestruturação da dívida.”

Aliás, Villas-Boas revelou há dias que os bancos de investimento JP Morgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs estão interessados em renegociar a dívida do FC Porto. “Sentámo-nos com três dos principais bancos do mundo e todos mostraram interesse em trabalhar com o FC Porto para a renegociação da dívida”, referiu à Lusa o candidato da lista B à presidência do FC Porto nas eleições do clube.

Apesar dos recentes progressos na melhoria da situação financeira da SAD portista, os desafios permanecem, principalmente no que se refere à gestão de dívida e à dependência de receitas variáveis. A estratégia de longo prazo da SAD, especialmente em relação a parcerias estratégicas e investimentos em infraestruturas, revela-se crucial para estabilizar e melhorar a saúde financeira do clube que soma 130 anos de vida.

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