Madeira vai “apurar responsabilidades políticas” dos incêndios de agosto. Estas são as 30 perguntas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Setembro 2024

Assembleia regional constituiu comissão parlamentar de inquérito para apurar as responsabilidades do Governo liderado por Miguel Albuquerque nos incêndios da Madeira, que lavraram durante 13 dias.

A resolução da Assembleia Legislativa da região autónoma da Madeira que constitui a comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o “apuramento de responsabilidades políticas no combate aos incêndios ocorridos entre os dias 14 e 26 de agosto” foi publicada esta sexta-feira em Diário da República.

Todos os partidos com assento no Parlamento regional vão ter assento na CPI proposta pelo PS, que pretende apurar as responsabilidades políticas do incêndio que deflagrou na ilha da Madeira a 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. A Proteção Civil regional deu o fogo como “totalmente extinto” ao fim de 13 dias, a 26 de agosto.

Segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, o incêndio no arquipélago madeirense resultou em 5.104 hectares de área ardida, ligeiramente abaixo dos 5.116 hectares sinalizados pelas autoridades regionais. Não houve registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, indicou, na altura, o Governo liderado por Miguel Albuquerque.

De acordo com a resolução agora publicada, que mostra as 30 perguntas que os deputados regionais vão fazer aos responsáveis políticos, a comissão parlamentar de inquérito “deverá apresentar um relatório com as conclusões da avaliação no prazo de 180 dias após o início dos seus trabalhos“, isto é, daqui a seis meses.

O que vão apurar os deputados regionais na CPI?

  1. Apreciar por quem e em que momento foi dado o primeiro alerta de incêndio e apreciar os atos subsequentes;
  2. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições, o tempo e os termos em que foi prestada a primeira intervenção;
  3. Averiguar e apurar os meios utilizados, e a adequação dos mesmos em cada fase dos incêndios;
  4. Apurar o tipo de acesso ao local onde deflagrou o incêndio na Serra de Água;
  5. Apurar quando e por quem foi dada resposta à ajuda concedida pelo Governo dos Açores e de quem foi a responsabilidade da sua solicitação;
  6. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi acionado o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira (PREPC-RAM);
  7. Apurar os factos que estiveram na base da decisão do Secretário Regional Pedro Ramos de não ativação do Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira aquando da verificação dos critérios gerais e especiais mencionados no presente requerimento;
  8. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi declarada a situação de calamidade;
  9. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi solicitado / concedido o pedido de auxílio externo;
  10. Apreciar e apurar da recusa inicial ao apoio concedido pelo Governo da República;
  11. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil;
  12. Apurar da falta de planeamento na logística de receber as ajudas externas;
  13. Apurar onde se encontravam os membros do Governo e ou da administração indireta do Governo nos primeiros quatro dias de incêndio, entre o dia 14 e o dia 17;
  14. Apurar porque não se deslocou mais cedo o presidente do Governo regional para a ilha da Madeira;
  15. Apreciar as declarações e a atuação do presidente do Governo regional, Miguel Albuquerque, nomeadamente acerca da utilização dos meios utilizados e a sua suficiência;
  16. Apreciar as declarações e a atuação do Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, nomeadamente acerca da utilização dos meios utilizados e a sua suficiência;
  17. Apreciar as declarações e a atuação do Presidente do Serviço de Proteção Civil, António Nunes, nomeadamente acerca da utilização dos meios utilizados e a sua suficiência;
  18. Apreciar as decisões da cadeia de comando, nomeadamente, por quem foram efetuadas e em que circunstâncias;
  19. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, e apurar as condições e os termos em que ocorreu toda a coordenação efetuada e ou falta de coordenação ocorrida;
  20. Apurar da existência e inexistência de procedimentos em acidentes desta natureza;
  21. Apurar da existência de medidas e ações concretas e do cumprimento decorrentes de planos de emergência e outros para desastres deste tipo;
  22. Apurar as ações, decisões e medidas tomadas, em que tempo e por quem, bem como a omissão de outras;
  23. Apurar as ações, decisões e medidas tomadas aquando da pressão aos jornalistas e do impedimento dos mesmos acederem a determinados locais;
  24. Apurar os factos que conduziram à violação da Lei de Imprensa, na pressão exercida aos jornalistas e no impedimento ao acesso aos locais dos incêndios;
  25. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, vindas a público no dia 17 de agosto, nos seguintes termos: “Eu já tinha combinado, como é público, com Dr. Paulo Rangel para mandar a força”;
  26. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, noticiadas no dia 18 de agosto, nos seguintes termos: “Este fogo foi um fogo muito perigoso que derivou, não tenho nenhuma dúvida, de fogo posto em zona inacessível, e durante um período em que meio aéreo não podia operar”;
  27. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, noticiadas no dia 21 de agosto, nos seguintes termos: “Estive na situação de maior urgência, a partir do momento em que [o incêndio] estava a ser controlado fui e já cá estou outra vez. Não há nenhum problema” e ainda “Toda a estratégia que foi seguida e que acompanhei no terreno, foi a adequada para este tipo de incêndios, que é colocar os ativos e forças em sítios estratégicos com o sentido de fazer a contenção do fogo nas zonas urbanas. Foi isso que foi feito e ao fim destes dias não há feridos, nem habitações ou infraestruturas destruídas felizmente”, bem como “Este não é o meu primeiro incêndio, é o 25.º que enfrento”, refutando as críticas mais pessimistas. “A Madeira não está a arder, houve alguns picos em que estava a arder mato. É normal que toda a gente fique preocupada, mas a minha função é tomar decisões de forma racional e com calma”;
  28. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, noticiadas no dia 21 de agosto, nos seguintes termos: “Estratégia adotada foi um sucesso”;
  29. Apreciar as declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, vindas a público no dia 1 de setembro, relativas à possível vinda do Presidente da República à Madeira, nos seguintes termos: “Ver o quê? Não tem nada para ver. Há mato queimado e nós vamos recuperar. Não houve nenhuma casa nem nenhuma infraestrutura afetada. O que é que ele vem fazer?” e “Expliquei o que se tinha passado e o assunto está resolvido”. E ainda “A não ser que vá ver eucaliptos e mato queimado”;
  30. Indagar das ações com vista a inventariar prejuízos e danos causados pelo incêndio.

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Governo afasta coimas a empresas que falhem IVA e retenções na fonte por causa dos incêndios

Prazos do IVA e das retenções na fonte terminam esta sexta-feira, mas empresas que não consigam cumprir, por terem sido afetadas pelos incêndios, não vão ter de pagar coimas, segundo a OCC.

A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) avançou esta sexta-feira que o Governo se comprometeu a não aplicar coimas no caso de as empresas afetadas pelos incêndios falharem os prazos do IVA e das retenções na fonte de IRS.

“Temos estado a falar com a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais para existir uma solução para todos os prazos que vencem durante esta semana, [pois] alguns contabilistas certificados e empresas ficaram impedidos [de cumprir] por via dos incêndios. Hoje foi-nos dito que está a ser trabalhado um mecanismo de afastamento das coimas para as empresas e contabilistas afetados”, indicou Paula Franco, numa comunicação por vídeo.

A OCC tinha pedido no início da semana ao Governo que prorrogasse esses prazos ou afastasse as consequências do incumprimento, uma vez que as coimas em questão “são elevadíssimas”.

O Executivo recusou, desde logo, prolongar os prazos, sublinhando na altura que, em sede da aplicação das coimas, “logo se arranjaria uma solução”. A Ordem, porém, não ficou satisfeita com esta resposta e avisou que iria alertar para “esta insensibilidade política“. Já esta manhã recebeu indicação de que, afinal, será criado um mecanismo excecional.

“Vamos aguardar o que vai sair. Esperemos que seja claro, objetivo e protetor dos que ficaram prejudicados nestas situações“, salientou Paula Franco na comunicação aos contabilistas. “Felizmente, o bom senso prevaleceu. Espero que o processo seja ágil e não exija recursos a advogados“, frisou a responsável.

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António Costa responsabiliza Lacerda Sales por “atos e omissões” no caso das gémeas

  • Lusa e ECO
  • 20 Setembro 2024

Antigo primeiro-ministro refere que Lacerda Sales não tem competência para marcar consultas, mas que é responsável pelos “atos e omissões” da secretária, que trabalhava na sua dependência.

A comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com o medicamento Zolgensma recebeu esta sexta-feira as respostas do ex-primeiro-ministro António Costa, confirmou à agência Lusa o presidente da comissão.

Rui Paulo Sousa esclareceu que a divulgação das respostas à imprensa terá de ser decidida pela mesa e coordenadores. “Apesar de eu, como presidente da comissão, achar que as referidas respostas devem ser disponibilizadas, visto que resultam do equivalente a uma audição, terá de ser a mesa e coordenadores a decidir essa questão”, justificou o deputado do Chega.

Os partidos enviaram as perguntas ao antigo primeiro-ministro até 6 de setembro, com a maioria a querer saber se António Costa teve alguma intervenção no caso. O PS decidiu não fazer perguntas.

Segundo revela o Expresso, Costa entende que um secretário de Estado não tem competência para marcar consultas, mas também que é responsável pelos “atos e omissões” de quem trabalha na sua dependência. “Os membros do Governo são politicamente responsáveis pelos seus atos e omissões e, consoante a situação concreta, pelos atos e omissões de quem está sob a sua direção ou tutela”, explica o ex-primeiro-ministro sobre a responsabilidade de Lacerda Sales pelos atos da sua então secretária.

À pergunta se um secretário de Estado tem competências para marcar consultas numa unidade hospitalar, Costa considera que não tem. Entre as respostas dadas, sublinha que nunca contactou com Nuno Rebelo de Sousa sobre este caso e que nunca falou com o Presidente da República ou qualquer membro da Casa Civil sobre o caso. Nega também alguma vez ter falado com Marta Temido ou Lacerda Sales e reforça que não teve conhecimento da intervenção do ex-secretário de Estado da Saúde na marcação das consultas nem da reunião deste com Nuno Rebelo de Sousa.

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Comissão Europeia propõe empréstimo de até 35 mil milhões de euros para a Ucrânia

Pacote financeiro proposto pela Comissão Europeia será garantido através dos lucros extraordinários provenientes dos ativos russos imobilizados e envolverá os credores da União Europeia e do G7.

A Comissão Europeia deu esta sexta-feira mais um passo no reforço do apoio à Ucrânia, ao propor um pacote de assistência financeira abrangente que inclui um empréstimo de até 35 mil milhões de euros.

Esta proposta faz parte de um esforço conjunto da União Europeia (UE) e do grupo das sete maiores economias do mundo (G7) para disponibilizar até 45 mil milhões de euros em apoio à Ucrânia.

“Os ataques implacáveis da Rússia significam que a Ucrânia precisa de apoio contínuo da UE”, refere Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. “A Comissão irá fornecer um empréstimo de até 35 mil milhões de euros à Ucrânia como parte do compromisso do G7. Esta é mais uma importante contribuição da UE para a recuperação da Ucrânia“, diz.

O pacote proposto pela Comissão Europeia é composto por dois elementos: um mecanismo de cooperação de empréstimo à Ucrânia de até 45 mil milhões de euros e um empréstimo excecional de assistência macrofinanceira de até 35 mil milhões de euros.

Este pacote de empréstimos único, desenvolvido em conjunto com os nossos parceiros do G7 e com um forte papel da UE, permitirá à Ucrânia cobrir as suas necessidades imediatas, garantir a estabilidade macroeconómica e dotar o país dos recursos financeiros necessários para resistir à intensificação da agressão russa.

Valdis Dombrovskis

Vice-presidente executivo da Comissão Europeia

Este apoio financeiro será garantido através dos lucros extraordinários provenientes dos ativos russos imobilizados, explica a Comissão Europeia em comunicado. Esta abordagem será aplicada pela primeira vez de forma estruturada e em grande escala entre os credores da União Europeia e do G7, garantindo um apoio financeiro estável e de longo prazo para a recuperação e resiliência da Ucrânia, destaca a Comissão Europeia em comunicado.

“Este pacote de empréstimos único, desenvolvido em conjunto com os nossos parceiros do G7 e com um forte papel da UE, permitirá à Ucrânia cobrir as suas necessidades imediatas, garantir a estabilidade macroeconómica e dotar o país dos recursos financeiros necessários para resistir à intensificação da agressão russa“, refere Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia.

Este pacote de apoio financeiro surge num momento crucial para a Ucrânia, que continua a enfrentar desafios sem precedentes devido à intensificação da agressão russa. Desde o início da guerra, a UE e os seus Estados-membros já disponibilizaram mais de 118 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos para apoiar o esforço de guerra ucraniano e a sua economia.

A proposta agora apresentada requer a aprovação do Parlamento Europeu e uma maioria qualificada dos Estados-membros da UE no Conselho antes de entrar em vigor. Dada a urgência da situação, a Comissão Europeia revela que irá trabalhar em colaboração com os legisladores para garantir uma adoção rápida.

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Montenegro mantém liderança do protagonismo televisivo em agosto. Ventura cai para o 4º lugar

  • + M
  • 20 Setembro 2024

Miguel Albuquerque surge na segunda posição e o líder do Chega desce para o quarto lugar. Rúben Amorim, treinador do Sporting Clube de Portugal, protagonizou 55 notícias nos telejornais.

Luís Montenegro manteve-se na liderança do top de exposição mediática agosto. O primeiro-ministro protagonizou 99 notícias, com 4h38 de duração, nos telejornais dos quatro canais generalistas em sinal aberto.

Num mês que ficou marcado pelos incêndios na Madeira, o presidente da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque, surge na segunda posição, com 61 notícias e 3h18 de exposição.

Marcelo Rebelo de Sousa registou a terceira posição, com o Presidente da República a protagonizar 62 notícias de 2h35 de duração. Já o presidente do Chega, André Ventura, desceu do segundo para o quarto lugar, com 59 notícias de 2h23, mostra a análise mensal do serviço Telenews, da MediaMonitor.

A quinta posição é ocupada por Rúben Amorim, treinador do Sporting Clube de Portugal, protagonista em 55 notícias, com 1h54 minutos de duração.

Ana Paula Martins (ministra da Saúde), Vítor Bruno (treinador do FC Porto), Pedro Nuno Santos (secretário-geral do PS), Roger Schmidt (à data treinador do SL Benfica) e António Leitão Amaro (ministro da Presidência) completam a lista dos 10 nomes que protagonizaram notícias de maior duração total durante o mês de agosto de 2024.

 

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Crescimento da dívida acelera 3% nas empresas e 1,5% nas famílias

O endividamento do setor público diminuiu 3,6 mil milhões em julho, de acordo com dados do Banco de Portugal. Crescimento está a acelerar nas empresas e famílias.

O endividamento público diminuiu em 3,6 mil milhões em julho face ao mês anterior, o equivalente a um recuo de 1%. Já nas famílias e empresas o crescimento da dívida está a acelerar, mostram os dados revelados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

O endividamento do setor privado aumentou em mil milhões de euros, “resultado do aumento do endividamento das empresas privadas, de 0,7 mil milhões de euros, maioritariamente perante o exterior, e do endividamento dos particulares, de 0,3 mil milhões de euros, junto do setor financeiro”, indica o regulador da banca.

Esta é uma tendência que se tem vindo a evidenciar nos últimos meses. No caso das empresas, a dívida cresceu pelo terceiro mês consecutivo, enquanto nas famílias foi já a quinta subida.

Face a julho de 2023, o endividamento cresceu 3% nas empresas, o ritmo mais elevado desde dezembro de 2022, e 1,5% nas famílias, o que não acontecia desde abril. O Banco de Portugal observa que “o endividamento das empresas privadas e dos particulares tem vindo a acelerar desde o final de 2023“.

Em sentido contrário, a dívida do Estado recuou em 3,6 mil milhões em relação a junho. Face ao mesmo mês do ano passado, a dívida do Estado encolheu 2,38 milhões de euros ou 0,65%. Uma evolução que se deveu “sobretudo à redução das responsabilidades do Tesouro em depósitos e à amortização líquida de títulos de dívida pública”.

Tudo somado, “o endividamento do setor não financeiro (administrações públicas, empresas e particulares) diminuiu 2,5 mil milhões de euros, para 808,8 mil milhões de euros”.

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“Não há margem de erro nem qualquer folga para imprevistos” na execução do PRR. Regime especial vai passar no Parlamento

Com votos do PS, Parlamento vai aprovar proposta do Executivo para estabelecer regime de fiscalização preventiva especial do Tribunal de Contas para os contratos PRR e permitir o recurso à arbitragem.

Não há margem de erro, nem qualquer folga para imprevistos” a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), reconheceu esta sexta-feira o ministro Adjunto e da Coesão Territorial. O Parlamento vai votar a proposta de alteração do Executivo para estabelecer um regime de fiscalização preventiva especial do Tribunal de Contas; permitir que, em caso de impugnação de atos de adjudicação que se destinem à execução do PRR, a Administração Pública possa solicitar ao Tribunal o levantamento provisório do efeito suspensivo automático, e ainda permitir o recurso à arbitragem ou de tentativa de conciliação extrajudicial, quando a delonga dos litígios judiciais possa colocar em risco o cumprimento dos prazos contratuais ou a perda de fundos.

“Estamos cientes, desde o início, que não será possível executar cabalmente o PRR se não fizermos alterações nas regras e práticas habituais e se não aumentarmos os recursos atualmente existentes. É o que estamos a fazer”, disse Manuel Castro Almeida. “Nenhuma das alterações legislativas que propomos ao Parlamento coloca em risco a fundamental preocupação de rigor e eficiência na aplicação dos recursos públicos”, sublinhou ainda.

Não é esse o entendimento do Bloco de Esquerda, que anunciou logo no início do debate que vai votar contra. Marisa Matias considera que o regime especial elimina a fiscalização prévia, já que os contratos arrancam mesmo sem o visto do Tribunal de Contas e que em casos de fiscalização concomitante é “virtualmente impossível travar os contratos”, já que os casos em que a cessação imediata dos contratos é possível são “limitadíssimos”. Também o PCP anunciou que não ia votar a favor.

Apesar de esta ser já a 20.ª alteração ao Código dos Contratos Públicos, o deputado do PSD, Silvério Regalado, questionou o ministro da Coesão sobre a possibilidade de estas alterações serem aplicadas aos restantes fundos europeus, nomeadamente ao Portugal 2030. Castro Almeida reconheceu que o Executivo ponderou fazê-lo, mas não quis “arriscar” por receio de que isso pudesse “ferir um princípio de legalidade perante as regras europeias do contencioso pré-contratual”.

No entanto, Castro Almeida adiantou que se aplica também ao Portugal 2030 a possibilidade de recurso à arbitragem ou de tentativa de conciliação extrajudicial, quando a delonga dos litígios judiciais possa colocar em risco o cumprimento dos prazos contratuais ou a perda de fundos. E recordou que está nas mãos do Parlamento alargar estas novas regras a todos os fundos.

Não vale de nada proclamar a importância de executar o PRR se não tivermos a coragem de adotar as medidas que o permitam.

Castro Almeida

Ministro Adjunto e da Coesão Territorial

A alteração parece estar destinada ao sucesso, já que a deputada Marina Gonçalves disse que o Partido Socialista vai acompanhar este “esforço de simplificação”, desde que aliado à transparência e ao rigor, porque é necessário para cumprir o PRR. Sublinhando a “postura de responsabilidade do PS”, defendeu que no debate na especialidade sejam analisadas algumas das propostas apresentadas.

Castro Almeida sublinhou que só existem quatro países na União Europeia que têm visto prévio do Tribunal de Contas e que “nem o todo-poderoso Tribunal de Contas Europeu o tem”. “Todos os demais Parlamentos desistiram de cumprir a lei?”, questionou ironicamente. “Se calhar somos nós que estamos errados. Temos de nos alinhar com os países mais modernos” atirou.

“Não vale de nada proclamar a importância de executar o PRR se não tivermos a coragem de adotar as medidas que o permitam”, concluiu o governante, num apelo à aprovação do diploma por parte dos deputados.

Nota: O Parlamento aprovou a medida na votação desta sexta-feira, após a publicação desta peça.

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AIP apresenta nova identidade virada para um futuro mais digital

  • + M
  • 20 Setembro 2024

Assinada pela SKA Brand Development, a identidade herda da anterior a forma circular que atua enquanto símbolo do associativismo empresarial,

A Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) tem uma nova identidade visual. “Não é uma rutura com o passado, antes uma celebração de tudo o que foi feito até aqui pelos meus antecessores e, ao mesmo tempo, o assumir de uma identidade mais atual, mais tecnológica”, descreve José Eduardo Carvalho, Presidente da AIP. “Os nossos valores estão impressos nesta nova assinatura, mas de uma forma mais estilizada, mais conceptual”, acrescenta, citado em comunicado.

Assinada pela SKA BrandDevelopment, a identidade herda da anterior a forma circular que atua enquanto símbolo do associativismo empresarial. Da união de três rodas, a dos associados, a da dinamização e a da cooperação, nasceu esta nova ‘roda dentada’, descreve a AIP, explicando que esta linguagem foi buscar inspiração às engrenagens da atividade industrial, mas recorrendo a uma linguagem que introduz inovação, expansão, sustentabilidade e economia circular e digitalização. “São novos valores que se juntam aos que sempre defendemos, assumindo-se a AIP como agente impulsionador da mudança de paradigma do tecido empresarial português”, aponta José Eduardo Carvalho.

A AIP, que representa cerca de 6.900 empresas portuguesas, começou por adotar a nova imagem na comunicação digital, sendo o rebranding implementado de forma progressiva nos próximos meses nos suportes físicos.

 

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Preços das casas sobem 7,8% no segundo trimestre, ritmo acelera novamente

Depois de um trimestre de abrandamento, o ritmo subida dos preços das casas voltou a acelerar entre abril e junho deste ano: 7,8% em termos homólogos e 3,9% face aos primeiros três meses de 2024.

Os preços das casas em Portugal subiram 7,8% no segundo trimestre deste ano, em termos homólogos, retomando uma aceleração do ritmo de crescimento após um trimestre de abrandamento, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No segundo trimestre de 2024, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 7,8% em termos homólogos, mais 0,8 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior” informou o INE, em comunicado. “No trimestre de referência, a taxa de variação dos preços das habitações existentes foi 8,3%, acima da observada nas habitações novas (6,6%)”.

Em relação ao trimestre anterior, o IPHab cresceu 3,9% (variação de 0,6% no trimestre precedente), adiantou. Por categoria, os alojamentos existentes registaram um aumento nos preços semelhante ao observado nos alojamentos novos, 3,9% e 3,8%, respetivamente.

Entre abril e junho de 2024 foram transacionadas 37.125 habitações, no valor total de 7,9 mil milhões de euros, o que representa um aumento, face ao mesmo período do ano anterior, de 10,4% e 14,1%, respetivamente, explicou o INE.

No trimestre de referência, as aquisições de habitação pelo setor institucional das famílias corresponderam a 31.948 unidades (86,1% do total), que perfizeram um total de 6,7 mil milhões de euros (85,4% do total).

No segundo trimestre de 2024, os compradores com um domicílio fiscal fora do território nacional adquiriram 2.464 alojamentos (6,6% do total), o que representa uma redução homóloga de 2,8%.

Norte vale quase um terço

Em termos regionais, o Norte, com um total de 10.995 transações, concentrou 29,6% do total das vendas de habitações, mais 1,0 p.p. face ao período homólogo.

“A par do Norte, o Centro e o Alentejo, com 5.885 e 1.945, respetivamente, foram as outras regiões a apresentar incrementos nas respetivas quotas regionais, 0,5 p.p. e 0,2 p.p., pela mesma ordem”, sublinhou.

“As transações de habitações localizadas na Grande Lisboa fixaram-se em 7.031 unidades, ou seja, 18,9% do total, percentagem idêntica à do mesmo período do ano transato”, explicou, adiantando que entre abril e junho de 2024, as habitações transacionadas na Grande Lisboa totalizaram 2,5 mil milhões de euros, 32,2% do total, menos 0,7 p.p. em termos homólogos.

No Norte, o valor das habitações transacionadas ascendeu a 1,9 mil milhões de euros, enquanto no Algarve atingiu 912 milhões de euros, observando-se, no primeiro caso, um aumento homólogo do respetivo peso relativo de 1,3 p.p., e, no segundo caso, uma redução da quota relativa na mesma amplitude (-1,3 p.p.)

 

(Notícia atualizada às 11h36)

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Taxa Euribor cai a três, seis e 12 meses para novos mínimos de ano e meio

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

Esta sexta-feira, as taxas Euribor caíram para 3,436% a três meses, para 3,184% a seis meses e para 2,918% a 12 meses.

A taxa Euribor desceu esta sexta-feira a três, a seis e a 12 meses para novos mínimos, respetivamente, desde maio e março de 2023 e dezembro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 3,436%, continuou acima da taxa a seis meses (3,184%) e da taxa a 12 meses (2,918%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, recuou para 3,184%, menos 0,039 pontos que na anterior sessão e um novo mínimo desde 21 de março de 2023.
  • no prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, caiu para 2,918%, menos 0,018 pontos que na quinta-feira e um novo mínimo desde 15 de dezembro de 2022.
  • A Euribor a três meses também caiu, ao ser fixada em 3,436%, menos 0,019 pontos e um novo mínimo desde 24 de maio de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,1% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,2% e 25,4%, respetivamente.

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Na quarta-feira, em 18 de setembro, foi a vez da Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que é a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em agosto voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente no prazo mais longo, tendo baixado 0,137 pontos para 3,548% a três meses (contra 3,685% em julho), 0,219 pontos para 3,425% a seis meses (contra 3,644%) e 0,360 pontos para 3,166% a 12 meses (contra 3,526%).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Governo alemão oferece ajuda à Volkswagen para evitar fecho de fábricas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Setembro 2024

Volkswagen tinha admitido a possibilidade de encerrar fábricas na Alemanha. Apesar da oferta de ajuda, Governo diz que "grande parte das tarefas tem de ser resolvida pela própria empresa”.

O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, afirmou esta sexta-feira que pretende ajudar a Volkswagen a ultrapassar o período de redução de custos, que inclui a rescisão de vários acordos coletivos de trabalho na Alemanha, sem encerrar fábricas da empresa.

No início deste mês, a gigante alemã — produz carros na fábrica da Autoeuropa, em Palmela — admitiu pela primeira vez a possibilidade de encerrar fábricas na Alemanha, numa tentativa de poupar milhares de milhões de euros. Em 87 anos de história, a Volkswagen nunca fechou as portas de uma unidade industrial no seu país de origem.

Esta manhã, numa visita à unidade da fabricante alemã de automóveis em Emden, o governante alertou, por outro lado, para a importância de garantir que o despedimento de pessoal acontece dentro do quadro normal de negociação coletiva, depois de a Volkswagen ter rescindido o acordo coletivo de garantia de emprego, que vinha sendo renovado desde 1994.

Foi a 10 de setembro que a Volkswagen notificou o sindicato IG Metall da rescisão do acordo, que excluía os despedimentos por motivos operacionais e expira no final do ano. Pelo que os despedimentos serão possíveis a partir de julho de 2025, se o sindicato e a empresa não chegarem a um acordo antes dessa data.

Citado pela Reuters, Robert Habeck ressalvou, porém, que há limites para o que o Governo alemão pode fazer para apoiar a empresa, sublinhando que “uma grande parte das tarefas tem de ser resolvida pela própria Volkswagen”, nomeadamente no que toca à estrutura e à viabilidade do negócio.

“Os políticos podem ajudar [as empresas] ao melhorar o enquadramento e ao enviar os sinais certos ao mercado, o que inclui incentivar à produção de carros com motores elétricos”, acrescentou o ministro alemão da Economia.

Mercedes volta a baixar previsões de lucro

Outro grande fabricante alemão do setor automóvel, a Mercedes-Benz, também enfrenta perspetivas complicadas. Na quinta-feira à noite, a construtora reduziu o objetivo para a margem de lucro anual pela segunda vez em menos de dois meses, culpando a quebra nas vendas de veículos na China.

Face ao abrandamento do crescimento do PIB na China, penalizado pelo enfraquecimento do consumo e pela recessão no setor imobiliário, a empresa reduziu as suas perspetivas de lucros para 2024 tanto para a Mercedes-Benz Cars como para o Grupo Mercedes-Benz, o que levou esta sexta-feira de manhã às ações da empresa caírem quase 8%.

Segundo a agência de notícias, a Mercedes-Benz Cars espera agora que a rendibilidade ajustada das vendas se situe entre 7,5% e 8,5% em 2024, quando antes as expectativas se situavam em 10% a 11%. O que implica uma rendibilidade ajustada das vendas de cerca de 6% para o segundo semestre deste ano.

“Há uma enorme cautela, estou a tentar dizer isto diplomaticamente. Quanto tempo é que isso vai durar? Não sei, mas mantenho-me cauteloso num futuro próximo em relação à China“, afirmou o CEO da Mercedes-Benz, Ola Kaellenius, afirmando-se pouco surpreendido que neste contexto as famílias estejam a reduzir os gastos com automóveis caros.

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Jingles são o ativo de marca com melhor desempenho, revela estudo

Há alguns fatores comuns às marcas com melhor desempenho no que diz respeito ao uso dos seus ativos, como a priorização, consistência ou criatividade, revela o estudo.

Os ativos das marcas têm o poder de acionar a memória humana e levar os consumidores a recordá-la, seja através de elementos verbais, visuais, auditivos ou outros, como logos, slogans, jingles ou personagens/mascotes.

Mas nem todos os ativos têm o mesmo impacto. De acordo com o estudo “The DNA of Distinctive Brands“, da Distinctive Bat, os jingles são o tipo de ativos que superam os outros com mais frequência, alcançando uma pontuação de 126 pontos, sendo que o máximo é 200 (o que significaria que 100% das pessoas identificavam corretamente o ativo e o atribuíam corretamente à marca em questão).

Aos jingles seguem-se as personagens/mascotes (105 pontos) enquanto ativo com melhor desempenho, graças à capacidade humana de recordar rostos, as embalagens (86), os logos (82) e os produtos (76).

O estudo, que analisou centenas de marcas, apurou ainda quais os fatores comuns entre as marcas com melhores desempenhos, no que diz respeito ao uso dos seus ativos.

Desde logo, é preciso que as marcas consigam priorizar. Ou seja, que tenham a capacidade de identificar os seus ativos mais distintivos e dar-lhes a liderança ou destaque, uma vez que uma “ampla gama de ativos pode ser benéfica mas também levar à falta de foco e à diluição do alcance dos ativos nos pontos de contacto”.

No entanto, o número de ativos distintivos varia de acordo com a marca. Enquanto algumas marcas, como a McDonald’s, conseguem ter muitos ativos fortes, “a maioria das outras terá de se concentrar mais na identificação de alguns ativos-chave”, refere-se no estudo, onde se adianta que a maior queda nas pontuações de distintividade acontece para as marcas quando estas passam dos três ativos.

Depois de “escolhidos” estes ativos, o estudo indica que é também importante haver consistência, sendo indicado “maximizar repetidamente a exposição dos mesmos ativos, através de uma abordagem consistente em todos os pontos de contacto”, ao longo das várias campanhas.

Embora também seja importante ser criativo com estes ativos, é importante que tal não seja feito de forma “exagerada”. “Ganha-se o direito de amplificar os ativos somente depois de estes estarem incorporados”, refere-se no estudo, onde se acrescenta que é importante “compreender o património dos ativos e determinar como estes serão usados”.

Mas, embora a priorização e consistência sejam importantes, é a criatividade que tem a capacidade de elevar os ativos para outro patamar, “quando bem feita”, alerta-se no estudo. “A criatividade é uma grande alavanca que uma marca pode usar a seu favor”, sendo que no casos dos ativos esta é importante no seu próprio desenvolvimento mas também no uso destes ativos na publicidade.

Alcance e frequência são outras duas variáveis-chave a ter em conta e que contribuem para o sucesso de um ativo, defende-se no “The DNA of Distinctive Brands”, sendo que o dimensão da própria marca está fortemente correlacionado.

“Quanto maior for a marca, na maioria dos casos, maior será o orçamento. Além disso, quanto maior a escala dos pontos de contacto próprios, impulsionados pela disponibilidade física e pelo produto em mãos, mais fácil será para uma marca incorporar ativos distintivos”, refere-se no estudo.

Embora a forma como as marcas são ativadas varie de acordo com o tamanho e a categoria da marca, todas devem ter como objetivo garantir que os canais próprios, adquiridos e pagos, sejam maximizados de forma a incorporar ativos“, acrescenta-se.

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