Parlamento aprova notificação automática de políticos após consulta de declaração de rendimentos

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

O projeto de lei foi aprovado, na generalidade, com os votos favoráveis de PSD e IL, abstenção do PS, Livre e BE e votos contra do Chega, PCP e PAN.

O parlamento aprovou esta quinta-feira na generalidade um diploma do PSD que prevê uma notificação automática de titulares de cargos políticos após o acesso à sua declaração de rendimentos, apesar de alguns partidos terem criticado essa norma.

O projeto de lei foi aprovado na generalidade com os votos favoráveis de PSD e IL, abstenção do PS, Livre e BE e votos contra do Chega, PCP e PAN. O PSD defende que a Entidade para a Transparência (EpT) deve garantir que, “sempre que ocorra qualquer consulta” de uma declaração de um titular de cargo político, este seja notificado e saiba “a identificação do respetivo requerente”.

O diploma prevê os titulares de cargos políticas possam passar a autorizar a EpT a aceder às bases da Segurança Social, Autoridade Tributária ou Instituto dos Registos e Notariado para que pré-preencha a declaração ou verifique as informações que contém. O projeto prevê a eliminação de redundâncias no que se refere às declarações submetidas, para garantir que, por exemplo, quem exerce duas funções públicas (como deputado e autarca) não precise de submeter duas declarações distintas.

No debate, o deputado do PSD Hugo Carneiro justificou a necessidade de criar uma notificação automática, argumentando que “resulta do equilíbrio entre o dever de declarar e as restrições à reserva da vida privada que resultam do exercício do cargo público”.

Em nada se prejudica o direito de se conhecerem as declarações do titular da obrigação. Não se reduz uma única obrigação declarativa, que fique bem claro. Esta alteração em nada contende com o estatuto do denunciante e não reduz a transparência”, defendeu.

O deputado do PS Pedro Delgado Alves manifestou concordância com medidas da proposta do PSD como garantir um preenchimento automático da declaração em questão, mas disse que há aspetos na proposta que precisam de ser vistos “com alguma cautela”, em particular sobre a “facilitação da consulta por interoperabilidade”.

O deputado do PCP António Filipe considerou que o diploma do PSD tem “propostas úteis”, mas a notificação automático em caso de acesso à declaração “estraga o projeto de lei” e “não faz sentido”.

Também o deputado do Livre Paulo Muacho afirmou que o projeto de lei do PSD tem “algumas matérias que são positivas”, mas outras que “levantam dúvidas”, criticando a notificação automática que, advertiu, “pode condicionar e inibir situações de denúncia e consulta”.

A deputada única do PAN Inês Sousa Real considerou que o diploma do PSD visa “permitir a persecução a jornalistas ou até mesmo tornar mais opaca a lei da transparência”, defendendo um projeto de lei do seu partido, que foi chumbado, que visava facilitar o acesso às declarações de rendimentos, deixando de ser necessário apresentar um fundamento para justificar esse acesso.

Foi ainda chumbado outro diploma do PAN para impedir que “empresas com participação relevante de um titular de cargo político ou de alto cargo público não possam participar em procedimentos de atribuição de subvenção pública”.

Um diploma do PCP para impedir que um governante pudesse assumir, durante cinco anos, funções numa empresa que tinha previamente tutelado, foi chumbado com votos contra do CDS, IL e PS, abstenção do PSD e votos favoráveis de Chega, PCP, BE, PAN e Livre.

Em sentido contrário, foi aprovado um diploma do PS – com os votos favoráveis do PS, PCP, Livre e PAN, abstenção do Chega, CDS e PSD e voto contra da IL – que mantém o período de três anos, mas que prevê que um governante passe também a ser impedido de exercer funções numa empresa em que se tenha verificado que teve “intervenção direta”.

Foi ainda chumbado um projeto de lei do Chega para proibir “contratos com empresas em que o titular do órgão seja detentor de participação (independentemente de ser mais ou menos de 10%), assim como de empresas que tenham participação de familiares próximos do titular do órgão”, com vários partidos a apontarem inconstitucionalidades.

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Estado injetou 6,5 mil milhões na CGA para equilibrar contas

Em 2024, por cada euro que entrou na CGA via contribuições dos atuais subscritores, o Orçamento do Estado colocou 1,53 euros para pagar pensões. É o valor mais elevado da última década.

A Caixa Geral de Aposentações (CGA) registou um défice de 202 milhões de euros em 2024, segundo dados da execução orçamental analisados pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) de janeiro a dezembro do ano passado, publicados esta quinta-feira.

Apesar de uma ligeira melhoria face aos 218 milhões de euros negativos de 2023, a UTAO destaca que o resultado fica muito aquém da meta prevista no Orçamento do Estado para 2024 que apontava para um valor negativo de 77 milhões de euros, salientando um buraco cada vez maior deste regime de proteção social, que está fechado a novos contribuintes desde 1 de janeiro de 2006.

A análise da equipa liderada por Rui Baleiras revela assim um sistema em desequilíbrio acelerado, com o fosso entre receitas e despesas ser tapado com verbas cada vez maiores do Orçamento do Estado. De acordo com dados da UTAO, a receita de contribuições e quotizações para a CGA subiu 6,9% em 2024 (que compara com uma queda de 1,3% estimado inicialmente), para 4,3 mil milhões de euros, impulsionada pelo aumento dos salários.

Em 2024, por cada euro que entrou na CGA via contribuições e quotizações dos atuais subscritores, o Orçamento do Estado injetou 1,53 euros para pagar pensões. Em 2022 esse rácio era de 1,3 euros, 15% inferior ao registado em 2024.

Contudo, este crescimento foi insuficiente para cobrir a despesa com pensões, que disparou 9,3%, totalizando 10,8 mil milhões de euros – o Orçamento do Estado para 2024 previa um aumento de 7,4%.

A pressão das contas da CGA vem assim de dois lados: de um lado, a atualização das pensões (entre 5% e 6%) e o pagamento extraordinário de outubro (360 milhões); do outro, a queda de 5,3% no número de subscritores ativos na CGA, que viu sair mais de 20 mil subscritores, o maior recuo desde 2008.

Esta dinâmica fez com que o rácio entre a comparticipação financeira do Orçamento do Estado para equilíbrio da conta da CGA e a receita proveniente de contribuições e quotizações para CGA ascendesse a 153,2% em 2024, o valor mais elevado da última década. Significa que, em 2024, por cada euro que entrou na CGA via contribuições dos atuais subscritores, o Orçamento do Estado injetou 1,53 euros para pagar pensões. Em 2022 esse rácio era de 1,3 euros, 15% inferior ao registado em 2024.

“Este diferencial reflete um crescimento acentuado desde 2022, em grande medida justificado pela atualização anual das pensões e pela redução mais significativa no número de subscritores”, lê-se no relatório da UTAO.

Estes números revelam uma pressão cada vez maior da CGA sobre o Orçamento do Estado. Nos últimos três anos, a transferência do Estado para a CGA cresceu 38%, passando de 5.055 milhões de euros em 2022 para 6.541 milhões de euros em 2024, enquanto as contribuições e quotizações subiram apenas 15%, de 3.892 milhões de euros para 4.269 milhões de euros.

Os dados da UTAO mostram ainda que o número de pensionistas mantém uma trajetória ascendente (com 1,1 milhões de beneficiários em 2024), enquanto a base de contribuintes encolhe: em dezembro de 2024, havia menos 20.265 subscritores ativos do que no ano anterior.

Apesar da melhoria marginal no saldo anual, a execução orçamental da CGA em 2024 confirma que o sistema não consegue gerar receitas suficientes para cobrir obrigações, mesmo com aumentos salariais na função pública, e que em função da trajetória de envelhecimento da população ativa, a pressão das contas da CGA sobre o Orçamento de Estado deverá continuar a subir.

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Forvis Mazars muda modelo de governo corporativo. Luís Gaspar passa a chairman

Firma de auditoria, fiscalidade e assessoria criou um novo modelo de 'corporate governance' em Portugal que prevê a criação de três novos órgãos. Sérgio Santos Pereira sucede na direção executiva.

A sociedade Forvis Mazars, de serviços de auditoria, fiscalidade, jurídicos e assessoria (advisory), anunciou esta quinta-feira a criação de um novo modelo de governo corporativo (corporate governance) em Portugal, acompanhando as práticas do grupo internacional ao qual pertence.

A alteração envolve a promoção de Luís Gaspar, até então managing partner da firma, ao cargo de presidente do conselho de administração (chairman) e presidente do novo Conselho de Supervisão para o mandato 2025-2028. Sérgio Santos Pereira assumirá agora o cargo de diretor geral.

A reorganização da Forvis Mazars em Portugal prevê a criação de três órgãos: um Conselho de Sócios, que reunirá todos os sócios internacionais da Forvis Mazars no país; o suprarreferido Conselho de Supervisão, constituído por três sócios globais (Luís Gaspar, José Rebouta, corresponsável pela área de Auditoria & Assurance Industry & Services, e por Pedro Jesus, corresponsável de Auditoria & Assurance Financial Services) e uma Comissão Executiva também com três sócios (Sérgio Santos Pereira, Luís Batista, responsável por Outsourcing, e Patrícia Cardoso, sócia de Audit & Assurance).

“Resulta da necessidade de adaptar a gestão à dimensão atual da Forvis Mazars em Portugal, aos desafios que se lhe colocam e à sua ambição, em resultado das opções e do sucesso alcançado nos últimos anos, preparando a firma para o futuro”, esclarece a empresa, em comunicado divulgado esta tarde.

Segundo o recém-nomeado presidente da Forvis Mazars em Portugal, Luís Gaspar, a empresa está a crescer e esta alteração de modelo de governo torna-a “mais resiliente, permitindo assegurar uma evolução contínua e enfrentar os desafios atuais com a mesma dedicação, inovação e integridade”.

O sucessor de Luís Gaspar na liderança executiva, Sérgio Santos Pereira, tem uma carreira profissional marcada pela passagem em quase todas as Big Four (Deloitte, EY e KPMG) e também esteve na AAA Advogados. Há oito anos na Mazars, liderava, desde 2017, a área de Fiscal. “Agora, enquanto managing partner, o seu foco será fortalecer o alinhamento estratégico da firma, expandir a sua presença no mercado e assegurar uma gestão dinâmica e eficiente”, detalhou a sociedade multidisciplinar.

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Governo já eliminou a obrigação de declarar subsídio de refeição no IRS

Contribuintes já não terão de reportar rendimentos isentos e juros de dividendos, segundo o decreto-lei aprovado pelo Executivo. IRS automático é alargado à dedução com trabalhadores domésticos.

Os contribuintes já não terão de declarar no IRS rendimentos isentos, como subsídio de refeição, ou juros de dividendos, quando superiores a 500 euros, segundo o decreto-lei aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros.

O diploma, que não precisa de passar pelo crivo do Parlamento, “elimina a obrigação de reporte dos rendimentos sujeitos a taxas liberatórias não englobados e rendimentos não sujeitos a IRS”, de acordo com o comunicado do Executivo.

Esta foi a solução encontrada pelo Governo para fazer cair uma norma introduzida pelo PS no Orçamento do Estado para 2024 e que arriscava tornar o processo de entrega da declaração muito burocrático, podendo mesmo inviabilizar o IRS automático.

O Governo avançou com o decreto-lei, seguro de que não fere a Constituição. No entanto, vários especialistas consultados pelo ECO já alertaram que há “o risco de inconstitucionalidade”, porque o diploma pode mexer na incidência do imposto ao mudar o cálculo do mínimo de existência. Mas o Ministério das Finanças afastou quaisquer dúvidas, em declarações ao ECO.

Resta saber qual será a tomada de posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando tiver de decidir se promulga ou veta o diploma ou se pede a fiscalização preventiva da sua constitucionalidade.

O mesmo decreto-lei vai ainda clarificar “quais os ativos detidos em países, territórios ou regiões com um regime fiscal claramente mais favorável que devem ser declarados, de forma a assegurar a certeza jurídica e a operacionalização efetiva desta obrigação”, segundo a mesma nota do Conselho de Ministros.

IRS automático alargado à dedução com trabalhadores domésticos

O Governo aprovou ainda um “decreto regulamentar que alarga o universo dos sujeitos passivos abrangidos pela declaração automática de IRS, por forma a incluir as liquidações de IRS a que seja aplicada a dedução à coleta relativa aos encargos suportados com a prestação de trabalho doméstico”.

Em causa está uma nova dedução à coleta do IRS que permite deduzir um montante equivalente a 5% da remuneração paga por qualquer membro do agregado familiar pela prestação de trabalho doméstico até ao limite global de 200 euros.

Esta dedução foi criada com o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) e terá aplicação prática pela primeira vez na declaração anual que os contribuintes vão começar a entregar no dia 1 de abril.

O IRS automático foi aplicado pela primeira vez aos rendimentos de 2016 (cuja declaração foi entregue em 2017), tendo desde então sido alvo de vários alargamentos, permitindo que um número cada vez maior de contribuintes possa beneficiar desta entrega mais simplificada.

Através do IRS automático, o contribuinte tem a sua declaração preenchida, tendo apenas de confirmar os dados que nela constam e de submetê-la. Caso não concorde, pode recusá-la e proceder à entrega pelos moldes habituais (modelo 3).

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Notas atribuídas por colégios são dois valores mais altas do que escolas públicas

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

A nota mais atribuída no secundário foi 17 nas escolas públicas e 19 nos colégios. Aplicações Informáticas B e Inglês continuam a ser as disciplinas anuais com notas mais altas.

Os alunos do ensino privado têm melhores notas internas no secundário do que os colegas das escolas públicas, segundo um relatório dos serviços do Ministério da Educação, que aponta para uma diferença média de quase dois valores.

Estes são alguns dos resultados do relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) que analisou as classificações finais dos alunos dos cursos científico-humanísticos (CCH) do ensino secundário nos últimos sete anos letivos (entre 2017/18 e 2023/24) e concluiu que as notas atribuídas pelos colégios são mais altas.

No passado ano letivo, por exemplo, a média das classificações internas finais do total das disciplinas nas escolas públicas foi de 15 valores, enquanto no privado foi de 16,9 valores, refere o relatório, confirmando uma tendência que se regista há, pelo menos, sete anos.

Nas médias do ano passado foram analisados os resultados de quase 111 mil alunos das escolas públicas e outros 12.591 estudantes de estabelecimentos privados e, em ambos os casos, as notas mais elevadas são às disciplinas anuais: Entre os alunos das escolas públicas a média foi de 17 valores enquanto no privado foi de 18,3 valores.

Aplicações Informáticas B e Inglês continuam a ser as disciplinas anuais com notas mais altas, havendo uma elevada percentagem de alunos que conseguem a nota máxima (20) ou 19 valores.

Sobre as “classificações internas invulgarmente elevadas” nas disciplinas anuais do 12.º ano, os investigadores apontam como possíveis razões serem opcionais e, por isso, uma escolha do aluno, mas também o facto de os estudantes saberem que a nota irá contar para a média de acesso ao ensino superior.

as médias das disciplinas trienais foram de 15 valores no público e 16,7 no privado, sendo as bienais ligeiramente mais baixas (14,2 valores no público e 16,3 valores no privado). Educação Física continua a ser a trienal com a média mais alta (16,9 valores no públicos e 18,2 no privado). No leque das bienais, destacam-se Espanhol e Inglês no ensino público e Filosofia, Biologia e Geologia e a Economia A no privado.

A nota mais atribuída nas escolas públicas foi 17 valores, segundo o estudo que mostra que a moda das classificações internas tem vindo a subir: em 2017/18 era de 15 valores, passou depois para 16 valores e, nos últimos quatro anos, foi de 17 valores. Já nos colégios, a nota mais atribuída foi 19.

Numa comparação entre áreas, o estudo mostra que os alunos com melhores notas são os dos cursos de ciências e tecnologias, seguidos de ciências socioeconómicas.

Nota mais atribuída no secundário foi 17 nas escolas públicas e 19 nos colégios

A nota mais atribuída pelos professores é 17 valores nas escolas públicas e 19 nos colégios, segundo estatísticas que mostram que metade dos estabelecimentos públicos e 86% dos colégios têm alunos do secundário com notas máximas. Num universo de quase 111 mil alunos, a nota mais atribuída pelos professores das escolas públicas, no passado ano letivo, foi de 17 valores, numa escala de zero a 20.

Os dados mostram que as notas têm vindo a subir e que parece haver cada vez mais alunos de excelência, tanto no ensino público como no privado. Nos colégios, por exemplo, a moda há cinco anos era de 18 valores mas, no ano letivo de 2020/2021 subiu para os 19 valores, mantendo-se inalterada até agora, segundo os dados da DGEEC.

O relatório mostra ainda que metade dos quase 500 estabelecimentos públicos tem alunos com classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina. Entre os colégios, essa percentagem dispara: Em 100 estabelecimentos de ensino privados analisados, 86 atribuíram classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina.

O relatório revela ainda as disciplinas em que as notas são habitualmente muito altas: Nas escolas públicas, por exemplo, a nota mais atribuída a Aplicações Informáticas B, Física e Química, Inglês e Direito foi de 20 valores.

Os investigadores tentaram perceber se a atribuição de notas tão altas era pontual ou se denunciava uma prática recorrente e, cruzando vários fatores, encontraram oito escolas públicas onde, pelo menos, 30% dos alunos tiveram notas de topo. Os dados não revelam o nome das escolas nem a região onde se localizam, mas mostram que esta é uma prática ainda mais recorrente no ensino privado.

No último ano letivo, dos 100 estabelecimentos analisados, 86 atribuíram classificações internas médias entre os 19 e os 20 valores a, pelo menos, uma disciplina. Só no ano passado, 36 colégios tiveram 35% de alunos com média de classificações finais entre 19 e 20 valores a todas as disciplinas e 44% a pelo menos uma disciplina.

Das 100 escolas, 21 repetiram esse padrão durante vários anos. No ensino privado, a nota mais atribuída passou de 18 para 19 valores, numa escala de zero a 20, sendo Educação Física a disciplina trienal com a média mais elevada (18,2 valores). Nos colégios, o 20 foi a nota mais atribuída a dez disciplinas nos últimos sete anos. Neste lote de disciplinas aparecem Geometria Descritiva A ou Inglês. No último ano em análise, a moda das notas de 14 disciplinas era 20.

Nas disciplinas bienais, destacam-se com as médias mais elevadas Inglês, Filosofia, Biologia e Geologia e a Economia A. Das disciplinas anuais, Aplicações Informáticas B e Inglês tiveram sempre as médias mais elevadas, estando próximas dos 19 valores. No geral, os alunos do ensino privado têm melhores notas internas no secundário do que os colegas das escolas públicas, segundo o relatório, que aponta para uma diferença média de quase dois valores.

No passado ano letivo, por exemplo, a média das classificações internas finais do total das disciplinas nas escolas públicas foi de 15 valores, enquanto no privado foi de 16,9 valores, refere o relatório, confirmando uma tendência que tem já alguns anos.

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PS e PSD contra alargamento para cinco anos de “período de nojo” entre Governo e empresas

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

PS vai votar contra e o PSD opta por se abster na iniciativa comunista de alargar o chamado “período de nojo”, entre Governo e empresas, dos atuais três anos para cinco anos.

PSD e PS consideraram esta quinta-feira problemático impedir que governantes assumam, durante um período de cinco anos, funções numa empresa que tutelaram previamente, apesar de os sociais-democratas admitirem que é necessário rever o prazo atual de três.

A Assembleia da República debateu, a pedido do PCP, vários projetos de lei relativos às portas giratórias, entre os quais um da bancada comunista para alargar o chamado “período de nojo” dos atuais três anos para cinco, prevendo novas sanções em caso de violação dessa norma.

Para justificar a necessidade desta proposta, o deputado do PCP António Filipe recordou o caso da ex-secretária de Estado do Turismo Rita Marques, do anterior Governo, que, após cessar funções, tinha sido anunciada como administradora de uma empresa no setor da hotelaria e turismo, tendo posteriormente renunciado ao cargo.

“Aquela situação acrescentou-se a muitas outras que, ao longo do tempo, têm levantado dúvidas sobre a eficácia dos mecanismos legais existentes”, indicou, considerando que o período de inibição atual se afigura “demasiado curto” e o “regime sancionatório inócuo”. No entanto, durante o debate, o PS anunciou que iria votar contra e o PSD que se iria abster, determinando assim o chumbo desta iniciativa.

O deputado do PSD Hugo Carneiro justificou a abstenção admitindo que é preciso “revisitar o prazo do período de nojo”, mas advertindo que “há problemas que eventualmente se podem colocar relativamente ao prazo fixo de cinco anos, como foi alertado pelo Conselho Superior do Ministério Público”.

Já o deputado do PS Pedro Delgado Alves salientou que o período de nojo foi revisto “há menos de um ano” e considerou que a solução encontrada, de três anos, “é razoavelmente equilibrada, porque consegue acautelar sanções onde elas não existiam”.

“Por essa razão, não acompanharemos estas propostas, mas propomos uma pequena alteração cirúrgica”, disse, defendendo um projeto de lei do PS que prevê que um governante passe também a ser impedido de exercer funções numa empresa em que se tenha verificado que teve “intervenção direta”.

O deputado do Chega Rui Paulo Sousa defendeu um diploma do partido para proibir “contratos com empresas em que o titular do órgão seja detentor de participação (independentemente de ser mais ou menos de 10%), assim como de empresas que tenham participação de familiares próximos do titular do órgão”.

Quem votar contra, vota a favor da corrupção, a favor do compadrio. Quem votar contra, está a dizer ao povo português que não quer mudar nada e que prefere continuar esta bandalheira”, dramatizou o deputado, com várias bancadas a considerarem que a proposta é inconstitucional.

Já o deputado da IL Carlos Guimarães Pinto advertiu que é preciso encontrar um equilíbrio para garantir que, ao tentar evitar portas giratórias, “não se destrói a vida profissional de pessoas que apenas fizeram um serviço temporário ao país”, anunciando o voto contra a proposta do PCP por considerar que “afasta pessoas decentes” da política.

Esta mesma posição foi assumida pelo deputado do CDS-PP João Almeida, que considerou que, ao alargar-se o período de nojo, está-se a “cortar as pernas àqueles que inconscientemente dediquem algum tempo da sua vida à causa pública”.

Em sentido contrário, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, defendeu a proposta do PCP, referindo que não se trata de impedir um alto cargo público de trabalhar no setor privado, mas garantir que, durante o período de uma legislatura, não pode exercer funções numa empresa que tinha tutelado.

Também o deputado do Livre Paulo Muacho concordou com o diploma do PCP, argumentando que “as portas giratórias entre o setor público e o setor privado devem estar fechadas por tempo suficiente para evitar influências”.

Já a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, apresentou duas iniciativas do partido, entre as quais uma para impedir que membros da Entidade para a Transparência assumam cargos políticos durante três anos.

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Governo nomeia Pedro de Andrade Saraiva para diretor do PlanApp

Pedro de Andrade Saraiva é o novo diretor do Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas (PLANAPP), que contará ainda Ana Martins, Gabriel Osório e Carolina Gameiro Nogueira.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a nova equipa do Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas (PLANAPP). Pedro de Andrade Saraiva foi nomeado diretor do organismo.

Foram ainda nomeados para subdiretores do organismo do Estado que apoia a definição e implementação de políticas públicas e a análise prospetiva, Ana Sofia Fernandes Figueiredo Martins, Gabriel Cupertino Osório de Barros e Carolina Gameiro Nogueira.

Estas nomeações já têm o parecer prévio positivo da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

O novo diretor da PLANAPP é licenciado em Engenharia Química pela FCTUC em 1987 e foi presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Centro por duas vezes, entre 2004 – 2005 e 2012 – 2014.

Pedro Andrade Saraiva foi deputado à Assembleia da República (2009-2015) e consultor da Presidência da República (2006-2009). É desde 2018 Diretor da Nova Information Mangement School (IMS) da Universidade Nova de Lisboa.

O Governo aprovou ainda a nova administração da agência que gere dívida pública, com Pedro Cabeços a liderar o IGCP nos próximos três anos.

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Governo tinha 789 milhões de euros em cativações por libertar em novembro

Cerca de 32% das verbas relativas a 2024 estavam congeladas em novembro: 528 milhões dependem da autorização do Ministério das Finanças e 261 milhões das tutelas setoriais, conclui a UTAO.

O Governo tinha 789 milhões de euros em cativações por libertar em novembro de 2024, o que corresponde a cerca de 32% das verbas que foram postas de parte para todo o ano, segundo relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que analisa a evolução da execução orçamental de janeiro a dezembro.

Sob a alçada do Ministério das Finanças estão 528 milhões de euros por descongelar, isto é, cerca de 32% dos 1.657 milhões de euros que foram cativados. Nas mãos das tutelas setoriais ainda estão 261 milhões de euros cativos, o que representam 32% dos 824 milhões de euros inscritos neste instrumento de controlo de despesa.

Em 2024, as dotações centralizadas, a dotação provisional e a reserva orçamental aprovadas no Orçamento do Estado para 2024″, cuja libertação depende exclusivamente do aval das Finanças, “ascenderam a 1.657 milhões de euros”, constatam os peritos que prestam apoio aos deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e da Administração Pública do Parlamento. Desse total, foram utilizados 1.129 milhões de euros, “o que representa cerca de 68,2% das dotações” que precisam da autorização do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, para serem descativadas.

“A utilização da dotação provisional (468,5 milhões de euros), das dotações centralizadas (590,9 milhões de euros) e da reserva orçamental (70,4 milhões de euros) atingiu 1.129,8 milhões de euros, o que representa cerca de 68,2% das dotações totais sujeitas a autorização da tutela das finanças”, lê-se no mesmo documento. Ou seja, 32% das verbas ainda estavam congeladas em novembro.

Fonte: UTAO

Apesar do relatório analisar a evolução da execução orçamental de janeiro a dezembro, a UTAO salienta que “a informação referente à libertação da reserva orçamental em cada programa orçamental só abrange o período entre janeiro e novembro de 2024”. Para além disso, indica que “as dotações libertadas foram reforçar dotações disponíveis nalgumas entidades”. No entanto, “não há maneira de saber se acabaram efetivamente gastas até final do período de execução reportado”.

Relativamente às dotações orçamentais de controlo de despesa geridas pelos ministérios setoriais, e que não precisam do ‘OK’ das Finanças para serem libertadas, foram descongeladas 563,4 milhões de euros, o que corresponde a 68,4% de um total de 824 milhões de euros. Ficaram assim por utilizar 261 milhões de euros, ou seja, cerca de 32% das cativações afetas às tutelas.

A unidade técnica que apoia os deputados alerta que “não há informação sobre o montante de cativações determinado pelo decreto-lei de execução orçamental”, porque “a Direção-Geral do Orçamento (DGO) não publicou o montante das cativações adicionais que decorrem da aplicação do decreto-lei de execução orçamental”.

De lembrar que as cativações no Orçamento do Estado para 2025 vão bater um máximo histórico da última década, atingindo os 4.368 milhões de euros, com um peso de 3,3% na despesa efetiva da administração central, como já tinha escrito a UTAO.

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Governo propõe que mesmo empresas que agravem leque salarial tenham benefício em IRC

Empresas que agravem diferenças entre ordenados mais altos e mais baixos estão impedidas, neste momento, de ter benefício em IRC por valorização salarial. Governo quer retirar essa condição.

O Governo vai entregar no Parlamento uma proposta de lei que estipula que o benefício em IRC para as empresas que aumentem os salários também abrange aquelas que agravem a diferença entre os salários mais baixos e mais altos. No Orçamento do Estado para 2025, o Executivo tentou fazê-lo, mas uma maioria negativa travou-o. Vai agora insistir, tendo aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros a proposta que seguirá para a Assembleia da República.

“Em cumprimento do acordo tripartido 2025-2028 sobre valorização salarial e crescimento económico assinado pelos parceiros sociais, aprovou uma proposta de lei, a submeter à Assembleia da República, que revoga o número 2 do artigo 19.º-B do Estatuto dos Benefícios Fiscais, de modo a permitir que qualquer empregador possa aceder a um benefício fiscal em sede de IRC, no montante correspondente a 50% dos encargos resultantes dos aumentos salariais, independentemente desse empregador aumentar o leque salarial“, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

O Executivo defende, nessa nota enviada às redações, que desta forma não se limitaria o acesso a uma “parte significativa dos empregadores” e seria cumprir o entendimento firmado em outubro na Concertação Social com as quatro confederações empresariais e a UGT.

Desde 2022, com o acordo de rendimentos assinado ainda pelo Governo de António Costa com os parceiros sociais, que está previsto um benefício em sede de IRC para as empresas que aumentem os salários em linha com o referencial definido em Concertação Social.

Tem estado definido que esse benefício só pode ser aplicado às empresas que não registem aumentos do leque salarial dos trabalhadores face ao anterior, isto é, não agravem as diferenças entre os salários mais elevados e mais baixos.

Porém, o acordo assinado em 2024 na Concertação Social pelo Governo agora liderada por Luís Montenegro já não faz qualquer referência a essa condição. E a proposta de Orçamento do Estado para 2025 previa mesmo a sua revogação.

Porém, uma coligação negativa (PS, BE, PCP, Livre e Chega votaram contra, o PAN absteve-se) travou a eliminação dessa norma. pelo que o Governo considera que está por cumprir o acordo assinado em outubro.

No início do mês, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, já tinha anunciado que, neste cenário, o Governo iria insistir no Parlamento. E esta quinta-feira foi dado um passo nesse sentido: a proposta de lei que seguirá para a Assembleia da República recebeu “luz verde” do Conselho de Ministros.

Sem maioria absoluta no Parlamento, o Governo do PSD terá de encontrar na oposição apoio para que esta proposta seja aprovada desta. Sobre este ponto, a governante atirou: “dependerá da Assembleia, não do Governo“.

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Ventura admite retirar moção de censura se Montenegro prestar esclarecimentos

  • Lusa
  • 20 Fevereiro 2025

O líder do Chega espera "documentos clarificadores" até ao início do debate, marcado para esta sexta-feira.

O presidente do Chega admitiu esta quinta-feira retirar a moção de censura ao Governo se o primeiro-ministro der esclarecimentos sobre a sua empresa familiar e apelou ao envio de documentos até à hora de início do debate.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura voltou a admitir que a moção de censura pode ser retirada, caso o primeiro-ministro dê explicações.

“Gostava de apelar a que até às 15:00 de amanhã, data de início do debate desta moção de censura, o primeiro-ministro fizesse chegar a esta casa todos os documentos relativos a esta sociedade”, afirmou.

O líder do Chega disse que “sem documentos clarificadores, vai haver moção de censura”, defendendo que o esclarecimento tem de ser feito “com documentos, não é com conversa”.

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Governo avança com transposição de lei sobre malparado após queixa de Bruxelas

Com mais de um ano de atraso, Portugal vai finalmente transpor para a sua legislação uma diretiva europeia que visa proteger as famílias cujos créditos em incumprimento foram vendidos pelo banco.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei para transposição de uma diretiva europeia sobre o crédito malparado para a legislação nacional, uma medida que surge com um atraso de mais de um ano e que levou a Comissão Europeia a colocar Portugal em tribunal.

Em comunicado, o Executivo explica que a diretiva harmoniza “as regras aplicáveis aos gestores de créditos e aos adquirentes de créditos, e apoia o desenvolvimento de mercados secundários para os créditos não produtivos (os chamados NPL’s) na União Europeia, assegurando simultaneamente que a alienação de tais créditos não prejudica os direitos dos clientes (devedores)”.

A diretiva estabelece regras para a autorização e supervisão dos investidores que compram estas carteiras e para as entidades que fazem a gestão dos portefólios (servicers) e inclui salvaguardas para reforçar a proteção do consumidor.

Os Estados-membros estavam obrigados a transpor a diretiva para as respetivas leis nacionais até 29 de dezembro de 2023. Mas enquanto a maioria declarou a transposição completa, Portugal, Bulgária, Espanha, Hungria, Países Baixos, Áustria e Finlândia “ainda não notificaram a Comissão sobre a transposição integral da diretiva”, que decidiu na semana passada remeter estes países ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

A Comissão entendeu que as autoridades dos países visados nesta ação não fizeram esforços suficientes para incorporar a diretiva na legislação nacional e solicitará ao TJUE que aplique sanções.

“O montante de cada sanção foi calculado tendo em conta a gravidade, a duração da infração e o efeito dissuasor refletido na capacidade de pagamento desse estado-membro”, referiu.

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Governo aprova nova administração da agência que gere dívida pública

Pedro Cabeços vai liderar a nova equipa do IGCP, que contará ainda com Márcia Rodrigues, que vem do BCP, e com Rui Amaral, que transita da anterior gestão. Mandato vai até 2027.

Depois de alguns sobressaltos, o novo conselho de administração da agência que gere a dívida pública está formalmente e finalmente aprovado, com Pedro Cabeços a liderar o IGCP nos próximos três anos, tal como o ECO revelou em primeira mão.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a nova equipa de gestão da agência responsável pela tesouraria do Estado, incluindo a realização de operações de financiamento da República.

Pedro Cabeços substitui Miguel Martín, mas não é a única novidade. Do BCP virá a diretora do Departamento de Estudos Económicos, Márcia Rodrigues, que foi a escolha das Finanças depois de o uma ex-diretora do Novobanco, , quando teve conhecimento dos problemas que a ex-diretora do Novobanco teve com os trabalhadores do departamento que liderava.

O terceiro elemento da administração do IGCP é Rui Amaral, que já lá se encontra. Transitará da anterior equipa e fará a ponte para a nova administração cujos pelouros deverão agora ser definidos.

O novo presidente do IGCP conta com uma carreira na área da banca de investimento, trazendo consigo uma vasta experiência em mercados financeiros e gestão de dívida. Entre fevereiro de 2016 e dezembro de 2023, Pedro Cabeços ocupou o cargo de diretor na NatWest Markets, sendo responsável pelo departamento de Vendas de Renda Fixa para a Ibéria. Anteriormente, passou pelo Morgan Stanley e pela Société Générale, acumulando experiência em operações de taxa de juro.

Quanto a Miguel Martín, que enfrentou um período conturbado com a escalada das taxas de juro — refletindo a política monetária agressiva do Banco Central Europeu (BCE) para travar a inflação — deixa o IGCP com o rácio da dívida pública a cair para 95,3% do PIB no final do ano passado, abaixo da previsão do Governo.

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