Lucro da Caixa estabiliza nos 393 milhões apesar da redução dos juros

Margem financeira caiu 11%. Ainda assim, o resultado do banco público estabilizou perto dos 400 milhões, o maior da banca em Portugal.

O lucro da Caixa Geral de Depósitos estabilizou no primeiro trimestre, ascendendo a 393 milhões de euros, apesar da redução dos juros ter pressionado a margem, anunciou o banco público esta quinta-feira.

A margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – cedeu 11% para 636 milhões de euros nos três primeiros meses do ano.

Em conferência de imprensa, Paulo Macedo assegurou que, apesar do contexto de incerteza, a Caixa vai ter um “resultado expressivo” este ano. No ano passado, teve lucros recorde acima dos 1,7 mil milhões, o que permitiu pagar um dividendo ao Estado de 850 milhões.

As comissões subiram para 147 milhões de euros, embora a Caixa não tenha atualizado o preçário pelo terceiro ano, mas foi a reversão de provisões e imparidades para o risco do crédito a contribuir para a estabilização do resultado final, com um contributo de 53 milhões.

Os custos de estrutura subiram para 308 milhões, mais 3,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. O rácio cost-to-income manteve-se abaixo dos 30%.

O volume de negócios cresceu 6% para 167 mil milhões de euros, dos quais mais de 76 mil milhões correspondem a depósitos de clientes, representando uma quota de mercado de 23%.

A carteira de empréstimo aumentou 2,7% para 48,9 mil milhões de euros, que dão a liderança de mercado à Caixa com uma quota de 18%. Os empréstimos para a compra de casa aumentaram 2% (em linha com o mercado) para 25,95 mil milhões de euros.

30% da garantia pública usada

Paulo Macedo adiantou que tem uma utilização da quota da linha de garantia pública para os jovens na ordem dos 30%. Já foram contratadas ou estão em fase final de contratação mais de 2.800 operações, correspondendo a 530 milhões de euros de crédito concedido.

Ao todo, a Caixa já recebeu mais de 6.800 pedidos de jovens no âmbito da garantia, com empréstimos que ascendem a 1.280 milhões de euros.

“Caixa ou fará investimento ou distribuirá mais ao acionista”

Paulo Macedo revelou ainda que o excesso de capital dá opções ao banco para “ou fazer um investimento ou distribuir mais ao acionista”.

Há bancos tiveram rácios de distribuição de 90% ou 75%”, lembrou o CEO da Caixa. O banco público tem distribuído entre 40% a 50% dos resultados nos últimos anos e Macedo abre a porta a um reforço do payout.

“O Estado não tem problema em ter este dinheiro na Caixa, está a ter rentabilidade de 15%”, mas fará as suas opções, explicou.

(notícia atualizada às 18h12)

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Primeiro-ministro canadiano avisa que país vive “momento crítico”

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Numa breve cerimónia em Otava, Carney jurou lealdade ao rei Carlos III de Inglaterra, chefe de Estado canadiano.

O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, declarou esta quinta-feira que o país “está num momento crítico”, durante a cerimónia de posse como membro do Parlamento. Numa breve cerimónia em Otava, Carney jurou lealdade ao rei Carlos III de Inglaterra, chefe de Estado canadiano.

Depois de assinar o documento que o certifica como representante, Carney declarou que o juramento “é, na verdade, de lealdade” ao Canadá. Imediatamente após a cerimónia, que marca a estreia de Carney como membro do Parlamento, o primeiro-ministro canadiano pediu, num ambiente descontraído, que alguém tirasse fotografias para tornar “o momento real”.

Carney, um economista que nunca se tinha candidatado a um cargo antes deste ano, ganhou o lugar num círculo eleitoral de Otava na eleição geral do Canadá realizada a 28 de abril. A posse de Carney como parlamentar decorreu poucos dias antes de Carlos III e a rainha Camilla viajarem para Otava para abrir oficialmente a nova sessão do Parlamento canadiano, na terça-feira.

Em Otava, Carlos III vai ler o tradicional Discurso do Trono, para delinear a agenda do próximo Governo canadiano liderado por Carney. Esta é a terceira vez na história que o Discurso do Trono é lido no Parlamento canadiano pelo monarca britânico. A última vez foi em 1977, quando a rainha Isabel II, mãe de Carlos III, o fez.

Carney, que serviu como governador do Banco de Inglaterra de 2013 a 2020, pediu a Carlos III que lesse o Discurso do Trono, normalmente proferido pelo Governador Geral do Canadá (que atua como representante do chefe de Estado canadiano), em resposta às ameaças de anexação do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Responsáveis canadianos disseram esta semana que a viagem dos monarcas britânicos na próxima semana sublinha o sistema constitucional do Canadá e a soberania do país face às ameaças de Trump.

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CCSL reforça equipa com seis advogadas

Bárbara Rodrigues Ferreira, Carolina Soares Alves, Inês Hassane Borges, Marta Furtado dos Santos, Rita Sousa Carlos e Soraia João Silva são os novos reforços da CCSL Advogados.

A CCSL Advogados integrou seis novas advogadas em diversas áreas estratégicas: Bárbara Rodrigues Ferreira, Carolina Soares Alves, Inês Hassane Borges, Marta Furtado dos Santos, Rita Sousa Carlos e Soraia João Silva. Segundo o escritório, estes reforços refletem a “aposta contínua na especialização e excelência técnica”.

“Estas integrações ao longo dos últimos meses representam mais um passo na consolidação da CCSL Advogados. Alcançarmos as 25 pessoas na nossa equipa é um marco, mas também altura de reafirmarmos o nosso compromisso e a nossa visão para o futuro, e estamos muito entusiasmados em fazer esse caminho: com pessoas, com princípios e com a vontade de fazer melhor”, assume o managing partner José Calejo Guerra.

Transitando da SRS Legal, Soraia João Silva junta-se à equipa de Direito Fiscal, na qualidade de associada. A advogada possui uma vasta experiência em planeamento fiscal, contencioso tributário e fiscalidade internacional.

Bárbara Rodrigues Ferreira, que transita da RRP Advogados, integra a equipa de Corporate e M&A, enquanto associada. A advogada centra a sua prática em fusões e aquisições, reestruturações societárias e consultoria jurídica a empresas.

Rita Sousa Carlos integra a área de Direito Financeiro, Sustentabilidade e Compliance, depois de ter colaborado com a GPA Advogados. A associada tem experiência em regulação financeira, mercados de capitais e financiamento.

Transitando da CRS Advogados, Inês Hassane Borges reforça a equipa de Imobiliário da CCSL Advogados. A associada possui experiência em operações de aquisição, arrendamento e promoção urbanística.

Por fim, Carolina Soares Alves, que transita da Deloitte Legal, e Marta Furtado dos Santos reforçam a área de Contencioso, na qualidade de associada e of counsel, respetivamente.

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Dinamarca aprova aumento da idade de reforma para 70 anos a partir de 2040

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

A idade da reforma é hoje de 67 anos na Dinamarca, mas passará para 68 anos em 2030 e 69 anos em 2035." Não podemos continuar a dizer às pessoas que têm de trabalhar mais um ano”, diz líder do país.

O Parlamento dinamarquês aprovou esta quinta-feira o aumento da idade da reforma para 70 anos a partir de 2040, por 81 votos a favor e 21 contra.

A medida é uma consequência da reforma global do sistema de segurança social aprovada em 2006, que estabeleceu um sistema de aumento progressivo da idade da reforma de cinco em cinco anos, em função do aumento da esperança de vida. Atualmente, a idade da reforma é de 67 anos na Dinamarca, mas passará para 68 anos em 2030 e 69 anos em 2035, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

As pessoas nascidas depois de 1 de janeiro de 1970 terão de esperar até aos 70 anos para se poderem reformar, de acordo com a nova alteração. A primeira-ministra dinamarquesa, a social-democrata Mette Frederiksen, declarou há alguns meses que o partido era favorável à renegociação do modelo quando a idade da reforma chegar aos 70 anos.

“Não acreditamos na forma automática como a idade da reforma aumenta. Não podemos continuar a dizer às pessoas que têm de trabalhar mais um ano”, disse Frederiksen ao jornal Berlingske na altura.

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Chinesa BYD destrona Tesla na venda de elétricos na Europa

Fabricante chinesa superou pela primeira vez as vendas da Tesla na região, num momento em que a empresa de Musk enfrenta uma crise de vendas.

A fabricante de automóveis chinesa BYD superou pela primeira vez a Tesla na venda de elétricos na Europa, reforçando a sua presença na região, num momento em que as vendas da empresa de Elon Musk continuam sob pressão.

A BYD vendeu 7.231 elétricos na Europa, em abril, enquanto a Tesla comercializou 7.165 carros, segundo dados da Jato Dynamics, citados pelo FT. Trata-se da primeira vez que a empresa chinesa supera a companhia norte-americana na venda de automóveis elétricos.

Esta ultrapassagem surge num momento em que a empresa chinesa se continua a afirmar na região, ao passo que a Tesla enfrenta uma crise. Só nos primeiros três meses do ano, as vendas da empresa de Musk caíram 45% no primeiro trimestre do ano em termos homólogos, enquanto o total de matrículas de carros elétricos aumentou em média 12%, informou esta quinta-feira a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA).

Várias companhias automóveis chinesas têm estado a apostar na Europa, forçando as empresas do setor da região a desenvolver modelos mais acessíveis para concorrerem com a concorrência chinesa.

Segundo dados da mesma consultora automóvel, as novas matrículas de elétricos de fabricantes chinesas na Europa subiram 59% em abril, para 15.300 unidades.

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CGD acusada de não pagar os prémios devidos aos trabalhadores da rede comercial

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

De sete milhões de euros orçamentado em 2024 para prémios comerciais na rede comercial de clientes particulares e empresas não foram gastos mais de 500 mil euros, diz comissão de trabalhadores.

A Comissão de Trabalhadores da CGD acusou o banco público de ter não gastado o valor total previsto em prémios para trabalhadores da rede comercial, apesar de terem cumprido os objetivos, considerando a situação “extremamente grave” e “injusta”.

Segundo a Comissão de Trabalhadores (CT), do total de mais sete milhões de euros orçamentado em 2024 para prémios comerciais na rede comercial de clientes particulares e empresas não foram gastos mais de 500 mil euros. A CT disse à Lusa que lhe chegaram vários relatos de trabalhadores que cumpriram objetivos e não receberam prémios e que ao fazer posteriormente as contas a essa rubrica confirmou isso mesmo através do valor orçamentado não despendido.

A CT afirmou que expôs a situação em duas cartas enviadas à Comissão Executiva (em fevereiro e abril) e que aí exigiu que fossem “pagos aos trabalhadores os valores em falta”, mas que a exigência foi ignorada.

“A CT entende que é tempo de pagar aos trabalhadores aquilo que estes alcançaram com toda a dedicação e mérito. Cabe à gestão da CGD honrar os seus compromissos e ter um comportamento ético irrepreensível”, disse a CT em comunicado, considerando que o banco se promove “publicamente como um dos melhores empregadores do país, mas depois, efetivamente, desconsidera e desrespeita constantemente os seus trabalhadores”.

Segundo a CT, em causa não está o total da remuneração variável atribuída pelo banco aos seus funcionários, mas especificamente os prémios e incentivos de trabalhadores da rede comercial. Contactada pela Lusa, fonte oficial disse que a CGD atribui a remuneração variável aos empregados através de duas formas, como ‘prémios de desempenho, potencial e retenção’ e como ‘incentivos comerciais’ (aplicáveis apenas à rede comercial).

Referente a 2024, no total, a CGD disse que “ultrapassou em 5,6 milhões de euros a remuneração variável inicialmente orçamentada” para a operação em Portugal (sem incluir prémios da administração), pois esta totalizou 35,9 milhões de euros entre prémios e incentivos comerciais.

Sobre especificamente os incentivos comerciais não atribuídos a funcionários da rede comercial, afirmou o banco que são atribuídos consoante cumprimento dos objetivos e que é “normal que nem todos os colaboradores atinjam sempre os objetivos em todos os ciclos [comerciais]”, pelo que não os recebem.

A CT da CGD tem sido muito crítica para com a administração do banco liderada por Paulo Macedo, considerando que não valoriza devidamente os mais de 6.000 trabalhadores em Portugal e que não cumpre devidamente o serviço público bancário com a diminuição de agências assim como com a redução da prestação de serviços.

A CGD apresenta esta quinta os resultados do primeiro trimestre. Em 2024, obteve lucros de 1.735 milhões de euros, os maiores de sempre e mais 34% face a 2023.

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Governo anuncia abertura de concurso para repor areias nas praias da Caparica

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

A intervenção representa um investimento total de quase 10,6 milhões de euros, financiados por fundos europeus e por verbas próprias da Administração do Porto de Lisboa.

O Ministério do Ambiente e Energia anunciou esta quinta-feira a abertura de concurso público para a reposição das areias nas praias da Costa da Caparica, no concelho de Almada, numa empreitada de 10,6 milhões de euros. Em comunicado, o ministério explica que a obra de proteção costeira prevê a reposição de um milhão de metros cúbicos de areia nas praias da Costa e de S. João da Caparica, em Almada, no distrito de Setúbal, e tem um prazo de execução de 60 dias.

A intervenção, adianta, representa um investimento total de quase 10,6 milhões de euros, financiados por fundos europeus – através do Programa Temático para a Ação Climática e Sustentabilidade (PACS) – e por verbas próprias da Administração do Porto de Lisboa. O procedimento é promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), tutelada pelo Ministério do Ambiente e Energia, e a Administração do Porto de Lisboa, S.A.

“Esta operação visa proteger pessoas e bens, através do reforço da estabilidade da linha de costa, da redução da vulnerabilidade a galgamentos e inundações costeiras, e da proteção de infraestruturas existentes, como os esporões e obras aderentes”, explica o ministério.

Nos termos da legislação vigente, adianta, a intervenção está dispensada de avaliação de impacte ambiental e inclui um plano de monitorização e acompanhamento técnico sistemático, assegurando a eficácia e o rigor da operação. Para a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, “esta intervenção é um exemplo claro de ação preventiva e estruturada” para proteger o território face aos impactos das alterações climáticas.

“A reposição de sedimentos nas praias da Costa da Caparica e de S. João da Caparica representa não apenas um investimento na segurança das populações e na proteção das infraestruturas costeiras, mas também uma valorização ambiental de longo prazo. Esta é uma prioridade do Governo: agir com base no conhecimento técnico, com planeamento e com recurso aos fundos europeus para garantir maior resiliência às nossas zonas costeiras”, conclui Maria da Graça Carvalho, em comunicado.

A despesa agora anunciada foi aprovada em Conselho de Ministros em 26 de fevereiro. No início de janeiro deste ano, o Governo, através do Ministério do Ambiente, já tinha anunciado que ia investir 20,2 milhões de euros em obras prioritárias de proteção do litoral, nomeadamente para estabilizar arribas, proteger infraestruturas costeiras e reforçar as praias mais vulneráveis.

Numa nota, o Ministério do Ambiente e Energia destacou que 13,9 milhões de euros serão suportados através do Fundo de Coesão/Sustentável 2030, que aprovou o financiamento de 12 candidaturas para intervenções de proteção e de defesa do litoral, “que combinam engenharia avançada com soluções baseadas na natureza, promovendo a adaptação climática e a gestão sustentável do litoral”.

Uma das intervenções previstas é a alimentação artificial de areia nas praias da Costa da Caparica e de S. João da Caparica, que visa reforçar a “resiliência costeira na Área Metropolitana de Lisboa, assim como o desassoreamento da Lagoa de Albufeira, melhorando a circulação de águas, e a reposição de sistemas naturais e minimização de risco na Praia da Califórnia e no Portinho da Arrábida”.

Em julho do ano passado, a ministra do Ambiente tinha admitido que as recargas de areia das praias da Caparica, em Almada, são fundamentais para preservar aquele património natural e reconheceu que se trata de um processo longo e contínuo que é preciso manter.

Na ocasião, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros (PS), apelou à tutela no sentido de estas recargas serem feitas durante o ano de 2025.

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Trabalhadores de instituições de solidariedade fazem greve no próximo sábado

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Trabalham 200.000 pessoas nas IPSS e, segundo o sindicato, nas negociações foram feitas "propostas de salários mínimos ou pouco mais do que isso".

Os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) anunciaram uma greve de 24 horas, no próximo sábado, para exigirem um aumento dos salários de pelo menos 80 euros e 35 horas de trabalho semanais.

“Após três meses de negociações, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) volta a propor salários mínimos para trabalhadores de exigência máxima. Por isso, voltamos à rua”, refere o comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal(Cesp) no qual é anunciada a paralisação.

A coordenadora do Cesp, Ana Paula Quintela, disse esta quinta-feira à Lusa que trabalham 200.000 pessoas nas IPSS e que nas negociações foram feitas “propostas de salários mínimos ou pouco mais do que isso”. A dirigente considerou que os trabalhadores se queixam de serem vistos como trabalhadores de pouca importância pela CNIS e pelo governo.

O sindicato referiu outras exigências como “a semana das 35 horas de trabalho para todos” e o “direito à conciliação dos horários de trabalho com a vida familiar”. A responsável apontou que os horários dos profissionais oscilam entre as 40 e 37 horas semanais. Os trabalhadores lutam ainda pelo complemento do trabalho aos domingos, sublinhado que a remuneração ao domingo é paga como se fosse um dia da semana, segundo a coordenadora.

Ana Paula Quintela afirmou que os feriados também são pagos como se fossem um dia normal. As principais dificuldades dos trabalhadores são os baixos salários, os horários desregulados e o trabalho nos feriados não ser reconhecido nem ser pago, assinalou a dirigente. “A rotação de escalas [horários], causa-lhes grande desgaste físico e psicológico”, indicou Ana Paula Quintela, referindo-se aos funcionários.

A valorização das carreiras e profissões dos trabalhadores das IPSS também é uma das revindicações e o fim da discriminação salarial dos educadores de infância, nas creches, também fazem parte da lista de exigências. O sindicato espera ganhar visibilidade com a greve e uma manifestação, perante as entidades que são responsáveis pelas “condições de trabalho dos funcionários”, segundo a coordenadora.

A dirigente referiu que os trabalhadores de apoio que prestam cuidados diretamente ao utente também recebem o salário mínimo, sublinhando que os funcionários de apoio representam um grande número no setor, ou seja, ajudantes de ação direta, auxiliares de ação educativa, trabalhadores de serviços gerais.

A manifestação começa às 11:00 na Estação de S. Bento, no distrito do Porto, indica a nota. As IPSS são instituições constituídas por organismos particulares, sem fins lucrativos e que não sejam administradas pelo Estado para dar apoio a crianças, jovens, idosos e famílias, em questões como saúde, educação, formação profissional e habitação, sendo que a CNIS é a organização confederada das IPSS.

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Mais de 40% dos gestores públicos de empresas locais em incumprimento na prestação de informações

No final do ano passado, 191 dos 451 gestores públicos das 156 empresas locais em atividade não tinham regularizado a obrigação de reporte à Inspeção-Geral das Finanças.

Mais de quatro em cada 10 gestores públicos de empresas locais não entregaram a informação de reporte necessária à Inspeção-Geral das Finanças (IGF) até ao final do ano passado, evidenciando um “elevado nível de incumprimento”. A informação foi aferida numa ação de acompanhamento dos deveres de prestação de informação pela entidade de controlo das Finanças.

“Foi concluída ação de acompanhamento dos deveres de prestação de informação à IGF pelos gestores públicos do setor empresarial local, tendo-se apurado que 191 dos 451 gestores públicos (42,4%) das 156 empresas locais em atividade no final de 2024 não tinham regularizado a obrigação de reporte à IGF“, pode ler-se no relatório do Conselho Coordenador do Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado, entregue na semana passada ao Parlamento.

O balanço leva o Conselho a considerar que existe “um elevado nível de incumprimento”, que atribuiu “essencialmente” à “inexistência de uma norma que sancione a falta de apresentação oportuna dessa informação”.

O relatório indica ainda que na sequência de indícios de práticas ilegais ao nível do estatuto remuneratório de gestores locais, a IGF concluiu um processo que incidiu sobre pagamentos indevidos de 88,3 mil euros.

A IGF verificou ainda 26 pareceres prévios emitidos pelos fiscais únicos, relativos a contratos de financiamento, cujo valor global ascendeu a cerca de 52 milhões de euros, com 70% a corresponder a empréstimos de médio e longo prazos.

Concluiu que “nem todos os pareceres evidenciam se foi efetuada consulta a outras instituições financeiras ou se houve mais propostas apresentadas ou análise da necessidade do financiamento contraído, limitando-se a descrever com reduzido detalhe os procedimentos realizados”.

Detetou ainda que apenas nove pareceres (35%) estavam publicados no sítio da Internet e correspondiam a duas empresas locais e considerou que existiram “insuficiências na informação comunicada”, pelo que foi preciso obter informação adicional sobre elementos essenciais, designadamente taxas de juro, comissão de estudo e montagem, garantias, datas de início e prazos dos financiamentos.

83 contratos-programa com risco elevado de violação do quadro legal

O conselho coordenador do sistema de controlo interno da Administração Financeira do Estado assinala ainda que a IGF analisou 364 contratos-programa e adendas, celebrados entre 2021 e 2023, por entidades do setor empresarial local e entidades locais participantes, que envolveram uma comparticipação financeira de 750 milhões de euros.

“De acordo com a matriz de risco aplicável na análise dos contratos-programa, 83 foram classificados com risco elevado de violação do quadro legal e foram detetadas insuficiências no reporte da informação obrigatória à IGF“, refere o relatório.

No balanço concluiu também que oito contratos-programa, que envolviam uma comparticipação prevista de 3,1 milhões de euros, não explicitavam a fundamentação da necessidade de contratação, nove, com uma comparticipação prevista de 18,2 milhões de euros, não previam indicadores de eficácia e 45, com uma comparticipação prevista de 10,7 milhões de euros, não definiam indicadores de eficiência que permitissem medir a utilização dos recursos disponibilizados para realização dos objetivos e do interesse público.

Paralelamente, oito contratos-programa, com uma comparticipação prevista de 9,8 milhões de euros, não foram acompanhados do parecer prévio do fiscal único. Por outro lado, 36 deles, com uma comparticipação prevista de 25,7 milhões de euros, não incluíam qualquer referência a mecanismos de controlo da execução pela entidade pública participante.

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Sonae em máximos de sete anos e com margem para subir mais 35%, segundo os analistas

As ações da Sonae estão a registar a maior subida em 15 anos à boleia dos resultados do primeiro trimestre. Tanto analistas como gestores de fundos apontam para novas subidas.

As ações da Sonae estão a brilhar na bolsa de Lisboa esta quinta-feira. Os títulos da retalhista liderada por Cláudia Azevedo estão a negociar com uma valorização de 8,4%, depois de já terem estado a subir 9,39% para os 1,282 euros por ação durante a sessão – o valor mais elevado em cerca de sete anos. Este desempenho representa a maior subida intradiária em quase 15 anos da Sonae. É preciso recuar a 10 de maio de 2010 para se assistir a uma subida diária mais elevada (13,28%) destas ações.

O entusiasmo dos investidores surge na sequência dos resultados do primeiro trimestre da retalhista liderada por Cláudia Azevedo, divulgados na quarta-feira após o fecho do mercado, que revelaram um crescimento dos lucros de 77,2% para 43 milhões de euros e um aumento das vendas de 22,7% para 2,6 mil milhões de euros. “A Sonae acabou por bater praticamente em toda a linha as estimativas do consensus” de mercado, destaca Carlos Pinto, gestor do fundo de ações nacionais Optimize Portugal Golden Opportunities, que faz da Sonae uma das suas principais apostas.

O gestor destaca a melhoria operacional, com a margem EBITDA a subir 90 pontos base, “que compara com os 50 pontos base esperados pelo consensus“, atribuindo esta melhoria a vários fatores, incluindo “a integração da Druni, que opera com margens mais elevadas, o aumento nas vendas que permitiu reforçar a sua liderança no negócio alimentar em Portugal, e pelas melhorias de eficiência do seu OPEX [despesas operacionais]”.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Na carta aos acionistas, Cláudia Azevedo demonstrou satisfação com o início do ano, notando que todos os negócios do grupo “cresceram e reforçaram as suas quotas de mercado, em setores muito competitivos e num contexto marcado por elevada volatilidade.”

“Apesar das perturbações macroeconómicas e da incerteza que marcaram o primeiro trimestre, o desempenho operacional obtido pelos principais segmentos da Sonae reflete a força da estratégia de negócios do grupo”, destaca Virgílio Garcia, gestor do Sixty Degrees Ações Portugal, que tem na Sonae uma das três maiores posições do fundo de ações nacionais mais rentável de 2024.

O volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 23% em termos homólogos para 2,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre, muito por conta de “um forte crescimento orgânico nos principais negócios e pela integração de empresas recentemente adquiridas, incluindo a Musti e a Druni”, refere a empresa em comunicado. Mesmo excluindo o impacto das aquisições, o volume de negócios apresentou um crescimento de 6%.

Os resultados deste trimestre parecem confirmar as nossas expectativas para o ano de 2025, no sentido da melhoria dos principais indicadores operacionais e financeiros e onde as recentes aquisições poderão começar já a dar o desejado contributo para o cash flow do grupo.

Virgílio Garcia

Gestor do fundo Sixty Degrees Ações Portugal

Pedro Barata, gestor do GNB Portugal Ações, que tem na Sonae uma das cinco principais apostas do fundo, considera que os resultados “foram impulsionados principalmente pela MC, nomeadamente pelo retalho alimentar, que apresentou vendas e margem EBITDA acima do que era esperado.”

No segmento de retalho alimentar, a MC continua a ser o principal motor de crescimento do grupo, com um aumento de vendas de 22,5% para 2 mil milhões de euros. Segundo os resultados da empresa, “o segmento de retalho alimentar da MC registou um desempenho sólido, levando a ganhos de quota de mercado e a um reforço da sua posição de liderança.” As vendas LfL (like-for-like) registaram um crescimento de 5%, “apesar dos efeitos negativos de calendário relacionados com o ano bissexto em 2024 e com a data da Páscoa no segundo trimestre deste ano.”

Outro destaque positivo salientado pelos gestores são os resultados da Worten, que espelharam um crescimento de 4,2% das vendas para 323 milhões de euros, “superando o desempenho do mercado de eletrónica em Portugal e ganhando quota de mercado tanto no canal físico como no online”, destaca a Sonae em comunicado.

Os resultados deste trimestre parecem confirmar as nossas expectativas para o ano de 2025, no sentido da melhoria dos principais indicadores operacionais e financeiros e onde as recentes aquisições poderão começar já a dar o desejado contributo para o cash flow do grupo”, refere Virgílio Garcia.

A Sonae é uma empresa financeiramente bastante sólida, líder nos mercados onde atua e com uma equipa de gestão bastante competente pelo que não deve surpreender a boa performance no dia de hoje face aos resultados que foram apresentados.

Pedro Barata

Gestor do GNB Portugal Ações

De acordo com dados da Refinitiv, a Sonae negoceia atualmente com um preço equivalente a 10,3 vezes os lucros por ação (metade do PER a que negoceia a Jerónimo Martins) e com uma taxa de dividendo de 5,05%. Com uma capitalização bolsista de 2,26 mil milhões de euros, a Sonae é atualmente uma das ações do PSI com o melhor desempenho este ano, acumulando até à data uma valorização de 39%. Mas a contar pelas expectativas dos gestores de fundos nacionais, esta caminhada não deverá ficar por aqui.

“A Sonae é uma empresa financeiramente bastante sólida, líder nos mercados onde atua e com uma equipa de gestão bastante competente pelo que não deve surpreender a boa performance no dia de hoje face aos resultados que foram apresentados”, refere Pedro Barata, sublinhando ainda “que se o caminho traçado neste primeiro trimestre tiver continuidade, os investidores irão reconhecer o trabalho realizado e provavelmente valorizá-lo em bolsa”.

Os analistas que acompanham a empresa também apontam para uma contínua subida da cotação dos títulos da retalhista. Segundo as projeções recolhidas pela Refinitiv junto dos seis analistas que acompanham a empresa, cinco recomendam a compra das ações e um recomenda uma “forte compra” dos títulos, atribuindo um preço-alvo médio de 1,71 euros, conferindo assim um potencial de valorização de 35% à Sonae face à cotação atual.

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Universidade de Coimbra vai produzir radiofármaco para deteção de Alzheimer

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Empresa detida pela Universidade já lançou sete medicamentos radiofarmacêuticos no mercado nacional e está agora em fase de internacionalização no continente e em direção ao Brasil.

A Universidade de Coimbra (UC) vai passar a produzir um radiofármaco inovador que garante um diagnóstico mais preciso da doença de Alzheimer através de Tomografia por Emissão de Positrões (PET).

Em nota enviada à agência Lusa, a UC salientou que o radiofármaco inovador vem transformar o diagnóstico da doença de Alzheimer e abrir novas perspetivas para o seu tratamento.

“Até agora, o método mais comum era o exame PET para deteção de amiloide beta fibrilar e em placas”.

O medicamento, até ao momento indisponível em Portugal, vai ser produzido de imediato pelo Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) Pharma e permitirá a deteção de agregados da proteína Tau no cérebro, garantindo um diagnóstico mais preciso da doença.

“A deteção de agregados da proteína Tau no cérebro permite um diagnóstico mais preciso e o estadiamento da doença, relacionando-se com a sua gravidade e progressão”, explicou o diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa.

A ICNAS Pharma (empresa de desenvolvimento e produção de radiofármacos, detida pela Universidade de Coimbra) desenvolveu o processo de produção do novo radiofármaco ao fim de dois anos de investigação, o que pode abrir novas perspetivas para o tratamento da doença de Alzheimer.

Segundo Antero Abrunhosa, “estes estudos podem ajudar a desenvolver uma nova geração de fármacos que visem reduzir a acumulação da proteína Tau, podendo vir a contribuir para melhorar a condição dos doentes com Alzheimer”.

A ICNAS Pharma, desde 2012, já lançou sete medicamentos radiofarmacêuticos no mercado nacional e produziu mais de 300 mil doses – encontrando-se agora em fase de internacionalização para outros cinco países da Europa e para o Brasil.

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Candidato do PSD no Porto pretende suspensão da segunda fase do metrobus

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Petição encabeçada por Pedro Duarte, candidato do PSD no Porto nas próximas autárquicas, visa repensar o metrobus. Concentração marcada para as 15 horas de sábado no Parque da Cidade

O candidato do PSD/CDS à Câmara do Porto Pedro Duarte encabeça uma petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

“O bom senso reclama que haja ponderação antes de avançar com esta segunda fase. Porque esta segunda fase implica uma alteração – eu diria uma destruição – irreversível desta zona da Avenida da Boavista tal qual a conhecemos”, disse Pedro Duarte à Lusa.

Em causa está o projeto da segunda fase do metrobus, entre Pinheiro Manso e a Anémona, que esteve parada em tribunal mas já pode avançar.

“Isso implica suspender a obra, implica encontrar alternativas, porque nós acreditamos que há alternativas que vão cumprir o objetivo de mobilidade da cidade, que nós compreendemos e aceitamos, de interligar uma rede de transporte público, mas há alternativas que permitem preservar as árvores, o tal equilíbrio paisagístico junto ao Parque da Cidade e que permitem preservar a ciclovia”, defendeu.

O também líder da distrital do PSD/Porto refere que não é objetivo dos peticionários “acabar com o projeto do metrobus”, que está “numa fase em que já não dá para voltar para trás”, mas levar o projeto a “ser repensado, sem isso implicar qualquer perda de fundos” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em concreto, a petição “Por uma Avenida da Boavista Verde, Humanizada e Sustentável” recusa “o avanço da segunda fase do metrobus em canal dedicado na Avenida da Boavista”, defende que se impeça “o abate de dezenas de árvores, preservando o património arbóreo existente” e que se salvaguarde “a atual ciclovia, reconhecida como um exemplo de mobilidade suave e sustentável”.

A petição refere que a cidade “continua sem conhecer, nem confiar, na eficácia” do metrobus, que ainda não está ao serviço, apontando que, na segunda fase, “ao impor um canal exclusivo e segregado para os veículos do BRT [metrobus], compromete-se a preservação do património arbóreo, desqualifica-se o espaço pedonal e elimina-se a experiência ciclável da avenida”.

O ainda ministro dos Assuntos Parlamentares manifestou à Lusa que “o próprio modelo do autocarro a hidrogénio” lhe suscita “algumas dúvidas”, lembrando que havia soluções já testadas como “viaturas elétricas”, “elétricos rápidos e outras soluções em que os carris permitem estar assentes em relva, por exemplo”.

Pedro Duarte disse que mais de uma centena de árvores poderiam vir a “ser destruídas” pelo projeto, mas de acordo com o concurso público consultado pela Lusa em janeiro de 2024, essas árvores “terão, na sua maioria, viabilidade para o transplante direto ou, no caso da programação de obra não o permitir, no transplante com armazenamento temporário em viveiro, pelo que está previsto o transplante de todos os exemplares” nas proximidades.

Já questionado acerca da ciclovia, uma vez que o projeto da segunda fase prevê que se mantenha uma, o candidato autárquico explicitou que a petição visa preservar “esta ciclovia, que tem um enquadramento muito diferente dentro de qualquer outra dentro da cidade”.

Quanto à obra já executada na Avenida da Boavista, sem ciclovia e com parcos espaços verdes, Pedro Duarte assume que se tivesse sido ele a decidir “nunca teria sido esta a opção”, considerando que “deveria ter havido uma outra preocupação ‘verde'”, com soluções “que já existem noutras cidades europeias”.

“Mas não foi essa a opção. Era o que faltava agora voltarmos a mais obras para destruir aquilo que acabou de ser feito. O meu foco nesta altura, e das pessoas que me acompanham nesta petição, é basicamente tentarmos que, pelo menos naquilo em que vamos a tempo, tentarmos evitar que sejam cometidos os mesmos erros”, afirma.

Sobre os outros signatários, Pedro Duarte ainda não quis revelar nomes, pois a recolha de assinaturas começará nesta quinta-feira, estando prevista uma concentração no sábado no Parque da Cidade às 15:00.

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