Crédito ao consumo sobe 7% para recorde de 2,9 mil milhões até abril

Famílias pediram mais dinheiro ao banco para comprar carro e equipar ou fazer obras em casa e menos através do cartão de crédito. Crédito ao consumo atine 2,9 mil milhões nos primeiros quatro meses.

O crédito ao consumo continua em acelerado crescimento. Os bancos e financeiras concederam mais de 2,9 mil milhões de euros em empréstimos aos consumidores nos primeiros quatro meses do ano, o valor mais elevado desde pelo menos 2013, quando começa a série estatística do Banco de Portugal.

Em comparação com o mesmo período de 2024, o montante de novos créditos ao consumo acelerou 7%, o que acontece numa altura em que as taxas de juro continuam a cair e a dar maior folga às famílias.

Desde 2020, ano da pandemia, que se mantém esta tendência de forte crescimento. Há um ano, o crédito ao consumo estava a disparar 9%, tendo abrandado ligeiramente no arranque deste ano.

Crédito ao consumo cresce

Fonte: Banco de Portugal

Os dois principais segmentos de crédito ao consumo subiram neste período, com os empréstimos para a compra de carro a ser o principal motor deste crescimento. O crédito automóvel disparou 11% para 1,13 mil milhões de euros, representando mais de 38% do total, aumentando tanto no que diz respeito a veículos novos e a usados.

O crédito pessoal continua a ser a principal componente: 1,33 mil milhões de euros foram concedidos neste segmento entre janeiro e abril, mais 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Neste segmento, o crédito para lar, obras e outras finalidades subiram 7% para 1,28 mil milhões e o crédito para educação, saúde e transição energética cresceu 11% para 52 milhões.

Por sua vez, o crédito concedido através de cartão de crédito e facilidades de crédito caiu 2% para 468,9 milhões de euros, mostram os dados do supervisor.

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Portugal é o sexto país da União Europeia com menos vagas de emprego

Portugal é dos países da União Europeia com menos empregos vagos. De acordo com o Eurostat, de todos os postos de trabalho, apenas 1,3% estavam disponíveis, no primeiro trimestre.

1,3% de todos os empregos que compõem o mercado de trabalho português estavam vagos nos primeiros três meses do ano, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat. Esta taxa é das mais baixas da União Europeia, sendo que a média comunitária de empregos vagos fixou-se em 2,2% no primeiro trimestre.

“No primeiro trimestre de 2025, a taxa de empregos vagos foi de 2,4% na Zona Euro, um decréscimo face aos 2,5% registados no último trimestre de 2024 e aos 2,9% verificados no primeiro trimestre de 2024″, informa o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta segunda-feira.

“A taxa de empregos vagos na União Europeia foi de 2,2% no primeiro trimestre de 2025, o que corresponde a um recuo face aos 2,3% registados no quarto trimestre de 2024 e aos 2,5% do primeiro trimestre de 2024″, destaca ainda o Eurostat.

Entre os Estados-membros para os quais há dados disponíveis, a taxa de empregos disponíveis mais elevada foi registada nos Países Baixos (4,2%), seguindo-se a Bélgica (4,1%), e a Áustria (3,6%).

Já as taxas mais baixas foram verificadas na Roménia (0,6%), na Polónia (0,8%), na Bulgária e na Espanha (ambas com 0,9%).

Não muito longe destes últimos países, aparece Portugal, com uma taxa de empregos vagos de 1,3%. É a sexta mais baixa da União Europeia, ainda que tenha aumentado 0,1 pontos percentuais em termos homólogos.

Por outro lado, o Eurostat publicou esta manhã os dados dos custos do trabalho, que aumentaram 3,4% na Zona Euro e 4,1% na União Europeia, no primeiro trimestre do ano face ao mesmo período de 2024.

Em Portugal, a subida foi menos acentuada que a média comunitária (4,0% contra 4,1%), e ficou distante dos saltos registados na Roménia (16,1%), na Croácia (13,5%) e na Bulgária (13%), como mostra o gráfico acima.

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Novobanco: Sindicato acolhe compromisso de franceses sobre manutenção de trabalhos com “prudência”

  • ECO
  • 16 Junho 2025

CEO do BPCE garantiu que vai manter postos de trabalho, gestão e marca do Novobanco. SNQTB assume "prudência" e "expectativa positiva" com compromisso do grupo francês.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) acolhe com “prudência” e “expectativa positiva” o compromisso assumido pelo grupo francês BPCE sobre a manutenção dos postos de trabalho no Novobanco.

A Lone Star anunciou a venda do Novobanco ao BPCE por 6,4 mil milhões de euros. Em conferência de imprensa, o CEO do grupo francês, Nicolas Namias, afastou a possibilidade de avançar com um programa de saídas no banco português. “Ao contrário de muitas outras, esta transação não é sobre sinergias de custos”, frisou o gestor.

É com natural prudência, mas também com expectativa positiva, que o SNQTB acolhe o compromisso público assumido pelo presidente do grupo BPCE, Nicolas Namias de que não haverá cortes nos postos de trabalho, que a atual equipa de gestão será mantida e a identidade do Novobanco preservada”, reage assim o SNQTB, para quem a transação “constitui um momento decisivo para o sistema financeiro português” e, como tal, “com transparência, responsabilidade e visão de futuro”.

Para o sindicato, “a estabilidade laboral, a valorização do capital humano e o reforço do papel estratégico do Novobanco” são “condições essenciais para o sucesso de qualquer transição acionista”.

O SNQTB saúda ainda o facto de a operação permitir um encaixe de quase dois mil milhões de euros para os cofres públicos. “Trata-se de um resultado que também saudamos, sem prejuízo da manutenção de garantias sólidas quanto ao emprego, ao crédito às PME e ao reforço da concorrência no setor bancário”, aponta o sindicato liderado por Paulo Marcos.

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Sedes desafia Governo a seis reformas chave no Estado

Na véspera da discussão do programa do Executivo, a associação defende mudanças na política fiscal, orçamental, da Administração Pública, Segurança Social, Justiça e nas nomeações para reguladores.

Aproveitando o ímpeto do novo Governo de Luís Montenegro com a criação do novo Ministério da Reforma do Estado, a Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social desafia o primeiro-ministro a avançar em seis reformas prioritárias: fiscal, orçamental, da Administração Pública, Segurança Social, justiça económico-financeira e processos de nomeação nos reguladores e supervisores. Esta terça-feira, arranca o debate do programa do Executivo, no Parlamento. No dia seguinte, é votada a moção de rejeição do PCP, que já está condenada com o chumbo da AD e o apoio de Chega e PS.

“A Sedes dirige-se ao Governo recentemente empossado, num momento em que este se prepara para apresentar o seu programa à Assembleia da República, para apelar a uma concretização inequívoca e pragmática das reformas de que o país carece há demasiado tempo”, segundo a carta enviada esta segunda-feira ao primeiro-ministro e tornada pública.

Neste sentido, a Sedes defende “a definição e execução de seis reformas prioritárias, cuja necessidade tem sido amplamente reconhecida, mas que continuam a ser sucessivamente adiadas”. No âmbito da “reforma fiscal”, a associação, liderada por Álvaro Beleza, considera que deve ser criada “uma comissão independente e tecnicamente qualificada, cujos trabalhos possam sustentar uma proposta legislativa sólida, a apresentar pelo Governo à Assembleia da República”.

Relativamente à reforma orçamental e à melhoria da qualidade das contas públicas, o Governo “deve centrar-se na redução sustentada da dívida pública, como responsabilidade intergeracional”, lê-se na mesma missiva. Para tal, defende, “é essencial melhorar a qualidade da despesa e da receita pública, com mecanismos de avaliação ex-ante e ex-post plenamente integrados no ciclo orçamental”.

Quanto à reforma da Administração Pública, o Estado deve apostar “em auditorias de gestão aos serviços públicos, revisão da sua estrutura e eliminação de redundâncias e da proliferação de entidades com estatutos especiais sem fundamento adequado”, escreve a Sedes. “É preciso também reformular processos e procedimentos, bem como rever leis e regulamentos, tornando-os mais simples, coerentes entre si e eliminando todos os que se revelem desnecessários”, continua. Para além disso, é fundamental “a reforma dos processos de seleção, nomeação e remuneração dos altos dirigentes, com base em concursos públicos e comissões independentes, princípios que devem estender-se ao setor empresarial do Estado”, acrescenta.

No âmbito da sustentabilidade da Segurança Social, a Sedes defende a abertura a modelos mistos de repartição e capitalização. Este debate “não pode continuar a ser adiado e não deve ser inquinado pelo debate ideológico sobre sua a natureza pública ou privada”, sublinha.

Em matéria de justiça económico-financeira, a Sedes considera a morosidade “um grave entrave ao investimento e à competitividade”. Neste sentido, “é imperioso reformar os processos nos tribunais administrativos, fiscais e comerciais, eliminando bloqueios e acelerando decisões essenciais à vida económica”. É igualmente “essencial aumentar a eficácia do combate ao crime económico e financeiro através um conjunto de alterações relativas à sua investigação e sancionamento”, de acordo com a carta da Sedes dirigida a Luís Montenegro.

Por último, a associação aposta numa “reforma dos processos de nomeação nas autoridades de regulação e supervisão”, em que a escolha dos dirigentes “deve obedecer a critérios de transparência, mérito e independência”. “Defendemos um modelo baseado em concursos públicos internacionais, com avaliação por comissão independente especializada e nomeação final após audição parlamentar”, escreve a Sedes. Para além disso, “não devem ser permitidos processos que permitam contornar as estruturas independentes”.

“A avaliação dos altos funcionários e gestores públicos deve ser também realizada por estruturas independentes e assentar nos resultados obtidos no cumprimento dos objetivos previamente estabelecidos e publicamente conhecidos. Este modelo de seleção, na linha do proposto no programa eleitoral da atual coligação governativa, deve ser implementado sem exceções – incluindo já o processo de nomeação do próximo Governador do Banco de Portugal”, defende a instituição presidida por Álvaro Beleza.

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Lítio: Antigos ministros integram comité consultivo da Savannah Resources

  • Lusa
  • 16 Junho 2025

Mina de lítio a céu aberto proposta para o concelho de Boticas obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada em 2023 e a empresa prevê iniciar a produção em 2027.

O comité consultivo da Savannah Resources é composto por Luís Mira Amaral, Luís Amado, Carlos Caxaria e Astrid Karamira, e visa apoiar a empresa no desenvolvimento da mina de lítio do Barroso, em Boticas, foi anunciado esta segunda-feira.

Luís Mira Amaral e Luís Amado são antigos ministros, Carlos Caxaria foi presidente da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e Astrid Karamira é especialista em cadeias de abastecimento minerais e fornecimento.

“Acreditamos que a diversidade de percursos enriquece o debate estratégico e ajuda a antecipar os vários desafios e oportunidades que se apresentam ao nosso projeto e a todos os parceiros nele envolvidos”, afirmou esta segunda, citado em comunicado, Emanuel Proença, presidente executivo (CEO) da Savannah.

A mina de lítio a céu aberto proposta para o concelho de Boticas, no norte do distrito de Vila Real, obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada em 2023 e a empresa prevê iniciar a produção em 2027.

A Savannah explicou que o comité consultivo tem como objetivo apoiar a empresa no desenvolvimento do projeto de lítio do Barroso “contribuindo com análises, recomendações e orientações fundamentadas, com o objetivo de garantir o êxito e a sustentabilidade do projeto”.

A sua composição – agora com quatro membros – pode ser ajustada, devendo reunir periodicamente com a liderança da empresa.

Luís Amado foi ministro da Defesa Nacional e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, foi também secretário de Estado da Administração Interna e secretário de Estado da Cooperação, bem como deputado na Assembleia da República, tendo passado pelos bancos Banif e Cabo-Verdiano de Negócios e pela EDP.

Atualmente, exerce funções não executivas e de consultoria em várias empresas e instituições, sendo membro do Global Advisory Board da Sonae, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Oriente e Curador da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Luís Mira Amaral foi ministro do Trabalho e Segurança Social e da Indústria e Energia, foi gestor de empresas nos setores industrial, energético e tecnológico, professor universitário e membro das ordens dos engenheiros e dos economistas.

É, atualmente, consultor da FNWAY Consulting em projetos de investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação para empresas e associações empresariais, e leciona as disciplinas de Economia para Engenheiros e Gestão para Engenheiros no Instituto Superior Técnico.

Carlos Caxaria foi vice-presidente do Instituto Geológico e Mineiro, vice-diretor da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e presidiu à EDM, empresa pública dedicada ao setor mineiro.

Astrid Karamira é especialista em cadeias de abastecimento minerais responsáveis e fornecimento responsável, tendo-se focado no setor do lítio (mercados, cadeia de valor e desafios do setor).

A polémica mina de lítio do Barroso foi reconhecida, em março, como projeto estratégico pela Comissão Europeia, ao abrigo do Regulamento das Matérias-Primas Críticas.

Na semana passada, a associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), a MiningWatch Portugal e a ClientEarth contestaram o apoio dado pela Comissão Europeia, apresentaram uma queixa a este organismo europeu e pediram uma reavaliação da sua decisão, considerando que “não avaliou corretamente” os riscos ambientais e sociais.

A empresa reagiu salientando que se orgulha do reconhecimento da Comissão Europeia à mina do Barroso e que os opositores ao projeto continuam “a espalhar mentiras” e a “reciclar argumentos” já refutados.

A Savannah prevê produzir lítio “suficiente para abastecer pelo menos meio milhão de baterias para veículos por ano, o equivalente a mais de três vezes o número total de veículos comprados anualmente em Portugal”.

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Euribor desce a três e seis meses e mantém-se a 12 meses

  • Lusa
  • 16 Junho 2025

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que recuou para 2,001%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,054%) e a 12 meses (2,084%).

A Euribor desceu esta segunda-feira a três e a seis meses, manteve-se a 12 meses e permaneceu acima de 2% nos três prazos.

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que recuou para 2,001%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,054%) e a 12 meses (2,084%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, caiu esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,054%, menos 0,002 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.

  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor manteve-se, ao ser fixada de novo em 2,084%, o mesmo valor de sexta-feira.
  • A Euribor a três meses, que esteve abaixo de 2% entre 30 de maio e 12 de junho, recuou esta segunda-feira para 2,001%, menos 0,003 pontos.

Em maio, as médias mensais da Euribor voltaram a cair nos três prazos, menos intensamente do que nos meses anteriores e mais fortemente no prazo mais curto (três meses).

A média da Euribor em maio desceu 0,150 pontos para 2,099% a três meses, 0,082 pontos para 2,120% a seis meses e 0,062 pontos para 2,091% a 12 meses.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Produção automóvel contrairá 3,7% na Europa em 2025

Impacto das tarifas norte-americanas irá perturbar as cadeias de abastecimento e, consequentemente, aumentar os custos dos componentes e materiais. Exportações na Alemanha e Itália devem cair 5%.

A produção automóvel irá contrair 3,7% na Europa devido à guerra tarifária, uma vez que os EUA são um dos principais destinos de exportação, de acordo com o estudo da Crédito y Caución. Na Alemanha e Itália as exportações devem cair 5% este ano.

A nível global, a produção de veículos automóveis e componentes contrairá 1,7% em 2025 e 2,1% em 2026.

A seguradora de crédito assegura que “as consequências serão negativas para produtores e fornecedores“, exemplificando “que atualmente, os componentes atravessam várias vezes as fronteiras entre os EUA, o México e o Canadá para a produção de um veículo — isso deixa os fabricantes que operam na América do Norte expostos a riscos significativos a curto e médio prazo”.

Os países com maior nível de risco serão Áustria, Bélgica, França, Hungria e Suíça. Com um nível elevado destacam-se a República Checa, Alemanha, Itália, Polónia, Portugal, Eslováquia, Turquia, Reino Unido, Brasil e Canadá, antecipa a seguradora de crédito.

O estudo publicado esta segunda-feira alerta que a “combinação de uma procura de exportação reduzida, de custos de fatores de produção mais elevados e de margens de lucro reduzidas prejudicaria seriamente a competitividade das indústrias automóvel alemã e da Europa Central e Oriental”.

Para proteger a indústria automobilística local, a União Europeia impôs tarifas sobre as importações chinesas de veículos elétricos. Por um lado, esta medida poderia ajudar a reduzir o dinamismo das importações chinesas, mas também poderia acelerar os planos dos fabricantes chineses de transferir a produção para a Europa.

Enquanto os veículos elétricos estão a ganhar presença no mercado, os fabricantes de motores de combustão tradicionais estão a ser forçados a reorientar a sua produção para evitar o encerramento. De acordo com o estudo da Crédito y Caución, estima-se que as vendas de veículos elétricos somem 59% das vendas totais até 2030.

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Fim do gás russo e procura global mantêm pressão sobre preços até 2027

  • Lusa
  • 16 Junho 2025

"Passámos de contratos estáveis por gasoduto para um mercado dependente de cargas de GNL, que podem ser desviadas conforme a conjuntura global”, disse o presidente da Eurogas.

A substituição do gás russo por gasoduto pelo gás natural liquefeito (GNL) importado, sobretudo dos EUA, está a tornar a Europa mais exposta à volatilidade dos mercados e a prolongar a pressão sobre os preços até, pelo menos, 2027, segundo a Eurogas.

“Estamos a assistir a uma mudança no sistema energético europeu. Passámos de contratos estáveis por gasoduto para um mercado dependente de cargas de GNL, que podem ser desviadas conforme a conjuntura global“, afirmou em entrevista à Lusa Cristian Signoretto, presidente da entidade que representa o setor europeu do gás.

A guerra na Ucrânia levou a União Europeia a reduzir drasticamente as importações de gás russo, apostando na diversificação. O vazio está a ser preenchido, em grande parte, por gás americano, enquanto a procura por GNL cresce na Ásia, onde o carvão está a ser substituído por gás natural. Esta competição deverá manter os preços elevados — entre 30 e 40 euros por megawatt/hora — até que novos projetos de liquefação entrem em operação, entre 2027 e 2029.

Só depois de 2027 esperamos um regresso aos níveis pré-guerra, entre 20 e 25 euros“, acrescentou Signoretto, alertando para o risco de desinvestimento no setor, caso persista a ideia de que a procura europeia irá colapsar.

A Eurogas critica as projeções da Comissão Europeia, que apontam para uma redução de quase 50% no consumo de gás até 2030, considerando-as irrealistas. “Há setores, como o residencial e o industrial, onde ainda não é viável substituir o gás. Isso precisa de ser reconhecido”, defendeu.

Embora a dependência energética tenha diminuído, a nova configuração torna a segurança do abastecimento mais complexa. Por isso, a associação defende contratos de longo prazo com fornecedores diversos, investimento em armazenamento e manutenção da capacidade térmica como salvaguarda.

“Aprendemos que não podemos depender de uma única fonte, como aconteceu com a Rússia. A diversificação é agora uma prioridade”, frisou, lembrando que a Europa também importa gás de países como o Qatar.

As estimativas da Comissão Europeia não refletem, segundo Signoretto, a realidade técnica e económica dos Estados-membros. “A previsão de uma redução de 150 mil milhões de metros cúbicos — quase metade do consumo atual — não é plausível. Nem nos lares, nem na indústria, nem na produção de energia”, reforçou.

O responsável destaca que a substituição do gás por outras fontes é lenta e, muitas vezes, impraticável. “A ideia de eletrificar tudo rapidamente é irrealista e cara. O gás — especialmente o de baixo teor de carbono, como o biometano e o hidrogénio — continuará a ter um papel estratégico até e após 2030”, sublinhou.

No setor residencial, a troca por bombas de calor enfrenta limitações técnicas, custos elevados e inadequação dos edifícios. “Milhões de habitações, como em Itália, não permitem essa substituição. O gás continuará a ser necessário durante anos”, afirmou.

Na indústria, a queda no consumo deve-se sobretudo à deslocalização da produção, e não à transição energética: “Isso é preocupante, não um sinal de sucesso climático”, alerta.

O presidente da Eurogas avisa ainda que previsões demasiado otimistas podem comprometer investimentos e pôr em risco o abastecimento futuro. “Se assumirmos que deixaremos de precisar de gás e depois precisarmos, descobriremos que ninguém investiu e que não há oferta disponível”, referiu.

A associação está em diálogo com a Comissão Europeia para rever os modelos e apela a mais pragmatismo: “Não se trata de abdicar das metas climáticas, mas de reconhecer a realidade no terreno e planear em conformidade.”

Por fim, defende uma abordagem tecnologicamente neutra, com um sistema híbrido onde a eletrificação seja complementada pelo uso de moléculas descarbonizadas. “Um sistema totalmente elétrico é menos fiável. É preferível descarbonizar o gás do que tentar eletrificar tudo”, concluiu.

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Justiça dá razão a Amorim e Vanguard na Comporta

O Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal aceitou a providência cautelar que visava repor o acesso à estrada bloqueada pelo condomínio “Casas da Encosta”.

O Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal aceitou a providência cautelar que visava repor o acesso à estrada bloqueada pelo condomínio “Casas da Encosta”, na freguesia do Carvalhal, dando assim razão às empresas dos grupos Amorim Luxury, que tem o JNcQUOI Club Comporta, e Vanguard Properties, de acordo com a informação que o ECO teve acesso. Este bloqueio, segundo o tribunal, gera um prejuízo mensal direto da ordem dos 500 mil euros apenas em custos financeiros e operacionais, devido à obstrução do acesso.

O tribunal ordena assim a imediata remoção de cancelas e todos os demais obstáculos colocados sobre a via de circulação que atravessa o Loteamento L7 e assegura a ligação entre a estrada pública e o NDTC (Núcleo de Desenvolvimento Turístico do Carvalhal). A sentença reconhece que o bloqueio da estrada violava direitos de servidão de passagem legalmente constituídos, comprometendo a livre circulação de pessoas e veículos. Esta via é considerada estruturante para o funcionamento e desenvolvimento do investimento hoteleiro, turístico e residencial que tem vindo a ser levado a cabo pela Amorim Luxury e Vanguard Properties.

Já depois da publicação desta notícia, a empresa que promoveu o condomínio “Casas da Encosta” esclarece que “até ao momento, não recebeu qualquer notificação relativa à alegada providência cautelar”. “O condomínio Casas da Encosta reafirma que mantém uma posição jurídica sólida e fundamentada, tendo sempre pautado a sua atuação pelo rigoroso cumprimento da lei e pelo acatamento integral das decisões judiciais, princípios que continuará a observar em todos os procedimentos legais”, responde, por escrito, a sociedade.

Além de reconhecer a existência de uma servidão pública de passagem, o tribunal reconhece também que a obstrução da estrada causou prejuízos à Vanguard Properties e à Amorim Luxury e um prejuízo mensal direto de €509.704,65, apenas em custos financeiros e operacionais, devido à obstrução do acesso.

A decisão judicial proíbe ainda os requeridos de adotarem novas medidas que limitem, obstruam ou dificultem o uso da via em causa.

O processo em causa começa em 2020 com duas cancelas (uma para entrar e outra para sair) instaladas na Alameda dos Pinheiros e atravessando o condomínio Casas da Encosta, que os grupos Amorim Luxury e Vanguard dizem ser uma das três servidões previstas para chegar à Praia do Pego, como contou a Sábado em abril.

Pierre Lavail, proprietário das Casas da Encosta, garantia que a servidão não estava prevista no alvará e temia enchentes. “Toda a privacidade, o modo lento de vida ficariam ameaçados se tivéssemos de permitir a passagem diária de, pelo menos, mil carros”, disse à revista, acrescentando que tentou chegar a acordo com os dois grupos para que a passagem se fizesse apenas a pé, de bicicleta ou em viaturas elétricas. Sem êxito.

Em 2023, também a câmara municipal de Grândola exigiu a remoção das cancelas. “Ficamos muito surpreendidos com o facto de a câmara de Grândola ter entrado num assunto privado“, criticou Pierre Lavail, citado pela Sábado. A câmara ameaçava com a posse administrativa dos terrenos para fazer cumprir a ordem e alertava os proprietários para o facto de incorrerem num crime de desobediência caso a ordem não fosse cumprida.

Os grupos Amorim Luxury e Vanguard Properties adquiriram a Herdade da Comporta em 2019 são, neste momento, dois dos principais investidores na Comporta. A Amorim está a desenvolver o projeto JNcQUOI Club Comporta e o Dunas Terras da Comporta é o nome do projeto da Vanguard, do francês Claude Berda.

(Notícia atualizada às 17h20 com esclarecimento da sociedade que detém o condomínio “Casas da Encosta”.

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Ainda há utentes que esperam um ano ou mais por uma cirurgia ou consulta

  • ECO
  • 16 Junho 2025

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) reconhece que o não cumprimento dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) “continua a ser um problema”.

No programa que apresentou no sábado, o Governo comprometeu-se a “garantir o cumprimento dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) para consultas e cirurgias em todos os hospitais portugueses”. Porém, segundo a informação que consta do portal dos tempos médios de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que diz respeito ao período entre fevereiro e junho deste ano, continuam a existir utentes a esperar um ano ou mais por uma consulta de especialidade ou por uma cirurgia, revela o Público (acesso pago).

Apesar de não ser possível estabelecer um comparativo com o período homólogo para perceber qual foi a evolução dos tempos de espera, visto que o portal dá uma imagem estática do período analisado, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, admite que o não cumprimento dos TMRG “continua a ser um problema”.

Sobre esta matéria, o Governo de Luís Montenegro compromete-se, no programa, a criar “programas específicos para especialidades médicas com TMRG críticos em modelo próprio” e ainda a promover uma “auditoria regional e nacional aos TMRG referentes à lista de inscritos para cirurgia na rede hospitalar”.

Também esta segunda-feira, o Diário de Notícias (acesso pago) dá conta das conclusões do primeiro estudo nacional sobre a satisfação de profissionais de saúde com a profissão, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e no setor privado. No total, participaram 1.398 médicos e 1.494 enfermeiros, sendo que, de acordo com o relatório final da PlanAPP, a satisfação com a profissão, de um modo geral, “é de razoável a elevada, talvez até superior ao que seria de esperar” e com poucas diferenças registadas entre as duas classes.

Os mais insatisfeitos com a profissão, porém, são os médicos e enfermeiros mais jovens, que não se sentem valorizados na carreira, que trabalham em unidades hospitalares de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) e do Algarve e têm duplo ou multi emprego — embora não tenha sido possível apurar se a insatisfação decorre, sobretudo, da situação de multiemprego, da acumulação de trabalho no SNS e nos prestadores privados, ou se dos motivos que levaram ao multiemprego, do sentimento de não-reconhecimento e das remunerações baixas.

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CIP aplaude junção da Economia e Coesão num só ministério

  • ECO
  • 16 Junho 2025

A CIP vai avançar novamente, em sede de Orçamento do Estado, com a proposta de pagamento voluntário pelas empresas de um 15.º salário isento de IRS e admite aceitar os 920 euros de SMN para 2026.

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal está otimista com a junção da Economia e da Coesão num só ministério. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, Armindo Monteiro considera que a solução “junta ferramentas que não existiam” no Governo anterior e, por isso, antevê que “poderá ter uma prestação muito boa para a economia nacional”.

O patrão dos patrões defende a importância de colocar “a economia na centralidade da política, porque o Estado já tem cativa mais de 50% da riqueza produzida no país”. Armindo Monteiro lamenta que “a ambição parece estar afastada do centro do discurso político” e acredita que o país é responsável por não crescer mais, o que “tem consequências a dois níveis”. “Um, porque não conseguimos atingir a média [europeia]. E a segunda é que estamos a aumentar o gap [para os outros países]. Não apenas não nos aproximamos, mas afastamo-nos”, aponta.

Armindo Monteiro afirma também ter sido surpreendido com a venda do Novobanco aos franceses do BPCE. Não era o cenário que estava em cima da mesa, diz, admitindo que para a CIP a melhor solução passaria pelo reforço da banca nacional, nomeadamente através da CGD, e consequentemente do apoio às empresas nacionais. Mas o responsável afirma não estar preocupado, porque o BPCE tem uma presença forte junto das empresas em França e porque considera que é melhor diversificar do que consolidar a presença espanhola.

Além disso, adianta que a CIP vai avançar novamente, em sede de Orçamento do Estado, com a proposta de pagamento voluntário pelas empresas de um 15.º salário isento de IRS e, mesmo com a revisão em baixa do crescimento, admite aceitar os 920 euros de salário mínimo para 2026, se houver um acordo a quatro anos com medidas que permitam fazer crescer a economia. Armindo Monteiro reitera que para a CIP a descida do IRS até é mais importante que o IRC e diz que os empresários estão disponíveis para avançar com sistemas complementares de reforma, juntamente com os trabalhadores, para garantir a sustentabilidade da Segurança Social.

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Cibersegurança tem desafios mais exigentes e o compliance é fundamental

Pedro Duro, sócio da CS'Associados, considera que a cibersegurança levanta “muitos desafios”, alguns clássicos só que são desafios de compliance que são diferentes daqueles a que estávamos habituados.

Ativar o segundo fator de autenticação, comprar um password manager e ir alterando as passwords. Estes foram os conselhos que o CTO da NOS, Jorge Graça, deu às empresas na 8.ª edição da Advocatus Summit.

“Hoje em dia, os ataques que estão por detrás da necessidade de ter cibersegurança têm um grau de sofisticação ao nível das indústrias ou das tecnologias mais avançadas que existem. Os atacantes têm à sua disposição meios, recursos, que fazem leverage do mais avançado que existe em termos de tecnologia”, refere. O CTO da NOS considera que a inteligência artificial (IA) é um novo desafio que as empresas estão a passar em termos de cibersegurança.

Jorge Graça, CTO da NOSHugo Amaral/ECO

Também consciente da mudança dos tempos está o sócio da CS’Associados Pedro Duro que sublinha que o tipo de incidentes que existiam há dois ou três anos são muito diferentes dos que existem agora. “O que muda radicalmente é a sofisticação dos ataques, muitos com a IA, e uma grande perceção de que há muitas vulnerabilidades por parte das entidades”, refere.

O advogado explicou que as entidades foram progressivamente passando de estruturas on-prem, com servidores locais, para estruturas híbridas e na cloud. “As estruturas na cloud têm uma fragilidade que é comum também às estruturas locais, que é no fundo da captura dos dados de acesso. Essa é a fragilidade maior”, considera.

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Do ponto de vista jurídico, Pedro Duro considera que a cibersegurança levanta “muitos desafios”, alguns clássicos só que são desafios de compliance que são diferentes daqueles a que estávamos habituados. “Acho que são mais exigentes e nessa matéria diria que estamos a andar devagar do ponto de vista normativo”, assume.

O sócio da CS’Associados aponta ainda que as médias empresas têm desafios não só em relação à cibersegurança como em todas as matérias de compliance, seja cumprimento normativo, seja cumprimento técnico. “Enquanto não houver um problema grande, não vale a pena o investimento”, defende.

Pedro Duro, partner da CS’AssociadosHugo Amaral/ECO

Pedro Duro referiu ainda que as queixas-crime, que muitas das vezes não resultam em nada, são instrumentais para movimentar outros institutos jurídicos, designadamente por causa dos seguros, por causa de ações de responsabilidade civil que possam existir cruzadas ou não com os seguros. “Mas as pessoas não estejam à espera que apresentando uma queixa-crime vão resolver o problema. Não vão resolver o problema assim. Este é um caso em que o compliance é de facto o mais importante”, aponta.

Ainda assim, aponta que o problema do compliance neste momento é não haver uma legislação específica a obrigar a um compliance rigoroso relativamente às empresas.

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