Depois do caso dos despedimentos, Bloco discute leis laborais

  • ECO
  • 26 Janeiro 2025

Depois do caso dos despedimentos, o BE organiza as suas jornadas parlamentares em Coimbra, que terão como temas o combate à crise da habitação e os direitos de trabalhadores por turnos

O BE organiza segunda e terça-feira as suas jornadas parlamentares em Coimbra, que terão como temas o combate à crise da habitação e os direitos laborais de trabalhadores por turnos, com a mira apontada ao PS e PSD, apesar do caso dos despedimentos de trabalhadores do partido, incluindo duas sem situação de licença de maternidade, e que levou mesmo Maria Mortágua a admitir erros que não se voltariam a repetir.

Os temas da habitação e das leis laborais são, curiosamente, duas áreas em que o Bloco se viu exposto em contradições políticas. Em 2018, o partido, então liderado por Catarina Martins é apanhado de surpresa pelo chamado caso Robles, quando um deputado municipal em Lisboa compra e vende imóveis com elevadas mais valias. O partido demorou a responder, mas o deputado acabou por sair do partido. Agora, foram conhecidos os termos em que o Bloco despediu funcionários, depois de ver reduzida a subvenção por perda de votos nas eleições de 2022. Soube-se que o BE despediu, até, funcionárias em situação de licença de maternidade, caso que levou a atual líder a enviar uma mensagem aos militantes a reconhecer os erros do processo e a garantir que não se repetiriam.

Antes do arranque formal das jornadas parlamentares, já este domingo, o BE organiza um comício em Coimbra com intervenções da coordenadora do partido, Mariana Mortágua, da eurodeputada e anterior líder, Catarina Martins, da deputada Marisa Matias e do dirigente da Mesa Nacional Miguel Cardina. Sob o mote “Casas e Tempo para viver”, os bloquistas vão focar-se na luta contra a crise da habitação e os direitos dos trabalhadores por turnos.

“Concentraremos as nossas propostas, a nossa reflexão, em encontrar alternativas sérias para responder à crise da habitação. O Governo do PS falhou com o ‘Mais Habitação’, a direita está a falhar e está, aliás, a agravar a crise da habitação. O preço do arrendamento não para de aumentar, o custo da habitação não para de aumentar”, argumentou o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, em declarações à agência Lusa.

No rescaldo do debate sobre a lei dos solos, que não foi revogada depois de o Governo PSD/CDS ter manifestado disponibilidade para integrar no texto propostas do PS, Fabian Figueiredo insiste que este decreto vai significar uma “catástrofe legislativa” e é “sintomática da incapacidade e falta de vontade objetiva da direita, mas também do PS, em resolver seriamente a crise da habitação”.

Neste “regresso à região Centro”, outro dos temas sobre o qual o partido pretende apresentar iniciativas legislativas é o dos direitos laborais para trabalhadores por turnos, que já levou os bloquistas a lançar, no final do ano passado, uma petição pública.

Afirmando que está em causa um universo de cerca de 800 mil pessoas nesta condição em Portugal, o líder da bancada bloquista alertou que estes trabalhadores “têm dificuldade de conciliar a sua vida profissional com a sua vida privada, sofrem mais com o cansaço, com o desgaste, e isso precisa de se refletir em direitos laborais”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cinco distritos sob aviso vermelho devido à agitação marítima

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2025

Os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Porto e Viana do Castelo vão estar sob aviso vermelho a partir das 12h00 de segunda-feira devido à agitação marítima da depressão Herminia, anunciou o IPMA.

Os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Porto e Viana do Castelo vão estar sob aviso vermelho a partir das 12h00 de segunda-feira devido à agitação marítima, anunciou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Estes cinco distritos vão estar sob aviso vermelho até às 09h00 de terça-feira devido à chegada ao território nacional da depressão Hermínia, que vai trazer agitação marítima, aumento da precipitação e vento a partir deste domingo.

O IPMA antecipa “ondas de noroeste com sete a oito metros de altura significativa, podendo a altura máxima atingir 14 metros“. A partir da tarde de domingo e até à madrugada de segunda-feira, o IPMA colocou ainda sob aviso laranja, devido à precipitação persistente e por vezes forte, os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Já sob aviso amarelo devido ao vento forte estão entre hoje e segunda-feira todos os distritos do país, enquanto a queda de neve colocará sob este mesmo nível de alerta, a partir da tarde de segunda-feira, os distritos de Braga, Bragança, Castelo Branco, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

O aviso vermelho é emitido pelo IPMA nos casos de situação meteorológica de risco extremo. Já o aviso laranja indica uma situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo um risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê para hoje a ocorrência de chuva, aumentando de intensidade a partir da tarde e sendo persistente no Norte.

O vento soprará de sul, aumentando de intensidade a partir da tarde, com rajadas em especial no litoral e terras altas do Norte e Centro, e a agitação marítima será forte, com ondas do quadrante oeste com três a 3,5 metros na costa ocidental, aumentando gradualmente para quatro a cinco metros, e para cinco a seis metros a norte do Cabo Mondego.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acordo UE-Mercosul “é muito positivo” para Portugal, garante ministro da Agricultura

“Este acordo vai impor regras, objetivos, uma monitorização, que é necessária, tem cláusulas de salvaguarda e também quotas e limites", diz José Manuel Fernandes ao ECO.

O ministro da Agricultura considera que o acordo UE-Mercosul “é muito positivo” para Portugal, porque “vai impor regras, objetivos, uma monitorização e tem cláusulas de salvaguarda”. Em entrevista ao ECO dos Fundos, que será publicada segunda-feira, José Manuel Fernandes considera que o acordo é “win win e que, em termos geopolíticos” é “extremamente importante”. O acordo vai estar no centro das discussões esta segunda-feira no Conselho de Agricultura e Pescas da União Europeia (Agrifish), onde José Manuel Fernandes estará a defender os interesses de Portugal.

“Este acordo vai impor regras, objetivos, uma monitorização, que é necessária, tem cláusulas para os direitos sociais, cláusulas de salvaguarda e também quotas e limites. Para Portugal considero que era muito positivo”, disse o responsável no podcast quinzenal do ECO sobre fundos europeus.

José Manuel Fernandes reconhece que “persistem sensibilidades”, por isso, defende “a monitorização regular dos efeitos no mercado dos acordos, quer multilaterais, quer bilaterais”, porque isso “pode proporcionar uma maior transparência e uma melhor comunicação”.

“A transparência e monitorização reduz incertezas e inseguranças e permite, em caso de necessidade ponderar a introdução de medidas de salvaguarda adicionais ou temporárias, para produtos agrícolas sensíveis e proteger setores particularmente vulneráveis”, explicou o ministro em declarações ao ECO, em antecipação do encontro de segunda-feira.

Devem ser realizadas consultas amplas com produtores agrícolas, associações de consumidores, e outras partes interessadas para obter uma visão mais completa dos impactos e das necessidades de mitigação”, acrescenta, respondendo assim a um dos pontos do concelho que é discutir os potenciais benefícios de a Comissão estudar mais o impacto dos acordos comerciais nos agricultores, focando-se em fatores como preferências tarifárias, setores sensíveis e medidas compensatórias.

Em caso de violação das regras, o ex-eurodeputado defende que sejam impostas medidas compensatórias, que “caso sejam necessárias, poderiam” passar por:

  • “Apoios diretos aos produtores agrícolas para compensar as perdas de rendimento;
  • Investimento em programas de requalificação e formação para apoiar os produtores agrícolas a se adaptarem a novas condições de mercado;
  • Financiamento de projetos de inovação e modernização no setor agrícola para aumentar a competitividade.
  • Implementação de medidas de salvaguarda temporárias para proteger setores particularmente vulneráveis.”

A diversificação dos parceiros comerciais e o reforço das cadeias de abastecimento “é imperativa”, no contexto geopolítico de risco crescente de fragmentação económica, acentuado pelos conflitos na Ucrânia e Médio Oriente e pela recente mudança presidencial nos EUA, sublinha o responsável, dando assim maior importância ao acordo UE-Mercosul.

Na reunião do conselho, os ministros da Agricultura vão discutir uma potencial simplificação de certos elementos da Política Agrícola Comum (PAC), nomeadamente o procedimento anual de apuramento de desempenho, medidas ambientais e climáticas obrigatórias (“arquitetura verde”) e novas alterações à PAC e fora dela, que possam simplificar o acesso e procedimentos para os agricultores. Mas o encontro vai começar com uma apresentação do programa de trabalho da presidência polaca e as principais prioridades para a agricultura e pescas nos próximos seis meses.

A transparência e monitorização reduz incertezas e inseguranças e permite, em caso de necessidade ponderar a introdução de medidas de salvaguarda adicionais ou temporárias, para produtos agrícolas sensíveis e proteger setores particularmente vulneráveis.

José Manuel Fernandes

Na agenda de discussão estarão duas propostas da Comissão: o regulamento relativo à aplicação transfronteiriça das regras da UE sobre práticas comerciais desleais (PCD) na cadeia de abastecimento agrícola e alimentar, e o regulamento que altera a organização comum de mercado no que diz respeito ao reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar.

Tendo em conta que 20% do que se consome na UE resulta de comércio transfronteiriço, existe “uma grande vantagem em se propor que as notificações sobre Práticas Comerciais Desleais passem a ser possíveis no Estado membro de origem do comprador, ou do vendedor”, explicou fonte oficial do Ministério da Agricultura.

Portugal é favorável a uma melhoria e reforço das disposições em vigor relativas aos contratos que envolvem os agricultores e as suas organizações com outros intervenientes na cadeia, bem como a criação de um mecanismo de mediação, que possa fazer a ponte com os mecanismos existentes, nomeadamente no âmbito das práticas comerciais desleais e códigos de boas práticas.

O Ministro da Agricultura considera que “a introdução da obrigatoriedade de contratos escritos para a entrega de produtos agrícolas, com as devidas derrogações, especialmente os de médio prazo, pode garantir uma maior segurança e previsibilidade, bem como constituir uma estratégia de gestão de riscos para os agricultores, dada a vulnerabilidade negocial destes e a volatilidade dos custos e preços”.

As alterações propostas ao regulamento PCD estavam entre as medidas anunciadas pela Comissão em março de 2024 como resposta aos desafios prementes enfrentados pelo setor agrícola.

José Manuel Fernandes considera que as organizações de produtores são um instrumento importante no ganho de escala e poder negocial dos agricultores com os vários elos da cadeia, e por isso é positivo fortalecer estas entidades.

O Ministro da Agricultura defende que é necessário avançar para “a adoção de medidas que promovam o rejuvenescimento da população agrícola e que visam um apoio específico para os jovens agricultores que adiram a uma organização de produtores reconhecida e que efetuem investimentos nas suas instalações”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Musk manifesta apoio por videoconferência a partido de extrema-direita alemão

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2025

Elon Musk afirmou que o partido representa "a melhor esperança para a Alemanha" e apelou ao orgulho no povo alemão.

O milionário Elon Musk deu hoje o seu apoio, por videoconferência, ao partido da extrema-direita AfD durante um comício eleitoral na Alemanha, depois da sua saudação na investidura de Trump considerada por alguns como nazi.

“Não há problema em ter orgulho de ser alemão. Lute por um futuro brilhante para a Alemanha”, disse o homem mais rico do planeta, segundo a Alternativa para a Alemanha (AfD), perante cerca de 4.500 apoiantes reunidos na Feira de Halle (leste).

Elon Musk justificou o seu apoio por este partido representar “a melhor esperança para a Alemanha”.

Numa intervenção desarticulada, Musk elogiou a “nação alemã” que remonta a “milhares de anos”. O imperador romano Júlio César já tinha ficado “impressionado” pelo desejo de lutar contra as tribos germânicas, acrescentou.

O governo atual “reprime agressivamente a liberdade de expressão”, acrescentou.

A AfD deve, por isso, “lutar, lutar, lutar”, em particular por “mais autodeterminação para a Alemanha e para os países da Europa e menos de Bruxelas”.

Nas últimas semanas, Musk tem interferido regularmente na política interna da Alemanha e de outros países europeus, publicando comentários na sua rede social X e apoiando abertamente a AfD.

Esta formação hostil aos migrantes está na segunda posição nas sondagens para as eleições legislativas de 23 de fevereiro com 20%, atrás dos conservadores da CDU/CSU com cerca de 30% das intenções de voto.

No passado, ele também chamou o chanceler social-democrata Olaf Scholz de “louco” e “um imbecil incompetente” e o presidente Frank-Walter Steinmeier de “tirano”.

O empresário norte-americano causou o espanto de alguns e a indignação de outros durante uma reunião com Donald Trump na noite de segunda-feira, ao realizar duas vezes uma saudação descrita por alguns como “fascista” ou “nazi”, enquanto outros defenderam “um gesto desajeitado”.

Musk discursava no palco da Capital One Arena, onde apoiantes de Donald Trump se reuniram para um encontro com o novo presidente norte-americano poucas horas após sua posse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Agência de notação financeira DBRS sobe ‘rating’ dos Açores

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2025

Melhoria da classificação reflete revisão em alta do 'rating' de Portugal e a intenção do Governo Regional de continuar a consolidar as finanças públicas.

A agência de notação financeira DBRS subiu o ‘rating’ da Região Autónoma dos Açores para “BBB”, atualizando as tendências em todos os ‘ratings’ que mudaram de positivo para estável, foi hoje divulgado.

Segundo um comunicado de imprensa divulgado pela entidade, a DBRS elevou a classificação dos “ratings” de longo prazo da Região Autónoma dos Açores para BBB e de curto prazo para R-2 (médio).

“As tendências em todos os ratings mudaram de positivo para estável”, lê-se ainda.

A Morningstar DBRS refere que as atualizações são sustentadas pela atualização da classificação, em 17 de janeiro, do ‘rating’ de Portugal e ainda pela intenção do Governo Regional de continuar a consolidar as finanças públicas, para ser alcançado progressivamente o desempenho operacional ao nível dos cinco anos anteriores à pandemia da covid-19.

Assinala o forte desempenho do turismo que tem impulsionado o crescimento económico e que também contribuiu para uma melhoria no mercado de trabalho.

No entanto, a DBRS aponta que o desempenho orçamental continua fraco e o orçamento de 2025 está orientado para o investimento em vez da consolidação fiscal.

A agência de notação financeira faz ainda referência ao processo de privatização da Azores Airlines (subsidiária da companhia aérea açoriana SATA que opera voos no exterior dos Açores), considerando que a alienação poderá ocorrer antes do final de 2025, a menos que o período seja alargado.

Para a DBRS, o plano de reestruturação da SATA reduziu os riscos a curto e médio prazo da empresa e os riscos potenciais da região relacionados com a companhia aérea, acrescentando que vai monitorizar a implementação do plano de reestruturação no futuro e avaliará qualquer potencial impacto financeiro negativo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marco Galinha disponível para “fazer a diferença” no Benfica

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2025

Empresário encontrou-se com cerca de 300 benfiquistas no empreendimento turístico em Rio Maior, depois de na sexta-feira ter admitido avançar com uma candidatura à presidência do clube.

O empresário Marco Galinha, que admitiu recentemente a possibilidade de avançar para uma candidatura à presidência do Benfica, garantiu hoje que podem contar com ele para “fazer a diferença” e apoiar esse “grande clube”.

“Estou aqui para vos dizer isto: a casa é vossa, hoje é o vosso dia, não é o meu dia, é o vosso dia, contem comigo, contem com estas pessoas maravilhosas que aqui estão comigo para fazer a diferença, para apoiar este grande clube e especialmente hoje que ganhe o Benfica”, sublinhou Galinha, durante um encontro que reuniu cerca de 300 benfiquistas no empreendimento turístico em Rio Maior.

Esta iniciativa ocorreu horas antes da visita das ‘águias’ ao recinto do Casa Pia, emblema que disputa os jogos enquanto visitado no Estádio Municipal de Rio Maior, para a 18.ª jornada da I Liga.

O empresário natural da Benedita, no concelho de Alcobaça, admitiu, em entrevista à Rádio Renascença, na sexta-feira, a possibilidade de avançar para as eleições do clube, previstas para outubro.

"O Benfica é uma das melhores, se não a melhor marca que Portugal tem, a marca que desde os Descobrimentos pode levar o país mais longe. Os astros estão alinhados para criar um projeto único, mas tenho de sentir o conforto das pessoas que estão a meu lado.”

Marco Galinha

Empresário e diretor-executivo do Grupo Bel

O Benfica é uma das melhores, se não a melhor marca que Portugal tem, a marca que desde os Descobrimentos pode levar o país mais longe. Os astros estão alinhados para criar um projeto único, mas tenho de sentir o conforto das pessoas que estão a meu lado”, enfatizou à data.

Já este sábado, num almoço de convívio que decorreu numa unidade turística que foi adquirida no ano passado pelo Grupo Bel, cujo diretor-executivo é Marco Galinha, estiveram presentes antigos dirigentes ‘encarnados’. O empresário é também acionista da Global Media.

Uma deles foi Varandas Fernandes, vice-presidente das direções lideradas por Luís Filipe Vieira entre 2012 e 2021, e que, em declarações à comunicação social, deixou o seu apoio a uma hipotética candidatura de Galinha.

“É um benfiquista como todos nós, se tem condições para vir a ser candidato? Tem. Neste momento não é candidato, não sei se quer aceitar ou não, nunca conversámos sobre isso, mas é um benfiquista que, desde a primeira hora, se começou a preocupar com o Benfica”, destacou o antigo vice-presidente.

Além do tema relativo às eleições no Benfica, Varandas Fernandes, membro da comissão de revisão dos estatutos, lamentou ainda a demora na aprovação deste documento.

Assistimos a uma demora incompreensível para marcação da Assembleia Geral para votar os novos estatutos, tivemos a palavra de honra do presidente Rui Costa de que os estatutos são para aprovar já. E estamos a ver o tempo a passar e as coisas a demorar”, disse, perante uma plateia composta por cerca de 300 pessoas, afirmando que “isto não é o Benfica”.

Não pode haver este tipo de conduta. Não aceito, nem concebo, que as próximas eleições se realizem com os estatutos antigos. Os novos estatutos são fundamentais”, rematou.

João Diogo Manteigas é atualmente o único candidato anunciado à presidência do Benfica, que deve contar com a oposição do atual presidente, Rui Costa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Como evoluíram os transportes na UE?

O Eurostat fez um radiografia ao setor dos transportes na União Europeia. Veja quais os meios de transporte mais usados pelos passageiros e como são movimentadas as mercadorias na região.

A mais recente edição do Eurostat para o setor dos transportes na União Europeia mostra como evoluiu o transporte de passageiros e de mercadorias na região, num setor que contribui para cerca de 5% do PIB da região e emprega mais de dez milhões de pessoas. Veja quais os transportes mais usados e quantas pessoas viajaram de comboio, barco ou avião, em Portugal e na Europa.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Braga abre portas da Cidade Portuguesa da Cultura. Investimento soma 12,5 milhões

Com o título de Capital Portuguesa da Cultura durante 2025, Braga mostra-se uma cidade competitiva capaz de atrair talento e investimento, e fixar população.

Depois de Aveiro, é a vez de Braga abrir, este sábado, as portas da Capital Portuguesa da Cultura, com uma programação que envolve um investimento de 12,5 milhões de euros. E que, antecipa o presidente da câmara, deverá gerar um retorno económico “muito relevante”, tendo em conta que “a cultura tem sido um grande fator de competitividade, e de atração de pessoas e investimentos para o concelho”.

A cidade prepara-se, assim, para ostentar o título durante este ano de 2025 e colher os frutos por ainda mais tempo, a julgar pelo programa cultural e avultado investimento na intervenção em equipamentos culturais. Mas já lá vamos.

Para Ricardo Rio, “a Capital Portuguesa da Cultura vai ser um acréscimo face àquilo que já é uma dinâmica importante em termos culturais que a cidade tem”. Aliás, sustenta, “a evolução recente dos números do turismo, dos volumes de negócios, da restauração, da hotelaria e do comércio também já reflete uma aposta consistente na dinamização cultural”.

Se Braga não tivesse a dinâmica cultural que tem, seguramente não seria o concelho que mais cresceu em população no país nos últimos 12 anos.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara Municipal de Braga

Ricardo Rio não tem dúvidas de que a dinâmica cultural da cidade tem sido um trunfo para atrair cada vez mais população, talento e investimento, contribuindo para o crescimento económico e demográfico do concelho que já contabiliza 200.00 mil habitantes. “Se Braga não tivesse a dinâmica cultural que tem, seguramente não seria o concelho que mais cresceu em população no país nos últimos 12 anos”, assinala o edil.

Além da programação cultural e do contributo de um conjunto de agentes culturais, o município acena com outro atrativo à população e visitantes: uma mão cheia de equipamentos que estão a ser ou foram reabilitados recentemente, num investimento de milhares de euros, que contribui igualmente para este salto cultural.

Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga.

O autarca bracarense, que está a cumprir o último mandato, reclama obra feita nesse sentido. “Neste momento temos em curso a musealização das ruínas arqueológicas da Ínsula das Carvalheiras, onde vai ser criado um centro interpretativo e um espaço de lazer que representa um investimento de mais de três milhões de euros”, detalha em declarações ao ECO/Local Online.

Entre a lista das intervenções em equipamentos culturais, o edil elenca ainda a recente obra do arquivo municipal e a reabilitação do Convento de São Francisco de Real, orçados em dois milhões de euros, cada um, além da transformação do antigo Cinema S. Geraldo num Media Arts Center, com um custo de oito milhões de euros.

Durante este ano, a cidade minhota vai estar, assim, sob os holofotes do mapa cultural com um programa repleto de exposições, teatro ou concertos, atraindo milhares de pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Retrato das explorações agrícolas na União Europeia

Número de explorações agrícolas na UE caiu 37% entre 2005 e 2020. Roménia é a que tem mais explorações, mas a maior parte da produção vem de Itália, França, Alemanha e Espanha.

Num período de 15 anos, a União Europeia (UE) perdeu 5,3 milhões de explorações agrícolas. O panorama traçado pelo Eurostat a esta importante indústria mostra que, em 2020, existiam mais de 9 milhões de explorações agrícolas no conjunto dos 27 Estados-membros.

Embora a Roménia tenha registado a maior redução desde 2005, em cerca de 1,4 milhões, continua a ser o país com o número mais elevado de explorações agrícolas no bloco comunitário, num total de 2,9 milhões. Este valor é mais do dobro dos 1,3 milhões que existiam na Polónia, o segundo Estado-membro da UE com mais explorações agrícolas em 2020.

Quase dois terços dos 9,1 milhões de explorações agrícolas existentes na UE tinham uma dimensão de até 5 hectares. As explorações com 50 ou mais hectares representavam apenas 7,5% do total, mas exploravam a maior parte (68,2%) da superfície agrícola utilizada (SAU) no território europeu.

Este padrão de distribuição é mais evidente na Roménia, onde, segundo o Eurostat, “nove em cada dez explorações eram mais pequenas do que 5 hectares, mas os 0,9% de explorações com 50 hectares ou mais cultivavam um pouco mais de metade (54,0%) de toda a SAU do país”.

Também em Portugal as explorações de dimensão inferior a 5 hectares são as mais comuns (73,4% do total do país), sendo no Luxemburgo (52,7%), em França (46%), na Finlândia (33,3%), na Alemanha (31,5%) e na Dinamarca (30,9%) que se encontra um maior número de explorações agrícolas acima dos 50 hectares.

Mais de 60% da produção padrão gerada pela agricultura na União Europeia era proveniente, em 2020, de quatro países: Itália (18,1%); França (17,2%); Alemanha (12,6%); e Espanha (12,2%). Apesar de cerca de um terço do total das explorações agrícolas da UE se encontrar na Roménia, este Estado-membro é responsável por apenas 3,3% da produção padrão do setor a nível europeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rendimentos de juros e subsídio de refeição acima de 500 euros vão ter de ser declarados no IRS

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2025

Alteração ao código do IRS obriga contribuintes também a declarar ativos detidos em territórios com regime fiscal claramente mais favorável. Novas obrigações não implicam pagamento adicional.

Os contribuintes que em 2024 tiveram rendimentos de capitais, como juros, e rendimentos não sujeitos a IRS, como ajudas de custo ou subsídio de refeição, de valor superior a 500 euros vão ter de os declarar no IRS.

Esta obrigação de reporte consta de uma alteração ao código do IRS, introduzida pela lei do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), e visa, não o pagamento de qualquer imposto adicional, mas trazer para a declaração anual IRS um retrato mais geral dos rendimentos obtidos pelos contribuintes, facilitando a leitura dos que são elegíveis para a concessão de apoios que dependem do rendimento — como sucede, por exemplo, com o apoio à renda.

À Lusa, Lourenço Gouveia Fernandes, da sociedade de advogados PARES, acentua isso mesmo, referindo que o reporte destes rendimentos servirá, “à partida, para que a Autoridade Tributária recolha elementos, nomeadamente, para efeitos do mecanismo previsto para a tributação de manifestações de fortuna e outros acréscimos patrimoniais não justificados, previsto no artigo 89.º-A da Lei Geral Tributária [manifestação de fortuna]”.

Ao artigo do código do IRS que determina que os contribuintes devem apresentar, anualmente, “uma declaração de modelo oficial, relativa a todas as fontes de rendimentos do ano anterior e a outros elementos informativos relevantes para a sua concreta situação tributária (…]”, foi aditado um número prevê que, para este efeito, “são obrigatoriamente reportados, designadamente, os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias não englobados e os rendimentos não sujeitos a IRS, quando superiores a 500 (euro), bem como os ativos detidos em países, territórios ou regiões com regime fiscal claramente mais favorável”.

Apesar de considerarem que a redação da norma não é totalmente clara, e que deverá ser ainda clarificada pela AT ou nas instruções da Modelo 3 (declaração anual do IRS), os fiscalistas ouvidos pela Lusa acreditam que o limite mínimo de 500 euros se aplica a cada uma das tipologias de rendimentos individualmente.

Isto significará que uma pessoa que em 2024 tenha tido 450 euros de juros (de depósitos ou de certificados de aforro, por exemplo) não terá de preencher esse campo, mas caso tenha tido 600 euros já terá.

Atribuição de viatura sem acordo escrito e ajustas de custo

Porém, na categoria dos rendimentos não sujeitos a IRS o universo de contribuintes obrigados ao reporte será maior.

Em causa estão, como refere Samuel Fernandes de Almeida, da MFA Legal, o subsídio de refeição dentro dos limites legais, ou rendimentos em espécie não sujeitos, como é o caso, por exemplo, da atribuição de viatura ao trabalhador sem acordo escrito. As ajudas de custo são também rendimentos não sujeitos a IRS.

Tendo em conta que o limite do subsídio de refeição não sujeito a tributação é de seis euros, quando pago em dinheiro, Luís Leon, da consultora Ilya, afirma que isso significará que a maioria dos trabalhadores que recebem este subsídio terá de o reportar no IRS. Porque, mesmo sendo de valor diário inferior, facilmente irão superar os 500 euros.

Em paralelo com a abrangência, referem a dificuldade que os contribuintes terão em concretizar esta obrigação declarativa (sobretudo no caso dos juros), que, acredita Samuel Fernandes de Almeida, “será um fator adicional de complexidade e burocracia” destinado a cruzar elementos que a AT de alguma forma tem em sua posse — uma vez que os bancos já estão obrigados a reportar e a entregar à AT os valores que retêm a título de taxas liberatórias.

“Em termos de exequibilidade desta norma a nossa maior preocupação prende-se com a sua eventual tentativa de aplicação a cidadãos não residentes e nacionais de um país da União Europeia que estejam obrigados a entregar declaração de IRS em Portugal, para quem esta obrigação pode resultar num esforço desproporcional,”, refere, por seu lado, Lourenço Gouveia Fernandes.

Luís Leon sublinha o caso dos juros, notando que, como o seu pagamento está sujeito a taxa liberatória (que é ‘cobrada’ pelo banco ou entidade pagadora destes rendimentos no momento em que ‘caem’ na conta do cliente), a maioria das pessoas não fará ideia de quanto recebeu ao longo do ano.

Uma das formas de o contribuinte saber o valor exato que recebeu em juros é pedir ao banco uma declaração.

A Lusa questionou os maiores bancos a operar no mercado nacional sobre a disponibilização deste tipo de declaração e eventuais custos, tendo fonte oficial do banco público afirmado que “a Caixa Geral de Depósitos disponibiliza a declaração aos seus clientes, sem custos associados”.

Também o Millennium BCP adiantou que as medidas do OE2024 referidas não implicam alterações às declarações fiscais que o banco já disponibiliza aos clientes. “No caso de um cliente pretender aceder à declaração de rendimentos, poderá sempre solicitar a declaração de englobamentos de capitais, sem qualquer custo”, acrescentou.

A Lusa ainda aguarda respostas dos restantes bancos.

Alteração ao reporte não obriga a pagamento de imposto adicional

Lourenço Gouveia Fernandes lembra, por outro lado, que esta obrigação de reporte não implica qualquer pagamento adicional de IRS porque se trata de rendimentos ou que já pagaram imposto (via taxa liberatória) ou não estão sujeitos a tributação (caso das ajudas de custo ou subsídio de refeição dentro dos limites legais.

“Esta é uma obrigação de reporte e, apesar de agora serem declarados, estes rendimentos não deverão ser sujeitos a tributação adicional”, precisou o advogado, acrescentando que o regime pode acabar por ter “pouca aplicabilidade”, pois a sua finalidade “parece ser, essencialmente, para permitir um melhor controlo, das situações de manifestações de fortuna e outros incrementos patrimoniais não justificados“, havendo riscos de a AT “não ter meios técnicos e humanos para fazer esta verificação em relação a todas as declarações de IRS entregues”.

Esta alteração ao Código do IRS vem também obrigar à declaração de ativos detidos nos chamados ‘offshores’. Neste caso, Lourenço Gouveia Fernandes entende que a medida visa “dotar a AT de mais informação que pode ser útil no combate à evasão fiscal e aplicação de normas anti-abuso, assim como inverter o ónus da prova em caso de omissão”.

Esta nova obrigação de reporte terá de ser plasmada na portaria que aprova os modelos da declaração anual do IRS — que tem de ser publicada todos os anos.

A Lusa questionou o Ministério das Finanças se os valores em causa vão estar pré-preenchidos na declaração do IRS, cabendo aos contribuintes validá-los ou não (como fazem com o valor relativo ao rendimento de trabalho, de rendas ou de pensões), mas não obteve resposta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Israel acusa Hamas de violar acordo ao libertar militares antes de civis

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2025

Hamas libertou este sábado quatro reféns israelitas de 20 e 19 anos, que pertenciam ao exército. Israel diz que grupo não cumpriu obrigação de libertar primeiro as mulheres civis.

Israel acusou hoje o grupo islamita Hamas de violar o acordo de cessar-fogo em Gaza, no dia em que foi feita a segunda troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, sendo libertadas quatro mulheres militares.

“O Hamas não cumpriu com as suas obrigações de primeiro libertar as mulheres civis israelitas”, disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, numa breve declaração feita logo após a confirmação de que as reféns tinham entrado em território israelita.

Já na sexta-feira à noite, quando o Hamas anunciou que iria libertar quatro mulheres soldados, que foram raptadas da base militar de Nahal Oz, a 07 de outubro de 2023, Israel manifestou a sua discordância, alegando que uma das condições do acordo era que as mulheres civis teriam prioridade na libertação.

No entanto, garante a agência de notícias espanhola Efe referindo ter tido acesso aos documentos, nenhuma cláusula menciona esta prioridade.

Das 33 pessoas que serão libertadas na primeira fase do cessar-fogo em Gaza, sete são mulheres, cinco das quais militares (uma não foi libertada hoje) e duas são civis. As civis são Shiri Silberman, de 33 anos, e Arbel Yehud, de 29.

Nos últimos dias, a imprensa israelita referiu que Israel tentou pressionar para que Arbel Yehud fosse uma das mulheres libertadas hoje e, esta manhã, o gabinete do primeiro-ministro divulgou uma nota a afirmar que Telavive não permitirá que os palestinianos regressem ao norte de Gaza enquanto aquela refém não for libertada.

Em novembro de 2023, o grupo terrorista palestiniano Jihad Islâmica alegou que uma das civis, Shiri Silberman, que foi raptada juntamente com o seu marido, Yarden Bibas, e os seus filhos, Ariel e Kfir, de 5 e 2 anos, morreram num ataque israelita, mas o exército nunca confirmou a informação.

Numa declaração televisiva após a libertação das reféns, Hagari admitiu, no entanto, que o exército está “profundamente preocupado” com o destino das duas crianças.

Quatro reféns libertadas este sábado em troca de 200 prisioneiros

As quatro reféns libertadas hoje foram Liri Albag, de 19 anos, e Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy, de 20 anos. As quatro militares foi exibidas, a sorrir e a acenar, por militantes do Hamas num palco na Praça Palestina, na Cidade de Gaza, onde milhares de pessoas se juntaram, tendo sido depois entregues nos veículos da Cruz Vermelha. Israel confirmou que as reféns estavam bem, pouco depois da entrega à Cruz Vermelha.

O cessar-fogo, que entrou em vigor no domingo passado após 15 meses de conflito, visa pôr fim à guerra mais mortífera e destrutiva alguma vez travada entre Israel e o Hamas.

O frágil acordo tem-se mantido até agora, silenciando os ataques aéreos e os ‘rockets’ e permitindo a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Desde o início da trégua, foram libertados três reféns mantidos pelos Hamas em troca de 90 prisioneiros palestinianos, todos mulheres e crianças.

Israel deverá libertar 200 prisioneiros ou detidos palestinianos até ao final do dia de hoje, como parte do acordo, incluindo 121 que cumpriam penas perpétuas, segundo uma lista divulgada pelo Hamas. Destes, a lista indicava que 70 seriam expulsos de Gaza e da Cisjordânia, mas não foi indicado para onde.

Os militantes mais notórios que estão a ser libertados incluem Mohammad Odeh, de 52 anos, e Wael Qassim, de 54, ambos de Jerusalém Oriental, acusados de realizar uma série de ataques mortais do Hamas contra israelitas, incluindo um atentado bombista num café na Universidade Hebraica de Jerusalém, em 2002, que matou nove pessoas, incluindo cinco cidadãos norte-americanos.

Após a troca, espera-se que Israel comece a recuar do corredor Netzarim — uma estrada leste-oeste que divide Gaza em duas partes — e permita que os palestinianos deslocados no sul regressem às suas antigas casas no norte pela primeira vez desde o início da guerra.

Os palestinianos só poderão deslocar-se para norte a pé, já que a circulação de veículos está restringida até ao final do cessar-fogo.

O Ministério do Interior gerido pelo Hamas disse que os palestinianos deslocados poderão regressar ao norte de Gaza a partir de domingo.

Num comunicado no sábado, o ministério, que supervisiona as forças policiais, disse que os palestinianos poderão deslocar-se entre o sul e o norte de Gaza a pé pela estrada costeira de Rashid.

A guerra começou com um ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas, a 07 de outubro de 2023, quando militantes palestinianos mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, e fizeram cerca de 250 reféns.

Mais de 100 reféns foram libertados numa trégua de uma semana feita no mês seguinte. Mas dezenas permaneceram em cativeiro durante mais de um ano, sem contacto com o exterior.

Israel acredita que pelo menos um terço dos mais de 90 prisioneiros que ainda estão em Gaza foram mortos no ataque inicial ou morreram no cativeiro.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Limite salarial levou Governo a criar entidade para negociar novo aeroporto com a ANA

Estrutura de Gestão e Acompanhamento dos Projetos de Aeroportos terá 10 trabalhadores e caráter temporário, cessando funções num prazo máximo de quatro anos.

A criação da estrutura de gestão para acompanhar o cumprimento do contrato de concessão com a ANA e negociar a construção do novo aeroporto foi motivada pela necessidade de ultrapassar os limites salariais no Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e conseguir recrutar meios humanos altamente especializados.

Aquela necessidade vem expressa no preâmbulo da resolução do Conselho de Ministros n.º 1-D/2025, publicada a 17 de janeiro em Diário da República e noticiada este sábado pelo Público.

As competências de acompanhamento da gestão dos contratos de concessão dos aeroportos foram transferidas para o IMT em março do ano passado. No entanto, “devido à complexidade e especificidade técnica do setor em que se inserem os contratos”, aquela instituto “não se encontra suficientemente capacitado de pessoas e meios para assegurar, quer o acompanhamento eficaz dos contratos de concessão, quer do cumprimento das obrigações da ANA“, considera o Governo.

O Executivo sublinha que “o setor da aviação e gestão aeroportuária é altamente especializado, devido à sua complexidade técnica e também aos elevados padrões de segurança”, pelo que “o nível remuneratório médio que se verifica neste setor é particularmente alto, não sendo enquadrável no contexto do IMT.

O que levou então à criação da Estrutura de Gestão e Acompanhamento dos Projetos de Aeroportos (EGAPA), com caráter temporário, “até que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes esteja devidamente capacitado”para assegurar esta nova missão, com a aprovação de uma nova lei orgânica.

A nova estrutura ad hoc, “tem como principal objetivo assegurar o acompanhamento técnico, jurídico e financeiro das obrigações contratuais decorrentes dos Contratos de Concessão Aeroportuários celebrados com a ANA – Aeroportos de Portugal”, afirma o comunicado do Conselho de Ministros.

A EGAPA irá também coordenar, em representação do Estado, a negociação com a concessionária sobre a construção do Aeroporto Luís de Camões, bem como os procedimentos subsequentes. O mesmo se aplica às obras de expansão do Aeroporto Humberto Delgado.

ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

Estrutura terá 10 pessoas e prazo máximo de quatro anos

A EGAPA será presidida pelo presidente do IMT, João Jesus Caetano, e contará também com um coordenador geral, com funções executivas de gestão e supervisão e “estatuto remuneratório equivalente a dirigente superior de 1.º grau“, com direito ao montante de despesas de representação aplicáveis, a recrutar em comissão de serviço. Ou seja, terá uma remuneração bruta mensal equivalente a 4.845,38 euros.

A estrutura terá ainda dois coordenadores de equipa “com estatuto remuneratório equivalente a dirigente superior de 2.º grau” (4.035,35 euros brutos mensais), até seis especialistas (vencimento máximo de 4.884,45 euros, segundo a tabela remuneratória de 2024) para desempenhar funções de apoio jurídico, técnico e financeiro, e um assistente técnico para secretariado e apoio administrativo.

A resolução de Conselho de Ministros determina um prazo máximo para a duração do montado da EGAPA, que será o menor de dois períodos:

  • Três meses após a conclusão do período negocial do NAL (Novo Aeroporto de Lisboa), o qual se considera concluído com a celebração dos Contratos do NAL. O que só deverá acontecer em 2028 ou 2029.
  • Quatro anos, contados desde a entrada em vigor da presente resolução, ou seja, a 17 de janeiro de 2029.

A estrutura pode ainda ser extinta “antes do final do seu mandato por decisão do membro do Governo responsável pela área das infraestruturas, na sequência da entrada em vigor da revisão da orgânica do IMT, I. P., que se prevê acontecer no prazo de 180 dias, contados desde a data de entrada em vigor da presente resolução”. Uma vez extinta a EGAPA, a sua missão é prosseguida pelo IMT.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.