ISDIN e Governo de Moçambique assinam acordo para ajudar as pessoas com albinismo a combater o cancro da pele

  • Servimedia
  • 18 Novembro 2024

O laboratório ISDIN e a Fundação África Direto chegaram a um acordo com o Ministério da Saúde de Moçambique para ajudar as pessoas com albinismo no país a lutar contra o cancro da pele.

A empresa explica que “as pessoas que sofrem desta doença genética em África correm um risco extremamente elevado de desenvolver cancro da pele, agravado pela elevada radiação solar e pela falta de medidas de proteção” e acrescenta que esta parceria reforça a missão do laboratório “de inspirar um futuro sem cancro da pele e assegura que as expedições do ISDIN estendem o seu impacto às comunidades vulneráveis, bem como garantem a entrega de recursos essenciais, formação médica, fotoproteção e tratamentos especializados nestas áreas de risco”.

O acordo, denominado Memorando de Entendimento e assinado com o Ministério da Saúde de Moçambique, surge no âmbito da quinta expedição dermatológica para ajudar as pessoas com albinismo, um grupo particularmente vulnerável no país africano. Em Moçambique, quase 98% das pessoas com albinismo morrem antes dos 40 anos de idade, sendo o cancro da pele a principal causa.

O ISDIN salientou que a falta de cuidados médicos agrava a situação, uma vez que Moçambique tem apenas 20 dermatologistas em todo o país, para uma população de quase 34 milhões de habitantes. “Por esta razão, o compromisso do ISDIN e da Fundação África Direto, parceira do laboratório desde a primeira expedição, não é apenas de tratamento, tratando mais de 3.500 pacientes entre todas as expedições e distribuindo fotoproteção, mas também de formação de médicos locais especializados e de prevenção com a utilização dos produtos de fotoproteção do laboratório”, acrescentou.

COLABORAÇÃO

Ele indicou que é neste contexto que surge o acordo com o Governo, que estabelece uma colaboração estreita e duradoura e inclui compromissos de ambas as partes para garantir o sucesso das expedições médicas e um impacto significativo na saúde das pessoas com albinismo no país. O ISDIN e a Fundação Africa Direto serão responsáveis pela organização das expedições com dermatologistas especializados e pelo fornecimento de material médico, incluindo a doação de fotoprotetores. O ISDIN também formará médicos locais, assegurando que o pessoal em Moçambique tenha as competências necessárias para prestar cuidados contínuos e adequados à população.

Juan Naya, Diretor Executivo da ISDIN, afirmou durante a assinatura da parceria que “no futuro, temos de levar a nossa colaboração para o nível seguinte para conseguirmos realmente a mudança sustentável que queremos ver. E a colaboração institucional aqui no país é fundamental para facilitar o nosso trabalho inicial e para que, no futuro, o sistema de saúde local possa assumir o projeto e a nossa ajuda não seja necessária”.

Por seu lado, o Ministério da Saúde moçambicano compromete-se a facilitar os procedimentos administrativos necessários para a entrada das expedições dermatológicas e a colaboração com as equipas médicas locais. Disponibilizará igualmente um espaço para os cuidados de saúde, o armazenamento e a distribuição de cremes solares para a prevenção e outros recursos essenciais para assegurar um tratamento dermatológico de qualidade.

Na cerimónia de assinatura, o Ministro da Saúde de Moçambique, Dr. Armindo Tiago, destacou a importância da colaboração internacional e afirmou que “é muito importante que estejamos de mãos dadas neste projeto e mantenhamos uma colaboração muito estreita com base neste acordo que assinámos, porque só juntos seremos mais fortes na luta contra o cancro da pele na população com albinismo”.

Este acordo faz parte da iniciativa do ISDIN e da Fundação Africa Direto para ajudar as pessoas com albinismo em Moçambique, que enfrentam um elevado risco de cancro da pele devido à falta de proteção UV natural. Juntos, realizaram cinco expedições de apoio médico e forneceram fotoproteção e formação aos médicos locais, contribuindo ativamente para melhorar a qualidade de vida desta população em risco. Além disso, visitaram cerca de mil pacientes em cada expedição e operaram dezenas de cancros da pele.

Nesta quinta expedição, os representantes do ISDIN, liderados pelo seu Diretor Geral, Juan Naya, participaram também numa receção oficial oferecida pela embaixadora de Espanha no país, Teresa Orjales, onde exploraram formas de colaborar para facilitar a ampliação do projeto do laboratório em Moçambique para inspirar um futuro sem cancro da pele.

 

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 18 Novembro 2024

No dia em que a Europa assinala o milésimo dia da guerra na Ucrânia, começa no Rio de Janeiro a cimeira do G20. A OCDE apresenta também o estado do setor da saúde na Europa.

No arranque da semana há bandeira e luzes com as cores da bandeira ucraniana a lembrar que a guerra na Ucrânia dura há mil dias. Do outro lado do oceano, os líderes do G20 reúnem-se para medir o pulso à economia mundial e discutir as prioridades globais. Por cá, a gasolina vai ficar mais cara, ao contrário do gasóleo.

União Europeia assinala 1.000 dias da guerra na Ucrânia

As instituições europeias assinalam esta segunda-feira o milésimo dia da guerra na Ucrânia. Berlaymont e os edifícios do Parlamento Europeu recebem bandeiras, faixas e iluminação com as cores do país invadido a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia. A data coincide com a reunião dos chefes da diplomacia da UE em Bruxelas, que vão discutir a agressão russa – depois do chanceler alemão ter falado pela primewira vez em dois anos com Putin – e nomear João Gomes Cravinho como representante especial para o Sahel.

Início do G20 no Rio de Janeiro

Os chefes de Estado e do Governo das maiores economia do mundo, mais a União Africana e a União Europeia, reúnem-se no Rio de Janeiro até 19 de novembro. Portugal também estará representado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, a convite do Brasil que tem a presidência rotativa do grupo durante 2024. Sob o tema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, Lula da Silva quer lançar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Gasolina sobe e gasóleo desce esta semana

Os combustíveis arrancam a semana com uma evolução diferente. Segundo fontes do setor, a gasolina deve aumentar 1,5 cêntimos a partir desta segunda-feira e passar a custar 1,705 euros por litro. Já o gasóleo deve descer meio cêntimo, para 1,575 euros por litro.

Eurostat divulga dados do comércio internacional

O gabinete estatístico europeu Eurostat divulga uma bateria de dados, entre os quais o comércio internacional de mercadorias em setembro e os pedidos de asilo em agosto. Por cá, o Instituto Nacional de Estatística (INE) avança com as taxas de juro implícitas no crédito à habitação em outubro.

OCDE faz o raio x à saúde na Europa em 2024

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Comissão Europeia lançam o relatório “Panorama da Saúde: Europa 2024”, com uma análise aos desafios que os serviços de saúde europeus enfrentam, entre os quais a escassez de mão-de-obra no setor da saúde e a longevidade de uma população envelhecida. O relatório inclui vários dados, como as despesas de saúde, de 40 países europeus.

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Grandvalira Resorts investe 20,9 milhões de euros para a época 2024-2025

  • Servimedia
  • 18 Novembro 2024

As estâncias de Grandvalira apresentaram as novidades para a época de inverno de 2024-2025, que tem início previsto para 30 de novembro e se prolonga até 20 de abril.

As estâncias andorranas investiram um total de 20,9 milhões de euros para este inverno, dos quais 17,2 milhões de euros correspondem a Grandvalira, 2,3 milhões a Pal Arinsal e 1,4 milhões a Ordino Arcalís.

O diretor de marketing de Grandvalira Resorts, David Ledesma, indicou que estes investimentos foram destinados principalmente a melhorias na rede de produção de neve, que reafirmam a garantia de neve, a novas infra-estruturas e instalações, bem como a medidas de sustentabilidade para reduzir as emissões de CO2.

Além disso, a empresa salientou que continua a sua aposta na inovação e na digitalização, com uma nova aplicação Grandvalira Resorts que permitirá a aquisição de um eSIM para a utilização de dados móveis em todo o Principado ao preço mais competitivo do mercado. Além disso, a aplicação permitirá localizar os seus companheiros nas pistas enquanto esquiam, tornando mais fácil do que nunca encontrarem-se uns aos outros.

A maior novidade da temporada, na secção gastronómica, é a chegada do chef Nandu Jubany, reconhecido com uma estrela Michelin e cinco sóis Repsol, aos restaurantes Vodka Bar e Brasseria Piolet, em Grandvalira. Jubany não chega sozinho e vários chefes com estrelas Michelin também estarão presentes durante a temporada nas jornadas Gourmet do Snow Club.

Por outro lado, salientaram que continuam a reforçar serviços como as escolas de esqui e snowboard, ampliando o catálogo de atividades e novas experiências que vão além do esqui e completam a experiência Grandvalira Resorts. “Mantivemos um alto nível de investimento com mais de 20 milhões de euros destinados principalmente a aumentar a capacidade de produção de neve e, acima de tudo, a melhorar a experiência do cliente, a fim de reforçar a posição de liderança de Andorra nos Pirenéus e no sul da Europa. Mas o que é mais estimulante são os planos futuros que estamos a lançar este inverno, que transformarão os domínios em locais mais divertidos para esquiar e mais sustentáveis”, afirmou Ledesma.

O esquiador Joan Verdú, Top 10 da classificação geral da Taça do Mundo de Gigantes de 2024, com quem Grandvalira organiza a Mamba Race em abril, visitou a apresentação em Barcelona e afirmou que “Andorra é muito apreciada pelos concorrentes da Taça do Mundo, que gostam do país, das suas pistas e de tudo o que tem para oferecer para além do esqui”.

Este ano, Grandvalira Resorts incorpora 129 novos canhões, dos quais 80 são de substituição e 49 foram destinados a aumentar o número de quilómetros de pistas cobertas de neve. Além disso, entre a época passada e esta, Grandvalira Resorts terá trocado 239 canhões de neve por unidades de última geração que contribuem para a poupança de energia ao consumirem menos 90% de energia, reduzindo assim a sua pegada de carbono, segundo a empresa.

Neste inverno, entra também em vigor a nova concessão do Comú de Encamp à Saetde para gerir as pistas de Pas de la Casa – Grau Roig durante os próximos 50 anos. O projeto inclui a ampliação da zona de esqui de Pic del Maià, melhorias nos setores de Pas de la Casa, Grau Roig e Encamp, e um plano de 100 milhões de euros, dos quais 42,6 milhões serão gastos na próxima década.

Por outro lado, Pal Arinsal continua a trabalhar na ligação de esqui entre os dois setores, um projeto que começou no inverno passado com a instalação da nova telecadeira de Port Negre. Nos próximos anos, estão previstas novas pistas verdes e azuis na zona de Coll de la Botella. Esta extensão implicará um investimento total de 30 milhões de euros. Além disso, os restaurantes foram renovados e a produção de neve foi otimizada, juntamente com inovações no snowpark e novos serviços, como pontos de venda de merchandising e máquinas de venda automática.

Por último, Ordino Arcalís amplia a sua oferta para as famílias com a melhoria da zona de iniciação de Planells e a criação de um circuito Freeride Kids melhorado com um túnel interativo. Este ano também se iniciam os trabalhos de construção de um novo reservatório de água em La Coma, com uma capacidade de 36 000 m³, que estará pronto em 2025-2026, mas que irá melhorar ainda mais a eficiência de uma estância 100% autossuficiente.

OFERTA

No que diz respeito à oferta que vai para além do esqui, o après-ski tem L’Abarset como epicentro, com uma temporada marcada por um menu gastronómico renovado e um programa de música eletrónica que inclui nomes como Maceo Plex e Paco Osuna graças a colaborações internacionais como Brunch Electronik e Bresh, bem como o Festival Hibernation em Pas de la Casa, de 14 a 16 de março, que reúne o melhor da música techno e house.

Pal Arinsal, por seu lado, confirma-se como uma referência de Ski & Bike, com a abertura do Bike Park durante todo o ano, para que possa esquiar de manhã e à tarde percorrer alguns dos circuitos que serão montados no prestigiado bike park da estância de Massana.

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Repsol prevê maior procura por combustíveis renováveis em todos os transportes

A Repsol acaba de inaugurar uma fábrica de combustíveis 100% renováveis e tem planeadas mais duas. Uma aposta sustentada na previsão de que a procura crescerá em todos os transportes.

A Repsol está a reforçar a aposta nos combustíveis 100% renováveis. Inaugurou, este ano, a primeira fábrica na Península Ibérica exclusivamente dedicada à produção deste combustível, e já tem a construção de novas unidades em perspetiva, embora nenhuma em Portugal.

A aposta surge numa altura em que a petrolífera prevê um crescimento da procura em todos os segmentos de transportes, da aviação ao transporte marítimo. No que diz respeito ao transporte terrestre, a empresa espera que “em breve” passe a ser permitido, em Portugal, a venda de combustíveis totalmente verdes também a particulares.

“Os combustíveis renováveis são uma solução para todos os setores do transporte e prevemos um crescimento em todos os segmentos”, indica Armando Oliveira, Administrador-delegado da Repsol Portugal, em declarações por escrito ao ECO/Capital Verde. Atualmente, a procura é maior no setor terrestre, complementa. Os “ambiciosos” objetivos de redução de emissões nos setores do transporte marítimo e terrestre, previstos, respetivamente, no diploma FuelEU Maritime e Red III, deverão impulsionar este consumo.

Quanto ao setor da aviação, “a nossa expectativa é que a procura de SAF [combustível sustentável para aviação] aumente consideravelmente na última parte do ano”, acrescenta Armando Oliveira, tendo em conta as exigências previstas no âmbito do RefuelEU Aviation. Esta legislação prevê a obrigação de incorporar 2% de SAF já em 2025.

"Os combustíveis renováveis são uma solução para todos os setores do transporte e prevemos um crescimento em todos os segmentos.”

Armando Oliveira

Administrador-delegado da Repsol Portugal

No transporte aéreo, a Repsol assinou acordos com a IAG, Iberia, Ryanair, Vueling, Air Europa e Volotea para os voos comerciais e com a Atlas Air para os voos de carga que efetua para o Grupo Inditex. No transporte marítimo, a Repsol fornece combustível renovável a companhias de navegação como a Royal Caribbean.

A petrolífera tem diesel renovável disponível na rede de estações de serviço em Portugal e Espanha, e assinou já vários acordos para fornecer empresas com este combustível. No transporte rodoviário pesado, tem clientes como a Delta, Grupo Barraqueiro, Grupo Bel Portugal e os Transportes Luís Simões. No transporte de passageiros, fornece combustível 100% renovável para os autocarros das equipas do Sport Lisboa e Benfica, Futebol Clube do Porto e Sporting Clube de Portugal.

Em Portugal, temos esperança de poder comercializar, em breve, esta solução [combustíveis 100% renováveis] ao cliente final.

Armando Oliveira

Administrador-delegado da Repsol Portugal

Neste último segmento, o combustível 100% renovável da Repsol está disponível em mais de 500 estações de serviço na Península Ibérica, cerca de 50 das quais em Portugal. Entre janeiro e agosto deste ano, a Repsol vendeu nas suas estações de serviço 31 milhões de litros de gasóleo renovável, com os quais se poderiam dar mais de 11 mil voltas ao redor do mundo, ilustra a empresa.

Em Portugal, temos esperança de poder comercializar, em breve, esta solução [combustíveis 100% renováveis] ao cliente final, para que este possa dar o seu contributo na descarbonização e na sustentabilidade do planeta de forma imediata”, afirma o administrador-delegado da Repsol Portugal. De acordo com a empresa, de momento, só é permitida em Portugal a comercialização deste combustível a clientes de frotas cativas, isto é, frotas empresariais – quer sejam de carros, camiões ou autocarros. Isto, apesar de a comercialização destes biocombustíveis ser já de venda livre em “praticamente toda a Europa”. A Repsol em Espanha já comercializa também ao cliente particular.

Portugal fora da lista da Repsol para unidades de biocombustíveis

Para cobrir a procura a partir de 2030, será necessário que nos próximos anos entrem em funcionamento mais fábricas, tanto de biocombustíveis avançados como de combustíveis sintéticos”, alerta o gestor. A Repsol abriu este ano, em Espanha, a primeira fábrica na Península Ibérica que é exclusivamente dedicada à produção de combustível 100% renovável. Até 2030, pretende abrir mais duas unidades, mas nenhuma delas em Portugal

Esta fábrica em Espanha teve um investimento de 250 milhões de euros e tem uma capacidade de produção anual de 250 mil toneladas de combustíveis renováveis. A próxima unidade vai erguer-se em Puertollano e entrará em funcionamento no final de 2025, com uma capacidade de produção de aproximadamente 200.000 toneladas por ano de Diesel renovável (HVO).

O investimento é de apenas 120 milhões de euros, já que se tratará de uma reconversão de uma unidade do complexo industrial. Até 2030, a petrolífera espera acrescentar uma terceira fábrica ao seu portefólio, nos mesmos moldes: vai igualmente converter uma fábrica existente. A localização exata ainda não está decidida, mas já é certo que será em Espanha.

O país vizinho será ainda casa para a construção de uma “fábrica-piloto” para combustíveis sintéticos, desta feita em Bilbao. Um projeto em parceria com a Saudi Aramco, que tem previsto um investimento superior a 100 milhões de euros. Entrará em funcionamento em 2026 e terá capacidade para produzir anualmente 2.100 toneladas de combustíveis sintéticos para todos os setores dos transportes, sendo que o objetivo é testar e desenvolver a tecnologia para poder atingir a escala industrial antes do final da década.

"Para cobrir a procura a partir de 2030, será necessário que nos próximos anos entrem em funcionamento mais fábricas, tanto de biocombustíveis avançados como de combustíveis sintéticos.”

Armando Oliveira

Administrador-delegado da Repsol Portugal

A Repsol tem vindo a transformar os seus seis complexos industriais na Península Ibérica em polos multienergéticos capazes de converter diferentes tipos de matérias-primas residuais em combustíveis renováveis e outros produtos de baixa pegada de carbono. A nova fábrica em Cartagena é o primeiro grande projeto da empresa nesse sentido, sendo também a primeira unidade dedicada exclusivamente à produção de combustíveis renováveis na Península Ibérica.

A meta da Repsol é aumentar a percentagem de produção de combustíveis renováveis, atingindo a fasquia dos 1,5 a 1,7 milhões de toneladas até 2027 e entre 2,4 e 2,7 milhões de toneladas até 2030. A produção de combustíveis renováveis em Cartagena está a gerar margens “competitivas” e a expectativa é que estas aumentem à medida que a procura continue a crescer, acrescenta Armando Oliveira. Os combustíveis de baixo carbono permitem também reutilizar toda a cadeia logística existente.

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Euribor já estão abaixo dos 3% em todos os prazos. Vão continuar a baixar?

O indexante do crédito à habitação deverá continuar a descer, a refletir as reduções das taxas de juro do BCE. A expectativa é que a autoridade monetária anuncie novos cortes até meados de 2025.

As três taxas que servem de indexante para o crédito à habitação já estão todas abaixo de 3%, depois de a Euribor a três meses ter baixado esta fasquia no final da semana passada. Esta correção ocorre depois de três anos marcados pelo agravamento das taxas de juro, com impacto nas prestações dos empréstimos da casa. E as descidas não devem ficar por aqui. A expectativa é que o BCE continue a descer juros, puxando para baixo as taxas do crédito.

A Euribor a três meses baixou, na última sexta-feira, para 2,998%, juntando-se assim à taxa a seis (2,748%) e a 12 meses (2,475%), que já negociavam abaixo de 3%.

Calculadas diariamente por um conjunto de bancos da Zona Euro com base nos empréstimos que fazem entre si, as Euribor refletem as perspetivas dos mercados para as taxas oficiais do BCE. Depois de um movimento de agravamento de taxas de juro nos últimos três anos, para travar a escalada da inflação, o banco central iniciou um ciclo de descidas de juros na reunião de junho.

Desde o anúncio do primeiro corte de juros, o banco central já desceu a taxa diretora por mais duas vezes, em setembro e outubro. E, de acordo com as estimativas dos economistas, as descidas estão longe de estar terminadas.

Com a inflação controlada — situou-se em 2% na Zona Euro em outubro — e a economia a mostrar sinais de dificuldade, o conselho de governadores do BCE tem dado sinais que neste momento está mais preocupado com o outlook económico do que com a evolução de preços, sobretudo depois dos resultados das eleições americanas, que vieram avultar as nuvens que pairam sobre a economia europeia.

Outubro foi o mês de uma importante reviravolta no BCE”, comenta Carsten Brzeski, responsável global de macro do ING, adiantando que em vez de preocupações relacionadas com a inflação interna “ainda elevada e rígida, parece que as preocupações com o crescimento se tornaram o fator predominante que impulsiona a política monetária“.

A questão para a reunião de Dezembro já não é se o BCE reduzirá novamente as taxas, mas se o corte será de 25 pontos base, ou 50 pontos base.

Carsten Brzeski

Economista do ING

O especialista considera que “com os resultados das eleições nos EUA, os riscos para as perspectivas de crescimento da zona euro mudaram claramente para o lado negativo, tanto a curto como a longo prazo, representando um desafio ainda mais complicado para o BCE.”

“Na verdade, o risco de um ambiente mais estagflacionário aumentou”, aponta Brzeski, antecipando que perante esse “cenário estagflacionário e a pressão adicional sobre o crescimento por parte das políticas dos EUA, a questão para a reunião de Dezembro já não é se o BCE reduzirá novamente as taxas, mas se o corte será de 25 pontos base, ou 50 pontos base.

Ao contrário dos EUA, onde o presidente Jerome Powell adiantou que não tem pressa para descer juros, na Europa, vários membros do BCE, como o vice-presidente Luis de Guindos, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, ou o francês François Villeroy de Galhau, têm defendido que a autoridade monetária deve ser mais ágil a descer os juros na região.

Felix Feather, economista da Abrdn, concorda que o BCE “poderá reduzir as taxas de forma mais agressiva se o bloco entrar em recessão”.

“Os comentários desta semana de responsáveis do BCE mostram maiores preocupações em torno do outlook de crescimento, aumento da confiança num retorno antecipado da inflação para 2% e ênfase de que o ritmo dos cortes nas taxas dependerá dos dados”, refere um comentário do Goldman Sachs, após a reunião de 17 de outubro, onde o banco central anunciou o seu terceiro corte de 25 pontos base, trazendo a taxa dos depósitos para 3,25%.

Perante estes comentários, o Goldman Sachs ajustou as suas estimativas para a reunião de dezembro, passando a prever a possibilidade de um corte de 50 pontos antes do fim do ano. O gigante de Wall Street, que antes antecipava descidas sucessivas de 25 pontos base até os juros baixarem para 2%, no próximo mês de junho, vê agora como mais provável “um ciclo de cortes prolongado, bem como de cortes mais rápidos e profundos“.

A economia europeia continua a revelar dificuldades em retomar uma trajetória de crescimento. Com o poder de compra dos consumidores a recuperar, as taxas de juros a descer e o investimento a acelerar impulsionado pela bazuca europeia, as últimas estimativas da Comissão Europeia apontam para um “crescimento modesto” em 2025. Mas, se no próximo ano, todas as economias vão crescer, Bruxelas estima que este ano cinco economias da zona euro vão terminar o ano no vermelho, incluindo a Alemanha, o “motor” da Europa.

As previsões de Inverno da Comissão Europeia, divulgadas esta sexta-feira, apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 de 0,9% na União Europeia e de 0,8% na zona euro. Mas a atividade económica deverá acelerar para 1,5%, nos 27 Estados, e para 1,3% na área da moeda única no próximo ano.

Com perspetivas de crescimento modestas e a inflação longe dos níveis que obrigaram o BCE a acelerar a subida dos juros para travar a escalada dos preços, a entidade deverá continuar a descer taxas. Um movimento que vai repercutir-se nas Euribor, continuando, assim, a aliviar os encargos das famílias com as prestações da casa.

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PME portuguesas exportam recorde de 130 milhões via Amazon

Líder da Amazon em Portugal faz balanço da operação e revela que mais de mil pequenas e médias empresas (PME) nacionais viram as exportações crescer acima de 25% em 2023, batendo um recorde.

A Amazon permite aos comerciantes acederem a um mercado global através da internet, cobrando-lhes comissõesEPA/Jakub Kaczmarczyk POLAND OUT

As exportações das pequenas e médias empresas portuguesas na Amazon superaram no ano passado, pela primeira vez, a fasquia dos 130 milhões de euros. O valor implica um crescimento superior a 25% nas vendas das PME portuguesas para outros países, através desta plataforma, em comparação com o ano de 2022, de acordo com dados da multinacional.

Os números de 2023 foram avançados ao ECO pela líder da Amazon em Portugal, Inês Ruvina, e a tendência manteve-se: “2024 tem sido um grande ano para as PME portuguesas que vendem na Amazon”, antevê a responsável, destacando que são já mais de mil. Os bens mais exportados “foram os produtos para casa, produtos de beleza, saúde e cuidado pessoal, cozinha e escritório”.

Concretamente, os 130 milhões de euros de exportações dizem respeito a vendas fora de Portugal, pelo que não inclui vendas para clientes portugueses, que a empresa recusou revelar. Em detalhe, estas PME “registaram mais de 100 milhões de euros em vendas de exportação na União Europeia e mais de 20 milhões de euros em vendas de exportação fora da União Europeia”, segundo a gestora.

França, Espanha, Alemanha, Itália e EUA são os países onde estão os principais clientes estrangeiros das PME nacionais na plataforma, adianta a Amazon.

As PME portuguesas podem vender através de 22 lojas no marketplace da Amazon, que chegam a mais de duas centenas de países ou territórios. Em 2023, foram vendidos por estas empresas “mais de 2,5 milhões de produtos no total, o que equivale a cinco produtos vendidos por minuto”, diz ao ECO, por email, a líder da Amazon em Portugal, um aumento de 10% no número de artigos vendidos. Entre estas empresas estão nomes como Almedina, Ambar, Boticário, Castelbel, Claus Porto, Delta, Sogrape e Renova.

O facto de Portugal e Espanha estarem muito bem ligados está a ter uma excelente resposta por parte dos clientes.

Inês Ruvina

Country Lead da Amazon em Portugal

Operação gerida a partir de Madrid

Foi em janeiro de 2021 que a Amazon passou a servir o mercado português através de uma versão traduzida da loja em Espanha. Isto é, apesar de não existir um Amazon.pt, os clientes portugueses têm um serviço dedicado através do site espanhol, em Amazon.es. Poucos depois, a Amazon lançou em Portugal o seu serviço de subscrições Prime, com benefícios como entregas “gratuitas” e acesso à plataforma de streaming Prime Video.

Mais de três anos depois, a responsável faz um balanço positivo desta aposta no mercado nacional: “Estamos muito satisfeitos com a receção dos nossos clientes portugueses.” E porque é que a operação portuguesa ainda é gerida a partir de Espanha? A dimensão do mercado será um dos motivos, mas Inês Ruvina aponta também para a proximidade entre os dois países ibéricos.

“A Amazon já tem capacidade instalada em logística, transporte e armazenamento a nível europeu. O que temos observado em Portugal é que este setup [configuração] existente na Europa e o facto de Portugal e Espanha estarem muito bem ligados está a ter uma excelente resposta por parte dos clientes. A verdade é que, em linha reta, a distância entre Lisboa-Madrid, Porto-Madrid ou Algarve-Madrid não é maior do que entre Madrid e outras cidades de Espanha”, explica a líder.

Isso não impossibilita a empresa norte-americana de ter uma atenção especial a Portugal, à semelhança do que faz noutros mercados de menor dimensão: “Aproveitando esta capacidade instalada, podemos oferecer aos consumidores portugueses uma experiência que está a ter um feedback muito positivo. Este modelo também está a ser utilizado noutros países, pelo que estamos a aprender com essa experiência. Desde 2020, temos uma equipa inteiramente dedicada a melhorar a experiência de compra dos nossos clientes em Portugal”, nota.

Inês Ruvina, Country Lead da Amazon em PortugalAmazon

Inês Ruvina não responde se a existência de um Amazon.pt permitiria acelerar as vendas das PME portuguesas na Amazon. Mas lembra que a plataforma fundada em 1994 por Jeff Bezos dá às empresas acesso a “milhões de clientes em todo o mundo”, sem terem de “investir separadamente na criação do seu próprio site” ou de incorrer noutros custos associados a montar uma operação de comércio eletrónico internacional.

“Por outras palavras, uma PME de Braga pode vender os seus produtos a um cliente alemão sem ter de investir na criação de uma rede logística e sem ter de formar uma equipa internacional de apoio ao cliente. Todas estas oportunidades oferecidas pela Amazon permitiram que mais de 95% das PME portuguesas, que vendem na Amazon, tenham exportado para clientes em todo o mundo”, continua Inês Ruvina. A Amazon contabiliza também a criação de 2.000 empregos por estas PME “para apoiar o seu negócio online“.

Em suma, “o objetivo da Amazon é construir uma relação forte com as PME portuguesas”, assegura a gestora. “Este apoio e relacionamento é extremamente importante para nós, dado que sabemos que os nossos clientes gostam de fazer compras localmente. Queremos que a Amazon seja um local onde os clientes possam fazer isso e onde possamos capacitar as empresas portuguesas para crescerem e contribuírem para a exportação dos seus produtos”, remata.

Desde o lançamento da Amazon.es em língua portuguesa [em janeiro de 2021], aumentámos significativamente a nossa seleção, com 250 milhões de produtos disponíveis para os nossos clientes.

Inês Ruvina

Country Lead da Amazon em Portugal

Dois planos, várias taxas

Com um valor de mercado superior a 2,15 biliões de dólares em bolsa, o acesso a este mercado global também tem custos para as empresas. Em Portugal, a Amazon oferece dois planos aos comerciantes: no plano Individual cobra 99 cêntimos por artigo vendido, enquanto no plano Profissional cobra uma mensalidade de 39 euros por mês (mais IVA).

Os comerciantes também pagam taxas por cada produto vendido, dependendo da categoria de produto, variando entre 8% e 15% da venda. Podem ainda incorrer noutros custos, dependendo de se gerem os seus próprios pedidos ou se utilizam o serviço de logística da Amazon, e taxas por armazenamento de longo prazo nos centros logísticos da Amazon. A empresa também permite anunciar produtos na plataforma.

O sucesso da Amazon, que fez de Bezos um dos homens mais ricos do mundo, tem permitido igualmente à multinacional cavalgar a onda da inteligência artificial (IA) generativa. “Há muito que utilizamos a IA para apoiar os nossos parceiros de vendas. A Amazon está a desenvolver e a implementar ativamente um conjunto de ferramentas baseadas em IA concebidas para capacitar as PME”, diz a líder da Amazon em Portugal. “Há algumas semanas, lançámos a possibilidade de os vendedores da União Europeia e do Reino Unido beneficiarem da IA generativa ao listarem um novo produto para venda”, diz, o que permite, por exemplo, simplificar a criação de anúncios.

Ruvina acredita que esta aposta em tecnologia vai “ajudar a capacitar os vendedores para atingirem maior potencial”. Sobretudo nesta altura do ano, com a Black Friday à porta, já no dia 29 de novembro, e a peak season das encomendas a arrancar.

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Seguradores portugueses preparam-se para ir para o Espaço

A APS fez uma conferência anual do outro mundo. A nova era Espaço 2.0 foi detalhada por especialistas e a revelação é que a matéria segurável é infinita.

Compreender os novos riscos “despoletou uma viagem no espaço” sublinhou José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) na abertura da conferência anual desta organização que junta todas as companhias de seguros portuguesas, que se realizou em Lisboa na passada quinta-feira.

O Espaço foi debatido no Observatório de Marinha. José Galamba de Oliveira na abertura da Conferência.

O presidente da APS lembrou ser objetivo dos temas deste evento anual tratar o futuro dos seguros em todas as áreas. Para cumprir este propósito de levar os seguradores portugueses a pensar “fora da caixa”, a APS convidou protagonistas portugueses muito ativos na atividade para partilharem conhecimentos e experiência na conferência “O tempo do espaço”.

“A Space X mudou o paradigma do espaço”, foi uma das conclusões a que chegou Miguel Gonçalves, formador e comunicador de Ciência, conhecido pela sua presença habitual em programas de astronomia da RTP, que falou sobre” O Tempo dos Cosmos e o Desafio Tecnológico do Tempo Presente da Humanidade”.

Para Miguel Gonçalves, o Space X permitiu baixar os custos das operações no espaço de forma a permitir uma realidade de um Novo Espaço e a reordenação dos satélites. Lembrou que este se tornou num mercado potencial de 1 bilião de euros em negócios. Também referiu restrições ao afirmar que “Ir ao espaço não é ideal para a saúde”, ou premonições ao dizer que “a possibilidade de alguém morrer por queda de lixo espacial tem aumentado”.

Ricardo Conde, Presidente da Agência Espacial Portuguesa focou o tema “Portugal e o Espaço: oportunidades e riscos”, destacando que estamos num dos apenas 11 países que tem lei espacial.

A Agência Espacial Portuguesa ou Portugal Space tem sede na Ilha de Santa Maria e foi criada pelo governo português com colaboração do governo regional dos Açores para executar a Estratégia “Portugal Espaço 2030”, bem como para coordenar a participação portuguesa em várias organizações internacionais como a Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês).

Ricardo Conde apontou estar-se numa nova era, ‘Space Race 2.0′ ou ‘New Space Age’, que exige cooperação internacional existindo o perigo de a nova corrida ao espaço se tornar uma vontade de extensão territorial e de extração de recursos. Conde disse “podemos ir a Marte dentro de 40 anos, mas antes precisamos de garantir o ponto de partida evitando a destruição da terra”.

No entanto, foi mais positivo ao afirmar que “hoje temos o uso de tecnologia de espaço que nos garante mais 10% de eficiência agrícola e a possibilidade de maior disponibilidade de água no futuro”.

Na sua opinião também há limitações considerando que o “Espaço só é habitável se houver modificação genética nos humanos” e lembrou o lixo espacial: flutuam no espaço 29 mil fragmentos superiores a 10cm de diâmetro, 900 mil de 1 a 10 cm e milhões de detritos com menos de 1 cm, todos com capacidades destrutivas.

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, esteve presente a convite da APS.

“A cadeia de valor espacial” foi tema desenvolvido por José Neves, Presidente da AED (aeronáutica, Espaço, Defesa) Cluster Portugal, uma organização que envolve mais de 80 empresas entre um total de 140 entidades portuguesas, que trabalham nos setores da Aeronáutica, do Espaço e da Defesa.

É um conjunto de empresas, Institutos e Academia que partilham sinergias significativas em vários domínios industriais, de pesquisa e de engenharia, sendo exemplo a Airbus que conta com dois centros e duas mil pessoas em Portugal.

José Neves destacou nos seguros a corretora MDS “que acompanha o setor espacial desde o início”, setor em que já obtém um volume de negócios de 2,1 mil milhões de euros, sendo 90% resultantes de exportações.

O presidente da AED salientou ainda que a base de recursos humanos portugueses é de qualidade, mas não são necessários apenas investigadores, “temos de ter pessoas qualificadas para trabalhar no chão da fábrica”, como exigem por exemplo a Airbus e a Embraer.

“Portugal está a querer responder às necessidades da Europa em lançadores, em satélites com a NEO, em operações com a Geosat e em aplicações com a Newspace Portugal” indicou André Dias, Head of Space Unit – Digital da CEiiA ao abordar a “Inovação e a nova economia do Espaço”

O CEiiA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel) é uma associação privada sem fins lucrativos e um centro de engenharia e inovação português criador de soluções tecnológicas para os setores da mobilidade, aeronáutica, automóvel, naval e energia.

André Dias lembrou aos seguradores que existem setores ideais para construírem fábricas no espaço, como a indústria farmacêutica, de semicondutores e de alimentos e nutrientes. Lembrou que haverá 14 estações espaciais e que as seguradoras devem preparar-se para o turismo espacial.

Prometeu o novo satélite português Geosat 2 para breve dizendo ainda que existem aplicações imediatas de, através do Espaço, monitorar ativos, permitir respostas às alterações climáticas e os seguros paramétricos com dados colhidos a partir do espaço.

Ricardo Gonçalves, Diretor do Centro de Inteligência Artificial e Analytics da Fidelidade trouxe uma contribuição prática focando “um espaço mais seguro e sustentável – contribuição dos dados para a prevenção, preparação, resposta e recuperação na gestão do risco de catástrofes”.

Afirmou que a Fidelidade é um utilizador intensivo do Copernicus, conseguindo mapear catástrofes com a geolocalização dos seus clientes, detetar e alertar antecipadamente permitindo uma prevenção de danos maiores. Deu vários exemplos de utilização do seu software em zonas de incêndios de Ourém e São Marcos da Serra e de sismos como ilha do Corvo. Conclui que esta prevenção e monitorização permite “serem proativos juntos dos clientes, avisando-os antecipadamente do que se poderá passar”.

Duarte Oom, Scientific Project Officer, do Joint Research Centre da Comissão Europeia explicou “o projeto europeu Copernicus: como os satélites podem apoiar a gestão de emergências”.

Fez a descrição do Copernicus, a componente de observação da Terra do Programa Espacial da União Europeia, onde se trabalha na deteção de incêndios mas que também analisa cheias e secas. Lembrou que o serviço do Copernicus pode ser ativado por diversas entidades diretamente, permitindo em real time acompanhar detalhadamente uma catástrofe, ilustrando uma colaboração com a EIOPA no que respeita à uniformização e tratamento de dados.

“O futuro e os desafios da segurança e do transporte espaciais” foi tema tratado por Inês D’Ávila, gestora de programas de Transporte e Segurança Espacial da Agência Espacial Portuguesa alertando que existem asteroides perigosos e que esses corpos de pelo menos um metro passam, em média, de duas em duas semanas junto à terra.

No entanto, referiu fases avançadas de testes para defletir ameaças planetárias, como desviar asteroides em rota de colisão com a Terra

Referiu ainda que o transporte é tema até pelo início do turismo espacial e pela inevitável necessidade de seguros. Acentuou que em torno da terra acumulam-se objetos e que há necessidade de os começar a recolher.

Concluiu com números reveladores. Desde o início da era espacial “foram lançados 19.590 objetos para o espaço, dos quais 13.230 ainda estão em órbita e 10.200 ainda a funcionar o que leva a órbitas congestionadas. “Se eu quisesse ir à Lua não sei se conseguiria passar entre tanto tráfego”, disse.

No final, a listagem de riscos a segurar é volumosa, vai para além de seguros de viagem ao espaço, é infinita a matéria segurável no futuro.

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Biden autoriza pela primeira vez a Ucrânia a usar na Rússia mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

O Presidente norte-americano autorizou a Ucrânia a usar de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Epara atacar território da Rússia, segundo fontes citadas pela agência noticiosa Associated Press.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou este domingo, e pela primeira vez, a Ucrânia a usar de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar território da Rússia, segundo fontes citadas pela agência noticiosa Associated Press (AP). Tal decisão constitui uma importante alteração à política dos Estados Unidos e ocorre no momento em que Biden está prestes a deixar a Casa Branca e o Presidente eleito, Donald Trump, prometeu reduzir o apoio norte-americano à Ucrânia e acabar com a guerra o mais rapidamente possível. A informação foi avançada também pelo The New York Times (acesso pago) e AFP, citando responsáveis norte-americanos que pediram anonimato.

Os mísseis de longo alcance serão provavelmente usados em resposta à decisão da Coreia do Norte de enviar milhares de militares para a Rússia, para apoiar a continuação da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022 pelo Presidente russo, Vladimir Putin, segundo as fontes da AP, que falaram a coberto do anonimato.

Putin afirmou a 25 de setembro, numa reunião do Conselho de Segurança da Rússia, que as propostas para “clarificar” a doutrina sobre o uso de armas nucleares incluem considerar como agressor da Rússia qualquer potência nuclear que apoie um ataque de um país terceiro.

Foi proposto considerar a agressão à Rússia por um país não-nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear, como um ataque conjunto contra a Federação Russa“, declarou o chefe de Estado russo, numa clara referência à Ucrânia, que tinha pedido autorização aos Estados Unidos e a outros países ocidentais para usar mísseis fornecidos por estes em ataques ao território russo.

A ofensiva russa em larga escala contra a Ucrânia iniciou-se em fevereiro de 2022 e os países ocidentais têm apoiado militarmente Kiev na sua defesa. Durante a reunião do Conselho de Segurança da Rússia, Putin não especificou se a Rússia poderia responder a um ataque nos termos descritos.

A atual doutrina prevê que Moscovo use o seu arsenal nuclear “em resposta ao uso de armas nucleares e outros tipos de armas de destruição em massa contra si e/ou seus aliados, bem como em caso de agressão contra a Federação Russa com o uso de armas convencionais, quando a própria existência do Estado está em perigo”.

Citada pela AP, a versão revista do documento prevê mais pormenorizadamente as condições do uso de armas nucleares, como em caso de um forte ataque aéreo envolvendo aviões, mísseis de cruzeiro ou ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas).

A 12 de setembro, Putin tinha advertido de que uma autorização dos países ocidentais à Ucrânia para ataques com mísseis de longo alcance contra território russo significaria que “os países da NATO estão em guerra com a Rússia”.

Se esta decisão [de uso de mísseis de longo alcance ocidentais] for tomada, significará nada menos do que o envolvimento direto dos países da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, bloco de defesa ocidental) na guerra na Ucrânia“, avisou Putin. “Isso mudaria a própria natureza do conflito. Significaria que os países da NATO estão em guerra com a Rússia”, acrescentou Putin num vídeo publicado na plataforma digital Telegram.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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Zero apreensiva com excessiva lentidão negocial na COP29

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

A associação ambientalista Zero está “apreensiva com a excessiva lentidão” das negociações na conferência anual da ONU sobre as alterações climáticas (COP29), que decorre até 22 de novembro.

A associação ambientalista Zero está “apreensiva com a excessiva lentidão” das negociações na conferência anual das Nações Unidas sobre as alterações climáticas (COP29), que decorre no Azerbaijão até 22 de novembro, num balanço da primeira semana de trabalhos.

Em comunicado, a Zero disse que a primeira semana da COP29 em Baku, no Azerbaijão, foi “de alertas” mas “sem consequências negociais até agora” e disse mesmo que se mantêm dúvidas sobre se será possível um acordo quanto ao financiamento climático (que diz que deve ficar muito acima dos atuais 100 mil milhões de dólares por ano) e à redução de emissões.

Na primeira semana, o tema do financiamento fez escalar as tensões nos trabalhos, segundo a Zero, explicando que os países em desenvolvimento a rejeitaram unanimemente o projeto de texto sobre financiamento (muitos países desenvolvidos também o rejeitaram), enquanto países do designado Norte Global consideraram que grande parte do financiamento terá de vir quer do setor privado quer de outras fontes financeiras, como as designadas ‘taxas de solidariedade’ (sobre os ultra-ricos, sobre as criptomoedas e sobre os passageiros frequentes de avião, por exemplo).

A acompanhar os trabalhos em Baku, a Zero disse ainda que, face à previsão de os Estados Unidos da América saírem em breve do Acordo de Paris, há novos países a movimentarem-se para ocupar esse lugar preponderante, caso do Reino Unido, do Brasil mas também dos Emirados Árabes Unidos.

Para a Zero, é fundamental que a União Europeia venha a “ter um papel mais ativo e liderante apesar de posições internas mais restritivas em termos de política climática e do novo contexto geopolítico à escala mundial com a eleição do Presidente Donald Trump”.

Para a segunda semana de trabalhos, a Zero esperar um intensificar das tensões nas negociações a propósito do tema dinheiro, para financiar a luta contra as alterações climáticas.

Ainda assim, a associação liderada por Francisco Ferreira manifesta esperança de que “haja progressos que se traduzam não só num acordo de financiamento climático ambicioso, mas sobretudo em ações concretas e mensuráveis, quer na mitigação (redução de emissões), quer na adaptação climática”.

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Ataque russo mostra o fracasso da “diplomacia por telefone”

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

O primeiro-ministro polaco afirmou que nenhum telefonema consegue parar a agressão russa na Ucrânia, dois dias após uma polémica conversa telefónica do chanceler alemão com Vladimir Putin.

O primeiro-ministro polaco afirmou que nenhum telefonema consegue parar a agressão russa na Ucrânia, dois dias após uma polémica conversa telefónica do chanceler alemão, Olaf Scholz, com o Presidente russo, Vladimir Putin. “Ninguém vai travar Putin com telefonemas“, escreveu Donald Tusk na rede social X. “O ataque [russo] na noite passada, um dos maiores desta guerra, provou que a diplomacia por telefone não pode substituir um verdadeiro apoio de todo o Ocidente à Ucrânia“, sublinhou.

A rede energética da Ucrânia, já muito frágil, teve de enfrentar hoje um dos mais significativos ataques russos dos últimos meses, uma ofensiva que causou nove mortos e cerca de 20 feridos em todo o país, segundo as autoridades.

Olaf Scholz, criticado pelo contacto telefónico com Putin, defendeu-se hoje reafirmando o apoio da Alemanha à Ucrânia e assegurando que não será tomada qualquer decisão sobre o desfecho da guerra sem Kiev.

Num primeiro comentário na sexta-feira, as declarações do chanceler alemão foram saudadas por Tusk que disse ter ficado “contente por ouvir que o chanceler (…) reiterou a posição polaca: nada [será feito] quanto à Ucrânia sem a Ucrânia“.

A conversa de Scholz com Putin suscitou a indignação de Kiev, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a criticar o chanceler alemão por abrir “a caixa de Pandora”.

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Turquia nega permissão ao Presidente de Israel para atravessar espaço aéreo

  • Lusa
  • 17 Novembro 2024

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, não viajará para a COP29, que se realiza na capital do Azerbaijão, Baku, porque a Turquia negou permissão para atravessar o seu espaço aéreo.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, não viajará para a COP29, que se realiza na capital do Azerbaijão, Baku, porque a Turquia negou permissão para atravessar o seu espaço aéreo, referem fontes diplomáticas. O portal de notícias azeri Calibre indicou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros informou que este seria o motivo da ausência de Herzog na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP29), e não razões de segurança que a Presidência israelita alegou, no sábado.

O gabinete presidencial israelita alegou que a visita foi suspensa após uma avaliação da situação de segurança na cidade, segundo um comunicado divulgado pelo ‘Times of Israel’.

Precisamente no sábado, centenas de ativistas pró-palestinianos manifestaram-se em Baku para denunciar a ofensiva militar israelita em Gaza e no Líbano. Os manifestantes marcharam, gritando “Somos todos palestinianos”.

A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas decorre até ao dia 22, em Baku, no Azerbaijão.

A primeira semana da cimeira do clima de Baku centrou-se em financiamento mas sem avanços e foi ainda marcada por acusações entre a França e o anfitrião Azerbaijão, sem que nada de substancial fosse decidido sobre o clima.

As negociações da conferência anual das Nações Unidas sobre o clima deverão terminar no dia 22 com um acordo financeiro, centrado no apoio aos países mais pobres e que irá substituir o anterior compromisso de 100 mil milhões de dólares por ano 2020-2025.

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Generali regista perdas por catástrofes naturais acima das expectativas

Apesar do impacto das catástrofes, a compra da Liberty empurrou os resultados operacionais do segmento P&C para 2,210 milhões de euros, mais 2,5% em termos homólogos.

As perdas financeiras com catástrofes climáticas registadas nos primeiros nove meses do ano pelo Grupo Generali ultrapassam o seu orçamento previsto para o ano todo, anunciou a seguradora em comunicado relativo aos resultados financeiros.

Cristiano Borean, CFO do Grupo Generali, acredita que a companhia está no “caminho certo para concluir com sucesso o plano ‘Lifetime Partner 24: Driving Growth’ ” e adianta que a nova estratégia está em desenvolvimento e “será apresentada em 30 de janeiro de 2025”.

O mesmo já tinha acontecido no ano passado, e resultou no aumento dos custos do grupo com a cobertura de resseguro. Em resposta, a Generali vai adotar uma abordagem mais flexível e ajustável na definição dos preços das apólices de seguros do segmento P&C (propriedade e acidentes).

Apesar do elevado impacto das catástrofes climáticas, os resultados operacionais (volume de negócios menos os custos da empresa para assegurar o exercício da sua atividade) do segmento P&C subiram para 2,210 milhões de euros do ínicio do ano até 30 de setembro, mais 2,5% em termos homólogos, empurrados pela compra das operações da Liberty Seguros em Portugal, Espanha e na Irlanda.

Este resultado alinha-se com o objetivo do grupo de reforçar a sua liderança no mercado europeu de seguros para particulares, profissionais e pequenas e médias empresas (PMEs) nesse segmento.

Lucros sobem 5% nos primeiros nove meses do ano

Os lucros do grupo subiram para 3 mil milhões de euros de janeiro a setembro, uma subida de 5% em termos homólogos. Já o resultado líquido ajustado foi de 2,9 mil milhões, uma queda de 3,3% face aos primeiros nove meses do ano passado, mas se não se contabilizar um ganho de capital pontual positivo no ano passado registou uma subida de 3,4%.

Enquanto os prémios brutos emitidos subiram 18,1% em termos homólogos para 70,7 mil milhões de euros, impulsionados pelo segmento Vida, com crescimento de 23,3% e P&C, 9,8% (subida dos resultados brutos).

De acordo com os resultados financeiros divulgados, o grupo registou um crescimento de 7,9% do resultado operacional para 5,4 mil milhões de euros, empurrado pelos segmentos Vida e Gestão de Ativos e Património.

Cristiano Borean, CFO do Grupo Generali, acredita que a companhia está no “caminho certo para concluir com sucesso o plano ‘Lifetime Partner 24: Driving Growth’ ” e adianta que a nova estratégia está em desenvolvimento e “será apresentada em 30 de janeiro de 2025”.

Dado importante é a solvência ou solidez das seguradoras que final de 2023 se fixou nos 220%. O rácio de solvência, que resulta da agregação das cargas de capital relativas aos vários riscos a que as empresas de seguros se encontram expostas foi de 209% no terceiro trimestre deste ano, refletindo uma queda de 11% face à registada no final do ano passado, mas acima dos 100% necessários para garantir que a empresa tenha capacidade de pagar os seus compromissos a médio e longo prazo. Segundo a Generali, o capital gerado nesse período compensou o impacto da aquisição da Liberty Seguros, assim como das mudanças regulatórias, variações de mercado e fatores não económicos.

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