Ana Bruno & Associados lança “Eastern European Desk” para clientes russófonos

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  • 3 Dezembro 2024

O departamento será liderado por Nazariy Kovalyuk, numa aposta de Ana Bruno e Filipe Eusébio, sócios da Sociedade, na expansão pelo mercado Leste Europeu.

A Ana Bruno & Associados anunciou a criação e início de atividade da Eastern European Desk, o primeiro e único serviço especializado em assessoria jurídica para clientes russófonos prestado por uma sociedade de advogados portuguesa. A coordenação ficará a cargo do advogado Nazariy Kovalyuk, com o suporte de Yana Kudryashova na gestão de clientes.

Yana Kudryashova, Filipe Eusébio, Ana Bruno e Nazariy Kovalyuk

O crescente número de clientes russófonos que escolhem Portugal para viver e desenvolver os seus projetos empresariais representa uma oportunidade significativa no mercado jurídico. Porém, “as necessidades dos clientes ucranianos e russos que deslocalizaram as suas vidas pessoais e operações comerciais para Portugal devido aos desenvolvimentos recentes são bastante distintas daquelas com que estamos habituados a lidar. As diferenças culturais são manifestas e a barreira linguística é evidente”, explica Nazariy Kovalyuk, advogado de Direito Societário e Financeiro, que coordenará o novo serviço da Ana Bruno & Associados.

Com o objetivo de superar estes desafios, a Eastern European Desk pretende afirmar-se como uma referência no mercado jurídico, tanto em Portugal como a nível internacional, ao oferecer um serviço personalizado aos clientes provenientes do Leste Europeu: “Estamos comprometidos em prestar um serviço de excelência, que alia uma comunicação clara e eficaz à compreensão profunda das necessidades únicas dos nossos clientes, alicerçado na expertise jurídica de toda a equipa de Advogados do nosso Escritório”, destaca Nazariy Kovalyuk. “O nosso trabalho é caracterizado pela transparência e proximidade com os nossos clientes. Temos como objetivo permitir a concretização de todos os seus projetos em Portugal e procuramos dar resposta às suas questões de forma célere e eficaz, priorizando o estabelecimento de uma relação baseada na confiança”, enfatiza o Advogado.

Para Ana Bruno, a criação deste serviço reflete o empenho da Sociedade em ir ao encontro destes clientes e representa uma oportunidade para expandir e internacionalizar os serviços do Escritório:

“Esta aposta no Leste Europeu é um passo estratégico que vai ao encontro da procura cada vez maior que o nosso escritório tem tido por parte desta demografia. A “EED” reflete o nosso compromisso com o seu acompanhamento e será liderada por um dos nossos advogados mais promissores, contando com o apoio de toda a equipa de Advogados do nosso Escritório”, salienta a Sócia do Escritório.

O Escritório orienta a sua atuação para clientes com interesses diversificados em múltiplas áreas de prática, prestando-lhes assessoria jurídica no processo de relocação para Portugal, tanto a nível pessoal, como empresarial, bem como na concretização de investimentos, identificando riscos e oportunidades nos diversos setores de atividade.

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Preço do pão deve aumentar em 2025 com subida dos custos e do salário mínimo

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O preço do pão deverá voltar a subir no próximo ano, impulsionado pelo aumento dos custos de produção e do salário mínimo nacional, adiantou uma associação do setor.

O preço do pão deverá voltar a subir no próximo ano, impulsionado pelo aumento dos custos de produção e do salário mínimo nacional, adiantou a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação (ACIP).

“Para 2025, espera-se que o preço do pão continue a subir. Este aumento é impulsionado por vários fatores, incluindo o aumento dos custos de produção, como matérias-primas, e o aumento do salário mínimo para 870 euros no início de 2025″, afirmou, em resposta à Lusa, a presidente da direção da ACIP, Deborah Barbosa, sem adiantar valores.

A isto somam-se os custos da energia e de transporte, com um impacto direto nos preços finais dos produtos. Assim, insistiu ser provável que os consumidores venham a pagar mais pelo pão em 2025.

Contudo, a ACIP defendeu que Portugal é um dos países com o preço por quilograma de pão mais baixo da União Europeia e com a melhor relação qualidade/preço.

Este ano, as vendas da panificação e pastelaria registaram um ligeiro crescimento, mas em termos de quantidade houve uma redução.

A liderar as vendas continuam “os clássicos”, como o pão tradicional e os pastéis de nata, mas também se verifica uma procura crescente por produtos classificados como inovadores e saudáveis, nomeadamente pães integrais e pastelaria à base de plantas.

Deborah Barbosa referiu que os portugueses têm vindo a ajustar as suas compras, optando por quantidades menores e produtos mais baratos devido à perda de poder de compra. “No entanto, a qualidade continua a ser um fator importante”, com muitos consumidores a preferirem os produtos artesanais, destacou.

Para este Natal, a ACIP espera que as vendas mantenham o mesmo nível de 2023 ou que aumentem ligeiramente.

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Juíza do Delaware recusa novamente que Musk receba 53 mil milhões da Tesla

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

Magistrada chumbou pela segunda vez que a Tesla pague um pacote de opções de ações multimilionário a Elon Musk, no valor de 53 mil milhões de euros.

Uma juíza do Delaware rejeitou na segunda-feira, pela segunda vez, aprovar que a Tesla pague um pacote de opções de ações milionário ao seu CEO, Elon Musk, no valor de 56 mil milhões de dólares (53 mil milhões de euros).

Em simultâneo, a magistrada Kathaleen McCormick, do Estado do Delaware, autorizou Richard Tornetta, o acionista da Tesla que iniciou o processo contra fabricante de carros elétricos e Musk em 2018, quando considerou que o pagamento era excessivo, a receber uma indemnização de 345 milhões de dólares. Tornetta tinha solicitado 5,6 mil milhões de dólares, noticiou a AP.

Em fevereiro, McCormick já tinha anulado o acordo pelo qual o conselho de administração da Tesla aprovou em 2018 pagar a Musk um pacote de opções de ações da empresa automóvel avaliadas em 56 mil milhões de euros.

O acordo permitia a Musk comprar 20,3 milhões de ações em grupos. Cada grupo tem um preço especial estabelecido, o que significa que se for inferior ao valor real das ações no momento da execução da opção, o empresário terá grandes lucros.

O pacote de opções sobre ações estava condicionado ao cumprimento de 12 metas por parte da Tesla, incluindo uma capitalização bolsista de pelo menos 50 mil milhões de dólares e determinadas metas de receitas.

A Tesla cumpriu todos os objetivos, mas McCormick anulou o acordo ao salientar que Musk mantinha relações pessoais profundas com as pessoas que tinham de decidir o valor da indemnização e que o conselho de administração concedia tudo o que o empresário exigia.

Seguindo a decisão original de McCormick, Musk anunciou que iria transferir o registo da Tesla de Delaware para o Texas, onde a fabricante automóvel está agora sediada e onde as leis de corporate governance são menos rigorosas.

Em junho, a Tesla levou o pacote de remuneração de Musk e a mudança de registo para o Texas para votação na assembleia de acionistas da empresa. Ambas as propostas foram aceites pelos acionistas apesar da rejeição dos grandes investidores institucionais em pagar dezenas de milhares de milhões de dólares ao empresário.

Elon Musk, o homem mais rico do mundo, foi nomeado pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, para coliderar um novo programa, D.O.G.E., que irá fazer recomendações de cortes nos gastos públicos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de dezembro

  • ECO
  • 3 Dezembro 2024

Ao longo desta terça-feira, 3 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 3 Dezembro 2024

A conferência anual Fábrica 2030 vai juntar empresários, gestores, políticos e académicos no Porto. Já o Governo vai divulgar o Plano de Ação para o Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas.

Esta terça-feira, a conferência anual Fábrica 2030 vai juntar empresários, gestores, políticos e académicos no Porto. Já o Governo vai divulgar o Plano de Ação para o Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas. O INE publica as estatísticas do comércio sobre as Unidades Comerciais de Dimensão Relevante referentes a 2023 e os dados sobre o rendimento e condições de vida em 2024. A marcar o dia está ainda a apresentação dos resultados da agenda do PRR “Embalagem do Futuro” e a decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos sobre a queixa de Salgado.

Fábrica 2030 decorre no Porto

Esta terça-feira, a Fábrica 2030 vai juntar empresários, gestores, políticos e académicos para debater vários temas. A conferência anual decorrerá no Centro de Congressos da Alfândega do Porto e terá início às 9h15. O primeiro-ministro Luís Montenegro, o presidente da Câmara Municipal do Porto Rui Moreira e o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas são alguns dos nomes que vão marcar presença.

Governo apresenta plano de ação para matérias-primas críticas

Após a queda da refinaria de lítio em Setúbal, o Governo vai divulgar esta terça-feira, pelas 18h20, o Plano de Ação para o Regulamento Europeu das Matérias-Primas Críticas. Este plano de ação enquadra-se na legislação emitida pela Comissão Europeia em março de 2023, quando foi lançado o Regulamento das Matérias-primas Críticas. Este pretende dar resposta a um “aumento exponencial” da procura por matérias-primas como o lítio, cobalto e níquel, à medida que a UE deixa de investir nos combustíveis fósseis e aposta em sistemas de energia limpa que necessitam de mais minerais.

INE revela volume de negócios de unidades comerciais

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta terça-feira as estatísticas do comércio sobre as Unidades Comerciais de Dimensão Relevante (UCDR) referentes a 2023. Em 2022, existiam em Portugal 3.668 estabelecimentos classificados como UCDR, mais 0,5% face ao ano anterior. O pessoal ao serviço nestas unidades (122,4 mil trabalhadores) aumentou 0,7%. O volume de negócios (22,2 mil milhões de euros) cresceu 10,5% e o número de transações (1,0 mil milhões) subiu 13,7%. O INE publica também os dados sobre o rendimento e condições de vida em 2024.

Apresentação de resultados da agenda do PRR “Embalagem do Futuro”

A Agenda Verde para a Inovação Empresarial – Embalagem do Futuro, liderada pela Vangest em colaboração com a NERLEI, Instituto Politécnico de Leiria e CIMRL, vai apresentar os resultados e desenvolvimentos do projeto pelas 9h00, na Marinha Grande. A Embalagem do Futuro é um consórcio constituído por 79 entidades, de norte a sul do país, com um orçamento de 104 milhões de euros e um incentivo de 57 milhões de euros.

TEDH decide queixa de Salgado

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos vai decidir esta terça-feira sobre a queixa de Ricardo Salgado. O caso diz respeito a um processo administrativo instaurado contra Ricardo Salgado pelo Banco de Portugal. O recorrente alega que, devido a várias declarações públicas feitas pelo Governador do Banco de Portugal na altura, não foi ouvido de forma justa por um tribunal independente e imparcial e que o seu direito a ser presumido inocente foi prejudicado.

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Farmacêutica alemã investe 20 milhões para duplicar produção de penicilina em Tondela

Desde que comprou a Labesfal, a Fresenius Kabi diz já ter investido 120 milhões de euros no complexo industrial do distrito de Viseu. Grupo alemão emprega 850 pessoas e fatura 200 milhões em Portugal.

A Fresenius Kabi investiu mais de 20 milhões de euros para expandir a unidade de produção de penicilinas injetáveis no concelho de Tondela. Com este investimento, o grupo presente em Portugal há 25 anos “quase duplicou” a capacidade produtiva da unidade industrial inaugurada em 2017, adianta ao ECO o diretor-geral, Glenn Luís.

Em Santiago de Besteiros, a empresa farmacêutica diz ter o maior complexo industrial de produção de medicamentos do país, a partir do qual exporta para mais de 70 países e tem os hospitais como principais clientes. Ali emprega mais de 850 funcionários, com a operação portuguesa a faturar mais de 200 milhões de euros.

A Fresenius Kabi entrou em Portugal com um pequeno escritório em Lisboa, até que em 2005 comprou a Labesfal – Laboratórios Almiro, no distrito de Viseu. Desde então calcula já ter investido 120 milhões de euros para aumentar a capacidade produtiva deste complexo industrial. “Foi a partir desse momento que a Fresenius Kabi iniciou um percurso de investimento na capacidade produtiva em Portugal”, relata o diretor geral na Fresenius Kabi.

O grupo Fresenius Kabi escolheu Portugal para instalar uma das maiores fábricas do mundo na produção de medicamentos injetáveis – e somos das últimas grandes fábricas da Europa a produzir antibióticos injetáveis.

Glenn Luís

Diretor geral da Fresenius Kabi

Em Tondela, o grupo alemão detém cinco unidade de produção: injetáveis em poletileno e vidro; formas sólidas orais (cápsulas e comprimidos); cefalosporinas (antibióticos injetáveis) e unidade de produção de penicilinas injetáveis. Há dois anos abriu também a primeira unidade de compounding industrial de nutrição parentérica em Portugal.

O diretor geral da Fresenius Kabi explica que a “nutrição parentérica desempenha um papel vital em doentes críticos, sendo muitas vezes necessária a preparação personalizada, ajustada às necessidades de doentes com carências específicas”. Glenn Luís refere ainda compounding é o termo utilizado para definir essa manipulação e que a “manipulação de nutrição parentérica poderá ser realizada de forma manual ou automatizada, requerendo sempre condições asséticas e pessoal treinado –no nosso caso é de forma automática destinado ao mercado português”.

Glenn Luís, diretor geral da Fresenius Kabi / LabesfalFresenius Kabi

“O grupo Fresenius Kabi escolheu Portugal para instalar uma das maiores fábricas do mundo na produção de medicamentos injetáveis — e somos das últimas grandes fábricas da Europa a produzir antibióticos injetáveis”, destaca Glenn Luís, em declarações ao ECO.

Esta quarta-feira, 4 de dezembro, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, vão estar presentes na conferência que assinala os 25 anos da multinacional em Portugal e em que será feita a visita inaugural à expansão da unidade de produção de penicilinas.

A nível mundial, a Fresenius Kabi tem um total de 50 unidade de produção, estando 20 delas instaladas na Europa. A multinacional, que tem sede no estado de Hessen, emprega mais de 43 mil pessoas e fatura 8.000 milhões de euros.

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Da escola sem ideologia à carne de caça, PSD e CDS divergiram mais de 20 vezes nas votações do Orçamento

Os dois partidos estiveram em grande sintonia nas votações da especialidade do Orçamento do Estado para 2025, mas registaram votos distintos em 20 iniciativas do Chega e duas da Iniciativa Liberal.

Os dois partidos que suportam o Governo, PSD e CDS-PP, concorreram juntos às legislativas de 10 de março deste ano, mas não deixaram cair posicionamentos em pequenas questões e divergiram no sentido de voto 22 vezes ao longo das votações de alteração na especialidade ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), 90% das quais sobre iniciativas do Chega, com os sociais-democratas a votaram contra e os centristas a absterem-se.

De acordo com as votações disponibilizadas no portal da Assembleia da República, o PSD e o CDS estiveram em sintonia na larga maioria das mais de duas mil propostas votadas ao longo da semana passada na especialidade do Orçamento, documento aprovado em votação final global na última sexta-feira, com os votos favoráveis de ambos os partidos, a abstenção do PS e o voto contra dos demais.

Contudo, os dois partidos registaram votos distintos em 22 ocasiões: 20 sobre iniciativas do Chega e duas da Iniciativa Liberal. No caso das propostas submetidas pelo partido liderado por André Ventura, PSD e CDS votaram lado a lado em quase 600, mas não fizeram o pleno. Nas duas dezenas em que votaram de forma distinta, enquanto o PSD votou contra, o CDS absteve-se. Algumas das propostas em causa versam sobre temas que sempre foram caros aos centristas.

Das iniciativas do Chega nas quais o PSD votou contra e o CDS se absteve destacam-se os seguintes textos:

  • No início do ano letivo de 2025/2026, é implementado nas escolas da rede pública de ensino, o Programa “Escola Sem Ideologia”, que “visa sensibilizar as comunidades educativas para a importância de o processo de ensino-aprendizagem ser feito de forma neutral e objetiva, seguindo os currículos das várias áreas disciplinares, sem enviesamentos ideológicos”;
  • O Governo promove a alteração ao contrato de concessão de serviço público da RTP, no sentido de permitir a transmissão de espetáculos tauromáquicos na estação de televisão pública;
  • A redução do IVA sobre a carne de caça para a taxa mínima de 6%;
  • Em 2025, em colaboração direta com o Campus Tecnológico e Nuclear (CTN) do Instituto Superior Técnico (IST), o Governo “garante as condições para o desenvolvimento de um estudo técnico-económico para a adoção de uma solução de energia nuclear, com o duplo objetivo de garantir a soberania energética e o equilíbrio ecológico do território nacional”;
  • A partir de 2025, todos os municípios devem implementar a “Tarifa Familiar de Água” para famílias numerosas, cabendo-lhes a fixação dos critérios da redução e/ou isenção do valor, bem como o respetivo regime, nomeadamente os eventuais limites máximos de consumo sobre os quais são aplicáveis as referidas tarifa;
  • Até ao fim do primeiro semestre de 2025, o Governo avalia a necessidade de reforçar o “Programa de Apoio ao Retorno Voluntário”, principalmente, “no que toca ao apoio ao retorno de pessoas em situação de sem-abrigo, que desejem retornar ao seu país de origem mas não tenham condições económicas para o fazer”;
  • Durante o ano de 2025, o Governo cria um programa especial para apoio a comunidades cristãs perseguidas e/ou em perigo, com atenção particular às de origem portuguesa;
  • Diminuir de 30 para cinco dias o prazo do período transitório durante o qual um requerente de pedido de asilo, com pedido recusado, pode permanecer em território nacional;
  • Em 2025, o Governo inicia a criação do Museu Nacional dos Descobrimentos, “por forma a enaltecer e dar a conhecer a história de Portugal e dos portugueses”;
  • Revogação do regime do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis;
  • Isenção correspondente a 100% do montante do imposto sobre veículos na aquisição de automóveis ligeiros de passageiros com lotação superior a cinco lugares para as famílias numerosa.

No entanto, as 21 propostas em questões foram chumbadas, pelo que a divergência no sentido de voto não alterou o resultado final.

No caso das propostas dos liberais, PSD e CDS registaram 78 vezes um voto igual. O PSD votou contra 68 propostas iniciativas e absteve-se em três, enquanto o CDS disse “não” a 66 iniciativas e absteve-se em cinco, tendo ambos votado favoravelmente sete. A votação distinta ocorreu sobre duas propostas:

  • Durante o ano de 2025, o Governo revê as prestações sociais de inclusão prevendo a sua unificação e a simplificação do processo de atribuição, com avaliação do impacto financeiro do aumento do valor da Prestação Social Única para a Inclusão. Esta é uma medida prevista no Programa de Governo, mas que os liberais levaram à especialidade sob a sua alçada;
  • Durante o primeiro trimestre de 2025, o Governo regulamenta a comparticipação de 90% do valor dos suplementos prescritos na fase de preconceção, gravidez e amamentação, nomeadamente, o ácido fólico, o ferro elementar e o iodeto de potássio.

O PSD e o CDS concorreram às legislativas de 10 de março numa coligação que abrangeu também o PPM. No acordo de coligação assinado a 7 de janeiro, os partidos assumiam ter “identidades diferentes” e prometiam “continuar a honrar a sua história e a sua singularidade”. A coligação pré-eleitoral referia ainda que a aliança preservava “a autonomia dos partidos subscritores”.

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CEO da Direct Line disputa confiança dos acionistas com ex-chefe

  • ECO Seguros
  • 2 Dezembro 2024

Ex-Aviva lidera Direct Line e está confiante que a seguradora pode gerar mais valores para os investidores sozinha. Moody considera que aquisição beneficiaria rating de ambos os grupos.

O CEO da Direct Line, Adam Winslow, está determinado a manter a empresa independente, tendo rejeitado a oferta de aquisição total de 3,98 mil milhões de euros da Aviva, liderada por Amanda Blanc. Segundo avançou o Insurance Business, Winslow, que assumiu a liderança em março, está no início de um ambicioso plano de recuperação e acredita que a empresa pode, sozinha, gerar mais valor para os acionistas. O dirigente assinala que a companhia está a começar a transformação e já vê “progressos” enquanto procura o apoio dos investidores para resistir à aquisição.

O destino da Direct Line está em jogo. A decisão final se será ou não adquirida pela concorrente refletirá não apenas os números, mas também a confiança dos acionistas na liderança de Adam Winslow ou na visão estratégica de Amanda Blanc.

A Aviva, uma das maiores concorrentes da Direct Line, ofereceu 250 pence (2,99 euros) por ação. No entanto, o conselho da Direct Line rejeitou a proposta, classificando-a como “altamente oportunista” e aquém do valor real da empresa.

Winslow argumenta que o plano de recuperação da Direct Line está a ganhar força. Entre as medidas implementadas estão cortes de custos que devem chegar a 121 milhões de euros até 2025, parte com a redução de 550 empregos, e a introdução da marca Direct Line em plataformas de comparação de preços. O CEO também liderou uma reestruturação na equipa executiva, trazendo dois altos nomes diretamente da Aviva.

Por sua vez, Blanc tem adotado uma abordagem ativa para conquistar o apoio dos acionistas da Direct Line. Fontes próximas indicam que a CEO da Aviva está em contacto direto com os acionistas, promovendo uma “charm offensive” para persuadi-los a dialogar com a gestão de Winslow e “fazê-los negociar”.

“Respeito Amanda Blanc. Ela está a fazer o trabalho dela, mas eu também estou focado no meu,” disse Winslow em resposta à investida. Winslow permanece confiante no potencial da Direct Line como uma empresa independente. “Somos uma grande empresa com marcas fortes e uma grande oportunidade de criar valor para os acionistas” afirmou.

Enquanto desenrolam estratégias, os investidores observam atentamente. Alguns esperam que a Aviva aumente sua oferta para cerca de 270 pence (3,2 euros) por ação, o que poderia mudar o cenário e atrair mais apoio à proposta de aquisição.

Desde o anúncio da oferta da Aviva, as ações da Direct Line subiram reduzindo a diferença para a proposta inicial. Essa valorização indica que o mercado está dividido sobre o futuro da empresa, aumentando a pressão sobre Winslow para entregar resultados concretos.

Com o prazo de até 25 de dezembro para a Aviva formalizar ou retirar sua proposta, o destino da Direct Line está em jogo. A decisão final refletirá não apenas os números, mas também a confiança dos acionistas na liderança de Winslow ou na visão estratégica de Blanc.

A Direct Line tem o capital disperso, com predominância de gestoras de fundos e com a Fidelity com 6,3% a ser o maior acionista e o Norges Bank o 10º maior com 4,3%. Esta segunda feira as ações fecharam nos 280 euros, valorizando a empresa em bolsa nos 3,68 mil milhões de euros. Para 2024 é esperado um volume de negócios de 3,2 mil milhões de euros e resultados líquidos de 165 milhões, o que corresponde a 7,6% de retorno de capitais próprios.

Moody acredita que aquisição impulsionaria ratings dos dois grupos

Por sua vez, os analistas da Moody Ratings sugerem que a aquisição da Direct Line pela Aviva poderia trazer benefícios em termos de crédito para ambas as empresas, cita o jornal Reinsurance News.

A agência de notação financeira salienta que a aquisição da Direct line iria acelerar a estratégia da Aviva de mudar a sua combinação de negócios para produtos de capital leve, reforçando assim a sua rendibilidade dos capitais próprios.

“As marcas de alto perfil da Diret Line e a sua boa posição no mercado também reforçariam o já forte franchise britânico da Aviva, embora a sua dependência do Reino Unido aumentasse”, explicaram os analistas da Moody’s.

Ainda que os analistas considerem a aquisição “inerentemente arriscada” pela sua envergadura e que reduz o excedente de capital disponível da Aviva, acreditam que o grupo teria, a médio prazo, “perspetivas de geração de capital mais fortes”.

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Trump promete “um inferno” se reféns em Gaza não forem libertados

  • ECO
  • 2 Dezembro 2024

"Se os reféns não forem libertados antes de 20 de janeiro de 2025, data em que assumo o cargo de presidente dos Estados Unidos, haverá todo o inferno a pagar no Médio Oriente", diz Trump.

O presidente eleito dos Estados Unidos afirmou nas suas redes sociais que haveria “um inferno a pagar” no Médio Oriente se os reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza não forem libertados antes da sua tomada de posse a 20 de janeiro.

Se os reféns não forem libertados antes de 20 de janeiro de 2025, data em que orgulhosamente assumo o cargo de presidente dos Estados Unidos, haverá todo o inferno a pagar no Médio Oriente e para os responsáveis que perpetraram estas atrocidades contra a Humanidade”, escreveu Donald Trump nas redes sociais, segundo a Reuters.

Segundo os registos israelitas, os militantes do Hamas capturaram mais de 250 pessoas, incluindo dois cidadãos israelo-americanos, a 7 de outubro de 2023. Estima-se que cerca de metade dos reféns estrangeiros e israelitas ainda mantidos incomunicáveis em Gaza estão vivos.

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PS propõe alterações ao Código da Estrada para motociclistas

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2024

PS quer alterar ainda o IUC na categoria dos motociclos, referindo que o sistema de cálculo atualmente em vigor, que é baseado em escalões, tem “limitações que podem gerar perceções de desigualdade".

O PS apresentou esta segunda-feira um projeto de lei para alterar o Código da Estrada com vista a uma maior segurança dos motociclistas e propôs uma alteração no Imposto Único de Circulação (IUC) para motociclos para criar uma “tributação proporcional”.

Estes dois projetos de lei deram entrada na Assembleia da República e o Grupo Parlamentar do PS, segundo informação adiantada à Lusa por fonte oficial, recebe na terça-feira a Federação Nacional de Motociclismo.

No diploma que pretende alterar o Código da Estrada, os socialistas referem que “a crescente utilização de motociclos em Portugal reflete uma transformação nos padrões de mobilidade, especialmente nas áreas urbanas, que deve ser abordada adequadamente”, propondo o PS medidas “promovem a integração segura e eficiente dos motociclos no trânsito urbano”.

“Propõe-se regulamentar a circulação de motociclistas entre filas de veículos, em situações de grande intensidade de trânsito, sob condições rigorosas de segurança, como limites de velocidade, manutenção de distâncias laterais adequadas e proibição de ultrapassagens pela direita, salvo em situações específicas”, explica o partido.

Esta medida, segundo o PS, pretende diminuir os tempos de viagem e descongestionar as vias, assegurando a segurança de todos os utilizadores. Nesta iniciativa legislativa é ainda prevista a “criação de espaços exclusivos para motociclistas junto aos semáforos, garantindo maior visibilidade e segurança”.

O outro projeto de lei pretende fazer uma alteração ao IUC referente à categoria dos motociclos, referindo que o sistema de cálculo atualmente em vigor, que é baseado em escalões, tem “limitações que podem gerar perceções de desigualdade e dificultar a compreensão por parte dos cidadãos”.

“O Partido Socialista propõe a eliminação dos escalões aplicáveis aos veículos da Categoria E, substituindo-os por uma fórmula que estabelece um valor por cada cm3 de cilindrada, garantindo uma tributação proporcional e ajustada à realidade dos veículos em circulação”, explica.

Segundo os socialistas, com esta mudança, caminha-se para um “sistema fiscal mais justo e equitativo” e é criado um “modelo simples e previsível, reforçando a confiança dos cidadãos no sistema tributário”.

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Nova plataforma TVDE exclusiva para mulheres tem até dia 13 para esclarecer IMT

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2024

O IMT questionou a legalidade da TVDE só para mulheres porque, de acordo com a lei do setor, “não pode haver discriminação na atividade de transporte individual e remunerado de passageiros”.

A Pinker, nova plataforma TVDE exclusiva para mulheres, tem até dia 13 de dezembro para prestar os “esclarecimentos necessários” ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) de forma a ser levantada a suspensão da sua licença.

Numa resposta escrita a questões colocadas pela Lusa, o IMT disse ter tomado conhecimento “apenas pela comunicação social e pelo site da operadora” de que o objetivo da Pinker é a criação de um “serviço segmentado” de TVDE, “contrariando o artigo 7.º da Lei n.º45/2018 que determina que não pode haver discriminação no acesso aos serviços TVDE”.

“Os utilizadores, efetivos e potenciais, têm igualdade de acesso aos serviços de TVDE, não podendo os mesmos ser recusados pelo prestador em razão, nomeadamente de ascendência, idade, sexo”, indica o artigo da lei que rege a atividade. O jornal Público noticiou, na sua edição de sábado, que o IMT questionou a legalidade da TVDE só para mulheres porque, de acordo com a lei do setor, “não pode haver discriminação na atividade de transporte individual e remunerado de passageiros”.

No mesmo dia, a fundadora do projeto, Mónica Faneco disse à Lusa, em resposta escrita, discordar da decisão do organismo e garantiu estar “numa fase de trabalho com o IMT por forma a dissipar toda e qualquer dúvida quanto à legalidade deste projeto”. Ainda de acordo com o IMT, como os esclarecimentos que recebeu até à data por parte da entidade promotora foram “considerados muito insuficientes, nomeadamente no que toca ao cumprimento da lei”, a licença da operadora foi suspensa.

A mesma tem 10 dias úteis, a contar da data da notificação para se pronunciar sobre o projeto de decisão, prestar os esclarecimentos necessários e, eventualmente, acomodar o seu serviço ao definido por lei”, refere o IMT. Segundo o organismo, encarregado de analisar e registar as plataformas, operadores e motoristas de TVDE, consoante os esclarecimentos, a suspensão da licença será levantada ou o pedido de licenciamento será cancelado.

Os 10 dias úteis tiveram início na sexta-feira, dia 29 de novembro, “terminando a audiência de interessados a 13 do corrente mês”, acrescentou o IMT. No sábado, Mónica Faneco assegurou “continuar empenhada” em colaborar com as autoridades competentes para resolver a situação de forma célere e transparente.

“Pinker é um conceito inovador e diferenciado no mercado português de TVDE, pelo que, é muito natural que suscite muita curiosidade, expectativa e até dúvidas”, frisou. No início da semana passada, a fundadora do projeto revelou que a Pinker, que pretende dar segurança às mulheres quando pedem um veículo que será conduzido exclusivamente por mulheres, ficaria operacional nos dias seguintes.

A nova plataforma eletrónica de transporte em veículos descaracterizados assume como principal diferença perante as suas concorrentes a operar em Portugal, Uber e Bolt, só aceitar motoristas do sexo feminino e ser para uso exclusivo de mulheres. “Queremos trazer segurança, confiança às mulheres, nos nossos serviços, sendo uma alternativa ao que já existe”, explicou a empresária na altura, recusando qualificar o serviço das aplicações já a operar em questões de segurança.

Mónica Faneco adiantou ainda que a Pinker já se encontra licenciada tanto em Portugal, como na Europa, e tem “mais de mil motoristas interessadas”. Até ao momento, seis anos após a entrada em vigor da lei, publicada em Diário da República em agosto de 2018, que rege a atividade dos TVDE são duas as plataformas a trabalhar em Portugal: Uber e Bolt.

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Tribunal de Contas acusa Câmara de Caminha de fraude no caso do centro transfronteiriço

O Tribunal de Contas considera que houve “dano para o erário público” na decisão do Executivo de Miguel Alves, ex-autarca de Caminha que viria a ser membro do Governo de António Costa por pouco tempo.

O Tribunal de Contas (TdC) analisou o contrato assinado em outubro de 2020 pela Câmara Municipal de Caminha para a construção de um centro de exposições transfronteiriço (CET) e concluiu que houve “dano para o erário público”, anunciou a instituição nesta segunda-feira. O caso motivou grandes críticas e pressões, no final de 2022, para a demissão de Miguel Alves, recém-empossado secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro António Costa. A saída viria a ocorrer em novembro desse ano, mas por outro caso, relacionado com contratação pública, e do qual Miguel Alves seria absolvido há poucas semanas.

Em novembro de 2022, Miguel Alves demitiu-se e o primeiro-ministro escolheu António Mendonça Mendes, que o acompanhou como braço direito até à queda do Governo.

“O negócio jurídico delineado pelo Município de Caminha no contrato promessa de arrendamento para a construção” do CET “apresenta um conjunto de ilegalidades, nomeadamente o incumprimento do Código dos Contratos Públicos”, lê-se na nota enviada pelo TdC às redações. Foram identificadas pela entidade “a ausência absoluta de procedimento pré-contratual, a violação de um conjunto de princípios gerais que presidem à celebração de contratos públicos e à gestão de bens imóveis por entidades públicas, bem como a não submissão a fiscalização prévia do Tribunal de Contas”.

O TdC aponta que o referido contrato de promessa de arrendamento, assinado com a empresa Green Endogenous SA, configura “um complexo ou um conjunto de obrigações e prestações jurídicas características de uma locação financeira imobiliária, ou, noutra qualificação possível, de uma compra e venda e bem imóvel, a concretizar mediante o exercício de opção de compra, de uma empreitada de obras públicas e de um ‘contrato de financiamento’”.

Com a conduta adotada, o Município de Caminha incorreu numa fraude à lei que lhe permitiu aceder ao que legalmente lhe estava vedado, uma vez que não dispunha de capacidade financeira para a construção do CET

Tribunal de Contas

Recorda a instituição que a autarquia iria pagar uma renda de 25 mil euros mensais, valor atualizável anualmente, e efetuar o pagamento antecipado de um ano de rendas. Na nota de imprensa destaca-se que “em março de 2021, o então presidente da câmara autorizou o pagamento de 300 mil euros, a título de antecipação de 12 meses de renda, referentes ao último ano do contrato, acrescidos de IVA, no valor de 69 mil euros”. Um pagamento, nota o TdC, que “não teve qualquer contrapartida” e, assim, causou dano para o erário público.

“Com a conduta adotada, o Município de Caminha incorreu numa fraude à lei que lhe permitiu aceder ao que legalmente lhe estava vedado, uma vez que não dispunha de capacidade financeira para a construção do CET, deixando tal tarefa a cargo de um investidor privado, para mais tarde, decorridos os 25 anos de execução do prometido contrato de arrendamento, vir a adquirir esse imóvel mediante o exercício da opção de compra”, lê-se no relatório.

Recorda a instituição que a autarquia já pediu o ressarcimento e reembolso dos 369 mil euros e o arresto preventivo de bens, medidas ainda em curso.

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