Subida do custo da mão-de-obra encarece em 4,2% a construção de casas novas

Evolução face a igual período do ano passado resulta sobretudo do crescimento dos encargos com mão de obra, cuja taxa subiu 9,7% em outubro. Por outro lado, preços dos materiais caíram 0,1%.

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,2% em outubro face a igual mês do ano passado e mais 0,9 pontos percentuais (pp.) do que no mês anterior, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A evolução resulta sobretudo do crescimento dos encargos com mão-de-obra.

O organismo de estatística dá nota que os preços dos materiais caíram 0,1%, o que compara com a redução de 0,7% registada no mês anterior, enquanto o custo da mão-de-obra aumentou 9,7%, mais 1,3 pontos do que em setembro.

Fonte: INE

O custo da mão-de-obra contribuiu com 4,2 pp. para a formação da taxa de variação homóloga do custos da construção nova e os materiais uma contribuição nula. Entre os materiais que mais influenciaram negativamente a variação agregada do preço estão os betumes com uma descida de cerca de 20%, as madeiras e derivados outros materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização com descidas de cerca de 10%.

Em sentido oposto, destacaram-se o cimento com um crescimento homólogo próximo dos 10%, e os ladrilhos e cantarias de calcário e granito e as obras de carpintaria com subidas próximas dos 5%.

A taxa de variação mensal do custo de construção de nova habitação foi de 0,5% em outubro, 0,7 pp. superior à do mês anterior, uma vez que o custo dos materiais desceu 0,1% e o da mão-de-obra subiu 1,2%.

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Maior proprietário do Douro cria “comunidade de energia” em Gaia com empresa da Greenvolt

Produção fotovoltaica do grupo que detém as marcas de vinho Graham's ou Altano, nas Quintas do Marco e de Santo António, vai alimentar três instalações da Symington no centro histórico de Gaia.

 

Da esquerda para a direita: Valentim Miranda, vereador da Câmara de Gaia; Rob Symington, diretor de marketing da Symington; João Manso Neto, CEO do grupo Greenvolt; Rupert Symington, CEO da Symington; José Queirós de Almeida, CEO da Greenvolt Comunidades; Luís Loureiro, diretor de gestão de património da Symington

A Greenvolt Comunidades, empresa criada pelo grupo em 2022 para a promoção da geração distribuída de energia renovável, tanto para autoconsumo como através do conceito de comunidades de energia, fechou um acordo com a Symington Family Estates para a criação de uma comunidade de energia em Vila Nova de Gaia.

A dona das marcas de vinho Graham’s (Porto) ou Altano (DOC Douro) detém duas unidades de produção de autoconsumo (UPAC), localizadas na Quinta do Marco e na Quinta de Santo António. Uma produção fotovoltaica que irá alimentar três diferentes localizações detidas igualmente pela Symington, no centro histórico de Vila Nova de Gaia.

A potência conjugada de ambas as UPAC é de 377,8 kWh, assegurando uma produção anual de 440 MWh. O autoconsumo representa apenas 318 MWh, “criando a oportunidade para otimizar os restantes 122 MWh/ano produzidos”. A Greenvolt refere que a comunidade de energia vai permitir o aproveitamento dessa energia noutras localizações da Symington, “sem necessidade de realizar novos investimentos ou instalar painéis solares numa zona sensível, patrimonialmente”.

“As energias renováveis devem ser implementadas com rigor e alinhadas com os valores e normas ambientais, garantindo eficiência e um impacto sustentável. A descentralização é essencial neste processo, especialmente através de comunidades de energia, que permitem às empresas, como a Symington, otimizar infraestruturas já existentes, tornando-as mais eficientes e gerando benefícios significativos para o ambiente, o património e para o seu negócio”, salienta João Manso Neto, CEO do Grupo Greenvolt.

Citado no mesmo comunicado, Rupert Symington, CEO do grupo de vinhos, sublinha que esta parceria permite ao maior proprietário de vinhas no Douro (26 quintas com um total de 2.255 hectares, dos quais 1.024 hectares plantados com vinha) “otimizar a capacidade de produção que já [tem] instalada e usá-la em outras localizações do grupo, sem necessidade de qualquer infraestrutura adicional”. “Para nós a transição energética é essencial para concretizar a nossa missão, razão pela qual investimos na produção de energia verde para autoconsumo”, acrescenta o empresário nortenho.

Liderada por José Queirós de Almeida e a atuar no mercado desde abril de 2022, a Greenvolt Comunidades reclama a liderança neste segmento com mais de 60 MWp instalados, correspondendo a mais de 160 projetos de Norte a Sul do país, sendo que mais de 30 já se encontram em funcionamento.

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Bancos cortam a fundo nos juros dos depósitos. Já rendem menos do que Certificados de Aforro

Taxa de juro das novas aplicações a prazo caiu em outubro pelo décimo mês seguido. Depósitos já rendem menos do que os Certificados de Aforro. Ainda assim, as famílias aplicaram um montante recorde.

Os bancos cortaram a fundo na remuneração dos depósitos a prazo no mês de outubro. A taxa média das novas aplicações baixou para 2,39%, recuando pelo décimo mês seguido. E já rendem menos do que os Certificados de Aforro. Ainda assim, as famílias aplicaram um montante recorde.

Desde o início do ano que a taxa dos depósitos bancários está em queda. Em dezembro do ano passado atingiu o pico acima dos 3% (3,08%), mas em 2024 já acumula uma descida de 0,69 pontos percentuais, mostram os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Novas aplicações já rendem menos que certificados

Fonte: Banco de Portugal

Esta redução surge num contexto de queda das Euribor por força das expectativas do mercado em relação às taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE).

No final do ano passado já se perspetivava uma descida dos juros do BCE, algo que veio a acontecer em junho. O banco central já promoveu três cortes de 25 pontos base desde então e a reunião da próxima semana trará uma nova baixa de 25 pontos base, perante o alívio das pressões inflacionistas.

Em comparação com a Zona Euro, onde a média foi de 2,73%, Portugal regista a sexta taxa mais baixa dos depósitos a prazo, superando apenas Chipre, Grécia, Eslovénia, Croácia e Espanha.

Por outro lado, esta evolução fez com que os depósitos passassem a render menos do que os Certificados de Aforro, cuja taxa base se situa nos 2,5% (calculada com base na Euribor a três meses).

Famílias aplicam montante recorde

Apesar disso, o montante de novas operações aumentou 1,73 mil milhões em outubro, totalizando os 13,2 mil milhões, “um novo máximo da série histórica”, nota o supervisor bancário.

Algo que terá a ver com a reaplicação das poupanças em novos depósitos. “As novas operações de depósitos a prazo incluem a reaplicação em novos depósitos de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo e que atingiram a maturidade em outubro sem renovação automática”, explica o Banco de Portugal.

Os dados mostram que nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,15 pontos percentuais para 2,41%. Representou 97% do montante das aplicações efetuadas em julho. A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos e também dos novos depósitos a mais de 2 anos registaram quedas de 0,22 pontos percentuais e 0,8 pontos percentuais, fixando-se em 1,76% e 1,89%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 11h11)

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Apenas 54% das marcas interagem com os consumidores através dos seus canais preferidos, revela estudo

Os consumidores mostram-se dispostos a gastar mais 32% em marcas que interajam consigo através dos seus canais preferidos e 40% dizem estar mais predisposto a repetir compras quando isso acontece.

Apesar de 91% dos consumidores a nível global esperar que as marcas se relacionem consigo através dos seus canais preferidos, apenas 54% das marcas respondem de forma consistente a essa expectativa.

Os dados são avançados no “Consumer Preferences Report“, da Twilio, para o qual foram inquiridas 3.900 pessoas (300 da Austrália, Brasil, Colômbia, França, Alemanha, Japão, México e Singapura, 500 do Reino Unido e 1000 dos EUA).

Esta lacuna “representa uma oportunidade significativa para as empresas repensarem as suas estratégias de canal e capturarem a fidelidade do cliente. Ao otimizarem o seu mix de comunicação para entregar o máximo valor e promover uma relação mais profunda, as empresas podem não apenas colmatar esta falha, mas também posicionarem-se à frente num mercado cada vez mais competitivo”, refere-se no estudo.

Esta ideia é reforçada tendo em conta que os consumidores até se mostram dispostos a gastar mais 32%, em média, em marcas que interajam consigo através dos seus canais preferidos. Esta percentagem é ainda maior em determinadas regiões, chegando aos 34% na América do Norte e aos 45% na América Latina.

Além disso, 40% dos consumidores dizem estar mais predisposto a repetir compras quando as marcas usam os seus canais preferidos e 30% apontam que é mais provável comprar algo pela primeira vez a uma marca que o faça.

Analisando por um prisma negativo, quase um em cada quatro consumidores assumiu ter feito uma compra a uma marca diferente no ano passado porque uma empresa não utilizou os seus canais de comunicação preferidos. 57% dos consumidores avançaram ainda ficar “às vezes, frequentemente ou sempre” frustrado quando as marcas usam os canais errados para comunicar consigo.

a falta de confiança na comunicação de uma marca levou também a que 66% dos consumidores a nível mundial tenham evitado fazer pelo menos uma compra no ano passado. 44% avançam que confiariam muito mais nas marcas se as suas mensagens ou canais sociais exibissem um logótipo ou um selo de verificação.

Como exemplo, 62% dos consumidores dizem que é muito provável abrir um email quando tem a confirmação de que este provem de uma marca em que confiam. No ano passado, entre os 56% de consumidores que receberam mensagens de texto por parte de marcas, 75% consideraram que tl aumentou a sua confiança na comunicação dessa marca. Além disso, 88% dos consumidores que receberam uma comunicação com um selo de verificação relataram aumento de confiança na marca.

O e-mail (79%) é, de forma expressiva, o canal de comunicação preferido, seguido pelos SMS (49%), Whatsapp (36%) e mensagens através de redes sociais (35%). No entanto, estas preferências divergem dependendo da geração e do fim a que as mensagens se destinam.

Mas também o tempo de resposta é muito importante para os consumidores, sendo que 65% dos consumidores a nível global dizem ficar frustrado e/ou irritados perante a lentidão nas respostas por parte das marcas. Na verdade, apenas 41% dos consumidores dizem que as marcas correspondem sempre ou frequentemente às suas expectativas em termos de tempo de resposta.

Isto é particularmente significativo quando 86% dos consumidores diz que a capacidade de enviar mensagens a uma marca em tempo real aumenta a probabilidade de concluir uma compra.

Mas quão rápido esperam os consumidores receber uma resposta por parte das marcas? 30% esperam que aconteça dentro de uma hora, mas 21% esperam mesmo que aconteça “imediatamente”. Um pouco menos de metade (44%) referem que esperam ver a sua pergunta respondida até um dia e 6% entre uma semana ou mais.

Uma resposta rápida não só cria confiança e lealdade, mas também posiciona a marca como confiável e focada no cliente. No mundo atual, onde os consumidores têm inúmeras opções, ser rápido para responder às suas necessidades é crucial para garantir e reter clientes”, refere-se no “Consumer Preferences Report“, onde se avança ainda que 46% dos consumidores abandonaram uma marca no ano passado devido à sua lentidão nas respostas.

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Cinco empresas portuguesas juntam-se à rede ELITE da Euronext

  • ECO
  • 4 Dezembro 2024

O programa da Euronext para apoiar e acelerar o acesso das empresas aos mercados de capitais privados e públicos conta já com 29 empresas nacionais.

O programa ELITE da Euronext, dedicado a apoiar o crescimento sustentável de pequenas e médias empresas, deu as boas-vindas a cinco novas empresas portuguesas no lançamento do seu quarto grupo em Portugal: Barpa (Grupo Argon), Extra Transportes, Lipimalhas, Tech4Home e Vizelpas são as mais recentes companhias a integrar a rede ELITE, representando setores como tecnologia, bens e serviços industriais, e bens de consumo e retalho.

Valorizamos a importância do crescimento e desenvolvimento de empresas portuguesas de elevado potencial, pelo que estamos entusiasmados por anunciar o lançamento deste quarto grupo em Portugal e da primeira iniciativa da ELITE no Porto”, refere Marta Testi, CEO da ELITE, em comunicado.

Este novo grupo marca a primeira expansão do programa para o norte do país, contando com a colaboração da AEP (Associação Empresarial de Portugal) e da Católica Porto Business School como parceiro académico.

Com a adição destas cinco novas empresas, a rede ELITE em Portugal passa a contar com 29 empresas nacionais de 14 setores distintos. Segundo a Euronext, estas empresas, em conjunto, geram receitas anuais agregadas de 1,8 mil milhões de euros e empregam mais de 11.600 pessoas em todo o país.

O programa ELITE foi lançado em Portugal em dezembro de 2022 e foi pensado com o intuito de acelerar o acesso das empresas aos mercados de capitais privados e públicos. Para esse efeito, o programa oferece às empresas participantes acesso a três fontes de capital: educativo, relacional e financeiro. Além disso, proporciona ferramentas financeiras alternativas, privadas e públicas, e acesso direto aos mercados, permitindo às empresas expandirem-se globalmente e consolidarem as suas posições de mercado.

Em colaboração com a Católica Porto Business School, o programa é estruturado em três partes, inclui módulos sobre entrada em novos mercados, crescimento como empresa internacional e financiamento do crescimento.

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Obrigações francesas negoceiam estáveis, com investidores à espera das moções de censura ao Governo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Dezembro 2024

Mercados aguardam moções de censura. Spread das obrigações de França face às bunds desliza esta quarta-feira para 82,6 pontos base, mas pode passar os 100 pontos se a crise política se aprofundar.

Apesar de Michel Barnier ter alertado para uma “tempestade” económica e financeira no caso de o seu Governo minoritário ser derrubado — o que é provável de acontecer quando forem a votos duas moções de censura na Assembleia Nacional –, a crise em França está a ter pouco impacto nos ativos gauleses esta quarta-feira, com os investidores em modo de espera.

Na Bolsa de Valores de Paris, o seu principal índice, o CAC 40, está a valorizar cerca de 0,4%, e os seus congéneres europeus mostram-se estáveis face à provável queda do Executivo francês, com o Stoxx 600 a ganhar 0,3% e o alemão DAX a subir 0,6%.

Mas as atenções têm estado centradas, sobretudo, nos títulos da dívida gaulesa. No início da semana, o spread entre as obrigações soberanas de França a 10 anos e as bunds alemãs — que serve de barómetro da confiança dos investidores na fiabilidade creditícia de segunda maior economia da Zona Euro — atingiu níveis comparáveis aos de 2012, ao tocar os 88 pontos base.

Esta quarta-feira, a taxa de rendibilidade das obrigações francesas a 10 anos negociava nos 2,903%, com o spread face à Alemanha nos 82,6 pontos base, recuperando ligeiramente face aos 86,8 pontos da sessão anterior.

Não obstante, o risco para as obrigações francesas persistirá se a instabilidade política se prolongar. Segundo a Reuters, os investidores esperam que o spread alcance cerca de 100 pontos de base caso o Governo de Barnier seja derrubado na Assembleia Nacional, com as consequências da crise política a prejudicarem também as empresas, os consumidores e os contribuintes.

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Porto Tech Hub Conference 2024 bate recorde de participantes e reúne o ecossistema tecnológico na cidade

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  • 4 Dezembro 2024

A 9ª edição da Porto Tech Hub Conference reuniu mais de 1400 participantes e 30 oradores para falarem sobre Inteligência Artificial, computação quântica e segurança cibernética.

A 9.ª edição da Porto Tech Hub Conference lotou completamente o espaço da Alfândega do Porto, reunindo mais de 1400 participantes que assistiram entusiasticamente às apresentações dos 30 oradores distribuídos por sete palestras simultâneas.

O evento, que se pretende destacar no ecossistema tecnológico não só local, mas nacional e até internacional, ofereceu uma programação repleta de conteúdos inovadores nas áreas da Inteligência Artificial (IA), computação quântica, segurança, Cloud Computing e desenvolvimento de software. Mais do que tudo, explicou ao Eco Luís Silva, presidente da Porto Tech Hub, este é um evento que transforma conceitos em conhecimento “real”, transponível para as empresas e ambientes dos participantes.

Para abrir as “hostilidades”, Stephen Chin – que, além de vice-presidente de relações com desenvolvedores da JFrog e autor, realiza palestras de evangelismo no mundo inteiro, “entrevistando hackers no seu habitat natural” – abordou um dos tópicos quentes da atualidade: a Inteligência Artificial Generativa. Stephen Chin utilizou uma analogia com o cérebro humano para explicar como os Large Language Models (LLMs) funcionam, destacando que, enquanto o cérebro humano possui dois hemisférios – o direito, associado à criatividade e intuição, e o esquerdo, à lógica e análise – a IA, de forma similar, tem forças e limitações dependendo da tarefa. Destacando que a IA Generativa, embora seja excelente para tarefas criativas, enfrenta um grande desafio em termos de precisão e atualização das informações, Chin explicou como os knowledge graphs, construídos com dados factuais e atualizados, podem complementar os LLM através da técnica de Retrieval-Augmented Generation (RAG), permitindo que a IA gere respostas mais fiáveis e fundamentadas.

Outro tema central da conferência foi a segurança cibernética, abordado por Nicolas Fränkel. O Developer Advocate discutiu o desafio de manter a segurança em ambientes corporativos complexos, com centenas de aplicações e múltiplos acessos. Fränkel focou-se na importância de auditorias contínuas e na dificuldade de garantir a integridade da configuração de segurança, especialmente em sistemas baseados em código. O orador apresentou o Open Policy Agent (OPA) como uma solução para externalizar políticas de segurança, permitindo que as configurações sejam mantidas num formato textual auditável, o que, em conceito, facilita a implementação de um controlo de segurança robusto e escalável.

Kim van Wilgen trouxe à Alfândega do Porto uma perspetiva sobre gestão de equipas auto-organizadas, um conceito central do Agile Manifesto, mas que continua a ser um desafio para muitas organizações. Numa sessão onde as cadeiras foram escassas face ao número de interessados na palestra, Van Wilgen argumentou que, embora a auto-organização das equipas seja essencial para a inovação e produtividade, não significa ausência de liderança. Na verdade, para que as equipas auto-organizadas funcionem, é necessário um tipo de liderança diferente, mais voltada para a facilitação e o suporte, garantindo que a autonomia não comprometa os objetivos globais da organização. Van Wilgen apresentou um “crash course” sobre como guiar equipas auto-organizadas, destacando a importância de confiança, comunicação e clareza de propósito.

Os problemas ao trabalhar com LLM

Mete Atamel, engenheiro e Developer Advocate na Google, em Londres, abordou os problemas comuns encontrados ao trabalhar com LLM, como a geração de informações desatualizadas ou imprecisas, e como esses desafios podem ser mitigados. O especialista explicou como técnicas como Retrieval-Augmented Generation (RAG) e ReACT prompting podem melhorar a qualidade das respostas geradas, tornando as IA mais eficientes ao integrar dados atualizados e fontes externas de verificação. Atamel mencionou ainda a importância de dar às IA a capacidade de realizar “Function Calling”, ou seja, de interagir com API externas, para enriquecer o processo de geração de conteúdo e garantir a precisão das informações.

Já Sander Hoogendoorn, especialista em Agile, apresentou um olhar crítico sobre os desafios enfrentados pelas organizações na era pós-Agile, um momento em que muitas empresas se sentem “presas” devido à rigidez dos frameworks Agile tradicionais. Este programador com mais de quatro décadas de experiência – e que continua a escrever código diariamente – explorou nesta nova edição da Porto Tech Hub como muitas organizações estão a lutar para inovar, enquanto tentam manter sistemas legados que estão a definhar tecnicamente, onde a manutenção consome todos os esforços e recursos. O profissional propôs estratégias para desbloquear essa estagnação, incluindo o uso de ferramentas como ‘tech boards’, ‘microequipas’ e ‘idea funnels’, que podem ajudar as organizações a focarem-se em inovação contínua sem perder a agilidade necessária para se manter competitivas. Hoogendoorn partilhou ainda com os presentes exemplos de como essas abordagens têm sido aplicadas em empresas para promover a flexibilidade e a colaboração em tempos caracterizados por uma constante mudança.

Gavin King, por outro lado, ofereceu uma introdução à computação quântica, abordando os conceitos fundamentais de ‘quantum information’ e ‘quantum circuits’. Este Java Champion e Distinguished Engineer da Red Hat explicou, de forma acessível, como a álgebra linear é usada para entender os sistemas quânticos, e detalhou como as empresas estão a começar a explorar as potencialidades da computação quântica para resolver problemas complexos de processamento de dados. O orador destacou que, embora a computação quântica ainda esteja no seu estádio inicial de desenvolvimento, tem o potencial de transformar profundamente várias indústrias, como a farmacêutica, a segurança e a inteligência artificial.

‘Deep dives’ permitem ‘arregaçar as mangas’

Os workshops, que o vice-presidente da Porto Tech Hub, Samuel Santos, prefere apelidar de ‘deep dives’, foram uma parte fundamental da conferência, oferecendo uma oportunidade prática para os participantes aprofundarem os seus conhecimentos em temas específicos. Entre os workshops realizados, destacam-se os de computação quântica, arquitetura de sistemas, Data Science, Cloud Computing e ferramentas de desenvolvimento de IA Generativa. Estas sessões permitiram que os participantes não apenas aprendessem os conceitos, mas também aplicassem as técnicas de forma prática, trabalhando com especialistas da área.

Além das palestras e workshops, a conferência foi uma excelente oportunidade para as empresas parceiras mostrarem as suas últimas inovações tecnológicas. Empresas como a Emergn, Bosch, Volkswagen Digital Solutions e Mercedes Benz.io apresentaram soluções de ponta em várias áreas, demonstrando como estão a impulsionar a transformação digital e a inovação no setor tecnológico. A próxima edição, que celebrará o 10.o aniversário da Porto Tech Hub Conference e da associação, está já marcada para o dia 7 de outubro de 2025, até porque, como reforça Samuel Santos, “mal termina uma edição, começamos logo a trabalhar na seguinte”.

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Advogados decidem valor a pagar à Caixa de Previdência a 9 de dezembro

A determinação do fator de correção resulta de uma proposta da direção da CPAS, votada pelo Conselho Geral da mesma e fixada pelos ministérios da Justiça e da Segurança Social.

O Conselho Geral da Previdência dos advogados e solicitadores irá decidir – no dia 9 de dezembro – qual o fator de correção que vai ser proposto ao Governo para calcular o valor da mensalidade que estas classes profissionais terão de pagar à CPAS. Todos os meses, advogados e solicitadores têm de pagar, no mínimo, 267 euros, para ter direito aos apoios sociais e a uma reforma futura.

Mas desde 2018, o fator de correção do Indexante Contributivo (IC) da CPAS tem sido votado, anualmente, pelo Conselho Geral da CPAS. Isto porque o regime que entrou em vigor a 1 de julho de 2015 – que fez aumentar a contribuição a pagar -define (de forma transitória e excecional) a definição anual do fator de correção que define as várias mensalidades dos mais de 37 mil beneficiários. Para que o esforço contributivo dos beneficiários, com a subida do montante dos escalões não fosse imediato e muito significativo.

Assim sendo, quanto mais alto for o fator de correção, menor será o valor a pagar por um advogado ou solicitador. Para o ano de 2019, o IC foi ajustado por um FC de menos 14%. Para o ano de 2020 – e até 2024 – ficou em menos 10%. Com exceção deste 2024, as propostas da direção da CPAS acabaram sempre por ser aprovadas.

Para 2025, os advogados arriscam ter de pagar quase 300 euros por mês, no mínimo, para poderem usufruir dos direitos sociais que esta caixa lhes garante. O ECO/Advocatus sabe que a direção da previdência dos advogados deliberou que o fator de correção para o ano de 2025 passe a ser de menos 6%. E é isso que vai propor no Conselho Geral da CPAS que decorre a 9 de dezembro. Está agora nas mãos deste órgão definir o valor que será levado ao Governo.

Caso a vontade da CPAS vá para a frente, significa que o valor mínimo que um advogado vai pagar mensalmente à CPAS passa de 277 euros para 294 euros. Daqui resultará, a título exemplificativo, que no quinto escalão contributivo (o mais baixo de todos), os advogados e solicitadores paguem um montante de 294,93 euros. Nos termos legais, a direção irá submeter esta proposta a pronúncia do CG da CPAS. Ou seja, a decisão estará nas mãos desta entidade, liderada pela bastonária dos Advogados.

“Não me parece que o eleitorado da senhora bastonária fique melindrado com este valor de menos 6%”, diz Vítor Coelho Alves, presidente da CPAS. “Com esta valor, o aumento será menos expressivo (mais 17 euros) do que se não ficar estabelecido fator de correção, que implicará um aumento de 36 euros por mês”.

Vítor Alves, presidente da Caixa de Previdência dos Advogados, em entrevista ao ECO/Advocatus - 05MAI23
Vítor Alves, presidente da Caixa de Previdência dos Advogados, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

Mas, se não for votado nenhum valor, o Governo decide automaticamente que não haverá fator contributivo. O que resultará no pagamento mensal de, no mínimo, 313 euros à CPAS. Questionado pelo ECO/Advocatus, o Ministério da Justiça sublinha que “só poderá pronunciar-se depois de analisar a proposta que lhe vier a ser formalmente remetida pela entidade competente”.

Um terceiro cenário será ainda a bastonária decidir – com voto de qualidade – esse valor em menos 14%, como o fez no ano passado.

A determinação do fator de correção, que é proposto pela direção ao CG da CPAS, é fixada pelos ministérios da Justiça e da Segurança Social, sendo publicado no Diário da República, depois de proposta da CPAS.

Segundo dados de março deste ano, os advogados e solicitadores devem 165 milhões à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS), mais 15 milhões do que o valor em março de 2023. que se situava na ordem dos 150 milhões em dívida, relativos a contribuições mensais que um advogado ou solicitador tem de pagar para ter acesso aos benefícios. Esta taxa de incumprimento situa-se à volta dos 21% do total dos beneficiários, que são cerca de 37 mil.

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Quinta do Lago compra luxuoso Conrad Algarve a fundo gerido pela ECS

Do lado do comprador, o negócio teve o apoio jurídico da PLMJ, enquanto o vendedor teve a Uría Menéndez como assessora jurídica. CBRE e Eastdil Secured responsáveis pela intermediação da transação.

A Quinta do Lago comprou o Conrad Algarve a um fundo gerido pela ECS, gestora de ativos participada pela Davidson Kempner Capital Management. Esta unidade de cinco estrelas, inserida no empreendimento, conta com 154 suites, 80 apartamentos, dois vilas, seis restaurantes e bares (incluindo um com estrela Michelin) e um spa de luxo.

Sem divulgar o valor do negócio, a Quinta do Lago refere que a transação foi liderada pelo CEO Sean Moriarty e pelo CFO Miguel Sousa, falando numa “aquisição histórica” e que “representa um investimento estratégico que vem reforçar o compromisso do resort em promover um lifestyle de luxo orientado para o bem-estar.

Do lado do comprador, o negócio teve o apoio jurídico da PLMJ, enquanto o vendedor teve a Uría Menéndez como assessora jurídica. A CBRE e a Eastdil Secured foram responsáveis pela intermediação da transação, de acordo com uma nota de imprensa divulgada esta quarta-feira.

“Esta aquisição representa um passo transformador. Trazer uma propriedade deste calibre para o mercado e para o portefólio da Quinta do Lago alinha-se perfeitamente com a nossa dedicação e a criação de experiências extraordinárias para os nossos hóspedes. O Conrad Algarve é o complemento perfeito para as nossas ofertas bem estabelecidas, elevando ainda mais a nossa reputação como um destino global para quem procura exclusividade”, refere Sean Moriarty, CEO da Quinta do Lago.

Citado no mesmo comunicado, Manuel Noronha Andrade salienta que a operação “reflete o compromisso em identificar oportunidades que criem valor significativo”. “Estamos orgulhosos de ter apoiado o crescimento do Conrad Algarve, posicionando-o como um ícone de excelência. Acreditamos que, sob a nova gestão, o resort continuará a elevar o nível do mercado hoteleiro na região, reafirmando a sua posição como um destino de referência”, acrescenta o CEO.

Acreditamos que, sob a nova gestão, o resort continuará a elevar o nível do mercado hoteleiro na região, reafirmando a sua posição como um destino de referência.

Manuel Noronha Andrade

CEO da ECS

Com mais de 40 anos de existência, o resort da Quinta do Lago está localizado entre os 645 hectares do Parque Natural da Ria Formosa. A adição do Conrad Algarve, salienta, vem complementar o portefólio existente, que inclui 14 restaurantes e bares, o centro desportivo de alto rendimento The Campus, serviços de propriedade através do Clube de Quinta e ainda três icónicos campos de golfe – Norte, Sul e Laranjal.

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TELLES reforça área de Trabalho e Segurança Social com a integração de Bernardo Costa Fernandes

A TELLES anuncia a integração de Bernardo Costa Fernandes para reforçar a equipa de Trabalho e Segurança Social, coordenada pelo sócio Gonçalo Pinto Ferreira.

A TELLES anuncia a integração de Bernardo Costa Fernandes para reforçar a equipa de Trabalho e Segurança Social, coordenada pelo sócio Gonçalo Pinto Ferreira.

Bernardo Costa Fernandes tem vindo a desenvolver a sua área de especialização em direito do trabalho e segurança social. O advogado tem prestado assessoria jurídica em direito do trabalho a empresas nacionais e internacionais de diversos setores de atividade, nomeadamente, media, tecnológico, agrícola, farmacêutico, aviação, entre outros.

A assessoria jurídica que tem prestado é transversal a todas as matérias de direito de trabalho, tendo como primordial objetivo o compliance laboral. Tem vindo a intervir em processos de reestruturação, designadamente processos de despedimento coletivo, de extinção de posto de trabalho, e ainda na negociação da saída de trabalhadores, com vista à otimização do quadro de trabalhadores das empresas. Por último, dedica-se à resolução de litígios laborais, na sua fase extrajudicial ou judicial, patrocinando trabalhadores e empresas.

É licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e detém uma pós-Graduação em Contencioso Administrativo e Tributário, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

A equipa de Trabalho e Segurança Social da TELLES, constituída por 15 advogados num universo de mais de 150 advogados, mantém a aposta na qualidade dos serviços prestados aos Clientes.

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Já são conhecidos os vencedores do Prémio Inovação Expo Fish

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  • 4 Dezembro 2024

Foram 44 as candidaturas e 24 os finalistas à distinção que visa identificar e apoiar projetos em áreas relacionadas com o mar. A 4ª edição da Expo Fish foi a a recordista de ideias.

Crackers de farinha de espinha de peixe e alecrim, desenvolvidas por um grupo de estudantes da Universidade Católica do Porto, foi o projeto vencedor do Prémio Inovação Expo Fish 2024. Já os segundo e terceiro prémios foram entregues, respetivamente, ao projeto ‘Conserva azul’, resultado de uma parceria entre a Agência Nacional dos industriais de conservas de peixe e a Universidade Católica, e que visa promover a sardinha portuguesa certificada no Japão, e a um projeto de investigação que procura reduzir as deformações ósseas em peixes de aquacultura com alimentos funcionais contendo microalgas, uma parceria entre a CCMAR (Centro de Ciências Marinhas da Universidade do Algarve) e a Necton.

O segundo dia da Expo Fish foi integralmente dedicado às ideias e projetos inovadores. Os 24 finalistas, candidatos ao Prémio Inovação desta 4ª edição, resultaram de uma criteriosa seleção a partir de 44 candidaturas. “Foi o maior número de sempre”, congratulou-se Sérgio Faias. O presidente do Conselho de Administração da Docapesca, promotora da iniciativa em parceria com a ALIF (Associação Nacional da Indústria pelo Frio e Comércio de Produtos Alientares), lembrou que o objetivo é premiar ideias e investigação que surjam de empresas, start-ups, instituições científicas, ou das universidades.

Durante a manhã, e ao início da tarde, os responsáveis pelos 24 projetos finalistas subiram ao palco para um último pitch de 10 minutos. Perante o júri, constituído por Manuel Tarré, presidente da ALIF, Rita Lourenço, vogal do Conselho de Administração da Docapesca, Ruben Eiras, Secretário-Geral da Fórum Oceano, Rita Sousa, partner na Faber, Manuel Nery Nina, Chief Project Officer na Go Parity, Conceição Calhau, professora catedrática e coordenadora na licenciatura em Ciências da Nutrição e no mestrado em Nutrição Humana e Metabolismo na Nova Medical School, as equipas mostraram o valor acrescentado e a inovação dos seus projetos.

À tarde, e após a deliberação do júri que, nas palavras de Manuel Tarré, “demorou mais do que o previsto porque a qualidade dos projetos é muito elevada”, foram então conhecidos os vencedores.

Inspiração nos vencedores anteriores

Mas, antes ainda de subirem ao palco os representantes dos projetos vencedores da 4ª edição da Expo Fish, um breve painel de debate juntou os três distinguidos em 2023. Uma solução inovadora na área da aquacultura sustentável que investiga o processo de produção de pepinos do mar para consumo humano, snacks naturais para animais de estimação produzidos com subprodutos da indústria conserveiras (peles, espinhas, entranhas de peixe), e a utilização de desperdícios agrícolas para incorporar em rações para peixes de aquacultura foram as ideias que ocuparam o Top3 no ano passado.

Crackers de farinha de espinha de peixe e alecrim, desenvolvidas por um grupo de estudantes da Universidade Católica do Porto, foi o projeto vencedor do Prémio Inovação Expo Fish 2024

Sobre o impacto do prémio no desenvolvimento do projeto, Francisco Azevedo e Silva, da Universidade de Lisboa Mare (Centro de Ciências do Mar e Ambiente) e promotor da ideia vencedora, destacou a maior facilidade em desenvolver parcerias, a publicação de mais artigos científicos sobre o tema e a integração de um dos doutorandos da equipa numa das empresas parceiras, através de uma bolsa de investigação da FCT (Faculdade de Ciências e Tecnologia). “Temos tido resultados muito promissores na investigação em laboratório e o objetivo é transferir conhecimento para a indústria e continuar a inovar”, revelou ainda.

Já Tiago Braga, que participou por via remota, congratulou-se com as sinergias conseguidas com cada vez mais conserveiras para o fornecimento dos subprodutos daquela indústria. O responsável da marca ‘Bake My Dog Happy’, que produz os snacks ‘Apetitus’, disse ainda que o projeto utiliza agora também subprodutos de atum e salmão e que investiu este ano em novas máquinas para a produção. O negócio, reforça, continua a crescer, “esperávamos ter três toneladas para transformar e já temos sete”.

Um ano depois de arrecadar o terceiro lugar no Prémio Inovação Expo Fish, Marta Dias e Ana Luísa Moreau, da Universidade Nova de Lisboa (Unidade de Ciências Biomoleculares) investiram na criação de uma candidatura a financiamento que está a ser avaliada. O objetivo é materializar a ideia e dinamizar a investigação sobre o tema. Adicionalmente, a equipa conta com o apoio de associações de produtores e de produtores de rações, e também da ALIF, para, em conjunto, “perceber melhor de que forma podemos retirar os desperdícios agrícolas, reduzir o seu impacto no ambiente, e diminuir os respetivos custos associados para os produtores”, disseram.

Dentro de um ano será a vez de os novos vencedores partilharem a sua experiência no mercado e inspirarem os futuros candidatos a estes prémios.

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Oposição apresenta moção de destituição do presidente da Coreia do Sul que impôs lei marcial

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

Se a moção for aprovada, Yoon Suk-yeol será destituído das funções até que o Tribunal Constitucional delibere, durante um período máximo de 180 dias, sobre uma eventual violação da Constituição.

Seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram esta quarta-feira uma moção para a destituição do Presidente Yoon Suk-yeol, depois de este ter visto revogada a lei marcial que decretou na véspera.

O Partido Democrático (PD) e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar à suspensão do poder do Presidente sul-coreano, cujo partido governa em minoria.

Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para “erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional” das atividades “anti-estatais”, tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).

Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul, a Assembleia Nacional, ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.

A apresentação da moção de destituição foi anunciada à comunicação social na Assembleia Nacional pelos 192 deputados dos seis partidos.

Os promotores indicaram que tencionam votar a proposta na sexta-feira ou no sábado, dentro do prazo legal de 72 horas para a tramitação deste tipo de iniciativas, uma vez apresentadas.

Para que a proposta seja aprovada, será necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 lugares que compõem o parlamento da Coreia do Sul.

O PD e outras forças tinham obtido 190 votos na véspera para revogar a lei marcial, o que significa que só precisariam de mais dez votos para afastar Yoon.

O Partido do Poder Popular, do próprio Yoon, criticou a decisão de aplicar a lei marcial, com o líder do partido, Han Dong-hoon, a prometer trabalhar para “acabar com ela juntamente com o povo”, tendo alguns dos seus deputados votado a favor da revogação.

Se a moção for aprovada, Yoon Suk-yeol será destituído das funções até que o Tribunal Constitucional delibere, durante um período máximo de 180 dias, sobre uma eventual violação da Constituição.

 

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