Quem cobra mais? Vai poder comparar comissões nas transferências imediatas e MB Way

Já pode usar o Comparador de Comissões para confrontar os custos com manutenção da conta ou cartão entre os bancos. Mas a ferramenta vai incluir comissões nas transferências e MB Way no próximo ano.

Já é possível usar o Comparador de Comissões para confrontar os custos em cada banco com a manutenção de conta, o cartão de crédito, transferências a crédito e outros serviços. Mas a partir de 31 de março do próximo ano esta ferramenta também vai permitir comparar as comissões associadas às transferências imediatas e às transferências através de aplicações de telemóvel, como o MB Way.

“Através desta iniciativa regulamentar, pretende-se adaptar o Comparador de Comissões às mudanças verificadas nos mercados bancários de retalho, nas práticas de comissionamento e no quadro normativo, desde a sua entrada em funcionamento, em outubro de 2018”, indica o supervisor bancário que no final de 2022 colocou em consulta pública o projeto para alargar o Comparador de Comissões – que pode ser consultado no portal do Cliente Bancário – a mais serviços.

Em concreto, explica ainda, “é atualizado e alargado o dever de reporte à informação sobre as comissões exigidas pela inclusão de novos serviços, nomeadamente as comissões associadas às transferências e ao envio de fundos através de aplicações de pagamento”, como o MB Way.

Uma das maiores mudanças diz respeito às transferências imediatas, que permite a transferência de dinheiro de uma conta para a outra em alguns segundos. Estas têm vindo a conquistar terreno às transferências a crédito, que podem demorar dias a serem concretizadas, mas representam uma pequena fatia das transferências realizadas em Portugal.

No início do próximo ano entra em vigor o novo regulamento europeu que vai obrigar os bancos a não cobrarem mais pelas transferências imediatas do que cobram pelas transferências normais, o que poderá mudar os hábitos dos clientes.

Todas as informações divulgadas no Comparador de Comissões – uma ferramenta criada em 2018 – são reportadas pelos próprios bancos, que vão agora ter de prestar mais dados sobre os preços que praticam nas transferências imediatas e transferências MBWay.

Atualmente, o Comparador de Comissões permite comparar preços em serviços como a manutenção da conta, disponibilização de cartões de crédito e de débito, levantamento de numerário, requisição de cheques, transferências a crédito, entre outros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Air France – KLM contrata equipa legal para privatização da TAP

A Air France - KLM contratou a Skadden para a assessoria legal. Diogo Leónidas, da J+Legal, vai liderar a equipa em Portugal que prestará apoio à sociedade americana.

Os grupos interessados na TAP continuam a construir a sua “armada” para disputar a privatização da TAP. A Air France – KLM anunciou a contratação da americana Skadden e da portuguesa J+Legal, avançou o Negócios (acesso pago) e confirmou o ECO. É mais um sinal do forte interesse do grupo franco neerlandês na venda da companhia portuguesa, que tem este mês uma reunião agendada com o Governo.

A Air France-KLM está a trabalhar com as equipas jurídicas da Skadden e da J+Legal na privatização da TAP. Esta combinação assegura o conhecimento da realidade local e ampla experiência em operações internacionais na área financeira e de M&A”, afirma fonte oficial da companhia.

O advogado Diogo Leónidas Rocha, que este ano integrou a divisão de M&A e Financeiro da J+Legal, vai liderar a equipa responsável pela assessoria à Skadden, apurou o ECO.

O grupo neerlandês também já contratou o assessor financeiro, mas a identidade continua reservada. A assessoria de comunicação está a cargo da LLYC, desde o verão do ano passado.

A IAG, dona da British Airways ou Iberia, está a trabalhar com a sociedade de advogados Vieira de Almeida (VdA) e com a H/Advisors CV&A, na assessoria de comunicação. A Lufthansa contratou a assessoria jurídica PLMJ, segundo avançou em janeiro o Jornal Económico.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, revelou quarta-feira em entrevista à SIC Notícias que, depois de reunir com os grupos IAG e Lufthansa, vai este mês auscultar a Air France – KLM sobre o interesse na privatização da TAP.

“Nesta fase estamos a ouvir estes três intervenientes. Já ouvimos a IAG e a Lufthansa. Vamos ouvir a Air France – KLM ainda no decorrer deste mês de outubro. E a partir daí desenharemos a nossa proposta de alienação da empresa”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento no programa Negócios da Semana, transmitido na quarta-feira à noite. O Governo solicitou “novas avaliações” do valor da TAP e está a aguardar o resultado, disse ainda o ministro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Candidata do PSD falha eleição para juíza do Tribunal Constitucional. PS fala em “normalidade democrática”

  • ECO e Lusa
  • 18 Outubro 2024

Maria João Vaz Tomé obteve 76 votos a favor, 86 brancos e 42 nulos, ficando longe dos dois terços necessários para ser eleita. PS alega que juíza não tem o "perfil técnico e ético" adequado ao cargo.

A candidata indicada pelo PSD para juíza do Tribunal Constitucional (TC), Maria João Vaz Tomé, ficou longe dos dois terços de votos necessários para ser eleita, obtendo 76 votos a favor, 86 brancos e 42 nulos.

Esta votação indica também que a candidata escolhida pelo PSD ficou distante do pleno dos deputados que votaram e que fazem parte das bancadas social-democrata, do Chega, do CDS-PP e da Iniciativa Liberal.

O anúncio deste resultado, pelo secretário da mesa da Assembleia da República, o social-democrata Jorge Paulo Oliveira, foi saudado com uma salva de palmas por vários deputados das bancadas da esquerda.

Juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça desde 2018 e com longa carreira na Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto, Maria João Vaz Tomé foi indicada pelo PSD para substituir no TC José Teles Pereira, que terminou o seu mandato em julho passado.

Maria João Vaz Tomé foi ouvida na quinta-feira, ao início da tarde, em sede de Comissão de Assuntos Constitucionais. E após essa audição o Bloco de Esquerda lançou um apelo aos deputados para que a chumbassem por causa das suas posições sobre o aborto. Pouco depois, o PS comunicou que tinha dado indicações aos seus deputados para que não votassem a favor da candidatura da juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça.

Esta manhã, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, ainda pediu aos socialistas para fazerem “uma avaliação justa do percurso e do currículo da candidata” e reverterem a intenção de votar contra. Algo que não veio a acontecer.

“Faz parte da normalidade democrática”, reage o PS

A decisão do grupo parlamentar do PS de não eleger a candidata indicada pelo PSD “é fundamentada e surge na sequência de uma análise criteriosa da audição” da juíza na Comissão de Liberdades, Direitos e Garantias, na Assembleia da República.

“O PS rejeita a afirmação de que esta decisão compromete o normal funcionamento do processo de eleição de um juiz para o TC e de que contribui para o desprestígio das instituições. A rejeição de uma candidatura faz parte da normalidade democrática e do exercício pleno da soberania parlamentar”, referem os socialistas, notando não é a primeira vez que tal sucede.

Para os deputados do PS, “a audição de Maria João Vaz Tomé deixou evidente que o perfil técnico não se adequa ao cargo”. “Embora seja uma magistrada com um currículo respeitável e uma longa carreira no Supremo Tribunal de Justiça, as suas declarações sobre vários temas fundamentais, como a existência do próprio TC, o seu papel na avaliação de políticas públicas, o funcionamento interno do tribunal, o efeito suspensivo dos recursos de constitucionalidade, ou a ponderação de interesses e direitos em conflito, demonstrou falta de pensamento consolidado e algumas contradições, o que levantou sérias preocupações”.

Em comunicado, o grupo parlamentar socialista refere ainda que “a maturidade do Parlamento não se coaduna com a aprovação tácita das personalidades propostas pelos partidos”. A eleição de um juiz para o TC “requer um escrutínio profundo e ponderado, e as audições não podem ser reduzidas a meras formalidades, devendo garantir que os candidatos possuem o perfil adequado, tanto técnico como ético, para desempenharem funções de tamanha responsabilidade”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ricciardi acusa ex-governador do BdP. Carlos Costa disse “que se lixem os lesados” do BES

  • ADVOCATUS e Lusa
  • 18 Outubro 2024

Na continuação da inquirição iniciada na quinta-feira no Juízo Central Criminal de Lisboa, Ricciardi começou a responder às perguntas dos assistentes no julgamento do processo BES/GES.

O ex-presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, contou em tribunal que Ricardo Salgado lhe pediu para “ser solidário com a família” e com a “falsificação das contas” no Grupo Espírito Santo (GES).

Na continuação da inquirição iniciada na quinta-feira no Juízo Central Criminal de Lisboa, Ricciardi começou a responder às perguntas dos assistentes no julgamento do processo BES/GES, revelando um jantar que teve em casa do primo e antigo presidente do BES, em junho de 2014, no qual manifestou estranheza pela “simpatia exagerada” de Ricardo Salgado e da sua mulher, numa fase em já não tinham boas relações e praticamente não se falavam.

Ricciardi, na segunda sessão em que testemunha, acusou o ex-governador do Banco de Portugal (BdP) de ter dado ordens para retirar as provisões, o que impediu o pagamento aos lesados. “O Banco de Portugal e o Dr. Carlos Costa disseram: ‘vamos tomar a conta dos lesados, porque não é uma conta que afete o BES, que se lixem os lesados e vamos deslocar esse dinheiro para os créditos das contas que a gente fez mal no Banco Espírito Santo”.

“Percebi logo que alguma coisa se ia passar. Depois de jantar pediu-me para ir ao escritório dele e aí perguntou-me o que é que eu queria. E eu respondi que queria que o BESI pudesse ter mais capital para se desenvolver”, começou por explicar Ricciardi.

“Disse que ia fazer tudo para que o BESI pudesse ter mais capital. Mas disse que para isso era preciso que eu tivesse, por fim, alguma solidariedade com a família. E eu disse em quê, em relação à falsificação das contas? E ele respondeu que sim. Eu disse-lhe que não”.

José Maria Ricciardi criticou ainda as perguntas dos advogados relativas à teia que Ricardo Salgado terá montado para fazer circular dívida e o conhecimento do seu primo sobre isso. “Eu não estava nestas teias, nestas construções de sociedades”. “O dr. Salgado não falava comigo sobre estes aspetos, não comentava. Parece que estou a ser aqui julgado”.

Já sobre a sua intenção e credibilidade em denunciar o primo, Ricciardi disse que”não desejava nada de mal a Ricardo Salgado”. “Estou a contar o que sei sobre o que se passou. Eu ainda não sabia 5% do que se veio a saber e já estava a dizer ao Governador de Portugal que a governance do BES não era aceitável. As pessoas acreditavam em Ricardo Salgado. Ele tinha uma ascendência muito grande sobre os membros do Conselho Superior”, concluiu.

José Maria Ricciardi, considerou ainda que o banco “era sólido” e lamentou que não tivessem sido concedidos “quatro ou cinco mil milhões” de euros.

“O BES era um banco sólido. Se o BES tivesse ficado cá e não se tivessem posto a fazer resoluções, o BES estava cá. Por isso é que ponho as culpas no Banco de Portugal. Se não se tivesse feito a resolução e se tivesse emprestado quatro ou cinco mil milhões, o BES tinha sobrevivido e hoje era um banco ótimo”, afiançou o banqueiro, em resposta a questões do advogado José António Barreiros, que representa Manuel Fernando Espírito Santo.

Para o ex-presidente do BES, a forma de condução da resolução foi “patética e custou uma fortuna aos contribuintes e aos lesados”, lamentando que se tenha avançado para uma “saída limpa” do programa de resgate financeiro então em aplicação em Portugal e que não se tenha pegado “em quatro ou cinco milhões mil para dar a um banco”.

José Maria Ricciardi assumiu ainda nunca ter confrontado o pai, António Ricciardi, antigo presidente do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (e falecido em 2022), quando descobriu a falsificação das contas na ESI (holding para as áreas financeira e não financeira): “A única coisa que me magoou foi quando em novembro [de 2013] o meu pai votou a favor do Dr. Salgado e contra mim”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cortes do BCE vão “normalizar” lucros da banca, mas “não há espaço para subir comissões”, diz CEO do BPI

Forte concorrência no setor não deixa espaço para os bancos aumentarem comissões para combater quedas nos lucros após cortes de juros pelo BCE, diz ao ECO João Pedro Oliveira e Costa.

Os lucros “momentâneos”, e não “excessivos”, dos bancos numa altura de taxas de juro elevadas vão inevitavelmente “normalizar” com a inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), mas num ambiente altamente competitivo a solução para manter rentabilidade não pode passar pelo aumento de comissões, diz João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI.

“Não há espaço para [aumentar] comissões. Não só a concorrência entre os bancos é muito feroz, mas com os novos entrantes, não vejo possibilidade de aumentar comissões”, vinca o gestor, em declarações ao ECO. “Sinceramente, nós [BPI] não vamos seguir essa estratégia e aconselharia vivamente a não seguir essa estratégia”.

João Pedro Oliveira e Costa adianta que no banco controlado pelo catalão Caixabank poderá eventualmente até “haver alguns casos em que vamos ter mesmo de rever algumas tabelas de algum de alguns serviços“.

O CEO do BPI falava à margem de um evento de um evento da IBM em Lisboa na quinta-feira após o BCE ter anunciado um corte de 25 pontos base nas taxas de juro, o segundo em dois meses e que vai pressionar os lucros dos bancos.

“Claramente vai acontecer aquilo que nós temos vindo a dizer que haveria de acontecer, ou seja, tivemos um período muito largo de taxas de juro negativas, onde a rentabilidade de capitais próprios era muito baixa e extraordinariamente baixa comparando com qualquer setor”, recorda. “Depois assistimos nos últimos três anos, a uma valorização maior das carteiras, nomeadamente das carteiras de crédito, através da margem financeira e agora vamos assistir novamente a uma baixa dessa mesma, nessa mesma dimensão“.

“Acredito que a margem financeira dos bancos, é inevitável, não há hipótese, vai acabar por baixar”, sublinha.

Quando se fala em lucros excessivos, eu acho que são lucros momentâneos que vão acabar por ser normalizados para valores mais baixos.

João Pedro Oliveira e Costa

CEO do BPI

Explica que se olharmos numa visão longa, para os últimos dez ou 15 anos, podemos ver “uma certa normalização” daquilo que deverá ser dos resultados dos bancos. “No entanto, os bancos vão continuar, felizmente, depois da grande limpeza que tiveram, da grande eficiência que fizeram, a ter rentabilidades mais de acordo com aquilo que é a exigência do retorno de capital agora do que aquilo que foi no período anterior, mas mais baixo do que nós estamos a verificar agora”.

Segundo o CEO do BPI, “por isso quando se fala em lucros excessivos , eu acho que são lucros momentâneos que vão acabar por ser normalizados para valores mais baixos”.

BCE reagiu “um bocadinho tarde”

João Pedro Oliveira e Costa explica a decisão do BCE com o facto de a inflação estar a descer mais do que esperado, mas também com sinais de forte abrandamento de crescimento económico no centro da Europa, nomeadamente na Alemanha.

“E, por isso, eu vejo isto como uma tentativa de criar um estímulo para que a economia europeia crie algum fôlego para voltar a crescer”, diz ainda. “Acho que é importante perceber que o BCE, obviamente sendo um banco central, tem a sua autonomia, mas no meu ponto de vista, reage um bocadinho tarde, tal e qual como da última vez, também subiu as taxas de juro um bocadinho tarde“.

Questionado sobre a causa desse atraso nas descidas, responde: “há uma certa prudência”.

“Temos de ver também que as instituições são feitas por pessoas e há uma visão mais ortodoxa da evolução da inflação, está se muito centrado no tema da inflação, que eu percebo que seja um dos fatores a controlar, mas neste momento, o problema é que nós vivemos num mundo global, onde temos uma Europa envelhecida, com uma capacidade de inovação mais baixa que os seus principais blocos concorrentes, nomeadamente os Estados Unidos e a China“, frisa.

“Claramente temos que ser muito mais competitivos e muito mais ágeis, e vemos nos Estados Unidos, por exemplo, a Reserva Federal é muito mais rápida na reação nas decisões de subidas e descidas de taxas, e esse tipo de intervenção é que era necessário e importante”, adianta.

Para o CEO, a principal mensagem, “que é um forte alívio, vai ser já, está a começar a ser um forte alívio para as famílias e para as empresas“, disse.

“A minha expectativa é que as taxas de juro vão se centrar no próximo ano nos 2%, já se aproximam dos 3% claramente, as Euribor mais longas já passaram claramente abaixo dos 3% nos 12 meses, abaixo dos 2,70”, frisa. “Por isso iremos continuar a sentir esse alívio e acho que são boas notícias para as famílias”.

Na impossibilidade de os bancos aumentarem comissão, a concorrência terá de ser feita no campo da qualidade. “Onde temos que trabalhar na qualidade de serviço, numa maior capacidade de atendimento do cliente com valor acrescentado e isso fazer com que nós ganhamos quota de mercado, é a única hipótese que eu vejo num mercado tão concorrencial, tão evoluído, porque a verdade é que o sistema financeiro português, felizmente, é bastante evoluído”, conclui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Índices para revisão de preços nas empreitadas estabilizam

  • ECO
  • 18 Outubro 2024

Entre os materiais que mais subiram de custo, face a julho, estão os ladrilhos de cortiça que se destacam com uma subida de 6,7%. Já os que mais descem é o o gasóleo e fio de cobre.

Os índices de custos de materiais e de equipamentos de apoio, indicadores usados para refletir a variação dos custos numa empreitada, desceram 0,8% em agosto face ao mês anterior, segundo um aviso publicado esta sexta-feira em Diário da República. Mas quando a comparação é feita em termos homólogos a descida foi de apenas 0,03%.

Para “dotar o setor das obras públicas de dados atualizados acerca da evolução dos custos submetidos a revisão de preços”, são publicados os valores dos índices de materiais e equipamentos de apoio, relativos ao mês de agosto, fixados através da aprovação do Conselho Diretivo do IMPIC, I.P, explica o aviso.

Entre os materiais que mais subiram de custo, face a julho, estão os ladrilhos de cortiça que se destacam com uma subida de 6,7% para 337, mas também o aço para betão armado (2,8%), rede eletrossoldada (2,6%) e ladrilho de calcário e granito (2,2%).

Em sentido oposto, entre os materiais que mais desceram de custo, destacam-se o gasóleo que desceu 2,7% para 340,8, o fio de cobre nu e revestido que desceram 2,6 e 2,58%, respetivamente, para 337 e 336,3.

O índice de equipamentos de apoio subiu muito ligeiramente (0,1) em agosto, passando para 135,4.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BBC quer extinguir 155 postos de trabalho. Objetivo é economizar 24 milhões de libras 

  • + M
  • 18 Outubro 2024

"Com os custos com pessoal a representarem 75% do nosso orçamento geral, lamento dizer que a extinção de empregos é inevitável", disse a CEO da BBC News num email aos trabalhadores.

A BBC anunciou a intenção de cortar 155 postos de trabalho no seu serviço de notícias (BBC News). O corte abrangerá 130 jornalistas e 25 profissionais de áreas mais técnicos e o objetivo passa por economizar 24 milhões de libras (cerca de 28,7 milhões de euros).

A poupança de 24 milhões de libras representa 4% do orçamento que a BBC aloca ao seu serviço de notícias, e faz parte de um esforço maior da estação que, no seu conjunto, pretende conseguir poupar 700 milhões de libras (cerca de 838 milhões de euros) por ano.

A notícia foi dada pela CEO da BBC News, Deborah Turness, que anunciou aos trabalhadores através de um email que a empresa tem como objetivo cortar um total de 185 empregos e abrir 55 novas vagas – o que se traduz numa extinção de 130 postos de trabalho. No entanto, prevê-se um corte ainda mais amplo entre os trabalhadores da BBC, uma vez que o objetivo passa por cortar 500 empregos até março de 2026, refere o The Guardian.

No email, Turness referia ainda que a BBC tinha “trabalhado arduamente para encontrar outras formas de economizar recursos que não exigissem a extinção de postos de trabalho”. Na verdade, “mais de 40% do que vai ser poupado advém de medidas que não estão relacionadas com postos de trabalho, incluindo reduções de gastos com contratos, fornecedores, distribuição e prédios físicos”, avançou.

Mas com os custos com pessoal a representarem 75% do nosso orçamento geral, lamento dizer que a extinção de empregos é inevitável“, acrescentou. No entanto, a CEO da BBC News garantiu que mesmo com os cortes, o departamento “vai continuar muito bem equipado em comparação aos concorrentes”.

Um porta-voz da BBC, citado pelo The Guardian, disse que a empresa estava comprometida no apoio a todas as equipas afetadas. “Temos um bom histórico de realocação de pessoas que desejam permanecer na BBC e vamos analisar oportunidades para realocar estas pessoas“, disse.

Recentemente o diretor-geral da BBC, Tim Davie, defendeu que a China e a Federação Russa “estão a ganhar” com os cortes orçamentais que obrigaram a BBC a reduzir o seu serviço internacional, para avançarem com uma “propaganda incontestada”.

“Podemos constatar que quando o Serviço Internacional [da BBC] se retira, os operadores mediáticos financiados por Estados aproveitam para ocupar o terreno“, acrescentou, referindo-se à estação russa RT, disponível em Inglês, Árabe e Castelhano, e à chinesa CGTN.

Durante anos, a BBC foi financiada por subvenções do Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo britânico. Mas depois de 2014 passou a ser financiada por uma contribuição audiovisual paga pelas famílias. Em 2022, o grupo anunciou o encerramento dos seus serviços em Árabe e Persa, bem como centenas de despedimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor caem. Taxa a seis meses desce para um novo mínimo desde março de 2023

  • Lusa
  • 18 Outubro 2024

Esta sexta-feira, as taxas Euribor caíram em todos os prazos: a três meses para 3,201%, a seis meses para 3,028% e a 12 meses para 2,709%.

A Euribor desceu esta sexta-feira a três, a seis e a 12 meses, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter cortado as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano e a segunda consecutiva. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 3,201%, continuou acima da taxa a seis meses (3,028%) e da taxa a 12 meses (2,709%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, baixou para 3,028%, menos 0,008 pontos e um novo mínimo desde 16 de março de 2023.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também recuou esta sexta-feira, para 2,709%, menos 0,008 pontos do que na quinta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 3,201%, menos 0,018 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto mostram que a Euribor a seis meses representava 37,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,2% e 25,8%, respetivamente.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

O BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto. Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem agendada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro. Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não nos surpreende que seja o PS a suportar o Governo”, diz Ventura

Ventura mantém voto contra do Chega ao OE 2025, argumentando que a proposta do Governo é da autoria de um "bloco central", algo com o qual o partido não se revê.

O líder do Chega admite não estar “surpreendido” que o PS tenha anunciado viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), argumentando que a proposta do Governo, entregue na semana passada à Assembleia da República (AR), tem tanto de medidas do PSD como do PS.

Não nos surpreende que seja o PS a assumir o encargo da governação, a suportar o Governo e a permitir este orçamento de bloco central“, afirmou André Ventura esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas nos Passos Perdidos da AR. “Sempre ficou muito claro que este orçamento iria dar com uma mão e tirar com a outra. É um típico orçamento socialista”, criticou.

Aos olhos do líder do partido, “depois de muita encenação” protagonizada pelo secretário-geral socialista Pedro Nuno Santos ao longo da última semana, “faz todo o sentido” que, no final, a proposta do Governo para o OE 2025 conte com o apoio dos socialistas. “[O PS] é o parceiro de Montenegro”, atira.

Esta quinta-feira, o líder do PS anunciou que vai propor à Comissão Política Nacional que o partido se abstenha na votação do OE 2025, tanto na generalidade como na votação final global, permitindo assim que a proposta do Governo seja viabilizada mesmo com o voto contra do Chega. André Ventura garante que a posição do partido se manterá firme até à votação final global, em novembro, frisando que o partido está indisponível “para manter um orçamento igual ou parecido ao do PS”.

“Não sei, à hora em que estamos, se anunciar [o nosso] vota contra levou o PS a decidir diferente. A história não saberá, mas nós mantivemos o que tínhamos dito”, acrescentou ainda André Ventura, evitando recordar que, a 8 de outubro, dois dias antes da entrega do OE 2025, o partido se tinha disponibilizado para viabilizar o documento em caso de chumbo por parte do PS para “evitar uma crise política”. Depois disso, a 16 de outubro, já com a proposta apresentada pelo Governo, André Ventura anunciou o voto contra do Chega.

“Fora o PS e o PSD, o Chega é o maior partido desta Assembleia. Anunciou o seu voto contra precisamente porque este orçamento não respondia ao que as pessoas precisavam e era igualzinho ao que faria António Costa se estivesse a governar”, garante o líder do Chega.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fábrica de calçado Sinovir fecha e deixa 80 pessoas sem emprego em Famalicão

  • Lusa
  • 18 Outubro 2024

Empresa alegou que começou a sentir dificuldades depois da pandemia e acabou por pedir insolvência em setembro deste ano. Sindicato diz que a Sinovir “deixou tudo pago” aos trabalhadores.

A fábrica de calçado Sinovir, em Novais, Vila Nova de Famalicão, fechou portas, deixando cerca de 80 trabalhadores no desemprego, disse esta sexta-feira fonte sindical à Lusa.

Segundo Aida Sá, do Sindicato do Calçado, Malas e Afins, Componentes, Formas e Curtumes do Minho e Trás-os-Montes, a empresa alegou que começou a sentir dificuldades depois da pandemia de Covid-19, com consequente quebra de encomendas.

“Acabou por pedir a insolvência e fechou portas no final de setembro”, referiu.

A sindicalista sublinhou que a empresa “deixou tudo pago” aos trabalhadores.

“Não há nada em atraso”, apontou.

Os trabalhadores aguardam agora que lhes seja facultada a documentação necessária para poderem pedir o subsídio de desemprego.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Supremo corrige valores a pagar pelo ex-autarca Pedrógão Grande

  • Lusa
  • 18 Outubro 2024

Os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que alastraram a concelhos vizinhos, provocaram 66 mortos e mais de 250 feridos.

O Supremo Tribunal de Justiça decidiu corrigir os valores por danos patrimoniais a pagar pelos antigos presidente da Câmara de Pedrógão Grande Valdemar Alves e vice-presidente Bruno Gomes, após “erro de cálculo” no acórdão da Relação de Coimbra.

“Face aos valores constantes da factualidade, é manifesto que estamos perante um erro de cálculo, que poderá ser corrigido nos termos do referido normativo legal, sem que importe modificação essencial, atendendo a que é o que resulta do texto do acórdão e dos factos provados”, lê-se no acórdão do Supremo Tribunal de Justiça.

Os antigos presidente e vice-presidente, bem como dois outros arguidos terão de pagar à Fundação Calouste Gulbenkian (FCG)/ União das Misericórdias Portuguesas (UMP), a título de danos patrimoniais causados, e de forma solidária, a quantia total de 143.683,48 euros, em vez de 147.686,89 euros.

O Supremo Tribunal de Justiça concedeu ainda parcial provimento aos recursos, reduzindo para 131.096,35 euros a quantia que Valdemar Alves, Bruno Gomes e outra arguida terão de pagar à UMP/FCG, a título de danos patrimoniais causados, e de forma solidária.

No início de fevereiro, o Tribunal da Relação de Coimbra decidiu reduzir a pena de prisão do antigo presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, de sete para cinco anos de prisão, sendo esta suspensa na sua execução pelo mesmo período.

Em segunda instância, Valdemar Alves foi condenado pela prática de um crime de prevaricação sob a forma continuada e um crime de burla qualificada sob a forma continuada, perfazendo uma pena única de cinco anos de prisão, suspensa na sua execução pelo mesmo período.

A decisão foi tomada no âmbito do recurso ao acórdão da primeira instância que condenou, há mais de dois anos, o autarca e outros 13 arguidos em processo relacionado com a reconstrução de casas após os incêndios de junho de 2017, em Pedrógão Grande.

Na altura, Valdemar Alves tinha sido condenado à pena única de sete anos de prisão, tendo sido considerado provada a prática de 13 crimes de prevaricação de titular de cargo político e 13 crimes de burla qualificada, três na forma tentada.

Também o antigo vice-presidente, Bruno Gomes, viu a sua pena reduzida de seis para quatro anos de prisão, suspensa na sua execução pelo período de cinco anos, pela prática de um crime continuado de prevaricação e de um crime continuado de burla qualificada.

Em primeira instância, o antigo vice-presidente do município tinha sido condenado a seis anos de prisão pela prática de 11 crimes de prevaricação de titular de cargo político e 13 crimes de burla qualificada, três na forma tentada.

O Tribunal da Relação de Coimbra decidiu manter as penas aplicadas em primeira instância aos restantes 12 arguidos que tinham sido condenados.

Estes arguidos eram requerentes da reconstrução de imóveis como se de primeira habitação se tratasse ou familiares seus, tendo sido condenados a penas de prisão, entre um ano e seis meses e dois anos e nove meses, suspensas na sua execução.

Foram ainda julgados parcialmente procedentes os recursos interpostos pelas demandantes civis União das Misericórdias Portuguesas e Fundação Calouste Gulbenkian.

Em consequência, foram condenados uma das requerentes da reconstrução de imóveis, bem como o antigo vice e antigo presidente, ao pagamento de uma quantia de cerca de 43 mil euros.

Os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que alastraram a concelhos vizinhos, provocaram 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, e destruíram meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Excedente externo aumenta 73% para 6,9 mil milhões de euros

O forte impulso da capacidade de financiamento da economia nacional até agosto foi potenciado pela diminuição do défice da balança de bens, mas sobretudo pelo aumento do turismo.

A economia nacional demonstrou um forte desempenho nos primeiros oito meses de 2024, com a capacidade de financiamento a atingir os 6,9 mil milhões de euros, cerca de 73% acima dos quatro mil milhões de euros registados em igual período do ano passado, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

Este resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho positivo da balança de bens e serviços. Segundo os números do Banco de Portugal, “até agosto de 2024, o excedente da balança de bens e serviços aumentou 1,8 mil milhões de euros em relação ao mesmo período de 2023”.

O setor do turismo continua a ser um dos principais motores deste crescimento, com as receitas a manterem uma trajetória ascendente. A recuperação do setor após a pandemia tem sido grande, contribuindo significativamente para o saldo positivo da balança de serviços.

Além disso, registou-se também uma melhoria na balança de rendimentos primários, que inclui juros, dividendos e lucros. O Banco de Portugal destaca que “o défice da balança de rendimento primário diminuiu 0,9 mil milhões de euros”, refletindo uma gestão mais eficiente dos fluxos financeiros com o exterior.

Os dados do Banco de Portugal referentes aos fluxos financeiros revelam ainda que “até agosto de 2024, a economia portuguesa investiu 19,5 mil milhões de euros em ativos financeiros externos e obteve 12,3 mil milhões de financiamento junto de não residentes”.

Este aumento de ativos sobre o exterior resultou, “maioritariamente do investimento de bancos e das administrações públicas em títulos de dívida emitidos por não residentes (8.205 e 2.732 milhões de euros, respetivamente), do acréscimo dos empréstimos concedidos por sociedades não financeiras a entidades intragrupo não residentes (2.648 milhões de euros) e do aumento de ativos em numerário e depósitos do banco central (1403 milhões de euros)”, lê-se no comunicado do Banco de Portugal.

A melhoria da posição externa da economia portuguesa é um sinal positivo para a sua resiliência e competitividade, indicando que o país está a gerar recursos suficientes para cobrir as suas necessidades de investimento e ainda acumular ativos no exterior.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.