Os candidatos a IPO registam resultados recorde em 2023 e crescem a um ritmo duas vezes superior ao do Ibex-35

  • Servimedia
  • 12 Junho 2024

Após o sucesso da IPO da Puig, a Europastry, a Tendam e a Cirsa são os próximos candidatos a dar o salto para a bolsa após anos de pouco movimento, com as suas contas a mostrar resultados históricos.

Durante 2023, estas três empresas aumentaram as suas vendas agregadas em 15%, bem acima do crescimento de 6% dos componentes do Ibex-35.

O resultado operacional (Ebitda) destas três empresas cresceu 15,7% no ano passado. Um valor que contrasta com a queda de 7,5% das empresas não financeiras do índice seletivo (nem os bancos nem as seguradoras apresentam esta linha nos seus resultados) em relação ao máximo histórico de 2022.

Entre as empresas candidatas à entrada em bolsa nos próximos meses, a Europastry foi a que registou o maior crescimento, aumentando as suas vendas em 20% para 1.347 milhões de euros, o que representa o nível mais elevado da sua história. O Ebitda situou-se em 205 milhões de euros.

No ano passado, a Europastry prosseguiu a sua sólida política de investimentos para continuar a crescer organicamente. Em 2023, investiu 64 milhões de euros em novas capacidades de produção, elevando o seu investimento total nos últimos cinco anos para 355 milhões de euros.

Esta política, juntamente com a estratégia de combinar o crescimento orgânico com aquisições estratégicas, permitiu à empresa “manter um crescimento sustentado e rentável nos últimos anos”. Assim, na última década, a empresa aumentou as suas vendas e o seu ebitda a uma taxa anualizada de cerca de 13%.

Por seu lado, a Cirsa fechou 2023 com receitas recorde de 2.396 milhões de euros, mais 17,5% do que em 2022. Entretanto, o seu EBITDA situou-se em 630 milhões de euros, 14% acima do ano passado, superando as suas próprias previsões de um intervalo entre 615 e 625 milhões de euros.

De acordo com Joaquim Agut, Presidente Executivo do Grupo CIRSA, após a apresentação das suas contas, “a evolução favorável dos nossos resultados é consequência da execução disciplinada do nosso plano estratégico, focando-nos nos negócios e geografias onde operamos com posições de liderança”.

Por último, a Tendam apresentou na semana passada os resultados do seu exercício fiscal (terminado a 29 de fevereiro), com um aumento das vendas de 6,5% para 1,288 mil milhões de euros, o que constitui igualmente um máximo histórico. Entretanto, o EBITDA situou-se em 313 milhões de euros, 10% acima do ano anterior.

Na sua declaração de resultados, a empresa têxtil afirma que, para acelerar este crescimento, “a empresa continua a avaliar possíveis alternativas estratégicas, incluindo uma possível oferta pública de ações num mercado regulamentado”.

 

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O dia em direto nos mercados e na economia – 12 de junho

  • ECO
  • 12 Junho 2024

Ao longo desta quarta-feira, 12 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Os espanhóis continuam a preferir os conteúdos dobrados à versão original ou às legendas

  • Servimedia
  • 12 Junho 2024

Os utilizadores de plataformas digitais preferem desfrutar das suas séries ou filmes favoritos na sua própria língua. O mercado da dobragem registou um crescimento significativo nos últimos anos.

No dia 12 de junho celebra-se o Dia Internacional da Dobragem, uma data dedicada a reconhecer e homenagear os profissionais que dão voz a diversas personagens nas produções audiovisuais. Em Espanha, existe uma grande tradição e um enorme respeito pelos atores que, ao longo dos anos, deram voz a algumas das figuras mais proeminentes do cinema e das séries televisivas.

A Barlovento Comunicación publicou um relatório no final de 2023 que destaca a crescente procura de conteúdos audiovisuais, impulsionada pela proliferação de plataformas digitais que oferecem uma enorme quantidade de opções aos espetadores.

O relatório destaca alguns dados, como os relacionados com o consumo através de fornecedores de conteúdos. 77,6% dos espanhóis têm uma subscrição paga, sendo que 92,9% dos jovens entre os 18 e os 24 anos pagam pelo menos um serviço de streaming. A despesa média mensal é de 38 euros. Relativamente aos fornecedores de conteúdos mais populares, o Amazon Prime Video é escolhido por 53% da população, seguido do Netflix (46,1%), Disney+ (31%) e HBO Max (23,5%).

De acordo com dados publicados pela Netflix, 90% dos espanhóis preferem consumir conteúdos em espanhol, seja através de dobragem ou legendas. Esta preferência por conteúdos na sua língua materna reflete-se no elevado número de produções dobradas disponíveis nas plataformas de streaming e na televisão.

A indústria da dobragem em Espanha é uma das mais prestigiadas e desenvolvidas do mundo. O aumento da produção de conteúdos fez aumentar a procura de talentos de dobragem. De acordo com a Digital Agency Network, o trabalho de dobragem cresceu 13% entre 2020 e 2021, e espera-se que continue a crescer a uma taxa anual de 15% nos próximos anos. Além disso, a mesma fonte indica que atividades como os audiolivros poderão gerar cerca de 19,4 mil milhões de dólares em receitas até 2027, contra 1,3 mil milhões de dólares em 2020.

Trata-se de um setor consolidado, com bases sólidas e um número notável de profissionais do setor, com mais de 8.000 pessoas envolvidas neste tipo de processo.

INOVAÇÃO

A TransPerfect, o maior fornecedor mundial de soluções linguísticas e tecnológicas para o comércio global, registou um crescimento significativo na sua divisão de dobragem, denominada TransPerfect Media. Jacques Barreau, vice-presidente de média e entretenimento interativo, afirma que a empresa investiu em tecnologia de ponta e treinamento de pessoal para atender à crescente demanda do mercado. Este investimento permitiu à empresa oferecer serviços de dobragem de alta qualidade a uma vasta gama de clientes, desde empresas de produção cinematográfica a plataformas de streaming.

“A Espanha é um dos quatro países históricos da dobragem, juntamente com a França, a Alemanha e a Itália. A TransPerfect deve continuar esta tradição, mas também melhorar os processos atuais que sempre foram aplicados. As nossas ferramentas internas, como o StudioNEXT, que utiliza uma banda rítmica digital, tornam a sincronização labial mais precisa e estão a conduzir a dobragem espanhola para o século XXI”, afirma Barreau.

O consumo de conteúdos audiovisuais dobrados e legendados em Espanha está em constante crescimento, impulsionado pela preferência dos espetadores por conteúdos na sua língua materna e pela expansão das plataformas digitais. A indústria da dobragem em Espanha continua a reforçar-se, com uma procura crescente e uma maior profissionalização do setor, garantindo que as vozes espanholas continuem a ressoar em todos os tipos de produções audiovisuais.

 

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 12 Junho 2024

Ministra da Saúde volta ao Parlamento para explicar plano de emergência e INE divulga dados da construção. Lá fora, Reserva Federal decide sobre taxas de juro e a OCDE revela dados do PIB do G20.

No mesmo dia da audição da ministra da Saúde no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre Plano de Emergência para o SNS, o INE divulga dados dos setores da construção e serviços. Lá fora, a Reserva Federal dos Estados Unidos da América vai apresentar o sumário das projeções económicas, começa o Fórum de Lideres Mundiais da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento e a OCDE vai revelar os resultados do crescimento Produto Interno Bruto (PIB) das 20 principais economias do mundo (G20).

Ministra da Saúde ouvida no Parlamento

Decorre esta quarta-feira na Assembleia da República, a partir das 9h00, a audição da ministra de Saúde, Ana Paula Martins, a requerimento do PSD e na Comissão da Saúde, para prestar esclarecimentos sobre Plano de Emergência para o SNS. No mesmo dia realiza-se ainda uma audição à ANACOM.

Reserva Federal discute corte nos juros

O Comité de Política Monetária da Reserva Federal (Fed) vai reunir-se esta tarde, seguindo-se a conferência de imprensa e a apresentação do sumário das projeções económicas. Horas depois da divulgação do índice CPI (Índice de Preços do Consumidor) pelo Departamento do Trabalho dos EUA.

Fórum de Líderes Mundiais da ONU

Esta quarta-feira é o primeiro dia do Fórum de Lideres Mundiais da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD mudou a designação este ano para ‘ONU Comércio e Desenvolvimento) que decorrerá até 14 de junho. Contará com a presença do secretário-geral da ONU, chefes de Estado, economista e prémios Nobel.

Como evolui a construção em Portugal?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar dados da construção relativos às obras licenciadas e concluídas no primeiro trimestre deste ano. Assim como os índices de Produção, Emprego, Remunerações na construção e os índices de Volume de Negócios Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços relativos a abril. Também chegam dados da União Europeia, com a Eurostat a divulgar o relatório relativo às condições de vida na Europa – pobreza e exclusão social em 2023 e ao consumo de energia relativo a março deste ano.

OCDE revela dados do PIB das 20 maiores economias do mundo

A OCDE vai revelar os resultados do crescimento Produto Interno Bruto (PIB) das 20 principais economias do mundo (G20). Os dados divulgados relativos ao último trimestre de 2023 mostraram que as economias dos G20 cresceram 0,7% face ao trimestre anterior, mas registou-se um abrandamento no crescimento face ao terceiro trimestre de 2023.

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Brasileiro Watch vai abrir hub de streaming em Portugal

Lisboa será a sede internacional da empresa de Curitiba, que no ano passado teve uma faturação de cerca de 18 milhões de euros. Portugal irá acolher um grupo de até 30 pessoas.

Maurício Almeida, fundador da Watch e chairman da Watch Labs.

O serviço de streaming brasileiro Watch está apostado na sua internacionalização e planeia a abertura de um hub da spin-off Watch Labs em Portugal até ao final do ano. “A projeção é chegar a dezembro de 2025 com uma equipa entre 20 e 30 pessoas”, refere a empresa.

Com origem em Curitiba, a empresa — que já levantou cerca de 40 milhões de reais (cerca de 7 milhões de euros) — apostou na entrada em Portugal através da Watch Labs, no seu caminho de internacionalização.

“Portugal e Lisboa sempre estiveram no topo de nossa lista para a criação de nossa sede internacional. O Maurício Almeida, fundador da Watch e chairman da Watch Labs, é cidadão português, eu morei em Lisboa em 2001/02, e isso fez-nos acompanhar de perto do desenvolvimento e o crescimento do ecossistema. O facto de Lisboa ser uma cidade global, ter holofotes sobre ela, contar com uma multiculturalidade representativa e ter uma posição geográfica estratégica foi determinante para sua escolha como a nossa porta de entrada ao mercado internacional“, adianta Fhabyo Matesick, CMO da Watch Labs e responsável pela operação em Portugal, em declarações ao ECO.

Queremos que a Watch Labs seja uma empresa portuguesa a se tornar referência global quando o assunto é streaming. O nosso objetivo é trazer luz para esse tema e mostrar, com exemplos práticos e disseminando conhecimento, o potencial que o streaming está a trazer para os mais variados segmentos de negócios. Uma prova disso é nosso movimento de integração ao ecossistema, com parcerias como a Red Bridge e o apoio da Unicorn Factory na montagem do nosso hub de streaming“, revela.

Lisboa sede para mercado internacional

A empresa ambiciona ter mais do que “apenas um escritório em Lisboa”. “Queremos que nossa sede seja um hub de streaming, um local vamos mostrar como funciona cada etapa do processo, qual a tecnologia envolvida, workshops com nossos líderes de tech e produtos vindos do Brasil, gravação de podcasts, enfim um local onde se respire o streaming“, reforça Fhabyo Matesick.

“Temos também o objetivo de firmar parcerias com universidades para inserir a temática do streaming em disciplinas técnicas e também de negócios. A ideia é ter cada vez mais uma equipa em Lisboa, com talentos locais que pensem global, inicialmente com uma equipe de projetos, depois comercial e aí técnico. A projeção é chegar a dezembro de 2025 com uma equipa entre 20 e 30 pessoas“, estima o CMO.

O objetivo é ter o hub “montado até o final deste ano”. “Ainda não sabemos exatamente onde instalaremos, vimos os espaços do Sitio Sete Rios e Sitio São João, por indicação da Unicorn Factory”, entidade com a qual a Watch Labs mantém uma parceria “informal”. “Têm-nos ajudado muito a conectar-nos com o ecossistema e auxiliado na busca de espaços para o Hub de Streaming”, refere Fhabyo Matesick.

Fhabyo Matesick, CMO da Watch Labs e responsável pela operação em Portugal

A empresa entra no país através da Watch Labs. “Uma spin-off focada em vender globalmente toda a tecnologia que a Watch BR usa e testa diariamente com seus milhares de clientes, com um portefólio end-to-end composto por produtos próprios, como Encoders & Transcoders, CMS e Frontend, combinado com soluções da AWS, Kaltura, Akamai, Adyen, NPAW, entre outros”, descreve o responsável para o mercado português.

“Temos um portefólio que oferece serviços e produtos para todas as etapas de uma transmissão de streaming. Porém, sabemos que é um processo estruturado e substituir todas as engrenagens é algo improvável. Por isso, vamos para no mercado com produtos de altíssimo valor agregado e um preço muito competitivo, como nossos Encoders Meeva, o transcorrer Metaflow e as soluções 360º WLSport e WLLive”, descreve.

“Quanto ao Meeva e Metaflow, são produtos que, por serem nossos e testados em clientes como Globo e CNN e garagem uma economia de até 35%, terão boa entrada o mercado português e Europeu. Quanto as soluções WL_Sports e WL_Live, por se tratar de uma solução completa, que vai desde a codificação do sinal até o app na TV ou mobile do espectador, passando por ferramentas de análises de dados, billing e recomendação de conteúdo, abrir-nos-ão portas para ajudar negócios por meio do streaming, gerando mais receita e uma experiência única para o utilizador”, considera Fhabyo Matesick.

No ano passado, a WatchBR gerou um volume de negócios de 100 milhões de reais (cerca de 18 milhões de euros), estando a investir este ano um milhão de euros nos mercado português, brasileiro e norte-americano.

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Reserva federal americana ainda sem confiança para começar a baixar juros

Persistência da inflação em níveis elevados e evolução ainda robusta da economia deve adiar primeiro corte de juros do banco central dos Estados Unidos para setembro.

Na conferência de imprensa após a reunião de política monetária de 1 de maio, o presidente da Reserva Federal (Fed) vincou que o banco central dos Estados Unidos não tinha ainda a confiança necessária para iniciar o ciclo de corte de juros. Os indicadores económicos divulgados desde então não alteraram este cenário, pelo que Jerome Powell deverá repetir este discurso após o encontro desta quarta-feira.

O Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês), órgão que define as taxas de juro nos Estados Unidos, vai deixar as Fed Funds no intervalo de 5,25%-5,5%, o que representa o nível mais elevado desde 2001. Esta decisão, que será anunciada às 19:00 (hora de Lisboa), é vista como unânime entre economistas e investidores, contrastando fortemente com aquelas que eram as perspetivas no início do ano.

Embalados pelo otimismo da Fed com o alívio da inflação na reta final de 2023, os mercados arrancaram este ano a estimar um total de seis cortes de juros em 2024, uma perspetiva que está atualmente desfasada da realidade. A culpa é da inflação, que surpreendeu com uma trajetória ascendente nos primeiros três meses do ano. Excluindo alimentos e energia (inflação subjacente), os preços subiram a um ritmo anualizado de 4,5% no primeiro trimestre, totalmente incompatível com o alívio da política monetária.

A inflação regressou em abril a uma trajetória descendente, mas ainda a um ritmo que coloca em causa o rumo em direção à meta dos 2%. O índice de preços no consumidor subiu a um ritmo anual de 3,4%, sendo que o indicador subjacente baixou duas décimas para 3,6%. Os números de maio serão publicados esta tarde, mas as estimativas dos economistas apontam para uma estabilização, pelo que não colocará em causa o discurso que será adotado pela Fed após anunciar mais uma manutenção de juros.

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Na frente dos indicadores de atividade económica os últimos sinais têm sido mistos. O crescimento do PIB no primeiro trimestre foi revisto em baixa para 1,5%, as vendas a retalho travaram o crescimento e a indústria continua débil, apontando para um abrandamento da maior economia do mundo. Contudo, os números do emprego revelados na sexta-feira (foram criados mais de 270 mil postos de trabalho em maio) deixam evidente que o mercado de trabalho continua robusto e será um risco a Fed contar com o arrefecimento da economia para conter a subida dos preços.

Primeiro corte em setembro?

Perante esta incerteza com o rumo da inflação e dos indicadores de atividade económica nos próximos meses, as expectativas apontam para que a Fed não efetue alterações significativas no seu discurso, vincando que não deverá ser necessário agravar os juros, mas também que as taxas deverão continuar em máximos por mais tempo.

Ainda assim, esta não deixa de ser uma reunião importante, sobretudo porque a Fed vai efetuar a atualização trimestral das projeções macroeconómicas, onde constam as estimativas dos responsáveis do banco central para a evolução das taxas de juro. O Summary of Economic Projections (SEP) inclui o “dot plot”, o gráfico onde estão marcados os pontos médios estimados pelos membros do FOMC para os juros no final de 2024 e 2025.

Em março, o “dot plot” apontava para três descidas de juros este ano, sendo agora altamente expectável que esta previsão seja revista em baixa. A dúvida está sobretudo em saber se a Fed irá sinalizar dois cortes em 2024, apenas um, ou mesmo nenhum. Os economistas estão divididos, com 41% dos inquiridos num sondagem da Bloomberg a estimarem que a Fed sinalize dois cortes, enquanto uma percentagem idêntica espera apenas uma redução, ou mesmo nenhuma.

A mesma sondagem aponta para que a Fed reveja em ligeira alta a estimativa para a inflação deste ano (2,5%), mantendo a estimativa para o crescimento do PIB (2,1%) e taxa de desemprego (4%). Previsões que batem certo com o prolongamento da política monetária restritiva mais alguns meses.

Apesar da incerteza, existe um consenso mais forte de que a Fed terá margem de manobra para iniciar este ano o ciclo de corte de juros. “Continuamos confortáveis ​​com as nossas principais previsões económicas de que o crescimento do PIB vai superar as expectativas este ano, o mercado de trabalho permanecerá forte e o excesso de inflação acabará por ser revertido sem necessidade de enfraquecer a economia”, comentam os economistas do Goldman Sachs.

Este banco de investimento aguarda que o primeiro corte de juros acontecerá em setembro, seguido de uma redução adicional em dezembro e mais quatro descidas em 2025 e duas no ano seguinte, até uma taxa terminal de 3,25%-3,5%. Nas sondagens das agências, setembro também é apontado como o mês mais provável para a primeira descida de juros.

O ING tem a mesma perspetiva de dois cortes de juros em 2024 (primeiro em setembro) e quatro em 2025, considerando que “a inflação persistente e os números fortes do emprego significam que a Fed indicará que está preparada para esperar mais tempo antes de considerar seriamente cortes de juros”. Para que o cenário se altere e a Fed ganhe confiança para baixar os juros, o banco dos Países Baixos diz que têm de se verificar três requisitos:

  • Mais evidências de que a inflação está a aliviar. Mais dois ou três meses consecutivos de abrandamento da inflação subjacente para subidas mensais de 0,2% (contra 0,4% nos primeiros meses do ano) será um fator necessário, mas não suficiente, para motivar um corte de juros.
  • Mais evidências de folga no mercado de trabalho. Se a taxa de desemprego consolidar de forma mais convincente acima de 4%, com evidências de arrefecimento dos salários, também ajudará a reforçar os argumentos a favor de descida de juros.
  • Evolução mais suave do consumo. A estabilização do rendimento das famílias, o esgotamento das poupanças acumuladas na pandemia e o aumento do incumprimento no crédito sugerem que o stress financeiro está a materializar-se para muitas famílias, o que provocará um abrandamento no consumo.

Se forem cumpridas todas as estas três condições, acreditamos que a Fed irá passar de uma política monetária ‘restritiva’ para ‘ligeiramente menos restritiva’ com cortes de 25 pontos base na reunião de setembro”, referem os economistas do ING.

A Capital Economics espera que a inflação abrande de forma mais célere do que a Fed está a prever e assinala que “existe também uma possibilidade crescente de que a evolução mais fraca da atividade económica convença a Fed a cortar os juros”. Com o PIB a crescer abaixo do previsto no primeiro trimestre, a consultora mantém o cenário central de o primeiro corte surgir em setembro.

Depois da reunião desta quarta-feira, a Fed volta a ter uma reunião de política monetária a 31 de julho, pelo que é certo que o banco central deixará a taxa de juro em máximos de mais de 23 anos durante um ano (último aumento foi em julho de 2023). Já se os juros descem ou não em 2024 existe uma incerteza mais elevada, que as palavras de Powell e as projeções dos responsáveis na Fed podem ajudar a diminuir, mas só serão dissipadas em função dos indicadores económicos dos próximos meses, sobretudo a inflação.

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Estados gerais. PS “prepara terreno” para chegar ao Governo

Fórmula lançada por Guterres, em 1995, ajudou os socialistas a ganharem as eleições depois de dez anos de cavaquismo. Dentro do PS, diagnóstico é consensual: "O PS tem de se preparar para governar".

O PS de Pedro Nuno Santos ganhou as eleições europeias — ainda que por pouco, e sem evitar a perda de um eurodeputado. O resultado renovou a confiança dos socialistas, depois de sucessivas derrotas eleitorais, e permitiu definir o próximo passo do partido: formar uma alternativa ao Governo. “Nos próximos meses o PS lançará os Estados Gerais para que nós consigamos construir com o país uma alternativa programática e de poder ao Governo da AD”, adiantou o secretário-geral do partido, durante o seu discurso de vitória, no domingo passado.

É uma iniciativa que prepara o PS para governar“, afirma Eurico Brilhante Dias, ex-líder da bancada socialista ao ECO, sublinhando que o partido “tem muita experiência governativa e vai continuar a preparar terreno que lhe permita apresentar uma nova proposta política aos portugueses” à semelhança do que fez António Guterres, em 1995. “Estamos numa fase de construção programática e de abertura à sociedade“, sublinhou.

Os estados gerais foram uma estratégia de abertura do PS à sociedade civil lançados então por António Guterres quando liderava a oposição ao Governo de Cavaco Silva, e que permitiram lançar as bases da sua governação. Dentro do PS, os detalhes ainda são escassos. O processo ainda está a ser construído e nem há previsões de datas, admitem fontes próximas de Pedro Nuno Santos ao ECO. Certo, é que esta auscultação levará o seu tempo, e não deverá comprometer o debate para o Orçamento de Estado em 2025.

Além do debate orçamental

Os estados gerais vão para além do debate orçamental, não é esse o objetivo do secretário-geral“, garantiu Brilhante Dias.

“Os estados gerais demoram tempo a preparar, mais de um ano. Não é uma reunião nem um encontro que se faz num mês ou dois. Exigem tempo e o timing de Pedro Nuno Santos indica que o PS não tem pressa”, afirma Daniel Adrião, terceiro candidato à liderança do PS, em 2022, e um dos primeiros defensores da realização de estados gerais no partido, defendeu numa opinião publicada no Público.

Defendi que o PS fizesse estados gerais a seguir às legislativas porque da parte do eleitorado tinha ficado claro que era preciso uma mudança de estratégia“, indica em declarações ao ECO. “Pedro Nuno Santos assumiu a liderança do partido com timings apertados, não teve tempo de trabalhar para iniciar um novo ciclo politico. Há uma necessidade da nova liderança virar a página“, e estes fóruns abertos permitem fazer precisamente isso. Recuemos cerca de 30 anos.

Antes das eleições legislativas em 1995, António Guterres andou pelo país, chamou independentes e pediu ideias. No final desse roteiro, saiu massa crítica, um programa eleitoral e uma equipa governativa composta não só por membros do PS, independentes, como também de outras ramificações políticas. Entre eles, o comunista Joaquim Pina Moura, que foi ministro da Economia, Rui Pena, proveniente do CDS-PP e escolhido para ministro da Defesa e Fernando Gomes da Silva, que liderou a pasta da Agricultura. Além destes, juntaram-se também outros nomes conhecidos à causa de António Guterres, como Basílio Horta, dissidente do CDS, ou José Sérvulo Correia, oriundo do PSD.

António Guterres, secretário-geral do PS, exibe contrato de programa com vista as próximas eleições legislativas, assinado por varias individualidades na sessão de encerramento dos estados gerais. (11/03/1995)Manuel Moura/LUSA

No domingo de voto, a 1 de outubro de 1995, e após dez anos de cavaquismo, Guterres ganhou as eleições com 43,8% dos votos. Na Assembleia da República, sentaram-se 112 deputados do PS. Desde então, a fórmula tem-se vindo a repetir, com mais ou menos diferenças. José Sócrates, com o “Novas Fronteiras” ou o PSD com o “Mais Sociedade”, ambos em 2011, e no ano passado Luís Montenegro com o “Sentir Portugal”.

Já era necessário que o PS se pudesse aproximar-se da sociedade civil e dos seus militantes e renovar, não só em termos de quadros, como também de propostas“, explica Miguel Matos, deputado do PS na Assembleia da República e secretário-geral da Juventude Socialista. “Isto, sobretudo depois da vitória nas eleições europeias em que os portugueses demonstraram que não se identificam com os power points e promessas da AD. O PS tem de se preparar para governar“, defende o jovem deputado.

A verdade é que a vitória nestas eleições europeias permitiu dar um novo impulso a Pedro Nuno Santos que assumiu a liderança do partido, em dezembro de 2023, depois da queda do Governo maioritário de António Costa, na sequência da Operação Influencer. Em seis meses, o secretário-geral já perdeu três eleições, todas este ano: legislativas e duas regionais (Açores e Madeira).

Estou contente com a vitória“, disse no domingo, no hotel Altis, ao lado de Marta Temido, admitindo não entender quem dizia que esta vitória seria mais importante para si do que uma derrota para o primeiro-ministro, Luís Montenegro. “Acho que é ainda mais impactante para um Governo que ainda não tem desgaste e que faz anúncios de dois em dois dias”, afirmou.

Pedro Nuno Santos e Marta Temido na noite das eleições europeias. PS venceu votação por margem mínima.Hugo Amaral/ECO

O próximo passo será, então, de auscultação da sociedade para que, quando for altura, o PS tenha condições de apresentar uma proposta de Governo estável. Até lá, prometeu o líder socialista, o principal partido da oposição não irá contribuir para a instabilidade política do país, sinalizando que na altura do debate do Orçamento do Estado para 2025, em outubro, o primeiro do Governo de Luís Montenegro, não serão colocadas entraves incontornáveis nas negociações.

Mas aos olhos dos politólogos, não é consensual a relevância e os timings em dar-se início a um processo de auscultação da sociedade civil, ainda que isso possa levar largos meses.

Não vejo nenhuma necessidade em convocar os estados gerais para a formação de uma maioria alternativa ao Governo, a não ser que se pretenda precipitar uma crise com o Orçamento do Estado“, considera André Freire, professor catedrático do ISCTE-IUL, investigador do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, ao ECO.

“Os estados gerais servem para preparar uma nova maioria, mas não vejo uma vaga de fundo no PS nem uma rejeição generalizada da Aliança Democrática. Estamos no início do ciclo eleitoral. Estes estados gerais servem para marcar a agenda e vender a ideia de que o PS ganhou [as eleições europeias], mas foi uma vitória muito ténue”, diz.

Já Paula Espírito Santo considera ser “importante” que o PS faça um balanço do ato eleitoral” por ser “o primeiro partido da oposição” e principal alternativa governativa.

O partido deve estar em permanente contacto com os militantes, as bases do partido e a sociedade civil, de forma geral, no sentido de perceber como devem continuar a ser mobilizados para os próximos atos eleitorais“, aponta a investigadora no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP) ao ECO, referindo, a título de exemplo, as autárquicas, em 2025.

O que se está a fazer neste momento é medir o pulso da situação, perceber se há entendimento político internamente e, daí, delinear uma estratégia para o futuro. O tempo político tem de permitir que haja espaço para clarificar os eleitores”, acrescenta a politóloga que afasta o risco destes estados gerais precipitarem um novo terramoto político.

“É a grande questão que nos preocupa, mas creio que ainda não é tempo de pensar nesse desafio. Não seria benéfico para nenhum partido, sobretudo para o PS“, vinca.

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O RetoTech da Fundação Endesa promove o empreendedorismo tecnológico entre os jovens e chega a Portugal

  • Servimedia
  • 12 Junho 2024

O projeto RetoTech da Fundação Endesa chegou a Portugal, após o sucesso das suas nove edições em Espanha, onde mais de 4.600 professores e mais de 69.600 alunos foram beneficiados este ano.

O RetoTech tem como objetivo promover o empreendedorismo tecnológico e o estudo das disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) nas escolas.

Com o apoio da empresa de consultoria BQ Educación, o programa desafia as escolas de Espanha e, pela primeira vez, de Portugal a criarem um projeto centrado na resolução de uma necessidade real do seu ambiente, por exemplo, um sistema de reciclagem automatizado para as suas salas de aula ou um dispositivo que facilite a mobilidade de alunos com deficiência no seu centro. Todos os projetos apresentados devem incluir robótica, programação, impressão 3D e uma aplicação integrada.

A primeira edição em Portugal envolveu 252 alunos e 28 professores de escolas do distrito de Lisboa. Cada escola recebeu kits equipados com material tecnológico para trabalhar nos seus projetos e os professores receberam formação nos três blocos do programa: formação tecnológica, iniciação à robótica e design e impressão 3D.

 

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Operação Maestro. Têxtil enfrenta prejuízos “gravíssimos” e pode perder centenas de milhões nas exportações

O fim dos apoios nas campanhas de promoção no setor têxtil poderá refletir-se numa quebra significativa do volume de negócios ao nível das exportações, avisa a associação do setor.

A Operação Maestro, que investiga um esquema de fraude nos fundos comunitários que terá lesado o Estado português em cerca de 40 milhões de euros e que terá o empresário Manuel Serrão como principal mentor, paralisou a Associação Selectiva Moda (ASM) e deixou as empresas do setor têxtil português sem apoios para a participação em feiras e campanhas de promoção internacional. Uma situação que traz prejuízos financeiros “gravíssimos” e que pode tirar centenas de milhões de euros às exportações do setor.

A Associação Seletiva Moda assume um papel particularmente importante na dinamização da promoção das empresas têxteis nacionais, na medida em que aprova projetos de empresas financiados pela União Europeia, com vista à promoção nacional e internacional da indústria têxtil e do vestuário. A associação apoia as empresas através da comparticipação de uma importante fatia dos custos associados à participação em feiras, ajudas que já não chegam às empresas na sequência da Operação Maestro.

“As empresas estavam abrangidas num determinado projeto, com determinadas despesas orçamentadas e perderam todos os apoios que tinham da Associação Seletiva Moda. Não vão ter os apoios de 50% dos custos da feira. Não terão apoio nenhum”, explica ao ECO Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). O dirigente associativo destaca que “esta operação vai acarretar gravíssimos prejuízos financeiros para as empresas”.

As empresas perderam todos os apoios que tinham da Associação Seletiva Moda. Não vão ter os apoios de 50% dos custos da feira. Não terão apoio nenhum.

Mário Jorge Machado

Presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP)

Sem as ajudas da ASM, as empresas são confrontadas com uma duplicação dos custos para participarem em campanhas que servem como montra para os seus serviços no exterior. “Uma empresa que tinha previsto no seu orçamento gastar 40 ou 50 mil euros para participar em feiras este ano, de repente vai ter de ter 100 ou 150 mil euros, porque não vão ter os apoios que iriam ter”, calcula o presidente da ATP, que, perante a situação de impasse que se vive na Selectiva Moda, se candidatou para apoiar a internacionalização do setor no próximo ano.

 

O salão Modtissimo tem duas edições por ano. A última aconteceu a 21 e 22 de fevereiro na ExponorModtissimo

Além da candidatura para apoiar estas ações lá fora, a ATP vai também organizar a próxima edição do mais antigo salão têxtil da Península Ibérica, com data marcada para os próximos dias 12 e 13 de setembro na Exponor (Matosinhos), de modo a ajudar as empresas a ultrapassar as dificuldades que enfrentam desde que rebentou o caso que motivou 78 buscas e implicou vários empresários.

Enquanto aguarda a apreciação da candidatura aos apoios à internacionalização para o próximo ano, Mário Jorge Machado destaca a importância destas ações de promoção para o setor têxtil, um dos mais exportadores da economia nacional.

“O setor exporta perto de 6.000 milhões de euros. Os apoios que chegavam em termos de participação, incentivos para participação em feiras, são na ordem de quatro ou cinco milhões por ano”. Um valor que qualifica como claramente insuficiente, de “0,0001%”. “Os incentivos para este setor são para as feiras. Vivemos do mercado internacional e não para o mercado nacional, 80% do volume de negócios do setor é gerado na exportação”, completa.

“Não havendo campanhas de promoção nem feiras, pode haver um impacto que pode chegar às centenas de milhões de euros em termos de exportações portuguesas e na diminuição de volume de negócios“, avisa o empresário nortenho.

O presidente da ATP lembra ainda o forte crescimento registado pelo setor ao nível da internacionalização nos últimos anos, fruto do investimento feito pelo setor, com “as marcas que querem uma produção mais sustentável a deslocalizar compras para Portugal”, com impacto no volume de negócios. “Não adianta fazer bem, tem de se mostrar o que se está a fazer“, atira.

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Marcelo considera que primeiro-ministro “fez bem” em clarificar apoio a Costa

  • Lusa
  • 11 Junho 2024

O presidente da República considera que o resultado das eleições europeias "parece abrir caminho" à candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta terça-feira que o primeiro-ministro “fez bem” em clarificar o apoio do Governo a uma eventual candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu, argumentando que o resultado das europeias “abre caminho a essa hipótese”.

Em declarações aos jornalistas à margem de um encontro com a comunidade portuguesa em Genebra, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o anúncio feito por Luís Montenegro na noite eleitoral das europeias de que a AD e o Governo português apoiarão Costa, caso este decida ser candidato.

“Eu acho que fez bem, esperou pelas eleições e depois de haver um resultado eleitoral que abria caminho, ele disse o que era natural, que o Governo apoia um português e aquele português com a experiência que tem para o Conselho Europeu”, salientou.

O chefe de Estado recordou que, por várias vezes, já realçou a experiência europeia do anterior primeiro-ministro e que tal candidatura apenas “dependia da vontade do próprio e do resultado das eleições”.

O resultado das eleições parece abrir caminho a essa hipótese, depende apenas da vontade de António Costa. Se for assim, é evidente que é uma vantagem: conhece bem a Europa, move-se bem na Europa, dá-se bem com lideres europeus e é uma voz portuguesa. É importante para a Europa e para Portugal“, considerou.

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Chega vai viabilizar proposta do Governo para isenção de IMT na compra de casa por jovens

  • Lusa
  • 11 Junho 2024

Chega vai acompanhar a proposta apresentada pelo Governo liderado por Luís Montenegro, ainda que considere que "os tectos são manifestamente insuficientes". Oposição critica limite de idade.

A ministra da Juventude e da Modernização, Margarida Balseiro Lopes, considerou esta terça-feira que as isenções fiscais na compra de casas pelos jovens não têm “marca partidária”, tendo o PS desafiado o Governo ao diálogo, com a substituição da autorização legislativa por uma proposta de lei.

O plenário discutiu esta terça-feira a proposta de autorização legislativa do Governo que atribui uma isenção de IMT e do Imposto do Selo aos jovens até aos 35 anos na compra da primeira habitação.

No arranque do debate, a ministra da Juventude e da Modernização, Margarida Balseiro Lopes, referiu que a dificuldade dos jovens em comprar casa “é um gatilho” para que deixem o país, sublinhando a necessidade de parar esta “hemorragia”.

Margarida Balseiro Lopes recordou que este tipo de isenção já existe em diferentes municípios de várias cores políticas, o que prova “que esta medida não tem uma marca partidária”. “Faço votos para que independentemente das diferenças – às vezes um pouco artificiais – possamos dar resposta a estes jovens”, disse.

O PS, através de Miguel Costa Matos, trouxe as recentes eleições europeias para o debate acentuando que a AD as perdeu e que até agora não conseguiu aprovar nada do que propôs porque “se recusa a negociar”.

“O grupo parlamentar do PS lança o repto: como prova da vossa vontade de diálogo substituam esta proposta de autorização legislativa por uma verdadeira proposta de lei”, desafiou, acusando o Governo de “esbanjar recursos com os de cima ” – numa alusão ao limite do valor das casas que beneficiará da isenção de IMT e Imposto do Selo.

Para Alexandre Poço, do PSD, o discurso do deputado socialista “seria trágico se não fosse cómico”, esperando que o PS vote a favor porque “Portugal precisa de ter esta medida” e, apontando entre as várias bancadas, “um chão comum” que é a necessidade de responder aos jovens que querem apenas comprar a primeira casa.

Pelo Chega – que também apresentou uma proposta que alarga o universo de beneficiários da medida – Rui Afonso disse que o seu partido acompanha a proposta do Governo, ainda que considere que “os tectos são manifestamente insuficientes”.

Durante o debate, Bernardo Blanco da IL, apontou o que apelidou de “truques” da medida – numa referência aos limites de idade, valor da casa e período durante a qual não se pode vendê-la – questionando a ministra se devia esperar-se mais algum “truque” como um limite do rendimento por parte de quem compra.

Marisa Matias, do BE, sublinhou que em causa está uma “medida isolada” que “não vai resolver o problema da habitação”, considerando que “ninguém acredita que um jovem em Portugal consegue comprar uma casa até 600 mil euros”, o que, se acontecer, faz com que este não precise do benefício fiscal.

Indo além da questão da habitação, a líder da bancada do PCP, Paula Santos precisou que uma das questões centrais para que os jovens não queiram sair do país são os baixos salários.

Isabel Mendes Lopes, do Livre, questionou a ministra sobre o custo desta isenção fiscal na compra da primeira casa pelos jovens até aos 35 anos, e também o limite da idade, notando que “o acesso à compra de casa não se resolve magicamente a partir dos 36 anos”.

Da bancada do CDS-PP, Paulo Núncio deixou críticas à anterior governação, referindo que “em matéria fiscal e de imobiliário, o PS só tem uma política: aumentar e aumentar os impostos”.

Na sessão desta terça-feira, o plenário discutiu ainda uma proposta do PAN que abrange nesta isenção fiscal a compra da primeira casa por pessoas com idades entre os 35 e os 45 anos.

A medida de proposta pelo Governo – e que o executivo pretende que entre em vigor em abril – atribuiu uma isenção de IMT e de IS na compra de casa cujo valor (para efeitos de liquidação destes impostos) não supere os 316.772 euros, ou seja, o equivalente ao 4.º escalão do IMT.

A medida contempla ainda uma isenção parcial para casas entre 316.772 e 633.453 euros (incidindo sobre esta parcela uma taxa de 8%).

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Juíza apresenta queixa contra sinistrado que a acusa de conluio com a Mapfre

  • ECO Seguros
  • 11 Junho 2024

Em causa estão diversas comunicações remetidas ao processo que a juíza considerou ofensivas. Sinistrado acusava-a de adulteração de documentos e favorecimento pessoal no exercício de funções.

Um beneficiário de seguro de acidentes de trabalho sinistrado acusou uma magistrada do Tribunal da Relação de Sintra de conluio com a seguradora Mapfre. A juíza considerou as afirmações do sinistrado “ofensivas da sua honra, reputação e dignidade” e avançou com uma queixa-crime contra este, avançou o Jornal de Notícias.

A Juíza pediu para ser afastada do processo, alegando que podia ser colocado em causa a sua imparcialidade na tomada de decisões. O pedido foi aceite pelo Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) por encontrar no pedido “um motivo justificado”.

Em causa estão comunicações remetidas ao processo de acidente de trabalho que a juíza considerou ofensivas – o sinistrado acusava-a de adulteração de documentos e favorecimento pessoais no exercício de funções.

No acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa contém alguns trechos das acusações feitas pelo sinistrado à juíza, acusando-a de adulterar o “relatório da junta médica do IML [Instituto de Medicina Legal] para favorecer interesses económicos da seguradora acima do meu enorme sofrimento de forma premeditada e má-fé“, assim como de “favorecimento ilícito da seguradora”.

Alegou ainda que a Juíza passou um “despacho grosseiro de falta de isenção e transparência”, dizendo o sinistrado ser vítima de “humilhações chantagem arranjinhos relatórios fraudulentos, subornos”.

Contactada pelo ECOseguros a Mapfre refere que “não se pronuncia sobre casos específicos” e diz não conhecer “de forma detalhada a situação”, pois a sua intervenção como seguradora “desenrolou-se na sequência de um acidente de trabalho e no âmbito de uma apólice desse ramo, nos termos normais”. Refere ainda não haver “conflito com o tomador em causa”. É um assunto “que estará a ser tratado pelas entidades competentes, apenas estamos atentos à sua evolução”, acrescenta.

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