Google lança ferramenta para mapear incêndios florestais em Portugal

  • Lusa
  • 30 Julho 2024

Ferramenta da Google assente em inteligência artificial mostra "monitorização detalhada dos incêndios florestais na 'Pesquisa' e no 'Maps'. É lançada agora em 15 novos países, entre os quais Portugal.

A ferramenta de mapeamento de incêndios florestais da Google, que está assente em tecnologia de inteligência artificial (IA), é lançada em novos 15 países na Europa e África, entre os quais Portugal, divulgou esta terça-feira a tecnológica.

De acordo com as estimativas, “o território europeu propenso a incêndios duplicou nos últimos 50 anos”, afirma Yossi Matias, vice-presidente e responsável da Google Research, numa publicação no blogue da Google Portugal.

“Ao utilizar a IA, conseguimos mostrar uma monitorização detalhada dos incêndios florestais na ‘Pesquisa’ e no ‘Maps’. Agora, durante este verão com temperaturas recorde, estamos a expandir esta ferramenta para 15 países na Europa e em África”, entre os quais Portugal, adianta.

Andorra, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Chipre, França, Grécia, Itália, Quénia, Mónaco, Montenegro, Ruanda, Eslovénia, Espanha e Turquia são os restantes 14 países onde a ferramenta de monitorização dos limites de incêndios florestais é lançada.

Os mapas de limites de incêndios florestais já estavam disponíveis nos Estados Unidos, Austrália, Brasil, Argentina, Chile e México.

“Estamos a disponibilizar esta informação, através de alertas e recursos que disponibilizam informação às pessoas que estão perto de um incêndio florestal como se manterem seguras”, adianta Yossi Matias, referindo que “o modelo de monitorização de incêndios florestais alimentado pela IA da Google é treinado com base em múltiplas fontes de dados, incluindo uma grande variedade de conjuntos de dados de imagens de satélite”.

Além disso, “também validámos o nosso modelo de monitorização de incêndios florestais comparando-o com o nosso próprio modelo de cicatrizes de incêndios — formas que surgem após um incêndio ser contido — com base em medições de eventos anteriores de incêndios florestais. Outros modelos de IA são utilizados para verificar a existência de incêndios e, tudo isto em conjunto, permite a definição dos limites de incêndios florestais mais precisos e definitivos do que com apenas o uso de imagens de satélite”, explica o responsável.

Desta forma, “ao implementarmos, durante o verão, esta nova capacidade, mapeámos mais de 40 incêndios florestais no sul da Europa, incluindo incêndios em Espanha, Grécia e Chipre no passado mês de junho, bem como outros incêndios de Portugal ao Quénia”.

Ou seja, “mostrámos estes limites de incêndios florestais na ‘Pesquisa’ e no ‘Maps’ e disponibilizámos informações locais através de notificações — uma ferramenta concebida para complementar os esforços locais existentes para ajudar as pessoas a aceder à informação e a manterem-se seguras”.

Após o início dos incêndios florestais na Europa e em África “e só na primeira semana de julho, cerca de 1,4 milhões de pessoas viram as nossas notificações de incêndios florestais”, sublinha Yossi Matias.

As notificações baseiam-se nas definições do utilizador e no idioma da sua preferência, oferecendo aos viajantes durante a época turística formas de receber informações locais e oportunas no seu idiomas sobre os incêndios florestais, segundo a Google.

Estas notificações “são sobrepostas nas direções de condução do Google Maps”, indicando aos viajantes se as suas indicações de rota podem ter incêndios florestais por perto.

Esta funcionalidade é lançada em “países que foram afetados por incêndios florestais nos últimos verões e com base na qualidade do nosso modelo em cada país”, refere o responsável.

À medida que os modelos forem evoluindo, ao longo do tempo, “esperamos expandir para mais países e continuar a partilhar informações críticas com as pessoas quando são efetivamente necessárias”, remata.

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Hoje nas notícias: combustíveis, telecomunicações e sondagem

  • ECO
  • 30 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo considera que não se justifica a manutenção da isenção do ISP sobre os biocombustíveis avançados, em vigor desde 2021, tendo avançado com uma autorização legislativa para pôr fim à medida. A Autoridade da Concorrência antecipa que, no curto prazo, a Digi não conseguirá uma quota que afete o “poder de mercado” da Meo, da Nos e da Vodafone. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Governo acaba com isenção fiscal a biocombustíveis avançados

O Governo quer acabar com a isenção do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) que se aplica desde 2021 aos biocombustíveis avançados, o que, a concretizar-se, deverá refletir-se no preço final a suportar pelos utilizadores. A medida foi aprovada na passada sexta-feira, em Conselho de Ministros, mas ainda sob a forma de pedido de autorização legislativa, visto que, por se tratar de matéria fiscal, é da competência do Parlamento. A intenção do Executivo assenta no facto de as metas de incorporação desses biocombustíveis terem sido “largamente superadas”, além de que “a situação vigente contraria os objetivos ambientais e as obrigações europeias”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Poder dos três operadores está a salvo da Digi no “curto prazo”

A Autoridade da Concorrência (AdC) reconhece que a entrada da romena Digi (que passará a ter cinco operadores) no mercado português pode abanar o equilíbrio de ofertas e preços entre a Meo, a Nos e a Vodafone, mas os efeitos não serão sentidos no imediato, “isto é, no horizonte de análise típico de uma avaliação jusconcorrencial de três a cinco anos”, segundo a versão pública da decisão de proibição da concentração Vodafone/Nowo. As regras do leilão 5G ditam que a Digi tem até ao final deste ano para se lançar comercialmente, mas não há data oficial de arranque das operações.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Sondagem: descida do IRS pela oposição não quebra empate técnico

A descida do IRS que foi aprovada pela oposição no Parlamento quase não teve efeitos nas intenções de voto dos portugueses, segundo a mais recente sondagem da Intercampus, realizado entre 19 e 26 de julho. A Aliança Democrática lidera por uma vantagem curta (26,4%), mas recuou 0,4 pontos percentuais (p.p.) em relação a junho, enquanto o PS mantém o segundo lugar (23,9%), apesar da descida de 0,7 p.p.. O Chega surge no terceiro lugar, com 14,3% (menos 0,3 p.p.). A margem de erro do barómetro é de 4%.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Indústria automóvel aliciada a produzir para aeronáutica

O crescimento da indústria da aeronáutica a nível mundial e a vontade de Bruxelas de reduzir a dependência externa da Europa nesta área estão a levar os grandes fabricantes internacionais a desafiarem as empresas portuguesas de produção de componentes destinadas ao setor automóvel a passarem a produzir, também, para o setor aeroespacial. “A indústria automóvel portuguesa está apta para fornecer”, afirma o secretário-geral da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), Adão Ferreira, confirmando que já há empresas lusas a produzirem para os dois setores em simultâneo.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Pedro Siza Vieira não é hipótese do PS para Lisboa

O nome de Pedro Siza Vieira, antigo ministro de Estado e da Economia, não está a ser considerado pela direção do PS para a Câmara de Lisboa. O Bloco de Esquerda e o Livre, com quem os socialistas tencionam aliar-se numa coligação pré-eleitoral para fazer frente à candidatura de direita protagonizada por Carlos Moedas, nunca aceitariam o nome do advogado.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Refinaria de Sines continua a liderar ‘top 10’ de poluidores. Veja a lista completa

  • Lusa
  • 30 Julho 2024

Em 2023, a TAP foi a empresa que mais aumentou as emissões de CO2 e a central termoelétrica de Lares da EDP registou a quebra mais significativa. Veja a lista completa das empresas mais poluentes.

A refinaria de Sines continuava a liderar em 2023 o ‘top 10’ de poluidores em Portugal, apesar de as emissões terem diminuído 14% no conjunto desta dezena de instalações face a 2022, divulgou hoje a associação ambientalista Zero.

Segundo a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, que se baseou em dados da Agência Portuguesa do Ambiente para fazer o ranking das empresas mais poluentes em Portugal no que toca a emissões de dióxido de carbono (CO2), a refinaria de Sines da Galp mantinha em 2023 a liderança do ‘top 10’, com cerca de 2,4 milhões de toneladas de CO2 libertados para a atmosfera, apesar da redução de 11% das emissões face a 2022.

“É particularmente preocupante a intenção da Galp de rever (à partida em baixa) as suas metas de descarbonização devido à descoberta de petróleo na Namíbia e à execução mais lenta dos projetos de renováveis, expressa a Zero em comunicado.

Refinaria de SinesLusa

No conjunto do ‘top 10’ dos poluidores, houve uma redução de 14% das emissões de CO2 em 2023, comparativamente a 2022, totalizando cerca de 9,5 milhões de toneladas de CO2 emitidas. O dióxido de carbono é o principal gás com efeito de estufa, na origem do aquecimento do planeta.

Em 2023, a TAP foi a empresa que mais aumentou as suas emissões de CO2 (15%), passando a ocupar o terceiro lugar do ranking (em 2022 estava na sexta posição), com 1,1 milhões de toneladas emitidas.

No caso da transportadora aérea nacional, apenas entram na contabilidade as emissões feitas em voos entre aeroportos da União Europeia e da Suíça.

A central termoelétrica de Lares da EDP registou a quebra mais significativa das emissões, de 50% face ao ano anterior, mas ainda assim manteve-se no nono lugar, com 365,2 mil toneladas de CO2 emitidas.

O ‘top 10’ inclui ainda as cimenteiras Cimpor (Alhandra e Souselas), Secil (Outão) e CMP (Maceira-Liz), as produtoras de energia Turbogás (central da Tapada do Outeiro) e Elecgás (central do Pego) e a produtora de cales Lusical.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 30 de julho

  • ECO
  • 30 Julho 2024

Ao longo desta terça-feira, 30 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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“Os novos canais terão de demonstrar valor aos anunciantes”, alerta Rui Freire

O sucesso de novos canais no cabo "dependerá de uma estratégia bem definida em termos de conteúdo, distribuição e capacidade de atrair e manter tanto audiência quanto anunciantes", defende Rui Freire.

Rui Freire, Managing Director da Initiative Portugal, em entrevista ao ECO - 30NOV22“O mercado publicitário é competitivo, os novos canais terão de demonstrar valor aos anunciantes para garantir um fluxo de receitas sustentável e que viabilize os projetos. A capacidade de atrair investimento publicitário depende da audiência e do perfil demográfico do público.” A afirmação de Rui Freire, managing director da Initiative, refere-se à transformação do TVI Ficção em canal generalista e ao eventual lançamento de um canal de ficção na SIC. “A transformação do TVI Ficção num canal generalista é na nossa perspetiva uma tentativa de captar uma audiência mais ampla e diversificada, enquanto a SIC, ao lançar um canal de ficção no cabo, pode estar a responder à crescente procura por conteúdos especializados e à respetiva segmentação do público que procura estes mesmos conteúdos”, comenta.

O responsável da agência de meios do grupo IPGMediabrands encara com bons olhos estas iniciativas. “Vemos sempre com bons olhos projetos nacionais que venham acrescentar valor ao ecossistema e ao setor. Estes movimentos refletem uma adaptação às mudanças nos hábitos de consumo e às oportunidades de mercado“, diz.

A capacidade de segmentação e diversificação de audiências significa, defende, que há nichos que podem ser explorados. Por outro lado, canais temáticos, como os de ficção, podem atrair espectadores que buscam conteúdos específicos, “desde que estes tenham qualidade”. “Assim, e mesmo com a nossa limitação enquanto país e em termos de escala, há sempre espaço para projetos que venham trazer mais qualidade ao setor“, resume.

Quanto à margem de crescimento do novo canal generalistas, Rui Freire defende que a chave para o crescimento reside na qualidade e diversidade do conteúdo oferecido. “Um canal que consiga apresentar uma programação envolvente e variada pode atrair uma audiência interessante e conquistar o seu espaço, à semelhança do que aconteceu há uns anos com o aparecimento da CMTV”, aponta.

Por outro lado, e embora entrado no segmento do canal generalista da agora Medialivre, o responsável acredita que o impacto do novo canal pode ser mais alargado. “Dada a dimensão do mercado e a evolução nos hábitos de consumo em termos de meios o impacto deverá ser transversal e não apenas circunscrito a um canal específico“, explica.

Mas, já neste início de verão, o mercado viu nascer o Now, um canal de informação que entra no segmento da CNN Portugal, SIC Notícias e RTP3. “Nesta fase inicial, os comentários positivos têm sido muitos e a reputação inicial que o canal está a construir é vital para o seu sucesso, que deve ser medido não no curto prazo mas no médio/longo prazo. Como costumo dizer, não estamos numa prova de 100 metros mas sim numa maratona. Consistência e foco são fundamentais”, avalia.

Para o responsável da agência de meios, o lançamento do Now indica uma aposta na informação e na atualidade, “segmentos que têm um público constante e interessado”. “A Medialivre está a tentar capitalizar a procura por informação credível e atualizada, especialmente em tempos de notícias rápidas e constante evolução dos acontecimentos. A perceção do público em relação à qualidade e credibilidade da informação fornecida é crucial”, acrescenta.

Em suma, “estes movimentos indicam uma dinâmica interessante no mercado televisivo português, com potencial para maior diversificação e segmentação da oferta de conteúdos”. Quanto ao sucesso destes novos canais, “dependerá de uma estratégia bem definida em termos de conteúdo, distribuição e capacidade de atrair e manter tanto audiência quanto anunciantes“.

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Portugal é dos países com mais reservas de alojamento local através de plataformas

Portugal foi o quinto país da UE com mais noites reservadas através de plataformas online em 2023, com destaque para AML e Algarve. No primeiro trimestre deste ano, reservas cresceram 17,8%.

Portugal é um dos países da União Europeia mais procurados por turistas para reserva de alojamentos locais, com a maior procura a centrar-se na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve. Os dados são do Eurostat e revelam que a tendência se tem acentuado após a recuperação da pandemia, tendo crescido 19,07% em 2023 face ao ano anterior.

O turismo, através da reserva nas plataformas Airbnb, Booking, Expedia Gourp e TripAdvisor, continuou a bater recordes no ano passado e não parece abrandar, segundo dados do organismo de estatística europeu, divulgados na segunda-feira.

Em 2023, Portugal foi o quinto país da União Europeia (UE) com mais reservas em alojamentos de curta duração reservado através de plataformas, com mais de 39,5 milhões de noites, apenas ultrapassado por França (159,1 milhões de noites), Espanha (141 milhões), Itália (107,3 milhões) e Alemanha (49,3 milhões). Apesar deste cenário, entre 2022 e 2023, o mercado português registou a oitava taxa de crescimento mais baixa, com a mais elevada a ser alcançada por Malta (46,8%), um país a despontar para o turismo nos últimos anos. O crescimento registado em Portugal ficou próximo da média da União Europeia, cuja taxa subiu 20,52%.

Os dados – que resultam de um acordo de partilha de dados celebrado entre o Eurostat e as quatro plataformas online – revelam que, em 2023, entre as 20 regiões mais procuradas, seis são em Espanha e França, cinco em Itália, duas em Portugal e uma na Croácia.

As regiões mais populares para alojamento de curta duração reservado através de plataformas online foram a Andaluzia, em Espanha (35,6 milhões de noites), Jadranska Hrvatska, na Croácia (32,6 milhões) e a região francesa Provence-Alpes-Côte d’Azur (24,9 milhões).

A Área Metropolitana de Lisboa ocupa o 12º lugar nesta lista e o Algarve o 15º lugar, com mais de 11,9 milhões e mais de 10,4 milhões, respetivamente. O pico de noites reservadas nas plataformas em ambas as regiões registou-se durante o mês de agosto.

Primeiro trimestre bate recordes

O número de noites em alojamentos locais na União Europeia cresceu 28,3% no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2023, para 123,7 milhões de noites. Este é o terceiro ano consecutivo com um aumento anual de dois dígitos no primeiro trimestre, embora o crescimento tenha desacelerado desde que a contração sofrida em 2020, devido à pandemia de Covid-19, foi superada em 2022.

Os dados revelam ainda que o número de hóspedes em alojamento local continuou a registar novos valores recordes mensais: em janeiro de 2024, foram passadas 33,3 milhões de noites em alojamentos reservados através de plataformas online, um aumento de 16,7% face a janeiro de 2023. Em Fevereiro esse valor foi de 41,2 milhões (+19% face ao mês hómologo) e em março o número de 49,2 milhões (+48,0%).

No primeiro trimestre deste ano, Portugal foi o sétimo país da UE com mais reservas, superando as 6,2 milhões de noites, com um crescimento de 17,8% face ao primeiro trimestre de 2023. No último trimestre do ano passado tinham-se registado mais de 7,3 milhões de dormidas.

Entre os destinos mais populares no arranque do ano, “torna-se claro que o turismo de plataforma nos oito países beneficiou do crescimento global do sector”, destaca o Eurostat, assinalando que em todos o número de pernoitas cresceu em comparação com 2023 e todos excederam “em muito” os níveis pré-pandémicos.

Governo tem menos de 180 dias para regulamentar fim da CEAL

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou na semana passada um decreto que autoriza o Governo a revogar a Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local (CEAL). A CEAL, introduzida pelo programa “Mais Habitação” do anterior Governo, impunha uma taxa fixa de 15% sobre uma base tributável variável, afetando imóveis de natureza habitacional em zonas de maior densidade populacional, especialmente no litoral.

Esta medida foi amplamente criticada por operadores do setor, que a consideravam uma penalização injusta e prejudicial ao desenvolvimento do turismo e à sustentabilidade financeira dos pequenos operadores. O decreto promulgado por Marcelo Rebelo de Sousa é um pedido de autorização do Governo para alterar a lei, tendo previsto 180 dias para o fazer.

O decreto também aborda a fixação do coeficiente de vetustez, que é o número de anos decorridos desde a data de emissão da licença de utilização ou da conclusão das obras de edificação. Este coeficiente será aplicado aos estabelecimentos de alojamento local para efeitos da liquidação do IMI, ajustando o valor tributável dos imóveis conforme a sua antiguidade.

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Venda de terreno para abater ao crédito da casa arrisca pagar IRS

Se se tratar de um prédio rústico que, no ato da alienação, não estava classificado pela autarquia como sendo para "construção", não é possível beneficiar da isenção prevista no pacote Mais Habitação.

Um contribuinte que tenha usado as mais-valias geradas pela venda de um terreno para abater no crédito de uma habitação própria e permanente arrisca pagar IRS, alerta a Autoridade Tributária (AT) numa informação vinculativa, publicada no Portal das Finanças.

A isenção está prevista no pacote Mais Habitação, mas para usufruir do benefício fiscal é necessário que a propriedade esteja classificada pela autarquia como sendo para construção, no ato da alienação, não podendo estar inscrita como “prédio rústico” na matriz e na liquidação do Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) devido pelo comprador, explica o Fisco.

A questão foi colocada por uma contribuinte que vendeu uma parcela de terreno, em abril do ano passado, por cerca de 100 mil euros e usou parte desse valor, cerca de 80 mil euros, na amortização de um crédito de uma habitação própria e permanente, no mês seguinte, ou sejam em maio de 2023.

Aquando do preenchimento da declaração de IRS, durante a campanha deste ano, que se reporta aos rendimentos de 2023, verificou que o anexo G não lhe permitia incluir a parcela vendida, “dando erro por estar classificada como rústica”. Ora é nesse anexo da declaração que é possível indicar o reinvestimento das mais-valias para beneficiar da isenção do imposto.

O pacote Mais Habitação, aprovado pela lei n.º 56/2023, de 6 de outubro, determina que os terrenos em causa têm de estar classificados como sendo para construção. Ciente dessa obrigação, a requerente indica que, “segundo Plano Diretor Municipal (PDM)”, a propriedade “está considerada como destinada à habitação”. “E só por isso é que a dita parcela foi vendida pelo valor indicado, pois caso não fosse destinada à construção o valor não seria tão elevado”, lê-se na exposição que a contribuinte enviou às Finanças.

Para além disso, refere que as “demais condições exigidas se verificam, pois que o produto da venda foi empregue na amortização de empréstimo à habitação própria e permanente do sujeito passivo, e tal foi feito dentro dos três meses seguintes à venda”.

A AT reconhece que o que está em causa é “o direito ao regime de reinvestimento previsto no artigo 50º da Lei nº 56/2023, de 06/10”. Mas o argumento de que o prédio rústico se situa dentro da área de viabilidade construtiva prevista no Plano Diretor Municipal (PDM) não é suficiente aos olhos do Fisco.

“Importa, assim, no caso em análise, compreender o sentido e o alcance da expressão ‘terrenos para construção'”, a partir da “informação que pode ser encontrada no Código do Imposto Municipal Sobre os Imóveis (IMI)”, defende a AT. Assim, e tendo em conta a definição expressa na legislação, “consideram-se terrenos para construção os terrenos situados dentro ou fora de um aglomerado urbano, para os quais tenha sido concedida licença ou autorização, admitida comunicação prévia ou emitida informação prévia favorável de operação de loteamento ou de construção, e ainda aqueles que assim tenham sido declarados no título aquisitivo”.

“O conceito fiscal de terreno para construção implica sempre um reconhecimento prévio, por parte do município, da sua qualidade de terreno para construção. E, diga-se, que esse reconhecimento deve ser expresso e relativo a coisa certa e determinada, e não apenas abstrato, baseado em áreas geográficas abrangentes”, lê-se no despacho assinado pela subdiretora-geral da Área Gestão Tributária, Maria Helena Pegado Martins.

“Ainda assim, a versão da norma que vigorava à data dos factos admitia, excecionalmente, que se considerariam como terrenos para construção aqueles declarados como tal no título aquisitivo”, ressalva a AT. Porém, “essa declaração, conforme verificado pela consulta da participação de IMT, não ocorreu, e como tal o terreno em causa ainda continua, nesta data, classificado como rústico”, sublinha.

Para que fique claro, a Autoridade Tributária reforça que “o conceito fiscal de terreno para construção é o que está previsto no artigo 6º do Código do IMI, implicando um reconhecimento ou uma comunicação, por parte do município da área do prédio, de uma viabilidade construtiva concreta e específica, que por sua vez dá origem ao procedimento de inscrição na matriz”.

Ora, “na situação exposta, nada disso ocorreu, tendo sido liquidado IMT sobre a transmissão de um prédio rústico, realidade matricial que, nesta data, ainda se mantém”, salienta a AT. “Consequentemente, porque o prédio transmitido foi um prédio rústico e não um terreno para construção, não pode a requerente beneficiar do regime previsto”, que permite isentar as mais-valias geradas pela venda de terreno que sejam usadas para amortizar um crédito de uma habitação própria e permanente, “pela inaplicabilidade da norma ao caso em apreço”, conclui.

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5 coisas que vão marcar o dia

INE divulga a estimativa rápida do crescimento da economia no segundo trimestre. A apresentação de resultados das cotadas continua, desta vez pela Sonae e pela EDP.

Esta terça-feira ficará marcada pelos dados da evolução da economia, num dia em que a Concertação Social se reúne e o Governo fala com os sindicatos da Função Pública sobre a reforma da Administração Pública. Na praça lisboeta continua a apresentação de resultados empresariais, desta vez pela EDP e Sonae.

INE divulga crescimento do 2º trimestre

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga, às 9h30, a estimativa rápida do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, após uma expansão homóloga de 1,5% e em cadeia de 0,8% nos primeiros três meses do ano. Os economistas esperam uma taxa entre 1,7% e 2% face ao arranque do ano. Meia hora depois, o Eurostat publica os dados relativos ao avanço da economia na União Europeia e na zona euro para o mesmo período.

Reunião da Concertação Social

Terá lugar hoje a reunião plenária da Comissão Permanente da Concertação Social, presidida pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O Governo e os parceiros sociais vão fazer o ponto de situação da execução do Acordo de Médio Prazo para a Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade e do Acordo de Formação Profissional e Qualificação. Na agenda estão também o Livro Verde do Futuro da Segurança e Saúde no Trabalho e o Livro Verde sobre a Sustentabilidade do Sistema Previdencial.

Governo reúne com sindicatos da Função Pública

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reúnem-se com as federações sindicais da Função Pública – Fesap, Frente Comum e Sindicato Dos Quadros Técnicos Do Estado (STE) – sobre a reforma da Administração Pública. O Governo aprovou, no final de junho, a reforma dos serviços da Administração Pública que vai permitir, nas contas do Executivo, gerar uma poupança anual de 23 milhões de euros. Este é um dos requisitos para Portugal poder solicitar o pagamento do quinto cheque do PRR, no montante de 2.775 milhões de euros.

EDP apresenta contas do 1.º semestre

A EDP publica, após o fecho do mercado, os resultados do primeiro semestre. Na primeira metade do ano passado, o lucro da EDP subiu 43% em termos homólogos, para 437 milhões de euros. Nos primeiros três meses deste ano, a empresa registou um lucro de 354 milhões de euros entre janeiro e março (aumento de 17%), suportado pelo aumento do contributo das redes de eletricidade no Brasil, após a OPA sobre a EDP Brasil, que foi concluída em agosto de 2023.

Sonae divulga resultados da 1.ª metade do ano

A Sonae divulga, depois do fecho do mercado, os resultados do primeiro semestre. Os lucros da Sonae caíram 41,6% no primeiro semestre do ano passado, para 69 milhões de euros, tendo o volume de negócios crescido 12%, para 3,83 mil milhões, mas a margem de rentabilidade caiu ligeiramente devido ao aumento dos custos. Entre janeiro e março deste ano, o grupo registou lucros de 25 milhões de euros, um ligeiro crescimento de 0,4% face ao mesmo período do ano passado.

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Depois de despedir centenas, Farfetch volta a contratar. Tem 61 vagas em Portugal

A empresa vendida aos sul-coreanos da Coupang tem disponíveis mais de seis dezenas de ofertas de trabalho em Portugal, poucos meses depois de ter colocado em andamento um plano de despedimentos.

Foi em meados de fevereiro que a Farfetch anunciou um plano para reduzir 25% e 30% dos seus colaboradores a nível global, um programa que previa levar à saída de até 2.000 funcionários, metade dos quais em Portugal. Cinco meses depois deste anúncio, a empresa de ecommerce, agora controlada pelos sul-coreanos da Coupang, está a contratar para as suas três localizações em Portugal: tem 61 lugares abertos.

A Farfetch confirmou a intenção de reduzir até 30% da sua força de trabalho, no entanto nunca anunciou oficialmente quantas pessoas abandonaram a empresa, no seguimento do programa implementado pela companhia para reduzir a sua força de trabalho, que incluía saídas por mútuo acordo. Agora, e segundo a informação disponibilizada na página de carreiras da companhia, há atualmente 61 oportunidades de trabalho abertas para Matosinhos (Porto), Lisboa e Guimarães, as três localizações da tecnológica criada em 2008 pelo português José Neves no país, após o encerramento dos escritórios de Braga e do Porto.

Questionada sobre estas contratações, fonte oficial da Farfetch limitou-se a dizer que “as oportunidades, que estão no site, são as oportunidades que estão disponíveis”.

O grosso das oportunidades abertas é para os escritórios de Matosinhos. Há 47 oportunidades de trabalho para a divisão localizada na Invicta, com a empresa a procurar desde supervisores de contas de pagamentos, até analistas de dados, engenheiros de software, especialistas na gestão de talento até um gestor de operações financeiras.

Para Lisboa, a Farfetch tem 12 vagas abertas, enquanto Guimarães tem apenas duas vagas, com a empresa a procurar um especialista sénior para o centro de operações, que foi transferido para Guimarães no final do passado mês de maio, e um engenheiro de software.

A Farfetch acordou, no passado dia 18 de dezembro, a venda à Coupang, em troca de uma injeção de 500 milhões de dólares. A aquisição da Coupang ficou concluída no início de fevereiro e os novos acionistas, liderados pelo sul-coreano Kim Bom, não perderam tempo a começar uma reestruturação que vai conduzir ao despedimento de até 30% da sua força de trabalho, levando à saída de até 2.000 pessoas.

Questionada sobre a forma como decorreu este processo de despedimentos no país e qual o número de funcionários que abandonou a companhia, a empresa tem-se remetido ao silêncio, recusando-se a dar mais detalhes sobre o número de colaboradores atual.

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Bancos do ‘cartel’ sem almofada para coima de 225 milhões de euros

Bancos não deixaram dinheiro de lado para pagar a coima de 225 milhões de euros aplicada pela Autoridade da Concorrência. Decisão desfavorável do tribunal europeu ameaça resultados.

Os bancos envolvidos no chamado “cartel da banca” não constituíram provisões para a coima de 225 milhões de euros aplicada pela Autoridade da Concorrência em 2019. Sempre acreditaram que o processo iria ter um desfecho favorável. Mas, esta segunda-feira, sofreram um duro revés no tribunal europeu, numa decisão que pode ter impacto nos resultados deste ano.

“Da descrição dos factos em causa efetuada pelo tribunal português parece resultar que as informações trocadas diziam nomeadamente respeito às intenções de alteração futura dos spreads dos participantes na troca. Além disso, se assim for, uma vez que os spência se estabelece num mercado, semelhante troca só poderá ter tido por objetivo falsear a concorrência”, considerou o Tribunal de Justiça da União da Europeia (TJUE).

Os especialistas ouvidos pelo ECO adiantaram que a decisão do tribunal europeu abre caminho a uma derrota da banca no tribunal de Santarém, onde estão a contestar a coima da Autoridade da Concorrência.

Nenhum dos bancos quis fazer qualquer comentário sobre a decisão, alguns alegando que estão em período de silêncio que antecede a apresentação dos resultados ao mercado – agendada pela esta quarta (BPI, BCP e Caixa Geral de Depósitos) e quinta-feira (Santander).

Ainda assim, não há muito tempo, as instituições estavam confiantes num desfecho positivo neste processo, razão pela qual não deixaram dinheiro de lado para o risco de uma decisão negativa, como sucede normalmente quando enfrentam contingências legais.

“É convicção do conselho de administração que as probabilidades do banco não vir a ser condenado, no final do processo, a pagar uma coima são mais elevadas do que as de suceder o inverso, pelo que não foi registada qualquer provisão para este processo nas demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2023”, indica o Santander Totta no seu relatório e contas do ano passado. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida foi alvo de uma coima de 35,65 milhões de euros.

O BPI – que enfrenta uma coima de 30 milhões — afirmava o mesmo no seu relatório e contas de 2023, mas por outras palavras: “Suportada pela opinião fundamentada dos consultores legais externos”, a comissão executiva liderada por João Pedro Oliveira e Costa mantinha a convicção “de que as probabilidades de o processo vir a terminar sem o banco ter de pagar esta coima são mais elevadas do que as de suceder o inverso, não existindo, por isso, qualquer provisão para este processo reconhecida nas demonstrações financeiras do banco em 31 de dezembro de 2023”.

O BCP não antecipava “que desta ação judicial possa resultar qualquer responsabilidade suscetível de ter impacto nas respetivas demonstrações financeiras” e o Banco Montepio admitia que existia “uma probabilidade séria e significativa de, afinal, a coima vir a ser anulada”. O primeiro arrisca a pagar uma coima de 60 milhões e o segundo viu a sua coima de 26 milhões reduzida para metade por ter recorrido ao regime de clemência, apresentando provas adicionais da infração.

Em relação à Caixa, sobre a qual pende a maior coima de todas, no valor de 82 milhões, “considera existirem falhas e omissões na imputação das alegadas infrações e na fixação da coima que lhe foi aplicada, razão pela qual procedeu à sua impugnação junto do Tribunal da Concorrência”.

Banca dá garantias para evitar pagar coima na totalidade

Embora tenham contestado a decisão da Autoridade da Concorrência, os bancos já “pagaram” parte da coima. No final de 2020, as duas partes chegaram a um entendimento quanto ao valor (50% do valor da coima) e às modalidades das cauções a prestar, para evitar pagar a totalidade da coima na totalidade no imediato.

Os bancos referem que já prestaram as referidas garantias bancárias como caução: a Caixa indicou que já prestou uma garantia bancária de 41 milhões de euros “por o tribunal ter entendido que tal era necessário para efeitos de suspensão da execução da coima”; no caso do BCP e Santander Totta, as garantias ascenderam a 30 milhões e 17,825 milhões, respetivamente; o BPI e Banco Montepio também já prestaram garantias de 15 milhões e 6,5 milhões.

No âmbito deste processo, BBVA (2,5 milhões), BES (700 mil), EuroBic (500 mil), Crédito Agrícola (350 mil), Deutsche Bank (350 mil) e UCI (150 mil euros) também foram condenados, mas enfrentam multas mais reduzidas. Fonte oficial do Crédito Agrícola disse ao ECO que está a analisar o teor do acórdão” do TJUE.

A mais pequena de todas foi passada ao Banif: 1.000 euros. O Barclays teve um perdão total da coima de 8 milhões por ter sido o banco que denunciou a infração. Abanca, também visado no processo, viu a infração prescrever ainda na fase administrativa.

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CMVM levanta suspensão das ações da Inapa após entrada de pedido de insolvência

O regulador do mercado de capitais tinha suspendido as ações na semana passada após o anúncio de falência do grupo e a demissão da administração.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou a suspensão das ações da Inapa esta segunda-feira, após a empresa ter comunicado que se apresentou à falência, na sequência do colapso na Alemanha devido a uma rutura de liquidez, que impossibilitou o grupo de distribuição de papel de pagar um empréstimo de 17,7 milhões de euros a um grupo de bancos alemães. Títulos voltam a negociar esta terça-feira, após uma semana suspensos.

O regulador do mercado de capitais português adianta, em comunicado, que decidiu o levantamento da suspensão das ações esta segunda, dia 29 de julho, pelas 18:30, “na sequência da prestação de informação relevante ao mercado sobre a apresentação de pedido de insolvência”.

A Inapa formalizou esta segunda-feira o pedido de insolvência junto do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste. Este pedido avança depois de a empresa ter comunicado, no passado dia 21 de julho, que o colapso na Alemanha era inevitável, uma vez que não conseguiu aprovação da Parpública, o seu maior acionista, para uma injeção de emergência de 12 milhões de euros, o que teria repercussão na atividade da holding, puxando-a também para a falência.

A empresa detalhou os pormenores que aceleraram este desfecho, nomeadamente a ausência de recursos para pagar um empréstimo de 17,7 milhões a bancos alemães.

“A Inapa IPG emitiu uma carta conforto à Inapa Deutschland a favor dos bancos financiadores desta última (entre os quais o Deutsche Bank AG, Hamburger Sparkasse AG e Norddeutsche Landesbank Girozentrale), nos termos da qual se comprometeu a contribuir os montantes necessários para a Inapa Deutschland cumprir as suas obrigações junto de qualquer credor a cada momento, tendo esta carta conforto sido chamada pela Inapa Deutschland no dia 19 de julho e que se verificou impossível de cumprir pela Inapa IPG no dia 22 de julho”, escreve a empresa, acrescentando que em causa estavam financiamentos de 17,7 milhões de euros.

Com o levantamento da suspensão, os investidores voltam a poder transacionar os seus títulos no mercado já esta terça-feira. No momento da suspensão, na última segunda, dia 22 de julho, os títulos estavam avaliados abaixo de 0,03 euros (0,0294 euros) e a empresa apresentava uma capitalização bolsista de 15,47 milhões de euros.

Já depois da Inapa ter comunicado que pediu a sua insolvência, o seu segundo maior acionista, Nova Expressão, entregou um pedido de convocatória para uma assembleia-geral de acionistas extraordinária, com vista a avaliar um conjunto de soluções para a Inapa e impedir a progressão do pedido de insolvência.

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EUA anunciam novo pacote de ajuda militar a Kiev de 1,6 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 29 Julho 2024

Washington vai fornecer vários tipos de munições antiaéreas, incluindo munições de lança-foguetes Himars, e armas antitanque.

Os Estados Unidos anunciaram esta segunda-feira uma nova ajuda militar à Ucrânia avaliada em cerca de 1,7 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) que inclui munições antiaéreas e obuses de artilharia solicitados por Kiev.

Em comunicado, o Departamento de Defesa norte-americano precisou que esta ajuda inclui 200 milhões de dólares (184 milhões de euros) de equipamentos provenientes dos recursos militares norte-americanos disponíveis e 1,5 mil milhões (1,4 mil milhões de euros) que serão encomendados à indústria da Defesa. Washington vai fornecer vários tipos de munições antiaéreas, incluindo munições de lança-foguetes Himars, e armas antitanque.

Em mensagem nas redes sociais, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que hoje visitou a frente na região de Kharkiv (nordeste), manifestou-se “extremamente reconhecido” face ao seu homólogo Joe Biden, ao Congresso e aos norte-americanos pela ajuda. Os Estados Unidos permanecem o maior apoiante militar da Ucrânia e já despenderam, segundo os números oficiais, mais de 55 mil milhões de dólares (51 mil milhões de euros) em armas, munições e outras ajudas desde o início da invasão russa em larga escala, em fevereiro de 2022.

Após longas e difíceis discussões, o Congresso norte-americano votou no final de abril, a pedido do Presidente Joe Biden, um novo pacote de 61 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros) de ajuda militar e económica à Ucrânia. As forças russas invadiram duas aldeias da linha de frente na região de Donetsk, leste da Ucrânia, disse hoje uma fonte militar ucraniana, após ataques incessantes com os quais Moscovo procura sobrecarregar as defesas no campo de batalha.

“Eles pressionaram sem parar” para capturar Vovche e Prohres, disse o sargento-chefe da 47ª Brigada Mecanizada Separada da Ucrânia, Oleh Chaus, à rádio Svaboda. “Eles enviaram um grande número de tropas, que não tinham sido usadas anteriormente”, referiu ainda. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nos últimos dias que tinha tomado o controlo das aldeias, mas o Estado-maior ucraniano não fez qualquer comentário oficial.

As aldeias situam-se a cerca de 30 quilómetros a noroeste de Avdiivka, uma cidade de Donetsk que o exército russo conquistou em fevereiro após uma longa batalha. Essa vitória foi o último grande triunfo do Kremlin na guerra que está agora no seu terceiro ano.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014. Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

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