Procuradores de Nova Iorque rejeitam anular condenação de Trump, mas aceitam adiar

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

Os procuradores de Nova Iorque dizem, no entanto, que se "deve considerar" congelar o caso até que o republicano deixe o cargo presidencial, ou seja, em 2029.

Os procuradores de Nova Iorque opuseram-se esta terça-feira a qualquer tentativa de anular a condenação do Presidente eleito, Donald Trump, num caso de suborno, mas expressaram abertura para adiar o caso até ao final do seu segundo mandato. O gabinete do procurador distrital de Manhattan argumentou que a próxima Presidência de Trump não é motivo para abandonar um caso que já foi julgado.

Contudo, “dada a necessidade de equilibrar interesses constitucionais concorrentes”, assinalaram os procuradores, “deve-se considerar” potencialmente congelar o caso até que o magnata republicano deixe o cargo presidencial, ou seja, em 2029, mais de uma década após o início da investigação sobre pagamentos ilegais à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels.

Em maio, um júri decidiu em Nova Iorque que Trump era culpado de 23 casos de falsificação de documentos, durante a campanha presidencial de 2016, para ocultar o pagamento de um suborno de 130 mil dólares (122 mil euros) a uma atriz de filmes pornográficos com quem tinha tido uma relação extraconjugal. A sentença estava inicialmente marcada para julho, mas o juiz Juan Merchan, do tribunal de Nova Iorque que julgou o caso, concordou em adiá-la até depois das eleições presidenciais de 05 de novembro, das quais Trump saiu vencedor.

Juan Merchan deu aos procuradores até esta terça para compartilharem as suas ideias sobre como prosseguir com o caso. Os procuradores indicaram assim ao juiz que “estão cientes das necessidades e obrigações da Presidência” e percebem que o regresso de Trump à Casa Branca “levantará questões legais sem precedentes”.

“Também respeitamos profundamente o papel fundamental do júri no nosso sistema constitucional”, acrescentaram. Agora, é esperado que os advogados do magnata republicano apresentem uma resposta e, posteriormente, o juiz decidirá que medidas tomar. Trump deverá tomar posse em 20 de janeiro.

Donald Trump é a primeira pessoa na história norte-americana a vencer a Presidência após ser condenado criminalmente, além de também ser o primeiro ex-presidente a enfrentar um julgamento criminal. Apesar da condenação, Trump nega ter cometido qualquer crime e acusa os adversários democratas de conduzirem uma “caça às bruxas” contra ele.

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+M

FPF vai entregar 50 mil euros com o prémio Futebol para Todos. Candidaturas estão abertas

  • + M
  • 19 Novembro 2024

Criado pela FPF em 2018, a iniciativa é dirigida a instituições sem fins lucrativos e inclui a distribuição de um donativo no montante de 50 mil euros. As candidaturas decorrem até 11 de dezembro.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai atribuir um donativo no montante de 50 mil euros, a ser distribuído por dois ou mais projetos, no Âmbito do projeto Prémio Futebol para Todo. Promovida anualmente, a iniciativa tem como objetivo “envolver a sociedade civil em temas tão prementes como o combate à discriminação e a promoção da inclusão social através do futebol”.

As candidaturas ao prémio decorrem até 11 de dezembro, sendo que cada projeto candidato deve apresentar um orçamento máximo de 25 mil euros. Não são elegíveis para o prémio deste ano os vencedores das quatro edições anteriores (edição 2019, 2020, 2021 e 2023).

“Os projetos candidatos deverão ter como premissa que cada indivíduo é único, bem como a rejeição de todas as formas de discriminação com base na raça, idade, género, religião, orientação sexual, cultura e nacionalidade”, detalha a FPF em comunicado.

“Esta iniciativa está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), nomeadamente o objetivo número 10, que pretende a redução das desigualdades em termos de idade, género, deficiência, raça, etnia, origem, religião, estatuto económico ou outro no interior de um país”, acrescenta.

Após a eleição dos dez melhores projetos por parte de um júri da FPF, os mesmos são divulgados no site da Federação com o objetivo de recolher votos do público, os quais terão um peso de 20% na pontuação final.

Após o fim do período para a apresentação de candidaturas, segue-se a fase de avaliação e triagem do júri até 6 de janeiro de 2025. A votação do público decorre depois entre os dias 13 e 17 de janeiro de 2025, sendo os projetos vencedores conhecidos na semana seguinte, num evento na Cidade do Futebol.

O painel de jurados é constituído por Humberto Coelho (vice-presidente da FPF), Mónica Jorge (diretora para o Futebol Feminino), Mercedes Balsemão (presidente da SIC Esperança), Catarina Furtado (embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População e presidente e fundadora da Associação Corações Com Coroa), José Pena do Amaral (consultor da comissão de responsabilidade social do BPI) e um representante da Cruz Vermelha.

O Forjães SC, as Novas Olimpíadas Especiais e o FC Romariz foram os vencedores da edição do ano passado do Futebol para Todos, na qual foi registado o número recorde de 63 candidatos.

Desde a sua criação, a iniciativa já apoiou 13 projetos/instituições com um total de 200 mil euros.

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Apoio dos EUA à Ucrânia vai mais longe mas é “limitado”, diz Marcelo

O Presidente da República referiu que o reforço do apoio americano à Ucrânia vai mais longe em termos de capacidade de contraofensiva, mas mesmo assim é "limitado".

O Presidente da República referiu esta terça-feira que o reforço do apoio americano à Ucrânia vai mais longe em termos de capacidade de contraofensiva, mas mesmo assim é “limitado“. Isto, depois de no domingo, o presidente norte-americano, Joe Biden, ter autorizado pela primeira vez a Ucrânia a usar de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar território da Rússia.

“É evidente que há muito tempo que a Ucrânia pedia um reforço do apoio americano e europeu. Este apoio, para já americano e não europeu, é um apoio que vai mais longe em termos de capacidade de contraofensiva ou reação ucraniana. Mas mesmo assim é limitado. Estamos a falar de um alcance de 300 quilómetros e de alvos militares”, disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas.

“Da parte da Rússia, existe um cuidado também muito grande na resposta que dá que, mesmo quando há contraofensivas, tem presente que há patamares que não se pode ultrapassar. Isto neste momento tem sido possível. Acho que isto é bom”, referiu.

O chefe de Estado português enalteceu o sacrifício do povo ucraniano e também a aliança estabelecida. “1.000 dias de guerra quer dizer que a guerra continua e que é um esforço e sacrifício para o povo ucraniano, mas também é um teste à aliança que se fez na NATO e na União Europeia em torno da defesa da Ucrânia”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou a ovação feita esta terça-feira no Parlamento Europeu, sendo uma prova que, 1.000 dias depois, a aliança continua “firme”. “Nós sabemos como há várias sensibilidades na Europa, mas a unidade no essencial está preservada“, garante.

Sobre os diplomas aprovados esta terça-feira, o chefe de Estado salienta que promulgou por ter havido maioria “clara” num determinado sentido. “Por isso e por achar que não ia ficar com o peso na consciência de ter dito ‘não’ àquilo que, para o Governo, era fundamental para desbloquear o atraso em que se encontra a execução do PRR”, disse.

Marcelo Rebelo de Sousa tem “reservas quanto ao regime excecional”, no seu entender “pouco propício ao contraditório e à proteção da confiança, de ações administrativas urgentes de contencioso pré-contratual relativo a projetos financiados ou cofinanciados pelo PRR”, segundo uma nota publicada no portal da Presidência da República.

O decreto em causa, com origem numa proposta do Governo, foi aprovado em votação final global em 18 de outubro, com votos a favor de PSD e CDS-PP, abstenções de PS, IL e PAN e votos contra de Chega, BE, PCP e Livre.

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Israel oferece recompensa de cinco milhões de dólares por cada refém libertado

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

Dos 251 reféns sequestrados a 7 de outubro de 2023 pelo movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, 97 continuam em cativeiro.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou esta terça-feira que Israel oferece uma recompensa de cinco milhões de dólares (4,7 milhões de euros) a quem devolver um refém detido na Faixa de Gaza.

Qualquer pessoa que nos traga um refém encontrará aqui uma forma segura, para si e a sua família, de saírem [da Faixa de Gaza]. Daremos também uma recompensa de cinco milhões de dólares por cada refém”, declarou Netanyahu, num vídeo filmado na Faixa de Gaza, indicou o seu gabinete num comunicado.

Dos 251 reféns sequestrados a 7 de outubro de 2023 pelo movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, 97 continuam em cativeiro, embora 34 deles tenham entretanto sido declarados mortos pelo Exército israelita.

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Escuta de rádio no telemóvel duplica em 10 anos. Recua nos rádios portáteis e aparelhagens

  • + M
  • 19 Novembro 2024

Apesar do maior crescimento no telemóvel, ainda é nos automóveis que os portugueses mais ouvem rádio, com 6 milhões e 688 mil utilizadores.

Entre os vários suportes de escuta de rádio, cuja utilização se tem vindo a alterar ao longo dos últimos anos, o telemóvel é aquele que mostra uma maior dinâmica, duplicando face a 2014 e aumentando 75% face a 2019.

A utilização também aumentou tanto no computador (8,4% face a 2014 e 64,2% face a 2019) como no auto-rádio (21% face a 2014 e 3,6% face a 2019). Em sentido contrário, registou-se um recuo da escuta de rádio através de rádios portáteis (27,9% face a 2014 e 2,7% face a 2019) e de aparelhagens hi-fi (43% face a 2014 e 28,1% face a 2019).

Apesar do maior crescimento no telemóvel, ainda é nos automóveis que os portugueses mais ouvem rádio, com o auto-rádio a manter-se como o principal suporte de escuta de emissões de rádio – de forma destacada -, com 6 milhões e 688 mil utilizadores, o que representa 77,9% dos residentes no Continente com 15 e mais anos. Os dados são do estudo Bareme Rádio da Marktest que inquiriu uma amostra de 6.006 indivíduos.

O telemóvel surge como o segundo suporte com mais utilizadores (30,4%), seguido pelo computador (22%), rádio portátil (14,5%) e aparelhagem hi-fi (11%).

“Os indivíduos entre 35 e 44 anos, os técnicos especializados e pequenos proprietários, os pertencentes às classes sociais mais altas ou os residentes na Grande Lisboa estão entre quem tem mais afinidade com escutar rádio através do telemóvel”, observa a Marktest.

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Cristina Ferreira reage à penhora dos bens nas redes sociais. Sentença “pode vir a ser revertida”

  • + M
  • 19 Novembro 2024

Apresentadora afirma que "foi a SIC que executou a sentença de 1ª instância, apesar de a mesma ainda estar pendente de recurso e, por isso, poder vir a ser revertida".

Cristina Ferreira reagiu durante a tarde à notícia de que o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste decidiu executar bens da empresa Amor Ponto, da apresentadora, num montante até 4,7 milhões de euros. “A Amor Ponto irá usar o mecanismo legal que lhe permite suspender esta iniciativa da SIC, enquanto se aguarda serenamente pela decisão que vier a incidir sobre o recurso interposto”, escreve a apresentadora numa story.

De acordo a mensagem, escrita em caixa alta num fundo preto, Cristina Ferreira diz que “importa esclarecer que foi a SIC que executou a sentença de 1ª instância, apesar de a mesma ainda estar pendente de recurso e, por isso, poder vir a ser revertida. Trata-se de uma iniciativa da SIC, apenas desta e não do tribunal, dirigida à sociedade Amor Ponto”. Contactada pelo +M, a SIC não comentou até à publicação desta notícia o processo.

Em 11 de junho, a Amor Ponto foi condenada pelo tribunal de Sintra a pagar mais de 3,3 milhões de euros à SIC pela quebra de contrato com a estação do grupo Impresa. A apresentadora recorreu da decisão, mas não pediu efeitos suspensivos, nem apresentou caução com garantias bancárias, de acordo com fontes contactadas pela Lusa. O tribunal decidiu executar os bens da empresa, notificando várias entidades, penhorando os créditos, presentes e futuros, vencidos e vincendos, que a empresa Amor Ponto detém, no valor até 4,7 milhões de euros, o que inclui já os juros.

Na decisão de junho, o tribunal de Sintra condenou a empresa a “proceder ao pagamento à autora SIC Sociedade Independente de Comunicação S.A. da quantia de 3.315.998,67 de euros, acrescida de juros, à taxa comercial, desde a citação até efetivo e integral pagamento”.

O tribunal de Sintra deu razão parcial às partes, tendo reconhecido um pagamento de 3.536.666,67 euros da Amor Ponto à SIC, mas absolvendo a apresentadora.

“Entendeu o tribunal condenar a Amor Ponto Lda a pagar à SIC a indemnização arbitrada, absolvendo desse pedido Cristina Ferreira, por ter entendido que o concreto contrato de prestação de serviços celebrado havia sido entre a SIC e Amor Ponto Lda, não se confundindo esta com a sua sócia maioritária e gerente”, aponta o tribunal na nota.

Já à Amor Ponto foi reconhecido um crédito de 220.668 euros, já com juros, devido a “valores titulados por faturas emitidas e vencidas, respeitante a pagamentos de comissões de publicidade e de passatempos”.

No entender do tribunal, o contrato entre SIC e a Amor Próprio não era livremente revogável.

Amor Ponto foi constituída em 2008, como Cristina Ferreira, Sociedade Unipessoal e adotou a atual denominação em 2019, tendo tido ainda a denominação de Cristina Ferreira, Lda.De acordo com os dados de junho, a Amor Ponto conta com três acionistas: Cristina Ferreira, o seu pai, António Jorge Ferreira, e a Docasal Investimentos, empresa que também conta com os mesmos dois acionistas.

Em 2023, de acordo com os dados oficiais consultados pelo ECO, a empresa teve receitas de 2,3 milhões de euros e lucros de 980 mil euros. O capital próprio é de 3,1 milhões de euros.

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Ventura desafia primeiro-ministro a apresentar moção de confiança

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

O presidente do Chega considerou que "este é um Governo que deve ser responsabilizado e encarado no parlamento" porque está "em roda livre e em absoluto descalabro político".

O presidente do Chega, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura. O desafio foi lançado pelo líder do Chega em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa. André Ventura considerou que “este é um Governo que deve ser responsabilizado e encarado no parlamento” porque está “em roda livre e em absoluto descalabro político”.

O líder do Chega deu como exemplo a situação na saúde e voltou a insistir no afastamento da ministra Ana Paula Martins e do presidente do INEM. Ventura disse que “o proclamado programa milagroso não deu em nada”, que esta área continua “igualmente catastrófica”, e considerou que o Governo se prepara para fazer “remendos” no INEM.

O Governo “falhou em toda a linha” e “erra em todas as áreas que era preciso executar alguma coisa”, criticou. Ventura falou também numa situação de “caos” no que toca à violência, acusando o Governo de fazer “operações de cosmética”, e criticou o argumento de que “não há margem nem dinheiro” para aumentar as pensões que “são miseráveis”.

“O Governo deve perguntar ao parlamento se tem a sua confiança” e se tem “legitimidade para governar”, defendeu, pedindo a Luís Montenegro que tenha “coragem política” para apresentar a moção de confiança. Questionado se o Chega avançará com uma moção de censura caso este desafio seja ignorado, o presidente do Chega descartou essa hipótese, colocando o ónus no Governo, que acusou se querer provocar uma crise política.

“Penso que estamos noutra fase”, sustentou, defendendo que “este é o momento da moção de confiança” e que cabe ao “autor da instabilidade” apresentá-la. Apesar de afirmar que o objetivo não é provocar eleições, Ventura assinalou que “o Chega não tem medo” de legislativas antecipadas. O presidente do Chega indicou que neste momento o Governo “não teria a confiança” do seu partido.

Nesta conferência de imprensa, o líder do Chega acusou também o secretário-geral do PS de ser “cobarde, entrincheirado e com medo dos seus pares e de ser avaliado” e considerou que “se calhar [o voto do PS a uma eventual moção de confiança] será um voto cobarde à mesma”.

“O PS fará o que entender. Não me espantaria que continuasse a sustentar o Governo”, indicou, afirmando que se tal vier a acontecer, “fica-se a perceber quem sustenta e quem acha que tem de haver uma mudança”. No que toca ao Orçamento do Estado, André Ventura foi questionado sobre a proposta do PS para um aumento de pensões em 1,25 pontos percentuais, acima da atualização regular anual, para pensões até 1.527,78 euros. O líder do Chega não excluiu viabilizá-la, mas remeteu para quarta-feira a revelação do sentido de voto.

Ventura indicou igualmente que a prioridade do Chega é que seja aprovada a sua proposta para que as pensões até 1018,52 euros sejam aumentadas em 1,5%, sem prejuízo da atualização prevista pela lei. O presidente do Chega falou também na proposta de revisão constitucional que o partido vai apresentar no parlamento, defendendo que Portugal tem a “Constituição mais arcaica da Europa”.

Ventura elencou alguns dos temas que o partido quer abordar, como a redução do número de deputados, a reorganização do sistema politico autárquico, “redução da interferência da política no sistema judicial”, incompatibilidades dos políticos, menor progressividade dos impostos e mais liberdade na saúde e na educação.

O líder do Chega lembrou que a revisão constitucional foi iniciada na última legislatura, também por iniciativa do seu partido, apesar de ter terminado com a dissolução do parlamento, e apelou a PS e PSD que participem neste novo processo. Os deputados do Chega estão reunidos esta tarde para aprovar “as linhas fundamentais finais” do projeto de revisão constitucional e o presidente estimou que a proposta possa ser entregue na Assembleia da República “até ao final da semana”.

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Fusion Fuel une forças com empresa QIND e lança-se no negócio do gás

Depois de ter declarado a insolvência da fábrica de equipamentos de hidrogénio verde, em Benavente, a Fusion Fuel procura reerguer-se apostando no negócio do gás.

A Fusion Fuel anunciou esta terça-feira que irá comprar uma participação de 70% na empresa Quality Industrial (QIND), que opera no setor do gás. Como “moeda de troca”, a empresa portuguesa vai passar a ser controlada pelos acionistas da empresa, com sede nos Emirados Árabes Unidos.

Apesar de o mercado de hidrogénio verde se ter desenvolvido mais devagar do que era antecipado, a procura pelos nossos serviços de consultoria e engenharia permanece elevada“, indica o CEO da Fusion Fuel, Frederico Chaves, citado no comunicado. Assim, com a aquisição da QIND, a empresa portuguesa espera estar a construir um “pilar estável” que permita “responder às necessidades presentes do mercado”, ao mesmo tempo que se posiciona para “as oportunidades de crescimento de longo prazo” que ainda diz ver no setor do hidrogénio verde.

A Fusion anunciou um acordo para adquirir cerca de 70% da QIND. Para concretizar esta compra, a Fusion oferecerá aos proprietários da QIND 19,99% das suas ações ordinárias, além de ações preferenciais convertíveis. No final de contas, a QIND poderá arrecadar uma participação na Fusion Fuel de cerca de 70%, passando a controlar a empresa portuguesa.

Esta transação não envolve dinheiro, mas resultará numa diluição significativa para os atuais acionistas. É importante notar que a conversão das ações preferenciais em ordinárias está sujeita à aprovação dos acionistas da Fusion. Outra das consequências desta aliança é a junção de John-Paul Backwell, CEO da QIND, ao conselho de administração da Fusion Fuel.

As operações da QIND estão sediadas no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O seu “braço” operacional, a Al Shola Gas, declarou receitas de 11 milhões de dólares e um lucro de 1,8 milhões em 2023. A empresa detém 40 mil clientes de gás de petróleo liquefeito (GPL) no Médio Oriente, entre os quais estão a Emirates Airlines, a Dubai Properties e o Governo do Dubai. Emprega mais de 100 trabalhadores.

Este comunicado é emitido depois de a Fusion Fuel ter declarado insolvência, na semana passada, da fábrica de eletrolisadores para projetos de hidrogénio verde inaugurada em 2023 em Benavente. A situação foi justificada pelo CEO com uma falha de um investimento de 33,5 milhões de dólares (cerca de 31 milhões de euros), que devia ter sido concretizado até ao fim de outubro.

Segundo o Jornal Económico, a Fusion Fuel deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa, a 6 de novembro, com um processo contra o investidor Norbert Rudolf Bindner, referido como diretor da Hydrogenial e que estaria interessado na compra de 56 milhões de ações da empresa de Benavente, exigindo-lhe o pagamento de 27 milhões de euros. O CEO da tecnológica portuguesa disse que, se o investidor “cumprir com o contrato”, conseguirão “reduzir muito os danos”.

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Portugal recebe 44% do investimento da Goparity

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

A plataforma de financiamento sustentável contou com 12 milhões de euros investidos nos últimos quatro trimestres, com Portugal a receber 44% desse valor.

A Goparity mobilizou mais de 12 milhões de euros, entre outubro do ano passado e setembro deste ano, nos quais cerca de 44% deste montante foi direcionado a Portugal, o principal mercado da plataforma, com 5,3 milhões de euros a financiar 44 projetos no país.

“Estamos muito felizes com estes quatro trimestres; não só pelo marco que representam, mas também porque são um sinal claro de um crescimento sustentado”, refere Nuno Brito Jorge, CEO e cofundador da Goparity, citado em comunicado. “Desde a nossa criação em 2017, já conseguimos mais de 40 milhões de euros para financiar mais de 360 projetos em 19 países, números que demonstram que, através da colaboração, podemos caminhar para um mundo mais sustentável, justo e inovador”, acrescenta o fundador.

Portugal já recebeu 22 milhões

Portugal, nos primeiros sete anos de atividade da empresa, representava cerca de 70% do total investido da plataforma de financiamento. Desde 2017, a Goparity apoiou mais de 131 organizações portuguesas, permitindo a viabilização de mais de 300 projetos em áreas como a energia sustentável, a economia azul e a gestão sustentável do solo. Segundo a empresa, o valor total investido em Portugal ultrapassa os 22 milhões de euros.

A nível global, a Goparity financiou 70 projetos, nos últimos quatro trimestres. No terceiro trimestre deste ano, a plataforma atingiu os 100 empréstimos pagos integralmente, que, segundo a empresa, assegura o retorno do capital e juros aos investidores.

Além de Portugal, Colômbia e Espanha destacaram-se com 3,6 milhões de euros para 12 projetos e 1,4 milhões de euros para 6 projetos, respetivamente. Os investimentos feitos neste período de tempo impactaram diretamente mais de 350 pessoas e alinham-se com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), segundo a Goparity.

Os projetos evitaram a emissão de 5.601 toneladas de CO₂ – o equivalente ao sequestro de carbono de 240.997 árvores – e geraram 13.005 MWh de energia limpa, além de promover a gestão sustentável de 240 hectares de terra e água.

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“Europeus deixam demasiado dinheiro em depósitos”, diz presidente da Euronext Lisbon

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

O dinheiro é colocado em depósitos em vez de ser investido em "títulos ou obrigações que dão melhor retorno", salientou Isabel Ucha.

A presidente do Euronext Lisbon, que gere a bolsa de Lisboa, reiterou esta terça-feira que os europeus “deixam demasiado dinheiro em depósitos”, argumentando que optar por esta forma de poupança em vez de investimento limita o capital de risco.

O dinheiro é colocado em depósitos em vez de ser investido em “títulos ou obrigações que dão melhor retorno”, salientou Isabel Ucha, num painel na conferência “Transformar a Economia de Portugal através da Sustentabilidade e da Inovação”, organizada pelo Financial Times, em Lisboa. “Enquanto indivíduos, os europeus têm uma vida financeira menos gratificante do que os cidadãos americanos”, apontou a responsável.

Neste contexto, o dinheiro é deixado nos depósitos e os bancos praticamente não investem, pelo que a “maioria do capital disponível para as empresas é na forma de dívida, o que leva a alavancagem excessiva, o que vimos em muitas empresas, principalmente portuguesas”, destacou.

Isabel Ucha salientou ainda que a dívida não é o instrumento mais adequado para investir na inovação e no ESG (práticas ambientais, sociais e de boa governança das empresas), pelo que as empresas crescem menos porque o crescimento, na maioria das vezes, “envolve muito risco”. “Falta-nos capital de risco”, sublinhou a responsável.

Cristina Casalinho, administradora executiva da Fundação Calouste Gulbenkian e ex-presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública, também neste painel, concordou salientando que “as pessoas deixam as poupanças nos depósitos porque não há uma indústria de fundos de pensões desenvolvida na Europa”.

Além disso, também não há uma “cultura de tomada de risco”, como existe em outros locais, argumentou.

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Itália contra novos lugares permanentes no Conselho de Segurança da ONU

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

Itália é contra a criação de novos lugares permanentes no Conselho de Segurança. "Deveria haver mais lugares temporários distribuídos por zonas geográficas e rotativos", defende Meloni.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou esta terça-feira que “se opõe a novos assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, um objetivo da presidência brasileira do G20. Meloni, a presidente rotativa do G7, mostrou as suas divergências com a presidência brasileira do G20, presidida por Lula da Silva, num encontro com os meios de comunicação social à margem da reunião.

“Nós, com a presidência brasileira, partilhamos a necessidade de reformas, mas não estes objetivos. A Itália é contra a criação de novos lugares permanentes no Conselho de Segurança. Deveria haver mais lugares temporários distribuídos por zonas geográficas e rotativos”, explicou. O Conselho de Segurança das Nações Unidas é composto por cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia) e dez não-permanentes.

Na sua opinião, “a reforma faz sentido se permitir que as instituições multilaterais sejam mais inclusivas”, mas “não se acrescentar disfuncionalidades” já existentes, sublinhou. A primeira-ministra italiana alertou ainda para o facto de o mundo “estar muito longe de resolver a questão da fome” devido às crises e às guerras.

Sobre estas crises, Meloni destacou a guerra na Ucrânia e acusou a Rússia de “ter usado os cereais como arma”, aludindo ainda ao conflito no Médio Oriente e à situação na Faixa de Gaza, onde a iniciativa italiana ‘Food for Gaza’ já entregou 47 toneladas de bens de primeira necessidade. Neste sentido, defendeu como “prioridade” o seu próprio “Plano Mattei”, um programa que tem como missão investir dinheiro nos países africanos para travar a imigração para Itália e para a Europa.

A cimeira do G20, que termina esta terça, encontra-se neste momento a abordar a questão da transição energética e do desenvolvimento sustentável, e Meloni defenderá a tecnologia de fusão nuclear, que, segundo ela, pode transformar a energia de “uma arma geopolítica num recurso acessível a todos”.

Os líderes do G20 conseguiram chegar a consenso sobre uma declaração final na cimeira anual, na qual destacam a aliança global contra a fome, mas com reduzidas menções aos vários conflitos regionais e o imposto sobre super-ricos. A inclusão social e combate à fome e à pobreza, desenvolvimento sustentável, transições energéticas e ação climática e a reforma das instituições de governança global, prioridades da presidência brasileira, foram consagradas na declaração dos líderes com o objetivo de “orientar ações em direção a resultados concretos”.

Contudo, em relação aos conflitos na Faixa de Gaza e no Líbano, os líderes das maiores economias mundiais apenas enfatizam para “a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária” e um “apoio a um cessar-fogo abrangente” nos dois territórios.

A palavra Ucrânia aparece mencionada apenas uma vez na declaração dos líderes do G20, na qual fazem parte países como Estados Unidos, Rússia, China, França, entre outros, frisando para “o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra” e saudando “todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura, mantendo todos os Propósitos e Princípios da Carta da ONU para a promoção de relações pacíficas”.

A declaração dos líderes saiu um dia mais cedo do esperado, já que hoje ainda decorre a sessão plenária final sobre transição energética e desenvolvimento sustentável.

Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro encontram-se representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal – país convidado pelo Brasil -, representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, Angola, representado pelo seu Presidente, João Lourenço, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, passando em dezembro para a África do Sul.

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“São 1.000 dias de guerra à democracia e aos direitos humanos”, diz Montenegro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Novembro 2024

Montenegro apelou a "todos os líderes" para que não multipliquem "respostas e contra respostas que não ajudam a resolver" a guerra e os problemas humanitários na Ucrânia.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assinalou esta terça-feira o milésimo dia da invasão “ilegítima e injustificada” da Ucrânia pela Rússia, sublinhando que são “1.000 dias de guerra à democracia, aos direitos humanos e aos valores e princípios que Portugal defende no contexto internacional”.

Falando à margem da cimeira do G20, no Rio de Janeiro, na qual Portugal participou como país convidado, o chefe do Governo português dirigiu um apelo a “todos os líderes” para que não multipliquem “respostas e contra respostas que não ajudam a resolver” a guerra e os problemas humanitários.

Luís Montenegro referia-se ao decreto-lei aprovado esta terça-feira pelo Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, que passa a permitir o uso alargado de armamento nuclear, depois de os EUA terem autorizado a Ucrânia a utilizar mísseis norte-americanos de longo alcance em território russo.

Vamos concentrar a nossa contribuição em poder ajudar a que se criem condições, em primeiro lugar, para evitar qualquer escalada neste conflito, e, em segundo lugar, para que se criem condições de cessar-fogo e de cessar a operação militar e se possa dar primazia à diplomacia e ao caminho que encontre uma solução permanente“, realçou.

Por isso, continuou, é necessário “que não se vá mais longe do que já se foi” e que “ameaças que põem em causa não apenas a integralidade do território ucraniano, mas valores muito altos de ofensa à dignidade humana e aos direitos fundamentais possam ser apenas e só ameaças de retórica e nunca operações no terreno“.

O líder do Executivo português notou ainda que, durante a cimeira do G20 dos últimos dias, a diferença de opiniões à volta da mesa “não foi significativa nem cresceu”. “Estando a Federação Russa presente e um conjunto de países que tem condenado a invasão da Ucrânia, o uso de instrumentos que violam o direito internacional, o que pude assistir foi a uma sensibilização da Rússia face àquela que é a sua conduta. Não creio que desse ponto de vista tenha havido mais divisão do que aquela que já havia”, apontou, reconhecendo, porém, que existe “um isolamento muito grande da Rússia”.

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