“Nunca publicaríamos” um livro escrito por inteligência artificial

Ana Rita Bessa, CEO da Leya, defende que o livro escolar em papel nunca acabará e defende uma utilização equilibrada com o digital. Investimento das escolas em tecnologia tem de ser reforçado.

Na plataforma onde são carregadas as obras que de candidataram ao Prémio Leya já entraram textos escritos por modelos de inteligência artificial (IA). Até agora foram todos detetados, mas Ana Rita Bessa, CEO do grupo editorial, afirma que “o risco é latente e coloca-se cada vez mais, até porque os motores de IA vão-se tornando cada vez mais proficientes”.

A gestora garante que nunca levaria ao prelo, de forma consciente, um texto redigido por IA. “Nunca publicaríamos. Se há coisa que nós prezamos são os nossos autores e os direitos de autor”, diz Ana Rita Bessa em entrevista ao “À Prova de Futuro”, um podcast do ECO com o apoio do Meo Empresas.

A antiga deputada do CDS-PP, entre 2015 e 2021, afirma que o Grupo Leya, hoje integrada na neerlandesa Infinitas Learning, está “saudável”. O negócio vai continuar a passar pela aposta na educação e na plataforma digital desenvolvida em Portugal, que já conta com 500 mil utilizadores, e serviu inspiração a outras geografias do grupo.

A possibilidade de ajudar os professores a identificar potenciais casos de dislexia, a tradução do conteúdo para 120 línguas ou a personalização do estudo são algumas das soluções que a plataforma oferece.

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Além dos livros físicos, o grupo Leya tem feito um elevado investimento na criação de uma plataforma de ensino digital para alunos e para professores. A Leya já pode ser considerada uma empresa tecnológica?

É uma pergunta curiosa. Eu acho que nós não gostamos de nos definir como uma empresa tecnológica porque a nossa raiz está na edição, está em produzir livros, e essa é a nossa marca distintiva e identitária. Dito isto, é verdade que nos dois segmentos de negócios, mais concretamente na área de educação, o mercado, os ares dos tempos, têm vindo a pedir-nos que façamos investimentos marcados na área tecnológica e isso vai alterando ou matizando um bocadinho o nosso perfil. Não diria que somos uma empresa tecnológica.

Mas tem um crescente perfil tecnológico.

Temos um apelido tecnológico, se assim quiser, que tem como face mais visível para o mercado a plataforma Aula Digital, a nossa plataforma de ensino e aprendizagem, que está presente nas escolas portuguesas em função daquilo que vão sendo os ciclos de escolha dos professores e que é um investimento considerável que já vem de há anos a esta parte.

[Portugal] é um país muito desigual ainda e, portanto, há o risco real de deixarmos alguns alunos para trás se centrarmos o ensino apenas no material digital, porque haverá uma componente de alunos que não vai conseguir acompanhar.

A inteligência artificial já está a ser utilizada nessas ferramentas? De que forma?

A resposta é sim, mas acho que preciso de qualificar um bocadinho esta afirmação previamente, porque a inteligência artificial em setores nos quais a Leya opera — cultura e educação — merece alguma cautela. A inteligência artificial está hoje em dia presente na Leya em dois sentidos: nos processos produtivos e na proposta de valor das ofertas que fazemos ao mercado.

Pensando na área escolar, temos já muita produção de imagem a partir da inteligência artificial. Temos também algumas ferramentas proprietárias do frupo Infinitas, a que pertencemos, de suporte à produção e à validação de conteúdo. Uma espécie de polígrafos da validação do conteúdo escolar. Em linguagem mais prosaica, há aqui um equilíbrio desejável entre ser moderno e ser conservador, que é exigível num mercado como o da educação, porque, se não, corremos o risco, daqui a dez anos, de chegar à conclusão de que, afinal, ensinámos mal.

E os conteúdos escolares estão a evoluir de acordo com estas mudanças tecnológicas e as motivações dos alunos?

Na realidade das escolas portuguesas, já existe uma componente digital muito forte e a inteligência artificial já está imiscuída nessa oferta digital. No caso da Leya temos um assistente virtual, o Plus, em que um professor quando está a preparar as suas aulas em casa — imagine que quer preparar um conteúdo sobre o 25 de Abril –, pode introduzir neste assistente a expressão: “eu gostava de ensinar o 25 de abril a um miúdo do quinto ou sexto ano”. Automaticamente é-lhe devolvido um conjunto de recursos digitais de várias naturezas, sínteses, escritas, jogos, o que seja relevante, que ele pode apresentar na aula.

Ana Rita Bessa, CEO do Grupo Leya, em entrevista ao podcast do ECO “À Prova de Futuro”Hugo Amaral/ECO

Favorece uma lógica muito mais multimédia.

Mais multimédia, mas em que o professor é auxiliado e assistido pela inteligência artificial. Temos também uma ferramenta de leitura imersiva que permite responder a uma necessidade muito real das nossas escolas hoje em dia. Não só das nossas, na verdade é uma questão europeia. Em Portugal, temos à volta de 140 mil alunos não nativos de português nas nossas escolas e a crescer, que põe muitos desafios aos professores. Porque não só não entram no início do ano letivo certinho, como muitas vezes entram com uma idade diferente daquela em que são colocados no nível de ensino, porque não dominam a língua. Muitas vezes, a única ferramenta que o professor tem é o telemóvel a traduzir para o aluno. Nós temos esta ferramenta na plataforma digital que permite a tradução do conteúdo para 120 línguas, umas mais usadas do que outras.

Desenvolvemos, em parceria, uma aplicação de matemática para o secundário, onde existe já um princípio de personalização. O aluno está a estudar, está a fazer exercícios e vão-lhe sendo propostos exercícios de acordo com a sua curva de desenvolvimento. O plano é vir a desenvolver isto para muitas outras disciplinas.

Todo o conteúdo digital?

Todo o conteúdo. Isso permite, pelo menos numa primeira fase em que não há uma aculturação, ter uma resposta para esses alunos, que escusam de ficar a marcar passo.

Este ano temos também uma novidade interessante. Desenvolvemos, em parceria, uma aplicação de matemática para o secundário, onde existe já um princípio de personalização. O aluno está a estudar, está a fazer exercícios e vão-lhe sendo propostos exercícios de acordo com a sua curva de desenvolvimento. Para já só temos isto para a matemática, o plano é vir a desenvolver isto para muitas outras disciplinas.

Qual é o grau de adesão que esta oferta digital está a ter por parte das escolas, dos alunos e dos professores?

Na maior parte das salas, até da escola pública, os professores já têm um computador, um wi-fi suficiente, e quando não têm, nós temos soluções offline. Conseguem usar estes recursos, de acordo com a sua intencionalidade pedagógica. Umas vezes na preparação de aulas, outras vezes na sala de aula, outras vezes na relação com os alunos fora da sala de aula, com ferramentas colaborativas. A utilização dos alunos já varia mais. Porquê? Porque a presença de computadores em sala de aula nas escolas públicas não é universal, porque a capacidade do wi-fi nas escolas públicas também não é perfeita e, portanto, ainda existe muita dificuldade.

A infraestrutura disponível nas escolas ainda é insuficiente.

Nós, pertencendo a um grupo internacional, vemos a comparação com outros países. Há outros países em que já se generalizou a presença de computadores em sala de aula, o que não significa que sejam usados o tempo todo, mas existe uma alternativa real de computador e de digital. Em Portugal, o hardware é um fator de limitação, na sala de aula e fora da sala de aula também. É um país muito desigual ainda e, portanto, há o risco real de deixarmos alguns alunos para trás se centrarmos o ensino apenas no material digital, porque haverá uma componente de alunos que não vai conseguir acompanhar. Para lhe dar uma ideia, nós temos à volta de 500 mil utilizadores registados na nossa plataforma Aula Digital, dos quais 100 mil professores ativos a usar durante o ano a plataforma. Já é uma coisa significativa.

Isto num universo de quantos professores?

Nem o senhor ministro lhe consegue dizer, mas será à volta de 120 mil, 130 mil professores. Claro que a Leya tem uma mancha grande, mas os professores não usam apenas materiais da Leya, usam de várias editoras. Outra realidade é a das escolas privadas. Muitas estão em processo de desmaterialização total, mas são mais raras do que aquelas que hoje em dia se equilibram em sistemas híbridos, em que convive o papel com o digital, naquilo que me parece ser a resposta razoável.

Outros países já embarcaram numa onda muito moderna de vai ser tudo digital. Por exemplo, a Suécia fez esse caminho, até politicamente marcado. Havia boas razões, de sustentabilidade, o peso das mochilas, e depois recuaram para um equilíbrio. Eles desceram bastante no PISA, e recuaram por causa deste tema da intencionalidade pedagógica.

Ainda persiste uma desigualdade na utilização destas ferramentas digitais entre o ensino privado e o público?

No global, persiste. Claro que também há escolas públicas mais excecionais, onde as condições estão reunidas e consegue-se fazer esse caminho, se for esse o projeto educativo da escola. Mas, na média, sim, existem diferenças.

Acha que é necessário um reforço do investimento para dotar as escolas com estes equipamentos?

Acho, acho. Embora isso seja só uma parte da equação. Outros países já embarcaram numa onda muito moderna de vai ser tudo digital. Por exemplo, a Suécia fez esse caminho, até politicamente marcado. Havia boas razões, de sustentabilidade, o peso das mochilas, e depois recuaram para um equilíbrio. Eles desceram bastante no PISA, e recuaram por causa deste tema da intencionalidade pedagógica. O PISA dá-nos dados interessantes. Mostra que se o digital for trabalhado para um fim pedagógico tem uma curva de persistência e de ganhos de aprendizagem elevada, mas se for utilizado como ferramenta mais de brincadeira, mais de gaming e coisas desse género, o ganho pedagógico esvai-se muito mais depressa.

Olhando mais para o futuro, e apesar dessa necessidade de equilíbrio, acha que o livro escolar físico pode vir a desaparecer?

Cada vez que oiça essa pergunta lembro-me da música “Video Killed the Radio Star”. Acho que o livro, o livro objeto, escolar ou não escolar, tem uma resiliência extraordinária. Tem passado por todas estas vagas, a rádio, a televisão, e persiste, até no contexto não escolar, em grande crescimento. O que vejo acontecer com sucesso é uma utilização ponderada.

Já começa a haver estudos que provam que a leitura e os skills de leitura se ganham muito melhor no papel do que no digital. Em anos mais baixos do sistema de ensino, seguramente há muita vantagem em continuar a ter papel. Portanto, eu acho que o papel não vai desaparecer. Pode-se reajustar, sem dúvida nenhuma, da mesma forma que os professores, no seu papel na sala de aula, na presença de inteligência artificial, evolutiva e generativa, provavelmente também terão que ajustar o seu papel na sala de aula.

Ana Rita Bessa, CEO do Grupo Leya, em entrevista ao podcast do ECO “À Prova de Futuro”Hugo Amaral/ECO

Leya ‘exporta’ know-how para neerlandeses, suecos e belgas

Vamos falar também do mercado livreiro. Qual foi a evolução em 2024 e quais são as perspetivas agora para este ano?

O mercado livreiro, agora não educação, tem vindo a crescer em Portugal pós-Covid, em alguns anos a dois dígitos. No ano de 2024 foi quase dois dígitos. Por boas e más razões. As más são que nós começámos de uma base muito baixa de índices de leitura e ainda nos mantemos com índices de leitura baixos, portanto temos muito por onde crescer. As boas razões são que quem está a entrar de novo no mercado livreiro são as faixas etárias entre os 15 e os 30 anos, muito motivadas e muito levadas pelos canais das redes sociais, os influencers dos livros, que é uma coisa extraordinária e superbenéfica. É um ressurgimento da leitura entre os jovens, que traduz-se [na venda] de livros físicos e num ressurgimento de coisas que nós até acharíamos já datadas, como os clubes de leitura. Ainda a semana passada tivemos uma sessão no clube de leitura da Buchholz e, de repente, tínhamos 100 pessoas no final da tarde numa livraria a discutir livros.

E essa tendência de crescimento mantém-se?

Mantém-se. É uma tendência estável, para já. E com muita gente nova levada pelo gozo da descodificação do livro e pela desintermediação que as redes sociais também fazem da relação entre o leitor e o livro. É um fenómeno que também acontece um bocadinho na Feira do Livro de Lisboa.

Este ano vai voltar a ser de crescimento?

Espero que sim. Estamos a contar com isso.

Já sei que não me pode dar números concretos, mas não sei se consegue dar uma tendência, uma percentagem, de como é que têm evoluído os resultados do Grupo Leya.

O Grupo Leya é um grupo muito saudável do ponto de vista financeiro, tem vindo a evoluir bastante bem, inserido agora no grupo Infinitas, um grupo mais focado na área da educação, mas genericamente também bastante saudável, a posicionar-se no panorama europeu como o segundo grupo na área da educação. Temos muitos desafios, com o da inteligência artificial, que põe metas de investimento que são significativas.

No passado houve algumas notícias sobre o encerramento de livrarias. Esse processo já terminou?

Sim. Nós tínhamos uma presença muito reduzida. Nunca fomos um operador de retalho por comparação a outros grupos portugueses de edição. Tínhamos uma operação muito pequenina, muito pouco rentável, porque não era o nosso core business. Encerrámos três pequenas livrarias, e é sempre difícil encerrar negócios, mas foi uma coisa que teve de ser feita. Foi também parcialmente empurrada por um tema de aumento de rendas, que não facilitou. Mantivemos uma presença na Madeira e a Livraria Buchholz, em Lisboa.

Temos verificado é que muito daquilo que a Leya Educação estava a fazer, estava muito na linha da frente do que os outros países também estavam a fazer. Em muitos casos, holandeses, suecos, belgas, têm vindo buscar know-how e curvas de aprendizagem com aquilo que a Leya fez.

E outros planos para o futuro? Novos mercados, outros segmentos?

O grupo Infinitas continua em fase de aquisições e é possível que outras geografias venham a fazer parte do grupo. Uma das coisas interessantes de pertencer ao grupo, e talvez para a Leya tenha sido uma grande aprendizagem, é verificar que às vezes temos sobre Portugal e sobre as empresas portuguesas um discurso um bocado derrotado. Lá fora é que se faz, lá fora é que há inovação… E, na verdade, o que temos verificado é que muito daquilo que a Leya Educação estava a fazer, estava muito na linha da frente do que os outros países também estavam a fazer.

Em muitos casos, holandeses, suecos, belgas, têm vindo buscar know-how e curvas de aprendizagem com aquilo que a Leya fez. E nós também com eles, em algumas áreas, mas é muito interessante ver que uma pequena realidade geográfica muito autocontida tinha feito um desenvolvimento muito significativo que é valorizado por eles. Há uma reciprocidade interessante que é para continuar. Temos um hub de inovação comum na área da inteligência artificial.

Por onde é que a Leya vai crescer?

Claramente muito pela linha da personalização. Fazemos muito research centrado em escolas e procuramos descobrir o que são os problemas que a escola portuguesa tem hoje em dia e onde nós podemos ter um papel. A inclusão é claramente uma linha de trabalho, no sentido das dificuldades de aprendizagem. Por exemplo, este ano introduzimos na nossa plataforma uma ferramenta de despiste da capacidade de leitura dos alunos no segundo e terceiro ano que permite rapidamente ao professor dizer se o aluno está a conseguir compreender aquilo que está a ler. Muitas vezes pede-se ao professor que seja médico e que diagnostique dislexias e disgrafias, e não é justo que o faça. Com esta ferramenta digital, o professor consegue dizer aos pais que há aqui qualquer coisa que é preciso resolver. Às vezes o insucesso escolar vem de coisas tão simples como estas que não são detetadas. Esta é uma forma de inclusão; o apoio aos caminhos de aprendizagem personalizados, como falámos há pouco, será outra.

Este ano lançámos uma coisa que vamos seguramente desenvolver nos próximos anos para outras disciplinas: realidades 3D. Para Ciências da Natureza temos uma t-shirt que um aluno pode vestir em sala de aula e com o smartphone, usado para fins pedagógicos, podemos pôr o telefone à frente da t-shirt e os órgãos que o aluno está a estudar nesse momento passam a ter vida.

Este ano foi fácil encontrar vários casos em que seguramente era um autor de inteligência artificial por trás. Era muito óbvio, pela forma como a narrativa estava construída.

Em realidade aumentada.

Em realidade aumentada. Vê-se o coração a funcionar, para onde é que circula o sangue, posso rodar e perceber em 3D como funciona realmente. Claramente um aluno apreende melhor e com outro gozo a matéria do que uma coisa plana.

Para terminarmos, uma pergunta na lógica mais tecnológica desde podcast: a Leya publicaria um livro escrito por inteligência artificial?

A pergunta é mais real do que possa pensar. Nós temos na Leya uma coisa que é o Prémio Leya, um prémio blind, que recebe os originais numa plataforma, e já nos fizemos várias vezes a pergunta: “Será que há aqui mesmo um autor por trás?” Este ano foi fácil encontrar vários casos em que seguramente era um autor de inteligência artificial por trás. Era muito óbvio, pela forma como a narrativa estava construída. Nós temos um editor da casa que diz, com imensa graça, que se for uma coisa sem erros é claramente um motor de inteligência artificial.

O risco é latente e coloca-se cada vez mais, até porque os motores de inteligência artificial vão-se tornando cada vez mais proficientes e se calhar com o tempo vai ser difícil detetar. Para já fomos capazes de detetar.

Conscientemente não publicaria.

Não publicaríamos, porque se há coisa que nós prezamos são os nossos autores e os direitos de autor. Temos um código interno, também do grupo Infinitas, muito específico quanto à utilização de motores de inteligência artificial. Temos os nossos próprios, adaptados à nossa realidade, e não passamos informação para fora, não alimentamos motores de inteligência artificial. Numa editora, a coisa mais valiosa é a relação que temos com o autor e os direitos do autor. Se eu abro a porta a que isso seja devassado por qualquer motor de inteligência artificial, estou a devassar aquilo que é mais seguro.

Dito isto, eu tenho vários autores que dizem, com toda a clareza, que usam motores, os ChatGPT da vida e outros, para fazer research, para estudar uma época, para gerar uma ideia, mas depois trabalham em cima disso, que é muito diferente do que eu dizer ao ChatGPT: “faz-me uma novela ao estilo da Agatha Christie”. O que ele fará e fará muito rapidamente. Por isso é que lhe digo que, intencionalmente, nunca o faríamos, Não sei se alguma vez, mal levados, não possamos cair nesse erro. Espero que não.

Esta questão da inteligência artificial generativa levanta um grave problema de direitos de autor, com a utilização de obras pelas plataformas?

Pode levantar. A tecnologia evolui com uma rapidez que a regulação não consegue acompanhar. Tentamos ir ao abrigo da regulação que protege os nossos autores, mas não é uma questão de protecionismo pateta, é uma questão de sabermos que se não o fizermos, estamos a depauperar uma indústria que tem um valor social e cultural muito grande. Particularmente em língua portuguesa, porque o mercado português tem o tamanho que tem, preocupa-me se eu deixo de ter capacidade de financiar autores. Se eu esticar a célula de Excel para o futuro, posso correr o risco de deixar de ter produção em língua portuguesa, que é algo que eu acho que ninguém deseja. É preciso defender esses direitos de autor de forma veemente. A Europa está a fazê-lo, e nós inseridos no contexto europeu.

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