“Vamos duplicar a nossa capacidade de ajudar novos projetos”, diz diretor da Unicorn Factory Lisboa

Já no próximo ano o objetivo da Unicorn Factory Lisboa é apoiar, pelo menos, 80 startups. A portuguesa Sensei é a primeira empresa a entrar no programa de scaleups.

Cem milhões de euros é o montante com que a Unicorn Factory Lisboa conta ajudar as startups e scaleups a levantar até 2025. Já no próximo ano o objetivo é apoiar, pelo menos, 80 startups.

“Vamos ter, pelo menos, já no próximo ano, 80 startups e scaleups, em Portugal, em Lisboa, o que compara com as 40 que temos tido até à data capacidade para ajudar. Vamos duplicar a nossa capacidade de ajudar novos projetos e apoiar projetos em crescimento”, adianta Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa e da Startup Lisboa, em entrevista ao ECO, na Web Summit.

A Unicorn Factory Lisboa já tem a primeira scaleup fechada, a portuguesa Sensei. “O que procuramos são scaleups que já estejam com tração de crescimento. Ou seja, que já conseguiram levantar fundos — a Sensei levantou seis milhões de euros –, estão numa posição muito boa para crescer mais, têm equipa montada e capacidade de ter um produto já com receita. O foco é o crescimento.”

Oito milhões para atrair por ano 20 scaleups para Lisboa. Como é que se faz esse ‘milagre’ da multiplicação?

Os oito milhões é um conjunto de fundos da Câmara, mas também dos parceiros privados, para apoiar os programas, quer de scaleups — para que estas 20 por ano possam crescer, internacionalizarem-se e tornarem-se globais –, quer o de soft landing, que apoia scaleups fora do país que queiram estabelecer operações em Portugal, em concreto, em Lisboa. Os oito milhões são fundos da Câmara e dos privados para a operação dos programas.

As startups e scaleups que apoiamos todos os anos fazem o levantamento de investimento para as suas empresas, para continuarem a crescer. Até à data, temos ajudado as nossas startups a levantar cerca de 35 milhões de euros por ano. Com estes novos programas, e com o apoio que estamos a criar para as startups — a nível de operação, de capacidade, apoiando-as na internacionalização, em fazer este matching com o mundo empresarial –, vamos conseguir que levantem mais de 100 milhões por ano. Este é um investimento de fundos de investimento, de sociedades de capital de risco nacionais e internacionais, nas startups e nas scaleups que vamos apoiar. Até 2025, esse valor vai multiplicar por três, por causa destes programas que estamos a lançar.

Aumentando também o número de startups apoiadas.

Por ano, apoiamos cerca de 40 startups até à data. Na parte de early stage da Startup Lisboa vamos aumentar estes 40 para 60, para termos maior capacidade de criar novos projetos na cidade, a que se soma as 20 scaleups que este novo programa vai trazer. Ao todo, vamos ter, pelo menos, já no próximo ano, 80 startups e scaleups em Lisboa, o que compara com as 40 que temos tido até à data capacidade para ajudar. Vamos duplicar a nossa capacidade de ajudar novos projetos e apoiar projetos em crescimento.

O que procuramos são scaleups que já estejam com tração de crescimento. Ou seja, que já conseguiram levantar fundos — a Sensei levantou 6 milhões de euros –, estão numa posição muito boa para crescer mais, têm equipa montada e capacidade de ter um produto já com receita para crescer.

Gil Azevedo

Presidente executivo da Unicorn Factory Lisboa

A portuguesa Sensei é a primeira a juntar-se à Unicorn Factory Lisboa. Quais são as expectativas ao nível de candidaturas? E que tipo de setor pretendem atrair? Carlos Moedas tem falado das mais-valias da diversidade do ecossistema.

Sem dúvida. Estas 20 por ano — e começamos por aí — é um apoio com foco na área tecnológica, dentro dessa área vamos estar abertos aos diferentes setores: sustentabilidade, financeira, Web3, mobilidade. Vamos apoiar aqueles que têm, de facto, maior potencial de crescimento por ano. A Sensei foi a primeira a juntar-se. Ganhou o prémio João Vasconcelos no ano passado, já estiveram em programas internacionais como a Tech Stars, dos melhores programas a nível mundial. Viram que este programa os pode ajudar a dar o próximo salto e cumprem os objetivos e os critérios que procuramos. E o que procuramos são scaleups que já estejam com tração de crescimento. Ou seja, que já conseguiram levantar fundos — a Sensei levantou seis milhões de euros –, estão numa posição muito boa para crescer mais, têm equipa montada e capacidade de ter um produto já com receita para crescer. O foco é o crescimento. É aqui que podemos ajudar, com a ligação ao mundo corporativo, a nossa rede de parceiros internacionais, mais a parte de formação imersiva, dá-lhes estas capacidades para crescer aceleradamente e de uma forma sustentada.

Carlos Moedas tem referido uma parceria com a Web Summit para a Unicorn Factory Lisboa. Por onde passa? Apenas por aproveitar a cimeira como evento de promoção, de abertura das candidaturas aos programas, ou algo mais substancial?

Neste tema não me posso alongar. São conversas que o próprio presidente, Carlos Moedas, tem vindo a ter com o Paddy Cosgrave, da Web Summit, e que visa podermos explorar como potenciar ao máximo esta presença da Web Summit cá e como, em conjunto, criar sinergias com a maior montra mundial nas suas diferentes localizações, incluindo o Canadá (Collision), e, para o ano, no Brasil. Temos uma oportunidade de criar novos canais de atração para Portugal. Há com certeza formas de colaborar e são essas formas que estão a ser exploradas.

No último ano, instalaram-se oito unicórnios em Lisboa.

São oito empresas internacionais que, de alguma forma, estabeleceram alguma representação cá em Lisboa. É o caso da Binance; HiBob, um unicórnio israelita que está cá a criar um hub; a Klarna na área da fintech. Ao todo são oito que ao longo deste último ano se têm vindo a estabelecer e estamos em contacto com várias por forma a conseguir atrair o máximo possível cá para Portugal.

Damos abertura às scaleups de escolherem onde querem instalar-se. Não faz sentido nesta fase de crescimento dizer que têm de estar ali connosco. Já não é uma lógica de incubação, é uma lógica de crescimento

Gil Azevedo

Presidente executivo da Unicorn Factory Lisboa

O programa de scale up arranca no próximo ano. Será nesta altura que teremos as primeiras startups a instalar-se no Hub Criativo do Beato (HCB)?

As scaleups já não necessitam de espaço físico, já têm escritórios, os seus próprios espaços para crescer. Este programa visa criar capacidades e ferramentas no dia-a-dia e trabalhar diariamente com as equipas destas scaleups para criar essas capacidades. O que temos no HCB é o escritório da Unicorn Factory Lisboa que faz o apoio a estes dois programas e vai continuar a desenvolver a sua atividade de uma forma colaborativa por forma a atrair os tais unicórnios e as outras scaleups internacionais para Lisboa e, em conjunto, quer com o mundo empresarial português, quer com os parceiros internacionais, começar a criar uma rede colaborativa em toda a cidade, em que, o HCB é o centro, um centro que vai crescer de forma gradual, mas estamos já lá com uma forma física como escritório.

O HCB não será então necessariamente o sítio onde as scaleups se irão instalar.

Damos abertura às scaleups de escolherem onde querem instalar-se. Não faz sentido nesta fase de crescimento dizer que têm de estar ali connosco. Já não é uma lógica de incubação, é uma lógica de crescimento. O que fazemos é trabalhar no dia-a-dia com os founders, com as equipas de liderança, para apoiar esse crescimento de forma rápida e sustentada.

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