A CCSL anunciou à Advocatus o mais recente reforço, Hugo Falcão. O novo sócio vai integrar a nova área do direito que a boutique decidiu apostar. Com a pandemia, a faturação manteve-se em crescimento.
A CCSL integrou recentemente o advogado Francisco Burguete, enquanto associado na sua equipa. Uma integração que acontece na sequência de atrair profissionais com “grande qualidade técnica” e com “características pessoais”, segundo Mafalda Almeida Carvalho, sócia e responsável pela área de recursos humanos.
“As soft skills são um ponto fundamental no nosso processo de recrutamento. Nós procuramos trabalhar com pessoas que serão não só os futuros sócios, mas que permitam formar equipas de qualidade e excelência”, refere a sócia. A contratação de Francisco Burguete foi fruto deste processo, bem como da necessidade de reforçar o departamento de corporate. “Queríamos uma pessoa com bases muito sólidas do ponto de vista técnico e com essas tais características pessoais muito em linha com os nossos princípios”, acrescenta Mafalda Almeida Carvalho.
Mas o novo associado de corporate não é a única novidade. Em primeira mão, à Advocatus, a equipa de sócios da CCSL anunciou a integração de um novo sócio. Hugo Falcão, que transita da TELLES e que vai reforçar a equipa da boutique enquanto sócio da área de contencioso. Uma integração que vai implicar um “desenvolvimento da equipa”.
“Era uma área que já há muito tempo que queríamos desenvolver mais aqui no escritório e obviamente que encontrarmos uma pessoa que é muito parecida em termos de perfil com os restantes sócios foi um triunfo ganho. O Hugo acaba por, quer em termos técnicos quer em termos pessoais, estar muito alinhado com os nossos princípios”, explica Mafalda Almeida Carvalho.
Apesar da pandemia, a boutique pensa em ampliar o número de advogados, estando por exemplo a tentar “ativamente” aumentar a equipa de imobiliário e corporate.
Fundada há quatro anos, a CCSL mantém os mesmos objetivos do início. “Aquilo que estava na mente há quatro anos continua na mente agora e há de continuar na mente daqui a dez anos. Ou seja, isto não é um fim em si mesmo, é um caminho que nós vamos fazendo. Isso quer dizer também que as coisas vão evoluindo”, assegura José Calejo Guerra, sócio da boutique.
Com o aumento da equipa, o sócio da CCSL acredita que conseguiram “cristalizar” os princípios da boutique e utilizá-los cada vez que pensam no próximo passo. “Quando fazemos uma entrevista das coisas que nós mais procuramos escolher que as pessoas nos contem e nos expliquem é ‘está bem, eu já vi que tiveste a média não sei do quê, mas o que é que gostas de fazer para além da advocacia?’. Muitas vezes dizemos ‘conta-me uma história sobre qualquer coisa’ e muitas das vezes é uma coisa que as pessoas têm muita dificuldade em passar essa barreira”, exemplifica.
Para José Calejo Guerra um dos grandes desafios, enquanto gestor de negócio, é garantir que dão o ambiente às pessoas onde eles consigam também “desenvolver outras vertentes e comodar outros gostos e outros interesses”.
Sobre as novas gerações, Hugo Falcão afirma que chegam com outros interesses às sociedades, o que as valoriza e torna mais interessantes. “Já comecei a notar uma diferença muito grande de quem entra agora. Parece que na nossa altura havia uma cultura de sacrifício, no mau sentido, em que efetivamente o estágio eram um sacrifício e nós quase que não conseguíamos ter um mundo para além daquilo que estávamos a fazer. E estas novas gerações, e bem, já não estão tão dispostas a isso, porque se interessam por outras coisas”, refere o novo sócio da CCSL.
Já João de Lemos Portugal considera que a nova geração não encara as propostas em função do “pacote salarial”.
Pandemia não afetou a faturação
A pandemia levou várias empresas a reduzir drasticamente o valor da sua faturação, mas na CCSL isso não se verificou, segundo o escritório.
“Desde a fundação tivemos sempre um business plan bastante ambicioso. Sempre tivemos muito claro que queríamos ser uma boutique, mas uma boutique relevante, com dimensão e que nos permitisse ter os clientes que ambicionamos e com posicionamento premium no mercado. Portanto traçamos sempre metas ambiciosas. Com a pandemia tivemos que moderar as nossas expectativas, mas o percurso mantém-se de crescimento”, explica o sócio João Diogo Stoffel.
Com um crescimento de 90%, em média, nos últimos três anos, o sócio referiu à Advocatus que desde 2017 multiplicaram por quatro a faturação. Ainda assim, encontram-se ainda numa fase de muito investimento, quer através das contratações, quer pelos sistemas.
“Relativamente ao Covid, nós tínhamos feito de facto um corte nas nossas expectativas para este ano à volta dos 30%. Mas os últimos 12 meses de faturação já 88% daquilo que era o nosso orçamento para o ano de 2020. E isso dá-nos muita confiança porque se conseguimos replicar a nível de faturação que tivemos nesses últimos 12 meses nos próximos quatro meses vamos superar claramente o nosso orçamento Covid e vamos retomar o nosso business plan ambicioso o que nos dá muita satisfação”, assegura João Diogo Stoffel.
Já no que concerne ao volume de trabalho, não sentiram uma quebra com a pandemia, com a exceção do primeiro mês. “Sentimos que nalguns clientes houve um abrandamento, mas como felizmente temos tido novos projetos a entrar constantemente e novos clientes isso tem aumentado a atividade mesmo que alguns tenham decrescido. Conseguimos manter o crescimento. Este ano vamos crescer e mais do que estávamos à espera”, nota João Diogo Stoffel.
À Advocatus, o sócio referiu ainda que os resultados são animadores, apesar da crise e que em 2019 houve um crescimento da faturação por sócio em 43%. João Diogo Stoffel refere ainda que ambicionam, no prazo de dois anos, crescer para uma equipa de 15 advogados.
Com a pandemia, a equipa da CCSL esteve em regime de teletrabalho até ao mês de setembro e vai agora iniciar uma nova fase laboral.
“Com a abertura do ano letivo e o regresso pós-férias, a ideia era recomeçar o trabalho a partir do escritório com flexibilidade de trabalhar a partir de casa. Mas a flexibilidade já existia pré-covid e sempre foi uma coisa que nós valorizamos. Estamos agora a ver as novas medidas impostas pelo Governo para funcionamento de espaços como o nosso e a ver se implicará restrições aquilo que pensamos implementar”, explica Mafalda Almeida Carvalho.
Prémios são uma consequência e não um objetivo
Recentemente, a sócio Mafalda Almeida Carvalho foi reconhecida como “rising star” pela Iberian Lawyer, o que para o sócio João de Lemos Portugal resulta do rigor e da exigência com que se dedicam à profissão.
“Nós efetivamente valorizamos como um bom termómetro do reconhecimento que nos é dado de forma exterior. É verdade que nem tudo o que se faz dentro dos escritórios consegue espelhar-se na opinião pública e nos diretórios. Mas a verdade é que nós para além de termos a preocupação de fazer bem o nosso trabalho, temos a preocupação que isso seja refletido e seja, neste caso, materializado nos prémios e nas distinções. Obviamente que o nosso trabalho não é dependente disso. Nós não fazemos nada por causa dos prémios. São, isso sim, uma consequência do nosso trabalho e é assim que nós os encaramos”, explica o sócio.
Com os reconhecimentos, a firma quer que tanto os clientes como os parceiros vejam o seu trabalho reconhecido. Mas sem nunca perder o foco nos diretórios que consideram mais “isentos”, “objetivos” e “imparciais”, como a Iberian Lawyer e a Chambers.
Responsabilidade social da CCSL
João de Lemos Portugal considera que a advocacia tem muitas funções sociais e que tanto as sociedades de advogados como os próprios advogados desempenham um papel de responsabilidade.
“Achamos que a responsabilidade social, mais do que o pro bono. Para nós a responsabilidade social é mais do que se considera por trabalho de advocacia pro bono. Encaramos a responsabilidade social de uma forma mais abrangente”, explica o sócio João de Lemos Portugal.
A CCSL integrou a Aliança Pro Bono, juntamente com outras sociedades e empresas, mas o sócio considera que a advocacia tem muitas mais funções sociais.
“Para além de sermos membros fundadores da Aliança Pro Bono, abrimos as portas e queremos que o nosso espaço físico, o nosso escritório, também seja um veículo para a divulgação de artistas emergentes no âmbito da arte. Por isso temos exposições temporárias que vão mudando de tempos a tempos”, conta o sócio da CCSL. As exposições no escritório são reservadas para artistas emergentes que não têm acesso a galerias de artes e estão abertas aos “amantes de arte”.
À Advocatus, João de Lemos Portugal anunciou também que um novo projeto solidário, a nível musical, está a chegar à CCSL de forma a apoiar artistas emergentes. “A responsabilidade social para nós tem a ver com o trabalho mais jurídico, e aí a Aliança Pro Bono desempenha um papel fundamental. Mas também no apoio às artes, quer a artistas plásticos, mas também no âmbito da música. Temos alguns projetos na calha para o setor da música”, conta.
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CCSL: Aposta na área de contencioso é o caminho
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