Cerca de três meses após iniciarem a atividade, os sócios fundadores da J+Legal fizeram um balanço positivo e asseguraram que querem aumentar a equipa ainda este ano.
“Quer o Jaime quer o José Diogo tinham a ideia de fundarem as suas próprias firmas. E curiosamente, ou talvez não, ambos tiveram a ideia de me desafiarem para me juntar aos seus projetos”. Foi assim que Jorge Brito Pereira, sócio da J+Legal, começou por contar como surgiu o novo escritório de advogados português, fundado em fevereiro, e que conta com os sócios Jaime Carvalho Esteves, Jorge Brito Pereira, José Diogo Horta Osório e Sofia Matos.
“É verdade e acabamos, eu e o José Diogo por termos de ter resiliência. Mas valeu a pena! O Jorge, que estava a fazer a tese de doutoramento e o José Diogo o turn around dos negócios familiares. Por isso, só em janeiro estavam disponíveis para o projeto, o que me obrigou a trabalhar sozinho primeiro e depois só com a Sofia um conjunto de meses grande em 2020. Mas valeu a pena”, explicou Jaime Carvalho Esteves.
O sócio fundador da J+Legal contou ainda à Advocatus o porquê de querer Jorge Brito Pereira na sua equipa e tudo devido à “mão na massa”.
“Um dia o Jorge explicou-me que o sonho profissional dele não era o de “gerir” clientes e dados financeiros de projetos, mas o de ir “à cozinha meter a mão na massa” porque aquilo que o motivava era “a resolução dos problemas das clientes”. E nessa altura identifiquei-me tanto com essa ideia, fez-me tanto sentido, que pensei: “um dia seremos sócios”. E as coisas alinharam-se nesse sentido em 2021, quando surgiu a “J” com essa visão de corporizar um projeto de um conjunto de sócios com experiências, muito “hands-on”, no qual clientes e colegas têm facetime com os elementos mais seniores da firma. Daí também a conjunção de “your” e de “partner” na “hands-on” no nosso moto “your hands-on legal partner”. Um verdadeiro parceiro de longo prazo, no terreno e totalmente dedicado ao melhor interesse do seu cliente”, explicou
Para José Diogo Horta Osório, sócio fundador, o arranque do novo projeto superou as expectativas e sentiram da parte dos jovens advogados uma enorme curiosidade pelo projeto, que é “protagonizado por três advogados que vêm de grandes estruturas, mas que querem um posicionamento no mercado diferente, uma cultura que aposta na qualidade de vida de quem trabalha na J+Legal e numa filosofia de “hands-on” dos sócios”.
Com apenas cerca de três meses de existência, José Brito Pereira avançou à Advocatus que já fecharam duas operações de asset deal e que possuem duas grandes operações, uma delas de cross-border, de M&A em curso.
“Estamos a trabalhar ativamente na estruturação de um projeto financeiro de criptomoedas, em vários temas de contencioso tributário e temos a área do litigation, com a Sofia Matos na liderança, a crescer significativamente e a reforçar a equipa. Isto para além de vários projetos em pipeline que, esperamos, poderão arrancar nos próximos meses”, refere o sócio.
Jorge Brito Pereira sublinhou ainda que a faturação está em linha com o plano de negócios da firma e que a contratação da equipa está a correr muito bem. Atualmente, a J+Legal conta com 13 profissionais, mas o sócio avançou que esperam ter em setembro cerca de 20 advogados. “Vamos, a partir daí, apostar fortemente no crescimento orgânico, sempre mantendo esta matriz fundacional de baixo leverage, muito focados no serviço ao cliente, com uma componente de acompanhamento forte, mas também de valência transacional”, nota.
À Advocatus, os sócios fundadores revelaram que sentiram estranheza ao lançar o escritório em plena pandemia. Ainda assim, sublinham que o momento atual permitiu-lhes atrair “talento jovem” que estava disponível para novos desafios e ir buscar oportunidades que normalmente “emergem das crises”.
“Sabíamos exatamente qual o projeto que queríamos implementar, sabíamos que queríamos ter a satisfação pessoal de ter excelentes projetos jurídicos em mãos e que os tempos difíceis nos iriam trazer muito trabalho desafiante e clientes para apoiar em momentos desafiantes das suas vidas. Só não sabíamos quando iríamos começar a ser financeiramente rentáveis. Felizmente, as estrelas alinharam-se da melhor maneira e também superamos o nosso melhor business plan em termos financeiros”, explicou Jaime Carvalho Esteves.
Quando questionados se não tiveram receio do risco de investirem em algo totalmente novo, Jorge Brito Pereira sublinhou que como cada um dos sócios tem mais de duas décadas de experiência profissional o risco era diminuto e calculado. “Os clientes conhecem a nossa capacidade e know-how e gostam do nosso posicionamento, até porque sem os “over-head costs” das grandes estruturas conseguimos prestar o mesmo serviço, com a mesma qualidade e com preços mais competitivos”, acrescenta.
As principais áreas de atuação da J+Legal são corporate, M&A, tax, banking law e capital markets, employment e litigation, sendo que também cobrem os setores de energia, telecomunicações, banca e mercado de capitais, dos transportes e logística, da economia digital e do turismo.
“O principal foco do escritório é o de prestarmos o melhor serviço ao cliente, com os sócios a trabalhar nos assuntos – e não como meros gestores de equipas e controlo de faturações – e com forte especialização na assessoria à empresa societária e às famílias empresárias e aos empreendedores”, refere José Diogo Horta Osório.
Jaime Carvalho Esteves refere mesmo que querem estar no “olho do furacão” a resolver os problemas mais estratégicos dos clientes, sobretudo na conexão com a vida empresarial. “Por isso a relevância de uma prática de societários e M&A como a do José Diogo, de societário e mercado de capitais como a do Jorge, de fiscal como a minha e de contencioso e civil como a da Sofia. Podemos, com esta abrangência ser também uma firma “hands-on”, uma boutique de largo espetro se quiser. Podemos ser “o” parceiro de longo prazo dos nossos clientes, mas simultaneamente ter uma matriz transacional”, acrescenta.
“Somos uma boutique full service focada na empresa”
A J+Legal, pela sua dimensão, é considerada uma boutique, mas Jorge Brito Pereira afirma que, apesar de acreditar que irão crescer “bastante” nos próximos meses, querem preservar esse posicionamento e vão lutar pelas operações que normalmente estão nas grandes sociedades.
“Não somos um escritório de prática individual nem uma grande firma de advogados. E no meio está a virtude! Somos uma boutique full service focada na empresa. Sabemos das vantagens e dificuldades das grandes firmas e pensamos ter os aspetos positivos das grandes práticas e das grandes redes que são a nossa origem, sem os defeitos ou erros que estão inerentes a essa dimensão”, explicou José Diogo Horta Osório.
Apesar de, segundo o sócio, não terem as “over-head costs” das grandes firmas, podem, por outro lado, ser mais competitivos, sem perder qualidade do serviço que prestam, possuir uma maior especialização, aproveitando o expertise dos sócios, e ter um maior foco no cliente e nas suas necessidades.
“Não ficamos no banco. Vamos a jogo. Já que o futebol está agora em alta, vemo-nos como jogadores treinadores e não só como treinadores. Ou de outra forma, temos skin in the game, não financeiramente, mas também em termos de esforço intelectual e físico, na concretização da vontade de sermos mesmo parceiros dos clientes e das equipas”, sublinha Jorge Brito Pereira.
Para os sócios, o contacto direto e personalizado com o sócio responsável pelo assunto beneficia o cliente, sendo esta total disponibilidade um dos grandes trunfos da J+Legal.
“Investimos numa infraestrutura tecnológica que nos permite ter a tecnologia “state of the art” ao serviço dos nossos clientes. É a vantagem de nascermos agora. Por outro lado, queremos pessoas contentes e felizes a trabalhar na J+Legal. Já trabalhámos nas grandes estruturas, conhecemos bem os defeitos e vamos fazer tudo para evitá-los, o que, acreditamos, nos permitirá atrair e reter talento jovem como poucos. Conciliar a qualidade de vida com o trabalho é o nosso objetivo e queremos estendê-lo a todos os que escolham a J+Legal para trabalhar”, assegura Jorge Brito Pereira.
“A retoma da economia, estamos convictos, trará investimento estrangeiro”
Com a pandemia o investimento estrangeiro em Portugal foi afetado, mas ainda assim José Diogo Horta Osório garante que têm vindo a recuperar o networking internacional e são abordados por muitos clientes estrangeiros.
“A retoma da economia, estamos convictos, trará investimento estrangeiro nas áreas do Real Estate e no M&A. Setores como a economia digital, a energia, a logística e as ciências da vida e o turismo são setores onde o investimento estrangeiro irá focar-se”, acrescenta.
Sobre um possível reerguer da economia portuguesa, José Diogo Horta Osório nota que a bazuca europeia irá trazer algum crescimento e que o consumo pós-crise induzirá o crescimento de alguns setores ainda em “coma”. “Os ativos turísticos e o real estate são excelentes targets para operações de consolidação e de M&A. Assistiremos também a fenómenos de consolidação na área da banca e dos serviços financeiros. A área do distressed M&A será um importante setor a explorar. Estamos otimistas”, sublinha.
À Advocatus, os sócios fundadores asseguraram que o principal desafio é crescer organicamente sem perder a matriz fundacional e assumem que querem continuar a poder dizer que são advogados “hands-on”, competitivos, que prestam um serviço que é verdadeiro “value for money” para os clientes e que a equipa sinta orgulho de pertencer à J+Legal e “venha feliz diariamente para o escritório”.
“E queremos ser verdadeiramente independentes, focados exclusivamente no melhor interesse do cliente”, acrescenta Jaime Carvalho Esteves.
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J+Legal quer estar no “olho do furacão” a resolver os problemas dos clientes
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