Campanha da Uzina para a Ikea apontada como uma das favoritas ao Grand Prix de Cannes

O trabalho português é visto por uma revista britânica como um dos favoritos à conquista da maior distinção no mais importante festival de criatividade do mundo, que decorre entre 16 e 20 de junho. 

O trabalho “HiddenTags”, da Uzina para a Ikea, é apontado com um dos favoritos a levar para casa um Grand Prix do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, pela MediaCat. As previsões do meio britânico têm por base a opinião de especialistas do setor e a análise das listas de vencedores de outras edições.

A campanha em causa, foi lançada pela Ikea para celebrar os seus 20 anos em Portugal, tendo a marca desafiado os clientes a procurarem as etiquetas dos seus produtos, com o objetivo de encontrar o móvel mais antigo da marca sueca em Portugal. Quem tivesse a peça de imobiliário com maior idade ganhava um voucher de dois mil euros.

Para comunicar a ação, a marca apostou na altura numa campanha presente com um filme em televisão e digital, mas também com imagens em mupis, redes sociais e site. Contou ainda com conteúdo de uma influenciadora para mostrar aos consumidores como ler as etiquetas.

A campanha gerou um aumento de 14% nas vendas (em relação ao ano passado), com 31% das vendas registadas provenientes de novos membros Ikea Family e 42% de crescimento de novos membros no programa de fidelização (+95,5 mil novos membros).

As histórias recebidas com esta ação deram ainda origem a uma nova campanha de posicionamento da marca em Portugal. “Foi incrível, recebemos mais de 4.500 histórias e quando fomos analisar demos conta que as pessoas tinham histórias incríveis com móveis da marca que as acompanham por muito mais tempo do que o que estávamos à espera”, referia em abril a diretora de marketing ao +M.

Estas histórias serviram assim de mote para o novo posicionamento da marca uma vez que, analisando as histórias, muitas pessoas diziam que os seus móveis duraram muito mais do que as relações que tinham quando os compraram.

Recorde-se que a Uzina e a Ikea, com o mesmo trabalho, também levaram para casa o Grande Prémio da 27ª edição do Festival do CCP. A campanha recebeu também o Grande Prémio Jornalistas, tendo a Uzina e a Ikea ainda subido a palco como Melhor Agência do Ano e Melhor Anunciante do Ano.

Conheça as outras campanhas também incluídas como possíveis vencedoras de um Grand Prix de Cannes na lista da MediaCat:

  • “AI Scambaiters”, da VVCP London para a O2

Esta campanha da O2 introduziu a Daisy, uma senhora idosa criada através de inteligência artificial cujo objetivo é combater tentativas de burla, mantendo os burlões a falar indefinidamente até que estes desistam.

  • “Ink of Democracy”, da Havas Creative India para o The Times of India

A ideia da campanha “Ink of Democracy” baseou-se no facto de cerca de um terço dos eleitores elegíveis na Índia não terem votado nas eleições de 2019, o que levou a que 7.500 litros de tinta roxa indelével (que é aplicada nos dedos dos eleitores para evitar fraudes) não tenham sido utilizados. Para incentivar ao voto em 2024, o The Times of India e o The Economic Times imprimiram as páginas dos seus jornais com tinta roxa, em vez de preta.

  • “Now You Can’t Unsee It”, da Rethink Canada para a Heinz

A Heinz e a Marvel não desperdiçaram a oportunidade proporcionada pelos fãs — que apontaram nas redes sociais as parecenças entre as personagens Deadpool e Wolverine (nos seus fatos vermelhos e amarelos) e as embalagens de ketchup e mostarda da marca –, lançando uma campanha que promove tanto o filme “Deadpool & Wolverine” como a Heinz.

  • “Price Packs”, da Serviceplan Germany para a Penny

Numa altura em que a inflação subiu de forma intensa, a a loja de descontos alemã Penny concentrou-se em manter alguns produtos a preços estáveis. A forma de comunicar isso passou por alterar a identidade visual dos produtos, passando as próprias embalagens a mostrar os preços.

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Fórum para a Competitividade mantém perspetiva de crescimento abaixo de 2%

  • Lusa
  • 4 Junho 2025

O organismo aponta para a "deterioração das perspetivas externas e o abrandamento do consumo privado, para além do resultado muito fraco do primeiro trimestre".

O Fórum para a Competitividade mantém a estimativa de um crescimento abaixo de 2% em 2025, face à deterioração das perspetivas externas e ao abrandamento do consumo privado no primeiro trimestre, foi hoje anunciado.

A deterioração das perspetivas externas e o abrandamento do consumo privado, para além do resultado muito fraco do primeiro trimestre, reforçam a nossa expectativa de um crescimento abaixo de 2% em 2025”, lê-se na nota de conjuntura do Fórum para a Competitividade.

No mês passado, o Fórum para a Competitividade tinha estimado uma revisão em baixa do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para valores inferiores a 2%. De acordo com a mesma nota, a redução das taxas de juro deverá ter um impacto limitado sobre o investimento, que está afetado pelas “débeis expectativas” de aumento da procura e pela elevada incerteza.

Acrescem as dificuldades de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), aguardando-se a sua aceleração, “múltiplas vezes anunciada”. A deterioração das perspetivas internacionais deve-se às tarifas e à sua incerteza, que paralisa as decisões de investimento, de contratação e grandes compras.

O que parece mais certo é que o BCE [Banco Central Europeu] continue a diminuir as suas taxas de juro, um dos poucos aspetos positivos da atual conjuntura, embora estejamos cada vez mais próximos do fim destes estímulos monetários”, apontou. Na quinta-feira, o BCE deve decidir um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro, num contexto ainda marcado pelas tensões comerciais e por previsões de um crescimento económico débil na zona euro.

O Fórum acredita ainda que o resultado das eleições “parece garantir alguma estabilidade política no curto prazo”, sublinhando que as principais dúvidas estão relacionadas com a capacidade de o Governo conseguir aprovar as reformas de que a economia precisa.

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Governo tem três novos ministros e um novo Ministério. Saída de Pedro Reis é a surpresa

Gonçalo Matias, Carlos Abreu Amorim e Maria Lúcia Amaral são os novos membros da equipa executiva. Pedro Reis, Dalila Rodrigues, Margarida Blasco e Pedro Duarte estão de saída.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, deslocou-se esta quarta-feira à tarde ao Palácio de Belém, onde entregou ao Presidente da República a composição do novo Governo. A equipa que governará o país neste novo ciclo acaba de ser conhecida.

Há três novos nomes no elenco governativo: Gonçalo Matias, que será ministro Adjunto e da Reforma do Estado; Carlos Abreu Amorim, que será ministro dos Assuntos Parlamentares; e Maria Lúcia Amaral, que será ministra da Administração Interna.

De saída do Executivo estão Pedro Reis, até aqui ministro da Economia; Dalila Rodrigues, que era a ministra da Cultura; Pedro Duarte, anterior ministro dos Assuntos Parlamentares, que será candidato à Câmara do Porto; e Margarida Blasco, que era ministra da Administração Interna.

Montenegro procedeu ainda a uma reorganização de pastas. Margarida Balseiro Lopes, anterior ministra da Juventude e da Modernização, acumula agora a pasta da Cultura com a da Juventude e do Desporto. Perde a Modernização Administrativa, que ganha agora o estatuto de novo Ministério da Reforma do Estado.

Manuel Castro Almeida acumula a Economia com a Coesão Territorial, depois da saída de Pedro Reis – que, ao contrário de Dalila Rodrigues, de Margarida Blasco e de Pedro Duarte, não estava entre os apontados à porta de saída.

“O Presidente da República deu o seu assentimento à proposta, que será oportunamente complementada com os secretários de Estado”, lê-se na nota publicada esta quarta-feira à tarde no portal da Presidência.

A tomada de posse dos novos ministros está marcada para quinta-feira, 5 de junho, às 18h00, no Palácio da Ajuda. Os secretários de Estado, cuja lista de nomes ainda não é conhecida, tomarão posse no dia seguinte, na sexta-feira, às 12h, no mesmo local.

Veja aqui a lista:

Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
Paulo Artur dos Santos de Castro de Campos Rangel

Ministro de Estado e das Finanças
Joaquim José Miranda Sarmento

Ministro da Presidência
António Egrejas Leitão Amaro

Ministro da Economia e da Coesão Territorial
Manuel Castro Almeida

Ministro Adjunto e da Reforma do Estado
Gonçalo Nuno da Cruz Saraiva Matias

Ministro dos Assuntos Parlamentares
Carlos Eduardo Almeida de Abreu Amorim

Ministro da Defesa Nacional
João Nuno Lacerda Teixeira de Melo

Ministro das Infraestruturas e Habitação
Miguel Martinez de Castro Pinto Luz

Ministra da Justiça
Rita Fragoso de Rhodes Alarcão Júdice de Abreu e Mota

Ministra da Administração Interna
Maria Lúcia da Conceição Abrantes Amaral

Ministro da Educação, Ciência e Inovação
Fernando Manuel de Almeida Alexandre

Ministra da Saúde
Ana Paula Mecheiro de Almeida Martins Silvestre Correia

Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
Maria do Rosário Valente Rebelo Pinto Palma Ramalho

Ministra do Ambiente e Energia
Maria da Graça Martins da Silva Carvalho

Ministra da Cultura, Juventude e Desporto
Ana Margarida Balseiro de Sousa Lopes

Ministro da Agricultura e Mar
José Manuel Ferreira Fernandes

(Notícia atualizada pela última vez às 17h27)

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Insurtech captaram 35 mil milhões de investimento em quatro anos

  • ECO Seguros
  • 4 Junho 2025

O estudo da NTT Data revela que seguradoras apostam em novas tecnologias para automatizar processos, criar experiências personalizadas e gerar eficiências operacionais.

O setor global das insurtech captou 40 mil milhões de dólares (35 mil milhões de euros) nos últimos quatro anos, “consolidando o seu papel como agente-chave na transformação digital dos seguros”, revela o mais recente relatório Insurtech Global Outlook 2025 da NTT DATA.

O estudo, que inquiriu executivos a nível global, mostra que 70 % dos executivos esperam uma mudança “relevante” no mercado entre os próximos três a cinco anos, impulsionada sobretudo pela necessidade de gerir melhor os dados, responder a novas exigências regulatórias e reforçar a cibersegurança.

A pressão para evoluir traduz-se em investimento: 96 % das empresas tencionam aumentar ou, pelo menos, manter estável o orçamento para a tecnologia — uma tendência que se mantém desde 2020, acompanhando explosão tecnológica do setor de seguros nos últimos cinco anos. Não admira, por isso, que 74 % dos inquiridos coloquem a transformação digital como prioridade número um, à frente da experiência do cliente ou da eficiência operacional.

A cibersegurança e o cumprimento regulatório surgem, pela primeira vez, entre os cinco maiores desafios globais, ao lado das expectativas dos clientes, de sistemas legados (softwares antigos que continuam a ser utilizados nas empresas, apesar de haverem tecnologias mais recentes e mais eficazes) e dos custos operacionais. A resposta das empresas passa, em 56% dos casos, por adaptar “sua jornada de transformação para responder a estes desafios através de maiores investimentos tecnológicos e novas alianças estratégicas”.

A inteligência artificial (IA) generativa assume-se como grande protagonista desta nova fase: se em 2020 apenas 32% viam a IA como crucial, em 2025 já são 65% a elegê-la como a tecnologia emergente de maior impacto previsto no setor graças “à sua capacidade de automatizar processos, criar experiências personalizadas e gerar eficiências operacionais”. Para melhorar as capacidades desta tecnologia, 60 % dos executivos consideram essencial “melhorar a capacidade de gestão de dados”, enquanto 56 % reconhecem a necessidade de uma base de transformação digital mais robusta.

A indústria seguradora encontra-se num ponto de viragem, as empresas já não se limitam a explorar as tecnologias emergentes, mas estão a integrá-las no centro das suas estratégias para liderar num ambiente cada vez mais digital, complexo e regulado” declara Inês Eusebio, head of insurance Iberia & LATAM da NTT DATA. “A IA generativa, a cibersegurança e a automação, juntamente com outras tecnologias, tornaram-se ferramentas essenciais para oferecer valor acrescentado a um cliente cada vez mais digital, antecipando riscos e assegurando a sustentabilidade do mercado” acrescentou Inês Eusebio.

“A edição de 2025 confirma que a indústria seguradora está a atravessar uma transformação profunda, impulsionada não só pela adoção de tecnologias como a inteligência artificial e a computação quântica, mas também por exigências regulatórias crescentes. Este novo contexto, embora desafiante, abre um espaço de inovação e colaboração entre incumbentes e startups, promovendo um setor mais ágil, personalizado e orientado para o cliente”, afirma Nuno Albuquerque e Castro, partner e head of insurance da NTT DATA Portugal.

O olhar para o futuro prolonga-se para lá da IA: a computação quântica, ainda numa fase inicial, surge como aposta estratégica de longo prazo para modelar risco, gerir carteiras complexas e prever eventos catastróficos, conclui o estudo. Embora exija infraestrutura especializada e maturidade cultural, já integra a lista de prioridades das seguradoras mais inovadoras, ao lado de outras tecnologias avançadas.

“Ambas as tecnologias marcam o início de uma nova etapa no desenvolvimento do ecossistema insurtech, em que o setor segurador deverá acelerar a sua adoção de capacidades avançadas, estabelecer alianças com líderes tecnológicos e preparar-se para redefinir a sua proposta de valor”, remata o comunicado.

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Setor de serviços dos EUA contrai pela primeira vez em quase um ano

A economia dos EUA tropeça com o setor dos serviços a contrair e o índice de preços a subir 5,5%, enquanto as tarifas de Trump desafiam a robustez do mercado laboral.

O setor de serviços dos EUA contraiu inesperadamente em maio, com o índice de gerentes de compras (PMI) do Institute for SupplyManagement (ISM) a cair para 49,9 pontos, abaixo da marca de 50 que separa expansão de contração, surpreendendo os analistas que previam uma leitura de 52 pontos.

Esta é a primeira contração do setor desde junho de 2024 e representa uma queda significativa face aos 51,6 pontos registados em abril, num momento em que as tarifas impostas pela administração de Donald Trump começam a impactar a maior economia do mundo.

O índice de novos pedidos, componente fundamental do indicador, caiu abruptamente para 46,4 pontos face aos 52,3 pontos de abril, sinalizando uma deterioração na procura e refletindo a crescente cautela por parte dos consumidores e empresas. “O nível do PMI de maio não é indicativo de uma contração grave, mas sim da incerteza que está a ser amplamente expressa entre os membros do painel do ISM Services Business Survey”, refere Steve Miller, presidente do ISM Services Business Survey Committee, em comunicado.

Em contraste, o índice de emprego apresentou uma melhoria inesperada, subindo para 50,7 pontos face aos 49 pontos de abril e superando as previsões de 49 pontos dos analistas. Esta melhoria no mercado laboral representa um sinal positivo isolado num relatório predominantemente negativo, demonstrando alguma resiliência do mercado de trabalho americano apesar das crescentes pressões económicas.

Particularmente significativo foi o aumento de 5,5% do índice de preços pagos, que subiu para 68,7 pontos em maio face aos 65,1 pontos em abril, atingindo o nível mais elevado desde novembro de 2022. Este aumento reflete o impacto das tarifas nas cadeias de abastecimento, contribuindo para pressões inflacionárias crescentes que poderão complicar a política monetária da Reserva Federal nos próximos meses.

Simultaneamente, dados da S&P Global mostram uma narrativa contrastante para o setor de serviços americano, com o seu PMI a registar 53,7 em maio, acima da leitura preliminar de 52,3. “O crescimento do setor dos serviços melhorou mais do que as primeiras estimativas em maio, com a confiança no próximo ano também a subir, impulsionada em parte pelas pausas nas tarifas mais elevadas”, afirma Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence.

Além disso, Chris Williamson acrescenta ainda que “a par de um crescimento económico lento, o inquérito assinala também uma intensificação das pressões inflacionistas e que estas pressões “foram mais uma vez largamente atribuídas às tarifas, que por sua vez foram repercutidas nos clientes, resultando no aumento mais acentuado dos preços médios cobrados desde agosto de 2022.”

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Concerto no Estádio da Luz condiciona trânsito e estacionamento entre quinta-feira e domingo

  • Lusa
  • 4 Junho 2025

Devido à realização do concerto dos Calema irão ocorrer constrangimentos de trânsito rodoviário em várias artérias, bem como condicionamentos ao estacionamento entre quinta e domingo.

A circulação rodoviária e o estacionamento vão estar condicionados entre quinta-feira e domingo junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, devido ao concerto dos Calema, que se realiza no próximo sábado, informou esta quarta-feira a PSP.

Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP explica que devido a este concerto, irão ocorrer constrangimentos de trânsito rodoviário em várias artérias, bem como condicionamentos ao estacionamento.

Quanto ao estacionamento, a PSP indica que será necessário assegurar reservas na Avenida Machado Santos (desde as 20:00 de quinta-feira até às 16:00 de domingo), na Impasse à Rua João de Freitas Branco (desde as 16:00 de sexta-feira e as 00:00 de sábado) e na Praça Cosme Damião/Parque da EMEL (desde as 20:00 de quinta-feira até às 16:00 de domingo).

A PSP refere ainda que a realização do concerto dos Calema irá obrigar também a “implementar, de forma sequencial diversos condicionamentos de trânsito”. Os condicionamentos vão ocorrer na Avenida Machado Santos e nas ruas confluentes, na Avenida Eusébio da Silva Ferreira, na Impasse à Rua João de Freitas Branco, na Praça Cosme Damião e na Avenida do Colégio Militar.

Na Avenida Machado Santos, os constrangimentos irão ocorrer entre as 08:00 de sexta-feira até às 02:00 de domingo, enquanto nas ruas confluentes haverá corte de trânsito a partir das 12:00 de sábado até às 02:00 de domingo. Na Avenida Eusébio da Silva Ferreira (acesso ao Parque -3 e à Avenida do Colégio Militar) haverá “um forte condicionamento a partir as 12:00 de sábado, podendo haver corte de trânsito, antes do final do concerto até às 02:00” de domingo.

Também na artéria Impasse à Rua João de Freitas Branco (perto do parque 8 — Rotunda das Oliveiras) haverá um “forte condicionamento a partir as 12:00, podendo haver corte de trânsito antes, do final do concerto até às 02:00” de domingo. Na Praça Cosme Damião (Parque de Estacionamento EMEL) também haverá um “forte condicionamento a partir as 12:00, podendo haver corte de trânsito antes do final do concerto até às 02:00” de domingo.

Por sua vez, na Avenida do Colégio Militar (entre a Rua Galileu Galilei e a Avenida Condes de Carnide) está previsto corte do trânsito antes do final do concerto até ao escoamento total do público. Também a circulação dos transportes públicos “será fortemente condicionada”. Nesse sentido, a PSP aconselha a utilização de transportes públicos, evitando que se levem viaturas para as imediações do Estádio da Luz e que a deslocação possa ser feita com antecedência.

“No caso de utilização de viaturas próprias, seguir as indicações dos Polícias e consequente estacionamento em parques vigiados e destinados para o efeito”, indica ainda a PSP. A hora oficial de abertura das portas ao público está prevista para as 17:00 de sábado, 07 de junho.

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Estudantes portugueses podem continuar a pedir vistos, mas EUA avisam que “têm de ser totalmente honestos” nas candidaturas

Fonte do Departamento do Estado dos EUA adianta ao ECO que marcações com estudantes para atribuição de vistos que já estavam agendadas vão manter-se e que alunos podem continuar a candidatar-se.

A administração de Donald Trump assegurou esta quarta-feira ao ECO que os estudantes estrangeiros que já tinham marcações nas embaixadas e postos consulares para a atribuição de vistos vão mesmo ser atendidos, e esclarece que os alunos que queiram estudar nos Estados Unidos podem continuar a pedir essa autorização. Fonte do Departamento de Estado norte-americano alerta, no entanto, que estes “têm de ser totalmente honestos nas candidaturas“.

“Os requerentes de vistos de estudantes e de programas de intercâmbio podem continuar a candidatar-se, e têm de ser totalmente honestos nas candidaturas“, assegurou fonte do Departamento do Estado dos EUA, que acrescenta que nenhuma das marcações já agendadas foi cancelada.

O ECO questionou a administração norte-americana sobre a atribuição de vistos a estudantes, depois de o Politico ter avançado, na semana passada, que Donald Trump ordenou a todas as embaixadas e postos consulares dos Estados Unidos que interrompam o agendamento de novas entrevistas, em preparação para um novo “aperto” na avaliação desses candidatos.

Na resposta enviada ao ECO, fonte do Departamento de Estado não confirma, nem desmente essa pausa no agendamento de novas entrevistas (ainda que tenha sido questionada diretamente sobre isso), mas sublinha que as secções consulares estão “constantemente a ajustar os seus horários” de modo a terem “tempo suficiente para analisarem completamente os casos” e a certificarem-se de que as operações de atribuição de vistos “cumprem os mais elevados padrões“.

As secções consulares ajustam constantemente os seus horários para terem tempo suficiente para analisar completamente os casos que lhes são apresentados e garantir que as operações de vistos cumprem os mais elevados padrões.

Fonte do Departamento de Estado

“Trabalhamos diariamente para analisar completamente os candidatos a vistos para assegurar que estes não tencionam prejudicar os Estados Unidos e os nossos interesses”, insiste a mesma fonte.

“A administração Trump está focada em proteger a nossa nação e os nossos cidadãos, mantendo os mais elevados padrões de segurança nacional e segurança pública através do nosso processo de atribuição de vistos“, continua o Departamento de Estado, na resposta enviada ao ECO.

Quanto aos estudantes que ainda não têm uma marcação numa secção consular, a mesma fonte indica que os requerentes podem continuar a submeter as suas candidaturas, sendo recomendado “que continuem a monitorizar a disponibilidade de novas vagas“.

Apesar do “aperto” noticiado à entrada de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, os programas portugueses que têm intercâmbio nesses países não foram (pelo menos, para já) afetados. A imersão do The Lisbon MBA, por exemplo, arrancou esta semana na MIT Sloan, em Boston.

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Adesão da Bulgária em 2026 reforça moeda única, diz presidente do Eurogrupo

  • Lusa
  • 4 Junho 2025

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, acredita que a adesão da Bulgária "reforçará a força, a resiliência e a voz da área do euro no mundo. Esta evolução reflete a estabilidade duradoura".

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse esta quarta-feira que a adesão da Bulgária à zona euro, em 01 de janeiro de 2026, reforça e reflete a estabilidade e atratividade da moeda única.

A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) concluíram que o país está pronto para adotar a moeda única e entrar na área do euro em 1 de janeiro de 2026, tornando-se o 21.º Estado-membro da União Europeia a fazê-lo.

“A adesão da Bulgária à área do euro não só constituirá uma conquista significativa para o país, com importantes benefícios para a sua economia, como também reforçará a força, a resiliência e a voz da área do euro no mundo. Esta evolução reflete a estabilidade duradoura e o caráter atrativo da nossa moeda comum”, referiu Donohoe, em comunicado.

O Eurogrupo, acrescentou, “tem apoiado sistematicamente a ambição da Bulgária de aderir à zona euro e continuará a trabalhar em estreita colaboração com o Governo búlgaro nas próximas etapas do processo de adesão”.

Parabéns, Bulgária!”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Graças ao euro, a economia búlgara vai fortalecer-se, com mais comércio com os parceiros da zona euro, mais investimento direto estrangeiro, melhor acesso ao financiamento, mais empregos de qualidade e melhores rendimentos”, enfatizou a presidente da Comissão.

Por seu lado, o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Valdis Dombrovskis, argumentou que “o euro trará benefícios concretos aos cidadãos e empresas búlgaros”, citando “preços estáveis”, “poupança protegida” e “mais investimento”.

O primeiro-ministro búlgaro, Rossen Jeliazkov, também celebrou a entrada do país na zona euro. “Um dia extraordinário. Mais um passo em frente na trajetória da Bulgária rumo ao euro. As avaliações positivas do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia confirmam o nosso progresso, mas o trabalho continua. Isto acontece após anos de reformas, compromisso e alinhamento com os nossos parceiros europeus”, declarou Rossen Jeliazkov na rede social X.

Neste Estado-membro da União Europeia desde 2007, a perspetiva de aderir à moeda única está longe de ser unânime. Após uma manifestação que juntou milhares de pessoas no sábado, os apoiantes do partido pró-Rússia Vazrajdane voltaram a reunir-se na terça-feira em frente ao edifício do Banco Central da Bulgária, no centro de Sófia.

“Vamos preservar o lev búlgaro”, “Não ao euro” e “O futuro pertence aos Estados soberanos”, diziam os cartazes dos manifestantes. De acordo com sondagens recentes, quase metade dos inquiridos rejeita a entrada do país na zona euro no próximo ano. No mês passado, o Presidente búlgaro, Rumen Radev, propôs um referendo sobre a adesão ao euro, que o parlamento rejeitou, alegando inconstitucionalidade.

A moeda única europeia foi criada em 1 de janeiro de 1999 para as transações eletrónicas. Tomou forma concreta em 1 janeiro de 2002, com a introdução de moedas e notas, substituindo as moedas nacionais de 12 Estados-membros da UE, incluindo Portugal. Mais tarde, juntaram-se outros oito países: Eslovénia em 2007, Chipre e Malta em 2008, Eslováquia (2009), Estónia (2011), Letónia (2014), Lituânia (2015) e Croácia em 2023.

A zona euro conta já com uma população de 350 milhões de habitantes e a moeda única é um símbolo da unidade e soberania europeias. Teoricamente, todos os países da UE se comprometeram a aderir assim que cumprirem as condições, mas ainda não existe um calendário definido. A única exceção é a Dinamarca, que negociou uma isenção após um referendo que rejeitou o euro em 2000.

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Kiev e Moscovo vão trocar 500 prisioneiros no fim de semana

  • Lusa
  • 4 Junho 2025

Além das trocas de prisioneiros, ambos os lados concordaram trocar os restos mortais de 6.000 soldados mortos de cada lado que estão na posse do inimigo.

O Presidente ucraniano anunciou esta quarta-feira que Kiev e Moscovo planeiam trocar 500 prisioneiros de guerra, de cada lado, no fim de semana, depois de terem concordado, na segunda-feira, libertar os feridos, gravemente doentes ou com menos de 25 anos.

“Hoje, as nossas equipas realizaram consultas sobre a troca acordada. O lado russo informou-nos que está pronto para transferir 500 pessoas neste fim de semana, no sábado ou domingo, das cerca de mil que acordámos trocar, pelo que estaremos prontos para trocar a quantidade correspondente”, afirmou Volodymyr Zelensky em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

Zelensky acrescentou que os jornalistas e outros civis ucranianos mantidos em cativeiro pelas autoridades russas poderão ser incluídos nas trocas acordadas na segunda-feira em Istambul, na Turquia. Além das trocas de prisioneiros referidas, ambos os lados concordaram trocar os restos mortais de 6.000 soldados mortos de cada lado que estão na posse do inimigo.

A Rússia e a Ucrânia já tinham acordado trocar mil prisioneiros de cada lado no primeiro encontro direto entre representantes dos dois países em três anos, também realizado em Istambul, a 16 de maio. Esta troca, a maior de toda a guerra, aconteceu dias depois, em três fases.

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Acionistas dão luz verde ao Novobanco para avançar para a bolsa

Lone Star e Estado aprovaram em assembleia geral uma proposta que abre a possibilidade de o banco avançar para a bolsa.

Sem surpresas, os acionistas do Novobanco aprovaram esta quarta-feira, em assembleia geral extraordinária, a proposta que permite ao banco entrar na bolsa de Lisboa. Com isto, a Lone Star já pode avançar com o IPO (initial public offering), embora o fundo americano explore outras opções.

Fonte da instituição adiantou ao ECO que a proposta de admissão à negociação de ações representativas do capital do Novobanco na Euronext Lisbon foi aprovada esta manhã. Apesar de ser uma formalidade, trata-se de uma condição necessária para o banco poder avançar para a bolsa, caso seja o caminho a ser tomado pelo fundo americano.

Há vários meses que a administração liderada por Mark Bourke tem vindo a trabalhar neste cenário. Em cima da mesa está a possibilidade de os acionistas colocarem entre 25% e 30% do capital no mercado. O prospeto da operação encontra-se já numa fase adiantada de avaliação junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O banco tem apontado a duas janelas temporais para concretizar o IPO: ainda durante este mês de junho ou setembro.

Ainda que os acionistas tenham dado este passo, o futuro do Novobanco poderá tomar um caminho diferente. Isto porque a Lone Star também está a explorar a venda direta do Novobanco a outro banco. O processo atraiu interessados, incluindo o Caixabank (dono do BPI) e o Groupe BPCE (dono do Natixis). O ECO avançou esta quarta-feira que o interesse dos franceses esmoreceu por conta de divergências em relação ao preço. Já um negócio envolvendo o banco catalão poderá ter a oposição do Governo português, que não quer um aumento da exposição espanhola no mercado bancário nacional.

Certo é que, oito anos depois, a Lone Star pretende sair do Novobanco, mas procura a melhor opção para o retorno do seu investimento de mil milhões de euros realizado em 2017, em troca de uma participação de 75% do banco português.

Os restantes 25% estão nas mãos do Estado, através do Fundo de Resolução e Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).

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Bulgária recebe luz verde do BCE para aderir à Zona Euro em janeiro de 2026

Bulgária vai adotar o euro a 1 de janeiro de 2026, tornando-se o 21.º país da Zona Euro, após cumprir todos os critérios exigidos pela Comissão Europeia e BCE, apesar de alguma resistência interna.

A Bulgária cumpriu todos os critérios necessários para adotar o euro a partir de 1 de janeiro de 2026, confirmaram esta quarta-feira o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia. Esta decisão abre o caminho para que a Bulgária se torne o 21.º Estado-membro da Zona Euro dentro de seis meses.

A decisão histórica marca o fim de uma jornada de quase duas décadas desde que o país aderiu à União Europeia, em 2007, e compromete-se a abandonar o lev búlgaro pela moeda única. “A Bulgária tem feito bons progressos no sentido da convergência económica com a área do euro desde 2024, de acordo com o Relatório de Convergência do Banco Central Europeu (BCE)”, refere o Banco Central Europeu em comunicado.

O país dos Balcãs conseguiu cumprir os quatro critérios de convergência estabelecidos pelos Tratados Europeus, mas por uma margem apertada no critério mais problemático: a estabilidade de preços.

“Esta avaliação positiva da convergência abre caminho à introdução do euro na Bulgária em 1 de janeiro de 2026 e permite ao país tornar-se o 21.º Estado-Membro da União Europeia a aderir à área do euro”, afirmou Philip R. Lane, membro da Comissão Executiva do BCE, sublinhando ainda que o “enorme empenho [da Bulgária] em proceder aos ajustamentos necessários.”

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também saudou a conquista da Bulgária com entusiasmo, notando que “o euro é um símbolo tangível da força e unidade europeias”, e que “graças ao euro, a economia da Bulgária tornar-se-á mais forte, com mais comércio com parceiros da Zona Euro, investimento direto estrangeiro, acesso ao financiamento, empregos de qualidade e rendimentos reais.”

Critérios cumpridos por escassa margem

O país dos Balcãs conseguiu cumprir os quatro critérios de convergência estabelecidos pelos Tratados Europeus, mas por uma margem apertada no critério mais problemático: a estabilidade de preços. Em abril, a taxa de inflação média dos últimos 12 meses situou-se em 2,7%, ficando imediatamente abaixo do valor de referência de 2,8%, refere o BCE em comunicado.

No critério orçamental, a Bulgária registou um défice de 3% do PIB em 2024, exatamente no limite permitido, enquanto a dívida pública se manteve confortavelmente baixa, nos 24,1% do PIB. O país também cumpriu os critérios das taxas de câmbio e de juro de longo prazo, beneficiando da participação no Mecanismo de Taxas de Câmbio II (MTC II) desde julho de 2020.

Valdis Dombrovskis, comissário europeu da Economia e Produtividade, que tem acompanhado de perto o processo búlgaro, refere que “o anúncio de hoje é o culminar de uma viagem de cinco anos, desde que entrou no MTC II em 2020”, sublinhando ainda que “o êxito da integração da Bulgária na área do euro exigirá a prossecução de políticas sólidas para reforçar a competitividade e a resiliência da economia búlgara.”

Apesar da aprovação europeia, a decisão enfrenta forte resistência interna. O partido ultranacionalista Ressurreição (Vazrazhdane), terceira força política do país, tem liderado protestos contra a adoção do euro, considerando-a uma ameaça à soberania nacional.

Em maio, milhares de búlgaros manifestaram-se em Sófia e mais de uma centena de cidades sob o lema “Insistimos no nosso lev, insistimos no nosso referendo”. O presidente búlgaro, Rumen Radev, chegou mesmo a propor um referendo sobre a questão, embora o parlamento tenha rejeitado a iniciativa. E a oposição política tem sido alimentada por campanhas de desinformação com ligações à Rússia, segundo análises de especialistas, que aproveitam os receios sobre potenciais aumentos de preços após a transição.

Com a confirmação do BCE e da Comissão Europeia da adesão da Bulgária à área do euro, a decisão final cabe agora ao Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia, que deverá formalizar a aprovação no início de julho. Uma vez concluído o processo político, os responsáveis do banco central búlgaro serão convidados a participar como observadores nos grupos do BCE, incluindo o Conselho de Governadores, que define as taxas de juro.

A Bulgária torna-se assim o primeiro país a aderir à Zona Euro desde a Croácia, que se juntou ao clube da moeda única em janeiro de 2023. Com esta adesão, a Zona Euro passará a representar quase 350 milhões de europeus distribuídos por 21 países.

Para a economia búlgara, que representa menos de 1% do PIB da Zona Euro, a mudança significa o fim da incerteza cambial e o acesso pleno aos mecanismos de financiamento europeus, embora a sua influência nas decisões do BCE seja limitada pelo seu peso económico reduzido.

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Regulador define seguro de saúde “padrão” com proteção para casos mais graves

O objetivo do regulador de seguros é facilitar a comparação dos seguros de saúde ao mesmo tempo que garante propôr condições para um produto adequado que cobre as despesas nos casos mais graves.

Já há no mercado um conjunto de condições para o seguro de saúde que o regulador considera oferecerem um “nível de proteção adequada para casos mais graves” que põem em causa a estabilidade financeira das famílias. Estas condições constam na circular n.º6/2025 de 3 de junho, aprovada pelo conselho de administração da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) nesta terça-feira.

Os limites da despesa dos serviços de saúde pagos pelo cliente são determinados por consulta. Tendo esta informação em consideração, as regras que o regulador definiu no âmbito das coberturas que estabelecem limites de capital, copagamento e período de carência, são as seguintes:

  • A cobertura de hospitalização garante um limite de capital de 30.000 euros com o copagamento de 10%, no mínimo o cliente pagará 250 euros por consulta e no máximo 500 euros. O período de carência é de 180 dias, há exceção de parto que é de 310 dias.
  • Quanto ao ambulatório, os limites de capital são de mil euros. Nestes estão incluídos consultas (programadas ou urgentes, onde o cliente paga 20 e 45 euros, respetivamente); exames, onde o cliente paga 10 euros por exame, 30 euros por TAC e 70 euros por ressonância magnética. Nas análises clínicas, o cliente pagará 10 euros por pacote prescrito e na fisioterapia 10 euros por sinistro. Na cobertura de ambulatório o período de carência é de 60 dias.
  • Na cobertura de medicina preventiva o cliente tem direito um pacote com o limite de cobertura de 60 dias.
  • Segundo a ASF, principal mais-valia da proposta é o limite capital de doenças de cobertura alargada a 300 mil euros com pagamento do cliente a 10% ou máximo de 500 euros com um período de carência de 180 dias,

Para indicar que vende o “seguro padrão” proposto pela ASF, a seguradora tem de incluir no produto condições mínimas sem as quais não são considerados.

Além das já mencionadas, a empresa tem que vender um produto que não tenha exclusões de idade na renovação de contratos. Ou seja, se uma seguradora aceitar cobrir um cliente não o pode excluir no futuro com base apenas na sua idade. Pode, no entanto, aumentar o preço do seguro. Não obstante, a idade pode ser um entrave à adesão ao seguro, visto ser a seguradora define condições de exclusão na adesão (e não de renovação).

No que à venda diz respeito, o cliente deve ser informado da rede de prestadores de cuidados de saúde que tem acesso.

Estas são os requisitos mínimos que se exigem à seguradora na venda deste produto. O objetivo do regulador é tornar a comparação destes produtos mais fácil para os portugueses.

A seguradora pode adicionar coberturas. Nesse caso, tem que indicar os preços para as coberturas adicionais para permitir a comparação com a oferta do mercado. A ASF não determina os preços dos seguros que cumpram as condições padrão, que serão definidos pelas seguradoras, e podem não ser acessíveis a todos os consumidores.

O regulador assume que já neste verão poderá haver seguradoras a comercializar um produto que cumpra as condições, previsão sustentada pelo feedback que recolheu junto do mercado quando elaborou o proposta (num grupo de trabalho que contou com as principais seguradoras e com a Associação Portuguesa de Seguros) e nas respostas da consulta pública a esta circular.

Importa referir que as condições foram desenhadas para contratos individuais de seguros, podendo ser estendidas ao agregado familiar. No entanto, não há entraves para as seguradoras adaptarem o seguro de grupo.

As empresas de seguros não estão obrigadas a seguir as recomendações. Mas aquelas que o fizerem vão constar da lista da ASF a ser divulgada no em fevereiro do próximo ano, após recolherem dados da adesão do mercado (no lado da oferta e procura) relativas segundo semestre de 2025.

Uma das regras que estava no documento em consulta pública que ficou por terra foi a possibilidade de transferir o seguro de uma empresa para outra. O regulador decidiu abandonar, por enquanto, esta medida por considerar que está é uma fase de teste e a incorporação no mercado destas condições pode ser um processo “muito complexo”. Esta medida poderá eventualmente ser incorporada se no relatório anual que mede os resultados destes produtos – que sair daqui a um ano – o regulador considerar que é viável.

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