Alunos da Faculdade de Economia do Porto ganham acesso a 12 terminais da Bloomberg

A FEP está a "revolucionar o ensino das Finanças": os alunos têm 12 terminais da Bloomberg à disposição para contactarem com as dinâmicas dos mercados financeiros.

Nelson Rodriguez (Bloomberg), Etienne Huret (Natixis) e Óscar Afonso (FEP) na inauguração do novo “Bloomberg Finance Lab, powered by Natixis” na Faculdade de Economia da Universidade do Porto29 maio, 2025

Os alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) passam a ter acesso ao Bloomberg Finance Lab, um espaço com 12 terminais da empresa de informação financeira que os vai aproximar da realidade dos mercados financeiros globais. A universidade está confiante de que este espaço vá “revolucionar o ensino das Finanças”.

“Dotar os estudantes da FEP de competências práticas que complementam a formação teórica dada em aula” é um dos grandes propósitos deste novo espaço. Segundo a FEP, estes sistemas vão permitir aceder a dados económicos e financeiros em tempo real, e acompanhar as principais notícias com impacto nos mercados.

Neste laboratório, financiado pela Natixis em Portugal — “que se assume agora como premium sponsor da faculdade” — os estudantes podem “simular operações de investimento e testar estratégias de gestão de carteiras e avaliação de risco, utilizando uma tecnologia amplamente adotada pelo setor”, detalha a universidade num comunicado.

A inauguração do Bloomberg Finance Lab é um marco importante no percurso de modernização da FEP.

Óscar Afonso

Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP)

Presente na inauguração do novo espaço, Caio Gattai, gestor para o Sul da Europa da Bloomberg, considerou que “este novo espaço proporcionará aos estudantes o acesso às mesmas ferramentas e dados financeiros de ponta utilizados pelos principais profissionais do setor a nível mundial, enriquecendo a experiência académica com aprendizagem prática e aplicada”.

Os estudantes terão ainda a oportunidade de obter a certificação internacional Bloomberg Market Concepts (BMC).

Para Óscar Afonso, diretor da FEP, “a inauguração do Bloomberg Finance Lab é um marco importante no percurso de modernização” desta universidade. “Representa uma aposta estratégica na qualidade e na inovação do ensino, nomeadamente das finanças, e na futura empregabilidade dos estudantes”, assinalou.

Já Etienne Huret, CEO da Natixis em Portugal, destacou a importante ligação entre o setor financeiro e o meio académico “para impulsionar a inovação e preparar as novas gerações para os desafios de um mercado global cada vez mais exigente e tecnológico”.

Novo “Bloomberg Finance Lab, powered by Natixis” na Faculdade de Economia do Porto (FEP)20 maio, 2025

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Renova inaugura exposição de fotografia que retrata as bem-aventuranças na Igreja de Santa Cruz do Castelo

  • + M
  • 29 Maio 2025

A exposição assinala os 20 anos do livro “Amor Causa”, uma encomenda feita pela Renova a François Rousseau, com inspiração nos ensinamentos de Cristo aos 12 apóstolos.

A Renova inaugurou na Igreja de Santa Cruz do Castelo (Lisboa) uma exposição de fotografia que retrata as bem-aventuranças através da lente de François Rousseau, fotógrafo francês. A mostra, que conta com curadoria do Padre João Norton, tem como objetivo a angariação de fundos para a preservação do património cultural e religioso da Igreja de Santa Cruz do Castelo.

A exposição assinala os 20 anos do livro “Amor Causa”, uma encomenda artística feita pela Renova a François Rousseau, com inspiração nos ensinamentos de Cristo aos 12 apóstolos.

“O livro ‘Amor Causa’ é agora reeditado e tivemos o cuidado de incluir os textos das Bem-Aventuranças nas línguas que marcaram a sua transmissão ao longo dos séculos: o aramaico, que corrigimos nesta nova edição, o hebraico, o grego, o latim e, também, nas línguas modernas, de modo a mostrar o percurso dessas palavras e da forma como viajaram até nós”, diz Paulo Pereira da Silva, presidente do Conselho de Administração da Renova, citado em comunicado.

Já François Rousseau refere que este “é um projeto com um sentido humanista que encaixa na perfeição na missão da Igreja de Santa Cruz do Castelo: estar próxima e valorizar a comunidade à sua volta”.

O trabalho fotográfico de François Rousseau foi realizado nas favelas do Rio de Janeiro, onde François Rousseau “descobriu a pessoa que representou Cristo e os 12 cidadãos que assumem o papel de Apóstolos, não recorrendo a modelos ou a cenários artificiais, escolhendo fotografar pessoas reais, pessoas com vidas, por vezes periféricas, marcadas por dificuldades e por uma beleza crua”, refere-se em nota de imprensa.

“A exposição integra o programa de dinamização cultural de Santa Cruz, que tem como objetivo angariar fundos para a salvaguarda do património da Igreja, nomeadamente para o restauro dos altares e de 11 telas da Cartuxa de Évora, da autoria de Domingo António de Sequeira”, refere o padre Edgar Clara, pároco da Igreja de Santa Cruz do Castelo.

Patente até 31 de dezembro, a exposição pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 9h às 19h.

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A mobilidade como fator de coesão nacional, na Local Summit

Combater a "pobreza de mobilidade" e desenvolver esforços para encontrar 3.000 milhões de euros para transformação das frotas de autocarros são desafios para a mobilidade deixados na Local Summit.

Ana Paula Vitorino, Faustino Gomes, Luís Nobre e Nuno Piteira Lopes analisaram o estado dos transportes em PortugalAndré Dias Nobre

Num contexto político em que os partidos portugueses trocam considerações, acusações e farpas relativas a uma eventual revisão constitucional, a presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (IMT), Ana Paula Vitorino, levou à segunda edição da Local Summit a defesa de instituir a mobilidade e a acessibilidade aos transportes como direito constitucional, à semelhança do que acontece com a habitação, saúde e educação.

Durante a sua intervenção no painel “Mobilidade Urbana e Planeamento Sustentável nas Autarquias”, nesta Local Summit organizada pelo ECO/Local Online, Ana Paula Vitorino defendeu efusivamente que “a mobilidade e acessibilidade devem ser um direito equiparado a um direito constitucional”. Contudo, questionada sobre a pertinência de aproveitar as propostas de alteração à Constituição que estão a ser anunciadas para formalizar a proposta, Ana Paula Vitorino realça que o “‘ser equiparado a’ não obriga necessariamente a uma revisão constitucional – espero que não haja revisão constitucional, pelo menos nos termos em que tem sido falado”. Deve, sim, ser considerado um “direito constitucional nos atos de planeamento dos governos, Assembleia da República e das autarquias”, reitera.

Para a investigadora e ex-secretária de Estado dos Transportes, a fórmula para melhorar os transportes públicos passa por haver “mais e melhor oferta, e não poluente – o que implica a descarbonização das frotas de transportes públicos –, pela diminuição das deslocações não obrigatórias e por “um bom planeamento e ordenamento do território”.

Faustino Gomes, presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, no Local SummitAndré Dias Nobre

Mas estas medidas exigem investimentos elevados. “A estimativa nacional são três mil milhões de euros, que não podem ser suportados inteiramente pelos operadores, pelo orçamento do Estado, muito menos pelo orçamento das câmaras”, contabilizou a presidente da AMT.

Por seu lado, durante a sua intervenção, o presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, Faustino Gomes, citou o Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMMUS) como um exemplo de “planeamento que visa criar uma mobilidade metropolitana alinhada com as necessidades da população” e que funciona em rede entre os vários municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML).

“É fundamental termos um plano metropolitano, que é construído com base nas estratégias de cada um dos municípios, mas depois há que coser fronteiras, que a rede de cada um fale com a dos municípios do lado e passemos a olhar a rede como um todo”, advogou.

Cada município não é uma ilha, está interligado com todos os que estão à volta.

Faustino Gomes

Presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa

Partindo do princípio de que “cada município não é uma ilha, está interligado com todos os que estão à volta”, a rede entre as várias câmaras da AML reveste-se assim de notória importância para este responsável.

O papel das câmaras é igualmente defendido por Ana Paula Vitorino. Não se deve “pensar em políticas ativas de transporte sem ter uma participação ativa dos municípios”. Aliás, reforçou, “não vale a pena pensar o país sem os poderes locais. Não se pode ignorar o poder local“.

Há outra questão premente para a antiga governante socialista: “Temos de pensar no país como um todo”. Não se pode, diz, estar “sempre focado no litoral” no que diz respeito ao planeamento dos transportes públicos. Para Ana Paula Vitorino, existe uma outra realidade no país e que tem sido mais descurada em benefício da faixa junto ao mar. “A pobreza de mobilidade existe em todo o interior”, avisou, assinalando que “não é com benefícios fiscais” que se consegue “povoar e dinamizar a atividade económica” nesta zona do país. É preciso, sim, “criar as condições e depois as pessoas vão. Ninguém irá para um sítio onde não terá uma vida de qualidade”, alertou.

“A política também é um ato de coragem”

Luís Nobre, autarca de Viana do Castelo, notou que “os decisores sentem pressão” da comunidade quando se trata de implementar no terreno uma melhor rede de transportes que vá ao encontro das suas necessidades. Como resposta, o município não teve com meias medidas e decidiu “ir mais além do discurso” e “dar um sinal claro à sociedade” ao assumir o papel de operador numa altura em que se encontrava a desenvolver o plano de mobilidade sustentável municipal. Aqui, detalhou, os dois eixos fundamentais eram os modos suaves e a descarbonização.

Para Luís Nobre, “a política também é um ato de coragem”. E, como tal, adiantou, vai avançar com “esse serviço, a partir de setembro, e com uma frota totalmente elétrica”. O município também delineou uma “geografia superior, porque a definição de área urbana estava contida às freguesias do núcleo e periféricas, e criando mais um anel, com parques empresariais.”

Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, no Local SummitAndré Dias Nobre

Para o autarca de Viana do Castelo é importante encontrar soluções que vão ao encontro das necessidades da população. “Não interessam transportes se não forem inclusivos na dimensão da eficiência, mas também social e económica de acesso aos mesmos“.

No caso de Cascais, ainda há “um longo caminho longo a percorrer no que diz respeito à descarbonização, nomeadamente para atrair mais gente para o transporte público”, vincou o número dois da câmara, Nuno Piteira Lopes, que se vai candidatar à presidência da autarquia nas próximas eleições. A gratuitidade dos transportes públicos no concelho deu um “contributo”, mas não convence toda a população a utilizá-los em detrimento do veículo próprio. Segundo Nuno Piteira Lopes, ainda é preciso fazer “um caminho paralelo com os mais jovens”, uma vez que “são os catalisadores das grandes mudanças”.

Os números mais recentes não são os melhores: “Um dado que me tem preocupado é que apenas 12% dos alunos utilizam transporte público para ir para a escola, apesar de ser seguro, viável e ter videovigilância”. O município quer elevar a fasquia para os 30% utilizadores jovens nos próximos anos. O que passa por ir ao encontro dos interesses dos mais novos, como frotas com acessibilidade para necessidades especiais, videovigilância ou wifi.

Nuno Piteira Lopes espera que o número também aumente a par da requalificação da linha de comboio de Cascais e o alargamento de uma faixa em cada sentido exclusiva para uso dos transportes públicos, na A5 e até ao Centro Comercial Colombo.

A propósito desta matéria, o seu homólogo de Viana vai mais longe: é preciso “alguma literacia e sensibilização” para a troca do transporte individual pelo coletivo.

Um dado que me tem preocupado é que apenas 12% dos alunos utilizam transporte público para ir para a escola, apesar de ser seguro, viável e ter videovigilância.

Nuno Piteira Lopes

Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

Por fim, neste painel da Local Summit, o vice-presidente da câmara de Cascais aproveitou a sessão para apelar aos seus homólogos da AML que, independentemente da cor partidária de cada um, não deixem cair por terra todos os avanços e dinamismo que foi conseguido até agora no que diz respeito a políticas de transporte público na região. E que prevaleça, por isso, uma coesão política.

Nuno Piteira Lopes fez este apelo uma semana depois das eleições legislativas que reconduziram a Aliança Democrática (AD) ao Governo e a poucos meses das eleições autárquicas. “Independentemente de quem venha a ser eleito [nas autárquicas, que haja um] compromisso no sentido de Estado para que as coisas continuem a correr bem”.

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Teresa Lameiras deixa direção de comunicação e marca da SIVA|PHS

Ligada ao setor automóvel há mais de três décadas, Teresa Lameiras liderou a comunicação de marcas como Seat, Volkswagen Audi, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra.

Teresa Lameiras, diretora de comunicação da SIVA, em entrevista ao ECO - 19SET22

Teresa Lameiras deixou a direção de comunicação e marca da SIVA. “É com muita alegria que digo – Até sempre!! Comecei a minha carreira aos 19 anos, na Renascença, enquanto ainda estudava. Foi o primeiro passo de um percurso que me levou ao setor automóvel”, recorda a profissional no LinkedIn.

Licenciada em Direito, Teresa Lameiras iniciou o seu percurso profissional no setor automóvel em 1989 na área de relações públicas. Desde então desempenhou várias funções nas áreas de comunicação, formação, recursos humanos e marketing, tendo ficado responsável pelo marketing e comunicação da Seat em 2003, tendo sido responsável também pelo lançamento da marca Cupra.

Em 2021 assumiu também a direção de comunicação e marca do grupo SIVA|PHS, representando marcas como Volkswagen Audi, Seat, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra, que manteve até ao momento.

Tenho um enorme orgulho neste trajeto, que só foi possível graças às equipas, jornalistas e parceiros com quem tive o privilégio de trabalhar. Termino este ciclo de sucesso com alegria e gratidão, iniciando um outro– diferente, mas igualmente desafiante – com maior enfoque na minha vida pessoal e familiar”, despede-se a profissional, desejando ainda “as maiores felicidades à nova Administração” do grupo.

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“Governos dos últimos 6 anos não são sérios sobre tornar Portugal num hub tecnológico a sério”, diz CEO da Cloudflare

  • ECO
  • 29 Maio 2025

"Não posso investir se não posso ter pessoas que venham para Portugal e que treinem as equipas", diz o gestor, admitindo que está a repensar Lisboa como sede europeia. Nega o incidente em Tires.

“Os governos dos últimos seis anos falharam em cumprir com as suas promessas e não são sérios sobre tornar Portugal numa fábrica de unicórnios ou num hub tecnológico a sério”, afirma Matthew Prince, o CEO da Cloudflare que, recentemente, na rede social X, acusou Portugal de ser um “país pouco sério” por causa do atraso dos vistos e burocracia sufocante.

Não posso investir se não posso ter pessoas que venham para Portugal e que treinem as equipas”, diz o gestor, admitindo que está a repensar Lisboa como sede europeia. “A resposta é sim, porque não podemos continuar a operar desta forma”, disse o gestor da tecnológica americana de cibersegurança ao Observador.

Nega ainda o incidente com bagagens em Tires, relatado ao ECO pelo responsável do aeródromo. “Não há base factual para essa história”. “Não tenho absolutamente nenhuma ideia sobre o que estão a falar”, diz. Na segunda-feira o ECO questionou a empresa sobre o tema, bem como sobre intenção de cortar investimento no país, sem obter nenhuma resposta.

“Isto não é sobre um Governo em particular”, garante o CEO da tecnológica norte-americana, em declarações ao Observador. “Acho que já contactei praticamente por todas as vias [o Governo] e já levei a questão a quase toda a gente com quem consigo falar”, diz. “Não vou nomear especificamente quem é que me desiludiu, digo que em todos os níveis o Governo português me tem deixado desiludido”, garante ao jornal online.

Com escritório em Lisboa desde 2018, o responsável diz ter escolhido o país “pelas pessoas, não foi por causa de impostos”. “Sei que há muita especulação à volta disso, de que poupamos dinheiro com os impostos — não poupamos nenhum dinheiro com os impostos ao estar em Portugal, isso é completamente irrelevante”, diz, negando ter recebido benefícios fiscais. “Não, não. Certamente não quando comparado com qualquer outro ponto onde estávamos.”

Promessas não cumpridas pelos Governos

Quanto às promessas feitas pelos governos, e não cumpridas, o CEO da tecnológica de cibersegurança diz: “O Governo prometeu ajudar a reduzir as complicações com a imigração para as pessoas que precisássemos de trazer para o país, porque não conseguíamos encontrar pessoas [em Portugal] que fossem especialistas nesses campos.”

Terão prometido “assistência para minimizar a burocracia para podermos continuar a operar e que seriam um bom parceiro para nós quando interagíssemos com a União Europeia, enquanto nossa sede europeia. E, enquanto nós estivemos à altura dos nossos compromissos, eles não estiveram”, acusa.

Já a Cloudflare comprometeu-se a “contratar pelo menos 100 pessoas nos próximos três anos, mais de metade deles cidadãos portugueses”, diz, garantindo que tem investido “milhões de euros” no país. “Se juntar todos os compromissos que fizemos, ter um novo escritório, contratar… Só os salários de 400 funcionários é um investimento grande que fizemos no país. Mas seria o dobro se o país estivesse à altura das promessas”, acusa.

“Temos 15 casos de renovação de vistos que estão a arrastar-se há anos. E, mais uma vez, fizemos chegar esta questão a toda a gente. Temos dez funcionários que não podem sequer renovar a autorização de residência, porque a burocracia demora tanto que não conseguiram fazê-lo antes de o visto expirar”, afirma.

Apesar de admitir a possibilidade de Lisboa deixar de ocupar a posição de sede europeia, irá manter escritório no país. A “equipa em Lisboa é de classe mundial e está a fazer algum do trabalho mais importante”, da tecnológica. “Não vamos encerrar o escritório, o trabalho ou as pessoas que temos aqui”, diz, mas não se compromete com mil funcionários nos próximos três anos. “Não sei se posso fazer isso”, diz.

“Há três anos, parei de recomendar Portugal [a outras empresas]”, diz. “Digo-lhes que há os ingredientes certos, mas problemas sérios. E, até que sejam resolvidos, recomendo cautela.”

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Governo prolonga até 15 de junho prazo para limpeza de terrenos florestais

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

Os proprietários têm mais 15 dias para limpar os terrenos florestais e agrícolas em redor de edificações e infraestruturas.

O Governo prolongou por mais 15 dias, até 15 de junho, o prazo para os proprietários procederem à limpeza de terrenos florestais e agrícolas em redor de edificações e infraestruturas, como pediram as associações do setor.

“Os trabalhos de gestão de combustível na rede secundária de faixas de gestão de combustível podem decorrer até 15 de junho de 2025”, lê-se num despacho conjunto dos secretários de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, e das Florestas, Rui Ladeira, hoje publicado no Diário da República.

O despacho altera um anterior, de 16 de abril, que determinava que os trabalhos de gestão de combustível na rede secundária de faixas de gestão de combustível podiam decorrer até 31 de maio.

A decisão foi tomada após consulta à AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Guarda Nacional Republicana, Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Infraestruturas de Portugal.

“Verifica-se, no entanto, que as condições meteorológicas dos últimos meses limitaram os períodos disponíveis para a realização dos trabalhos de gestão de combustível, criando, ainda, condições para uma maior produção primária líquida dos ecossistemas, com a consequente maior acumulação de combustível”, refere-se no despacho agora publicado.

No entanto, acrescentaram os governantes, “o perigo de incêndio rural previsto até ao final do período inicialmente definido, 31 de maio, condiciona, em grande parte do território nacional, a realização de trabalhos e outras atividades de gestão de combustível”.

Além disso, “a prorrogação do prazo em análise está igualmente sujeita aos condicionalismos determinados pelo Decreto-Lei 82/2021, de 13 de outubro”, nos “concelhos em que se verifique um nível de perigo de incêndio rural ‘muito elevado’ ou ‘máximo’”.

O executivo prolongou inicialmente o prazo até 31 de maio, segundo o despacho, “considerando as condições meteorológicas que se têm verificado, com persistência de precipitação e elevados teores de água nos solos, o que limita os períodos disponíveis para a realização dos trabalhos de gestão de combustível”.

Por outro lado, estavam “a decorrer ações de recuperação após a passagem das tempestades que assolaram várias regiões do continente e que, localmente, criaram grandes acumulações de combustível lenhoso derrubado”, notaram também Paulo Simões Ribeiro e Rui Ladeira.

A gestão de faixas de combustível em terrenos florestais em redor de edificações, infraestruturas e aglomerados, prevista na lei até 30 de abril, visa prevenir fogos rurais, mas a Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) pediu ao Governo o prolongamento de “mês e meio” no prazo, devido às condições meteorológicas.

Perante as dificuldades na contratação de empresas para a limpeza, nomeadamente por escassez de mão-de-obra e limitação de equipamentos, a FNAPF e a ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente consideram insuficiente o prazo para a realização da maior parte dos trabalhos e pediram mais tempo, antes que as autoridades iniciem a fiscalização dos incumprimentos e aplicação de contraordenações.

O presidente da FNAPF, Luís Damas, disse à Lusa que voltou a pedir ao Governo o prolongamento do prazo pelo menos até meados de junho e “alguma tolerância” para com os atrasos.

Num outro despacho, publicado em 17 de abril, relativo às freguesias prioritárias para efeitos de fiscalização, foram “identificadas 988 freguesias (34% do número total), cobrindo 2.871.924 ha [hectares] de área total (32% da superfície de Portugal continental) e englobando 1.988.232 ha de espaços florestais (37% da sua área total)”.

“Mantiveram-se os critérios adotados desde 2022, que incorporam as componentes de perigosidade conjuntural de incêndio rural e de valor dos ecossistemas”, explicava-se no despacho dos secretários de Estado da Proteção Civil e das Florestas. Os proprietários com terrenos a menos de 50 metros de edifícios de habitação ou atividades económicas terão de proceder à gestão de combustível numa faixa com largura de 50 metros em territórios florestais ou de 10 metros em territórios agrícolas.

A GNR, no âmbito da Campanha Floresta Segura 2025, destinada à prevenção de incêndios florestais, sinalizou, entre 16 de fevereiro e 30 de abril, “10.417 terrenos que poderão vir a estar em infração por falta de gestão de combustível”, indicou a divisão de comunicação da força de segurança.

A gestão de combustíveis visa reduzir material vegetal e lenhoso de modo a dificultar a propagação e intensidade do fogo, à volta das habitações e aglomerados populacionais em espaço rural, com a maioria das sinalizações nos distritos de Leiria (2.606), Bragança (1.162), Santarém (941), Coimbra (818) e Viseu (798).

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“O Chega não vai viabilizar uma moção de rejeição ao Governo”, garante Ventura

André Ventura entende que "é impensável uma crise política". Mas, enquanto "líder da oposição", não vai ser "muleta do Governo" e, por isso, rejeita agora acordos com a AD.

O presidente do Chega, André Ventura, garante que “não vai viabilizar uma moção de rejeição ao programa do Governo”, para evitar uma crise política. Mas, agora, enquanto “líder da oposição”, rejeita acordos com a AD de Luís Montenegro, afirmou esta quinta-feira à saída da segunda ronda de encontros com o Presidente da República, em Belém, que antecede a indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro.

Sobre o Orçamento do Estado para 2026, deixou o sentido de voto em aberto, reiterando que terá “uma maioria pronta e alternativa para governar caso essa situação se coloque”.

“O Chega não vai viabilizar uma moção de rejeição ao programa do Governo e, por isso, não permitirá que soluções irresponsáveis e irrealistas criem numa nova crise política, num momento em que os portugueses querem estabilidade, um Governo e um Parlamento com capacidade de funcionar”, começou por indicar Ventura, acompanhado por comitiva composta por Cristina Rodrigues, Ricardo Regallo Dias, Diogo Pacheco de Amorim e Rita Matias.

O líder do partido de extrema-direita “deu a garantia de que não inviabilizará a entrada em funções do Governo na mesma expectativa de, no futuro, caso o Chega vença as legislativas, haja por parte dos outros partidos, e no caso específico do PSD, a mesma tolerância democrática”, salientou.

No entanto, alertou o Chega “foi mandatado para ser o líder da oposição” e procurará “garantir ao país que há uma maioria pronta e alternativa para governar Portugal quando e como essa situação se coloque”. Ou seja, o partido não será “muleta do Governo” nem irá “sustentar a governação”.

E rejeita acordos com a AD de Luís Montenegro. “Os portugueses querem o Chega a liderar a oposição, não vamos fazer o contrário, que é acordos de governação. O Chega quer liderar oposição, não é bom estar a fazer conluios e a distribuir lugares. O Chega tem de estar preparado a qualquer altura para ser Governo”, frisou. “É habituem-se. Há uma nova forma de fazer oposição, não vamos deixar um milímetro de corrupção por investigar e um milímetro de dinheiro mal atribuído”, acrescentou.

Por isso, reforçou, o Governo “deve sentir que tem no Chega um adversário de respeito, mas nunca deve presumir e pensar que tem no Chega uma espécie de espelho do PS, que fecha os olhos à corrupção ou ao fenómeno da imigração e da insegurança”. “Não esperem de nós nem cartas brancas, nem ser a semelhança do que o PS ou o PSD fizeram em Portugal”, atirou.

Sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2026, deixou o voto em aberto mas com avisos à navegação: “Não posso dizer como vamos votar, porque não o conhecemos e o que vimos no último ano é que o PSD preferiu fazer um OE à medida do PS e não da maioria de direita no Parlamento. É preciso haver quem, de forma construtiva, saiba fazer oposição e ser alternativa. Se PS e PSD se entenderam durante 40 anos, porque não o fazem novamente?”.

Quanto à reeleição do candidato da AD, José Pedro Aguiar-Branco, para presidente da Assembleia da República, o líder do Chega referiu que “estão a existir conversas entre as bancadas e o Chega está a ter uma postura construtiva”. De lembrar que, no ano passado, Aguiar-Branco só foi eleito à quarta tentativa, depois do Chega ter rasgado o acordo com a AD. Mas, desta vez, poderá ser diferente, já que Ventura quer assumir-se como um líder da oposição “responsável”. Para além disso, Marcelo Rebelo de Sousa quer que “a Assembleia da República entre rapidamente em funções”, revelou.

Chega admite avançar com uma CPI ao caso Spinumviva

“Não é impossível chegar a um entendimento. Só houve até agora conversações entre as várias bancadas, ainda não houve entre os líderes dos partidos, que poderão ocorrer depois da reunião entre o presidente do PSD e o Presidente da República e deixei o compromisso ao Presidente da República que, ainda esta noite, o informarei sobre qualquer entendimento, que espero venha existir, de governabilidade da Assembleia da República. Não é uma situação igual à do ano passado. Tudo indica que teremos fumo branco”, indicou.

Relativamente ao caso Spinumviva, a empresa da família Montenegro e que motivou a queda do Governo e as eleições antecipadas, Ventura admite avançar com avançar com uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). “Houve agora uma evolução com um pedido de informação pelo Ministério Público, ainda não é conhecido se teremos ou não inquérito criminal e que mais esclarecimento o primeiro-ministro vai dar”, lembrou.

Porém, e “recebidos esses esclarecimentos, o Chega avaliará a necessidade de uma CPI”, salientou. “O Chega não pode de parte a CPI ao caso da Spnumviva. Se o Chega tiver de avançar por entender que há suspeitas graves, o Chega avançará sem nenhum receio como o caso das gémeas. Não temos medo de nenhum poder, de nenhum contrapoder”.

Sobre se apoio a candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República, o líder de Chega escusou-se a fazer comentários. “Nos próximos tempos falaremos com toda abertura. O Chega ainda não decidiu se terá candidato próprio ou não”, disse.

(Notícia atualizada às 17h37)

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Mais de um milhão de votos foram “desperdiçados”

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

Portalegre, Europa e Fora da Europa são os círculos mais prejudicados em termos globais, indica um estudo do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico.

Mais de um milhão de votos nas últimas eleições legislativas ficaram sem representatividade no parlamento, sendo Portalegre, Europa e Fora da Europa os círculos mais prejudicados em termos globais, indica um estudo.

A análise, intitulada “Votos sem representatividade”, elaborada por Henrique Oliveira do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, contabilizou 1.146.034 votos sem representatividade no país, somando os restos de todos os círculos eleitorais analisados, excluindo votos brancos e nulos.

De acordo com este trabalho académico, o eleitor médio do interior de Portugal tem “apenas 65% de representatividade face a valores acima dos 85% nos grandes círculos”, sendo o círculo da Europa o que apresenta a taxa de representatividade mais baixa de todo o sistema eleitoral, 43%.

O estudo dividiu o total de “votos desperdiçados” em duas categorias: do tipo A, votos que não contribuíram para a eleição de qualquer deputado num determinado círculo; e os votos de tipo B, ou seja, a proporção de votos de partidos que conseguiram eleger pelo menos um deputado, mas que ficaram por converter em mandatos adicionais após a aplicação do método de D’Hondt.

Os “círculos recordistas” da percentagem de votos sem representatividade são os da Europa (56.7%), Portalegre (42.5%) e Fora da Europa (41.2%). “Em geral, os círculos do interior têm percentagens mais elevadas de votos desperdiçados. A Madeira deixou de ter elevados restos face à votação de 2024 (39.1%) devido à força local Juntos Pelo Povo (JPP) ter elegido um deputado nesse círculo”, é detalhado.

Analisando os “votos desperdiçados” que não contribuíram para a eleição de qualquer deputado, do tipo A, os círculos com maior percentagem deste tipo mantêm-se Portalegre (40,6%), Fora da Europa (39,4%) e Europa (36,6%). Em contraste, Lisboa, Porto e Setúbal, círculos com maior número de deputados eleitos, surgem como os distritos com menor desperdício: 2,6%, 6,4% e 7,2%, respetivamente.

Quanto aos votos desperdiçados do tipo B, que, embora tenham contribuído para a eleição de deputados, não chegaram a ser suficientes para garantir mais um mandato, os círculos com percentagens mais elevadas são Guarda (24,4%), Açores (23,0%), Castelo Branco (20,2%), Europa (20,0%) e Viana do Castelo (18,8%).

O estudo salienta que, nestes casos, mesmo quando os partidos têm representação parlamentar, “uma fatia significativa dos seus votos não se traduz em mandatos adicionais”.

“Este tipo de análise revela que o sistema eleitoral atual não apenas penaliza os partidos pequenos e os eleitores em círculos reduzidos através de votos totalmente desperdiçados, mas também impede que os votos em partidos com representação sejam aproveitados de forma plena”, lê-se no estudo, que aponta a necessidade de equacionar soluções como um círculo nacional de compensação, agregação de círculos ou “mecanismos adicionais de redistribuição de votos sobrantes”.

A análise adianta ainda que todas as forças políticas verificam “um elevado” número de votos desperdiçados. No caso do PS, o desperdício de votos explica o facto de ter agregado mais boletins mas ter ficado com menos deputados (58) do que o Chega (60), partido que “teve melhor coeficiente de vantagem na transformação dos votos em mandatos”.

O mais eficiente a converter votos em mandatos foi a AD – coligação PSD/CDS-PP, com restos de apenas 4,5% da sua votação e uma taxa de conversão de 95,5% dos votos, seguindo-se o Chega com 89,3%, e o PS que desce para 85,6%. No outro extremo, o BE – que desceu de cinco para uma deputada – apenas conseguiu converter 18,6% de todos os seus votos em mandatos.

O estudo conclui que “a proporcionalidade do sistema eleitoral português não é uniforme em todo o território” e alerta que esta “desigualdade intrínseca pode comprometer a legitimidade do sistema, sobretudo quando se torna sistemática e que se tem repetido em eleições legislativas sucessivas”.

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CAP pede “apoio” a municípios e Estado para garantir alojamento a imigrantes

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

As empresas só podem dar garantia de alojamento “se tiverem o apoio dos municípios e do Estado Central”, argumentou o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura.

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) revelou esta quinta-feira que já foram submetidos “alguns processos” à “via verde” para contratação de trabalhadores imigrantes, mas alertou que sistema “só funciona se houver alojamento”.

“Isto só funciona se houver alojamento. Isto só funciona se as empresas puderem garantir o alojamento para os seus trabalhadores” e, para tal, elas só podem dar essa garantia “se tiverem o apoio dos municípios e do Estado Central”, argumentou o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura.

No encerramento de um colóquio realizado em Odemira, no distrito de Beja, o responsável revelou que a CAP e também a Confederação da Construção já submeteram “alguns processos” no âmbito da ‘via verde’, que “foram deferidos pela Direção-Geral dos Assuntos Consulares: “Estamos agora à espera dos respetivos agendamentos”.

A chamada “via verde” para a contratação de imigrantes foi implementada pelo anterior Governo e entrou em vigor em 15 de abril, permitindo a contratação direta no exterior pelas empresas, depois de o fim das manifestações de interesse ter sido decretado pelo executivo no verão passado.

Em 15 de abril, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou tratar-se de um sistema melhor do que o anterior. A “via verde, disse então o governante, “é uma política que regula, que controla, que também é profundamente humanista, que quer devolver a integridade dos direitos àqueles que vêm ajudar a economia, especialmente a alguns setores muito necessários”, como o turismo, a agricultura e a construção civil.

No âmbito da medida, os serviços consulares comprometem-se a dar resposta no prazo de 20 dias aos pedidos de vistos de trabalho para a contratação de imigrantes pelas empresas portuguesas, de acordo com o protocolo assinado com as principais entidades patronais. Álvaro Mendonça e Moura frisou que a CAP tem “tido um papel ativo de intermediação entre as empresas do setor agrícola e florestal” com diversas entidades, como a Direção-Geral dos Assuntos Consulares, a AIMA, a Segurança Interna ou o Instituto do Emprego e da Formação Profissional.

“Esta é a condição para termos uma imigração de que nós precisamos, mas controlada, que nós sabemos quem é, quem vem, quem é que vem, para o que é que vem e onde é que está. É isto a que se chama controle. E nós temos, depois, que dar a estes imigrantes a possibilidade de integração na nossa sociedade”, defendeu.

E, frisou, “dependendo, de se tratarem de imigrantes de muito curta duração ou de mais longa duração”, é preciso “pensar que as pessoas que cá ficarem têm que saber português e têm que se integrar na nossa cultura”.

A disponibilidade de água é importante para a agricultura, mas, “sem pessoas na agricultura, a água serve de muito pouco”, destacou Álvaro Mendonça e Moura. E, para que a agricultura cresça, o presidente da CAP afastou ilusões: “A mão-de-obra para crescermos tem que ser estrangeira. Não vale a pena. Portanto, temos que interiorizar isto, porque não há mão-de-obra suficiente em Portugal”.

“A imigração de que nós precisamos não pode ser, como foi durante vários anos, uma imigração desregulada”, sublinhou, defendendo que o país tem que “ter condições para acolher” estas pessoas “com dignidade”, não só em termos de habitação, mas também “procurar integrá-las, dar-lhes sistemas de saúde”.

“Regadio e Alojamento: Fatores Críticos de Sucesso em Odemira” foi o tema do colóquio realizado hoje em Odemira, promovido hoje pela AHSA – Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores do Sudoeste Alentejano.

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Adeus, Sogevinus. Dono do Abanca dá nome da família ao grupo de vinho Kopke no Douro

Juan Carlos Escotet muda identidade corporativa do negócio de vinhos do Porto e Douro. Associar o nome da família ao novo Kopke Group by Escotet Family Estates é “um ato de compromisso com Portugal".

Desde 2014 nas mãos do multimilionário Juan Carlos Escotet, dono do grupo Banesco que comprou a Caixa Galicia e deu origem ao Abanca, a Sogevinus é a herança da aventura vitivinícola iniciada em 1998 pela caja galega ao entrar na Cálem, a que se seguiram já neste século as compras da Burmester ao grupo Amorim ou da empresa que detinha a Kopke.

Depois de passar por um plano de reestruturação na década passada, acaba de inaugurar um hotel de 50 milhões de euros em Vila Nova de Gaia (Kopke Tivoli Porto Gaia Hotel) e vai também mudar o nome e imagem corporativa. Ao fim de quase três décadas de atividade no setor dos vinhos, a Sogevinus é alvo de um rebranding e passa a chamar-se Kopke Group by Escotet Family Estates.

Por um lado, explica a empresa sediada em Vila Nova de Gaia, a alteração “tira partido” daquela que é a sua marca de vinhos do Porto mais antiga, a que mais exporta e com a qual batizou o novo hotel de cinco estrelas, que resultou da reabilitação das antigas caves de vinho do Porto. As restantes marcas que compõem o portefólio – Burmester, Cálem, Barros, Velhotes, Quintas de São Luiz e Quinta da Boavista – mantêm-se no mercado, mas passam a estar agregadas sob a chancela do Kopke Group.

Associar o nosso nome a este projeto é um ato de compromisso com Portugal, com esta região única e com o futuro de um setor com enorme potencial. Queremos contribuir para que o Douro continue a ser uma referência mundial na produção de vinhos de excelência.

Juan Carlos Escotet

Presidente do conselho de administração do Kopke Group e do Abanca

Por outro lado, a integração do nome Escotet pretende “refletir o envolvimento direto da família, bem como a sua visão de futuro: construir um grupo de referência internacional a partir do Douro”. Em comunicado, o grupo liderado por Pedro Braga acrescenta que “é o assumir de um importante compromisso para com os vinhos do Porto e os vinhos do Douro, e do investimento da família em Portugal e no setor dos vinhos”.

“A nossa família sente uma profunda admiração pelo Douro – pela sua história, beleza e importância cultural. Associar o nosso nome a este projeto é um ato de compromisso com Portugal, com esta região única e com o futuro de um setor com enorme potencial. Queremos contribuir para que o Douro continue a ser uma referência mundial na produção de vinhos de excelência”, aponta Juan Carlos Escotet, presidente do conselho de administração do Kopke Group e do Abanca, que com a ajuda do Eurobic alcançou lucros recorde de 1,2 mil milhões em 2024.

Em entrevista ao ECO, publicado em dezembro do ano passado, o diretor-geral Pedro Braga negou ter “mais facilidades” e a “torneira do dinheiro aberta” pelo facto de o grupo ser detido por uma instituição financeira. Pelo contrário, assinalou o gestor, “não há benesse” por parte do Abanca e o acionista é “tão ou mais exigente [com este negócio dos vinhos] do que com qualquer cliente”.

Com vendas em mais de 60 países, com destaque para os Países Baixos, Dinamarca, EUA, Reino Unido, Coreia do Sul, França e Canadá, o grupo emprega mais de 200 pessoas em Portugal e faturou 48 milhões de euros em 2024, 2% acima do ano anterior. Ainda antes do hotel na zona ribeirinha de Gaia, o enoturismo já representava 25% do total, beneficiando, por exemplo, de ter a cave de vinho do Porto (Cálem) mais popular, que recebe cerca de 350 mil visitantes anuais.

Segundo números oficiais, o grupo produz uma média anual superior a 9,5 milhões de garrafas (8,5 milhões de Porto e 1 milhão de DOC Douro) e detém cerca 250 hectares de vinha distribuída por quatro propriedades no Douro: Quinta de S. Luiz, Quinta do Arnozelo, Quinta do Bairro e Quinta da Boavista. O diretor-geral assumiu ao ECO que está “atento” a possíveis aquisições nesta região demarcada, onde “existe alguma oferta, mas ainda bastante valorizada”.

“Honrar e Desafiar” passa a ser o lema que traduz o posicionamento do grupo concorrente da Symington ou da gigante Sogrape, e torna-se na assinatura de marca. A agência responsável pela nova imagem foi a Wonde\Why, que já assinou outras transformações corporativas como a do Grupo Bensaude ou a do Super Bock Group.

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MetLife renova parceria com o Banco Primus

  • ECO Seguros
  • 29 Maio 2025

A seguradora estendeu o acordo exclusivo para distribuição de Seguros de Vida e Acidentes Pessoais com a financeira especializada em crédito automóvel e moto e crédito ao consumo em Portugal.

A MetLife, empresa especializada em seguros de Vida e Acidentes Pessoais, e o Banco Primus, especialista em financiamento automóvel, assinaram um novo contrato exclusivo de três anos para a distribuição de seguros de Vida e Acidentes Pessoais, prolongando a colaboração iniciada em 2008.

Hugo Carvalho Silva, CEO do Banco Primus, e Ricardo Sánchez Pato, deputy GM na MetLife Iberia, querem mais soluções, produtos e tecnologia.

O novo acordo amplia a parceria inclui a distribuição conjunta de seguros de Proteção ao Crédito e Hospitalização por Acidente com Proteção Dentária da MetLife, que, atualmente, contam com mais de 40 mil clientes do Banco Primus.

O Banco Primus é uma instituição financeira portuguesa fundada em 2005, especializada em crédito ao consumo, com foco principal no financiamento automóvel, moto e crédito pessoal. Desde 2022, é totalmente detido pelo BPCE Financement, a divisão de crédito ao consumo do Groupe BPCE, o segundo maior grupo bancário francês.

O Primus tem canal de distribuição preferencial em stands de automóveis, concessionários, retalhistas e intermediários de crédito e, no final de 2024, anunciava 202 mil clientes e 467 milhões de euros de crédito concedido em Portugal.

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AIMA já analisou os 440 mil pedidos pendentes, mas um terço ainda aguarda decisão

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

A AIMA já analisou os 440 mil pedidos referentes a manifestações de interesse que estavam pendentes há um ano mas há ainda perto de 130 mil pendentes.

A AIMA já analisou os 440 mil pedidos referentes a manifestações de interesse que estavam pendentes há um ano, quando entrou em vigor o Plano de Ação para as Migrações, havendo ainda perto de 130 mil a aguardar decisão.

“O desafio relativamente à questão da manifestação de interesse está cumprido”, resumiu o presidente do Conselho Diretivo da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), em declarações aos jornalistas à margem da inauguração do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) na Musgueira, Lisboa.

As novas regras para os imigrantes em Portugal entraram em vigor há cerca de um ano, em 04 de junho, e uma das 41 medidas do Plano de Ação para as Migrações implicava o fim das manifestações de interesse, mas cerca de 440 mil pedidos estavam ainda pendentes, tendo sido criada uma estrutura de missão para resolver pendências.

Segundo Pedro Portugal Gaspar, da totalidade dos pedidos pendentes naquela altura, 170 mil foram arquivados por ausência de resposta.

AIMALusa

Os restantes já foram apreciados e cerca de metade instruídos, a maioria dos quais deferidos e 4.500 que, por não cumprirem os requisitos, resultaram na notificação dos requerentes para abandonar o país.

“Falta instruir e decidir a outra metade, cerca de 130 mil”, acrescentou o presidente do Conselho Diretivo da AIMA.

Fazendo um curto balanço do primeiro ano de vigência do Plano de Ação para as Migrações, Pedro Portugal Gaspar destacou ainda o alargamento da rede dos centros locais de apoio à integração de migrantes e a implementação do Pacto de Migração Laboral Regulada, mas apontou desafios.

“A AIMA tem também desafios internos organizacionais, no sentido de reforçar a sua equipa e melhorar as ferramentas tecnológicas para dar uma melhor resposta ao cidadão. Isso é uma matéria que está em construção”, referiu.

De acordo com o responsável, no último ano, a AIMA aumentou em cerca de 5% os seus recursos humanos, um reforço que considera positivo, mas ainda insuficiente.

“Vamos tentar, como objetivo para este ano, termos um aumento de 25% a 30%. Veremos se conseguimos”, afirmou, apontando que, por outro lado, também o alargamento das redes de apoio colaborativo com outras entidades permite aumentar a capacidade de resposta.

O novo Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM), inaugurado hoje nas instalações da Associação Nasce e Renasce na Musgueira, Lisboa, vai integrar uma rede de mais de 170 centros no país, com funções de acolhimento, informação e apoio a cidadãos migrantes.

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