5 coisas que vão marcar o dia

Banco de Portugal divulga endividamento do setor não financeiro e na Zona Euro é conhecido o PMI de março. Destaque ainda para a subida do preço da gasolina.

No dia em que o Banco de Portugal divulga os dados sobre o endividamento da economia no arranque do ano, é conhecido o PMI da Zona Euro em março. Lá fora, o Conselho da Agricultura e das Pescas da União Europeia reúne-se.

BdP divulga Endividamento da economia

O Banco de Portugal divulga os dados relativos ao endividamento da economia de janeiro. Em 2024, o endividamento do setor não financeiro – isto é Administrações Públicas, empresas e particulares – aumentou 17 mil milhões de euros, para 814,1 mil milhões de euros. Deste total, 454,6 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 359,4 mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas).

Como evoluir atividade empresarial na Zona Euro?

São divulgados dados sobre a atividade empresarial na Zona Euro em março, medido pelos inquéritos preliminares do Índice de Gestores de Compras (PMI) composto pelo Hamburg Commercial Bank (HCOB) e compilado pela S&P Global. O PMI dos países do euro em fevereiro manteve-se em 50,2 pontos, após a recuperação para território positivo em janeiro, um valor próximo daquele que separa o crescimento da contração (50 pontos).

Gasolina sobe 2,5 cêntimos. Preço do diesel não mexe

Os preços dos combustíveis terão comportamentos distintos esta semana. A gasolina deverá subir esta segunda-feira 2,5 cêntimos, enquanto o gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, não deverá sofrer alterações, avançou ao ECO fonte do mercado. Quando for abastecer, continuará a pagar 1,584 euros por litro de gasóleo simples e passará a pagar 1,715 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Ministros da Agricultura e Pescas reunidos em Bruxelas

O Conselho da Agricultura e Pescas da União Europeia irá reunir-se em Bruxelas para um debate público de orientação sobre a comunicação “Visão para a Agricultura e o Setor Alimentar”, publicada pela Comissão Europeia em fevereiro. Da agenda faz também parte “um almoço ministerial informal sobre o futuro da política comum das pescas”.

Fintech em destaque

A formação financeira vai estar em destaque na conferência anual organizada pelo IAPMEI e do Turismo de Portugal. Dedicada ao tema “Fintech para Empresas: Soluções para Crescer com Eficiência”, o encontro tem como objetivo explorar as últimas tendências e inovações no setor fintech, destacando como estas tecnologias podem beneficiar as empresas que operam no mercado.

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Dividendos: Seis empresas do PSI pagam acima de 5%

As cotadas da bolsa portuguesa vão aumentar os dividendos pagos aos acionistas. Remuneração média é de 4,87%, com a Nos a apresentar a maior rentabilidade, com um dividend yield de quase 10%.

As cotadas da bolsa portuguesa vão voltar a aumentar a sua remuneração acionista. Apesar dos resultados terem recuado para 4,22 mil milhões de euros em 2024, depois de terem superado a fasquia dos cinco mil milhões um ano antes, o valor distribuído em dividendos vai subir para um novo recorde. Perto de metade das empresas que já anunciou a sua política acionista apresenta uma taxa de rentabilidade acima de 5%

As empresas do índice de referência PSI anunciaram que vão propor o pagamento de 2,9 mil milhões de euros em dividendos, relativos ao exercício de 2024, segundo os valores divulgados pelas empresas na apresentação de resultados anuais e de acordo com os cálculos do ECO. Trata-se de um novo máximo, com as empresas a manterem a tendência de crescimento da remuneração registada desde 2021, depois de dois anos em que as empresas reduziram os dividendos devido à pandemia da covid-19.

Contas feitas, as cotadas da bolsa vão entregar 68,4% dos lucros de 2024 aos acionistas sob a forma de dividendos. Os valores não incluem a Ibersol, a única do PSI que ainda não apresentou as contas do ano passado, e a Altri, que não adiantou se vai propor em assembleia-geral o pagamento de dividendo.

Entre as cotadas do PSI, várias cotadas destacam-se por poderem oferecer dividend yields acima de 5%, revelando políticas de remuneração acionista atrativas.

João Queiroz

Head of trading do Banco Carregosa

A rendibilidade média dos dividendos destas 13 companhias que já anunciaram o valor que pretendem pagar aos acionistas é de 4,87% (ilíquido de impostos), num ranking que é liderado pela Nos, com uma taxa próxima dos 10%.

“Entre as cotadas do PSI, várias cotadas destacam-se por poderem oferecer dividend yields acima de 5%, revelando políticas de remuneração acionista atrativas”, explica João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa.

O analista realça que a Nos distribui perto de 100% dos seus lucros, “enquanto a Navigator e a REN distribuem entre 50% e 100% dos lucros. BCP, CTT, Navigator e Sonae combinam esses dividendos elevados com earning yields superiores a 10%. Também a Mota-Engil surge com um dividend yield acima dos 5%, reforçando o grupo de empresas com maior atratividade neste domínio”, sintetiza.

A operadora de telecomunicações, que apresentou “os melhores resultados de sempre”, tendo lucrado 273,1 milhões de euros, um crescimento superior a 50%, se contabilizados os efeitos “não recorrentes”, propôs pagar 40 cêntimos em dividendos: um dividendo ordinário de 35 cêntimos e um dividendo extraordinário de 5 cêntimos por ação. À semelhança do ano passado, a Nos apresenta o retorno de dividendo mais elevado da bolsa, com uma taxa de 9,29%, tendo por base a cotação da empresa na última sexta-feira. Considerando a cotação da empresa no final de 2024 (3,33 euros), o dividend yield é de 10,51%.

Na lista dos dividendos mais rentáveis segue-se a Navigator. A papeleira controlada pela Semapa propôs um dividendo de 24,606 cêntimos, uma remuneração 17% superior aos 21,091 cêntimos pagos relativamente ao exercício de 2023. Este dividendo apresenta uma rentabilidade de 7,57% face ao preço atual da ação. A empresa, que fechou o último ano com um lucro de 287 milhões de euros, vai distribuir 175 milhões pelos acionistas, o que equivale a um “payout” de 61%.

A EDP oferece a taxa de rentabilidade de 6,45%, a terceira mais elevada da bolsa. A elétrica, que viu os lucros baixarem para 801 milhões de euros, arrastados pelos prejuízos superiores a 550 milhões da EDP renováveis, subiu o dividendo para 20 cêntimos por ação.

REN e Sonae surgem com dividend yields de 5,8%, reforçando a sua posição na lista das empresas mais amigas dos investidores, com ambas a melhorarem os seus dividendos.

O BCP, que ascendeu no ano passado a uma das cotadas com maiores lucros da bolsa (906,4 milhões de euros), vai pagar um dividendo de cerca de três cêntimos por ação, uma remuneração que implica uma taxa de retorno de 5,47%. Além da distribuição de um dividendo em dinheiro, o banco vai ainda avançar, em breve, com um plano de recompra de ações no valor de 200 milhões de euros.

A Galp Energia é outra das cotadas do PSI que tem em curso um programa de compra de ações da própria empresa. Pretende investir até 250 milhões de euros.

Também os CTT lançaram, no ano passado, um programa de recompra de ações no valor de 25 milhões, propondo-se comprar até 8,5 milhões de ações da empresa de correios, representativas de 6,14% do capital. O plano ainda está a decorrer.

Estes programas são uma maneira alternativa de a empresa remunerar os acionistas, já que a recompra de ações tende a ser positiva para o preço das ações. Desta forma, a yield gerada pela recompra das ações tende a ser semelhante à distribuição de dividendos, mas tem vantagem de não pagar impostos”, explica Henrique Tomé. O analista da XTB acrescenta que “esta é também uma estratégia utilizada pelas empresas para captar o interesse dos investidores, principalmente em momentos em que a conjuntura económica apresenta valores mais elevados de incerteza”.

João Queiroz realça que, “embora os dados específicos sobre programas de recompra de ações em Portugal sejam limitados, é possível observar uma tendência global de aumento destes programas como o exemplo de​ oportunidade de investimento em que a recompra de ações pode indicar que a empresa considera as suas ações subvalorizadas, oferecendo potencial de valorização para os investidores”.

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Mais de 500 milhões dos dividendos da bolsa voam para a China e Angola

Cotadas da bolsa vão entregar 2,9 mil milhões em dividendos aos acionistas relativos aos lucros de 2024. Cheque mais chorudo é pago pela EDP, com a chinesa China Three Gorges a receber 179 milhões.

2024 ficou marcado pela quebra da rentabilidade das cotadas do PSI. Apesar da descida dos lucros, a maioria das empresas anunciou a intenção de aumentar a sua remuneração acionista, propondo entregar mais de dois terços dos resultados registados no exercício aos investidores. Do bolo total que vai ser distribuído, mais de 500 milhões voam para a China e para Angola. Já as maiores famílias da bolsa em Portugal vão receber cerca de 530 milhões.

Depois de no ano passado terem distribuído mais de 2,6 mil milhões em dividendos, 13 das 15 empresas cotadas do PSI [a Ibersol ainda não apresentou resultados e a Altri não indicou a intenção de propor a distribuição de dividendos relativos ao exercício de 2024] preparam-se para reembolsar aos seus acionistas 2,9 mil milhões de euros dos lucros arrecadados no último ano. Trata-se do valor mais elevado de sempre e é o quarto recorde consecutivo. Depois de um corte na remuneração paga aos investidores nos anos da pandemia, as cotadas retomaram em força a distribuição de dividendos, com a maioria das empresas empenhada em manter uma política de pagamento de dividendos crescente.

A EDP continua a ser a que distribui o maior bolo dos dividendos na bolsa de Lisboa. Apesar de ter baixado os lucros de 952 para 801 milhões de euros, a elétrica não só manteve como aumentou o valor do dividendo que vai distribuir pelos acionistas. A empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade vai pagar um dividendo bruto de 0,2 euros por ação, mais 3% que os 0,195 euros distribuídos no ano passado. A China Three Gorges é a maior beneficiária deste dividendo, arrecadando 179 milhões de euros pela sua posição de 21,4% no capital da empresa portuguesa.

EDP apresenta rebranding da marca - 02JUN22
O CEO da EDP e da EDPR, Miguel Stilwell de Andrade, anunciou um aumento do dividendo anual da elétrica, apesar da quebra dos lucros.Hugo Amaral/ECO

Contabilizando os 95,6 milhões de euros que a Fosun vai receber pelas suas participações no BCP (90,8 milhões) e na REN, através da Fidelidade, na qual controla 85% do capital; os 26 milhões a que a State Grid of China tem direito pela sua posição de 25% na REN; e os 14,9 milhões que a parceira chinesa da Mota-Engil, a China Communications Construction Company, vai receber da construtora portuguesa, rumam à China perto de 316 milhões de euros em dividendos.

A China é há vários anos a geografia que recebe a maior fatia dos dividendos pagos no exterior pelas cotadas nacionais, devido às posições de relevo detidas por empresas controladas pelo Estado chinês em cotadas do setor da energia (EDP e REN).

Participações de empresas chinesas no capital da EDP, REN e Mota-Engil rendem mais de 300 milhões em dividendos referentes ao exercício de 2024.

 

Outra geografia que vai amealhar uma importante fatia dos dividendos que deverão começar a ser distribuídos pelas cotadas portuguesas a partir de abril e maio é Angola. A Sonangol é o segundo maior acionista do BCP, com uma participação de 19,49%, e será uma das beneficiadas pela política acionista do banco. A entidade, que fechou 2024 com um lucro recorde de 906,4 milhões de euros, quer entregar 75% do seu resultado líquido anual. Relativamente ao exercício de 2024, o banco vai entregar metade dos lucros através do pagamento de um dividendo e vai ainda avançar com um programa de recompra de ações no valor de 200 milhões.

A petrolífera angolana irá, assim, receber um cheque de 88,4 milhões do BCP. Há posição angolana no BCP, há ainda que acrescentar a participação na Galp, através da Esperanza Holding, que detém 45% da Amorim Energia, maior acionista da Galp com 36,69% do capital, assim como os 26,075% da ZOPT na Nos, uma posição imputada a sociedades detidas por Isabel dos Santos. Contas feitas, cabe a estas posições angolanas no capital destas três cotadas receber 219 milhões de euros.

Para a América do Norte vão cerca de 158 milhões dos dividendos do PSI. Com 6,85% do capital da EDP e 3% na EDP Renováveis, a BlackRock vai receber perto de 60 milhões, enquanto o fundo de pensões Canada Pension Plan Investment Board tem direito a 45,5 milhões da EDP. Há ainda outras posições de fundos de investimento no capital dos CTT e Galp que elevam o valor do cheque que irá rumar ao outro lado do Atlântico.

Em Espanha ficam cerca de 83 milhões, arrecadados por investimentos que vão desde a posição da família Masaveu, através do Oppidum, na EDP, à participação da dona da Mayoral, através da Global Portfolio Investments, nos CTT, e outras participações na Sonae e REN.

O maior fundo soberano do mundo, o Norges Bank, que no final de 2024 era acionista de 10 empresas portuguesas (BCP, Corticeira Amorim, CTT, EDP e EDP Renováveis, Galp Energia, Jerónimo Martins, Nos, REN e Sonae) vai receber uma fatia dos dividendos destas cotadas. No entanto, uma vez que apenas são conhecidas as participações acima de 5% no capital das empresas, desconhece-se quanto é que o fundo irá levar para casa. A única posição revelada – de 5,63% – é na EDP. Um investimento que vai render mais de 47 milhões em dividendos.

Maiores famílias recebem 530 milhões

As famílias portuguesas, que controlam algumas das maiores empresas da bolsa, como a Jerónimo Martins, a Galp ou a Nos e a Sonae, vão encaixar mais de 536 milhões de euros pelas suas participações nas sociedades que detêm.

A família Soares dos Santos, que controla 56,14% da Jerónimo Martins, vai receber um envelope no valor de 208,4 milhões de euros, menos 23 milhões que o valor recebido o ano passado, fruto da descida de dividendo anunciada pela empresa. A dona dos supermercados Pingo Doce revelou uma quebra dos lucros de 20% para 599 milhões e anunciou que iria baixar o dividendo de 65,5 cêntimos, para 59 cêntimos, distribuindo assim 370,8 milhões em dividendos.

Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, destacou conjunto de resultados “memorável”.

Já a família Azevedo, que detém a Sonae e é a maior acionista da Nos, através de uma participação de 37,37% controlada pela Sonaecom na operadora, revelou um conjunto de resultados “memorável” na Sonae, enquanto a Nos apresentou resultados recorde, com ambas as empresas a anunciarem melhorias na sua remuneração acionista. Tudo somado, a família Azevedo vai receber perto de 140 milhões de euros pelas suas participações.

Os Amorim também vão ver o valor do seu património “engordar” com os dividendos. As posições na Galp — família Amorim controla 55% da Amorim Energia, que por sua vez tem 33,34% do capital da petrolífera — e na Corticeira Amorim vão render 124,7 milhões de euros em dividendos à família Amorim.

A família Queiroz Pereira (Semapa e Navigator) vai ganhar perto de 42 milhões, enquanto a família Mota tem direito a receber 18,4 milhões pela sua posição na construtora da família e o empresário Manuel Champalimaud, acionista dos CTT, leva para casa mais de 3,3 milhões da empresa de correios.

O Estado português também vai receber alguns dos dividendos pagos na bolsa. A posição da Parpública na Galp vai render 38,5 milhões aos cofres públicos.

“Demonstrar confiança” com aumento da remuneração

As cotadas portuguesas têm vindo a aumentar a sua remuneração acionista, seja através do pagamento de dividendos em dinheiro, seja através de alguns planos de recompra de ações.

A decisão de aumentar a remuneração acionista, mesmo com estagnação nos resultados, pode ser interpretada como sinal de confiança, com as empresas a pretenderem demonstrar confiança na sua estabilidade financeira e na capacidade de gerar lucros futuros, mantendo ou aumentando os dividendos para reforçar a confiança dos investidores.

João Queiroz

Head of trading do Banco Carregosa

João Queiroz, head o trading do Banco Carregosa, destaca que a decisão de aumentar a remuneração acionista, mesmo com estagnação nos resultados, pode ser interpretada “como sinal de confiança, com as empresas a pretenderem demonstrar confiança na sua estabilidade financeira e na capacidade de gerar lucros futuros, mantendo ou aumentando os dividendos para reforçar a confiança dos investidores”.

O mesmo responsável realça que melhores dividendos podem “tornar as ações mais atrativas, especialmente para investidores que buscam rendimentos estáveis, contribuindo para a valorização das ações.​ No entanto, é crucial acompanhar para observar que esta política seja sustentável e não comprometa a saúde financeira a longo prazo”, remata.

Henrique Tomé, analista da XTB Portugal, nota que “Portugal atravessa, atualmente, um bom momento económico e espera-se que a Europa também possa começar a dar sinais de recuperação no longo prazo. Desta forma, as expectativas futuras para as empresas continuam positivas“.

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Conciliação e corresponsabilidade em Espanha, progressos e desafios no caminho para a igualdade

  • Servimedia
  • 24 Março 2025

23 de março é o Dia Nacional da Conciliação da vida pessoal, familiar e profissional e da corresponsabilidade na assunção das responsabilidades familiares.

O grau de progresso em termos de equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada determina a maturidade do mercado de trabalho e a igualdade num país. Em Espanha, esta é uma tarefa pendente que, embora tenha havido progressos significativos nos últimos anos, ainda representa um desafio crucial para a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. Este aspeto torna-se mais interessante no âmbito do Dia Nacional do Equilíbrio Trabalho-Vida e da Corresponsabilidade, que é comemorado a cada 23 de março desde 2018.

Em Espanha, mais de 507 000 pessoas trabalham a tempo parcial para cuidar de membros da família ou devido a outras obrigações pessoais, de acordo com os dados do Inquérito às Forças de Trabalho (EPA) para o quarto trimestre de 2024. Destes, 91% são mulheres (mais de 465.000).

O facto de nove em cada dez pessoas que trabalham a tempo parcial em Espanha para conciliar a vida profissional com a vida pessoal serem mulheres revela um fenómeno estrutural na configuração do mercado de trabalho, marcando um longo caminho a percorrer em termos de corresponsabilidade e conciliação. Os peritos e as organizações sindicais concordam que a conciliação entre a vida profissional e a vida privada deve ir além da aplicação de medidas isoladas e envolver uma estratégia e uma cultura de recursos humanos a longo prazo nas organizações.

A ASEMPLEO, a associação patronal das empresas de trabalho temporário (ETT) em Espanha, apela a “uma abordagem responsável desta situação e à implementação de medidas concretas” para promover a igualdade. O presidente da associação, Andreu Cruañas, propõe “criar um cenário em que a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar gere oportunidades equivalentes para homens e mulheres, promovendo um quadro regulamentar e uma cultura que garanta, por um lado, que a escolha voluntária de mulheres e homens não penalize o seu desenvolvimento profissional ou as suas opções de reforma. Por outro lado, as políticas salariais não devem enviesar estas escolhas em detrimento das mulheres.

Por seu lado, a Confederação Sindical Independente Fetico está convencida de que a Espanha deve fazer um esforço para progredir em termos de corresponsabilidade e cita os dados do Instituto da Mulher, que mostram que 44,5% das mulheres realizam sozinhas as tarefas domésticas, contra 9,6% dos homens.

Para o secretário-geral da Fetico, Antonio Pérez, “a corresponsabilidade deve ser um tema central no diálogo social e na negociação coletiva. A representação sindical nas empresas é uma arma muito poderosa, que conhece a realidade dos seus trabalhadores, e pode negociar e implementar políticas que ajudem a promover a corresponsabilidade”.

A confederação alerta ainda para o facto de, nos últimos anos, a dificuldade em estabelecer planos de igualdade ter dificultado a possibilidade de avançar e debater o equilíbrio entre a vida profissional e familiar e a sua importância na distribuição de papéis.

Apesar dos desafios subjacentes nesta área, a Espanha tem demonstrado progressos nos seus níveis de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e de corresponsabilidade, como demonstra o facto de estar em décimo lugar no Índice de Equilíbrio Trabalho-Vida 2024, realizado pela Remote e que abrange um total de 40 países. Assim, a Espanha situa-se acima dos Países Baixos, do Reino Unido, da França, de Portugal e da Suécia, entre outros países.

EMPRESAS DE REFERÊNCIA

Algumas empresas, como a IKEA, apostaram no equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, onde as pessoas trabalham continuamente e conhecem os seus horários com quatro meses de antecedência, bem como as férias anuais e os fins-de-semana livres.

Além disso, a empresa implementou uma política segundo a qual os funcionários têm dois dias de folga por semana e mais do dobro dos fins-de-semana de folga indicados no acordo coletivo de trabalho. Estas medidas vêm juntar-se à flexibilidade de repartir as férias fora do verão, contribuindo assim para melhorar a capacidade de conciliação entre a vida profissional e a vida familiar.

Os exemplos estendem-se também à área da tecnologia, onde o teletrabalho e a flexibilidade se tornaram uma parte fundamental das empresas deste setor. O caso da T-Systems Iberia destaca-se pela sua política de teletrabalho voluntário, “em que cada colaborador pode trabalhar em regime de teletrabalho até três dias por semana, com a possibilidade de trabalhar mais dias em casos excecionais. A empresa também implementa eficazmente medidas de desconexão digital e tem uma comissão para garantir a correta aplicação destas políticas”, afirma Caroline Morales, Vice-Presidente de Pessoas da T-Systems Iberia.

Na indústria farmacêutica, a BeiGene é uma empresa centrada na investigação do cancro que está consciente “da importância de os seus colaboradores encontrarem um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, especialmente num setor tão exigente como o da saúde e da indústria farmacêutica”.

Desde as suas origens, a empresa tem implementado várias medidas para facilitar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e promover o seu bem-estar, tais como “horários de trabalho flexíveis, que lhes permitem gerir melhor o seu dia de trabalho e adaptá-lo às suas necessidades pessoais; bem como o teletrabalho a 100%, benefícios de saúde mental e física, apoio à mobilidade interna ou, ainda, licenças pagas mais extensas do que as estabelecidas pelo acordo coletivo”, salientam.

Relativamente a esta última, a BeiGene destaca não só casos como o nascimento e a prestação de cuidados a um filho, a morte de um membro da família ou de um parente próximo, mas também o aborto, os tratamentos de fertilidade falhados ou o cancelamento da adoção, tendo mesmo sido estabelecida uma licença remunerada em caso de morte de um animal de estimação.

INOVAR EM RH

Para avançar no caminho da igualdade, os especialistas concordam que será necessário abordar os recursos humanos de uma forma diferente. “É essencial combinar medidas de prevenção da discriminação com uma gestão inteligente do capital humano através de políticas de compensação e de organização do trabalho, entendidas como um imperativo ético de desenvolvimento social”, explica Andreu Cruañas.

A isto junta-se a posição sindical, que promove negociações ativas e eficazes em que se consegue a aceitação da licença de conciliação, com ênfase no coletivo masculino e que “as próprias empresas promovam a distribuição equitativa de tarefas para atenuar os papéis de género”, salienta Antonio Pérez.

Algumas empresas estão a avançar nesta dinâmica, e “adotámos modelos híbridos e flexíveis, oferecendo horários de trabalho adaptados às necessidades individuais, o que aumentou a satisfação e a fidelização dos talentos. No entanto, é necessário continuar a melhorar a implementação de políticas de trabalho flexíveis, que em muitos casos são comprometidas por enquadramentos legais e regulamentares que devem ser adaptados às novas realidades laborais”, acrescenta Caroline Morales, da T-Systems Iberia.

Ou, como explica a BeiGene, “o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é um pilar fundamental para o bem-estar e a motivação das nossas equipas. Sabemos que um ambiente de trabalho que respeita e promove o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional não só contribui para a satisfação dos nossos colaboradores, como também tem um impacto positivo na sua produtividade e no seu compromisso com a empresa. Influencia o bem-estar e a motivação, conseguindo um maior empenho e retenção de talentos, uma vez que se sentem valorizados e comprometidos com a empresa, uma redução do stress e uma melhoria da saúde mental, que se reflete na qualidade de vida. Tudo isto resulta num aumento da produtividade”.

Existem também certificações que estão a ajudar as empresas a uniformizar os seus modelos de conciliação, como a Fundação Másfamilia, que distingue os avanços em matéria de corresponsabilidade e conciliação e já reconheceu empresas como a DKV, Orange, Grupo Eulen, Urbaser e Caixabank, entre outras.

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Empresas podem aderir ao novo IVA de caixa alargado aos dois milhões de faturação em outubro

Regime, que permite entregar o imposto ao Estado só quando os clientes pagam a fatura, alarga o acesso a PME com faturação anual até aos dois milhões de euros. Neste momento, o limite é 500 mil euros.

As micro empresas que esperem faturar, este ano, até dois milhões de euros vão poder aderir já, durante o mês de outubro, ao novo IVA de caixa, que permite entregar o imposto ao Estado só quando recebem do cliente, segundo o decreto-lei publicado esta segunda-feira em Diário da República e a que o ECO teve acesso.

Neste momento, o limite para beneficiar deste instrumento está nos 500 mil euros de volume de negócios. A medida começa a contar a partir de 2026, sendo que as empresas terão de pagar o IVA ao Estado ao fim de um ano, mesmo que não recebam do cliente.

O diploma produz efeitos a 1 de julho de 2025, o que significa que, nessa data, as empresas que estariam excluídas de usufruir da medida, por excederem os 500 mil euros de volume de negócios, passam a poder subscrever o novo regime através do portal das Finanças, de acordo com o mesmo diploma do Executivo de Luís Montenegro, que teve origem numa proposta de autorização legislativa aprovada pelo Parlamento.

“Entendendo o Governo estarem reunidas as condições para se proceder ao alargamento do âmbito do regime do IVA de caixa, o regime passa a abranger os sujeitos passivos de IVA com um volume de negócios anual não superior a 2.000.000 euros”, segundo o diploma publicado esta segunda-feira em Diário da República.

“Proporciona-se dessa forma aos sujeitos passivos de IVA que cumpram as condições de acesso ao regime, a possibilidade de exercer essa opção, abrindo o regime a um número significativo de agentes económicos, que se insiram nos ramos empresariais e profissionais, contribuindo dessa forma para melhorar a sua gestão financeira”, de acordo com o mesmo decreto-lei.

As empresas interessadas podem aderir, através do portal das Finanças, durante o mês de outubro, com efeitos a partir de 2026. As que estariam excluídas, a 1 de julho de 2025, por terem ultrapassado o teto de 500 mil euros também passam a estar abrangidas, segundo o decreto-lei. Independentemente deste mecanismo, ao fim de 12 meses da emissão do recibo, a empresa tem de entregar o IVA ao Estado, mesmo que o cliente não pague a fatura.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu, em julho do ano passado, durante a apresentação do programa Acelerar a Economia’, que a medida irá permitir “a mais empresas aderir” ao regime, permitindo, segundo o governante, “uma tesouraria mais flexível e mais eficiente”.

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Passe Verde Ferroviário demora até 20 dias a ser entregue

Aumento da procura "gerou pressão nas equipas ao longo de todo o território". Governo espera que tempo de entrega seja reduzido ao longo das próximas semanas.

A elevada procura do Passe Verde Ferroviário, título para o comboio com a validade de 30 dias consecutivos e o custo mensal de 20 euros, gerou constrangimentos, situando-se atualmente o prazo máximo de entrega nos 20 dias, com o Governo a esperar que se reduza “ao longo das próximas semanas”.

“O lançamento do passe ferroviário verde traduziu-se num crescimento significativo do número de pedidos de cartão, um aumento de cerca de 663% do número médio de pedidos de cartões por mês entre o último trimestre e o restante ano. Ainda que o aumento do número de pedido de cartões tenha sido antecipado pela CP, este aumento gerou pressão nas equipas ao longo de todo o território, tendo os prazos de entrega sido dilatados no momento de pico até um máximo de 25 dias“, admite o Ministério da Habitação e Infraestruturas.

As informações são avançadas pelo Ministério liderado por Miguel Pinto Luz em resposta a questões do grupo parlamentar do PS, entre as quais quais as medidas que o Executivo pondera tomar para que a emissão do passe ocorra num espaço mais curto de tempo ou de forma imediata.

A tutela garante que “ao dia de hoje o prazo máximo de entrega situa-se nos 20 dias e com tendência a ser reduzido ao longo das próximas semanas“.

Detalha ainda, perante a questão sobre se a CP iria disponibilizar máquinas automáticas no Algarve, que “foram introduzidas medidas mitigadoras adicionais, incluindo no Algarve onde foi instalado um novo posto emissor que permitiu reduzir os tempos de entrega para 8 dias”.

O Ministério adianta ainda que está atualmente em curso pela CP o desenvolvimento de novos canais digitais website e app, “que permitirão no futuro novas formas de venda e agendamento de viagens do Passe Ferroviário Verde”.

“A digitalização e simplificação dos sistemas de bilhética é uma estratégia fundamental da CP para servir os passageiros em todas as regiões e contextos”, aponta.

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Águas de Santarém lança novo site corporativo com foco na Sustentabilidade e na inovação digital

  • Conteúdo Patrocinado
  • 24 Março 2025

Águas de Santarém dá mais um passo significativo na modernização dos seus serviços digitais com o lançamento do novo site, desenvolvido com foco na sustentabilidade e na experiência do utilizador.

A nova plataforma, com um design moderno e intuitivo, reforça o compromisso da empresa com a inovação e eficiência, disponibilizando uma nova funcionalidade que permite a celebração de contratos de fornecimento de água através de reconhecimento facial e inteligência artificial.

Com uma interface mais intuitiva, acessível e responsiva, no endereço habitual (www.aguasdesantarem.pt), o novo site foi desenhado para facilitar a navegação e oferecer soluções digitais mais eficientes. A grande novidade é a possibilidade de efetuar contratos de forma totalmente digital, eliminando a necessidade de deslocações presenciais e reduzindo o consumo de papel e burocracia, contribuindo, assim, para o reforço da sustentabilidade da atividade da empresa.

A tecnologia de reconhecimento facial, integrada no novo portal, garante maior segurança e rapidez no processo de adesão aos serviços, proporcionando uma experiência inovadora e acessível a todos os utilizadores. Este avanço insere-se na estratégia da empresa de apostar na digitalização e na sustentabilidade, promovendo soluções que aliam conveniência à responsabilidade ambiental.

Com uma identidade visual renovada que potencia a essência da marca Águas de Santarém, o novo site apresenta um design mais contemporâneo e alinhado com as últimas tendências digitais e a forte evolução de hábitos comportamentais do consumidor. No novo site corporativo, mais fácil de navegar, será possível encontrar, de forma rápida e intuitiva, toda a informação relativa à atividade da empresa.

Em destaque está a área de Sustentabilidade, que ganhou espaço no menu principal, e que está organizada tendo por base quatro eixos: Certificação, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Educação Ambiental e Canal Educativo.

Para o Presidente do Conselho de Administração da empresa municipal, Ramiro Matos, “Este novo site representa um marco na transformação digital da empresa. Apostamos em soluções inovadoras que simplificam a vida dos nossos clientes e, ao mesmo tempo, promovem a sustentabilidade. A funcionalidade de reconhecimento facial é um exemplo claro do nosso compromisso em garantir um serviço mais ágil, seguro e ecológico.”

Recordamos que, a par do novo site, poderão, também, subscrever o Canal YouTube Águas de Santarém para se manterem informados sobre as últimas novidades, campanhas e dicas úteis que promovem a preservação da água, do ambiente e do Planeta ou seguir-nos nas nossas Redes Sociais Facebook e Instagram.

Visite já o novo site da Águas de Santarém em www.aguasdesantarem.pt e descubra como é fácil Cuidar.Poupar.Preservar.

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Volatilidade e escrutínio ditam rotatividade recorde de CEO

Os especialistas em governança consultados pelo ECO/Capital Verde veem vantagens nesta rotatividade, e apontam os planos de sucessão como uma resposta adequada.

No total, 202 CEO, que lideravam empresas cotadas nos 13 índices bolsistas que são acompanhados pela recrutadora de executivos Russell Reynolds, abandonaram o cargo em 2024. Os autores de um novo estudo realçam que esse número está “significativamente acima” da média dos últimos seis anos (de 186), sendo que a tendência que está em crescendo desde 2018.

“Este aumento na rotatividade é em grande parte impulsionado pela volatilidade no mercado e pelo crescente escrutínio dos CEO ao dia de hoje”, indica a recrutadora.

Na opinião do presidente do Instituto Superior de Corporate Governance (IPCG), João Moreira Rato, “a volatilidade de mercado pode significar que se deitam fora alguns CEO talentosos, mas é um preço que vale a pena pagar por mais escrutínio”.

Para o líder do IPCG, esse “é um bom sinal em termos de governance [governança]”. Diz também que o vê como algo vantajoso no caso de significar que as partes interessadas possuem uma voz cada vez mais audível.

A volatilidade de mercado pode significar que se deitam fora alguns CEO talentosos, mas é um preço que vale a pena pagar por mais escrutínio.

João Moreira Rato

Presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG)

“A perpetuação de um CEO pode dar a imagem de uma situação de estabilidade. Mas tem um outro lado: pelo número de anos que está na casa, pode passar a ter uma autoconfiança excessiva” e assim deixar de seguir as melhores práticas em termos de governança e liderança, alerta, por sua vez, Duarte Pitta Ferraz, sócio da Ivens Governance Advisors.

Ou, simplesmente, o CEO pode não manter o mesmo dinamismo em função da elevada exigência da função, indica. Até porque a regulação é cada vez mais apertada, em particular no setor bancário. Nesse sentido, entende que a rotatividade será positiva.

Em oposição, “uma instituição que esteja sempre a mudar de CEO dá uma imagem de instabilidade”, sublinha Duarte Pitta Ferraz. De acordo com o estudo, a mudança de CEO acontece, em média, a cada 7,4 anos.

Uma instituição que esteja sempre a mudar de CEO dá uma imagem de instabilidade.

Duarte Pitta Ferraz

Sócio da Ivens Advisors e professor na Nova SBE Executive Education

Duarte Júlio Pitta Ferraz, também sócio da Ivens Governance Advisors, salienta que hoje “é desproporcionado o peso das consequências nos CEO”, face ao resto da equipa, sendo que “a glória e tragédia estão centradas” nessa figura. “Se as coisas correm bem, atribui-se ao CEO. Se correm mal, também. O que não será verdade, sobretudo, em organizações altamente complexas”, conclui, ao mesmo tempo que observa uma exigência muito grande no que diz respeito aos resultados, mais do que quanto à forma de atuação.

Na visão do especialista, “o mundo está cada vez mais instável e volátil, com políticas relevantes que mudam de um mês para o outro, ou de um dia para o outro”, enquanto existe cada vez mais concorrência a nível da inovação e por parte dos mercados emergentes. “Isso leva a que seja cada vez mais difícil manter um negócio que vai melhorando incrementalmente”, entende.

Ainda assim, concede, não é só por maus desempenhos que os CEO mudam. Pode haver alterações em função do desejo da organização de mudar de rumo estratégico ou de desalinhamento com o restante conselho de administração.

No setor tecnológico em particular, de acordo com o estudo, o salto na rotatividade de CEO foi de 90% em 2024, o que a Russell Reynolds explica com o investimento em Inteligência Artificial, infraestrutura digital e software. João Moreira Rato considera “compreensível” esta tendência, já que a elevada “disrupção” que se vive neste setor exige uma “maior necessidade de adaptabilidade por parte dos CEO”.

“A glória e tragédia estão centradas na figura do CEO. Se as coisas correm bem, atribui-se ao CEO. Se correm mal, também. O que não será verdade sobretudo em organizações altamente complexas”

Duarte Júlio Pitta Ferraz

Sócio da Ivens Governance Advisors

Independentemente dos motivos que levem à saída, Duarte Júlio Pitta Ferraz aponta que pode existir “um excessivo otimismo” quanto ao transtorno que decorre da mudança de CEO, relevando que estes têm uma influência muito importante na visão e estratégia que guiam a empresa.

Planos de sucessão com papel relevante

A Russel Reynolds destaca ainda que, em 2024, se regista uma percentagem alta, de 85%, de CEO que foram nomeados pela primeira vez para este cargo numa empresa cotada.

Por outro lado, a escolha de candidatos internos para subirem a CEO também atingiu, no ano passado, um recorde, “em linha com a tendência de existir um planeamento de sucessão mais a longo prazo”, lê-se na apresentação do estudo. É desejável que o momento de substituição de um CEO seja pré-estabelecido, considera Duarte Pitta Ferraz.

“Parece-me natural que os substitutos venham de dentro, de forma a assegurar prontidão e celeridade na execução da estratégia. Não há tempo para trazer gente de fora, que tem de ter tempo para conhecer a organização”, avalia Moreira Rato. “Um bom plano de sucessão, claro e pragmático, é particularmente importante em indústrias em rápida evolução”, remata.

Um bom plano de sucessão, claro e pragmático, é particularmente importante em indústrias em rápida evolução.

João Moreira Rato

Presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG)

Uma vantagem de adotar uma solução interna, realça Duarte Pitta Ferraz, é o facto de reforçar a confiança do talento interno, no que diz respeito à capacidade de ascensão na empresa. Outra é uma menor probabilidade de disrupção.

Um candidato externo deverá trazer novos pontos de vista e levar a uma maior renovação. “Diria que a escolha de um perfil ou de outro depende muito do momento em que estivermos na empresa”, entende.

O também sócio da Ivens Governance Advisors, Duarte Júlio Pitta Ferraz, sublinha a importância de que, na passagem da ‘pasta’ da liderança, ambos os CEO, o que está de saída e o futuro, estejam durante um período de tempo ambos na empresa, assegurando uma transição mais suave. Um trabalho que não é possível no caso da demissão de um CEO, em vez de uma sucessão planeada.

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Start Campus avança para segundo edifício do data center em Sines até fim de junho

Segunda fase do projeto de mais de oito mil milhões de euros vai arrancar ainda no segundo trimestre. Empresa diz ao ECO que “continua a impulsionar o surgimento de um novo hub de IA”.

A Start Campus vai dar início à construção do segundo edifício do centro de dados em Sines até ao final do segundo trimestre, avançou fonte oficial da empresa ao ECO. A segunda fase do projeto de mais de oito mil milhões de euros e 1,2 gigawatts (GW) de capacidade, que estava em licenciamento desde o ano passado, arranca até junho.

O projeto Sines DC inclui quatro edifícios adicionais que ficarão prontos, de forma faseada, nos próximos cinco anos. “Os edifícios SIN02-06 representam a segunda fase deste projeto, o qual se destaca como um dos projetos mais ready-to-build atualmente em desenvolvimento, não só na Europa, mas também em todo o mundo”, refere a empresa liderada por Robert Dunn, em resposta enviada ao ECO.

O primeiro edifício do projeto (SIN01) está a funcionar desde outubro e, durante a fase de construção, criou aproximadamente 700 postos de trabalho através da sua cadeia de fornecedores. Atualmente, a Start Campus emprega cerca de 70 pessoas de forma direta. “A Start Campus continua a impulsionar o surgimento de um novo hub de IA [Inteligência Artificial] na Europa, apresentando Portugal como uma alternativa ideal a outros mercados com maiores limitações, oferecendo energia renovável abundante, acesso à rede e uma excecional conectividade a todos os continentes”, garante a empresa que está a desenvolver o centro de dados em Sines.

A sociedade conjunta detida pela Davidson Kempner e pela Pioneer Point Partners tem em mãos o maior investimento em data centers em Portugal, no valor total de 8,5 mil milhões de euros. O projeto Sines DC – caracterizado pelo antigo Governo como o “maior investimento estrangeiro desde Autoeuropa” – localiza-se junto à central termoelétrica da EDP que foi desativada em 2021, será movido 100% a energia renovável, mas só deverá estar concluído a partir de 2028.

Batizado de “Sines 4.0”, este megacentro de dados foi anunciado em abril de 2021 e, inicialmente, a capacidade de ligação à rede prevista era de apenas 495 megawatts (MW). Entretanto, a capacidade energética duplicou, porém arrastou também o calendário do processo de construção, tendo em conta que a primeira fase do projeto atrasou três anos em relação à data original. O nome foi outra das mudanças: agora designa-se “Sines DC”.

“Racionalidade económica” leva a criação de nova sociedade

No início deste ano, a Start Campus fez uma alteração societária para que a Sines Transatlantic Renewable & Technology Campus S.A. destacasse parte do património – incluindo os ativos deste negócio no Alentejo Litoral – para constituir outra sociedade, a Sines Campus DCO1 S.A., de acordo com uma entrada na Conservatória do Registo Comercial a que o ECO teve acesso. A operação de cisão foi justificada pela administração com “motivos de racionalidade económica”.

“Os riscos comerciais inerentes a um ativo podem ter um impacto negativo noutro ativo, mesmo que não estejam relacionados de uma perspetiva económica e operacional. Além disso, num setor cada vez mais competitivo, cada um dos ativos requer estratégias à medida para o desenvolvimento de cada uma das suas operações, marcas e modelo de negócio”, lê-se no documento.

Este foi mais um procedimento administrativo para a nova era da Start Campus, pós-polémica com a Operação Influencer. Na liderança da empresa está o gestor Robert Dunn, que foi nomeado CEO na sequência da saída dos ex-administradores Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, ambos constituídos arguidos na operação do Ministério Público que levou à demissão do antigo primeiro-ministro António Costa. A Start Campus viu-se envolvida na investigação por alegadas diligências com o Executivo socialista para agilizar o licenciamento do centro de dados na zona industrial e logística de Sines.

Em julho, a empresa responsável pelo data center de Sines conseguiu recuperar a caução de 600 mil euros que sido obrigada a pagar no âmbito das medidas de coação decretadas em novembro de 2023, como escreveu o semanário Expresso. O valor foi-lhe devolvido depois de pedir a revisão da medida, após um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa ter considerado que não havia indícios de crime na investigação, conforme noticiou na altura o ECO.

A ‘febre’ dos data centers nacionais

A indústria dos data centers tem estado a crescer significativamente em Portugal. A mais recente estimativa da Associação Portuguesa de Centro de Dados – PortugalDC aponta para que possam ser canalizados mais de 12 mil milhões de euros de investimento para o país ao longo dos próximos cinco anos.

“Portugal está numa posição privilegiada para capitalizar o crescimento da indústria de data centers. Ao enfrentar os desafios da sustentabilidade, do talento e da regulamentação, pode garantir o seu lugar como um hub de liderança em tecnologia digital e verde na Europa”, consideram Carlos Paulino e Rita Lourenço, vice-presidentes da PortugalDC.

Na opinião dos vice-presidentes da Portugal DC, todos os indicadores se alinham “perfeitamente”, dado que Portugal se situa na extremidade sudoeste da Europa, tornou-se um ponto estratégico de ligação entre a Europa, África e a Américas e possui uma infraestrutura de rede desenvolvida.

“Essa vantagem geográfica, combinada com a robusta capacidade de energia renovável do país, ajudou a estabelecer Portugal como um local privilegiado para data centers no sul da Europa”, defendem Carlos Paulino e Rita Lourenço, managing director da Equinix Portugal e gestora ibérica de vendas ibérica na Legrand Data Center Solutions, respetivamente.

Na próxima quarta-feira será comemorado o Dia Internacional dos Data Centers, criado para aumentar a consciencialização e inspirar futuros talentos a entrar na indústria. A data celebrou-se oficialmente a 20 de março, mas esta semana a ‘festa’ faz-se no Teatro Capitólio (Lisboa), com um evento organizado pela associação que representa um setor para partilha de conhecimento e debate entre as empresas.

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CGI compra britânica BJSS e reforça hub em Portugal com mais 100 pessoas

Com esta fusão com a BJSS, a consultora passa a contar com cerca de 900 pessoas no hub ibérico, dos quais 700 consultores, em Lisboa e Porto.

A consultora de tecnologias de informação CGI concluiu a compra da britânica BJSS e reforça a sua presença em Portugal, com a integração de cerca de 100 profissionais na operação do Global Delivery Center Iberia. “Portugal posiciona-se como o grande motor de crescimento, com certa de 700 consultores, presentes em Lisboa e no Porto.”

“Do ponto de vista de estratégia e abordagem, encontramos vários pontos de contacto entre o Global Delivery Center da CGI e a BJSS em Portugal e um forte alinhamento cultural. Esta fusão vai permitir alavancar e acelerar o crescimento e evolução das equipas em Portugal, reforçando a nossa presença em clientes nacionais e internacionais em especial do Reino Unido, ampliando as competências existentes nas áreas de data e cloud“, justifica Gonçalo Lança, senior vice president do Global Delivery Center Iberia & Romania, sobre a operação agora concluída.

“Com a integração da BJSS adicionamos cerca de 100 profissionais à nossa equipa da CGI em Portugal, particularmente na componente internacional”, sintetiza.

Desde o início do ano, a Global Delivery Center Iberia passou a integrar as equipas romenas, cerca de 80 colaboradores, sedeados em Bucareste, e com esta fusão com a BJSS passa a contar com cerca de 900 pessoas.

“Neste enquadramento, Portugal posiciona-se como o grande motor de crescimento, com certa de 700 consultores, presentes em Lisboa e no Porto, contando ainda com uma equipa de 120 consultores em Málaga, Espanha”, destaca Gonçalo Lança.

As instalações que temos em Lisboa, Porto, Málaga e Bucareste ainda nos permitem alimentar as nossas ambições de crescimento. Nesta altura, não existem planos para criação de novos hubs, mas não é algo que descartemos para o futuro.

Gonçalo Lança

Senior vice president do Global Delivery Center Iberia & Romania

“Com a BJSS reforçamos as nossas equipas de forma transversal, tendo acesso a uma pool de talento sólida e com provas dadas em grandes clientes e projetos internacionais, nomeadamente nas áreas de cloud e data e, particularmente, na componente de design thinking”, refere o responsável sobre os ganhos com esta operação, cujo valor não foi divulgado.

Aumentamos a nossa presença em Portugal, e obviamente num mercado estratégico, como o Reino Unido, tendo acesso a setores onde a presença do GDC não era tão forte“, acrescenta.

Até 2026 querem chegar aos mil colaboradores

Uma presença no mercado ibérico, que a CGI quer reforçar. Em setembro de 2023, apontava em três anos atingir os mil colaboradores. Mantém-se o objetivo? “Sem dúvida”, garante o senior vice president do Global Delivery Center Iberia & Romania.

“A nossa ambição e crescimento já apontava claramente nessa direção, através do crescimento orgânico e sustentado por uma performance sólida e constante, e, agora com o reforço da BJSS estamos mais próximos de atingir essa marca”, diz.

“Estou certo de que esta aquisição terá um contributo fundamental para o cumprimento desse objetivo, não só pelo incremento imediato da equipa, mas essencialmente, pelo valor que esta combinação de forças irá gerar”, reforça.

Apesar das ambições de crescimento, “nesta altura” a consultora de TI não tem planos para novos hubs ou aumentar a capacidade atual do existente no país. “As instalações que temos em Lisboa, Porto, Málaga e Bucareste ainda nos permitem alimentar as nossas ambições de crescimento. Nesta altura, não existem planos para criação de novos hubs, mas não é algo que descartemos para o futuro”, admite.

Gonçalo Lança

Com esta operação é a segunda consolidação no setor e nearshore no país em menos de um ano, depois do grupo francês Astek ter comprado a portuguesa Decskill. Poderemos assistir a mais movimentos de concentração? “A nível global, temos vindo a observar vários movimentos de consolidação no mercado. Acreditamos que Portugal continua a apresentar-se como um destino atrativo, com um equilíbrio interessante entre competência e competitividade”, diz.

“Em linha com a sua estratégia de crescimento, a CGI continuará a explorar opções para ganhar massa crítica em mercados estratégicos. Na mesma semana em que anunciámos a aquisição da BJSS, anunciámos também a aquisição da Novatec na Alemanha e em Espanha”, lembra.

Reforço da capacidade IA no país

Em 2023, a CGI anunciou um investimento de mil milhões de dólares, ao longo de três anos, para apoiar a expansão contínua dos serviços e soluções de inteligência artificial (IA).

Esta tecnologia “faz parte do nosso dia a dia sendo aplicada nas nossas operações com o objetivo de aumentar a produtividade, reduzir o tempo de realização, acelerar o onboarding de novos elementos nos projetos/serviços e melhorar a qualidade dos entregáveis”, descreve Gonçalo Lança.

Questionado sobre planos para o reforço da oferta de serviços IA a partir de Portugal, o senior vp deixa uma garantia: “Claramente”, assegura.

A utilização de IA já se encontra de forma intrínseca nas nossas operações e, como tal, faz parte integrante da oferta de serviços atual. Nesta perspetiva continuaremos a investir na evolução e adoção destas soluções como forma de solidificar a nossa excelência operacional, e penso que voltaremos a falar brevemente neste sentido, pois pretendemos disponibilizar em Portugal serviços para os nossos clientes nacionais e internacionais”, adianta.

Adicionalmente, embora “de uma forma menos massificada”, a CGI está também a desenvolver com os clientes “soluções específicas setoriais que permitam criar vantagens competitivas suportadas por modelos IA”.

Fundada em 1976, a CGI conta 91.000 consultores e profissionais, tendo gerado no ano fiscal de 2024 receitas de 14,68 mil milhões de dólares canadianos.

No grupo “Portugal continua a ser visto como um mercado estratégico, quer do ponto de vista do desenvolvimento do mercado local, quer do ponto de vista do desenvolvimento da vertente internacional”, refere Gonçalo Lança sobre o peso da operação nacional nos resultados do grupo. “Fruto do crescimento regular e sustentável realizado ao longo dos últimos anos, o peso na operação tem vindo a aumentar”, diz sem mais detalhes.

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Portugal avança para as ‘meias’ ao eliminar Dinamarca no prolongamento

  • Lusa
  • 23 Março 2025

Portugal qualificou-se para as meias-finais da Liga das Nações em futebol, ao vencer a Dinamarca, em Lisboa, por 5-2 no prolongamento, após 3-2 no tempo regulamentar.

Portugal qualificou-se para as meias-finais da Liga das Nações em futebol, ao vencer a Dinamarca, em Lisboa, por 5-2 no prolongamento, após 3-2 no tempo regulamentar, recuperando da desvantagem de 1-0 da primeira mão. Os suplentes Francisco Trincão, com os seus primeiros dois golos com a camisola das ‘quinas’, aos 86 e 91, e Gonçalo Ramos, aos 115, selaram o apuramento de Portugal para a ‘final four’, fase em que vai defrontar a anfitriã Alemanha, em junho.

Joachim Andersen, na própria baliza, aos 38, e Cristiano Ronaldo, aos 72, tinham dado vantagem a Portugal, já depois de o capitão da seleção lusa ter desperdiçado uma grande penalidade, defendida por Kasper Schmeichel, aos seis, tendo a Dinamarca igualado a eliminatória duas vezes, primeiro por Rasmus Kristensen, aos 56, e, depois, por Christian Eriksen, aos 76.

Com este desfecho, Portugal vai disputar a sua nona presença na fase final de um Campeonato do Mundo, a sétima seguida, frente a Hungria, Irlanda e Arménia, no Grupo F da qualificação europeia.

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Paulo Cafôfo assume derrota e anuncia eleições no PS-Madeira após autárquicas

Partido Socialista fica atrás do JPP, partido cuja primeira aparição no boletim de voto tem apenas uma dezena de anos.

O líder do PS-Madeira vai convocar eleições no partido na região após as autárquicas, que decorrerão em setembro ou outubro deste ano. Cerca de duas horas e meia após o fecho das urnas, Paulo Cafôfo saudou o PSD pela vitória, “reconhecendo que o PS foi derrotado”. Com dez dos onze concelhos apurados, já é certo que o PS ficará em terceiro lugar, atrás do Juntos Pelo Povo (JPP), repetindo a posição que neste século teve em 2011 e 2015. Nesses anos, o CDS foi segundo, saindo desses resultados do PS a renovação da liderança socialista, com Cafôfo, então presidente da câmara do Funchal, a aparecer como candidato em 2019.

Falando na sede de campanha, o líder regional socialista chamou a si a responsabilidade da derrota. “Assumo este resultado e assumo a derrota por este resultado. Esta derrota é minha responsabilidade. Fiz o melhor que pude, o que melhor sabia”. Reconhecendo que o resultado não foi o que o próprio nem o PS desejariam, disse-se de “cabeça erguida”. “Lutei com todas as minhas forças. Saio derrotado, mas sempre com a cabeça erguida. Depois das autárquicas vou abrir um processo interno para liderança do partido, mas até lá o partido tem de estar focado nos desafios eleitorais”, ou seja, legislativas a 18 de maio e as autárquicas em setembro ou outubro. O ex-secretário de Estado das Comunidades não esclareceu se será candidato após as autárquicas.

Noutra das reações da noite, Pedro Nuno Santos admitiu “que é uma derrota do Partido Socialista da Madeira, não há como ignorar. Lamento apenas que tenha ganho o PSD Madeira e Miguel Albuquerque em particular”.

A queda do PS teve três pontos especialmente expressivos, com a incapacidade de ganhar nos concelhos que governa, Machico Ponta do Sol e Porto Moniz. Já o JPP, que governa em Santa Cruz, teve 36,7% naquele município, enquanto o PSD ficou perto, nos 35,1%, com os socialistas nuns distantes 10,4%.

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