Lisboa e Porto elegem mais de um terço dos deputados. Veja o calendário das legislativas

A capital, com 48 eleitos, e a Invicta, com 40, continuam a ser os círculos com direito a mais lugares de um total de 230. Já Portalegre só consegue dois parlamentares. Voto antecipado é a 11 de maio.

Um ano depois, os portugueses voltam a ser chamados às urnas para eleger os 230 deputados à Assembleia da República, nas legislativas antecipadas de 18 de maio. Um ato eleitoral que resultou do chumbo da moção de confiança que ditou a queda do Executivo da AD, liderado por Luís Montenegro. Normalmente, o líder do partido mais votado é nomeado primeiro-ministro pelo Presidente da Assembleia da República e depois forma o Governo.

A distribuição dos eleitos pelos 22 círculos mantém-se inalterada face ao mapa de 2024, de acordo com o documento da Comissão Nacional de Eleições (CNE), publicado esta segunda-feira em Diário da República. Mas, há um ano, Setúbal tinha ganho um lugar, passando de 18 para 19, e Viana do Castelo tinha perdido outro, baixando o número de eleitos de seis para cinco.

Lisboa, com direito a eleger 48 deputados, e Porto, com 40, continuam a ser os distritos com mais cadeiras no Parlamento. Ao todo, os 88 deputados da capital e da Invicta são responsáveis por mais de um terço do hemiciclo (38%).

No ranking dos círculos com mais deputados, surgem ainda Braga e Setúbal, com 19 cada um, Aveiro, com 16, e Leiria com 10. Coimbra, Faro e Setúbal têm direito a nove deputados cada um. Viseu consegue eleger oito e Madeira seis. Viana do Castelo, Vila Real e Açores surgem empatados com cinco deputados.

Entre os círculos eleitorais com menor número de parlamentares, estão Portalegre, Europa e Fora da Europa. Cada região só tem direito a dois lugares na Assembleia da República. Beja, Bragança, Évora e Guarda elegem apenas três deputados, cada um.

Voto antecipado é a 11 de maio. Veja o calendário

As candidaturas às eleições legislativas podem ser apresentadas até ao 41.º dia anterior à data das eleições ao juiz presidente do tribunal da comarca com sede na capital do círculo eleitoral. Ou seja, os partidos devem entregar as listas até 7 de abril, segundo o calendário divulgado pela CNE.

A 8 de abril, dia seguinte ao termo do prazo para apresentação de candidatos, será sorteada a ordem das candidaturas nos boletins de votos, de acordo com o mesmo documento.

A campanha eleitoral inicia-se a 4 de maio e termina a 16 de maio. E o voto antecipado, isto é, em mobilidade, decorre uma semana antes do ato eleitoral, a 11 de maio. Quem quiser optar por esta modalidade, deve manifestar a sua intenção entre 4 e 8 de maio. Para o voto em mobilidade, os boletins serão enviados entre 6 e 10 de maio aos presidentes dos municípios através das forças de segurança.

O voto para eleitores internados e presos deve ser pedido até 28 de abril, para que esses cidadãos possam entregar o boletim nas urnas, entre 5 e 8 de maio.

De salientar que desde 20 de março, quando foi publicado o decreto presidencial que dissolveu a Assembleia da República e marcou as eleições antecipadas, “é proibida a publicidade institucional por parte dos órgãos do Estado e da Administração Pública de atos, programas, obras ou serviços, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública”, segundo a CNE. Também desde aquela data, “é proibida a propaganda política feita direta ou indiretamente através dos meios de publicidade comercial”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a 13 de março a marcação de eleições legislativas antecipadas para 18 de maio, na sequência da demissão do Governo PSD/CDS, liderado por Luís Montenegro, na sequência do chumbo da moção de confiança ao Executivo.

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Os 22 mil votos que mudaram a Assembleia Regional da Madeira

Entre os 142.960 votantes válidos nas eleições deste domingo, mais de 22 mil votos representaram uma mudança de sentido. O PSD foi quem mais ganhou e os abstencionistas quem mais perderam.

A Eleição Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira 2025, realizada este domingo, levou a uma mudança política substancial, mas essa mudança foi conseguida com uma troca de sentido de voto de apenas 15% do universo votante, segundo cálculos feitos pelo ECO/Local Online.

De um total de 255.380 inscritos, mais 858 que na eleição de 26 de maio de 2024, votaram 142.960 pessoas, mais 7.060 votos do que há um ano. A redução da abstenção, de 46,4% para 44%, foi a maior fonte de votos, representando uma mudança da decisão dos eleitores que, desta vez, se sentiram motivados a participar.

A quebra do PS em 6.624 votos – com uma redução de 21,3% dos votos para 15,6% – foi a segunda maior fonte de mudança de intenção de voto, seguindo-se o Chega, com menos 4.720 votos.

A força não esteve com a coligação do PTP, MPT e RIR que baixou 1.537 votos, ficando reduzida a 789. A líder da Força Madeira afirmou mesmo que “a Madeira tem de ser estudada do ponto de vista sociológico”, já que, defende Raquel Coelho, “há um défice democrático” no arquipélago, com “vícios [políticos] graves”.

A IL quebrou 385 votos, enquanto o Bloco de Esquerda desceu 326 votos — ponto curioso, este é precisamente o número de acréscimo de votantes para a CDU/PCP –, enquanto o PAN quebrou 209 votos e perdeu o lugar conquistado em 2024. Já o ADN perdeu 81 votos, ficando com 691.

Em resumo, a soma da redução de abstenção (7.051), e das quebras do PS (6.626), Chega (4.720), Força (1.537) CDS (1.096), IL (385), BE (326), PAN (209) e ADN (81) resultou em 22.031 votos distintos, sejam por alteração de sentido de voto, seja pela transumância entre abstenção e participação. Estes mais de 22 mil votantes correspondem a 15% do total dos 142.960 madeirenses e porto-santenses que foram às urnas neste domingo.

Para onde foram os votos perdidos

Os 22.031 votos que se alteraram dirigiram-se, em média, em primeiro lugar ao PSD, que arrecadou 12.982, para atingir uma votação total de 62.085. O JPP conseguiu mais 7.136, enquanto a CDU/PCP obteve mais 326 votos e o Livre mais 48.

Os novos partidos concorrentes este ano, e que não se tinham candidatado no ano passado, conseguiram mais de um milhar de votos, 576 para o PPM e 487 para a Nova Direita (ND).

Também se verificou um acréscimo de 104 votos brancos, para 713, e de 372 nulos, para 2.554, contribuindo para os 22.031 votos ganhos por uns e perdidos por outros.

Coincidências, ou talvez não

  • Os votos ganhos pelo PSD (12.982) são menos 270 que a soma da redução da abstenção e das perdas de Chega, IL e CDS;
  • Os votos ganhos pela CDU/PCP são exatamente iguais (326) aos perdidos pelo BE;
  • Os votos ganhos pelo JPP (7.136) quase coincidem com a redução de abstenção (7.051). Também se pode considerar a eventualidade de transferência entre os partidos de Élvio Sousa e Paulo Cafôfo.

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Apoio para grandes empresas ajudou Autoeuropa a garantir novo elétrico low-cost

"Negociação para o veículo elétrico estava avançada", garantiu ao ECO o ex-ministro Costa Silva, através do Regime Contratual de Investimento da RCM 34/2023. Mas há outro regime contratual envolvido.

“Conseguimos trazer para Portugal e para a Autoeuropa a produção de um novo carro elétrico da Volkswagen”, disse o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no dia da votação da moção de confiança, a 10 de março. Mas, que contrapartidas ofereceu Portugal para garantir a produção do elétrico low cost do construtor alemão em Palmela?

Os apoios deste tipo de investimentos nunca são públicos, porque há sempre várias geografias a concorrer entre si. Acresce que em causa está uma grande empresa que à partida não é elegível para apoios com fundos europeus de coesão, esses sim com obrigatoriedade de publicitação. Para contornar este constrangimento o Governo anterior criou um mecanismo para garantir o apoio às mesmas até 2027, o RCM34/2023, de abril desse ano. Em causa estavam 150 milhões de euros por ano a alocar ao Regime Contratual de Investimento. Mas um outro regime contratual, o RCM 49, também determinante nesta negociação, só ganhou materialidade já com Pedro Reis à frente da Economia. Quando o atual Governo, agora em gestão, tomou posse, faltava a aprovação em sede de cabimentação orçamental do regime de incentivos (RCM49) bem como aprovação do Regime de Apoio ao Investimento pela própria Comissão Europeia.

Ora, o ID. EVERY1, cujo lançamento está previsto para 2027, beneficiou deste regime, revelou ao ECO o ex-ministro da Economia, António Costa Silva. “A Autoeuropa já tinha assegurado o veículo híbrido, mas não estávamos satisfeitos. O Ministério da Economia e a Aicep reuniram com a Autoeuropa e com a Volkswagen na Alemanha e apresentámos os argumentos de Portugal, como a qualidade dos trabalhadores, para tentar vencer a concorrência das outras unidades”, explicou o antigo responsável.

O trabalho de atração do novo carro elétrico continuou a ser desenvolvido pelo atual Governo, até porque o novo investimento da VW num veículo elétrico na Autoeuropa ainda não estava assegurado (pode ler aqui). Havia nove destinos na corrida, mas Portugal venceu e a própria gestão da empresa elogiou publicamente o envolvimento da atual governação na decisão final.

A Autoeuropa já tinha assegurado o veículo híbrido, mas não estávamos satisfeitos. O Ministério da Economia e a Aicep reuniram com a Autoeuropa e com a Volkswagen na Alemanha e apresentámos os argumentos de Portugal.

António Costa Silva

Ex-ministro da Economia

“A negociação para o veículo elétrico estava avançada, com apoios previstos no âmbito do Regime Contratual de Investimento da RCM 34/2023, de 19 de abril, e também com o apoio da Agenda do PRR Drivolution em que a Autoeuropa não participa diretamente por questões relacionadas com as metas ambientais muito rigorosas impostas pela Comissão Europeia no âmbito da regulamentação Do No Significant Harm (DNSH)”, revelou António Costa Silva.

Apesar de não participar “diretamente” nesta agenda mobilizadora, que acabou por ficar com a Faurécia como líder do consórcio, a Autoeuropa “vai colaborar e testar as tecnologias desenvolvidas”, disse Costa Silva, acrescentado que a empresa “assinou uma carta de compromisso com a Agenda a 11 de dezembro de 2023”.

Mas além dos apoios previstos neste Regime Contratual de Investimento que apoia projetos que “aumentem a oferta de bens e serviços inovadores, que fomentem a procura de bens complementares noutros setores e que tenham efeitos de arrastamento em diferentes agentes económicos”, a Autoeuropa contou ainda nesta negociação com o Banco Português de Fomento.

O novo CEO da instituição, Gonçalo Regalado, revelou que o banco está “a criar em parceria, não só com a Volkswagen, mas sobretudo com o setor industrial português, uma linha para todo o ecossistema de reindustrialização portuguesa, que faz o fornecimento do automóvel, mas também de outros setores”. Na Conversa Capital da à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Regalado disse que esta “linha de mil milhões de euros , com uma garantia robusta”, foi mais um dos argumentos apresentados aos administradores da Volkswagen a nível global.

Volkswagen ID. EVERY1 concept carVolkswagen

“Em cima disso, percebemos que a Volkswagen precisaria de um financiamento na casa dos 400 milhões de euros para ampliar a fábrica e meter lá a linha elétrica. Fizemos, em parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI), e também estamos agora a trabalhar com a banca nacional, para criar um sindicato bancário que permita que esses 400 milhões adicionais possam ser aportados para que façamos a transição do motor a combustão para o motor elétrico”, revelou ainda o responsável.

Com a construção do novo elétrico do grupo, a fábrica portuguesa da multinacional alemã “assegura o futuro da unidade de Setúbal de uma fábrica de nova geração da Volkswagen, e de uma enorme cadeia de valor de fornecedores nacionais, por muitos anos”, como realçou o Ministério da Economia, em comunicado a confirmar o anúncio do investimento.

Com os argumentos que Portugal pôs em cima da mesa, os nove destinos que estavam na corrida ficaram para trás (na reta final a Polónia e a Eslováquia) e a unidade de Palmela vai converter-se, como dizia o comunicado do Ministério liderado por Pedro Reis, numa “fábrica eletrificada de nova geração e a adoção de processos de produção e logísticos, bem como a assemblagem robotizada de sistemas de baterias”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 25 Março 2025

No mesmo dia em que é divulgado um estudo sobre o impacto económico de Alqueva são conhecidas as vendas de novos automóveis de passageiros em fevereiro. É também lançado o Eurobarómetro inverno 2025.

A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva apresenta esta terça-feira o Estudo de Avaliação do Impacto Económico da Implementação do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. Já a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis mostra como evoluíram as vendas em fevereiro de novos automóveis de passageiros, enquanto a Comissão Europeia divulga o Eurobarómetro, que espelha as prioridades e expetativas dos cidadãos europeus em relação a a um conjunto de temas. Nas empresas Santos Barosa e Schmitt Elevadores os trabalhadores avançam para a greve.

Apresentação do Estudo de Avaliação do Impacto Económico de Alqueva

A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA) apresenta esta terça-feira o Estudo de Avaliação do Impacto Económico da Implementação do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), num evento onde marcam presença Joaquim Miranda Sarmento (ministro de Estado e das Finanças) e José Manuel Fernandes (ministro da Agricultura e Pescas). O estudo visa “compreender os efeitos estruturantes da implementação do EFMA na economia local e nacional, analisando os benefícios gerados de forma holística, considerando as diferentes fases do projeto e os efeitos multidimensionais resultantes da sua natureza de fins múltiplos”.

Como evoluem as vendas de automóveis novos na UE?

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) divulga números sobre as vendas em fevereiro de novos automóveis de passageiros. Segundo os dados mais recentes, o mercado automóvel europeu registou uma queda de 2,6% nos registos de veículos novos, com os maiores declínios registados em França (-6,2%), Itália (-5,8%) e Alemanha (-2,8%). A economia espanhola foi a única das quatro principais da UE em que os registos de novos veículos aumentaram (+5,3%).

Como estão as prioridades dos europeus?

São divulgadas esta terça-feira as conclusões da mais recente edição do Eurobarómetro, estudo que examina as prioridades dos cidadãos da União Europeia em relação ao futuro e que destaca as suas expectativas quanto a crises globais, segurança, defesa e competitividade enquanto cidadãos europeus.

Greves na Santos Barosa e Schmitt Elevadores

Tem início esta terça-feira a greve de trabalhadores do setor vidreiro da empresa Santos Barosa, que exigem aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Também os trabalhadores da Schmitt Elevadores avançam hoje para uma greve para exigir aumentos salariais e a redução do horário de trabalho.

Organização Europeia de Patentes publica Patent Index 2024

A Organização Europeia de Patentes (OEP) publica esta terça-feira o relatório anual de estatísticas que analisa os países, as empresas e os setores por detrás dos pedidos de patentes a nível mundial. Esta edição inclui uma análise da procura de patentes na Europa em 2024, rankings dos principais países, regiões, empresas e tecnologias, estatísticas atualizadas sobre a percentagem de mulheres inventoras na Europa, um panorama geral da utilização da Patente Unitária no seu primeiro ano completo de funcionamento e uma análise aprofundada dos domínios tecnológicos mais dinâmicos.

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37% dos diplomados do EFP encontram emprego menos de três meses após a conclusão dos estudos

  • Servimedia
  • 25 Março 2025

De acordo com o “Relatório de Perceção dos Jovens sobre a Formação Profissional em Espanha” do Centro Rainha Sofia da Fad Juventud.

Trinta e sete por cento dos licenciados entram no mercado de trabalho menos de três meses depois de concluírem os seus estudos, enquanto 39% encontram emprego em setores diretamente ligados à sua especialização.

Serafín Barrios, diretor do Centro de Formação Profissional do The Core, salienta que “cada vez mais empresas procuram talentos que combinem formação técnica com experiência prática desde o primeiro dia. O EFP oferece essa combinação única, preparando os estudantes para se integrarem no mercado de trabalho de uma forma ágil e eficaz”.

Segundo ele, isso se deve à capacidade dessa modalidade de ensino de oferecer uma formação alinhada com a realidade do mundo dos negócios, combinando conhecimento técnico com experiências práticas que impulsionam a empregabilidade desde o primeiro dia. Esta mudança na perceção dos cursos superiores responde não só à sua elevada taxa de empregabilidade, mas também à sua capacidade de formar profissionais com competências práticas para que possam responder aos desafios do mercado de trabalho.

Empresas de vários setores valorizam a formação profissional pela sua capacidade de fornecer talentos qualificados em áreas-chave como a tecnologia, o audiovisual, a saúde e a indústria digital. Num contexto em que a especialização e a adaptação à digitalização são fatores decisivos para a empregabilidade, o EFP posiciona-se como um motor estratégico para o desenvolvimento económico e social, defende.

Salienta ainda que a sua combinação de aprendizagem teórica e formação prática permite aos estudantes desenvolver competências técnicas essenciais, bem como competências transversais como a resolução de problemas, o trabalho em equipa e a capacidade de adaptação a ambientes em mudança. Como resultado, explica que cada vez mais empresas veem o EFP como uma fonte fundamental de talento especializado, reconhecendo o valor de uma formação que se centra não só na teoria, mas também na experiência da vida real desde o primeiro dia.

Atualmente, setores como a tecnologia, o audiovisual, a saúde e a indústria digital lideram a procura de perfis formados neste tipo de formação, garantindo oportunidades de emprego concretas e bem remuneradas. Neste contexto, The Core salientou que está a trazer o futuro do setor audiovisual para a AULA 2025.

Neste contexto, a The Core School indicou que reafirma o seu compromisso “com a empregabilidade dos seus alunos através de programas inovadores em contacto direto com a indústria. Com o seu modelo pedagógico baseado na prática e na colaboração com empresas líderes no setor audiovisual, a instituição oferece aos seus alunos uma formação alinhada com as atuais exigências do mercado. E, como parte deste compromisso com a empregabilidade e a inovação na formação profissional, The Core participará na AULA 2025, a maior feira educativa de Espanha, enquadrada na Semana da Educação”.

Segundo ele, no seu stand, os participantes poderão ver em primeira mão como a tecnologia, a realidade virtual e a produção audiovisual são integradas nos seus programas de formação para preparar os futuros profissionais do setor. Além de conhecer a oferta académica de The Core, os participantes poderão mergulhar em experiências inovadoras, como a produção virtual em tempo real, a interação com áreas de chroma key e a simulação de condução com realidade alargada.

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Envelhecimento e queda da natalidade podem baixar em 0,6 pontos por ano crescimento do PIB até 2050

Se não forem tomadas medidas, número de pessoas em idade ativa passará de 2,6 para 1,6, e a população ativa encolherá para 53%. McKinsey prevê que alterações demográficas roubarão 0,6 pontos ao PIB.

A queda da natalidade e o envelhecimento da força de trabalho poderão “roubar” ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português 0,6 pontos percentuais por ano até 2050. A previsão é da consultora McKinsey, que sublinha que as alterações demográficas poderão, assim, eliminar o equivalente a “mais de metade” do crescimento económico anual dos últimos 25 anos.

“As alterações demográficas, por si só, poderão reduzir o crescimento de Portugal até 0,6 pontos percentuais ao ano, até 2050. Como referência, o crescimento anual nos últimos 25 anos foi de 1,1%, o que significa que o impacto demográfico poderá eliminar mais de metade desse crescimento“, lê-se no novo estudo intitulado “Dependency and depopulation? Confronting the consequences of a new demographic reality”.

Depois de ter atingido o seu ponto máximo em 1999, a população ativa portuguesa tem estado a encolher, situando-se atualmente em 63%. Até 2050, recuará para 53%, estima a McKinsey. “Prevê-se que o número de pessoas em idade ativa por cada pessoa com mais de 65 anos diminua dos atuais 2,6 para 1,6, dentro de apenas 25 anos“, acrescenta a consultora.

Para se adaptarem a esta realidade, as empresas terão de repensar as suas estratégias para “captar o mercado sénior, gerir equipas multigeracionais e investir em tecnologias que impulsionem a produtividade“, aponta o novo estudo.

Já os governos terão a responsabilidade de desenhar políticas públicas, que “incentivem este investimento, bem como o reforço da poupança para a reforma, a saúde pública e a promoção da longevidade saudável“.

Citado em comunicado, o investigador Marc Canal argumenta que “Portugal tem um enorme desafio demográfico, que só poderá ser superado com uma maior participação no mercado de trabalho e um aumento substancial da produtividade“. “Além disso, é fundamental repensar o contrato social entre gerações”, sugere.

Um desafio global

Os referidos desafios demográficos não afligem apenas Portugal. “A transformação demográfica global, caracterizada pela diminuição das taxas de natalidade e pelo envelhecimento da população, está a mudar radicalmente a estrutura económica mundial“, realça a McKinsey no seu novo estudo.

Em concreto, dois terços da população mundial vivem em países com taxas de natalidade inferiores ao nível de reposição de 2,1 filhos por mulher. “As pirâmides populacionais já não se assemelham a pirâmides e estão a assumir a forma de obeliscos, caracterizados por um aumento acelerado da população idosa e uma redução significativa do número de jovens”, avisa a consultora.

Nos próximos 25 anos, as economias avançadas e a China verão a população ativa cair para 59%, contra os atuais 67%, o que retirará 0,5 pontos percentuais ao crescimento do PIB em vários países, “a menos que a produtividade e a participação no mercado de trabalho aumentem”.

A pressão sobre os sistemas de pensões e as finanças públicas continuará a intensificar-se. Prevê-se que o número de pessoas em idade ativa por cada reformado diminua dos atuais 3,9 para dois em 2050.

McKinsey Global Institute

A pressão sobre os sistemas de pensões e as finanças públicas continuará a intensificar-se. Prevê-se que o número de pessoas em idade ativa por cada reformado diminua dos atuais 3,9 para dois em 2050″, salienta o estudo.

Esta transformação demográfica terá, de resto, um impacto direto no consumo. Se hoje as pessoas com mais de 65 anos são responsáveis por 2,1 euros em cada dez euros gastos, em 2050 prevê-se que este valor aumente para 3,1 euros, “o que trará implicações significativas para as estratégias empresariais“, alerta a McKinsey.

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Mais de um terço dos portugueses acredita que nível de vida vai piorar em cinco anos

Conclusão é do Eurobarómetro divulgado esta terça-feira. Europeus afirmam que a UE deveria ter mais meios e ser mais unida para responder a desafios de competitividade e defesa e segurança.

Mais de um terço dos portugueses antecipa que, nos próximos cinco anos, o seu nível de vida vai piorar, uma percentagem ligeiramente acima da média da União Europeia (UE), concluiu o Eurobarómetro divulgado esta terça-feira.

A percentagem mais alta dos portugueses inquiridos pelo Parlamento Europeu (PE), embora menos de metade (42%), acredita que o seu modo de vida não se irá alterar, enquanto a menor fatia da população (14%) antevê melhorias. No conjunto europeu, as melhorias são percecionadas pela mesma proporção dos entrevistados, mas a maioria (51%) considera que não haverá mudanças até 2030.

Tanto os portugueses como os europeus em geral afirmam que a UE deveria ter mais meios e ser mais unida para responder aos desafios globais. No que diz respeito ao futuro, apelam a maior concentração em temas de competitividade, economia e indústria (41% em Portugal e 32% na UE) e defesa e segurança (39% e 26%, pela mesma ordem) para a UE reforce a sua posição no mundo.

Ainda assim, quase todos os portugueses que participaram neste inquérito (91%) dizem que o país beneficiou de ser um Estado-membro da UE desde 1985 (então CEE – Comunidade Económica Europeia), sobretudo pela contribuição para o crescimento económico (46%) e por, através da UE, ganhar mais voz no mundo (37%) e ter mais oportunidades de trabalho (33%).

Quando questionados sobre a imagem que têm do PE (muito positiva, bastante positiva, neutra, bastante negativa ou muito negativa), a maior parte dos portugueses (67%) respondeu “muito positiva”, o que significa mais 26 pontos percentuais do que os europeus como um todo.

À pergunta sobre se, pessoalmente, gostariam de ver o PE a desempenhar um papel mais ou menos importante, seis em cada dez disseram que sim (67% em Portugal e 62% na UE).

Estas questões foram colocadas mais de um mês antes de vir a público que Portugal esteve entre os países envolvidos numa investigação da Justiça belga, no âmbito de alegada corrupção ativa no PE, relacionada com lobby com a empresa chinesa Huawei, inclusive com transferências de dinheiro feitas através de uma empresa portuguesa.

Quanto à estratégia dos legisladores do PE, os portugueses mostram-se relativamente alinhados com os restantes europeus em termos daquelas que deveriam ser as prioridades de atuação deste órgão legislativo. No entanto, há dois aspetos em que a maioria dos portugueses pede maior atenção: mais apoio à saúde pública (58%) e inflação, aumento dos preços e do custo de vida (57%). Dois tópicos que, para o conjunto dos europeus, representam apenas 25% e 43% das respostas, respetivamente.

E acreditam que, nos próximos anos, o papel da UE no mundo tornar-se-á mais importante? Nomeadamente, para proteger os cidadãos europeus contra crises globais e riscos de segurança no futuro? Sim, na maioria das opiniões ouvidas pela instituição liderada por Roberta Metsola (65% e 76%, respetivamente).

O Eurobarómetro foi elaborado através de 26.354 entrevistas presenciais ou por videochamada, entre 9 de janeiro e 4 de fevereiro de 2025, das quais 1.040 entrevistas a portugueses.

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Portugal na cauda de 35 países em pedidos de patentes. NOS foi a portuguesa que fez mais pedidos

Apesar de os pedidos de patentes em Portugal terem crescido quase 5% em 2024, o país ocupa o 29º lugar entre 35 estados-membros da Organização Europeia de Patentes. NOS lidera em Portugal.

As empresas e inventores portugueses apresentaram 347 pedidos de patentes na Organização Europeia de Patentes (OEP) em 2024, um aumento de 4,8% face às 331 do ano anterior, de acordo com o Patent Index 2024.

O estudo publicado esta terça-feira mostra que de 2020 a 2024 o número de pedidos de patentes em Portugal cresceu 38,2% –– “um recorde histórico que reflete um ambiente crescente de inovação no país”.

Apesar do crescimento no número de pedidos de patentes, Portugal ocupa o 29º lugar entre os 35 estados-membros da Organização Europeia de Patentes. EUA, Alemanha e Japão ocupam o top três dos países com mais pedidos de patentes, enquanto a Arábia Saudita, Eslovénia e Brasil são os países com menos pedidos.

Informática e tecnologia médica são os setores mais inovadores em Portugal

Em Portugal, os setores relacionados com a saúde (tecnologias médicas, produtos farmacêuticos e biotecnologia) registaram o maior número de pedidos de patentes. A tecnologia informática e a tecnologia médica continuam a ser os principais setores no que diz respeito aos pedidos de patentes de Portugal no mercado europeu, representando cerca de um quarto dos pedidos do país, seguido dos produtos farmacêuticos.

O Patent Index 2024 dá conta que os “inventores portugueses registaram mais patentes nos setores da biotecnologia e dos produtos farmacêuticos, contrariando a tendência global da OEP, que registou um decréscimo”. Ainda assim, a tecnologia médica registou um decréscimo de cerca de 19%, em relação ao ano anterior.

A Nos Inovação (22), a Altice Labs (11) e a Universidade do Porto (10) apresentaram o maior número de patentes junto da OEP em 2024. Em comparação com o ano anterior, a NOS Inovação mantém a liderança, a Universidade do Porto desce um lugar na lista dos principais requerentes, enquanto a Altice Labs entra diretamente para o top 3. Metade dos dez primeiros requerentes de patentes portugueses são universidades ou centros de investigação.

O Patent Index analisa também o contributo das mulheres para a inovação. Em 48% dos pedidos de patentes de Portugal no ano passado é mencionada, pelo menos, uma inventora. Este valor é quase o dobro da média dos 39 países membros da OEP (25%) e coloca Portugal em segundo lugar entre todos estes países, sendo apenas ultrapassado pela Macedónia do Norte.

Verificaram-se também assimetrias entre as diferentes áreas tecnológicas: no conjunto dos países europeus, a proporção de pedidos de patentes com pelo menos uma mulher inventora variou, em média, entre 13% para a engenharia mecânica e 43% para a engenharia química.

Norte na vanguarda da inovação em Portugal

O Norte de Portugal continua a liderar o ranking regional com 179 pedidos de patentes junto da OEP, uma quota de cerca de 52% do total de pedidos, verificando-se um aumento de 13,3% em relação ao ano passado.

Seguiram-se as regiões Centro e Lisboa, com 86 e 69 pedidos de patentes, respetivamente, com o centro do país a registar um aumento de quase 18% nos pedidos de patentes europeias em 2024, quando comparado com o ano anterior.

Tendências mundiais e europeias

Os Estados Unidos mantiveram a posição como principal país de origem dos pedidos de patentes europeias, seguidos da Alemanha, do Japão, da China e da República da Coreia. Os estados membros da OEP foram responsáveis por 43% dos pedidos, enquanto 57% vieram de fora da Europa.

Verifica-se que a Coreia do Sul registou o maior crescimento (+4,2%), a China registou um aumento de 0,5%, enquanto as empresas e inventores dos EUA (-0,8%) e do Japão (-2,4%) apresentaram menos pedidos.

Os pedidos de patentes dos 39 Estados-Membros da OEP registaram um aumento de +0,3%, impulsionado pelo crescimento da Suíça (+3,2%) e do Reino Unido (+3,1%), enquanto os pedidos dos Estados-Membros da UE-27 diminuíram -0,4%. A Alemanha (+0,4%) e a França (+1,1%), os dois principais países europeus que apresentaram pedidos, registaram um ligeiro aumento em 2024.

“Apesar das incertezas políticas e económicas, as empresas e os inventores europeus apresentaram mais pedidos de patentes no ano passado, o que evidencia as suas capacidades tecnológicas e o seu investimento contínuo em I&D”, afirma o presidente da OEP, citado em comunicado.

“Para se manter competitiva a nível mundial, a Europa deve reforçar o seu ecossistema de inovação e fazer mais para ajudar os inventores a expandir e comercializar as suas invenções, especialmente em áreas críticas como as tecnologias verdes, a IA e os semicondutores”, assegura afirma António Campinos.

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Deputado liberal Bernardo Blanco despede-se do parlamento

  • ECO
  • 24 Março 2025

Bernardo Blanco diz que regressa ao setor privado para continuar a desenvolver a sua empresa e "ajudar outras a crescer", começando pela Noxus, uma startup de IA fundada por portugueses.

Bernardo Blanco, deputado da Iniciativa Liberal desde 2022, anunciou que não vai ser candidato a deputado nas legislativas de maio, e vai regressar ao setor privado.

Após um percurso de seis anos “intensos” na Assembleia da República – que começou em 2019 como assessor do João Cotrim Figueiredo – “agora é tempo de continuar a desenvolver a minha empresa e ajudar outras a crescer, começando pela Noxus – startup de inteligência artificial fundada por portugueses”, anunciou numa publicação no X.

“Nestas eleições a Iniciativa Liberal tem todas as condições para alcançar um grande resultado! Bastará demonstrar a competência natural do partido. Lá estarei dia 18 de Maio para votar IL, desta vez apenas como membro do partido”, escreveu também Bernardo Blanco, acrescentando que espera lançar “em breve” um “projeto cívico que contribua para a transformação cultural de que o país tanto precisa”.

Bernardo Blanco esclarece ainda que não deixará de falar de política, algo que continuará a fazer seja nas redes sociais ou na imprensa e, agora, “com mais liberdade”.

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Reforço da ação social tirará foco da luta estudantil sobre propinas, acredita ministro

  • Lusa
  • 24 Março 2025

O ministro da Educação sublinhou que a propina "não é o principal elemento de exclusão". Fernando Alexandre já tinha admitido a hipótese de descongelar o valor das propinas.

O ministro da Educação considerou esta segunda-feira que o reforço da ação social tirará o foco da luta estudantil pelo fim das propinas, uma das principais reivindicações dos estudantes, repetida nas ruas, mas não em reunião com o governante.

“Espero convencê-los de que com um bom sistema de ação social, o foco nas propinas perde-se”, afirmou Fernando Alexandre em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com dirigentes de federações e associações académicas.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação e a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, reuniram-se com os representantes dos estudantes do ensino superior para assinalar o Dia Nacional do Estudante, num encontro em que participaram também o diretor-geral do Ensino superior, Joaquim Morato, e a presidente do Conselho Nacional para a Inovação Pedagógica no Ensino Superior, Patrícia Rosado Pinto.

Horas antes, centenas de universitários percorreram as ruas de Lisboa numa manifestação nacional para pedir mais financiamento para o ensino superior e garantiram que irão continuar a lutar para que ninguém seja impedido de estudar, insistindo no fim das propinas. “Não foi muito referido, talvez porque também sabem que temos aí uma divisão na forma como olhamos para esse problema”, respondeu o ministro quando questionado se aquela reivindicação também tinha sido levantada durante a reunião.

Sobre essa matéria, o ministro, em gestão desde a queda do Governo, já tinha admitido a hipótese de descongelar o valor das propinas, em função das conclusões de um estudo de avaliação da ação social, defendendo que é sobretudo através desse mecanismo que as barreiras financeiras à frequência do ensino superior são mitigadas.

A ideia voltou a ser defendida e Fernando Alexandre sublinhou que, no seu entender, a propina “não é o principal elemento de exclusão”.

Temos de garantir que temos uma avaliação adequada dos custos de frequência do ensino superior e depois, face ao rendimento das famílias, a ação social garante que nenhum aluno fica excluído por razões económicas e financeiras”, explicou. Por outro lado, a principal dificuldade referida pelos representantes dos estudantes é a falta de alojamento e o governante reconheceu que os atrasos na execução do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) são preocupantes.

Ainda assim, e com apenas duas mil camas já inauguradas, acredita que a meta de 18 mil camas até 2026 será cumprida. “Há muitas a serem concluídas. Agora estamos a entrar em período eleitoral, mas haveria muitas inaugurações a fazer nos próximos meses”, afirmou, considerando também que as instituições “perceberam que o alojamento tem de ser pensado além da ação social”, também como um instrumento de integração dos estudantes.

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Paulo Raimundo diz “não” a trocar salários e direitos por armas

  • ECO
  • 24 Março 2025

O tema da ajuda à Ucrânia na guerra com a Rússia foi o único tema da entrevista ao secretário-geral do PCP, que voltou a defender um "caminho pela paz" na resolução do conflito.

“O que está em decisão hoje é se o caminho é de mais armas até à destruição final ou se é de mais paz, mais cooperação e de não trocar salários, pensões, abonos de família e direitos por dinheiro para as armas“, disse Paulo Raimundo em entrevista, esta segunda-feira, à RTP.

O secretário-geral do PCP defendeu ainda que embora o Governo tenha “alinhado” no envio de armas para a Ucrânia, havia “várias formas” de ter mostrado a sua solidariedade com o povo ucraniano. Embora não dizendo claramente se se opunha ao envio de armas para um país em situação de guerra, Paulo Raimundo disse que o PCP não “alinha no caminho da guerra e destruição”.

“Para descalar o conflito e minimizarmos o perigo, o caminho não é com mais armas. O caminho é abrir todas as vias para desanuviar o conflito e chegar aos caminhos da paz. Isso é válido para a Ucrânia, para a Palestina e para todos os sítios onde há conflitos”, acrescentou durante a entrevista, de dez minutos, em que o único tema foi a posição comunista face à Ucrânia.

“Se todos se tivessem empenhado pela paz e não em armamento e destruição, teríamos evitado milhares de mortes e um país. E aqueles que bateram palmas de pé, o que fizeram foi condenar o povo ucraniano à morte”, afirmou.

O líder do PCP fez ainda uma comparação, afirmando que não se viu nenhuma posição idêntica – de envio de armas – por parte da União Europeia ou do Governo português para a Palestina, “para os palestinianos se defenderem”.

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Marcelo promulga diplomas que alteram estatutos da NAV e do SNS

  • Lusa
  • 24 Março 2025

Belém deu luz verde ao diploma que extingue os conselhos fiscais dos hospitais e também ao decreto que quer adaptar os estatutos da NAV ao regime jurídico do setor público empresarial.

O presidente da República promulgou esta segunda-feira o diploma que altera os estatutos da Navegação Aérea de Portugal, empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo, e do Serviço Nacional de Saúde.

O diploma sobre o SNS extingue “os conselhos fiscais enquanto órgão dos estabelecimentos de saúde, E.P.E”. Já as alterações ao decreto-lei da NAV tinham sido aprovadas em Conselho de Ministros em 6 de março deste ano e visam adaptar os estatutos da empresa ao regime jurídico do setor público empresarial.

“Considerando a especial exigência, complexidade e relevância estratégica da atividade desta empresa para o país, impõe-se que a composição do Conselho de Administração da NAV mantenha cinco elementos: um presidente, três vogais, podendo ainda ser nomeado um vice-presidente”, de acordo com o comunicado emitido pelo Governo à data, não sendo conhecidos mais detalhes.

Atualmente, o Conselho de Administração da NAV Portugal é liderado por Pedro Ângelo, sendo também constituído por Ana Cristina Lima e Miguel Malaquias Pereira como vogais.

Marcelo Rebelo de Sousa deu ainda luz verde a mudanças no diploma, que estabelece “o quadro jurídico geral da concessão de serviço público aeroportuário de apoio à aviação civil em Portugal atribuída à ANA”. O contrato de concessão foi assinado em 2012 por um prazo de 50 anos, mas com a construção do novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete, a ANA propõe alargar o prazo por mais 30 anos para permitir a amortização do investimento estimado em 8,5 mil milhões de euros.

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