Dove Men+Care quer promover autocuidado físico e emocional nos homens

Depois de promover a "beleza real" junto das mulheres, a Dove quer agora "trazer os homens para a conversa". Marta Quelhas, head of marketing de personal care na Unilever, explica a estratégia.

Apesar de a Dove ter começado a trabalhar há mais de duas décadas o tema da autoconfiança e da beleza real, centrado na mulher, a marca “sempre teve consciência de que era preciso trazer o homem e a sua perspetiva para esta conversa”. É essa a premissa do trabalho que a Dove Men+Care tem vindo a desenvolver mais recentemente, onde tem alertado para a necessidade de autocuidado dos homens, do bem-estar emocional e do combate a estereótipos.

Essa ideia sai desde logo reforçada pelo facto de 51% dos homens admitirem que não falam abertamente sobre as suas emoções e de um em cada quatro homens dizer que não fala com ninguém quando se sente emocionalmente em baixo, principalmente porque lhe é difícil admitir que falhou, aponta-se no estudo “O Autocuidado masculino em Portugal”, que foi apresentado pela Dove Men+Care, numa sessão que juntou os “Lobos” (jogadores da Seleção Portuguesa de Rugby) Vasco Baptista, António Prim e José Rebello de Andrade, no âmbito da parceria entre a marca e a Federação de Rugby.

Realizado em parceria com a Netsonda e tendo por base 600 entrevistas aprofundadas feitas a homens de todo o país, com idades e em fases de vida diferentes, o estudo conclui que os homens dão hoje mais importância à sua imagem do que antes, estando muito mais empenhados no autocuidado. Na verdade, cerca de 80% dos homens consideram que cuidar da aparência aumenta a autoestima e bem-estar emocional e apenas 15% entendem que é negativo cuidar bastante da aparência física. Além disso, para lá do uso de produtos de higiene e beleza essenciais, 52% dos homens também já utilizam creme do rosto e 40% usam loção de corpo e produtos para a barba.

Decidimos começar a fazer o mesmo tipo de estudos que já fazíamos com a Dove em relação às mulheres, trazendo os homens para a conversa. E daí surgir este estudo do autocuidado no masculino, de perceber como é que os homens cuidam de si, na sua parte física, mas também na sua componente emocional. Queremos que a Dove, como um todo, independentemente se é para mulheres ou para homens, consiga ter este papel positivo de pôr a sociedade a falar sobre estes temas”, explicou Marta Quelhas, head of marketing de personal care, beauty & wellbeing and digital marketing na Unilever, dona da Dove Men+Care.

À margem da apresentação do estudo, a responsável disse também ao +M que a intersecção com o rugby é um “sweet spot perfeito”, uma vez que “os jogadores representam o estereótipo da virilidade, como era entendido há décadas atrás, e pelo facto de os valores deste desporto passarem muito pela solidariedade e companheirismo“.

Em termos de comunicação e marketing, o objetivo com este “posicionamento” passa por “distinguir a marca por aquilo que ela é e pelo seu propósito”. Ou seja, “não só pela funcionalidade dos seus produtos, mas também por cumprir aquilo que é o dever social de uma marca: não só vender os produtos, mas dizer à sociedade no que acredita e o que é que está a fazer para que isso se torne mais verdade“, indicou a responsável.

A marca do grupo Unilever pretende assim salientar o seu propósito de promover a coragem entre os homens para fomentar o autocuidado. “Os homens ainda precisam desse incentivo para cuidar de si próprios. Isso pressupõe uma medida de higiene e beleza, onde estão os nossos produtos, mas precisam também de estar saudáveis mental e emocionalmente“, refere.

“E aí entra a necessidade de falarem abertamente sobre as emoções, pedir ajuda quando é preciso, não ter medo de cuidar, não ter problemas em chorar. As emoções são os nossos fluidos que precisam de ser destilados, se eles não saem vão acabar por nos fazer mal se ficarem cá dentro”, acrescenta.

Isto porque os homens ainda têm tendência para resolver os seus problemas sozinhos e sentem-se socialmente pressionados a mostrarem-se fortes. Na verdade, quase um terço dos homens (31%) procura os amigos para expor os seus problemas, mas é no parceiro/a que a maioria (51%) encontra o principal suporte. Por outro lado, aponta o estudo, nem 10% recorre a um profissional de saúde e um em cada quatro diz que não fala com ninguém quando se sente emocionalmente em baixo, sendo que o medo de falhar é o que mais prejudica a autoestima de um homem.

É também neste âmbito que a marca vai lançar em breve o podcast “Beleza Real”, que vai ser “o primeiro passo dado de mãos dadas entre a Dove, a falar com mulheres, e a Dove Men+Care, a falar com os homens, e pô-los todos à mesma mesa”.

“Sabemos também de estudos anteriores que os homens são o principal veículo de autoestima nas mulheres — para o bem e para o mal –, mas são também eles próprios vítimas de estereótipos. Não há soluções de caminhos paralelos, tem que ser um caminho conjunto, pelo que este vai ser mais um espaço onde o grande objetivo é dar tempo de antena a todos os temas que de alguma forma impactam a confiança e a autoestima“, avançou Marta Quelhas ao +M.

Queremos garantir que continuamos sempre a alimentar conversas que ajudem toda a gente, desde os jovens aos mais velhos, e que as pessoas consigam ter sempre esse músculo de autoestima exercitado e forte, porque é meio caminho andado para cuidarmos de nós e dos outros a nossa volta“, conclui a responsável.

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Lurdes Gramaxo reeleita presidente da Investors Portugal

A Investors Portugal representa mais de 300 business angels e 26 sociedades de capital de risco e entidades veículos, que, no seu conjunto, têm mais de seis mil milhões de euros de ativos sob gestão.

Lurdes Gramaxo, partner da Bynd Venture Capital, foi reeleita presidente da Investors Portugal, assumindo até 2028 a liderança da associação dos investidores em fase inicial.

“O investimento em early-stage é um pilar fundamental da inovação, contribuindo não só para a atração e retenção de talento, como também para a dinamização da economia. A nossa ambição é ajudar a tornar Portugal uma referência neste setor. Por isso, ao longo dos próximos três anos, pretendemos consolidar o trabalho que temos vindo a desenvolver através de um plano de ação centrado na criação de valor para os nossos associados e para o ecossistema. Com esta equipa, acredito que conseguiremos cumprir a missão à qual nos propusemos, em prol da valorização deste ecossistema e de todos aqueles que dele fazem parte”, afirma Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal, citada em comunicado.

Lurdes Gramaxo foi reeleita presidente da Investors Portugal.

Para a direção da associação — que hoje representa mais de 300 business angels e 26 sociedades de capital de risco e entidades veículos, que, no seu conjunto, têm mais de seis mil milhões de euros de ativos sob gestão — foram também reeleitos os vice-presidentes Pedro Bandeira (COREangels) e Pedro Falcão (LC Ventures).

Francisco Ferreira Pinto (Bynd Venture Capital), Isabel Neves (Clube de Business Angels de Lisboa), Pedro Cerdeira (3CommaCapital), Paulo Bandeira (SRS Legal), Pedro Ramalho Carlos (Shilling Capital Partners), Isabel Rodrigues (Iberis Capital) e Sérgio Rodrigues (Business Angel) compõem a restante direção.

O investimento em early-stage é um pilar fundamental da inovação, contribuindo não só para a atração e retenção de talento, como também para a dinamização da economia. A nossa ambição é ajudar a tornar Portugal uma referência neste setor. Por isso, ao longo dos próximos três anos, pretendemos consolidar o trabalho que temos vindo a desenvolver através de um plano de ação centrado na criação de valor para os nossos associados e para o ecossistema.

Lurdes Gramaxo

Presidente da Investors Portugal

A nova direção compromete-se a “promover soluções para os problemas que afetam o setor, através de interação com legisladores, reguladores e demais stakeholders“, informa comunicado.

O alargamento da base de associados, o fortalecimento de parcerias estratégicas, uma colaboração próxima com entidades públicas, reguladores e associações do setor, a promoção de estudos sobre o impacto do setor, a internacionalização e a promoção da diversidade são algumas das prioridades da nova direção.

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Greenvolt vai fornecer energia verde a 100 agências do Santander

A instalação na sede contará com 248 painéis fotovoltaicos, com uma produção anual estimada de 168,5 MWh, evitando a emissão de cerca de 45 toneladas de dióxido de carbono por ano.

A Greenvolt Comunidades, empresa do grupo Greenvolt focada nas soluções de autoconsumo coletivo, assinou um acordo com o banco Santander para fornecer energia verde a 100 agências da instituição financeira em Portugal.

A parceria, que já se encontra em fase de implementação, permite que algumas das agências já estejam a consumir energia renovável proveniente de comunidades energéticas da Greenvolt, localizadas em distritos como Aveiro, Porto, Lisboa, Coimbra, Leiria, Braga, Évora e Beja.

O acordo contempla também o desenvolvimento, implementação e gestão de uma comunidade de energia no edifício Santander, em Lisboa. A instalação contará com 248 painéis fotovoltaicos, com uma produção anual estimada de 168,5 MWh, evitando a emissão de cerca de 45 toneladas de dióxido de carbono por ano. Para além de suprir parte das necessidades energéticas do edifício, este modelo permite que outros membros consumidores e produtores se juntem à comunidade de energia criada.

Esta parceria permite ao Santander aceder a energia 100% renovável sem a necessidade de instalações individualizadas em cada agência, beneficiando da escala e da capilaridade do seu modelo operacional, explica a Greenvolt, no comunicado enviado às redações.

A aposta na produção descentralizada, nomeadamente em contexto de autoconsumo coletivo, é uma forma eficiente de descarbonizar a atividade das empresas e a economia“, afirma João Manso Neto, CEO da Greenvolt, citado no mesmo comunicado. José Queirós de Almeida, CEO da Greenvolt Comunidades, salienta que “este acordo demonstra a escalabilidade do modelo de comunidades de energia”.

Através da Greenvolt Comunidades, que resulta da decisão do Grupo Greenvolt de apostar na promoção da geração distribuída de energia renovável, tanto para autoconsumo como através do conceito de comunidades de energia, foram até ao momento desenvolvidos mais de 160 projetos de norte a sul do país, contando 65 comunidades integralmente em funcionamento.

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Paulo Rangel diz que questionário que EUA enviaram a faculdades portuguesas viola Constituição

Paulo Rangel assinala que Governo português nunca poderia ter solicitado um questionário às faculdades semelhante ao que foi enviado pelos EUA, "porque é contrário à Constituição nacional".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sublinhou esta segunda-feira que o questionário enviado pelos Estados Unidos a algumas faculdades portuguesas a quem tem atribuído apoios viola a Constituição de Portugal, pelo que saúda a decisão das instituições de ensino superior de não responderem a essas questões.

“As universidades têm total autonomia e saudamos imenso aquela que foi a posição das universidades portuguesas, que foi a de não responder a esse inquérito por considerarem absolutamente intrusivo e contrário à sua autonomia“, afirmou o governante, em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões.

“O Governo português nunca poderia fazer um questionário desses, porque é contrário à Constituição. Julgo que isso é algo que os Estados Unidos terão de compreender e compreenderão provavelmente, porque também são muito zelosos da sua Constituição“, acrescentou Paulo Rangel, que insistiu que, para cumprir a Constituição portuguesa, não se pode responder “a um questionário desses”.

O Expresso e a Lusa avançaram que o Governo dos Estados Unidos cancelou ao Instituto Superior Técnico (IST) um programa que permitia ter nas suas instalações um espaço de divulgação da cultura americana, tendo a instituição portuguesa sido questionada sobre ligações a organizações terroristas.

O presidente do IST, Rogério Colaço, detalhou à Lusa que recebeu a 5 de março um inquérito com “questões bastante desadequadas” sobre se o IST colaborava ou não, ou era citado ou não em acusações ou investigações envolvendo associações terroristas, cartéis, tráfico de pessoas e droga, organizações ou grupos que promovem a imigração em massa.

O IST decidiu não responder, à semelhança da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, cujo diretor, Hermenegildo Fernandes, disse à Lusa que recebeu o mesmo questionário, que o deixou estupefacto pela “dimensão do descaramento” das perguntas, nomeadamente sobre “agendas climáticas”, se a instituição tinha “contactos com partidos comunistas e socialistas” ou “relações com as Nações Unidas, República Popular da China, Irão e Rússia” e o “que fazia para preservar as mulheres das ideologias de género”.

No início da semana passada, o ECO também já tinha avançado em primeira mão que a embaixada norte-americana em Lisboa enviou também cartas às empresas portuguesas com contratos públicos com os Estados Unidos, de forma a forçá-las a abandonar as políticas de diversidade, equidade e inclusão.

Questionado sobre se esta atitude não representa uma intromissão na economia portuguesa, o ministro Pedro Reis foi evasivo e não quis tomar uma posição firme sobre o tema, com o governante a preferir não “encontrar pontos de discórdia”.

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Governo assina portarias para abrir mais vagas no pré-escolar

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Abril 2025

Portarias formalizam contratos de associação com setor privado e associativo para abrir até 200 novas salas no ensino pré-escolar. Governo vai investir 42,5 milhões de euros nos próximos três anos.

O Governo assinou esta segunda-feira duas portarias para regulamentar os contratos de associação a ser assinados com estabelecimentos dos setores privado e associativo, bem como atribuir um incentivo para a abertura de cinco mil vagas em salas existentes e até 200 novas salas no ensino pré-escolar a partir do próximo ano letivo.

Em comunicado, o Ministério da Educação detalha que será dada prioridade às crianças que beneficiam de apoio social escolar (ASE) e que vai ser atribuído um apoio no valor de 208,05 euros mensais por criança e um incentivo de 15 mil euros por cada nova sala aberta.

Este incentivo, segundo o Executivo, será disponibilizado aos estabelecimentos de ensino apenas no ano da abertura da nova sala, com uma lotação mínima de 20 crianças, e é dirigido às entidades que adaptem instalações para acolher crianças nesta fase crucial do seu percurso educativo.

Entre os anos letivos 2025/2026 e 2027/2028, as 200 novas salas representam um investimento total de 42,5 milhões de euros“, indica a tutela, confirmando a informação avançada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no briefing do Conselho de Ministros de 10 de março.

Ao fazer o levantamento de necessidades por freguesia — e que teve em conta as localidades com maiores carências deste tipo de oferta escolar para crianças de famílias em contexto socioeconómico vulnerável –, o ministério liderado por Fernando Alexandre concluiu que, das dez freguesias com maiores necessidades, nove estão em concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, entre os quais Sintra, Seixal, Amadora, Odivelas, Lisboa e Barreiro.

De acordo com o Público (acesso pago), a tutela identificou 6.810 vagas em falta, mas que não traduzem o total de vagas necessárias a nível nacional. “A decisão de permitir a criação de mais de 5.000 vagas visou salvaguardar situações em que, numa determinada freguesia, não houvesse procura suficiente. Com o limite das 5.000 vagas haveria o risco de em determinada freguesia ou concelho não existirem operadores capazes de acolher as vagas propostas, e de, assim, não ser utilizada a totalidade da verba disponível”, disse ao jornal.

Desde setembro do ano passado, foram abertas 103 novas salas na rede pública, segundo revela o Ministério da Educação no comunicado, mas aponta, por outro lado, que este reforço “é ainda insuficiente para dar resposta adequada às necessidades dos alunos e das famílias”.

Quanto ao processo de candidatura às vagas e à abertura de novas salas, incluindo a análise e seleção das entidades, este será gerido pela Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) e pelo Instituto da Segurança Social, com o apoio de uma comissão de análise composta por representantes de diferentes organismos da tutela.

“Os critérios de elegibilidade dos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo e das IPSS [instituições particulares de solidariedade social] incluem a ausência de dívidas fiscais e a localização geográfica das instituições. As entidades selecionadas ficam vinculadas a prestação de contas sobre a utilização dos fundos atribuídos. Em caso de incumprimento contratual, o apoio pode ser revogado, obrigando à restituição proporcional das verbas recebidas”, indica a tutela no comunicado.

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Transporte aéreo desacelera em fevereiro. Passaram 4,3 milhões de passageiros pelos aeroportos nacionais

Aeroportos portugueses receberam menos passageiros no segundo mês do ano, face ao período homólogo. França continua a ser o principal país de origem e de destino dos voos.

Os aeroportos portugueses receberam 4,3 milhões de passageiros em fevereiro, o que representa uma desaceleração de 0,5% face a igual mês do ano passado e contraria a subida de quase 6% registada no arranque do ano, revela uma estatística rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta segunda-feira.

Segundo o INE, em fevereiro registou-se um desembarque médio diário de 78,6 mil passageiros, um valor que supera em 2,6% o número registado em fevereiro de 2024. No mesmo mês, aterraram nos aeroportos nacionais 15,6 mil aeronaves em voos comerciais, menos 0,2% que no período homólogo.

A larga maioria dos passageiros — 82,9% — desembarcados nos aeroportos nacionais correspondeu a tráfego internacional, atingindo 1,8 milhões de passageiros (-0,3%), na maioria provenientes do continente europeu (68,7% do total), mostram os dados do INE. O continente americano foi a segunda principal origem, concentrando 8,6% do total de passageiros desembarcados (-6,4%) nos aeroportos nacionais.

Quanto aos passageiros embarcados, 82,1% corresponderam a tráfego internacional, perfazendo um total de 1,7 milhões de passageiros (+1,1%). Destes, 68% tinha como principal destino aeroportos no continente europeu, registando um ligeiro crescimento de 0,3% face a fevereiro de 2024. Os aeroportos no continente americano foram o segundo principal destino dos passageiros embarcados (8,7% do total; -3,2%)

Em termos de países, França continua a ser o principal país de origem e de destino dos voos nos primeiros dois meses de 2025. Apesar da desaceleração mensal global no número de passageiros, França registou um aumento no número de passageiros desembarcados e embarcados face ao mesmo período de 2024 (+2,4% e +0,6%, respetivamente).

O Reino Unido e Espanha seguem-se na segunda e terceira posições, como principais países de origem e de destino. Alemanha ocupou a quarta posição e o Brasil a quinta.

Nos primeiros dois meses de 2025, o aeroporto de Lisboa movimentou 55,8% do total de passageiros, ou 4,8 milhões. Trata-se de um aumento de 2,1% face aos primeiros dois meses de 2024.

Já o aeroporto de Faro registou um crescimento de 3,6% no movimento de passageiros (674,6 mil; 7,9% do total), enquanto o aeroporto do Porto concentrou 22,9% do total de passageiros movimentados (cerca de dois milhões) e subiu 2,2%.

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A querer que a BP seja “a primeira escolha” do cliente, Joana Pedroso, na primeira pessoa

Na BP há três anos, Joana Pedroso lidera o marketing da marca de combustíveis há cerca de um ano e três meses, apostando numa comunicação "pessoalizada". Adora viajar e ir a concertos e festivais.

Na BP, que se afirma como uma “empresa de energia integrada”, o objetivo da estratégia de comunicação e marketing passa por fazer com que a marca seja a “primeira escolha do cliente a nível de mobilidade e de conveniência, agora e no futuro”, descreve a marketing manager, Joana Pedroso.

Isto quer dizer que queremos ser uma escolha consciente do cliente. O objetivo é que o cliente nos escolha de forma consciente pela oferta diferenciadora que temos no mercado. Efetivamente temos uma oferta diferenciadora ao nível da qualidade dos combustíveis, dos nossos serviços de convenience e do nosso programa de fidelização”, diz a responsável em conversa com o +M.

Apesar de muito ligada aos combustíveis, a marca conta com uma oferta que vai além. “E por isso mesmo, falamos sempre de uma forma mais integrada, apesar de muitas vezes nos ligarem apenas aos combustíveis — sabemos e temos consciência disso –, cada vez mais temos de trazer a vertente de convenience para a conversa”, aponta.

Presente há 96 anos em Portugal, a marca conta com uma “história muito relevante” no país, nomeadamente ao nível da inovação. “Fomos a primeira estação de self-service em Portugal ou a primeira a trazer combustíveis aditivados, por exemplo. Temos uma heritage de inovação muito forte e tudo aquilo que fazemos é para garantir que estamos a contribuir para esta construção de marca, no agora e no futuro. Queremos honrar aquilo que fizemos no passado e garantir que nos vamos manter aqui por muitos e bons anos“, avança Joana Pedroso.

Para cumprir esse objetivo, a marca aposta numa “comunicação pessoalizada“, na qual os clientes se revejam. “É uma comunicação muito relacional. Apostamos sempre numa comunicação muito relacional e de relevância, queremos sempre mostrar a nossa oferta, não só pela sua qualidade, mas também pelos benefícios que traz para o cliente. Colocamos a comunicação sempre do ponto de vista do cliente“, explica a responsável.

No desenvolvimento deste trabalho ao nível da comunicação e marketing, Joana Pedroso conta com outras seis pessoas na sua equipa e com as agências VML, em termos de criatividade e por alinhamento internacional, e com a WYcreative, ao nível de social media.

Antes de trabalhar na BP — onde entrou há três anos como marketing business partner advisor, tendo depois assumido a direção de marketing há cerca de um ano e três meses — Joana Pedroso integrou a equipa de trade marketing e projetos especiais do Lidl.

Ainda antes disso trabalhou no setor automóvel, onde construiu “grande parte” da sua carreira. Depois de ter integrado o marketing pós-venda da Renault Portugal, fez parte da equipa do Mercedes-Benz Group durante cerca de 14 anos. Aqui foi, inclusive, responsável pelo marketing da Smart, tendo acompanhado sua transição como primeira marca automóvel que fez a passagem para 100% elétrico e que foi “um dos projetos que mais gozo” lhe deu.

Sou uma sortuda que conseguiu fazer toda a carreira na área que adora e onde se formou. Nem toda a gente consegue e tem a sorte de poder dizer o mesmo“, acrescenta.

Se não tivesse seguido uma carreira no marketing, gostava de ter sido arquiteta especializada na reconstrução de casas antigas. “Adoro tudo o que tem a ver com construção, com criar e ver acontecer, por isso acho que se não trabalhasse em marketing, teria ido para arquitetura. Faço imenso até um paralelismo entre a construção de uma casa e de uma marca“, explica.

Quanto à publicidade em Portugal, Joana Pedroso considera que “para grande desgosto dos publicitários” nacionais “muitas vezes há um medo de arriscar do lado do cliente”.

“Acho que muitas vezes é mais do lado do cliente do que do lado da agência. Há grandes campanhas, não digo o contrário, e algumas coisas que têm saído ultimamente — da Ikea, por exemplo — têm sido espetaculares. Acho que estamos num processo de mudança, que vai acontecer em paralelo com as novas gerações. Já se vão vendo alguns vislumbres, de marcas que já vão arriscando mais, e de alguma publicidade que já sai da casca“, acrescenta.

A viver desde sempre em Lisboa, Joana Pedroso autointitula-se “alfacinha de gema“, com pais e avós já oriundos da capital, o que lhe trouxe algumas agruras na infância. “O que mais me entristecia na infância era ouvir todos os meus colegas a dizerem que iam para a terra, e eu não tinha terra para onde ir porque toda a minha família era de Lisboa e morava num raio de dois quarteirões”, recorda, agora com um sorriso.

Viajar é para si uma paixão, que está também a tentar incutir nos filhos (duas filhas, uma enteada e um bebé), uma vez que adora e acha importante “conhecer novas culturas, descobrir novas formas de fazer as coisas e que faz bem abrir os horizontes”.

Neste período da Páscoa a família ruma ao Brasil durante 15 dias. Em termos de viagens em família, a que mais gostou foi uma road trip pelos Estados Unidos, até ao Canadá, passando por locais como Nova Iorque ou Boston.

Mas a diretora de marketing de 42 anos também adora “passear cá dentro”, aproveitando inclusive uma casa que os sogros têm na costa alentejana, em Vila Nova de Mil Fontes, para explorar toda aquela zona, preferindo fazer caminho por fora da autoestrada. “Eu tive uns anos no setor automóvel, foi onde eu conheci o meu marido, portanto há toda esta paixão também por carros e pela estrada, e também nos aventuramos e gostamos de passar assim os fins de semana“, refere.

Além disso, Joana Pedroso é também uma apaixonada por concertos e festivais. “É o meu lado B. E se calhar ninguém diria, pelo meu ar super certinho, mas tenho de facto um outro lado que é ser amante de festivais. E acho que estou também a criar festivaleiras. Desde o Festival Panda que levo as minhas filhas a concertos, e em junho lá estaremos no Nos Alive para ver a Olivia Rodrigo”. Para lá do Nos Alive, o Rock in Rio é aquele festival “imprescindível”, ao qual tem sempre de ir.

Definindo-se como uma pessoa muito positiva e prática, tanto a nível pessoal como profissional, Joana Pedroso diz que é preferível haver um foco na solução e não nos problemas e ver-se o lado positivo das coisas, recordando uma frase dita na sua bênção das fitas: “Estarmos preocupados é estarmos pré-ocupados com alguma coisa. E não vale a pena estarmos ocupados por antecipação“.

“E acho que é muito isto. Nós não temos de estar preocupados por antecipação, temos é de nos focar sempre no lado positivo e tentar arranjar soluções para aquilo que poderá ter solução. O que não tem solução, solucionado está, e para a frente é que é caminho“, conclui.

Joana Pedroso em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

A nível internacional destaco a Dove Beleza Real. Uma campanha que marcou uma mudança, muito necessária, não só num setor, mas na sociedade. Imagino que tenha sido necessária muita coragem na altura para a aprovação (e muito arrojo na proposta).

Em termos nacionais, a campanha da Alface do Lidl. Eu considero-me uma marketeer muito prática e acho que as campanhas têm, em primeiro lugar, de satisfazer uma necessidade do negócio – e esta campanha é um ótimo exemplo disso. De uma forma muito criativa, mas muito pragmática, passaram a mensagem que era necessária para o negócio: a frescura da sua oferta. Com o add-on magnífico do claim super-catchy que ficou na mente do consumidor. E isto sim, é uma campanha verdadeiramente eficaz. Em todos os sentidos.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Saber quando “pull the plug”, quando admitir que uma ação não resultou, que temos de voltar atrás, assumir o investimento e repensar a estratégia. Nesta era mais data-driven, em que temos cada vez mais dados disponíveis e mais ferramentas para pré testar ações e campanhas, conseguimos minimizar o risco, mas chega sempre aquele momento em que temos de parar de analisar e testar, e avançar. E depois monitorizar.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

A tríade: consumidor – equipa – negócio. Tudo o que fazemos no marketing tem de ser relevante para o consumidor e o consumidor tem de estar no centro das nossas decisões. Não obstante, em momento algum posso aprovar projetos que venham a pôr em causa o bem-estar da minha equipa, a nível de workload e wellbeing, ou a sustentabilidade do negócio.

4 – O briefing ideal deve…

Ter objetivos claros e toda a informação e contexto necessários para os atingir. Como é que a agência consegue trabalhar uma campanha se não sabe o que o cliente pretende atingir com ela? E é muito mais fácil trabalhar para um objetivo se se perceber o que está por trás desse objetivo, por isso contexto e informações de suporte são igualmente fundamentais (e aqui incluo desde contexto de negócio, até público-alvo da campanha, entre tudo o resto).

5 – E a agência ideal é aquela que…

Funciona como uma extensão do cliente. Que percebe as verdadeiras necessidades o seu cliente e que consegue perceber quando é que faz sentido uma campanha mais conceptual ou uma campanha mais tática e straight-to-the-point.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Há momentos para tudo. Há momentos para arriscar, para testar, para ir mais além. E há momentos para jogarmos pelo seguro, para seguirmos a estratégia que sabemos que vai funcionar, que nos garante (ou que achamos que vai garantir) resultados.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Apostaria mais em ativações de marca, em marketing de guerrilha, em marketing direcionado. Cada vez mais temos de estar onde o consumidor está, de uma forma que seja relevante para aquele consumidor em específico. Infelizmente, muitas vezes limitações de budget obrigam a um tipo de comunicação mais massificada.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Criatividade world class, mas muitas vezes presa no medo de arriscar.

9 – Construção de marca é?

Consistência e relevância.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Arquiteta – e tem tudo a ver, não tem?

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Taxa Euribor desce a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 14 Abril 2025

Esta segunda-feira, as taxas Euribor desceram para 2,252% a três meses, para 2,212% a seis meses e para 2,126% a 12 meses.

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira e no prazo mais curto para um novo mínimo desde janeiro de 2023. Com estas alterações, a taxa a três meses, que recuou para 2,252%, ficou acima da taxa a seis meses (2,212%) e da taxa a 12 meses (2,126%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, caiu, ao ser fixada em 2,212%, menos 0,032 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, para 2,126%, menos 0,041 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, desceu, ao ser fixada em 2,252%, menos 0,027 pontos e um novo mínimo desde 5 de janeiro de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

A próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) realiza-se esta semana, em 16 e 17 de abril em Frankfurt. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril. Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu na reunião de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores. A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Concorrência alemã dá luz verde ao Unicredit para ficar com 30% do Commerzbank

Autoridade da concorrência alemã deu autorização ao banco italiano para ficar com 29,99% do Commerzbank. Unicredit já assegurou 28% do rival alemão.

As autoridades da concorrência da Alemanha deram esta segunda-feira luz verde aos italianos do Unicredit para ficar com uma participação de cerca de 30% no Commerzbank.

A decisão do Bundeskartellamt era esperada e surge depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter também dado autorização ao negócio há cerca de um mês.

Desta forma, o Unicredit tem caminho aberto para assumir uma participação de 29,99% no rival alemão, acima dos 9,5% que detém atualmente.

O banco italiano revelou no ano passado que assegurou uma posição de cerca de 28% através de um esquema de derivados, cuja concretização estava dependente de aprovação regulatória. Nessa altura revelou o plano de obter 29,9% do capital do Commerzbank, numa movimentação que foi mal recebida dentro do banco alemão e também pelo Governo germânico.

Agora, “o Unicredit poderá adquirir 29,99% do Commerzbank”, decidiu a autoridade da concorrência alemã.

Do lado do Commerzbank, que tem vindo a trabalhar no sentido de manter a sua independência, considera-se que a aprovação do Bundeskartellamt não muda o cenário. O Unicredit continua a ser um acionista do Commerzbank”, referiu o Commerzbank.

As ações do Commerzbank somam 1,68% para 22,36 euros, acumulando uma valorização de 42,61% desde o início do ano. O Unicredit avança 2,62% para 47,54 euros, ganhando 23,4% em 2025.

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Conflitos militares afundam ações e agravam risco soberano, alerta o FMI

O FMI estima que os conflitos militares reduzam o retorno das ações em até 5% e aumentam significativamente o prémio de risco dos países, sendo que as economias emergentes são as mais vulneráveis.

Os riscos geopolíticos estão a emergir como uma das principais ameaças à estabilidade dos mercados financeiros globais, com impactos significativos nos preços dos ativos e na saúde macroeconómica, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI), num relatório publicado esta segunda-feira, sublinhando que, atualmente, “os riscos geopolíticos globais continuam elevados.”

Segundo o capítulo 2 do mais recente Global Financial Stability Report do FMI, um aumento dos principais eventos de risco geopolítico, como conflitos militares, “pode ameaçar a estabilidade macrofinanceira através de vários canais”, gerando efeitos profundos nos mercados financeiros, especialmente nas economias emergentes.

Fonte: Global Financial Stability Report do FMI.

Os analistas do FMI destacam que os preços das ações tendem a cair significativamente durante eventos de risco geopolítico. “A queda média mensal é de cerca de um ponto percentual em todos os países, embora seja muito maior em economias de mercado emergentes, com 2,5 pontos percentuais”, refere a entidade liderada por Kristalina Georgieva.

Estes impactos são ainda mais pronunciados nos casos de conflitos militares internacionais, que provocam uma redução média de cinco pontos percentuais nos retornos das ações dos mercados emergentes. A razão? Perturbações económicas severas que afetam diretamente a confiança dos investidores e as cadeias de abastecimento globais. Mas os impactos não se limitam às empresas.

O aumento dos riscos geopolíticos também afeta o setor público, com governos a enfrentarem maiores custos de financiamento devido ao aumento dos prémios de risco soberano. Após eventos geopolíticos, os prémios aumentam em média 30 pontos base nas economias avançadas e 45 pontos base nas economias emergentes, calculam os técnicos do FMI. Em mercados emergentes particularmente vulneráveis, este aumento pode ser até quatro vezes maior. “Estas tensões financeiras são especialmente significativas nas economias de mercado emergentes”, alerta o relatório.

Fonte: Global Financial Stability Report do FMI.

Os riscos geopolíticos também têm um efeito de contágio através das ligações comerciais e financeiras entre países. Por exemplo, quando um parceiro comercial importante se envolve num conflito militar internacional, “as valorizações das ações diminuem em média cerca de 2,5%”, estimam os analistas do Fundo. Este efeito é amplificado em economias com elevada dívida pública ou reservas internacionais inadequadas, reforçam ainda os especialistas.

Para mitigar os efeitos adversos destes riscos, o FMI recomenda que instituições financeiras e reguladores adotem um conjunto de medidas proativas:

  • Testes de resistência: Incorporar cenários geopolíticos em análises para avaliar a resiliência das instituições financeiras.
  • Buffers financeiros: Garantir capital e liquidez suficientes para absorver perdas potenciais.
  • Desenvolvimento de mercados: Economias emergentes devem aprofundar os seus mercados financeiros para facilitar a gestão de riscos.
  • Reservas internacionais: Manter buffers externos adequados para enfrentar choques geopolíticos.

O FMI destaca que o aumento dos riscos geopolíticos exige uma abordagem coordenada entre governos e instituições financeiras para proteger a estabilidade macroeconómica e financeira. Como sublinha o FMI no Global Financial Stability Report, “embora pareça que a economia global enfrenta regularmente eventos imprevisíveis e sem precedentes, há muito que o setor financeiro pode fazer para salvaguardar a estabilidade financeira.”

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Founders Founders acelera startups para fazerem ‘big bang’

As candidaturas para o programa de aceleração Big Bang Bada Boom começam esta segunda-feira. O programa começa a acelerar a 6 de maio.

A Founders Founders quer ajudar 15 startups a dar o salto de crescimento até 10 milhões de euros de faturação e, para isso, acaba de lançar o programa de aceleração Big Bang Bada Boom. As candidaturas para o programa, financiado pelo PRR, começam esta segunda-feira. O programa acelera a 6 de maio.

Com oito anos, a Founders Founders é uma incubadora late stage — atualmente no seu espaço físico no Porto tem 20 empresas incubadas —, com mais de 100 startups, tendo a comunidade física e os alumni já angariado 1,29 mil milhões de euros e concretizado 27 exits. “No passado fizemos alguns programas de formação para as empresas e sentimos que estamos num momento, nós e o mercado, de lançar este programa de aceleração, o Big Bang Bada Boom“, diz Miguel Albuquerque, diretor executivo da Founder Founders, ao ECO.

“Isto porque a nossa comunidade também cresceu — temos empresas que começaram do zero e que agora têm 150 colaboradores — e sentimos que temos que devolver à comunidade. Ou seja, é uma forma de alargar o parque de empresas, de startups tecnológicas, através da partilha de algum conhecimento“, justifica.

O que podem encontrar no programa

Não há um setor alvo ao nível das startups que se podem candidatar. “O nosso eixo de união são empresas que já tenham tido investimento, que estejam numa fase seed até série A ou série A+. Na verdade, o que vai agregar estas empresas é a fase de maturidade, de desenvolvimento em que se encontram”, diz Miguel Albuquerque.

Com duração de 12 semanas (de 6 de maio a 27 de julho), o Big Bang Bada Boom está dividido em quatro módulos “que acreditamos podem potenciar o crescimento das empresas”, considera Miguel Albuquerque. Assim, “o Big é referente a liderança e cultura; o Bang a produto; o Bada a gestão e fundraising e o Boom à estratégia go-to-market“, descreve.

“Nestes quatro módulos vamos ter speakers/moderadores, figuras de referência do ecossistema que já estão numa fase superior a esta. Teremos cerca de 12 speakers a trazer aqui algum conhecimento, insights, partilha, alguma visão, de dentro e de fora, mas também, e igualmente importante, terão aqui um chapéu de facilitadores das conversas que vão acontecer”, destaca.

“A ideia é também trazer alguns problemas das empresas para cima da mesa e esses problemas também serem trabalhados por todos, orientados, obviamente, com um mentor, com uma figura de referência”, acrescenta.

Cristina Fonseca (VP of product da Zendesk, general partner da Indico Capital e fundadora da Talkdesk), Rui Santos Couto (VP of marketing & growth da Infraspeak), André Dias (The Art of Demand Generation), Paulo Cunha (GM da Kevel Audience), Francisco Mendes (Kurios), Ricardo Andorinho (CFO e cofundador da Founder Sportrack) são alguns dos oradores já confirmados.

“Só o acesso a estes capacitadores por si só já seria uma mais-valia. Acreditamos que o acesso à comunidade, ao nosso ecossistema, com a nossa rede de parceiros alargada, também será uma mais-valia, uma vantagem clara para qualquer empresa” que participe, argumenta o diretor executivo da Founders Founders.

Workshops, mentorias peer-to-peer, simulações de board meetings e até jantares com fundadores experientes são algumas das iniciativas previstas no programa desenhado para um formato presencial.

Miguel Albuquerque, diretor executivo do Founders Founders.

“Queremos privilegiar uma interação mais presencial nesta fase. Acreditamos que as partilhas, a troca de impressões ou a construção sobre os problemas apresentados será muito mais rica numa dinâmica presencial”, argumenta Miguel Albuquerque. Mas isso não significa que “se tivermos algumas inscrições de pessoas de Lisboa, ou de fora de Portugal até, não possamos considerar esse cenário” remoto, admite.

O que gostaríamos que acontecesse no final? Que as empresas, mediante as ferramentas e a informação que vão rececionar, possam ter mais lucro, mais vendas, entrar em novos mercados, terem aqui uma expansão um bocadinho maior que, obviamente, só se notará a médio prazo depois do nosso programa”, aponta.

Financiado com 150 mil euros do PRR, o programa conta com o apoio de entidades como Bynd Venture Capital, The Fintech House, Portugal Ventures, Startup Portugal, entre outras.

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Ex-CFO da EDP Brasil passa a gerir finanças da Savannah

Henrique Freire vai substituir Michael McGarty, que estava na posição há 14 anos, irá assumir o novo cargo de diretor corporativo.

Henrique Freire, que durante nove anos foi responsável pela pasta das finanças na EDP Brasil e estava há cerca de um ano como diretor executivo dos serviços globais de negócios grupo EDP, assume agora as rédeas das finanças da Savannah Resources, a empresa de exploração de lítio que tem a concessão em Boticas, Portugal.

A informação foi partilhada pela empresa esta manhã, através de um comunicado enviado às redações. “Como o primeiro CFO português da Savannah, irá proporcionar à empresa uma presença constante e de alto nível nos ecossistemas empresarial, político e mediático portugueses“, lê-se na mesma nota.

“Dou as boas-vindas ao Henrique e espero beneficiar da sua significativa experiência adquirida ao longo de mais de 25 anos em cargos de liderança em finanças empresariais”, acrescenta o CEO, Emanuel Proença, citado no comunicado. “O meu principal objetivo como CFO é assegurar a saúde financeira e a sustentabilidade da nossa empresa”, assume, por seu lado, o novo CFO.

Além da experiência como CFO da EDP Brasil, na qual acompanhou um crescimento do lucro líquido de 370 milhões de reais para 1,5 mil milhões, entre 2014 e 2023, a Savannah destaca a experiência em assessoria de fusões e aquisições e de finanças corporativas na consultora KPMG. O atual diretor financeiro, Michael McGarty, que estava na posição há 14 anos, irá assumir o novo cargo de diretor corporativo, permanecendo na equipa de liderança da empresa.

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