De umas pequenas instalações no Porto, a Barbot tornou-se a terceira maior empresa do setor a nível nacional. Continua a crescer, mas de forma sustentável. E, em breve, terá uma nova geração ao leme.
A Barbot nasceu em 1920, no Porto. 100 anos depois está em entre as três maiores empresas do setor a atuar em Portugal. A história da Barbot é longa, mas repleta de glórias. Tudo começou pela mão de Diogo Barbot numas pequenas instalações em Santo Ildefonso, no Porto. Atualmente o grupo está presente em Espanha, Angola, Cabo Verde e Moçambique, e vende para mais de 25 países na Europa, África e América.
Hoje é dirigida por Carlos Barbot, neto do fundador, que está no comando da empresa há 39 anos. Confessa que todo o caminho traçado é sinónimo de esforço, dedicação e muito investimento.
O percurso da empresa foi marcado por momentos de glória, mas também de momentos trágicos. Neste século de história a Barbot enfrentou dois violentos incêndios, o primeiro no início da década de 80, no armazém no Porto e o segundo numa unidade de Laborim, em 2015. “Em 1981, a empresa quase que fechava devido a esse incêndio”, conta Carlos Barbot.
Quando a empresa começou produzíamos cerca de 600 toneladas de tinta por ano, hoje, se for necessário, produzimos essa quantidade num dia.
“Passámos por imensas dificuldades, mas acabámos por nos reinventar e singrar”, acrescenta o CEO. Depois do incêndio, a Barbot passou para a “casa” que ainda hoje ocupa, arrancando com uma série de aquisições e parcerias que lhe permitiram crescer. E, já em 2002, deu-se a abertura de uma nova fábrica em Canelas.
Toneladas e toneladas de tinta
Ao mesmo tempo que foi crescendo por aquisições, a Barbot modernizou-se, procurando dar resposta à crescente procura. Numa fase inicial todos os os processos eram feitos de forma manual, atualmente é quase tudo conduzido por máquinas.
Os processos de fabrico são praticamente todos automatizados, assentes nos pilares da indústria 4.0. Desde o enchimento da tinta ao embalamento final, sendo monitorizado pelos 180 colaboradores que a empresa emprega a nível nacional — são 350 no global.
Quando a empresa foi fundada produzia cerca de 600 toneladas de tinta anualmente, hoje produz 30 mil toneladas. O neto do fundador explica ao ECO que “só na fábrica em Canelas, Vila Nova de Gaia, conseguem produzir esse número por semana”. E se for preciso, é mesmo possível atingir esse número em apenas um dia. Muita tinta que gerou, no ano passado, um volume de negócios de 50 milhões de euros.
Foco no crescimento, mas sustentável
Crescer está nos genes da Barbot. Tem sido assim ao longo das últimas décadas, sendo que assim continuará a sê-lo daqui para a frente, mesmo com um século de vida “em cima”. Mas daqui em diante a prioridade vai para o investimento em investigação e desenvolvimento (I&D), sem esquecer a questão da sustentabilidade.
A aposta já está a dar frutos e a Barbot acaba de lançar uma tinta sustentável e torna-se na primeira empresa portuguesa a desenvolver uma tinta mais amiga do ambiente.
Este lançamento tem um sabor especial, já que é apresentado ao mercado no ano em que a Barbot comemora 100º aniversário. Para Carlos Barbot “este é apenas mais um passo que a marca dá na inovação e na resposta às exigências do mercado atual”.
Quarta geração prepara-se para assumir as rédeas
Carlos Barbot lidera a empresa desde 1981, mas adiantou ao ECO que está a preparar-se para passar a pasta à próxima geração. Confessa que sai com sentimento de missão cumprida e que serão os seus filhos, Carlos e Diogo, e o sobrinho João Carlos a assumir as rédeas da empresa num futuro próximo.
“Está na altura de ter gente nova no comando, uma nova geração com outra forma de pensar e ver o mundo”, explica o CEO. Carlos Barbot vai deixar o seu legado, mas acredita no potencial da quarta geração para continuarem a fazer história.
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Nos 100 anos, Barbot abre porta à nova geração. “É altura de ter gente nova no comando”, diz o CEO
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