OPEP não consegue chegar a acordo… novamente
Dois dias de reunião entre os produtores da OPEP e fora do cartel não deram frutos. Desentendimentos sobre como implementar o corte da produção de petróleo adiaram novamente um acordo.
Ainda não foi desta que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) conseguiu definir os detalhes de um acordo para reduzir a produção de petróleo. Desentendimentos sobre a forma como deverão ser implementados os cortes adiaram novamente um acordo entre os principais produtores da matéria-prima. O mercado questiona agora se o cartel vai conseguir definir as bases para o corte até à reunião no final de novembro, em Viena.
Os produtores de petróleo têm de continuar a dialogar e “definir números reais” antes de o corte da produção poder começar, diz Magzum Mirzagaliyev, o vice-ministro da Energia do Cazaquistão, citado pela Bloomberg. As declarações são feitas depois de uma reunião que durou dois dias. Os países, incluindo a Rússia e o Cazaquistão, terminaram as discussões na sede da OPEP sem fazerem qualquer compromisso a nível da oferta de petróleo.
Os produtores vão reunir-se novamente a 25 e a 26 de novembro. E o resultado deste encontro depende do Irão e do Iraque, realça o ministro da Energia do Azerbaijão, Natiq Aliyev.
Qual o papel do Irão e do Iraque?
A Bloomberg já tinha avançado que as discussões estavam a acontecer devido ao impasse em torno do papel que o Iraque e o Irão vão desempenhar no acordo. Ambos os países disseram que deveriam ser excluídos dos cortes da produção. Este pedido foi um dos temas discutido na reunião que terminou este sábado. Mas não foi possível chegar a um meio termo sobre a quota de produção de cada país.
O ministro do Petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, já tinha dito que o país “não congelará a produção até alcançar os quatro milhões de barris por dia e depois veremos”. O nível corresponde ao que o Irão considera ser a sua quota de mercado antes de aplicadas as sanções internacionais.
A OPEP disse no final de setembro que tinha chegado a acordo para reduzir a produção para um intervalo entre os 32,5 milhões e os 33 milhões de barris por dia. Mas nenhum dos países especificou até onde estão dispostos a ir no corte. Um dos delegados disse que, apesar deste impasse, foram feitos progressos a nível da metodologia que será usada para definir a quota de cada produtor.
E agora petróleo?
Os preços do petróleo têm refletido esta incerteza em torno do acordo para reduzir a produção. Os preços do “ouro negro” têm-se mantido sob pressão perto, ou abaixo, dos 50 dólares por barril nos últimos dias, perante as dúvidas que persistem relativamente à capacidade dos países produtores conseguirem avançar com uma ação concertada que permita travar o excesso de produção. E agora que a reunião de dois dias não deu frutos, o petróleo deve reagir negativamente e pressionar o setor energético na próxima semana.
“O mercado não tem a sensação de estarem a ser feitos progressos, enquanto antes considerava haver alguma probabilidade de a OPEP poder chegar a acordo”, disse Andy Lipow, presidente da Lipow Oil Associates em Houston. O mercado continua com dúvidas de que o cartel seja capaz de chegar a um acordo até à reunião de novembro.
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