Mota não apresenta contas trimestrais. Há stress?

A Mota-Engil anunciou esta terça-feira que não vai apresentar as contas do trimestre, revelando que apenas fará a divulgação das contas semestrais. O mercado não está a gostar muito.

No âmbito de uma nova diretiva europeia, a Mota-Engil revelou esta terça-feira que não vai apresentar contas relativas ao exercício do terceiro trimestre, cuja divulgação estava agendada para o mesmo dia. Apesar do enquadramento legal o permitir, o mercado não gostou da novidade. O Haitong fala em problemas de visibilidade da construtora. As ações chegaram a afundar mais de 6% na bolsa

“A empresa já havia sugerido essa possibilidade [de não apresentar contas trimestrais] e acreditamos que ela deve afetar a visibilidade da empresa”, indicou Nuno Estácio, analista do banco de investimento Haitong. “Contudo, reiteramos a nossa visão ‘neutral’ sobre a companhia tendo em conta que nada de material mudou”, acrescentou.

António Mota, chairman do grupo, adiantou ontem ao ECO que a construtora irá “proceder ao que diz a nova lei e essa indica que apenas temos que apresentar resultados de seis em seis meses”.

Com Lisboa a abrir em ganhos, as ações da construtora liderada por Gonçalo Moura Martins chegaram a derrapar 6,25% para 1,56 euros esta manhã. Há momentos perdiam 2,58% para 1,62 euros. O título perde 16% desde o início do ano, deixando a empresa avaliada em 384,8 milhões de euros.

Ações da Mota-Engil em queda

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Fonte: Bloomberg (valores em euros)

Entretanto, numa nota publicada esta quarta-feira, o Caixa BI reviu em baixa a avaliação e as perspetivas para a evolução do negócio da construtora. Atribui agora um preço-alvo de 2,45 euros face à anterior avaliação 3,10 euros, representando um potencial de valorização de superior 50%.

“Revimos as nossas estimativas e avaliação da empresa de forma a incorporar as tendências operacionais evidenciadas ao longo dos últimos períodos reportados. Dessa forma, baixámos as estimativas para todos os segmentos operacionais da empresa e revimos a estrutura de balanço da empresa”, afirmou o analista José Mota Freitas, que mantém a recomendação de “comprar” para a Mota.

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