Brexit leva City a rumar para a Irlanda
A Irlanda pode vir a ser o destino escolhido para os bancos mudarem as suas operações devido ao Brexit. A saída da City para a Irlanda pode acontecer já nos primeiros meses do próximo ano.
Com as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia, são muitas as instituições financeiras sedeadas na City a manifestarem a vontade de relocalizarem as suas operações. E a Irlanda pode vir a ser o destino escolhido.
Mais de 100 empresas e instituições financeiras foram questionadas sobre o destino escolhido para relocalizarem as suas operações, e a Irlanda é o destino que reúne as condições necessárias para tal e em que a instituições estão interessadas, disse o CEO da Agência de Desenvolvimento Industrial (IDA na sigla inglesa), Martin Shanahan.
Shanahan acrescentou ainda, ao The Guardian, que espera que na Irlanda sejam criados 80 mil postos de trabalho até 2019, muitos deles provenientes das instituições norte-americanas que relocalizem no país as suas delegações europeias.
A Irlanda vai ser o único país a falar inglês na União Europeia depois do Brexit, o que potencia o país e o torna ainda mais atrativo para receber as instituições londrinas.
“Para os serviços do setor financeiro o facto é que precisam de continuar a ter acesso ao mercado único e precisam de uma jurisdição na qual isto seja possível. A Irlanda é extremamente atrativa porque a língua é a inglesa, o sistema legislativo é semelhante e é próxima do Reino Unido”, explicou Shanahan.
Quanto à ameaça que Donald Trump, o presidente-eleito nos EUA, lançou sobre as empresas norte-americanas, quanto a não poderem relocalizar as suas operações no estrangeiro, Shanahan refere que “as empresas norte-americanas, no meu ponto de vista, vão continuar a querer relocalizar-se no exterior, chegar a novos mercados, e ter o acesso à inovação que existe fora dos EUA. Não há outro cenário que não este”.
Para o CEO da IDA, as incertezas políticas que se vivem, do Brexit à eleição de Donald Trump, podem vir a beneficiar a Irlanda. “Num contexto de profunda instabilidade, a Irlanda parece economicamente estável devido ao crescimento que se verificou em 2014, 2015 e ainda este ano”, explicou Shanahan.
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