Escândalo das emissões provoca baixa na galinha dos ovos de ouro da Volkswagen

Um dos engenheiros chave da Audi foi afastado depois de se descobrir que sabia da manipulação dos níveis de emissões quando aceitou o cargo.

Mais um solavanco no caminho da recuperação de credibilidade da Volkswagen. Stefan Knirsch, responsável pelo desenvolvimento e um dos engenheiros chave da Audi, a maior fonte de lucros do grupo Volkswagen, deixou a fabricante automóvel esta semana, depois de uma investigação ter demonstrado que o responsável sabia da manipulação das emissões de gases poluentes quando assumiu o cargo.

Knirsch, um veterano que pertencia aos quadros da Audi desde 1990, foi escolhido para suceder a Ulrich Hackenberg, que foi afastado da empresa na primeira fase das investigações, logo depois de o escândalo das emissões poluentes ter implodido, lembra a Bloomberg, que avança a notícia.

Stefan Knirsch era diretor de desenvolvimento e um dos engenheiros chave da Audi. Fotografia: D.R.
Stefan Knirsch era diretor de desenvolvimento e um dos engenheiros chave da Audi. Fotografia: D.R.

Sobre a saída de Knirsch, o vice-presidente do conselho de supervisão do grupo alemão, Berthold Huber, diz apenas: “Deixámos claro, desde o início”, que não poupamos grande nomes na investigação e vamos atuar quando for necessário”. A Audi, por seu lado, não adiantou as razões da saída do seu diretor de desenvolvimento.

Independentemente das razões, é um golpe duro para a Volkswagen. A Audi é um elemento fundamental do grupo alemão, contribuindo com a maior fatia dos lucros e servindo de incubadora para a tecnologia de ponta que serve várias marcas do grupo. A marca de luxo tem estado, contudo, sob suspeita no último ano, desde que rebentou o escândalo das emissões poluentes, por se acreditar que os seus executivos podem ter desempenhado um papel importante nessa fraude.

Na semana passada, as suspeitas acentuaram-se, depois de a revista alemã Der Spiegel ter divulgado um relatório que liga Rupert Stadler, o presidente executivo da Audi, ao epicentro da crise. Um outro relatório, também divulgado na semana passada, sugere que alguns executivos de topo da marca alemã saberiam das manipulações há quase uma década. Alguns funcionários, contactados por advogados, acusam mesmo Stadler de saber das manipulações desde 2010. Já a 21 de setembro, o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung avançou que os investigadores descobriram correspondência eletrónica, que recua até 2007, entre um engenheiro da Audi e um grupo vasto de executivos, onde o engenheiro diz que cumprir com os limites de emissões de gases poluentes impostos nos EUA não seria possível sem fazer batota.

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Hillary Clinton descansa bolsas europeias, petróleo em alta

Reação dos investidores ao primeiro confronto entre Clinton e Trump está a ser positiva. Deutsche Bank recupera parte das perdas de ontem. E petróleo valoriza com reunião da OPEP à vista.

Com metade cotadas a arrancar a sessão com sinal verde, o PSI-20, o principal índice português, abriu a ganhar uns tímidos 0,26%% até aos 4.579,97 pontos, provando os primeiros ganhos em três sessões. Também as principais praças na Europa seguiam com ganhos ligeiros.

No olho do furacão está o Deutsche Bank, cuja débil situação está a afetar muitos bancos no Velho Continente. O banco alemão tem multas multimilionárias para pagar em tribunal e, face à necessidade de aumentar capital, alguns investidores temem um resgate financeiro de Berlim. As ações da instituição tombaram na última sessão mais de 7% e seguiam neste arranque a valorizar pouco mais de 1%.

“O Deutsche Bank continuará a ser atentamente monitorizado. Ontem, a cotação corrigiu 7,46%, após a revista Focus ter anunciado que o Governo Alemão não irá prestar qualquer tipo de ajuda ao banco na sua disputa com o Departamento de Justiça norte-americano”, referiram os analistas do BPI no Diário de Bolsa online.

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Por cá, nota para as ações da EDP Renováveis, que subiam 0,32% até 7,15 euros, depois de ter comunicado esta segunda-feira que assegurou cerca de 300 milhões de euros em financiamento para dois parques eólicos nos EUA em troca de participações nestes projetos.

Na Europa, as bolsas despertaram com sentimento positivo, beneficiando de algum movimento de correção altista face às quedas de ontem e, sobretudo, da reação positiva dos investidores ao desempenho de Hillary Clinton no primeiro debate com Donald Trump na corrida à Casa Branca. Frankfurt, Paris, Milão e Madrid seguiam com ganhos entre 0,5% e 1%.

Para os analistas do BPI, “os investidores globais reagiram positivamente ao resultado do debate entre os dois candidatos à Casa Branca. De acordo com a maioria dos analistas e as sondagens elaboradas imediatamente após o debate, Hillary Clinton foi a vencedora deste primeiro embate”. “Mais do que um partido, Wall Street tem mostrado, ao longo da sua história, uma preferência pelo status quo. Por outras palavras, os mercados acionistas preferem a continuidade à incerteza, que constituiu a pior ameaça às decisões dos investidores. Posteriormente a esta reação ao debate presidencial os investidores do Velho Continente irão focar-se na situação do setor bancário”, sustentam os mesmo analistas.

"Os investidores globais reagiram positivamente ao resultado do debate entre os dois candidatos à Casa Branca. De acordo com a maioria dos analistas e as sondagens elaboradas imediatamente após o debate, Hillary Clinton foi a vencedora deste primeiro embate.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

No petróleo, o barril de ‘brent’, referência para as importações portuguesas, desvalorizava 0,74% até 47 dólares, ao mesmo tempo que o crude perdia 0,46% até 45,72 dólares por barril, depois de fortes valorizações do ‘ouro negro’ nos últimos dias e com a reunião informal da OPEP a manter-se no centro de todas as atenções.

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Novo presidente da CGD é hoje ouvido no parlamento

  • Lusa
  • 27 Setembro 2016

Audição foi imposta potestativamente no começo do mês pelo CDS-PP.

O novo presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, é hoje ouvido no parlamento na comissão de inquérito sobre o banco público, audição imposta potestativamente no começo do mês pelo CDS-PP.

A audição de António Domingues, agendada para as 15:00, é a única prevista nesta fase na comissão de inquérito, numa altura em que os deputados aguardam ainda a chegada de documentos de várias entidades e em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a existência de um inquérito no qual “se investigam factos relacionados com a CGD”, sem precisar qual o período abrangido.

A 7 de setembro, o CDS propôs a audição do novo presidente da CGD na comissão parlamentar de inquérito ao banco público e, face à recusa dos partidos de esquerda, usou o seu direito potestativo para impor esta presença.

"“O CDS propôs a audição do recém-empossado presidente da CGD. Houve um entendimento divergente da maioria parlamentar que sujeitou a matéria a votação e chumbou a audição de António Domingues. Assim, o CDS exerceu o seu direito potestativo para ouvir já António Domingues””

João Almeida

Deputado do CDS

O responsável falava no final de uma reunião da mesa e dos coordenadores dos grupos parlamentares nesta comissão de inquérito, informando que o chumbo de PS, Bloco de Esquerda e PCP se deveu ao entendimento de que a audição de António Domingues fica “fora do objeto da audição”, mas na ótica do CDS “está dentro” e é uma audição “muito pertinente”.

Segundo informações avançadas pela imprensa na sexta-feira, o inquérito da PGR terá sido aberto por suspeitas de prática de gestão danosa entre os anos de 2000 a 2015.

O jornal Correio da Manhã noticiou que a investigação foi iniciada no princípio do ano, citando um ofício da PGR enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à CGD, que terá dado entrada na Assembleia da República a 15 de setembro passado, comunicando “a investigação do eventual crime de administração danosa”.

A comissão de inquérito está a avaliar a gestão do banco entre 2000 e 2015, período durante o qual passaram pela administração figuras como António de Sousa, Luís Mira Amaral, Vítor Martins, Carlos Santos Ferreira, Armando Vara, Fernando Faria de Oliveira e José de Matos.

O Correio da Manhã refere que estão a ser analisadas as razões que justificam a necessidade de recapitalização pública da CGD e que deverão ser passados “a pente fino os empréstimos que estão em risco de incumprimento”.

O banco possui 2,3 mil milhões de euros em risco por empréstimos concedidos sem garantias.

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DBRS. Como a Zona Euro ficou presa na sua própria armadilha

A austeridade nos países mais endividados poderá ter sido em vão, diz a DBRS, que explica como a Zona Euro ficou presa na sua própria armadilha.

Com o Banco Central Europeu (BCE) cada vez mais limitado nas suas ações para animar a economia da zona euro e o Pacto de Estabilidade e Crescimento a impedir políticas orçamentais mais arrojadas, os países mais endividados estão de mãos atadas e pouco podem fazer para colocar o rácio da dívida sobre o PIB numa sólida trajetória descendente, considera a agência canadiana DBRS, que coloca a seguinte pergunta: “Estarão os países com muito endividamento condenados a viver com o fardo da dívida indefinidamente? Se sim, é apenas uma questão de tempo até um choque externo fazer descarrilar todos os esforços de estabilização”.

Com uma dívida de 124,8% do PIB esperada para final do ano, Portugal está incluído neste lote. E as opções para atenuar o fardo da dívida são poucas. Ou mesmo nenhumas, afirma a agência canadiana.

“Para os países altamente endividados, as opções políticas são mais limitadas. Na Zona Euro, uma união mais flexível e a mutualização da dívida ajudaria a restaurar a confiança dos investidores, empresários e consumidores. Mas a partilha deste fardo de elevado endividamento é difícil politicamente e, por isso, improvável de acontecer. Depois de anos de austeridade, ajustamentos estruturais para promover o crescimento são politicamente difíceis de implementar”, justifica a agência canadiana.

"Para os países altamente endividados, as opções políticas são mais limitadas. Na Zona Euro, uma união mais flexível e a mutualização da dívida ajudaria a restaurar a confiança dos investidores, empresários e consumidores. Mas a partilha deste fardo de elevado endividamento é difícil politicamente e, por isso, improvável de acontecer. Depois de anos de austeridade, ajustamentos estruturais para promover o crescimento são politicamente difíceis de implementar.”

Agência de notação financeira DBRS

Segundo os analistas, há duas alternativas para dar alguma folga a estes países. Uma era a autoridade monetária do euro aumentar as metas para a inflação – perto mas abaixo dos 2%, uma sugestão já deixada por vários economistas, como Paul Krugman -, utilizar o helicopter money, ou apoiar diretamente os gastos orçamentais. “Contudo, não é claro como estas medidas seriam bem-sucedidas na promoção do crescimento”.

A outra alternativa é países menos endividados, como a Alemanha e a Holanda, estimularem o crescimento das suas próprias economias através do investimento público e, com isso, influenciar positivamente a atividade económica na zona da moeda única. Mas também esta medida é altamente improvável.

“Ações mais atraentes, como o Conselho Europeu recomendou recentemente, seriam para os países menos endividados promover estímulos orçamentais amigos do crescimento e em contracíclicos, como o investimento em infraestruturas, educação e inovação e conhecimento. Contudo, a austeridade orçamental está incorporada nas regras do pacto de estabilidade e, apesar das recomendações do Conselho Europeu, dificilmente este cenário se alterará”, diz a DBRS, que estima o impacto de um forte aumento da procura na Alemanha e Holanda: “Juntamente com a desvalorização do euro, iria aumentar o PIB em cerca de 0,5% ao ano em países como a França, Espanha, Itália, Portugal e o resto da Zona Euro“, estimam os analistas. “Mas com eleições a aproximarem-se em ambos os países, tais programas não são politicamente viáveis”, acrescentam de seguida.

Além das baixas taxas de juro, baixa inflação e lento crescimento, a DBRS junta outros fatores que desviaram a atenção dos responsáveis europeus do ajustamento económico necessário para a Zona Euro regressar com força à retoma.

“Incidentes com terrorismo, o aumento da imigração, a continuação das negociações na Grécia e o crescimento do populismo – o caso mais evidente foi o referendo que levou os britânicos a votar saída da União Europeia – contribuíram para a incerteza quanto às perspetivas económicas e do ritmo de integração económica e financeira europeia”, ressalva a agência.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Do Deutsche Bank em queda à audição da CGD, a banca continua a centrar atenções dos investidores no dia em que saem os dados do crédito na Zona Euro.

Deutsche Bank rumo ao resgate?

O Deutsche Bank tem vindo a tropeçar em bolsa, mas as quedas são cada vez mais expressivas. Cedeu mais de 7% na primeira sessão da semana, tendência que arrastou os restantes bancos da Zona Euro. Os receios dos investidores com a situação do banco, com a crescente especulação quanto à necessidade de um resgate, deverão manter todo o setor sob pressão.

CGD, o inquérito

A Caixa Geral de Depósitos tem um buraco. É preciso tapá-lo. E já há um plano para o fazer. António Domingues foi o escolhido para liderar o banco estatal renovado, mas antes disso vai ao Parlamento explicar as causas da capitalização da instituição. O novo presidente executivo da CGD é o quarto a ser ouvido depois dos depoimentos já prestados pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e pelo seu antecessor, José de Matos.

Mais crédito na Zona Euro

O Banco Central Europeu vai dar a conhecer a evolução da massa monetária na Zona Euro, o M3. Será revelado a evolução do crédito concedido pela banca à economia dos países que partilham a moeda única, tanto para particulares como para empresas. Estes dados são relevantes para perceber como é que a política monetária expansionista adotada por Mario Draghi.

Mais uma tranche para a Grécia

Na Grécia, os deputados vão votar um conjunto de leis que incluem medidas necessárias para que seja desbloqueada mais uma tranche do pacote de resgate do país. É mais um passo para a Grécia tentar sair da situação precária em que se encontra e, finalmente, conseguir começar a obter acesso aos mercados para financiar por si a sua dívida.

Mercados favoráveis a Clinton

A aversão ao risco foi uma constante ao longo da primeira sessão da semana, sobretudo devido aos acontecimentos no Deutsche Bank. Mas, em Wall Street, os investidores foram perdendo algum receio à espera do primeiro combate entre os candidatos à presidência dos EUA, Hillary Clinton e Donald Trump. Entre acusações pessoais, contra-acusações sobre o comércio, a economia e a política externa, ambos mostraram que têm visões diferentes para um eventual mandato. Segundo Angus Nicholson, analista da IG, “pode ser um reflexo de que Clinton está em bom plano”. “Trump é um fator negativo para o mercado e realizando um mau debate é um motivo para muitos investidores estarem mais tranquilos. Mas ainda é cedo para determinar quem ganhou”, acrescentou o analista.

 

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O futuro da economia dos EUA depende do México

  • Bloomberg
  • 27 Setembro 2016

A força por trás da expansão econômica dos EUA é igual à fraqueza da recuperação e se resume a uma palavra: México.

Desde o nível mínimo registado em dezembro de 2009, a população ocupada nos EUA aumentou em 13,6 milhões de trabalhadores. Deste crescimento, 43%, ou 5,9 milhões de trabalhadores, são pessoas de origem hispânica — alguns nascidos nos EUA e também imigrantes. O México é, de longe, o maior país de origem dos imigrantes hispânicos nos EUA. A migração líquida da América Latina desde a recessão foi mínima (o número de mexicanos que foram embora é maior do que o total que entrou no país), e isso pode ser visto mais como um “dividendo demográfico” da imigração hispânica nas décadas de 1980, 1990 e 2000. Mais hispânicos estão a entrar nos seus melhores anos de atividade ou são jovens demais para se aposentar, em contraste com a decrescente mão de obra de americanos brancos sem origem hispânica. Excetuando-se os hispânicos, a mão de obra dos EUA está praticamente estável desde 2008.

Trabalhadores também são consumidores. De 2012 a 2015, as famílias latinas representaram uma fatia significativa do crescimento das despesas agregadas. No futuro, seu impacto no consumo provavelmente será maior do que o causado pelos integrantes da geração Y ou da geração nascida após a Segunda Guerra Mundial.

Os estados onde a população hispânica é menor têm economias que, na melhor das hipóteses, enfrentam uma quebra controlada, assim como a Europa e o Japão. Michigan, estado muito industrial, tem uma das menores populações hispânicas dos EUA: 4,6% do total em 2012. A sua mão de obra está do mesmo tamanho que 22 anos atrás. A taxa de desemprego é de 4,5%, o valor mais baixo desde 2001, e os empregadores têm dificuldades em encontrar funcionários.

Daí que não surpreenda que uma empresa como a Ford, com sede em Michigan, tenha anunciado no mês passado que transferirá toda a produção de carros pequenos de Michigan para o México porque, com margens de lucro apertadas e escassez de mão de obra, não é rentável produzir em Michigan. Nove das 11 novas fábricas de automóveis construídas na América do Norte desde 2011 estão no México.

Essa mudança para o exterior não é necessariamente má notícia para os trabalhadores do setor automóvel de Michigan. A Ford vai relocalizar a mão de obra doméstica para fabricar produtos de maior valor, como camiões e desportivos.

Os estados de rápido crescimento do sul e do oeste, que têm população mais diversificada, e os estados de lento crescimento do nordeste e do centro-oeste, onde a população é maioritariamente branca, terão desafios diferentes em relação à mão de obra na próxima geração, mas em ambos os casos o México terá que ser parte da solução.

No sul e no oeste, o desafio será encontrar trabalhadores suficientes para a construção da moradia e da infraestrutura necessárias e também para as atividades do setor de serviços exigidas por uma economia em crescimento. No nordeste e no centro-oeste, onde a mão de obra está diminuindo e a população está envelhecendo, as opções são importar trabalhadores para preencher a lacuna do mercado ou exportar parte do trabalho, como a Ford fez, para liberar a mão de obra reduzida para outras tarefas.

Os estados de rápido crescimento do sul e do oeste, que têm população mais diversificada, e os estados de lento crescimento do nordeste e do centro-oeste, onde a população é maioritariamente branca, terão desafios diferentes em relação à mão de obra na próxima geração, mas em ambos os casos o México terá que ser parte da solução.

Por que é que o México fornece uma parte tão importante da mão de obra para a economia dos EUA — tanto dentro do país quanto ao sul da fronteira? Porque é um dos poucos países do mundo com o perfil demográfico e geográfico para atender às necessidades de mão de obra de um país tão grande e dinâmico como os EUA. O México tem a décima maior população do mundo, ainda tem uma crescente força de trabalho jovem e fica ao lado dos EUA. E também porque já existem vínculos culturais bem estabelecidos entre o México e muitas partes dos EUA, além de acordos comerciais vigentes.

E por último, a curto prazo, o México é a única alternativa. Desde a Segunda Guerra Mundial, quando agricultores mexicanos foram para os EUA para atender à procura dos tempos de guerra, o México sempre foi a resposta automática para qualquer escassez de mão de obra nos EUA. A imigração de trabalhadores altamente capacitados oriundos da China e da Índia é ótima, mas dificilmente poderá suprir a falta de mão de obra na construção ou no setor de alimentação. E, considerando-se a resistência política à imigração mesmo de um antigo aliado como o México, é difícil imaginar apoio popular à imigração em massa de qualquer outro lugar.

Quando se trata da mão de obra dos EUA e quando se trata de empresas dos EUA transferindo empregos para o exterior, o futuro da economia dos EUA provavelmente será “hecho en México”.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial da Bloomberg LP ou de seus proprietários.

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Millennials: A geração empreendedora que admira Zuckerberg

  • Juliana Nogueira Santos
  • 27 Setembro 2016

Estudo revela que os jovens querem liberdade e flexibilidade no emprego à semelhança do fundador da Facebook, Mark Zuckerberg.

O fenómeno do empreendedorismo tem crescido exponencialmente e os paradigmas no âmbito dos negócios têm vindo a ser desafiados todos os dias. As empresas GoDaddy e Morar Consulting quiseram saber mais sobre o futuro do emprego e dos modelos de negócios e inquiriram 7291 profissionais de 11 países. Destes, 36% planeiam abrir um pequeno negócio ou ser trabalhadores por conta própria na próxima década.

Numa comparação de idades, os millennials – indivíduos que nasceram entre 1982 e 2004 – têm um espírito empreendedor mais vincado do que os seus pais, os chamados baby boomers, quando tinham a sua idade. Metade destes dizem querer seguir uma carreira como empreendedores. Os motivos desta escolha relacionam-se com o espírito livre e aventureiro que caracteriza esta geração: ter o poder de tomada de decisões e a flexibilidade para criar os seus próprios horários.

O estudo debruçou-se também sobre os modelos a seguir e, se há uns anos, os pais eram a escolha da maioria dos jovens, os millennials colocaram-nos no segundo lugar, para elegerem Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo da Facebook, como exemplo a ter em conta.

Não quer isto dizer que os baby boomers – aqueles que nasceram entre 1946 e 1964 – não estejam dispostos a desafiar a sua estabilidade: 21% afirma ter planos para abrir o seu próprio negócio ou ter um segundo emprego na próxima década, embora estejam a atingir a idade da reforma.

Segundo dados da Informa D&B, nasceram em Portugal 37399 startups entre março de 2015 e fevereiro deste ano.

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Erupções de vapor de água na lua Europa

  • Juliana Nogueira Santos
  • 26 Setembro 2016

A NASA revela dados que provam a existência de um oceano subterrâneo na lua gelada de Júpiter.

A NASA anunciou a descoberta de erupções de vapor de água na superfície da Europa, uma das luas do planeta Júpiter. Há sinais de que existe um oceano subterrâneo, o que poderá indicar a existência de vida num outro local além da Terra.

As imagens ultravioletas captadas pelo telescópio espacial Hubble permitem estimar que estas “plumas” subam cerca de duzentos quilómetros acima da superfície gelada da lua.

A agência espacial americana explicou, através da sua conta no YouTube, a descoberta e as implicações para a ciência e a espécie humana.

Se estas erupções forem reais e se se estiverem a precipitar na superfície, será mais fácil aceder a material que se encontra no oceano subterrâneo da lua chamada Europa e, consequentemente, recolher elementos para a descoberta de um sítio que albergue vida, para além da Terra.

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Disney pode fazer oferta pelo Twitter

Já não é apenas a Salesforce.com que está interessada no Twitter. Agora é a Walt Disney que pode apresentar uma oferta.

A Walt Disney está a trabalhar com conselheiros financeiros para avaliar uma possível oferta pelo Twitter, disseram fontes próximas do assunto à Bloomberg. Os títulos reagiram em alta.

As fontes dizem ainda que, depois de saber da intenção da oferta, o Twitter iniciou um processo para analisar uma potencial venda. Representantes das duas empresas não estavam imediatamente disponíveis para comentar, mas na bolsa as ações da rede social dos 140 carateres subiram 1,2% para 22,89 dólares.

Já não é a primeira vez que o Twitter é alvo de interesse. A Salesforce.com também está a considerar fazer uma oferta e está a trabalhar com o Bank of America neste processo, de acordo com outras fontes.

A especulação de que a empresa vai ser vendida aumentou nos últimos meses devido à queda das ações e dificuldades para atrair novos utilizadores, bem como receitas de publicidade. As acções do Twitter acumulam uma queda de 1,1% em 2016.

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EDP Renováveis encaixa 342 milhões nos EUA

A energética chegou a acordo com duas instituições financeiras para um financiamento tax equity nos EUA. A subsidiária da EDP vai encaixar 342 milhões de dólares com a transação.

A EDP Renováveis EDPR 1,08% estabeleceu um acordo de financiamento tax equity nos EUA, que vai permitir à energética encaixar 342 milhões de dólares (303,8 milhões de euros).

Num comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário, a energética diz que o acordo foi estabelecido com duas instituições financeiras não identificadas “em troca de um interesse económico” no parque eólico Hidalgo de 250 MW e no parque Jericho Rise de 78 MW.

A empresa liderada por Manso Neto diz ainda que os “projetos possuem contratos de venda de longo prazo já assegurados”.

A subsidiária da EDP esclarece que a “estrutura de parceria institucional estabelecida permite uma utilização eficiente dos benefícios fiscais gerados pelo projeto, aumentando a rentabilidade e criação de valor do mesmo”.

O financiamento deverá ficar disponível quando arrancarem as operações de ambos os projetos, o que deve acontecer no quarto trimestre de 2016.

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ONU quer avisar agricultores sobre secas e chuvas

  • Lusa
  • 26 Setembro 2016

A ONU tem duas equipas que estão a preparar um sistema que permite alertar, com três meses de antecedência, os agricultores e governos de eventuais fenómenos extremos, como secas ou chuvas.

Duas agências da ONU estão a preparar um sistema de alerta que permitirá avisar governos e agricultores, com três meses de antecedência, de eventuais fenómenos extremos como secas ou chuvas, noticia hoje a Rádio da organização.

“A FAO [Organização para a Alimentação e a Agricultura] está a criar, junto com a Organização Meteorológica Mundial, um sistema de alerta que estamos a fazer chegar a todos os governos e queremos em breve fazer chegar aos próprios fazendeiros através dos seus telemóveis. Isso vai-nos permitir, três meses antes, saber se vai chover, se vai ter seca e colocar medidas preventivas”, disse o secretário-geral da FAO, José Graziano da Silva, citado pela Rádio ONU.

Na entrevista, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, o dirigente brasileiro disse que a ideia é evitar a repetição da crise alimentar que o fenómeno El Niño provocou este ano em África, onde dezenas de milhões de pessoas estão em risco de fome devido à pior seca dos últimos 35 anos.

Para o secretário-geral da FAO, os agricultores precisam de antecipar os fenómenos naturais, para poderem preparar-se para eles, especialmente em tempos de alterações climáticas.

O planeamento prévio, explicou, ajuda a reduzir o impacto dos fenómenos extremos e a proteger colheitas, evitando assim a insegurança alimentar.

Dois anos consecutivos de seca, incluindo a pior dos últimos 35 anos, que se verificou este ano, deixaram quase 40 milhões de pessoas na África austral em risco de insegurança alimentar até ao início do próximo ano.

Todos os países estão afetados, mas pelo menos seis Estados – Botsuana, Lesoto, Malaui, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué – declararam emergências nacionais devido à seca, enquanto a África do Sul declarou o estado de emergência em oito das suas nove províncias e Moçambique declarou um alerta vermelho de 90 dias em algumas zonas do sul e do centro do país.

A seca atual deve-se ao impacto do fenómeno El Niño e os seus efeitos deverão atingir o nível máximo entre janeiro e março de 2017, estima a FAO.

Além dos danos na agricultura, que exacerbaram a malnutrição crónica na região, a seca matou mais de 640 mil cabeças de gado no Botsuana, Suazilândia, África do Sul, Namíbia e Zimbabué, devido a falta de pasto, falta de água ou surtos de doenças.

Teme-se que no final deste ano ocorra o contra fenómeno do El Niño, o La Niña, que deverá trazer chuvas abundantes, o que poderá ser positivo para a agricultura, mas também comporta o risco de de cheias, que poderiam destruir a produção e ameaçar o gado.

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Altice quer criar 200 empregos em call center

  • Lusa
  • 26 Setembro 2016

A multinacional da área das telecomunicações Altice vai abrir um centro de apoio telefónico em Oliveira do Hospital. A empresa prevê criar 200 empregos.

A multinacional da área das telecomunicações Altice vai abrir um centro de apoio telefónico, em Oliveira do Hospital, estando prevista a criação de 200 empregos, disse hoje o presidente da Câmara Municipal.

“Este investimento é decisivo para a fixação dos nossos jovens e dará um grande contributo para estimular a economia local”, acrescentou José Carlos Alexandrino à agência Lusa.

O protocolo para a instalação do “call center” da Altice vai ser assinado em Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, no dia 07 de outubro, feriado municipal, entre a Câmara e a empresa Randstad.

Mas o novo serviço começa a funcionar antes, no dia 03 de outubro, com 50 trabalhadores.

No prazo de 18 meses, o número de postos de trabalho deverá crescer para 200, segundo uma nota da autarquia.

A “formação intensiva” ao primeiro grupo de formandos, com conhecimentos de nível médio ou alto da língua francesa, está já a decorrer em instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital.

“Estes investimentos são fundamentais para se conseguir inverter a tendência de desertificação do interior do país”, disse José Carlos Alexandrino, salientando que “está em causa um projeto ligado às novas empresas de serviços de base tecnológica, que envolve recursos humanos qualificados e contribuirá para a diversificação do tecido empresarial” do concelho.

Para esta unidade da Altice, a Randstad quer recrutar preferencialmente “pessoas fluentes em francês” ou outros candidatos que estejam disponíveis para ações de formação.

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